Laboração continua

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Quem não sabe, inventa

Mais vale saber…

Exercício de Escrita Criativa por Anita Peeples

A história do Nobel

Prémio Nobel da Medicina 2015 O prémio Nobel da Medicina deste ano foi atribuído a três cientistas: William Campbell (EUA), Satoshi Omura (Japão) e Tu Youyou (China). O prémio Nobel da Medicina deste ano foi atribuído a três cientistas pioneiros em terapias revolucionárias e potentes no combate a doenças parasitárias, como a malária, a elefantíase e a oncocercose (doenças infeciosas transmitidas aos seres humanos por picada de insetos infetados com os parasitas). O prémio no valor de 8 milhões de coroas suecas, equivalente a cerca de 850 mil euros, foi dividido entre William Campbell, da Universidade de Drew, EUA; Satoshi Omura, da Universidade de Kitasato, Japão e Tu Youyou, da Academia de Medicina Chinesa Tradicional da China. Na década de 1970, os microbiologistas Campbell e Omura, identificaram uma classe de compostos antiparasitários, as avermectinas (originalmente isoladas a partir de um micro-organismo encontrado em solo Japonês), sendo o fármaco atualmente mais

bem caracterizado do grupo a ivermectina. Inicialmente usado na medicina veterinária para matar vermes e parasitas que causam infeções em animais de produção, rapidamente foi descoberta a sua utilidade na medicina humana. Este fármaco é também reconhecido por muitos como uma das poucas “drogas maravilha”, por ser segura e benéfica no tratamento de centenas de milhões de pessoas afetadas por doenças como a oncocercose (também conhecida como cegueira dos rios), que provoca lesões oculares, podendo conduzir à perda total de visão, e a filariose linfática (popularmente designada por elefantíase) que afeta a circulação linfática e se manifesta por inchaço exacerbado em diversas partes do corpo. Tu, farmacologista, também vencedora em 2011 do prémio Lasker de investigação médica, é a primeira mulher chinesa laureada com o prémio Nobel da Medicina, tendo sido honrada com a outra metade do prémio devido à descoberta da droga antimalárica, a artemisinina, proveniente da planta Artemisia annua L. Nos finais da década de 1960, Tu e a sua equipa de investigação testaram, numa fase inicial do trabalho, mais de 2000 preparações de ervas provenientes da medicina tradicional chinesa, com

Rua dos Santos Mártires, 3810-171 Aveiro · tel. 234 427 053 · www.fabrica.cienciaviva.ua.pt · www.facebook.com/fccva · fabrica.cienciaviva@ua.pt

o intuito de encontrar compostos com atividade contra a malária (doença que se manifesta por febres altas e dores de cabeça e que em casos graves pode conduzir à morte). A artemisinina, também denominada de Qinghaosu, isolada e purificada em 1972, revelou ser particularmente eficaz, reduzindo significativamente as taxas de mortalidade de pacientes que sofrem de malária, sendo hoje reconhecida como um fármaco que terá possivelmente salvo milhões de pessoas. Cerca de 3 biliões de pessoas, a maioria delas vivendo em países pobres, subdesenvolvidos, estão em risco de contrair estas doenças parasitárias. O prémio enfatiza a importância da luta contra as infeções parasitárias, destacando estas descobertas que proporcionaram uma melhoria significativa da saúde humana e da qualidade de vida do elevado número de pessoas que padecem destas doenças debilitantes. Ana Gabriela Henriques Grupo de Neurociências e Sinalização iBiMED e Secção Autónoma de Ciências da Saúde da Universidade de Aveiro

Alfred Nobel nasceu na Suécia, em 1833, e era um dos quatro filhos do fabricante de nitroglicerina Immanuel Nobel. Embora a sua educação escolar não fosse das mais sólidas, era extremamente bem preparado, falava fluentemente vários idiomas, tinha interesse em Literatura e Filosofia e, em Paris, frequentou laboratórios de Química, dedicando especial atenção aos explosivos. Nobel trabalhou concretamente com nitroglicerina (uma substância extremamente perigosa, que provoca explosões violentas, se submetida a choques ou alterações bruscas de temperatura), e com o objetivo de minorar os riscos associados à manipulação de nitroglicerina, misturou-a num elemento inerte, inventando assim a dinamite. Morreu em San Remo, Itália, a 10 de dezembro de 1896, praticamente sozinho e com profundo sentimento de culpa por esta sua invenção ter sido usada com objetivos bélicos. Alfred Nobel deixou em testamento, datado de 27 de novembro de 1895, a sua determinação em destinar 65% da sua fortuna à Academia Real Sueca de Ciências, para que fosse criada uma fundação que distribuísse anualmente os seus rendimentos como um prémio para o mais importante e mais pioneiro trabalho no domínio do conhecimento e do progresso. Sem ser uma condição absoluta, era seu desejo que fossem especialmente considerados aqueles que, através da escrita e de ações, contribuíssem na luta contra os preconceitos, que nações e governos ainda tinham face à criação de um tribunal de paz europeu. No testamento era ainda dito que deveriam ser conferidos anualmente prémios a figuras que, ao longo dos anos, tivessem trazido os maiores benefícios para a humanidade, sendo distribuídos em cinco categorias: Física, Química, Fisiologia ou Medicina, Literatura e Paz. O Prémio Nobel da Economia foi instituído, em 1969, pelo Banco da Suécia. Hoje, a Academia Real Sueca de Ciências escolhe os premiados nas áreas de Física, Química e Economia; o Real Instituto Médico Carolino nas áreas de Medicina e Fisiologia; a Academia Sueca de Literatura em Literatura, e uma comissão de cinco representantes do Parlamento Norueguês indica o vencedor do Nobel da Paz.

