Laboração contínua

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Experimentandum

Quem não sabe, inventa

O que preciso? - Régua

Uso obrigatório de termo científico

Comprimentos bem medidos?!

Exercício de Escrita Criativa

ABC dos Cientistas

Rómulo de Carvalho Rómulo Vasco da Gama de Carvalho nasceu a 24 de novembro de 1906, em Lisboa, na Rua do Arco do Limoeiro (hoje Rua Augusto Rosa). Foi professor, pedagogo, autor de manuais escolares, historiador da ciência e da educação, divulgador científico e poeta. Apesar de contar somente com a instrução primária, a sua mãe tinha como grande paixão a literatura, sentimento que transmitiu ao filho Rómulo, desde cedo habituado a ler grandes obras de autores como Camilo, Eça, Camões e Cesário Verde, este último um dos seus favoritos, ou os contos orientais de Xerazade. Aos cinco anos escreveu o seu primeiro poema e aos dez anos leu os Lusíadas, que se propôs continuar em 1917, com a publicação de novas estrofes no Notícias de Évora e, depois, no Almanach das Senhoras de 1920. Terminada a instrução primária, Rómulo prosseguiu os estudos em 1917 no Liceu Central de Gil Vicente, onde foi aluno de Fidelino de Figueiredo e Câmara Reis, tomando contacto com as Ciências, que despertaram nele um novo interesse que se foi intensificando e se tornou predominante no seu último ano de liceu. A literatura, apesar de o ter acompanhado durante toda a sua vida, não se mostrava a melhor escolha para quem era extremamente pragmático e se sentia atraído pelo lado experimental das ciências. Deu-se desta forma a escolha da área das ciências aquando da entrada para a Universidade, tendo Rómulo matriculado-se no Curso Preparatório de Engenharia Militar na Faculdade de Ciências de Lisboa. Em 23 de outubro de 1928, Rómulo trocou Lisboa pelo Porto e matriculou-se no curso de Ciências Físico Químicas da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto.

Em 1932, um ano depois de se ter licenciado, frequentou o Curso de Ciências Pedagógicas na Faculdade de Letras e em 1934 realizou o Exame de Estado para o Magistério Liceal, prenunciando assim qual será a sua atividade principal daí para a frente e durante 40 anos - professor e pedagogo. Lecionou nos liceus Pedro Nunes e Camões, em Lisboa, e durante oito anos no Liceu D. João III, em Coimbra, até regressar a Lisboa, convidado para professor metodólogo do grupo de Físico-Químicas do liceu Pedro Nunes. A partir de 1946, a par da codireção da Gazeta de Física, Rómulo concentrou os seus esforços no ensino, dedicando-se ainda à elaboração de compêndios escolares. Essa dedicação estendeu-se à divulgação científica a um nível mais amplo através da coleção “Ciência Para Gente Nova” e muitos outros títulos, entre os quais “Física para o Povo”. Comunicador por excelência, a devoção à ciência e à sua divulgação e história foi uma constante durante toda a sua a vida. Rómulo de Carvalho não parou de trabalhar até ao fim dos seus dias, deixando trabalhos concluídos mas também por publicar. Apesar da intensa atividade científica, Rómulo continuou sempre a escrever poesia. Porém, não a considerando de qualidade, nunca tentou publicá-la, preferindo destruí-la. Aos 50 anos encetou, sob o pseudónimo de António Gedeão, uma notável carreira poética, com a publicação de “Movimento Perpétuo”, na sequência da sua participação num concurso de poesia, o qual foi bem acolhido pela crítica. No entanto, o professor de física e química Rómulo de Carvalho, permaneceu no anonimato a que se votou.

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fonte: http://largodoscorreios.files.wordpress.com/

Como fazer? 1. Observar as figuras. 2. Dizer, sem medir, se são iguais ou diferentes (se achar que são diferentes, diga qual o maior): - na figura 1: os dois comprimentos, de A a B; - na figura 2: altura ou largura.

A

B

A

B Figura 1

PS: “Lei da constância dos ângulos”, poema de António Gedeão, pseudónimo de Rómulo de Carvalho: Sabemos já que a cristalização/ Com certas condições tem de contar,/ Vindo sempre o cristal, depois dessa operação/ Com um formato um pouco irregular./ Mas o destino destes bons cristais,/ certas vezes também muito os ajuda/ e se o aspecto se mudou demais/ há neles uma coisa que não muda./ São os valores dos ângulos achados,/ p’ra às faces dos cristais considerados./ É daqui que deriva e tem muita importância,/dos ângulos a fiel lei da constância:/ Para uma certa temperatura/ os ângulos entre faces semelhantes/ em todos os cristais de análoga estrutura,/ têm valores concordantes.

