LABORAÇÃO CONTÍNUA 330 EXPERIMENTANDUM CONSTRUÇÃO DE UM MORCEGÁRIO
Fotografia © Sara Marques
BICHOS DA NOITE
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A noite na região do Baixo Vouga Lagunar revela-nos seres extraordinários, que emergem dos refúgios logo após o crepúsculo. As espécies de animais com hábitos noturnos são diversas. Borboletas, pirilampos, rãs, salamandras, mochos, corujas, ratos, musaranhos e morcegos são alguns dos seres vivos que vivem nos habitats selvagens mais emblemáticos desta zona húmida. Entre as várias classes de organismos presentes destacam-se os mamíferos da ordem dos carnívoros, como a lontra, a geneta, a raposa ou o texugo, que por serem tão esquivos se tornam difíceis de encontrar e observar. Estes animais têm uma importância fundamental na manutenção do equilíbrio dos ecossistemas. O conhecimento obtido acerca destes predadores na região do Baixo Vouga é extremamente útil para a implementação de medidas de gestão e de proteção a todo este laboratório de vida. A importância atribuída ao estudo dos carnívoros deve-se ao facto destas espécies fazerem parte do topo da cadeia alimentar e de utilizarem a paisagem a uma escala maior relativamente a espécies de menores dimensões. Uma vez que necessitam de áreas mais amplas para os seus territórios, a proteção do seu habitat contribui para a conservação de muitas outras espécies presentes nas mesmas áreas. Além disso, os carnívoros acolhem a sensibilidade humana para a proteção da vida selvagem, convertendo-se frequentemente em espécies simbólicas para a conservação da biodiversidade. Mas, como podemos identificar e detetar a lontra, a geneta ou o texugo enquanto espécies maioritariamente noturnas, esquivas, e que se refugiam à mínima movimentação humana?! Existem várias metodologias disponíveis e que se complementam entre si. O estudo de cadáveres de animais
atropelados, vítimas de doença ou causas naturais permite a recolha de informação valiosa para a investigação. Adicionalmente, as pegadas, as latrinas, os excrementos, os refúgios e os depósitos com restos de alimentos são vestígios deixados pelos animais que se tornam num excelente instrumento para a identificação das espécies. No entanto, a metodologia que menos interfere com o bem-estar dos animais e mais dados traz ao estudo destas espécies é a utilização da armadilhagem fotográfica. Esta técnica consiste na aplicação de câmaras fotográficas em locais estratégicos tendo em conta a biologia dos animais, como por exemplo pontos próximos a cruzamentos de caminhos, pontos de água ou latrinas. Estes aparelhos são fixados a cerca de 30 cm do solo, em árvores ou estacas, registando a passagem dos animais quando acionado o sensor de movimento, gravando imagens e sons, e complementando a informação recolhida com as temperaturas, horas e datas. A Unidade de Vida Selvagem do Departamento de Biologia da Universidade de Aveiro tem vindo a desenvolver o estudo da comunidade de carnívoros do Baixo Vouga Lagunar, procurando promover soluções para a sustentabilidade e a conservação desta área natural que é diariamente influenciada pela ação humana. Victor Bandeira e Carlos Fonseca Unidade de Vida Selvagem (https://sites.google.com/site/unidadevidaselvagem) Departamento de Biologia da Universidade de Aveiro (http://www.ua.pt/bio)
O que precisas? - Tábua de madeira não tratada com 12 mm de espessura - Pregos - Martelo - Serra - Lápis - Régua Como fazer? 1 – Desenhar, segundo o esquema, os cortes na tábua de madeira e serrá-los em seguida. 2 – Com a serra, fazer alguns sulcos no lado interior das tábuas, para facilitar o acesso e a permanência dos morcegos dentro do abrigo. 3 – Unir as várias secções do abrigo com pregos. 4 – Pendurar o abrigo no tronco de uma árvore, de preferência entre 4 a 6 metros do chão. O que acontece? Como os morcegos não constroem os seus próprios ninhos ou refúgios, rapidamente os abrigos artificiais são povoados. Estes fornecem proteção contra predadores e contra o clima adverso, sendo também fundamentais para o desenvolvimento das crias. Desta forma, está ao alcance de todos contribuir para a preservação destes animais que desempenham um papel ecológico muitíssimo importante, sendo essenciais para a manutenção e equilíbrio dos ecossistemas que integram.
