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Experimentandum Calcular o IMC
ABC dos alimentos Quinoa
O que preciso? - Balança - Fita métrica - Lápis e papel - Máquina de calcular
Amanhã, dia 17 de outubro, decorrerá no Auditório da Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro, a jornada comemorativa dos 250 anos do nascimento de Vicente Coelho Seabra e de José Bonifácio de Andrada e Silva, “O Legado científico de dois Luso-brasileiros setecentistas”.
Como fazer? 1- Com recurso à balança, medir a massa corporal e registar o valor em kg. 2- Medir a altura e registar o valor em metros. 3- Fazer o seguinte cálculo: .
Um dia mundial com “cuidado” na alimentação A propósito do Dia Mundial da Alimentação pareceu-me importante escrever-vos um breve texto acerca de duas situações cada vez mais frequentes, e que levam a que os portadores desta alteração vivam este dia e, potencialmente muitos anos ou, talvez, a vida inteira, de uma forma muito diferente da maior parte de vós. Trata-se das pessoas com uma ou várias alergias ou intolerâncias alimentares. A alergia alimentar e a intolerância alimentar são muitas vezes confundidas porque produzem frequentemente o mesmo tipo de sintomas. No entanto, do ponto de vista biológico, o modo como os sintomas são produzidos é muito diferente. A alergia alimentar é uma reação de saúde adversa que ocorre quando o sistema imunológico reconhece erradamente um alimento como uma entidade agressora ao organismo. Neste caso, o sistema imunitário do nosso organismo reage a determinados alimentos como se fossem potencialmente perigosos. Neste processo de defesa, as células do sistema imunitário produzem moléculas chamadas “anticorpos” e esta reação, por sua vez, incita outras células especializadas, os “mastócitos”, a libertar uma substância chamada “histamina” que é a causadora dos sintomas alérgicos. A fração do alimento que é responsável pela reação alérgica denomina-se alergénio. Uma intolerância alimentar carateriza-se por uma reação adversa, reprodutível, que ocorre após a exposição a um determinado alimento, mas que ao contrário da alergia alimentar não envolve o sistema imunológico. Portanto, a intolerância alimentar depende de mecanismos que não envolvem anticorpos. A intolerância à lactose é um exemplo desta condição, que se carateriza pela incapacidade do organismo de digerir a lactose, um açúcar naturalmente presente no leite. As manifestações da intolerância à lactose incluem diarreia, flatulência e dor ou desconforto abdominal.
As manifestações clínicas da reação alérgica podem variar de moderadas a graves, podendo mesmo, em alguns casos, ser fatais. Os sintomas surgem após a ingestão do alergénio, e podem incluir reações cutâneas (pele e mucosas), respiratórias, gastrointestinais e cardiovasculares, de forma isolada ou combinada. O meio mais eficaz de tratar uma alergia ou uma intolerância alimentares consiste em eliminar da dieta a substância responsável. Ou seja, é necessária a restrição, não só de todos os alimentos diretamente responsáveis pela alergia, mas também daqueles que poderão conter o alergénio ou vestígios deste na sua composição. Assim, é essencial em primeiro lugar identificar a substância alergénea, sendo este processo por vezes bastante difícil, dado que muito do que comemos hoje em dia, é de fabrico industrial, podendo conter diversas substâncias ocultas causadoras de sintomas. Assim, é fundamental conhecer quais são os ingredientes que compõem uma receita ou preparação culinária, mesmo quando a presença do alimento alergénico em questão não é evidente. Porém, isto é mais fácil na teoria do que na prática. É fundamental sensibilizar para a leitura e interpretação de rótulos alimentares, no sentido de identificar alergénios potencialmente escondidos. Os alimentos processados incluem muitas vezes alergénios escondidos, que podem não ser evidentes pela sua designação na rotulagem. Por exemplo, os corantes, aromatizantes, conservantes, etc. Nos casos de contaminação cruzada, um alimento que parecia seguro pode desencadear uma reação alérgica, apenas por ter entrado em contato com outros alimentos que têm o alergénio. Assim, devem ser adotadas medidas na preparação e produção de alimentos e refeições que previnam a contaminação, como a lavagem das mãos entre a manipulação de alimentos,
Rua dos Santos Mártires, 3810-171 Aveiro · tel. 234 427 053 · www.fabrica.cienciaviva.ua.pt · www.facebook.com/fccva · fabrica.cienciaviva@ua.pt
individualização dos utensílios de preparação, confeção e empratamento das refeições, não utilização do mesmo óleo ou água para a confeção de diferentes alimentos, etc. Os alimentos alergénicos mais comuns são: maçãs, nozes, tomates, leite, ovos, espinafres, uvas, bananas, amendoins, cacau, mariscos, moluscos, soja, peixe e galinha. A maioria dos alimentos que provocam reações de intolerância são aqueles que contêm histamina ou que provocam a sua libertação, como por exemplo: chocolate, tomates, espinafres, morangos, mariscos…Além disso, muitos alimentos industrializados contêm corantes (E102, E107, E110, E122, E123, E124, E128 e E151), aromatizantes (cinamato – canela, anetol – alcaçuz, baunilha, eugenol – cravinho, mentol, E620, E624, E626, E629, E630 e E633), conservantes (E200, E203, E210 e E219), antioxidantes (E311, E320 e E321) etc., que podem também causar sintomas de intolerância. Embora esta temática tenha vindo a ser alvo de uma preocupação crescente por parte do Ministério da Saúde, do Ministério da Educação e Ciência, entre outros, ainda existe muito caminho a fazer, principalmente na sensibilização das entidades públicas e privadas para a transparência na identificação dos diversos alimentos que compõem uma refeição e abertura para o fornecimento desta informação quando solicitada. Também as dificuldades sentidas pelos pais ou educadores de crianças alérgicas ou com intolerâncias alimentares na inclusão na alimentação escolar, revela as lacunas que ainda existem na sensibilização da comunidade para esta realidade.
