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Lotação esgotada no “Pai, vou ao espaço e já volto!” do passado domingo!

Desta vez, o astrónomo José Augusto Matos levou-nos numa viagem até Plutão. Já estamos de olhos postos na aventura espacial do próximo mês.

“Vamos ao Espaço” é o tema da próxima sessão, a decorrer a 16 de abril, e as inscrições já se encontram esgotadas!

Como conhecer o céu da primavera

As belas noites primaveris, caracterizadas habitualmente por uma atmosfera tépida e perfumada, são propícias à observação do céu. A descoberta das constelações pode servir-nos como fonte de fascínio ou recurso de orientação. E para melhor referenciar no céu as posições dos planetas e de outros objetos interessantes. Veja como.

Um passeio entre as estrelas e constelações da Primavera

Consideram-se estrelas da Primavera as que são visíveis (das nossas latitudes), aproximadamente entre as 22h00 e as 24h00, numa qualquer noite a meio desta estação florida. Devido à rotação da Terra, todos os dias desfilam heróis, mitologias e aventuras sobre as nossas cabeças, fruto da imaginação dos nossos antepassados para melhor recordar e conhecer o céu. Hoje tais histórias têm apenas o sabor da tradição, mas podem ser ainda usadas como orientação. À medida que a noite avança, mais estrelas se elevam a nascente enquanto outras se escondem a poente. Olhando para o céu muito mais tarde, digamos às 4h00, estaremos já a ver as

estrelas que anunciam o Verão, e que poderemos observar a horas mais cómodas na estação quente.

Logo que a escuridão se instala veremos a Ursa Maior por cima da estrela Polar (Figura 1), com a cauda a desenhar-se para a nossa direita. A Cassiopeia encontra-se muito baixa, orientada como um “W”, quase a roçar o horizonte norte desimpedido, não sendo por isso de fácil localização nesta época do ano.

Logo ao cair da noite descobrem-se, a oeste, as constelações de Inverno a despedirem-se do observador, algumas quase a mergulhar no horizonte ocidental, como o Orionte, o Cão Maior, o Cão Menor e o Touro (Figura 2). Bem acima do horizonte sul, destaca-se a magnífica constelação do Leão, a mais característica da Primavera. Régulo é a sua estrela mais notável. O leitor localizará facilmente o Leão, utilizando as Guardas da Ursa Maior, mas prolongando o seu alinhamento no sentido oposto àquele que nos leva à estrela Polar. Voltando à Ursa Maior, prolonguemos a sua cauda, seguindo a curvatura em arco que ela evidencia: encontraremos uma estrela muito brilhante e alaranjada (Arcturo), a mais notável da constelação

do Boieiro. Continuando a seguir esse arco imaginário, depois de passar por Arcturo chegaremos a Espiga, a estrela mais brilhante na constelação da Virgem, de brilho branco-azulado. A partir da Espiga encontram-se facilmente outras referências no céu que nos permitirão localizar as outras constelações da Primavera: o Corvo, a Sul da Virgem. A Coroa Boreal, a este do Boieiro. E a Balança, na faixa do Zodíaco, a este da Espiga. Se o entusiasmo nos levar a prolongar a noite começaremos a ver surgir as constelações do Verão, como o Escorpião, a Lira e o Cisne.

Outras constelações são menos evidentes, mas existem técnicas simples e práticas para localizar facilmente todas as constelações e identificar imensas estrelas (ver caixa “Para saber mais”).

E os planetas? Eles mudam de posição em relação às constelações, mas as suas posições podem ser obtidas em http://www.platanoeditora.pt/?q=C/

BOOKSSHOW/7595 , acionando o link “Localização dos planetas”. ■

Guilherme de Almeida (Texto e mapas)

Ciência na Imprensa Regional Ciência Viva

Figura 2 O céu visível na Primavera, acima do horizonte sul (centro do mapa). À direita mostram-se as estrelas e constelações que mergulham no horizonte logo ao início das primeiras noites primaveris. À esquerda vêem-se as que aparecem, do lado nascente, a horas já muito tardias. A linha vermelha marca as estrelas que passam sucessivamente pelo zénite (ponto imaginário do céu na vertical acima do observador).

