OPINIÃO
James Thorp Neto| Presidente da Fecombustíveis
Novo tempo Estar à frente da Federação pelos próximos quatro anos é motivo de grande orgulho para mim, principalmente ao ser eleito por unanimidade pelos sindicatos filiados. Por consenso, achamos por bem lançar chapa única, com a finalidade de trazer união para este momento tão difícil para o país. Nosso intuito é agregar, discutir os diferentes pontos de vista com o nosso conselho para se chegar em um consenso para o melhor à revenda. Viramos uma página depois das eleições e agora é um momento de união. Estamos vivenciando um período de muitos desafios. Como novo gestor da Federação, esses desafios servirão de combustível para minha motivação, a fim de buscar os caminhos certos e trazer evolução ao nosso setor. Todas as semanas, recorrentemente, os veículos de comunicação trazem como foco os preços dos combustíveis no Brasil. Na realidade, no mundo todo os preços estão altos. As elevações são consequência da guerra entre a Rússia e a Ucrânia, que tem trazido um desequilíbrio para a economia mundial, principalmente com o aumento de preços das commodities, entre elas, o petróleo. O aumento da demanda por combustíveis, em virtude do aquecimento da economia pela redução da pandemia da Covid-19, também é outro impacto dos aumentos. Aqui no Brasil, temos passado por provas diárias. Somos nós, proprietários de postos, que mantemos contato direto com o consumidor. Assim como o nosso cliente está sofrendo com os aumentos, nós, revendedores, também passamos por dificuldades para manter nossos negócios. Os postos necessitam de capital de giro, têm elevados custos fixos, precisam fazer reposição de estoques e quando o consumo cai, todas as despesas são afetadas. Entendemos, perfeitamente, que estamos diante de um problema mundial, que afeta o Brasil e todo mercado de combustíveis. Porém, como estamos na ponta final da cadeia, ainda temos que contornar a situação junto ao consumidor por desinformação. Foi assim no final de
maio, quando circulou um vídeo que espalhou fake news sobre a cobrança dos impostos federais e ainda incentivava o consumidor a pedir ressarcimento dos impostos dos combustíveis. Tivemos que explicar aos nossos clientes que somente o PIS/Cofins do óleo diesel foi zerado, mas os impostos federais da gasolina, do etanol e GNV continuam sendo cobrados. A Federação também divulgou uma nota com o esclarecimento em seus veículos de comunicação. Neste primeiro momento, não vamos tratar dos problemas pontuais com relação aos preços dos combustíveis. Temos antigos desafios, que precisam ser superados e já estamos envolvidos nesta luta há bastante tempo. Um deles é a Taxa de Controle e Fiscalização Ambiental (TCFA), do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), pois é um custo elevado que pesa demais para a revenda. É possível suavizar o peso da taxa, se for usado critério da proporcionalidade. Vamos solicitar mais equilíbrio para que cada agente possa pagar pelo nível de risco proporcional ao seu negócio. Também já estamos trabalhando com a questão do benzeno e os prazos das bombas para recuperação de vapores da gasolina. Para um futuro próximo, vislumbramos a redução da carga tributária dos combustíveis. Inclusive, foi aprovado na Câmara dos Deputados o projeto de lei complementar (PLP 18/22) sobre a cobrança do ICMS, que classifica energia, combustíveis, comunicações e transporte coletivo como itens essenciais. A proposta é que a cobrança desses serviços deverá ter um teto de até 17%. A questão dos tributos dos combustíveis é bem complexa e fomentar a discussão para uma reforma ampla, de forma a reduzir os custos dos combustíveis e ainda diminuir a sonegação fiscal, seria ideal. Apesar de todos os problemas que enfrentamos, estou muito animado para iniciar essa nova jornada e conto com o apoio de todos os presidentes dos sindicatos filiados para que, juntos, possamos superar as adversidades e colher muitas vitórias. Combustíveis & Conveniência
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