O que acontece? A sigla IMC refere-se ao Índice de Massa Corporal, cálculo desenvolvido por Lambert Quételet, no final do século XIX. Este é recomendado pela Organização Mundial de Saúde como o padrão para saber se um indivíduo está ou não acima do “peso” saudável. Consoante o resultado, classifica-se o estado de nutrição de indivíduos adultos, entre os 20 e os 65 anos, tendo em conta os valores seguintes:
Para crianças e idosos será necessário consultar tabelas específicas. O IMC depende também do desenvolvimento muscular da pessoa, por isso, a análise deve ser complementada com a medição de parâmetros antropométricos (exemplo: relação cintura-quadril).
Palestra “O Legado científico de dois Luso-brasileiros setecentistas”
Esta sessão, dedicada à história da ciência, contará com a presença de A. M. Amorim da Costa, do Departamento de Química da Universidade de Coimbra, e com Martim Portugal Ferreira, do Departamento de Ciências da Terra da Universidade de Coimbra. Destina-se ao público jovem e adulto e a entrada é gratuita. PROGRAMA 15h – 16h Palestra | A AGRICULTURA, O COMÉRCIO E AS ARTES NA OBRA DE VICENTE COELHO DE SEABRA (1764-1804) | A. M. Amorim da Costa (Departamento de Química da Universidade de Coimbra) A quinoa é originária dos Andes, onde começou a ser cultivada, há mais de 7000 anos, pelos Incas. As condições ótimas para o seu cultivo são altitudes elevadas, entre os 2500 m e os 3800 m de altitude, e temperaturas baixas, entre os 5 ºC e os 14 ºC. Juntamente com o milho e a batata, constituía a base alimentar desta civilização. Depois das invasões espanholas, o cultivo deste e de outros alimentos autóctones caiu em desuso e foi substituído por culturas mais consumidas na Europa, como o trigo e a cevada. Apesar disso, chegaram até aos nossos dias uma enorme variedade de grãos de quinoa, podendo haver pequenas variações na sua composição química, de acordo com o tipo e local de cultivo. Os tipos mais consumidos são a branca, a vermelha e a preta. Estudos realizados a estes grãos indicam que, de uma forma geral, a quinoa branca é a que apresenta uma composição mais completa. Devido à sua composição química peculiar, a quinoa é considerada um pseudocereal, por apresentar maior teor e diversidade de proteínas e maior quantidade de fibras do que os cereais. Pode ser combinada com leguminosas para constituir uma dieta mais completa do ponto de vista proteico, sendo também um excelente alimento para doentes celíacos, por não conter glúten. Para além da elevada quantidade de proteínas e fibras, é uma ótima fonte de manganésio, magnésio e fósforo. Por possuir todos os aminoácidos essenciais que o nosso corpo precisa para funcionar devidamente, é um elemento de alto valor biológico. A quinoa pode substituir o trigo na produção de farinha, a soja na produção de óleo, o milho no biodiesel e o arroz na alimentação.
16h – 16h30 Intervalo 16h30 – 17h30 Palestra | ANDRADA E SILVA - JOSÉ BONIFÁCIO - AMÉRICO ELÍSIO (1763- 1838), UM HOMEM GENIAL NA CIÊNCIA, POLÍTICA E POESIA | Martim Portugal Ferreira (Departamento de Ciências da Terra da Universidade de Coimbra) Para mais informações contactar: 234 427 053 ou fabrica.cienciaviva@ua.pt
Ciência na Agenda 20 out (21h15) – Conversas Paralelas – “À conversa com Vera L. M. Silva”, na Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro. 21 out (11h00) – A Fábrica vai… à Pediatria do Hospital Infante D. Pedro, com a atividade Sais de banho. 21 out (10h00 > 18h00) – Comemoração do Dia da Fotónica, na Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro. 24 out (18h00) – Mesa Redonda – “Construção e reparação naval”, na Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro. 26 out (11h00) – Clube do Cientista – “Enigmas matemáticos”, no Aveiro Shopping Center.
João Lindo Simões Escola Superior de Saúde da Universidade de Aveiro
Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro 2013