342
Experimentandum Erosão dos solos
Em solos cobertos pela vegetação, a erosão é muito pequena ou quase inexistente, o que é confirmado pela saída de água límpida da garrafa que contém relva semeada. Portanto, todas as atividades humanas ou naturais que impliquem a destruição ou remoção das plantas do solo (como os incêndios florestais, por exemplo) contribuem para a perda de qualidade dos mesmos.
O MULCHING
“Pai, vou ao espaço e já volto!” é uma atividade que pretende divulgar vários temas relacionados com o Espaço e tudo o que o Homem tem feito para o conquistar e perceber.
Mais vale saber… Há reações químicas nos incêndios florestais!
UM MÉTODO SIMPLES PARA REDUZIR OS EFEITOS EROSIVOS DOS INCÊNDIOS FLORESTAIS
O “mulch” consiste na aplicação manual de materiais orgânicos até cobrir 60-70% da superfície do solo de forma a protegê-lo até que a vegetação se desenvolva.
Durante os meses de verão, os incêndios deixam um rasto de destruição de sul a norte do país. A destruição do coberto vegetal depois dos incêndios florestais deixa a superfície do solo desprotegida perante a ação erosiva das gotas da chuva. De facto, durante o primeiro ano após os incêndios florestais as chuvas podem arrastar dezenas de toneladas de sedimentos por hectare, o que compromete a fertilidade e sustentabilidade dos solos afetados e acarreta efeitos negativos nos ecossistemas aquáticos e barragens a jusante destas áreas. Investigadores do CESAM da Universidade de Aveiro estão a testar uma técnica que pode reduzir em 90% a erosão do solo em áreas ardidas. O “mulch” consiste na aplicação manual de materiais orgânicos até cobrir 60-70% da superfície do solo de forma a protegê-lo até que a vegetação se desenvolva. Esta técnica já tem sido utilizada em larga escala em incêndios dos Estados Unidos, mas o material empregado tem sido a palha. No caso Português, devido à baixa disponibilidade e alto preço da palha, optou-se por utilizar restos florestais triturados (cascas, ramos e folhas). As cascas e fibras de eucalipto são muito longas e resistentes à decomposição, e quando espalhadas ao longo da encosta criam uma espécie de rede que evita que as partículas possam ser removidas com a escorrência. Assim, o mulching consegue filtrar e “limpar” as águas da escorrência, mas também consegue diminuir a quantidade total destas águas, uma vez que as áreas tratadas registaram reduções entre 40-50% quando comparadas com áreas sem tratamento. Esta técnica pode evitar os problemas associados a erosão após
Rua dos Santos Mártires, 3810-171 Aveiro · tel. 234 427 053 · www.fabrica.cienciaviva.ua.pt · www.facebook.com/fccva · fabrica.cienciaviva@ua.pt
Pai, vou ao espaço e já volto!
os incêndios, mas nem toda a superfície ardida precisa de ser tratada. Há que definir os locais estratégicos segundo diversos fatores. Entre os mais importantes destacam-se o declive das encostas, a geologia, o tipo de solo e lavouras que tem sofrido, a severidade do incêndio, a intensidade da chuva, o tipo de vegetação e o grau de resiliência do ecossistema. Mas afinal, o fator mais importante para a produção de sedimentos é o coberto do solo. Se depois de um incêndio ainda ficam folhas ou manta morta na superfície do solo, ou se as copas das árvores ainda apresentam folhas que possam vir a cair e fornecer um coberto ao solo ardido, ou se o solo apresenta uma camada importante de pedras na superfície, então essas áreas irão ter uma erosão baixa. Em outros locais onde não temos nenhuma proteção, onde encontramos cinzas de cor branca ou vermelha - o que indica alta severidade do incêndio - aí é que a erosão poderá vir a ser mais elevada, e urge aplicar o mulching. Uma investigadora disse que a maior vantagem do mulching é que “é muito difícil de o aplicar mal”, isto é, que tem uma baixa probabilidade de falhanço quando comparada com outros tratamentos. Aliás, o seu custo é similar ao de outras medidas de mitigação da erosão pós-incêndio - muito menos efetivas como as sementeiras ou as barreiras de troncos. Sergio Prats Alegre Departamento de Ambiente e Ordenamento & CESAM Universidade de Aveiro
