Laboração continua

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Ano Internacional da Luz

A 19 e 20 de janeiro decorreu na sede da UNESCO em Paris, com a presença de cinco prémios Nobel, a inauguração oficial do Ano Internacional da Luz (AIL). Durante o ano de 2015 o mundo vai celebrar a luz nas suas mais variadas dimensões, mostrando a enorme relevância que as suas aplicações têm no nosso dia a dia. Esta celebração será multidisciplinar reforçando que a luz é central na ciência, tecnologia, arte e cultura. Espera-se que o Ano da Luz promova a educação em diversas áreas e a diferentes níveis. Portugal esteve representado através de Carlos Fiolhais, Coordenador da Comissão Nacional do Ano Internacional da Luz, Teresa Peña, Presidente da Sociedade Portuguesa de

Quem não sabe, inventa

O que preciso? - Folha branca - CD - Tesoura - Régua - Lápis de cor ou marcadores - Cola - Berlinde

Uso obrigatório de termo científico

Disco de Newton

2015:

...as Nações Unidas reconheceram a necessidade de uma tomada de consciência global sobre o modo como as tecnologias baseadas na luz promovem o desenvolvimento sustentável da Humanidade...

Experimentandum

Física, e Pedro Pombo, diretor da Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro (Universidade de Aveiro). Este evento de lançamento do AIL na UNESCO, contou com um programa especial de convidados de diversas áreas, do qual se destacam José Mariano Gago, ex-ministro da Ciência e Tecnologia, como orador convidado, e a realização de um espetáculo de luz na fachada da UNESCO a cargo do artista português Nuno Maya. Foi em dezembro de 2013 que a Assembleia Geral das Nações Unidas proclamou 2015 o Ano Internacional da luz e das tecnologias baseadas na luz. Esse ano é uma iniciativa de um grande consórcio constituído por várias entidades científicas que se juntaram à UNESCO, envolvendo sociedades científicas, instituições de ensino, organizações sem fins lucrativos e empresas de base científico-tecnológica. Com a celebração de um ano Internacional centrado na luz e nas suas aplicações, as Nações Unidas reconheceram a necessidade de uma tomada de consciência global sobre o modo como as tecnologias baseadas na luz promovem o desenvolvimento sustentável da Humanidade e permitem soluções para mudanças globais na energia, educação, agricultura e saúde. A luz desempenha um papel vital no nosso dia a dia, sendo a moderna ótica uma disciplina essencial da ciência do século XXI. Ela revolucionou a medicina, abriu a comunicação mundial via Internet, e continua a ser central na ligação da vida social, cultural, económica e política da sociedade. Trata-se de uma oportunidade única, à escala mundial, para inspirar, educar e ligar as populações de todo o mundo. No ano de 2015 comemoram-se cinco datas cimeiras da história da ciência associadas à luz. Elas são 1015, ano em que o árabe Al Haytham escreveu o primeiro livro de Óptica; 1815, ano em que o francês Fresnel confirmou a teoria ondulatória da

luz; 1865, ano em que o britânico Maxwell publicou a sua teoria de eletromagnetismo, explicou a luz como ondas eletromagnéticas; 1915, ano em que o suíço Einstein publicou a teoria da relatividade geral, apresentando a luz no espaço-tempo; e 1965, ano em que os norte-americanos Penzias e Wilson descobrem a radiação cósmica de fundo, a luz mais antiga do Universo que chega até nós e o norte-americano Kao apresentou a tecnologia da fibra ótica, que hoje usamos abundantemente. Considerando que o ano da luz é uma excelente oportunidade para a promoção da ciência e a educação em Portugal, foi criada uma Comissão Nacional, a qual envolve a: Comissão Nacional da UNESCO, Sociedade Portuguesa de Física, Sociedade Portuguesa de Química, Sociedade Portuguesa de Ótica e Fotónica, Ordem dos Biólogos, Agência Ciência Viva e Universidades de Aveiro, Lisboa, Coimbra, Porto e Minho. O ano da luz em Portugal conta com o apoio do Ministério da Educação e Ciência. O programa do ano português da luz pode ser visto em http://ail2015.org, onde podem ser feitos novos registos de iniciativas. Haverá concursos, conferências, exposições, observações astronómicas, etc. Procurar-se-á cruzar a ciência e tecnologia da luz com a cultura em geral, já que a luz é uma poderosa metáfora que significa verdade, razão, compreensão. Um ponto alto do ano da luz português será o Festival “Lumina” em Cascais. Está ainda a ser planeada uma Conferência Internacional na Fundação Gulbenkian. Estão todos os interessados convidados a participar!

Como fazer? 1. Colocar o CD em cima da folha branca e desenhar o seu contorno. 2. Marcar 6 pontos com 6,3 cm de distância no perímetro do círculo. 3. Unir cada par de pontos opostos de forma a que as três linhas se cruzem no centro. 4. Pintar cada uma das 6 partes com as cores do arco-íris, pela seguinte ordem: vermelho, laranja, amarelo, verde, azul e violeta. 5. Recortar o círculo e colá-lo no CD. 6. Encaixar o CD no berlinde e girar com força. O que acontece? A luz branca, ou radiação visível, é composta por diversas cores (vermelho, laranja, amarelo, verde, azul, anil e violeta), que aparecem sempre pela mesma ordem e que correspondem às cores do arco-íris. Este disco, criado por Isaac Newton no século XVII, permite demonstrar que a luz branca resulta da soma dessas cores. Este disco, que é então pintado com as mesmas cores que compõem o espetro de luz branca (exceto a cor anil cujo papel ótico não é relevante), adquire uma cor uniformemente branca quando girado velozmente e ao receber iluminação intensa. À medida que a velocidade do disco aumenta, as cores vão-se somando, aparecendo inicialmente acinzentado e, finalmente, esbranquiçado.