(...) "Eles não sabem, nem sonham, que o sonho comanda a vida. Que sempre que o homem sonha o mundo pula e avança como bola colorida entre as mãos de uma criança". (Pedra Filosofal, in Movimento Perpétuo, 1956) Experimentou ainda outros géneros literários como o Teatro, o Ensaio e a Ficção. De entre todas as poesias, distingue-se a Pedra Filosofal, produzida no contexto de repressão política e da guerra colonial durante a ditadura fascista. Nos seus poemas dá-se uma simbiose perfeita entre a ciência e a poesia originada por uma vida em que sempre coexistiram dois interesses totalmente distintos, mas que, para Rómulo e para o seu "amigo" Gedeão, provinham da mesma fonte e completavam-se mutuamente. Em janeiro de 1975, dececionado com a desorganização do Ensino no período pós 25 de Abril, aposentou-se, dedicando grande parte do seu tempo à investigação. Dez anos passados sobre a Revolução de abril, publicou “Poemas Póstumos”. Em 1990 assumiu a direção do Museu Maynense, da Academia das Ciências de Lisboa, e editou a sua última obra poética, “Novos Poemas Póstumos”. Rómulo de Carvalho morreu no dia 19 de fevereiro de 1997, no Hospital de Santa Maria, em Lisboa. António Gedeão partiu, sete anos antes.

Lei da constância dos ângulos?! “Lei da constância dos ângulos” dava-lhes eu nas façoilas, se pudesse! São uns desonestos os cientistas, principalmente os divulgadores de ciência. Açambarcam tudo! Tudo! Tudo lhes serve para falar de ciência! O simples ar que se respira, os raios de sol, o chão que pisamos, uma criança equilibrada num muro… Abalroam tudo! Até a Poesia! Usurpadores é o que são! Então um tal de Rómulo de Carvalho dá-me nos nervos: faz-se passar pelo Grande António Gedeão, e a comunidade científica: “ai!” Palmaria bruta, como se seja mesmo o outro a soprar os versos a este?! Isto é insustentável! Eu dou um exemplo: numa composição linda, em que Gedeão fala claramente: no Amor das mães (às vezes em condições tão difíceis) pelos seus filhos: preciosos cristais, que elas com seu calor veem sempre por um mesmo ângulo de Beleza Infinita, ainda que sejam diferentes seus semblantes! Ai, coisa mais linda… Então, não é – isto mata-me! – que a garotada das ciências vem e diz: “prodigiosa esta capacidade de Rómulo de Carvalho explicar a lei da constância dos ângulos!”?!? – Oh, oh, oh! Isto é para uma pessoa perder a cabeça e os encarcerar, ou não?!

Figura 2 O que acontece? Estes enganos da nossa visão designam-se por ilusões de ótica, caracterizadas por imagens visualmente percebidas que diferem da realidade, ou seja, vemos algo que não existe ou de uma forma errada. A imagem de um objeto é transmitida pela visão ao cérebro, descodificada e interpretada, mas essa interpretação pode não corresponder à realidade pois temos dificuldade em comparar ângulos, comprimentos e distâncias. NOTA: Esta atividade é uma proposta de Rómulo de Carvalho, no livro Física no dia a dia (2ª ed., 2007)

Dia do Professor

na Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro

No âmbito da Semana Aberta da Ciência e Tecnologia, a Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro dedica um dia a todos os professores e educadores com um programa especialmente dedicado. Com este evento a Fábrica pretende apresentar as suas várias valências, dar a conhecer as atividades do Serviço Educativo 2014/15, apoiar os professores e educadores na planificação de futuras visitas e sugerir novos desafios. O evento está agendado para a próxima 4ª feira, dia 26 de novembro, às 17h00. A participação no evento é gratuita mas carece de inscrição através dos seguintes contactos: 234 427 053 ou fabrica.cienciaviva@ua.pt. Está lançado o convite a todos os professores e educadores para um fim de dia repleto de propostas desafiantes e inspiradoras. PROGRAMA 17h00 | Receção 17h15 | Visita guiada à Fábrica 18h15 | Coffee break 18h30 | Performance “Ciência em Prosa” 19h00 | Saber mais: projetos e práticas

Ciência na Agenda 23 novembro (11h00) - Domingo de manhã na barriga do caracol – Ar quente? Que belo presente!, na Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro. 24 novembro (21h15) - Conversas Paralelas – “À conversa com Carmen Freire”, na Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro. 26 novembro (17h00>19h30) – Dia do Professor, na Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro. 30 novembro (11h00) - Pai, vou ao espaço e já volto! – “O sonho de voar”, com o astrónomo José Matos, na Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro. 30 novembro (11h00) – Clube do Cientista – “Brinquedos, ótica e visão”, no Aveiro Shopping Center.

Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro 2013


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