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Mais vale saber...
Técnicas de prevenção e mitigação da erosão costeira
A barreira arenosa, sem a qual a laguna de Aveiro não existiria, tem sofrido alterações morfológicas assinaláveis (...)
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tem vindo a sofrer um contínuo recuo da linha de costa, embora com diferente tendência na taxa anual entre épocas (gráfico 1): redução entre a Barra e a Vagueira e aumento entre o Areão e a Praia de Mira; o recuo traduz-se numa redução média da largura de 125 m e de cerca de 270 ha na área total. A norte dos molhes, o setor costeiro mostra um comportamento distinto; entre S. Jacinto e Torreira, a largura tem aumentado devido à acumulação de sedimentos (acreção) enquanto, a norte da Torreira e até Maceda a linha de costa tem recuado, em termos médios, cerca de 4 m/ano.
Gráfico 1. Taxas de recuo da linha de costa (m/ano) entre o Furadouro e a Praia de Mira.
Neste contexto, a proteção da propriedade não pode ser apenas considerada para a primeira ou segunda linhas de edifícios, porque a zona costeira, devido à persistente atuação dos processos naturais, continuará a “mover-se para terra”. Cristina Bernardes Departamento de Geociências & Centro de Estudos do Ambiente e Mar Universidade de Aveiro
Efeitos da erosão
O que precisas? - 1 tabuleiro com 50 x 50 cm - terra - 1 pá pequena - 1 pacote de leite vazio - tesoura - água Como fazer? 1- Colocar um monte de terra, com cerca de 30 cm de altura, no tabuleiro. 2- Com a pá, bater na terra, de forma a compactá-la, deixando um lado mais inclinado do que o outro. 3 – No cimo do monte de terra, fazer um patamar com cerca de 10 cm de diâmetro. 4- Fazer 2 furos nas laterais do pacote de leite, com o auxílio da tesoura. 5- Colocar o pacote de leite sobre o patamar, de modo a que um dos furos fique no lado mais inclinado e outro furo no lado menos inclinado. 6- Coloque água no pacote de leite e observe o que acontece nas encostas quando a água escorrer sobre a terra. 7 – Refaça o monte de terra, compacte-a e construa socalcos. 8 – Repita o passo 6. 9 – Através das observações conclua onde a erosão foi mais rápida.
A erosão costeira na zona de Aveiro A zona de Aveiro está inserida num setor costeiro de elevada energia, devida à ondulação e às correntes, com invernos marítimos particularmente rigorosos em que os temporais, isolados ou em grupo, são muito persistentes. Este aspeto, associado à baixa altitude e grande uniformidade topográfica que carateriza a zona, confere a todo o setor uma alta vulnerabilidade, devido à exposição e fragilidade do ecossistema; a vulnerabilidade reflete-se, assim, no elevado grau de possíveis danos ou de perda de elementos naturais e dos decorrentes da atividade humana, em resultado da ocorrência de processos de uma determinada intensidade, como é o caso dos temporais. A barreira arenosa, sem a qual a laguna de Aveiro não existiria, tem sofrido alterações morfológicas assinaláveis, devidas aos processos naturais e ao desenvolvimento económico e social, obrigando à adoção de medidas de proteção que constituem uma componente integrante da evolução da paisagem. Assim, várias estruturas para proteger frentes urbanas (enrocamentos) e prevenir a erosão local (esporões) foram construídas; a estas associam-se outras, como a edificação de diques arenosos que substituem o cordão dunar. Todas as intervenções têm como objetivo minimizar o recuo da linha de costa, o estreitamento da barreira e o rebaixamento topográfico que, em conjunto, facilitam os galgamentos oceânicos e a formação de novos canais, como os ocorridos, por exemplo, em 2001 e 2011. As áreas construídas e as mais afetadas pela erosão têm sido alvo de repetidas operações que proporcionaram alguma regeneração e uma aparente estabilidade do sistema praia-duna; no entanto, a integridade física tanto das zonas naturais como das edificadas poderá estar em causa, tendo em conta a tendência geral que afeta todo o sistema. Nos últimos 55 anos a barreira, a sul dos molhes de entrada à laguna,
Experimentandum
MATEMÁTICA EM FLASH CONCURSO DE FOTOGRAFIA CIENTÍFICA GLICÍNIAS PLAZA
Prazo entrega fotografias: 31 março 2014 Público-alvo: a partir de 6 anos Mais informações: http://www.ua.pt/fabrica/
Ciência na Agenda 2 fev (10h00) - Programa Era uma vez… Ciência assim, com a história “M de Mãe, Mana ou Morcego?!”, na Rádio Terra Nova. 2 fev (11h00) – Domingo de manhã na barriga do caracol – “M de Mãe, Mana ou Morcego?!”, na Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro. 6 fev (21h00) - Café de ciência Quintas da Ria – “A vida na Ria de Aveiro – atividades económicas”, na Fábrica Centro Ciência Viva
A erosão costeira resulta de um conjunto de processos complexos que têm lugar na orla costeira e cuja dinâmica envolve escalas temporais muito distintas entre si. A mitigação e a prevenção do processo de erosão costeira devem começar a montante, na preservação dos espaços naturais e acomodação de atividades ligadas ao mar. Estas medidas passam por manter em estado próximo do natural a maior parte das zonas húmidas, estuarinas e lagunares e impedir a ocupação com edifícios nas áreas delimitadas de proteção. Deve controlar-se a construção de estradas marginais e a intensidade de tráfego, procurando que os acessos se façam perpendicularmente à linha de costa. Os estacionamentos de apoio devem localizar-se atrás das zonas de praias e de dunas. As movimentações de terras também devem ser monitorizadas, nomeadamente de areias, devendo ser eliminadas as extrações em praias e em dunas. Sempre que possível deve facilitar-se a transposição de areias nas barras portuárias para sotavento das correntes de deriva sedimentar, sobretudo quando se verifica saturação artificial a barlavento. Quando não for essencial para a proteção das comunidades, deve abdicar-se do reforço das defesas costeiras, optando por desviar vias e transferir construções em zonas de risco.
de Aveiro. 9 fev (11h00) – Domingo de manhã na barriga do caracol – “M de Mãe, Mana… ou Morcego?!”, na Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro. 11 fev (11h00) - A Fábrica vai... à Pediatria do Hospital Infante D. Pedro, com a oficina Bola saltitona. 13 fev (18h00) - Mesa redonda sobre Erosão Costeira, na Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro.
Mesa redonda Erosão costeira
No próximo dia 13 de fevereiro, pelas 18h, na Fábrica Centro Ciência Viva, terá lugar uma mesa redonda sobre erosão costeira. O que é? Em que circunstâncias acontece? Como evitar? São algumas das questões que serão abordadas pelos nossos convidados, investigadores da Universidade de Aveiro. Contaremos com a presença de Cristina Bernardes e Paulo Baganha Batista do Departamento de Geociências, Carlos Coelho do Departamento de Engenharia Civil e Paulo Silva do Departamento de Física.
19 fev (18h00) - Havíamos de falar disso... de sexo, com Sofia Aboim e Richard Zimler, no Teatro Aveirense. 21 fev (10h00) - A Fábrica vai... à Pampilhosa da Serra, com o workshop Astronomia e Ciências do Espaço, no âmbito do projeto Cientistas na Serra. 22 fev (16h00) – Show de ciência Química por Tabela 2.0, na Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro. 23 fev (11h00) - Pai, vou ao espaço e já volto! – “A conquista da Lua”, com o astrónomo José Matos, na Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro.
Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro 2013