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Biodiversus Rena
Há aproximadamente dois mil milhões de crianças (e adolescentes) menores de 18 anos na Terra, de acordo com as últimas estimativas da população mundial do United States Census Bureau. Contudo, como o Pai Natal não visita crianças muçulmanas, hindus, budistas, judias e de outros credos que não têm a tradição do Natal, vamos admitir que apenas 20% daquele número, cerca de 400 milhões de crianças, recebem a sua visita na véspera de Natal. Considerando uma média de 3,5 crianças em cada casa e que em cada família há, pelo menos, uma menina (ou menino) bem comportado, ficam mais de 100 milhões de casas para o Pai Natal visitar na noite da consoada.
A carga transportada pelo trenó é também um assunto no mínimo intrigante. Supondo que cada criança bem comportada recebe 1 presente de 1 kg, o trenó teria de suportar uma carga superior a 100.000 toneladas, sem contar com o peso do Pai Natal e das renas. Ora, em média, uma rena consegue puxar cerca de 150 kg. Mesmo admitindo que as famosas “renas voadoras” conseguem carregar 10 vezes mais, o Pai Natal não conseguiria transportar a sua carga com somente 8 ou 9 renas, precisaria de cerca de 67.000, o que faria aumentar o peso (massa) em 20.000 toneladas. O trenó seria, assim, bem mais pesado do que o porta-aviões USS Enterprise (cerca de 93.000 toneladas).
Partindo do princípio que a viagem é feita no sentido este-oeste, para tirar partido do movimento de rotação da Terra, “ganhando” assim 24 horas, o Pai Natal terá cerca de 31 horas para efetuar a sua visita noturna. Um cálculo simples conduz-nos ao resultado espantoso de cerca de 900 visitas por segundo. Por outras palavras, o Pai Natal terá cerca de 1 milésimo de segundo para estacionar o trenó, descer pela chaminé, encher as meias com os presentes, comer alguns acepipes, subir pela chaminé, saltar para o trenó e partir em direção à próxima casa. Considerando de forma grosseira (e falsa) que todas as 100 milhões de paragens estão uniformemente distribuídas na superfície terrestre (138 milhões de km2), a distância média entre casas é cerca de 1,4 km, o que dá uma viagem total de 140 milhões de quilómetros. Isto quer dizer que o trenó do Pai Natal move-se a 1250 km por segundo (não levando em linha de conta o tempo gasto nas paragens) mais de 3.000 vezes a velocidade do som no ar. Como termo de comparação as sondas espaciais Hélios 1 e 2 (os veículos mais rápidos que o Homem construiu até hoje), moviam-se a uma velocidade máxima de 70 km por segundo e uma rena “vulgar” consegue, no máximo, correr a 24 km/h.
Fica, assim, claro que o espírito do Natal – disponibilidade para partilhar – (corporizado hoje pelo Pai Natal como há quatro ou cinco décadas o era pelo Menino Jesus e descrito de forma sublime por Dickens em A Christmas Carol) não é convenientemente descrito pela ciência. Um feliz Natal para todos, são os meus desejos (e estou certo de que também do Pai Natal, esteja ele onde estiver)!
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Avelã
Nome vulgar: Rena Nome científico: Rangifer tarandus
"Querido (e pobre) Pai Natal" (...) o Pai Natal terá cerca de 1 milésimo de segundo para estacionar o trenó, descer pela chaminé, encher as meias com os presentes, comer alguns acepipes, subir pela chaminé, saltar para o trenó e partir em direção à próxima casa.
