Laboração contínua

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Moléculas Sensacionais Episódio 3 - Melatonina

“A poluição anda no ar” Entre as obras de melhoria ambiental realizadas destacam-se as melhorias na captação e tratamento de águas e águas residuais

Figura - Concentrações de partículas (PM10) na zona envolvente à Av. 25 de Abril, em Aveiro, obtidas por modelação numérica, para as 13 horas do dia 5 de maio de 2004. Legenda: 1 – Escola Secundária José estevão; 2 – Museu de Aveiro; 3 - Sé de Aveiro; 4 – Estação de monitorização da qualidade do ar. (fonte: Amorim et al.; 2013, Modelling the effects of urban morphology, traffic and pedestrian dynamics on students exposure to air pollution. 33rd NATO/SPS International Technical Meeting on Air Pollution Modelling and its Application)

A região da Ria de Aveiro, era classificada há algumas décadas como uma das zonas mais poluídas do país. Para isso contribuíam o desenvolvimento industrial e agropecuário e do tecido urbano da região envolvente e a falta de regulamentação ambiental, que levaram a que, durante várias décadas do século XX, os esgotos e resíduos sólidos fossem descarregados ou depositados nas linhas de água e solos da região e os efluentes gasosos libertados para a atmosfera sem qualquer ou reduzido controlo. No entanto esta região tem vindo a mostrar progressos notáveis em termos de qualidade ambiental, só possíveis com a adoção de legislação ambiental cada vez mais restritiva, a consciencialização e sensibilização dos vários agentes, a fiscalização e os avultados investimentos em obras públicas, aproveitando os fundos comunitários, e investimentos privados. Entre as obras de melhoria ambiental realizadas destacam-se as melhorias na captação e tratamento de águas e águas residuais, o aumento e beneficiação das redes de distribuição e de saneamento, a construção de um emissário submarino, a descontaminação/confinamento de solos contaminados, ou ainda o estabelecimento de sistemas de recolha, triagem, tratamento, valorização e deposição de resíduos sólidos urbanos e industriais. De salientar ainda, as obras de despoluição, regularização e requalificação dos canais, a valorização do património natural e paisagístico e a promoção económica dos recursos da região da Ria de Aveiro, executadas ao abrigo do POLIS Litoral – Ria de Aveiro. Também ao nível da poluição sonora, um dos aspetos ambientais que mais conflitos e queixas gera, se têm vindo a adotar medidas de mitigação em articulação com os planos diretores municipais e planos de pormenor. No que toca a qualidade do ar, constitui preocupação o aumento da frequência de episódios de poluição, associados principalmente a partículas e ozono, que levam à ultrapassagem dos valores legislados. De acordo com o Relatório de Estado do Ambiente 2013, a região Aveiro/Ílhavo e Zona de Influência de Estarreja foram as que apresentaram maior número de dias de Índice de qualidade do ar médio e fraco. Um estudo realizado na zona de Estarreja aponta como principais fontes de emissão

Rua dos Santos Mártires, 3810-171 Aveiro · tel. 234 427 053 · www.fabrica.cienciaviva.ua.pt · www.facebook.com/fccva · fabrica.cienciaviva@ua.pt

a indústria, o setor doméstico e o tráfego rodoviário. Na cidade de Aveiro, o tráfego rodoviário é a principal fonte de poluição atmosférica. As concentrações de poluentes não são uniformes no espaço urbano, atingindo em algumas zonas da cidade valores muito superiores aos medidos na estação de monitorização da qualidade do ar localizada na Av. 25 de Abril. Os estudos recorrendo a modelos computacionais mostram que na população existem pessoas mais expostas à poluição do ar e que por conseguinte poderão ver a sua saúde mais afetada com problemas respiratórios, cardiovasculares ou doença cancerígena. Importa finalmente considerar a exposição significativa à poluição em situações acidentais ou de risco, tais como os fogos florestais, eventos climáticos extremos ou ainda eventuais acidentes químicos em instalações existentes na região da Ria de Aveiro, que podem resultar na libertação de substâncias altamente tóxicas. A prevenção e a preparação para uma resposta rápida e eficaz são essenciais para evitar danos humanos e materiais consideráveis. Este tem sido um percurso longo e laborioso para o qual muito contribuíram os primeiros estudos e propostas realizadas em 1988 pelo então Gabinete da Ria de Aveiro (GRIA). A gestão da Ria de Aveiro, classificada desde 1999 como zona de proteção especial, tem envolvido diferentes entidades: o Departamento da Ria de Aveiro (Dria), criado em 2001, o Gabinete de Gestão Integrada da Ria de Aveiro (GGIRA) criado em 2005, ou, a partir de 2008, a Administração da Região Hidrográfica do Centro (ARHCentro). No entanto outras entidades assumem papel de relevo, como as autarquias ou a CCDR Centro, ou ainda os vários ministérios com as suas competências ao nível do licenciamento de obras e infraestruturas (por exemplo de transportes) que moldam o espaço, alteram a dinâmica e criam pressões acrescidas na região.

