Bengala para cegos com deteção de buracos no solo é desenvolvida na Universidade de Aveiro Segundo dados da Associação Promotora do Ensino dos Cegos, os buracos no chão mal sinalizados são uma das maiores preocupações para os cegos. Rua dos Santos Mártires, 3810-171 Aveiro · tel. 234 427 053 · www.fabrica.cienciaviva.ua.pt · www.facebook.com/fccva · fabrica.cienciaviva@ua.pt
Quem sabe, sabe
O olho humano
José Manuel Neto Vieira IEETA e Departamento de Eletrónica, Telecomunicações e Informática da Universidade de Aveiro
por by 8thstar
A bengala para cegos é o dispositivo de maior sucesso na ajuda à deteção de obstáculos nas deslocações dos cegos. No entanto, os cegos têm de enfrentar na via pública obstáculos que a bengala normal não deteta e que podem provocar acidentes muito graves. Com o objetivo de colmatar esta falha, a Associação Promotora do Ensino dos Cegos colocou ao Departamento de Eletrónica, Telecomunicações e Informática, da Universidade de Aveiro (UA), o desafio de desenvolver uma bengala dotada de sensores que permitissem ao cego evitar alguns dos obstáculos mais comuns. Segundo os elementos desta associação, os buracos no chão mal sinalizados seriam para os cegos uma das maiores preocupações. Quando uma vala é aberta na via pública esta é normalmente sinalizada com fitas de plástico vermelhas e brancas. Estas fitas só são detetadas pelos cegos quando já é tarde demais. Os obstáculos suspensos à altura da cabeça são outro dos problemas que os cegos temem uma vez que a bengala normal não os deteta. Outra fonte de acidentes relaciona-se com a dificuldade que os cegos têm em serem vistos pelos automobilistas. Quando as condições de iluminação são más, os condutores podem ter dificuldade em ver um cego a atravessar uma passadeira. Os investigadores da UA optaram por desenvolver uma bengala que detetasse buracos no solo e que fosse dotada de LEDs de alto brilho que piscam sempre que as condições de iluminação são desfavoráveis. Existem no mercado outras bengalas dotadas de dispositivos eletrónicos e sensores de ultrassons para a deteção de obstáculos. No entanto, estas bengalas são em geral dispendiosas, pouco eficazes a detetar os obstáculos que a bengala normal não deteta, e muitas delas não são articuláveis. Além disso, nenhuma deteta buracos no solo. No protótipo já desenvolvido pela UA, a distância ao solo é medida usando um dispositivo de ultrassons. Sempre que a distância aumenta para além de um dado valor, o punho da bengala vibra de forma a informar o cego. No desenvolvimento desta solução houve uma grande preocupação em manter todas as vantagens da normal bengala para cegos, que são: o baixo custo, a fiabilidade, o peso reduzido e ser articulável para se conseguir arrumar numa mala quando não está a ser usada. Além disso, a medição da distância ao solo é bastante robusta sendo muito raro a bengala vibrar sem que exista um buraco mesmo para terrenos muito irregulares como é o caso da calçada portuguesa. O protótipo atual da bengala foi testado por um cego, o Sr. Jorge Anjos, durante 15 dias sem que ocorressem problemas de maior na deteção de buracos no solo. Atualmente, encontra-se a ser desenvolvido um novo protótipo da bengala com uma configuração mais próxima da versão final. Esta nova versão já será articulada, e será dotada de LEDs de alto brilho e terá como preço alvo os 100 Euros. Esperamos que a nova bengala seja uma mais-valia para o dia a dia dos cegos e que ajude a evitar os acidentes relacionados com os buracos e desníveis inesperados que o cego encontra.
Exercício de escrita criativa
O olho humano é um “instrumento” ótico bastante evoluído e muito delicado que nos permite ver os objetos que nos rodeiam. Quando a luz atinge os objetos é refletida em várias direções, entrando alguns desses raios luminosos nos nossos olhos: sofrem refração na córnea, passam pela pupila, atravessam o cristalino e o humor vítreo (substância gelatinosa transparente que preenche o espaço entre o cristalino e a retina), produzindo-se uma imagem invertida na retina. Esta última consiste numa camada de tecido constituído por células sensíveis à luz, que transformam a luz (sinais luminosos) em sinais elétricos que posteriormente são enviados ao cérebro pelo nervo ótico. Normalmente, as imagens dos objetos que olhamos diretamente formam-se numa região central da retina, alinhadas pela pupila e pelo centro do cristalino, isto é, pelo eixo ótico do globo ocular. Essa região, chamada de fóvea, é constituída por cones, que são células sensíveis à cor verde, azul ou vermelho. Na periferia da fóvea já se observa uma mistura de cones e de bastonetes, enquanto que no anel exterior da retina já praticamente só existem bastonetes, que são células menos sensíveis às cores mas são mais sensíveis à intensidade luminosa e a sua tarefa é distinguir entre o obscuro e a luz. O facto de a imagem ser produzida de forma invertida na retina, justifica-se por a córnea e o cristalino serem lentes convexas que quando os raios luminosos as atravessam mudam de direção, convergindo num ponto. A informação é conduzida ao córtex visual, sendo finalmente interpretada como uma imagem.