Para ocorrer fogo tem de existir combustível (o que arde), uma atmosfera comburente e condições de temperatura capazes de despoletar e manter a reação entre combustível e comburente. A matéria combustível encontra-se na floresta: a madeira e as folhas (materiais não voláteis que ardem acima de 65 ºC) e as substâncias orgânicas voláteis (VOC) que a vegetação liberta para a atmosfera. Estas constituem um meio combustível que pode incendiar a temperaturas pouco superiores à temperatura ambiente, com uma qualquer fonte de aquecimento. Na nossa floresta, maioritariamente de pinheiros e eucaliptos, são O que precisas? especialmente abundantes terpenos e isoprenos, capazes de arder - 6 garrafas de plástico de 1,5 L espontaneamente por aquecimento, não necessariamente por - Fio contacto com uma chama. - Terra O comburente é o oxigénio atmosférico. As florestas contribuem - Sementes de relva para a sua renovação através da fotossíntese. De dia, pela ação - Cascas de pinheiro e pauzinhos da luz solar, há libertação de oxigénio para a atmosfera. De noite, - Furador a vegetação não só não produz como consome oxigénio pela respiração e outros processos de oxidação. O aumento dos níveis Como fazer? de oxigénio na atmosfera aumentam a temperatura das chamas, 1- Cortar longitudinalmente 3 das garrafas a cerca de ¾ da altura. contribuindo para uma maior produção, volatilização e difusão 2- Cortar as restantes garrafas de modo a ficar apenas com a dos VOC, numa espiral de fogo que se autoalimenta. parte inferior (com cerca de 12 cm), ou seja, 3 copos. 3- Fazer dois furos na parte superior de cada copo. 4- Prender um fio em cada copo, usando para tal os furos já Triângulo do fogo efetuados. 5- Colocar as garrafas na horizontal e pendurar os copos em cada um dos respetivos gargalos (sem rolha). 6- Colocar terra nas garrafas até meia altura (sem tapar o gargalo). 7- Numa das garrafas colocar cascas e pauzinhos por cima da terra. 8- Noutra garrafa semear a relva. 9- Colocar as garrafas no exterior ou junto a uma janela. 10- Aguardar 2 semanas. 11- Regar cada um dos solos e observar a água que se acumula no copo.
Durante as 7 sessões que constituem o programa, envolvem-se diversos materiais do Espaço (meteoritos, pedras da Lua e de Marte), fatos de astronauta, veículos robôs, réplicas de veículos espaciais (Vai-vém espacial, foguetões, rovers), helicópteros, aviões e até comida de astronauta, que será degustada pelos “mini-astronautas”. A decorrer na Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro, esta atividade destina-se aos mais novos, com idades compreendidas entre os 7 e os 12 anos. O bilhete de entrada é de 5€ por sessão (entrada gratuita para os adultos acompanhantes), mediante inscrição prévia para o 234 427 053 ou fabrica.cienciaviva@ua.pt.
Programa: A conquista do ar | 27 outubro’13 | 11h00 A conquista do espaço | 24 novembro’13 | 11h00 A vida no espaço | 26 janeiro’14 | 11h00 A conquista da Lua | 23 fevereiro’14 | 11h00 Os planetas | 30 março’14 | 11h00 Pedras que caem do céu | 27 abril’14 | 11h00 Quando éramos peixes | 25 maio’14 | 11h00
Ciência na Agenda 15 > 31 out – A Fábrica vai… aos municípios da CIRA, apresentar o espetáculo Física Viva, aos alunos do 1º CEB. 17 out - A Fábrica vai... a Dornelas do Zêzere, com o a atividade Ciências do Espaço, no âmbito do projeto Cientistas na Serra. 18 e 19 de out - A Fábrica vai... ao Encontr@rte | 2013, a decorrer no edifício da Antiga Capitania, em Aveiro. 18 out (18h00 > 23h00) – A Fábrica vai… à Noite do Professor, no Pavilhão do Conhecimento, em Lisboa, apresentar a programação do Serviço Educativo 2013-14.
O que acontece? A erosão dos solos é o seu desgaste e transporte, em geral feito pela água da chuva, pelo vento ou pela ação do gelo. Devido a este fenómeno o solo perde nutrientes e sais minerais, o que resulta na perda de fertilidade e, em casos extremos, à desertificação.
19 out (15h00) – Workshop Hológrafo por um dia. 26 out (16h00) – Espetáculo Química por Tabela 2.0.
Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro 2013