QUEM SABE, SABE
MAIS VALE SABER…
EXERCÍCIO DE ESCRITA CRIATIVA
BIOLUMINESCÊNCIA
Uso obrigatório de termo científico
Bioluminescência (do grego "bios", que significa vida, e do latim "lumen": luz) é a capacidade que alguns seres vivos possuem de emitir luz, sem recurso a fontes externas de energia. Este processo ocorre pela oxidação de um composto químico, genericamente chamado luciferina, por ação de uma enzima genericamente designada luciferase. Nesta reação, a luciferina passa de um estado energético mais elevado para um de menor energia, libertando fotões visíveis ao olho humano. A bioluminescência ocorre em diversos grupos de organismos, como por exemplo vertebrados a invertebrados marinhos, microrganismos e animais terrestres, sendo um processo característico em peixes das regiões profundas dos oceanos, onde há a rarefação ou mesmo a ausência total de luz natural. A forma de bioluminescência terrestre mais conhecida é o pirilampo. A função biológica da bioluminescência é variável e ainda incompletamente conhecida, mas sabe-se que está associada à iluminação do campo de visão, à atração de presas, ao reconhecimento de diferentes espécies, ao reconhecimento de parceiros sexuais, e a mecanismos de defesa contra predadores.
Ui, os miúdos hoje dominam tudo! Aquele saber-sempre-um-pouco-mais, que a idade garantia aos pais, acabou. Estou até agora a tentar encaixar a tirada do meu filho ontem: “Confia na minha lâmina crivosa, pai!” Ontem desautorizei os doze anos do meu filho a entrarem num programa maluco de férias que ele inventou com os amigos. Aquilo tinha tudo para ser recusado: avançar à noite e lentamente pela mata vizinha, comer a campo (improvisando o quê no momento), e depois (“o máximo da aventura, pai!”) seguirem cada um por si: sozinhos, escondendo-se dos perigos, e emitindo, apenas de vez em quando, um som combinado, como sinal de vida. Quando clareasse, descansavam. Sem hipótese, claro. Mas para lhe dizer um não menos redondo, saiu-me esta pergunta, que considerei educativa, inteligente e ao mesmo tempo bem-humorada: --Como se fossem quivis?! Mas é que esse é um bicho noturno; safa-se por ter um olfato apuradíssimo, filho! Tem os orifícios nasais na ponta do bico e o seu bulbo olfativo está muitíssimo desenvolvido, sabes?! --Sei, sei. Mas confia na minha lâmina crivosa, pai! A resposta às férias foi não, na mesma, mas disfarcei mal a minha estupefação. PS: A lâmina crivosa é a parte horizontal do osso etmoide (fundamental na formação das cavidades craniana e nasal); é constituída por dois canais olfativos, perfurados por vários orifícios, por onde passam os filetes nervosos e onde se alojam os bolbos olfativos.
CIÊNCIA NA AGENDA 20 JUL
A Fábrica vai… à Casa Museu Egas Moniz, em Avanca, com o workshop Ciência e Cosmética,
7a10 AGO
JUL
A Fábrica vai… ao Dia dos Avós, no Parque da Sustentabilidade, em Aveiro, com o workshop de
Ciência em Cena, em Pacoti, Brasil, apresentar a peça Claro como água.
no âmbito do projeto Ciência em Movimento.
26
A Fábrica vai... ao Encontro de Teatro Científico
10 AGO
construção de fornos solares, no âmbito do projeto
A Fábrica vai… ao Furadouro, com o workshop Ciência e Cosmética, no âmbito do projeto Ciência em Movimento.
Ciência em Movimento.
3
AGO
A Fábrica vai… à Murtosa, com o workshop Ciência e Cosmética, no âmbito do projeto Ciência em Movimento.
15 AGO
A Fábrica vai... à Pampilhosa da Serra, no âmbito do projeto Cientistas na Serra, dinamizar a oficina Piquenique de Ciência. informações 234 427 053 ou fabrica.cienciaviva@ua.pt