Laboração contínua

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Botulismo por Anita Peeples

Bolor

Locais de amostragem dos solos e mapas de distribuição dos teores Arsénio (As) e Níquel (Ni)

Solo – um recurso natural Em dezembro de 2013 a Assembleia Geral das Nações Unidas, aprovou uma resolução que estabeleceu o dia 5 de dezembro como Dia Mundial do Solo e o ano de 2015 como Ano Internacional dos Solos.

“We know more about the movement of the celestial bodies than about the soil underfoot”. Esta é uma das muitas citações Leonard da Vinci (1452–1519) considerado por muitos o maior génio da história da humanidade, revelando a importância do conhecimento do solo, um constituinte ambiental fundamental. O solo é um recurso natural escasso e não renovável à escala temporal humana. Basta pensar-se que para se formarem 30 centímetros de solo são necessários de 100 a 1000 anos. Dentro da biosfera o solo é o suporte e a fonte de nutrientes para a produção de alimentos que intervêm na dieta de humanos e animais. Contudo, muitas outras funções igualmente importantes lhe são atribuídas, como sejam: a regularização do ciclo hidrológico, a preservação de espécies biológicas, a produção florestal, etc. Em dezembro de 2013 a Assembleia Geral das Nações Unidas, aprovou uma resolução que estabeleceu o dia

5 de dezembro como Dia Mundial do Solo e o ano de 2015 como Ano Internacional dos Solos. Para além das funções já referidas, esta resolução apontou dois outros aspetos muito importantes: a seca, a degradação dos solos e a desertificação como desafios de dimensão mundial para o desenvolvimento sustentável de todos os países e ainda a necessidade de um reforço rápido da capacidade de recolha de informação sobre o solo e da sua monitorização em todos os níveis (global, regional e nacional). Indo ao encontro deste último aspeto, foi realizado na universidade de Aveiro um estudo que consistiu na colheita de solos em todo o território nacional (cerca de 653 amostras), recorrendo a procedimentos padronizados (International Geochemical Mapping Project, patrocinado pela UNESCO, entre outras organizações) de forma a que os dados obtidos pudessem ser comparados com os resultantes de estudos similares realizados noutros países. Cada solo recolhido foi analisado para 32 elementos químicos e outros parâmetros característicos do solo. O conhecimento das variações naturais das concentrações destes elementos químicos ajudará a melhor compreendermos os problemas de contaminação e degradação do solo, tendo em vista ações de prevenção e monitorização. Este aspeto poderá ser relevante dado que Portugal é um dos poucos países europeus em que não existe

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(concentrações em mg/kg).

nenhum documento legislativo com vista à gestão de locais contaminados. De facto, os efeitos do excesso (ou deficiência) em determinados elementos químicos (ex. As, F, I, Pb e Se) na saúde das populações e na incidência de certas doenças em algumas zonas do Planeta, constituem uma preocupação contemporânea, e trabalhos de mapeamento geoquímico constituem o ponto de partida para investigações desta natureza. A compilação de todos os dados obtidos (aproximadamente 45 000) levou à produção do 1º Atlas Geoquímico dos solos de Portugal Continental, a publicar brevemente. Muitas interpretações se poderão fazer dos mapas deste Atlas, pois apesar das reduzidas dimensões do nosso país existe uma grande variedade litológica e pedológica que se traduz em padrões geoquímicos de distribuição espacial muito diferenciados. Está assim criada uma primeira base de dados que documenta o estado atual dos solos de Portugal Continental, permitindo avaliar corretamente eventuais modificações ao longo do tempo, contribuindo de forma decisiva para um planeamento racional do uso do solo, suporte de uma política ambiental globalizante. Manuela Inácio GeoBioTec- Geobiociências, Geotecnologias e Geo-engenharias Universidade de Aveiro

Nome vulgar: Bolor Nome científico: Penicillium chrysogenum Vulgarmente conhecido como bolor, o Penicillium chrysogenum é um fungo que cresce em matéria orgânica biodegradável, principalmente no solo e outros ambientes húmidos e escuros. Os bolores são fungos filamentosos que possuem como elemento constituinte as hifas, designadas no seu conjunto por micélio. O micélio vegetativo geralmente fica em contacto com o substrato e serve para a absorção de nutrientes, enquanto que o micélio reprodutivo é constituído pelas estruturas reprodutivas (conidióforos) e geralmente fica em contacto com o ar. A reprodução assexuada é então feita através de esporos (conídios) azuis a verde-azulados, transportados por correntes de ar. O nome do género Penicillium deve-se à forma de pincel (peniciliforme) dos conidióforos. Penicillium chrysogenum é produtor de vários antibióticos, sendo a penicilina o mais conhecido. Acredita-se que a ação bactericida confere a estes fungos vantagem seletiva na competição com as bactérias por fontes de alimento. Muitas outras espécies do género Penicillium apresentam também valor biotecnológico, como por exemplo Penicillium camemberti e Penicillium roqueforti, utilizadas na produção de queijos.

