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Mais vale saber… Monóxido de carbono em espaços interiores
QUALIDADE DO AR NO INTERIOR DAS ESCOLAS
Experimentandum
Claro como água!
Higrómetro de cabelo O que precisas? - Fio de cabelo - Lápis - Elástico - Palhinha - Prego - Martelo - Fita-cola - Cartolina
Montagem a partir do retrato de Alexander Fleming (fonte: http://www.gstatic.com/)
Como fazer? 1. Fixar, com fita-cola, uma ponta do fio de cabelo a uma das extremidades do lápis. 2. Colocar um prego na outra extremidade do lápis. 3. Prender a outra ponta do fio de cabelo a um elástico, que por sua vez deverá ser encaixado no prego. 4. Dobrar a palhinha de modo a formar um ângulo reto e colocá-la entre o elástico e o lápis. 5. Desenhar alguns traços na cartolina, de modo a simular uma escala. 6. Fixar a cartolina numa parede e aproximar o higrómetro.
As preocupações associadas aos efeitos da qualidade do ar na saúde pública têm geralmente em conta a poluição atmosférica no exterior dos edifícios. No entanto, nas áreas urbanas, passamos aproximadamente 90% do nosso tempo em espaços interiores. As crianças são consideradas um grupo particularmente vulnerável aos efeitos da poluição do ar. Depois da habitação, a escola é o ambiente interior onde elas passam mais tempo. Apesar da elevada incidência de asma e rinite na população infantil, a avaliação da qualidade do ar nas escolas não é uma prática rotineira. Uma equipa de investigadores do Departamento de Ambiente da Universidade de Aveiro, em colaboração com elementos do Campus Tecnológico e Nuclear, do Instituto Superior Técnico, monitorizou a qualidade do ar das salas de aula de várias escolas do 1º ciclo localizadas em Lisboa e em Aveiro. Os resultados do estudo revelaram que alguns poluentes atmosféricos nocivos se encontram em concentrações mais elevadas no interior das salas do que no ar livre, ultrapassando, em muito, os valores estipulados
na legislação. Ambientes com reduzidas taxas de renovação do ar apresentam frequentemente elevados níveis de dióxido de carbono, partículas e microrganismos. Também a humidade dos edifícios, favorecida por ventilações deficientes, poderá potenciar a presença de bactérias, fungos e outros alergénios, relacionados com a prevalência de sintomas respiratórios. Dos produtos de limpeza, colas, materiais de construção e mobiliário novo libertam-se compostos orgânicos voláteis, prejudiciais à saúde. Em muitas salas de aula, almofadas espalhadas pelo chão, placards de afixação sobrelotados com trabalhos escolares, material didático empilhado em estantes e pelos cantos, etc., são fonte de acumulação de poeiras e ácaros, sendo, pois, fontes de poluição. Dado que vários estudos internacionais têm comprovado a existência de relações de causa-efeito entre a má qualidade do ar nas salas de aula e o absentismo, a diminuição do desempenho escolar e as infeções respiratórias, é urgente a adoção de medidas. O arejamento frequente, através da abertura de portas e janelas,
é fundamental. A utilização de placards envidraçados e de armários fechados facilita a limpeza e evita a acumulação de pó. O uso de vassouras, espanadores ou outros utensílios de limpeza do pó a seco, generalizado em muitas escolas, não é recomendável. Deve optar-se por meios húmidos, utilizando detergentes apropriados às superfícies a tratar e em concentrações ajustadas, limpando com movimentos suaves, de forma a minimizar o levantamento de partículas. O uso de um pano humedecido, em vez do apagador, contribuirá para evitar o contacto cutâneo e a inalação de pó de giz. O controlo da humidade, com recurso a desumidificadores quando necessário, e a seleção criteriosa dos materiais, mobiliário e produtos de limpezas, privilegiando os de “rótulo ecológico”, são outras medidas para melhorar a qualidade do ar no interior das salas de aula. Célia Alves CESAM, Departamento de Ambiente da Universidade de Aveiro
