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Mais vale saber…
Como funcionam os aterros?
Composição do cimento
Um aterro sanitário é um espaço destinado à deposição final de resíduos sólidos gerados pela atividade humana. A base do aterro sanitário é revestida com um sistema de proteção ambiental constituído por uma barreira de impermeabilização artificial e por um sistema de drenagem de lixiviados de modo a impedir que estes líquidos se infiltrem no solo, encaminhando-os para tratamento adequado. Os taludes do aterro são igualmente revestidos por uma barreira de impermeabilização artificial. Num aterro sanitário existe também uma rede de drenagem do biogás, o qual é encaminhado para valorização energética ou queima. No caso do biogás produzido não ser sujeito a valorização energética, deverá ser previamente queimado numa tocha e libertado para a atmosfera. Um aterro sanitário deve também ter um sistema de monitorização ambiental, o qual engloba o controlo de lixiviados, do biogás, das águas subterrâneas, das águas superficiais e das alterações topográficas. A degradação dos resíduos em aterro sanitário compreende a degradação aeróbia e anaeróbia dos resíduos. A degradação aeróbia ocorre na parte superficial dos resíduos, é muito rápida e dá origem a uma mistura gasosa constituída por dióxido de carbono, amoníaco e água. A degradação
Produção de cimento a partir de resíduos industriais Investigação do CICECO, Universidade de Aveiro, encontra forma de valorizar resíduos transformando-os em cimento. Em Portugal são produzidas anualmente cerca de 30 milhões de toneladas de resíduos sólidos, dos quais aproximadamente 1% são perigosos. Nos últimos anos, a opção tradicional de deposição em aterro tem vindo a sofrer restrições dado que as normativas europeias são cada vez mais restritivas e o valor das taxas a aplicar tem vindo a aumentar. Assim, o destino a dar aos resíduos é motivo de preocupação para os industriais sendo um assunto que tem vindo a ser amplamente investigado com o intuito de encontrar soluções económica e ambientalmente viáveis. Uma das abordagens que tem sido adotada é a valorização dos resíduos através da sua incorporação noutros produtos. O setor da construção civil tem sido o principal alvo desta valorização atendendo a que consome um enorme volume de matérias-primas não-renováveis e à grande flexibilidade/variedade de produtos que utiliza (cimento, betão, agregados, materiais cerâmicos, etc.). Em particular, um dos setores mais importantes do tecido empresarial português – o setor da produção de pasta e papel – gera cerca de 2 milhões de toneladas de resíduos (cada 100 toneladas de pasta de papel origina, aproximadamente, 48 toneladas de resíduos). Este é também um dos setores que
mais esforços tem feito para valorizar os resíduos que produz. De acordo com o boletim estatístico da Associação da Indústria Papeleira Portuguesa (CELPA, 2011), 14% dos resíduos são aplicados na agricultura e compostagem, 11% são reutilizados em outros setores industriais, 53% são encaminhados para recuperação energética e apenas 12% dos resíduos produzidos são depositados em aterro controlado. Estes dados refletem a grande preocupação da indústria da pasta e do papel em dar uma saída ambientalmente sustentável aos resíduos que gera. No CICECO (Aveiro Institute of Materials) e no Departamento de Engenharia de Materiais e Cerâmica (DEMaC) têm sido realizados diversos estudos sobre a valorização de resíduos industriais dos quais têm resultado materiais constituídos, integralmente ou parcialmente, por resíduos. Neste contexto foram desenvolvidos dois tipos de cimento (Portland e belítico) a partir apenas de resíduos resultantes da produção de pasta de papel. Estes eco-cimentos, que cumprem tão bem a função como qualquer outro à venda no mercado, têm vantagens ambientais e económicas. Além da “poupança” dos recursos naturais resultante da substituição de matérias-primas naturais por resíduos, é possível diminuir a
Rua dos Santos Mártires, 3810-171 Aveiro · tel. 234 427 053 · www.fabrica.cienciaviva.ua.pt · www.facebook.com/fccva · fabrica.cienciaviva@ua.pt
temperatura de processamento, devido à presença de impurezas nos resíduos, o que origina ganhos substanciais em termos de fatura energética, bem como de emissões de CO2. Este trabalho foi publicado no Journal of Hazardous Materials, uma publicação internacional de referência na área ambiental, e só foi possível graças à estreita colaboração com o grupo PORTUCEL SOPORCEL. Leire Buruberri, Paula Seabra e João Labrincha CICECO/Departamento de Engenharia de Materiais e Cerâmica Universidade de Aveiro
anaeróbia dos resíduos ocorre nas camadas inferiores, sendo promovida pela compactação e cobertura de resíduos e dando origem a biogás. Quando atinge o limite da sua capacidade, o aterro sanitário é alvo de um processo rigoroso de encerramento e arranjo paisagístico adequado, podendo ser, posteriormente, um espaço de lazer, em boas condições ambientais e
ciclo deSEXTA-FEIRA conversas DE CADA MÊS ÚLTIMA
quintas da ria II Está cientificamente provado: os filhos precisam de ter um
fim de dia sem pais, uma vez por mês! E não é só para se divertirem com ciência! É para crescerem saudáveis! É a 4ª lei de New Town, Aveiro, e confirma-se com experiências inesquecíveis, na Fábrica!