Para saber mais

Guilherme de Almeida — “O Céu nas Pontas dos Dedos”, Plátano Editora, Lisboa, 2013.

http://www.platanoeditora.pt/?q=C/ BOOKSSHOW/7595

Guilherme de Almeida — “Roteiro do Céu”, Plátano Editora, Lisboa, 5.ª Edição, 2010.

http://www.platanoeditora.pt/index.

php?q=C/BOOKSSHOW/17

Guilherme de Almeida e Pedro Ré — “Observar o Céu Profundo” Plátano Editora, Lisboa, 2.ª Edição, 2004.

http://www.platanoeditora.pt/index.

php?q=C/BOOKSSHOW/18

Sabias que o cancro também pode ser hereditário?

O cancro é na grande maioria das vezes um fenómeno esporádico, resultando na acumulação de erros (mutações) no ADN de um conjunto específico de células. No entanto, cerca de 10% dos casos surgem no contexto de uma síndrome de predisposição para cancro familiar, causada por mutações herdadas em genes chave do desenvolvimento de cancro. Nestes casos, a doença acontece numa idade precoce (< 50 anos), afetando múltiplas gerações, com cancros múltiplos e/ ou bilaterais. O cancro hereditário da mama e ovário e a síndrome de Lynch (carcinoma do cólon e reto hereditário

não associado a polipose) são as duas síndromes mais comuns de predisposição hereditária para cancro. A melhor forma de deteção precoce do cancro é o rastreio da população em geral, recomendado a partir de determinada idade, e o acompanhamento de famílias com elevado risco de desenvolvimento de cancro. ■

Esta rubrica surge no âmbito do Projeto de Literacia em Saúde “Vamos Aprender sobre Cancro”, um projeto do Departamento de Ciências Médicas da Universidade de Aveiro em parceria com a Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro.

A Fábrica Centro Ciência Viva e o Departamento de Ciências Médicas da Universidade de Aveiro coorganizam a terceira sessão do ciclo de conversas do Projeto “Vamos Aprender sobre Cancro”. “Deteção precoce do cancro: rastreio e cancro hereditário” será o tema apresentado por um painel de especialistas na área, no próximo sábado, 25 de março, pelas 15h00. Destina-se a público jovem e adulto e tem entrada livre.

Ciência na Agenda

mais informações em www.ua.pt/fabrica

24 mar

16ª edição do Campeonato Nacional de Jogos Matemáticos (CNJM16), na Universidade de Aveiro.

25 mar 15h00 > 16h30

26 mar 11h00 > 12h00

16 abr 11h00 > 12h00

“Deteção precoce do cancro: rastreio e cancro hereditário” no âmbito do Projeto “Vamos Aprender sobre Cancro”, na Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro.

Domingo de manhã na barriga do caracol – “À roda na cozinha real!” na Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro.

Pai, vou ao espaço e já volto! – Vamos ao Espaço, na Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro.

Exposição “O cancro aos olhos de um cientista”, na Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro. 3ª dom

Exposição Coletiva de Fotografias Científicas “O Cancro visto ao microscópio”, na Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro. 3ª dom

Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro 2023 Rua dos Santos Mártires, 3810-171 Aveiro tel. 234 427 053 www.ua.pt/fabrica www.facebook.com/fccva fabrica.cienciaviva@ua.pt 832
Figura 1 - Aspeto simplificado do céu da Primavera, olhando acima do horizonte norte. Evidenciam-se as guardas da Ursa Maior, que definem o alinhamento que nos conduz até à estrela Polar.
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DOMINGO DE MANHÃ NA BARRIGA DO CARACOL Foto da semana A não perder!
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