Aviso aos leitores: o episódio de hoje pode dar sono! Vamos falar da melatonina. O sono é uma atividade neurofisiológica complexa, na qual estão envolvidos diversos mediadores químicos, ou seja, substâncias químicas que são importantes para a alternância entre o sono e a vigília - e a melatonina é um dos mais importantes. A melatonina é uma hormona produzida a partir do aminoácido triptofano, numa região bem no interior do cérebro, designada por glândula pineal. Tal como muitas outras moléculas importantes no nosso organismo, desempenha vários papéis. Por exemplo, parece que é uma das moléculas que contribui para retardar o envelhecimento… mas o que nos interessa aqui é o seu papel como mediadora do ciclo dia-noite e reguladora do sono. Em ambiente escuro, os níveis de melatonina aumentam, inibindo o estado de alerta e contribuindo para a instalação do sono. Esta é uma das razões porque nos sentimos sonolentos ao fim do dia. Mas a produção de melatonina é extremamente sensível à luz: é estimulada pela escuridão, mas é inibida logo que a luz chega à retina. E a mais pequena luminosidade já reduz a produção de melatonina - o que explica porque começamos a acordar quando o sol nasce, ou porque há pessoas que só conseguem adormecer em completa escuridão.

Taínha-garrento

Nome vulgar: Taínha-garrento Nome científico: Liza aurata Risso, 1810 Esta é uma espécie de Taínha sazonal, na Ria de Aveiro é muito abundante nos canais que constituem esta laguna. As suas dimensões não costumam ultrapassar os 60 cm de comprimento, podendo ser capturada para fins comerciais quando atinge 20 cm. Distingue-se pelo seu dorso de tonalidade azul-cinza, flancos e abdómen prateados e uma mancha dourada no opérculo. A cabeça é larga e achatada. Demonstra preferência por pequenos organismos bentónicos e detritos, no entanto, também se pode alimentar de insetos e plâncton. Os cardumes podem ser encontrados no oceano Atlântico, desde o sul da Noruega, ao Senegal, incluindo as ilhas dos Açores, Madeira, Suécia e Britânicas, bem como no mar Mediterrâneo e mar Negro. Apesar de passar a maior parte do seu ciclo de vida no mar (reproduz-se aqui, de julho a novembro) tende a fazer incursões em lagunas e estuários de baixa profundidade, tolerando teores de salinidade mais reduzidos e também elevados níveis de poluição.

A primeira sessão, “Protocolo de vaidades”, é já no próximo dia 04 de maio para celebrar o Dia da Mãe. Informações Gerais 04 maio 2014 - Protocolo de Vaidades (Oficina de Química e Biologia) 29 junho 2014 – A Física à nossa Volta (Oficina de Física) 27 julho 2014 – Criar Dunas (Oficina de Geologia) 31 agosto 2014 – Há invertebrados à nossa Volta (Oficina de Biologia) 28 setembro 2014 – Lançar: 3,2,1….Sonda! (Oficina de Astronomia) 26 outubro 2014 – Enigmas Matemáticos (Oficina de Matemática) 30 novembro 2014 – Brinquedos, Ótica e Visão (Oficina de Física) 14 dezembro 2014 – No mundo dos Robôs (Oficina de Robótica) 25 janeiro 2015 – Saber em Gel (Oficina de Química Alimentar e Bioquímica) 22 fevereiro 2015 – A Ciência da Música (Oficina de Física e Música) 22 março 2015 – Pós sob Investigação (Oficina de Química) 26 abril 2015 – A História vai ao Clube (Oficina multidisciplinar e História com Ciência)

horário 11h00 – 12h00 público-alvo a partir dos 6 anos entrada gratuita sem necessidade de marcação local Aveiro Shopping Center Estrada da Tabueira 3800-265 Aveiro Mais informações: 234 427 053 ou fccv@ua.pt

Ciência na Agenda 24 abril (10h00) - Mesa redonda – “Aquacultura em Portugal Constrangimentos e oportunidades”, com Renata Serradeiro, Helena Abreu, Bernardo Balseiro e Miguel Cunha, na Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro. 26 abril (15h00) - Tardes de Matemática – “Fractais do planeta Terra: dos efeitos especiais ao efeito de estufa”, com António Caetano, na Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro. 27 abril (10h00) - Programa Era uma vez… Ciência assim, com a história “M. Vaule-au-Vent”, na Rádio Terra Nova. 27 abril (11h00) - Pai, vou ao espaço e já volto! – “Pedras que caem do céu”, com o astrónomo José Matos, na Fábrica Centro Ciência

Clube dos Cientistas no Aveiro Shopping Center Figura - Representação da molécula da melatonina. “Moléculas Sensacionais” é um projeto de Paulo Ribeiro Claro (Departamento de Química da Universidade de Aveiro e CICECO) e de Catarina Lázaro

Myriam Lopes

(programa Click/Antena 1) em parceria com a Fábrica Centro Ciência Viva

Departamento de Ambiente e Ordenamento & Centro de Estudos

de Aveiro.

do Ambiente e do Mar da Universidade de Aveiro

Biodiversus

O “Clube dos Cientistas” é um projeto anual da Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro em parceria com o Aveiro Shopping Center, cujo objetivo é “criar pequenos cientistas”, promovendo o gosto pela ciência junto dos mais novos. Este projeto a decorrer no Aveiro Shopping Center, consiste num conjunto de 12 atividades de ciência que decorrerão um domingo por mês, de maio de 2014 a abril de 2015. Aos participantes das sessões será entregue o cartão do ”Clube dos Cientistas” para carimbar a participação em cada uma das atividades.

Viva de Aveiro. 30 abril (18h30) - Palestra LinkinMat – “Materiais autorreparadores”, com Mário Ferreira, na Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro. 4 maio (11h00) - Domingo de manhã na barriga do caracol – “O Avô e os passarinhos”, na Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro. 8 maio (21h00) - Café de ciência Quintas da Ria – “Outras Rias”, com Alveirinho Dias e Gonzalo Mendez, na Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro. 10 maio (16h00) - Workshop Hológrafo por um dia, na Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro.

Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro 2014


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