Laboração contínua

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LABORAÇÃO CONTÍNUA 327 TERAPÊUTICA DA DIABETES TIPO 2

A Diabetes mellitus refere-se a um conjunto de distúrbios que têm em comum níveis plasmáticos elevados de glicose. Os dois tipos principais são a diabetes tipo 1, autoimune, e a diabetes tipo 2 (responsável por cerca de 80-90% dos casos), em consequência à resistência à insulina, defeitos na secreção pancreática de insulina ou ambos. Em Portugal, segundo os dados do último relatório do Observatório Nacional da Diabetes, estima-se que 12,7% da população, entre os 20 e os 70 anos de idade, tenha diabetes tipo 2. Além da enorme e crescente prevalência da doença, acresce o facto de estar associada a complicações graves que estão associadas ao mau controlo metabólico da doença. Nos últimos anos, têm surgido novos fármacos, orais e injetáveis, com diferentes mecanismos de ação. No entanto, apesar de todos os avanços científicos, o tratamento assenta prioritariamente na alteração do estilo de vida, com a adoção de hábitos alimentares saudáveis, simultaneamente com a prática de exercício físico. Não existe uma alimentação específica para diabéticos, e existem diversas “crenças” e “mitos” na nossa sociedade, que devem ser esclarecidos e desmistificados. As pessoas com diabetes devem consumir alimentos ricos em fibras, produtos lácteos com baixo teor de gordura e peixe fresco. Devem evitar alimentos ricos em gordura saturada e açúcares de absorção rápida. A atividade física deve ser aumentada de forma global, reduzindo o “screen time” (tempo passado em frente aos ecrãs) particularmente em crianças e jovens. Quanto ao exercício físico (atividade física programada), os organismos internacionais recomendam a prática de exercícios aeróbicos, resistidos e de flexibilidade; os aeróbicos devem ter pelo menos uma intensidade moderada (exemplo a marcha rápida) e evoluir até atingir um mínimo de 150 minutos por semana distribuídos em pelo menos 3 dias da semana. Se as alterações do estilo de vida não são suficientes para atingir um bom controlo da diabetes, opta-se por introduzir um antidiabético oral. O tratamento de 1ª linha é, segundo todas as recomendações nacionais e internacionais, a metformina. Poder-se-á associar outros antidiabéticos orais, nomeadamente

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BI OBJETOS GLICOSÍMETRO

da classe das sulfonilureias, das glitazonas ou das gliptinas (estas disponíveis desde 2007). A decisão de qual ou quais, dependerá de diversos fatores, relacionados com o próprio doente e eficácia/segurança dos diversos fármacos. Apesar de existirem hoje fármacos, com mecanismos de ação diversos, a insulina ainda é a terapêutica mais eficaz. Pela história natural da doença, a insulinoterapia é uma terapêutica necessária e indispensável, para a maioria dos doentes, de forma a alcançar objetivos no controlo, e assim minimizar o aparecimento e a evolução das complicações. Joana Guimarães1 e António Amaro2 1 Médica, Assistente Hospitalar de Endocrinologia do Centro Hospitalar do Baixo Vouga 2 Médico, Especialista de Fisiatria e Professor Coordenador da Escola Superior de Saúde da Universidade de Aveiro

Nome: Glicosímetro Data de nascimento: 1969 Nacionalidade: Norte Americana Inventor: Anton Clemens Descrição: O aparelho medidor de glicose é usado para determinar a concentração aproximada deste açúcar no sangue e é extremamente útil para que as pessoas com diabetes possam fazer um bom controlo dos seus níveis de açúcar no sangue. O primeiro modelo, da Ames Company, surgiu com 1,2 kg e era utilizado apenas por profissionais de saúde. Ao longo do tempo estes dispositivos foram sendo melhorados em termos de tamanho, aspeto, tecnologia e desempenho, e disponibilizados aos pacientes para uso diário. Atualmente, os exemplares mais comuns utilizam tiras de teste que contêm uma enzima (glucose-oxidase) e necessitam da extração de uma pequena gota de sangue para a análise.

MAIS VALE SABER… QUAL A INFLUÊNCIA DOS HIDRATOS DE CARBONO NA GLICEMIA? Os hidratos de carbono (açúcares ou sacarídeos), juntamente com as proteínas, lípidos e ácidos nucleicos, constituem as principais classes de biomoléculas. Existem 3 classes principais de hidratos de carbono: monossacarídeos, oligossacarídeos e polissacarídeos, conforme sejam compostos por apenas uma unidade de açúcar (ex: glucose, frutose), pequenas cadeias de açúcares (ex. sacarose,) ou cadeias com mais de 20 unidades de açúcares (ex: amido), respetivamente. A palavra sacarídeo deriva do grego sakcharon, que significa açúcar. Os hidratos de carbono constituem a dieta principal em muitos países e a sua oxidação é a via metabólica principal para obtenção de energia. Todos os alimentos que contêm hidratos de carbono interferem na glicemia (níveis de açúcar no sangue) após a sua ingestão, embora nem todos da mesma forma. Esta diferença pode ser explicada pelo Índice Glicémico (IG), que avalia o impacto de cada alimento na glicemia. O conhecimento do IG é importante no caso da alimentação dos diabéticos, que devem substituir os alimentos ricos em hidratos de carbono de elevado IG (ex: pão branco, batata, arroz branco, flocos de milho), por alimentos com IG mais baixo (ex: pão de mistura, massa, leguminosas, flocos de aveia).

O QUE É A INSULINA? Deriva do termo latino Insulae - ilha, que se refere ao local onde é produzida. Trata-se duma proteína, constituída por 51 aminoácidos, segregada pelas células do tipo beta, dos ilhéus de Langerhans, situadas no pâncreas. O efeito mais evidente da insulina é a capacidade de baixar os níveis de açúcar no sangue, após uma refeição, aumentando o transporte – até 20 vezes de glucose e outros açúcares simples, através da membrana das células adiposas, musculares e dos glóbulos brancos. No entanto, para além da absorção de glucose pelas células, esta hormona promove ainda a síntese de lípidos, glicogénio e proteínas. Apesar de ser, geralmente, associada ao teor de açúcar no sangue, uma elevada concentração de aminoácidos ou gordura, na corrente sanguínea, também induz a produção desta proteína.

CIÊNCIA NA AGENDA 30

A Fábrica vai… à Feira do Mirtilo, em Sever do Vouga,

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com o workshop de construção de fornos solares.

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Reabertura da Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro.

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Dia aberto.

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A Fábrica vai… à Pampilhosa da Serra, dinamizar as

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A Fábrica vai… à praia da Vagueira, dinamizar o jogo

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A Fábrica vai… à praia da Vagueira, dinamizar

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A Fábrica vai… à Pampilhosa da Serra, com o

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A Fábrica vai… à praia da Vagueira, com o workshop

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Oficinas de Robótica e Uma Ideia Gelada.

Volta ao Mundo em 10 Árvores.

o workshop Ciência e Cosmética.

espetáculo Diopatra, a Senhora dos Anéis.

de construção de fornos solares.


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