Laboração contínua

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Mais vale saber… À escala manométrica… as cores do ouro!

Moléculas Sensacionais Episódio 16 – Fator de Crescimento

Neural / Paixão, 14 de fevereiro de 2015 A propósito do recente Dia dos Namorados, neste episódio vamos falar de paixão, ou melhor, de uma molécula que os cientistas descobriram ser um bom indicador da paixão: uma pequena proteína de nome longo, “Fator de Crescimento Neural” – NGF, na designação inglesa. A paixão é a primeira fase do amor romântico entre duas pessoas mas, cientificamente, é apenas isso: uma fase… Uma fase de teste, que dura o suficiente para que os apaixonados percebam se vai resultar ou não. Se resultar, evoluem para a fase da ligação amorosa, de longa duração. Se não resultar… bem, a vida continua!

Nanos - Exposição Coletiva de Imagens Científicas Momentos de descoberta na Universidade de Aveiro na área dos nanomateriais partilhados através da imagem científica. Haverá melhor forma de partilhar a ciência que produzimos na Universidade de Aveiro com os Aveirenses do que mostrá-la na forma de imagens científicas? O acesso ao conteúdo técnico que as imagens nos desvendam pode não ser imediato, mas ao promovermos o envolvimento de uma componente estética, ou se preferirmos artística, facilitamos o acesso ao fascinante mundo da ciência. Foi com este objetivo que a Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro, em conjunto com investigadores da Universidade de Aveiro, organizou uma Exposição Coletiva de Imagens Cientificas, que revela o mundo surpreendente dos materiais à escala ínfima dos nanómetros (milionésimos de milímetro). Com a exposição “Nanos” pretende-se estimular a curiosidade por este deslumbrante mundo, inacessível à vista

desarmada. Considerando que curiosidade humana é o ponto de partida da atividade científica, a exposição estimula o interesse pela ciência nas mentes dos visitantes, particularmente dos mais jovens, o que certamente vai ao encontro da missão da Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro de promover a cultura científica e interesse por ciência. Na história da ciência temos exemplos extraordinários de imagens que ficaram no nosso imaginário. Desde uma série de imagens relacionadas com exploração do universo, às imagens do interior do corpo humano, de micro-organismos, da divisão celular, de uma hélice de ADN ou da organização de átomos numa superfície. Conscientes do valor das imagens desde sempre, mas em particular na sociedade moderna, os cientistas recorrem constantemente a imagens no seu trabalho de investigação, tanto para transmitir novas descobertas e conceitos, como para captar a atenção e interesse dos seus pares. Hoje, mais do que nunca, a imagem tem um papel de destaque na nossa vivência diária e a comunidade científica internacional não foge a essa tendência. Atualmente, o acesso à publicação em revistas científicas de maior impacto e visibilidade a nível internacional depende também do valor estético e dramático e da riqueza de conteúdo das imagens que são usadas para transmitir uma descoberta científica. Na exposição “Nanos”, para a qual 20 investigadores da

Universidade de Aveiro contribuíram com imagens dos materiais que estudam, o “cliché” parece querer impor-se: de facto, mil palavras não transmitem o que uma “simples” imagem é capaz de ensinar. Esperamos que se sintam estimulados a visitar o resultado do desafio lançado aos Laboratórios Associados da Universidade de Aveiro - CICECO (Centro de Investigação em Materiais Cerâmicos e Compósitos) e polo de Aveiro do I3N (Instituto de Nanoestruturas, Nanomodelação e Nanofabricação) - por parte da Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro, para produzir uma exposição em que ciência e arte se cruzam. Atrevemo-nos a antecipar que as imagens de materiais que selecionámos, na maioria de materiais com dimensões na escala dos nanómetros, obtidas por técnicas avançadas de microscopia, irão surpreender-vos não só pelo interesse científico mas também por uma surpreendente riqueza estética. A exposição “Nanos” estará patente ao público até ao dia 30 de maio de 2015 na Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro. A entrada é gratuita! Sérgio Pereira1 e Rui Nuno Pereira2 1CICECO e Departamento de Física da Universidade de Aveiro 2I3N e Departamento de Física da Universidade de Aveiro