A propósito do menor dos meus sobrolhos franzidos, a minha mãe dispara logo: “Credo, Manela! És um bicho do mato, filha, antissocial! Não herdaste a minha simpatia!” Cansada de ouvir aquilo (e para provar que confraternizo), surpreendi-me a aceitar ir à festa coletiva que o Ibn al-Haytham ia dar. O convite tinha chegado por facebook: “Não percas o AIL em festa!”; o programa prometia, e eu, num impulso, zás: pus um “gosto” e confirmei a minha presença, mesmo não me lembrando exatamente se o Ibn era o investigador que tinha chegado há quinze dias às residências ou o que já estava cá há um mês (não é antipatia; eles entram e saem, não tenho tempo de decorar os nomes). Pensei: “vai estar muita gente; passo despercebida”. Mas, na tarde a seguir, toda insegura – a minha mãe não pode saber disto! – perguntei à Rita: “O Ibn al-Haytham é o bolseiro da robótica ou o outro? Posso dar o presente a meias contigo? Sempre é aquele programaço? Vais vestida como? Quantos anos faz?” Ao que ela respondeu, depois de uma gargalhada interminável: – Manelinha, 1000 anos! Entre outros aniversários, é a festa dos 1000 anos do 1º Grande Tratado de Ótica, escrito por Ibn al-Haytham, que não é propriamente bolseiro aqui! Trabalhou ligeiramente mais longe, mais genialmente e há mais tempo que nós. O convite é mundial: comemorar, um pouco por todo o globo, o AIL, Ano Internacional da Luz em 2015, ok?! Agora, animação promete, nisso estás certa! E vem bonita, porque numa festa em honra da LUZ, haverá holofotes: veem-te! Ah, ah, ah!

PERSPETIVAS ARTE & CIÊNCIA NANOS · EXPOSIÇÃO COLETIVA DE IMAGENS CIENTÍFICAS 30 JANEIRO’15 | 18H30

Perspetivas Arte&Ciência é um projeto da Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro que explora a relação entre Arte e Ciência e pretende comunicar e divulgar Ciência, através de diferentes formas de arte, fomentando o aumento da literacia dos cidadãos e a captação de novos públicos para a Ciência. Este projeto consiste em exposições artísticas de imagens com conteúdo científico, tais como fotografias, hologramas, ilustrações científicas, entre outros. No âmbito das comemorações do Ano Internacional da Luz – 2015, a Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro e a Universidade de Aveiro inauguram a Exposição Coletiva de Imagens Científicas “Nanos”. Esta exposição é da autoria de 20 investigadores da Universidade de Aveiro que integram os Laboratórios Associados CICECO e I3N e tem como curadores os investigadores Rui Nuno Pereira (I3N) e Sérgio Pereira (CICECO). A inauguração decorre na Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro, dia 30 de janeiro de 2015, às 18h30, e conta com a presença de José Fernando Mendes, Vice-Reitor da Universidade de Aveiro, Luís Carlos, Vice-Diretor do Laboratório Associado CICECO, Armando Neves, Diretor do Laboratório Associado I3N-Aveiro, Rui Nuno Pereira, investigador do I3N e Sérgio Pereira, investigador do CICECO. A exposição estará patente ao público até ao dia 30 de maio de 2015. A entrada é livre tanto para a inauguração como para a visita à exposição. Para mais informações: fabrica.cienciaviva@ua.pt ou 234 427 053.

Ciência na Agenda

Disco parado.

Carlos Fiolhais Coordenador da Comissão Nacional do Ano Internacional da Luz Disco em movimento.

Rua dos Santos Mártires, 3810-171 Aveiro · tel. 234 427 053 · www.fabrica.cienciaviva.ua.pt · www.facebook.com/fccva · fabrica.cienciaviva@ua.pt

Exercício de escrita criativa

PS: Ibn al-Haytham, mais conhecido como Alhazen, nascido em Basra, Iraque, no ano de 965, é frequentemente referido como o primeiro verdadeiro cientista, Pai do Método Científico, da Física Experimental, da Ótica Moderna, da Oftalmologia. É o responsável pela demonstração física “revolucionária” de que são os objetos que refletem luz para os olhos. Entre outras datas relevantes no estudo da Luz, 2015 celebra os 1000 anos do seu Livro Kitab al-Manathir (um Tratado que apresenta importantes avanços na Ótica, válidos até hoje). Por todo o mundo, multiplicam-se as iniciativas comemorativas do Ano Internacional da Luz (AIL).

25 jan

11h00 Clube do Cientista – “Saber em gel”, no Aveiro Shopping Center.

28 jan

18h15 Havíamos de falar disso... do Conhecimento,

30 jan

18h30 Perspetivas Arte&Ciência –

02 fev

17h30 Café de Ciência – Humanismo e Ciência: da

com Carlos Fiolhais e Helena Buescu, no Teatro Aveirense. Inauguração da Exposição Coletiva de Imagens Científicas “Nanos”, na Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro matéria poética à matéria médica, na Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro. Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro 2015


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