No próximo dia 9 de abril, pelas 21h15, na Fábrica Centro O programa atividades científicas, jantar e Ciência Viva,inclui acontecerá a terceira conversa do(opcional) ciclo “Quintas ceia. da Ria II”, sobre “O património edificado na envolvente à Ria
de Aveiro”. OFERTA AOS PAIS 1 bebida no Bar Toc’aqui Pompílio Souto, Domingos Tavares e Inês Amorim irão abordar
de segurança.
3 5 Os cimentos são constituídos essencialmente por silicatos e aluminatos de cálcio e de um modo geral podem classificar-se em cimentos naturais, cimentos Portland e cimentos aluminosos. O clinquer é o principal composto do cimento Portland, sendo formado por quatro constituintes principais: alita (silicato tricálcico), belita (silicato dicálcico), aluminato tricálcico e ferroaluminato tetracálcico. O clinquer é produzido a partir de uma mistura contendo principalmente calcário, argila e, eventualmente, bauxita, que contribuem também com outros elementos metálicos importantes no processo, como o alumínio, o ferro e o magnésio, além de outros metais na forma de impurezas. A alita e a belita devem ser os constituintes maioritários do clinquer após o processamento. Para além de lhe conferirem acentuada característica de ligante hidráulico estão diretamente relacionados com a resistência mecânica do material após hidratação.
‘BEIJINHOS! ATÉ LOGO!’
grupo uariadeaveiro BABYSITTING DE CIÊNCIA
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Data última sexta-feira de cada mês exceto agosto e dezembro as características do património respetivas épocas, Horário Início às 19h30 (opçãoedificado, com jantar), ou às 21h00 tipologias e materiais dominantes, salientando a interligação (opção sem jantar) / Término às 00h00 com as peculiaridades e asde atividades Público-alvo 6 aos 12 anos idade associadas à Ria de Preço semainda jantar/20€ com jantar Aveiro.15€ Haverá espaço para refletir sobre a estrutura Local Fábrica Centro Vivaede de povoamento, a suaCiência evolução osAveiro desafios que se devem Inscrição 053 ou fabrica.cienciaviva@ua.pt equacionar234 para427 o futuro. A sessão será moderada por Aníbal Consulte Costa. as normas em www.fabrica.cienciaviva.ua.pt
2 1 Barreira de impermeabilização artificial 2 Sistema de drenagem de lixiviados 3 Rede de drenagem do biogás 4 Resíduos 5 Drenagem das águas superficiais 6 Águas subterrâneas
LUZ EM FLASH CONCURSO DE FOTOGRAFIA GLICÍNIAS PLAZA Prazo entrega fotografias: 10 maio’15 Público-alvo: a partir de 6 anos Mais informações: www.fabrica.cienciaviva.ua.pt | www.ail2015.org
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Ciência na Agenda
09 abr
21h15 Quintas da Ria – O património edificado na
14 abr
18h00 Havíamos de falar disso… do Belo, com
19 abr
11h00 Pai, vou ao espaço e já volto! – Na estação
20 abr
21h15 Conversas Paralelas – “À conversa com
envolvente à Ria de Aveiro, na Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro. Maria do Rosário Pedreira, escritora e editora, e Paulo Ribeiro, coreógrafo, no Teatro Aveirense. espacial, na Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro.
Manuel Coimbra”, na Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro.
até
10 mai
Luz em Flash - Concurso de Fotografia Glicínias Plaza, no âmbito das comemorações do Ano Internacional da Luz.
até
Perspetivas Arte&Ciência - Exposição Coletiva de Imagens Científicas “Nanos”, na Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro.
30 mai
Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro 2015