A redução do tamanho das partículas para a escala nanométrica é responsável por alterações nas propriedades dos materiais, como por exemplo, na interação com a luz visível. No caso do ouro, as nanopartículas em solução podem assumir diferentes cores conforme o seu tamanho, contrastando com o bem conhecido ouro metálico amarelo. Para nanopartículas com o tamanho de 30 nm, em solução, há absorção de luz na parte azul-verde do espetro (cerca de 450 nm), enquanto a luz vermelha (700 nm) é refletida, produzindo uma cor vermelha intensa. Como aumento de tamanho das partículas, a radiação com comprimento de onda correspondente à cor vermelha vai sendo mais absorvida, e a luz azul refletida, produzindo soluções com uma cor azul e arroxeadas. Este fenómeno também é observado quando se adiciona um excesso de sal à solução de ouro. A superfície das nanopartículas torna-se neutra e dá-se a agregação. Como resultado a cor da solução vai-se alterando de vermelha para azul. “As nanopartículas de ouro encontram-se entre os sistemas mais investigados em diversos laboratórios espalhados pelo mundo, nomeadamente no desenvolvimento de novas técnicas terapêuticas e de diagnóstico clínico. A utilização do ouro em Medicina é conhecida há muito tempo. Todavia, a Nanotecnologia permite uma utilização mais sofisticada das nanopartículas de ouro em contextos clínicos complexos. Os químicos, por exemplo, investigam novas formas de decorar as nanopartículas de ouro que as tornem úteis em aplicações diversas. Para tal promovem reações químicas entre a superfície do ouro e moléculas com características especiais, como por exemplo moléculas com uma afinidade específica por determinadas células ou moléculas biológicas. As nanopartículas de ouro vestem-se assim de trajes moleculares adequados à função que irão desempenhar. Por exemplo, podem ser utilizadas como eficientes marcadores de células em técnicas de diagnóstico de imagem ou como minúsculos radiadores de calor que visam a destruição de tumores malignos.” Excerto de texto publicado no LC 257 da autoria de Prof. Doutor Tito Trindade - CICECO/Departamento de Química da Universidade de Aveiro

Esta fase de paixão é caracterizada pelo aumento da produção de diversos compostos químicos no nosso organismo. E um deles é esta pequena proteína, NGF, cuja concentração dispara no início da paixão e se desvanece no fim – embora não se saiba ainda qual o papel que desempenha nesta fase do amor! O que se sabe – através de estudos com voluntários - é que os níveis de NGF no sangue são elevados em indivíduos que estão comprovadamente na fase da paixão. E que, passado algum tempo – e eu não vou dizer quanto tempo – os níveis de NGF desses voluntários voltam ao normal. E mesmo que alguns garantam que ainda se sentem apaixonados, os testes de NGF mostram o contrário! É verdade: através da molécula de NGF, numa análise a uma gota de sangue, os cientistas podem saber se alguém está verdadeiramente apaixonado! É ou não é uma molécula mesmo sensacional para comemorar o Dia dos Namorados?

CONVERSAS PARALELAS Ciclo de Cafés de Ciência “A Química do Amor” com Paulo Ribeiro Claro Paulo Ribeiro Claro, Professor do Departamento de Química da Universidade de Aveiro, é o convidado do Café de Ciência «Conversas Paralelas», que terá lugar no dia 23 de fevereiro, pelas 21h15, na Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro. Nesta conversa informal será abordada a “Química do Amor”. Sabemos hoje que o amor é um fenómeno neurobiológico complexo, baseado em atividades cerebrais de confiança, crença, prazer e recompensa que envolvem um número elevado de mensageiros ou atores químicos. Paulo Ribeiro Claro aborda o amor romântico do ponto de vista da química: que substâncias atuam no nosso organismo – no cérebro em particular – e são responsáveis pelas sensações e comportamentos que associamos ao Amor. O ciclo “Conversas Paralelas” é organizado pelo Núcleo de Estudantes de Química da Associação Académica da Universidade de Aveiro (NEQ-AAUAv) e conta com o apoio da Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro. Destina-se a estudantes universitários e a público em geral. A entrada é gratuita mediante inscrição para neq@aauav.pt.

Ciência na Agenda

22 fev 22 fev

Figura – Representação da molécula Fator de Crescimento Neural – NGF. “Moléculas Sensacionais” é um projeto de Paulo Ribeiro Claro (Departamento de Química da Universidade de Aveiro e CICECO) e de Catarina Lázaro

11h00 Domingo de manhã na barriga do caracol –

“O Presente do Jardineiro”, na Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro.

11h00 Clube do Cientista – “A ciência da música”, no Aveiro Shopping Center.

23 fev

21h15 Conversas Paralelas – “À conversa com Paulo

26 fev

18h00 Havíamos de falar disso… de Solidão, com

até

30 mai

Ribeiro Claro”, na Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro. Pedro Mexia e Telmo Baptista, no Teatro Aveirense. Perspetivas Arte&Ciência - Exposição Coletiva de Imagens Científicas “Nanos”, na Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro.

(programa Click/Antena 1) em parceria com a Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro.

Rua dos Santos Mártires, 3810-171 Aveiro · tel. 234 427 053 · www.fabrica.cienciaviva.ua.pt · www.facebook.com/fccva · fabrica.cienciaviva@ua.pt

Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro 2015


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