O fogo de artifício não é mais do que uma dança sincronizada de elementos químicos que recriam no céu as cores do arco-íris. Quase todos já assistimos e ficámos fascinados por este espetáculo de reações químicas que teve a sua origem quando a química ainda não existia como ciência. Há registos da utilização de misturas incendiárias em celebrações religiosas na Ásia por volta de 2000 a.C. No entanto, a pólvora – principal componente do fogo de artifício – foi descoberta apenas no século IX, quando um alquimista chinês aqueceu acidentalmente uma mistura de salitre, enxofre e carvão. Os primeiros mestres pirotécnicos eram, na verdade, alquimistas que mantinham em segredo as suas receitas geradoras de fogos coloridos. O componente fundamental do fogo de artifício é a “concha”, normalmente um tubo de papel cheio com pólvora negra e pequenos globos de material explosivo chamados “estrelas”. Cada “estrela” contém quatro ingredientes químicos: um material combustível, um agente oxidante, um composto metálico responsável pela cor e um aglutinante para manter estes componentes unidos. Toda a luz, cor e som resultam destes compostos químicos. É a expansão brusca destes materiais gasosos que cria a onda de choque que nos chega aos ouvidos como o som da explosão. E é o calor libertado nesta reação o responsável pelo brilho e cor do fogo de artifício, através de dois fenómenos: a incandescência e a luminescência. A incandescência é a emissão de luz por aquecimento – e todos conhecemos a cor vermelha-alaranjada emitida pelas brasas de
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carvão ou pelo ferro... em brasa. Metais como alumínio ou o magnésio, quando aquecidos a elevadas temperaturas, emitem uma luz branca muito brilhante. Estes elementos são muitas vezes adicionados à pólvora da “concha” para aumentar o brilho da explosão. Por seu lado, as cores do fogo de artifício resultam essencialmente do processo designado por luminescência: o calor libertado na explosão é absorvido pelos átomos dos metais presentes na composição da “estrela”. Quando absorvem energia, os átomos dos metais ficam com os seus eletrões – digamos – “desarrumados”, fora das suas posições próprias. Quando voltam a arrumar os seus eletrões nas posições mais estáveis, os átomos libertam a energia em excesso, mas agora sob a forma de radiação visível, ou seja, luz colorida. A cor da luz emitida varia consoante o metal utilizado: o vermelho é normalmente obtido com sais de estrôncio ou de lítio; o cor de laranja é característico de sais de cálcio, como o cloreto de cálcio; o amarelo é facilmente obtido com sais de sódio, sendo vulgarmente utilizado o cloreto de sódio – o sal das cozinhas; o verde é obtido com cloreto de bário... enquanto o azul é obtido com cloreto de cobre. As propriedades destes sais tornam a pirotecnia uma ciência química exigente: é preciso garantir a estabilidade de alguns destes compostos, controlar rigorosamente a temperatura de explosão e impedir a contaminação que mistura as cores. E só assim é possível garantir a beleza da química a iluminar o céu em noites de festa. Paulo Ribeiro Claro CICECO e Departamento de Química Universidade de Aveiro (Adaptado de “A Química das Coisas”, Universidade de Aveiro, 2012)
A resposta simples é que a rolha é empurrada para fora pela pressão do gás no interior da garrafa. O champanhe é produzido como qualquer vinho comum, por fermentação do sumo de uvas, um processo que converte gradualmente os açúcares presentes no sumo em álcool e dióxido de carbono. Um vinho normal é engarrafado no fim do processo de fermentação, mas no caso do champanhe a parte final da fermentação ocorre já dentro da garrafa. Deste modo, o dióxido de carbono que se forma fica aprisionado na própria garrafa originando um aumento de pressão. A solubilidade de um gás em água (ou no vinho, que é uma solução aquosa), aumenta com o aumento da pressão. Assim, numa garrafa fechada, como a pressão é elevada, há muito dióxido de carbono dissolvido. Ao aliviar ligeiramente a pressão da rolha, a solução torna-se sobressaturada e o excesso de dióxido de carbono dissolvido começa a formar bolhas gasosas dentro do líquido. A formação destas bolhas gasosas ocorre de preferência junto às imperfeições da parede do vidro ou junto a pequenas partículas sólidas no vinho, mas pode ser potenciada por uma onda de choque (por exemplo, uma pancada na garrafa) ou por agitação da garrafa. A libertação súbita de gás é suficiente para fazer a rolha saltar... e até para projetar um jorro de champanhe borbulhante!
