Laboração contínua

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No passado dia 4 de fevereiro, celebrou-se o Dia Mundial da Luta Contra o Cancro cujo objetivo é reduzir o estigma e dissipar os mitos sobre o cancro, sob o slogan: “Derrube os mitos”. A propósito deste dia, damos hoje ênfase a um estudo desenvolvido na Universidade de Aveiro.

O uso de nanopartículas em terapias contra o cancro é uma área de investigação muito promissora, uma vez que a introdução de nano-sistemas através das membranas celulares, sem produzir citotoxicidade, é viável.

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BI dos Objetos

De uma forma geral, as doenças oncológicas são caracterizadas pela existência de células anormais, crescendo de uma forma descontrolada, com a capacidade de invadir os tecidos vizinhos e de se distribuírem, por vezes, por locais distantes da localização inicial, originando as metástases à distância. O nosso corpo é constituído por inúmeros tipos de células. Quando as células ficam “velhas ou defeituosas” são substituídas por células novas à medida que são necessárias para manter o corpo saudável. Mas, por vezes, este processo corre mal: o material genético da célula (o ADN) fica lesado ou alterado, com mutações que afetam o crescimento, a divisão e a morte celular. Assim, por um lado, existem células que crescem e se dividem de uma forma descontrolada e, por outro, existem células que deveriam morrer e não o fazem. As células doentes não morrem quando deviam e continuam a formar-se quando o corpo já não precisa delas, acumulando-se em massas que não funcionam. Esta massa de células doentes é designada de tumor. O diagnóstico precoce do cancro é muito importante e, aliado aos tratamentos cada vez mais eficazes, proporciona maiores taxas de cura.

Nome: Ecrã tátil Data de nascimento: 1965-1967 Inventor: E. A. Johnson Nacionalidade: Reino Unido

O que é o cancro e como tem origem?

O futuro das terapias contra o cancro De acordo com as estatísticas, foram diagnosticados 12,7 milhões de novos casos de cancro em 2008, e prevê-se que o número de mortes por cancro continue a aumentar para mais de 11 milhões em 2030. Estes dados tornam evidente a necessidade de investigar novas terapias mais eficientes no tratamento de tumores, cujos efeitos secundários não sejam piores do que a própria doença. A comunidade científica tem-se esforçado para procurar soluções, mediante aproximações interdisciplinares com o objetivo de dar um passo em frente, quer nas terapias modernas quer nas convencionais (que, ainda hoje, não satisfazem as necessidades da população). Os recentes e estimulantes avanços na preparação de materiais à nanoescala (1 nanómetro = 0,000001 milímetros) têm lançado novos desafios na conceção de materiais inteligentes, capazes de atender às necessidades clínicas de prevenção e tratamento de doenças infeciosas e agressivas. À escala manométrica, as propriedades físicas, químicas e biológicas dos materiais são bastante diferentes e permitem uma interação a nível celular e molecular muito específica. É assim que nasce a Nanomedicina, definida como a aplicação da nanotecnologia à área médica, com o objetivo de ter controlo sobre as estruturas biológicas e de contribuir tanto no diagnóstico, no controlo de doenças, na libertação localizada de fármacos como em terapias de tratamento. O uso de nanopartículas em terapias contra o cancro é uma área de investigação muito promissora, uma vez que a introdução de nano-sistemas através das membranas celulares, sem produzir citotoxicidade, é viável. Este facto permitiu direcionar especificamente as nanopartículas para os tumores, de modo a atuarem como "Cavalos de Troia": possibilitando a destruição das células do tumor, desde o seu interior, e produzindo efeitos colaterais

Mais vale saber...

