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Oxigénio

O oxigénio foi identificado como elemento químico em 1774 por Joseph Priestley (1733 – 1804), um dos responsáveis pelas fundações da química moderna, durante o século XVIII. Inglês de nascimento, Priestley foi para além de químico também clérigo inconformado e uma personalidade controversa que marcou intelectualmente a sua época, tendo exercido aparentemente grande influência na redação do texto da Declaração da Independência das Colónias Americanas (que daria, mais tarde, origem aos Estados Unidos da América do Norte) e sido amigo pessoal de Benjamim Franklin.

Para identificar o oxigénio, Priestley utilizou duas lentes de vidro para focar a luz do Sol sobre um frasco contendo óxido de mercúrio. Este composto, assim aquecido pelo astro solar, “libertou” bolhas de um gás “gerador de vida”.

A atribuição da descoberta do oxigénio molecular a Priestley deve-se, fundamentalmente, ao facto de ter sido ele o primeiro a compreender estar na presença de uma substância que fazia

parte, entre outros, do ar que respiramos. A ele é também atribuída a identificação de outros nove gases diferentes, dos quais só três eram, até então, conhecidos.

A identificação do oxigénio – ou “ar deflogisticado”, como inicialmente foi designado por Priestley, tendo em conta a teoria dogmática da época – foi muito importante na história do desenvolvimento da química, uma vez que permitiu, entre outras coisas, perceber (como se disse) que o ar não era, em si, um elemento único, mas composto por várias substâncias.

Os gregos consideravam o ar como um elemento único e esta conceção foi dominante durante milénios. No entanto, há alguns indícios de que os chineses já sabiam, no século XIII, que o ar não tinha uma “natureza simples”. Curiosamente, o génio de Leonardo da Vinci (1452 – 1519) terá identificado, primeiramente, que “uma parte” do ar tinha um “papel importante” na combustão.

Como muitas vezes acontece em ciência, outros antes de Priestley teriam já

“tropeçado” no oxigénio (para além de o terem respirado sempre!). Todavia, por terem interpretado os seus resultados de forma diferente, ou por não terem divulgado a descoberta atempadamente, não ficaram com os louros da descoberta. Foi o caso do químico sueco Carl W. Scheele (1742 – 1786), que se sabe hoje ter obtido oxigénio puro a partir de nitratos e por outros métodos, entre 1771 e 1773. No entanto, Scheele só divulgou a sua descoberta em 1777, ou seja, três anos após Priestley. O entendimento sobre a verdadeira natureza do oxigénio deve-se, contudo, ao grande químico francês Antoine Lavoisier (1743 – 1794), que, a partir dos trabalhos de Priestley e de Scheele, caracterizou este elemento de uma forma quantitativa. Lavoisier é referido, muitas vezes, como “pai da química moderna”, por ter sido ele o primeiro a basear as conclusões dos resultados das suas experiências de uma forma quantitativa. Apesar do seu génio, deve-se a Lavoisier o batismo impróprio deste elemento por “oxigénio”. Baseando-se

Quase 2000 alunos de 350 escolas de todo o país participaram no 16º Campeonato Nacional de Jogos Matemáticos que decorreu no passado dia 24 de março, na Universidade de Aveiro. Este é um grande evento dedicado à matemática, único a nível nacional e de grande relevância educativa e social. Muitos parabéns à organização nacional! Estamos de coração cheio por este ano termos integrado a organização local.

Biodiversus

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Ciência na Agenda

exclusivamente nas suas observações experimentais, verificou que alguns elementos, quando combinados através da combustão com o oxigénio, geravam compostos que se “comportavam” como ácidos. Assim, Lavoisier generalizou que o oxigénio era um constituinte fundamental de todos os ácidos, o que sabemos estar incorreto. Por exemplo, o ácido clorídrico (que é um ácido forte) não possui oxigénio na sua composição.

Fundamentado nesta fatal generalização, Lavoisier utilizou as palavras gregas “oksys” e “gen” – que significam, respetivamente, “ácido” e “gerador” –para construir a palavra oxigénio (gerador de ácidos) e é por este nome que designamos este elemento desde então.

Deixo, por agora, o desafio ao leitor de procurar a localização do oxigénio na Tabela Periódica! Ajudo-o dizendo que o 8 é número atómico do oxigénio. ■

António Piedade

Ciência na Imprensa Regional / Ciência Viva

Nome comum: Azedas

Nome científico: Oxalis pes-caprae L.

Possivelmente introduzida para fins ornamentais, esta espécie é nativa da África do Sul e, hoje em dia, está presente em quase todo o globo. Em Portugal está distribuída por todo o território continental e ilhas.

As azedas são bolbosas e possuem uma única raiz de onde emerge, à superfície, um tufo de caules com folhas de pecíolos longos, geralmente trifoliadas. As flores são hermafroditas e surgem em inflorescências terminais de 4 a 19 flores amarelas, que fecham ao anoitecer. O fruto é uma cápsula curta e ovoide que raramente amadurece. Na verdade, o principal meio de dispersão desta espécie acontece pela fragmentação dos pequenos bolbilhos, aderentes ao bolbo, que está

profundamente enterrado. Pode vingar em todos os tipos de solo, apesar de preferir os argilosos e arenosos, o que a leva a colonizar desde terrenos cultivados a bermas de caminhos, baldios urbanos, dunas e arribas. É uma planta invasora por se dispersar facilmente, alargando de forma rápida a sua distribuição. Ao colonizar uma nova área pode tornar-se dominante, formando densos tapetes que impedem o desenvolvimento de outras espécies nativas e/ou diminuindo a produtividade de terrenos cultivados. As medidas de controlo para esta espécie passam pelo arranque manual, solarização ou aplicação foliar de herbicida. O nome comum refere-se ao sabor amargo dos seus caules, característico de algumas plantas da família Oxalidaceae, e que se deve à presença de ácido oxálico.

3ª dom

EXPOSIÇÃO “O CANCRO AOS

OLHOS DE UM CIENTISTA”

Páscoa com Ciência na Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro. 10h00 > 18h00 7 abr 8 abr e

12 abr 14h30 > 18h00

15 abr 15h00 > 16h30

16 abr 11h00 > 12h00

Dia Nacional do Ar, na Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro.

Ciclo de Conversas no âmbito do Projeto “Vamos Aprender sobre Cancro” na Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro

Pai, vou ao espaço e já volto! – Vamos ao Espaço, na Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro.

Exposição “O cancro aos olhos de um cientista”, na Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro. 3ª dom

Exposição Coletiva de Fotografias Científicas “O Cancro visto ao microscópio”, na Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro. 3ª dom

Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro 2023 Rua dos Santos Mártires, 3810-171 Aveiro tel. 234 427 053 www.ua.pt/fabrica www.facebook.com/fccva fabrica.cienciaviva@ua.pt 834
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