ABC dos alimentos
PS: Todos os anos, no verão, crescem os chifres tanto às renas macho como às renas fêmeas (as renas são a única espécie da família dos Cervídeos cujas fêmeas têm chifres). Os machos perdem os chifres geralmente em finais de novembro ou meados de dezembro, enquanto as fêmeas mantêm os seus chifres até à primavera. Deste modo, chegamos a uma conclusão curiosa: todas as renas que puxam o trenó na noite de Natal (incluído Rodolfo) são fêmeas, porque todas elas têm chifres. Luís Carlos Departamento de Física da Universidade de Aveiro (texto adaptado de “Europhysics News”, 32, 4, 2001)
Este cervídeo de grande porte (chega a atingir os 300 Kg) pode ser encontrado em regiões de tundra e floresta, com climas mais frios, como na Gronelândia e norte Europa, Ásia e América do Norte. É uma espécie migratória e gregária, sendo capaz de percorrer mais de 2000 Km no mesmo ano. Como principais características distintivas destes herbívoros podem referir-se: a coloração do pelo, que varia consoante o habitat, entre o branco, castanho-escuro e claro e o cinzento; o facto de ambos os sexos possuírem hastes, sendo estas no macho maiores e mais complexas; os grandes cascos nas patas, côncavos, apropriados para que o animal não se enterre na neve, ajudando na escavação em busca de alimento e também para nadar; alimentam-se de líquenes, muito importantes na sua dieta, ervas rasteiras, folhas de arbustos maiores e fungos, que conseguem encontrar mesmo debaixo da neve, graças ao seu apurado olfato. A reprodução ocorre entre outubro e novembro, e em maio do ano seguinte nasce uma única cria, com 3 a 12 Kg, que logo começa a mamar e uma hora depois já corre ao lado da progenitora. Durante as primeiras semanas a pequena rena é bastante vulnerável ao ataque de predadores como o urso ou o lobo.
CAFÉ, LIVROS E CIÊNCIA na Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro Hoje, pelas 18h00, acontecerá mais uma sessão de Café, Livros e Ciência, na Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro, onde serão apresentadas 2 x 52 ideias para o professor de matemática, por alguns dos seus autores: Isabel Cabrita, Artur Coelho, Isabel Vizinho, Jorge Gaspar, José Pinheiro, Margarida Reis, Ondina Sousa, Paulo Amaral. Pensadas por professores e investigadores, estas obras encaram o desafio constante do ensino e da aprendizagem da matemática no 1º e 2º ciclo, resistindo, sustentavelmente, às novas orientações para a Matemática. São ideias práticas e de simples implementação, mesmo por pais e encarregados de educação, reunidas em dois livros e respetivos CD-ROM’s, que podem proporcionar experiências de aprendizagens significantes. Está lançado o convite para conversar e tomar um café connosco!
A avelã é o fruto da aveleira (Coryllus avellana), uma árvore da família das Betuláceas. O fruto da aveleira é pequeno, arredondado, com um ápice na extremidade. Tem um pericarpo lenhoso, duro e delgado, cor de canela. No seu interior está a semente, parte comestível, uma amêndoa redonda e amarelada, envolvida por uma fina capa acastanhada que se desprende facilmente. Apresenta um sabor doce e oleaginoso. A avelã é um fruto seco popularmente conhecido e apreciado em todo o mundo. Consome-se crua ou torrada, podendo ser utilizada como ingrediente na elaboração de diversos produtos, como por exemplo de chocolates, leites, licores, manteigas, biscoitos e torrões. O seu alto teor de gorduras (aproximadamente 60%) permite que ela seja utilizada na indústria alimentar como substância oleaginosa. A avelã seca é um alimento muito rico do ponto de vista nutricional. Apresenta um elevado teor em gorduras não saturadas, proteínas, hidratos de carbono, vitamina E, ácido fólico, ácido pantoténico e biotina. O seu extrato aquoso apresenta propriedades antioxidantes e o seu consumo fornece cerca de 650 kcal por 100 g de fruto. Para uma boa conservação, as avelãs devem ser armazenadas em atmosferas com baixo teor de oxigénio, para evitar que fiquem rançosas.
Ciência na Agenda 19 dez (18h00) – Café, Livros e Ciência – “52 ideias para o professor de matemática”, na Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro. 20 dez (10h00) – A Fábrica vai… à Pampilhosa da Serra, com a atividade O meu bolo de chocolate está cheio de moléculas, no âmbito do projeto “Cientistas na Serra”. 22 dez (10h00) - Programa Era uma vez… Ciência assim, com a história “O Presente do Jardineiro”, na Rádio Terra Nova. 1 jan (11h30) - Programa Era uma vez… Ciência assim, com a história “O Palhaço Ginasta”, na Rádio Terra Nova. 7 jan (11h00) - A Fábrica vai... à Pediatria do Hospital Infante D. Pedro, com a atividade História com ciência. 9 jan (21h00) - Café de ciência "Quintas da Ria" – “Vida na Ria de Aveiro - biodiversidade”, na Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro.
Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro 2013