Vicencia vivissima

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FIO PUXADO CONTO CONTADO Ontem, fui fazer reportagem de uma reunião sobre o Ano Internacional da

recebiam a luz e viam as coisas.

Luz. Participavam bichos de todo o mundo e vinham falar da sua visão, quer

Indecente! Pus o braço no ar para intervir e disse alto, para todos ouvirem,

dizer: dos seus órgãos que recebem a luz. Ora, como a luz é o que nos

que “não ver muitas cores não significa ver mal! E que o faro daquele cão

permite ver as coisas, bem se percebe a importância do assunto e a atenção

punha o do camarão num chinelo e que eu própria, simples aranha, com os

de todos! Sem luz, é o breu!

meus oito olhos de lentes simples (dois principais, pretos, que não refletem

Pois não queiram saber a indelicadeza de um dos principais convidados, o

luz e seis secundários que refletem, por isso ajudam em ambientes escuros)

camarão mantis, Gonodactylus smithii! Quando chegou a sua vez, pegou no

conseguia identificar melhor que ele um bicho antipático! Espetei as minhas

microfone e zás de se autoelogiar e de se sobrepor ao resto da malta!

patas todas na sua direção… e saí.

Mostrou e comparou, à descarada, a sua maravilhosa visão apuradíssima

Desculpem, mas deixei a reportagem a meio, sim.

(capta raios de luz infravermelhos e ultravioleta que pouquíssimos animais conseguem), e envergonhou o pastor alemão, sentado mesmo ali ao lado: apontou para ele com aquela pata toda agressiva e referiu que os seus “olhos fracotes” quase só conseguiam ver cinzentos! “Ah,ah,ah!”, gozou sem parar. O pobre pastor alemão enfiou o rabo entre as pernas e já nem o quis corrigir

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B.I. DOS OBJETOS LENTE DE CONTATO (DE HIDROGEL)

TESTADO E APROVADO!

COMO VEEM OS NOSSOS OLHOS?

O que preciso:

por CSIRO

VICÊNCIAVIVÍSSIMA 69

AS PALAVRAS GUARDADAS NA TEIA DA FÁBRICA

DATA DE APRESENTAÇÃO: 1960 INVENTOR: Otto Wichterle LOCAL: República Checa

Balão; lanterna; objeto opa co (por exemplo uma chave) ; lente biconvexa (podes retirar de uma lupa de mão)

Como fazer:

1 – Enche o balão e encaix a a lente na extremidade abe rta deste. 2 – Alinha a lanterna, a cha ve, a lente e o balão, de mo do a obter uma imagem na parte trasei ra deste último. 3 – Observa e, se necessári o, aproxima ou afasta o con junto lente/balão da fonte de luz, de modo a obter uma imagem mais nítida.

O que acontece?

A ideia de colocar lentes diretamente nos olhos, para corrigir diversos tipos de defeitos da visão, foi apresentada pela primeira vez por Leonardo da Vinci em 1508. John Herschel, em 1823, propôs uma cápsula de vidro cheia de uma gelatina animal para corrigir o astigmatismo e, em 1887, surgiram as primeiras lentes de vidro. O grande salto foi dado por Otto Wichterle que, com Drahoslav Lim, publicou em 1960 um artigo onde propunha o uso de géis com água e, já no século XXI, foram vendidas as primeiras lentes de contato de silicone-hidrogel.

O balão pretende simular o globo ocular, a lente biconv exa a córnea e a parte de trás do balão a retina. Quando os rai os luminosos entram no olho, atravessam a córnea e o cri sta lino (que funcionam como lentes), mu dam de direção e convergem num ponto, resultando uma imagem invertida na retina. Devido ent ão às propriedades da lente util izada, surge uma imagem inv ert ida da chave na parte de trás do bal ão. O movimento de aproxima r ou afastar o conjunto lente/bal ão da fonte de luz, simula o aju ste do cristalino na focagem da ima gem.

(não é bem assim) nem descrever como de facto os seus olhos meigos

NÃO DIGAS POR AÍ, MAS… O humor vítreo dos nossos olhos não é o que nos faz chorar de rir; nem é uma piada que os olhos contam para a boca e as bochechas acharem graça! Claro que não! É a substância gelatinosa e viscosa que preenche o espaço entre a parte da frente e a de trás do olho e mantém a sua forma esférica.

QUE ESCAGANIFOBÉTICO! CONES E BASTONETES?! São células sensíveis à luz existentes na retina dos olhos de alguns animais. Transformam a luz em sinais elétricos que depois são enviados ao cérebro pelo nervo ótico. No olho humano, os cones são sensíveis às cores verde, azul e vermelho, e dependendo dos tipos de cones que forem estimulados, obtêm-se as várias cores. Já os bastonetes são mais sensíveis à intensidade luminosa.

SABER EM RECORTE ILUSÕES DE ÓTICA Certas imagens “enganam” o nosso sistema visual. Podem fazer-nos ver uma coisa que não está presente ou fazer-nos ver a imagem de modo errado. Por exemplo, nesta ilusão parece-nos que um dos círculos cor-de-laranja é maior do que o outro mas na realidade eles são exatamente iguais. São os círculos azuis de tamanhos diferentes à volta que criam a ilusão. Temos uma prova disso quando tapamos os círculos azuis e avaliamos outra vez o tamanho das bolas laranja.


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