Boro, o grande esquecido
O boro é um elemento essencial ao corpo humano apesar de frequentemente esquecido, pois existe numa pequeníssima percentagem (cerca de 0,00002%). A sua importância é evidenciada na melhoria da habilidade natural do corpo humano. Saliente-se o seu papel ao minimizar riscos de osteoporose e artrite, pois facilita o metabolismo de minerais que estão envolvidos no desenvolvimento ósseo (cálcio, magnésio e cobre). Assim, torna-se relevante durante a gravidez e em casos de osteoporose. Diversos estudos revelaram que a sua presença aumenta a concentração de algumas hormonas: testosterona nos homens e estrogénios nas mulheres. Por isso, sugerem a sua toma suplementar nos casos de osteoporose, artrite, doenças cardíacas e menopausa. A deficiência de boro no organismo, apesar de não estar totalmente compreendida, sabe-se que pode causar o metabolismo anormal de cálcio e magnésio e acentuar a deficiência em vitamina D. Alguns dos outros sintomas incluem desequilíbrios hormonais, osteoporose ou artrite. Quando consumido através de alimentos, o boro é considerado não-tóxico, encontrando-se em frutos frescos (maçã, uva, pera, ameixa,…), frutos secos (passas, nozes,…) e noutros vegetais como por exemplo soja, cebola, feijão vermelho ou batata.
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(Texto de Paulo Ribeiro Claro – CICECO e Departamento de Química da Universidade de Aveiro)
fonte: http://ekladata.com/
Durante a explosão, o agente oxidante e o combustível reagem de forma violenta, libertando calor intenso e materiais em fase gasosa.
Quem não fica deslumbrado com a explosão de cores e formas que ilumina o céu durante um espetáculo de fogo de artifício na noite de fim de ano?
Uvas-passas
Porque salta a rolha da garrafa de champanhe?
A passagem de ano e a dança do fogo de artifício
Tabela Periódica no Corpo Humano
fonte: http://www.organomix.com.br/
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ABC dos alimentos
Mais vale saber…
A passa, ou uva-passa, é o nome dado a um tipo de uva especial, de tamanho menor, que sofreu um processo de desidratação. As passas são consumidas como aperitivos ou como ingredientes em receitas salgadas ou doces, sendo as variedades mais conhecidas os corintos, as sultanas e as passas de Málaga. No processamento da passa, a uva sofre um processo desidratação para redução do teor de água até um determinado nível, no qual as concentrações de açúcares, ácidos, sais e outros componentes sejam suficientemente altas para impedir o crescimento e a reprodução de microrganismos. As passas contêm fibras e hidratos de carbono insolúveis (que previnem o envelhecimento e doenças crónicas degenerativas), compostos fenólicos (com ação antioxidante), vitaminas do complexo B, vitamina E, vitamina K, fósforo, potássio, cálcio e ferro. Como resultado do processo de desidratação, estes compostos presentes na uva ficam mais concentrados na uva-passa. As passas possuem ainda uma elevada concentração em boro, um mineral importante para os ossos e ligamentos, com um papel fundamental na prevenção e na diminuição da perda óssea na menopausa. Estudos mostram que o boro presente em dietas ricas em frutas e vegetais reduz a perda de cálcio. O boro é ainda indicado ao tratamento dos sintomas da artrite.
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Boro 10.811
Ciência na Agenda 1 jan (11h30) - Programa Era uma vez… Ciência assim, com a história “O Palhaço Ginasta”, na Rádio Terra Nova. 7 jan (11h00) - A Fábrica vai... à Pediatria do Hospital Infante D. Pedro, com a atividade História com ciência. 9 jan (21h00) - Café de ciência "Quintas da Ria" – “Vida na Ria de Aveiro – biodiversidade”, na Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro. 11 jan (16h00) – Show de ciência Física Viva, na Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro. 15 jan (18h00) – Havíamos de falar disso… da morte, com o médico legista José Pinto da Costa, e com o músico Fernando Ribeiro. No Teatro Aveirense.
Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro 2013