Uso obrigatório de termo científico Ao telefone com o meu primo do Brasil, a certa altura ouço-o preocupado: “Não sei o que fazer com as minhas laranjeiras! Estão todas doentes. Eu acho que é aquela história, que cientistas holandeses andam a tentar provar, de a radiação das redes sem fios ser prejudicial às árvores. Qu’é que ’cê acha!?!” “Não – disse eu – É uma arbovirose! O Brasil é um regabofe para as arboviroses: para a reprodução dos portadores dos vírus, para a transmissão das doenças…e as consequências podem ser várias e violentas, sim. Se as árvores apresentam bruscos sinais de doença na casca, nas folhas e nos frutos, é uma arbovirose, claro!” Chega-me por fios a gargalhada mais gozona do Brasil: – Ah, ah, ah! ’Cê acha que as minhas laranjeiras também têm febre ou cérebro inflamado?! Se enxerga, vai! “Arbovirose” não vem de “árvore”, primo! PS: “Arbovirose” deriva da expressão ARthropod BOrne VIRUSES, para designar um conjunto heterogéneo de infeções virais, essencialmente propagadas pela picada de artrópodes hematófagos, sobretudo mosquitos e carraças, que se alimentam do sangue infetado de hospedeiros (roedores, aves, marsupiais, primatas, humanos). Desenvolvendo-se privilegiadamente em países tropicais, e sendo o homem hospedeiro incidental destes vírus, estas infeções apresentam sintomatologias e gravidades variadas; as encefalites virais, a dengue, a febre amarela, o mayaro e a meningite são as arboviroses mais preocupantes.

Ciência na Agenda

04 nov

15h30 Biologia em Cena V – [Os 3 B’s], no GrETUA.

05 nov

18h00 Mesa Redonda “Turismo em Zonas

06

18h30 Inauguração da Exposição Coletiva de

nov

08 nov 08 nov

17 out >

15 nov

Costeiras”, na Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro.

PLATAFORMA TECNOLÓGICA DO MAR MESA REDONDA

TURISMO EM ZONAS COSTEIRAS 05 NOVEMBRO’15 | 18H00

O setor do turismo constitui-se como um dos motores de crescimento e desenvolvimento da economia nacional. Em permanente mudança, os agentes do setor são desafiados a desenvolver produtos e serviços em que são valorizadas as experiências adquiridas pelos turistas. Atualmente, a União Europeia identifica o turismo costeiro e marítimo como uma área com "especial potencial para promover uma Europa inteligente, sustentável e inclusiva". Como se poderá posicionar e redimensionar, ao nível local, regional e nacional, o turismo em zonas costeiras? Face às novas tendências, que produtos e serviços se podem desenvolver? Quais os instrumentos financeiros disponíveis? Estas e outras questões serão debatidas pelos nossos convidados, que nos darão a sua perspetiva sobre a situação atual e o futuro deste setor.

PROGRAMA Os apoios ao Turismo no Centro 2020 Jorge Brandão Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro

DLBC Costeira - desafios e oportunidades para a Região de Aveiro José Anjos Grupo de Ação Costeira - Comunidade Intermunicipal da Região de Aveiro

Projeto Turismo de Natureza e Turismo do Mar Adriana Rodrigues Turismo Centro de Portugal

Moderação Carlos Costa Departamento de Economia, Gestão e Engenharia Industrial da Universidade de Aveiro Data quinta-feira, 05 novembro ‘15 Horário 18h00>19h30 Local Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro Público-alvo jovem e adulto Contactos 234 427 053 ou fabrica.cienciaviva@ua.pt Entrada livre

Imagens Científicas “Nanos”, na Biblioteca Municipal de Albergaria-a-Velha.

11h00 Clube do Cientista – “Matemática no tabuleiro”, no Aveiro Center.

11h00 Domingo de manhã na barriga do caracol –

“Não é magia, são células especiais!”, na Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro.

Exposição resultante do Concurso de Fotografia Glicínias Plaza - “Luz em Flash”, no Centro Comercial Glicínias Plaza.

Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro 2015


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