mínimos em células saudáveis. Estas terapias serão altamente eficazes para o combate de tumores situados em regiões vitais, onde a opção cirúrgica não é viável, aumentando a taxa de sucesso ao reduzir os efeitos secundários nocivos. O caráter tortuoso da vasculatura (conjunto de vasos sanguíneos) associada aos tumores permite uma acumulação preferencial das nanopartículas dentro e à volta do tumor e, desta forma, quando elas são aquecidas mediante um estímulo externo (luz, campos magnéticos, etc.), produzem a hipertermia desta área (aumento da temperatura) queimando assim os tecidos tumorais. A aplicação de nanopartículas à base de grafeno como agentes de hipertermia e a avaliação das suas interações com as células tumorais, de modo a produzir a sua destruição de forma segura e eficiente (evitando danos nas células não tratadas e os riscos de acumulação no corpo), foi o objeto de um estudo levado a cabo entre a Universidade de Aveiro e a Universidad Complutense de Madrid. Estes estudos foram projetados para as nanopartículas terem a capacidade de destruir tumores, através do efeito sinergístico, resultante do estímulo do sistema imunológico e do trabalho com a melhor das armas - o próprio corpo humano. A conjunção de áreas diferentes envolvidas na pesquisa, tais como biologia celular, física e química dos materiais, gerou novas formulações de futuras terapias de modo a satisfazer dois objetivos convergentes: uma terapia anticancro eficiente e sem riscos de toxicidade. Mercedes Vila TEMA e Departamento de Engenharia Mecânica Universidade de Aveiro

Ecrã tátil

Descrição São cada vez mais os aparelhos eletrónicos com ecrãs táteis, ou seja, com ecrãs sensíveis ao toque. A maior parte destes componentes são resistivos ou capacitivos. Os primeiros detetam a posição do toque pois a pressão provoca o contacto entre duas placas condutoras sobrepostas. Já os ecrãs capacitivos, os mais comuns, por serem os mais precisos, contêm condensadores que armazenam energia e são capazes de descarregá-la em frações de segundo. Ao tocar no sensor capacitivo modificam-se as características elétricas deste, que, a partir daí, deteta a posição do dedo na tela. Encontra-se em estudo a utilização do grafeno nestes ecrãs. Com ele será possível ganhar uma característica adicional: a flexibilidade. As telas flexíveis podem ser o ponto de partida para aparelhos como telemóveis e tablets capazes de ser enrolados como uma folha de papel.

Ciência… ao pequeno-almoço!

MATEMÁTICA EM FLASH CONCURSO DE FOTOGRAFIA CIENTÍFICA GLICÍNIAS PLAZA

Prazo entrega fotografias: 31 março 2014 Público-alvo: a partir de 6 anos Mais informações: http://www.ua.pt/fabrica/

Ciência na Agenda 6 fev (21h00) - Café de ciência Quintas da Ria – “A vida na Ria de Aveiro – atividades económicas”, na Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro. 9 fev (11h00) – Domingo de manhã na barriga do caracol – “M de Mãe, Mana… ou Morcego?!”, na Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro. 11 fev (11h00) - A Fábrica vai... à Pediatria do Hospital Infante D. Pedro, com a oficina Bola saltitona. 13 fev (18h00) - Mesa redonda sobre Erosão Costeira, na Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro. 19 fev (18h00) - Havíamos de falar disso... de sexo, com Sofia Aboim e Richard Zimler, no Teatro Aveirense. 21 fev (10h00) - A Fábrica vai... à Pampilhosa da Serra,

Ciência…ao pequeno-almoço! é uma atividade da Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro onde investigadores e crianças dos 6 aos 10 anos se encontram para conversar e partilhar muitas experiências à mesa de um pequeno-almoço com ciência. Esta actividade ocorrerá no Hotel As Américas, num espaço acolhedor, um domingo por mês, de fevereiro a junho de 2014. A primeira sessão está marcada para o dia 16 de fevereiro e o convidado será Pedro Pombo, professor do Departamento de Física da Universidade de Aveiro e diretor da Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro. O desafio está lançado… e as inscrições estão abertas!

com o workshop Astronomia e Ciências do Espaço, no âmbito do projeto Cientistas na Serra. 22 fev (16h00) – Show de ciência Química por Tabela 2.0, na Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro. 23 fev (11h00) - Pai, vou ao espaço e já volto! – “A conquista da Lua”, com o astrónomo José Matos, na Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro.

Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro 2013


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