Uso obrigatório de termo científico – Tavo, onde estão as batatas fritas, Tavo?! E como é que descobriste os pistácios, homem?! E o patê?! E a maionese escondida dentro da gaveta opaca do frigorífico?! A sério?! A sério. Estou um perfeito “odontoceti humano”. Cetáceo com dentes, capacidade de localização excecional, bicho imponente… – G’and’ Octávio, pá! Isso é que é pujança! Estás nos quê, 150?! – “Pouco menos”, respondo bem-disposto. Desenvolvi a capacidade de emitir certas ondas que me “guiam” aos melhores petiscos, em pleno breu. Sem radar. Vou desperdiçar tal dom?! Eu não. Sou Octávio, não sou otário. Desloco-me pela casa às escuras (o eco nas paredes ensina-me o caminho na perfeição), determino a localização exata da papuça que mais me agrada (sem luz) e saco: chocolates, fritos de queijo, caju, amendoins… Sem partir nada. Mais: capto a aproximação da minha mulher! Minto: “vim à despensa buscar acendalhas” e aguardo por melhor hora para “caçar”. Uso ultrassons impercetíveis, a Paula que o diga! Possessa, vocifera que eu ecolocalizo como um golfinho!… Mas aí discordo. Porque eles têm na cabeça uma estrutura que funciona como lente acústica (foca as ondas ultrassónicas num feixe projetado em frente), a que se chama “melão”, e isso faz diferença: melão dispenso. O resto partilho. Sou um odontoceti de truz. por steve snodgrass
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Mais vale saber…
CIÊNCIA... AO PEQUENO ALMOÇO 8 MARÇO ’15 › 11H00 | 12H00 TRÊS BOLACHAS OPACAS E DOIS RAIOS DE LUZ, POR FAVOR! Ciência…ao pequeno-almoço! é uma atividade da Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro onde investigadores e crianças dos 6 aos 10 anos se encontram para conversar e partilhar muitas experiências à mesa de um pequeno-almoço com ciência. Esta atividade ocorrerá no Hotel As Américas, num espaço acolhedor, um domingo por mês, de março a junho de 2015. A primeira sessão está marcada para este domingo, dia 08 de março, e o convidado será Manuel Filipe Costa, docente do Departamento de Física da Universidade do Minho. O desafio está lançado… e as inscrições estão abertas!
Ciência na Agenda PS: Odontoceti é a subordem dos cetáceos “com dentes”, como o golfinho, o cachalote, a orca. Por emissão de ondas ultrassónicas e pela receção do seu eco (que os objetos refletem), os cetáceos detetam: posição, movimento, distância, tamanho, forma (e alguma da estrutura interna) de animais, obstáculos, abrigo, alimento, perigos. Esses ultrassons refletidos são recebidos, transformados e transmitidos ao cérebro, que analisa a altura e a frequência da onda e cria a imagem. Crucial em condições de pouca visibilidade, esta capacidade (destes e de outros animais) inspirou ao homem o desenvolvimento de importantes aparelhos de ultrassonografia, radar, sonar.
LUZ EM FLASH CONCURSO DE FOTOGRAFIA GLICÍNIAS PLAZA Prazo entrega fotografias: 10 maio’15 Público-alvo: a partir de 6 anos Mais informações: www.fabrica.cienciaviva.ua.pt | www.ail2015.org
12 mar
21h15 Quintas da Ria – O património arqueológico
15 mar
11h00 Domingo de manhã na barriga do caracol –
22 mar
11h00 Pai, vou ao espaço e já volto! – Máquinas
22 mar 23 10 27 mai a
mar
subaquático na Ria de Aveiro, na Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro.
“O Presente do Jardineiro”, na Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro. marcianas, na Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro.
11h00 Clube do cientista – Pós sob investigação, no Aveiro Shopping Center.
das Clube cientista – Pós sob Luz emdoFlash - Concurso de investigação, Fotografia no 11h00 09h00 Férias da Páscoa com Ciência, na Fábrica
Aveiro Shopping Glicínias Plaza, noCenter. âmbito das
às Ciência Viva de Aveiro. 17h45 Centro comemorações do Ano Internacional da Luz.
até
10 mai
Luz em Flash - Concurso de Fotografia Glicínias Plaza, no âmbito das comemorações do Ano Internacional da Luz.
até
Perspetivas Arte&Ciência - Exposição Coletiva de Imagens Científicas “Nanos”, na Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro.
30 mai
Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro 2015