O monóxido de carbono (CO) é, à temperatura ambiente, um gás incolor (sem cor), inodoro (sem cheiro) e muito perigoso para a saúde. É produzido pela queima em condições de pouco oxigénio, ou seja, em combustões incompletas, reconhecidas, por exemplo, pela cor amarela da chama. Alguns fatores estão na origem de uma acumulação excessiva de monóxido de carbono em espaços interiores, nomeadamente: - Interferência do funcionamento do exaustor da cozinha na correta libertação para o exterior dos gases do esquentador, caldeira ou lareira; - Aparelhos de aquecimento ou produção de águas quentes incorretamente montados ou em deficiente estado de conservação; - Insuficiente renovação do ar no espaço interior e ausência de ventilação adequada; - Condutas de exaustão ou chaminés obstruídas ou mal dimensionadas que não permitem a correta exaustão dos gases. Quando respiramos entra oxigénio para os nossos pulmões, que aí é captado pela hemoglobina do sangue e transportado a todas as células. O grande problema da presença de grandes quantidades de monóxido de carbono no ar é que este liga-se à hemoglobina do sangue e forma com esta um composto mais estável do que o oxigénio. Leva, por isso, a sintomas tais como: dores de cabeça, tonturas, náuseas, problemas de visão, diminuição da capacidade de aprendizagem e de trabalho, e para concentrações mais elevadas, perdas de consciência e morte.
O que acontece? Alguns materiais com capacidade de absorver a humidade atmosférica, tal como os cabelos humanos, servem como elemento básico para a construção de higrómetros. O comprimento do cabelo varia em função da humidade do ar, fazendo assim com que o elástico mova a palhinha. Quando a humidade do ar aumenta, as moléculas de água ligam-se à estrutura molecular do cabelo, provocando a sua expansão.
No dia 24 de novembro, Dia Nacional da Cultura Científica, a Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro apresenta a sua mais recente produção de teatro para comunicar ciência, “Claro como água!”. É uma peça de teatro dirigida ao público em geral, maiores de 10 anos, tendo como pano de fundo o “Ano Internacional da Cooperação pela Água ” (2013). O enredo é simples: no meio de um conflito de gerações, assunto familiar a todos os públicos, o discurso deixa-se perpassar pelo grande tema da Água - recurso natural único (escasso e indispensável), com propriedades físicas e químicas que vão fluindo no palco. Num registo que se pretende cativante, a peça aborda a Água de diversos pontos de vista do conhecimento, incluindo a realização, em palco, de experiências simples. “Claro como água!” estará em cena no próximo domingo às 16h, na Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro. Reservas 234 427 053 ou fabrica.cienciaviva@ua.pt
Ciência na Agenda
Cartão
24 nov (11h00) – Pai, vou ao espaço e já volto! – A conquista do espaço, na Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro. 24 nov (16h00) – Peça de teatro Claro como Água, na Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro. 27 nov (11h30) – Programa Era uma vez… Ciência assim, com a história “Com a Banda às Costas”, na Rádio Terra Nova. 3 dez (11h00) – A Fábrica vai… à pediatria do Hospital Infante D. Pedro, com a atividade Faz o teu creme de mãos.
Tira de borracha
4 dez (11h30) – Programa Era uma vez… Ciência assim, com o conto “História de um lançamento”, na Rádio Terra Nova. 12 dez (21h00) - Café de ciência "Quintas da Ria" – “A Água e a Dinâmica na Ria de Aveiro”, na Fábrica Centro Ciência Viva
Palhinha
de Aveiro.
Lápis
Cabelo
19 dez (11h00) – A Fábrica vai… à Pampilhosa da Serra, com a atividade O meu bolo de chocolate está cheio de moléculas, no âmbito do projeto “Cientistas na Serra”.
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Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro 2013