Clostridium botulinum é a bactéria responsável pelo botulismo. Encontra-se amplamente disseminada pelo solo e sedimentos marinhos, podendo também estar presente no intestino de alguns animais ou no pó de nossas casas. Vive em ambientes pobres em oxigénio (anaeróbios) e produz uma das neurotoxinas conhecidas mais potentes, a toxina botulínica. Existem sete tipos desta toxina, sendo que apenas quatro podem afetar humanos. A toxina botulínica atua no sistema nervoso, intervindo na comunicação (sinapse) entre as células nervosas, o que resulta numa paralisia progressiva, que culmina na morte por paragem cardiorrespiratória, quando não prontamente diagnosticada a intoxicação. Durante o período de incubação (18 a 36 horas) os primeiros sintomas vão desde vómitos, diarreia, cefaleias, boca seca, perturbações na visão, fraqueza, dificuldades na fala e em engolir. Estão descritos vários tipos de botulismo onde a severidade dos sintomas está relacionada com a quantidade e o tipo de toxina ingerida, sendo os casos mais frequentes os de botulismo infantil e alimentar. Nestes casos em particular, os alimentos comummente descritos como vetores da toxina sãs os alimentos enlatados de baixa acidez, os preparados caseiros como conservas de vegetais e peixe, as carnes curadas, enchidos e salsichas e, no botulismo infantil, o mel. As células vegetativas são destruídas durante o processamento industrial dos alimentos, por exemplo, durante a pasteurização. O mesmo não acontece com os esporos, que são mais resistentes. Nestes casos é necessário sujeitar os alimentos a um aquecimento a 121 graus durante 3 minutos. As células vegetativas, os esporos e as toxinas não são destruídos no processo de congelamento. por CDC - PHIL

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Mais vale saber…

Biodiversus

FÉRIAS DE NATAL COM CIÊNCIA 21, 22 E 23 DEZEMBRO’15 9H00 >17H45 Vivam os brinquedos óticos e os fósseis e os robôs! E vivam os amigos que fazemos a cada dia! Vivam os presentes, as receitas e o show que escondem ciência! Vivam os nossos sorrisos e a história com eletrões… Aihh! É melhor dizer logo: “Vivam as férias de Natal na Fábrica!” e pronto. Viva! PROGRAMA Dia 21 dezembro | 2ª feira: - Vamos fossilizar | Atividade de geologia - Obrigada, camião azul! | História com ciência - Petit chef cientista | Atividade de química alimentar Dia 22 dezembro | 3ª feira: - Branco como a neve | Atividade de química alimentar - Brinquedos óticos | Atividade de física - Laboratório de prendas | Atividade de química e biologia Dia 23 dezembro | 4ª feira: - Robolândia | Atividade de robótica - Bolachas natalícias | Atividade de química alimentar - Química por Tabela 2.0 | Show de ciência Datas 21, 22 e 23 dezembro‘15 (inscrições diárias) Horário 9h00 às 17h45 (receção das crianças a partir das 8h50) Público-alvo 6 aos 12 anos Local Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro Preço 20€/dia (seguro, almoço e lanches incluídos) Inscrições 234 427 053 ou fabrica.cienciaviva@ua.pt

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Exposição “Rosetta no rasto do cometa”, na Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro.

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06 dez

Clostridium botulinum. Esporos de Clostridium botulinum.

Ciência na Agenda

23 dez

11h00 Clube do Cientista – Oficina de robôs, no >12h00 Aveiro Center.

21h30 Cafés de Ciência | Conversas com Luz – Astroquímica: moléculas pela luz das estrelas, com Paulo Ribeiro Claro, no Hotel Moliceiro.

09h00 Férias de Natal com Ciência, na Fábrica >17h45 Centro Ciência Viva de Aveiro.

Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro 2015


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