REPORTAGEM DE CAPA
Postos do Rio Grande do Sul tentam se reerguer
ENTREVISTA
Claudio Felisoni, Presidente do Ibevar
49 • Evolução dos Preços do Etanol
50 • Formação de Preços
51 • Formação de Custos do S10
52 • Ajustes nos preços da Petrobras
53 • Preços de Revenda e Distribuição
n MERCADO
16 • Novas tecnologias: informações comerciais, qual é o limite?
26 • Magda Chambriard é a nova presidente da Petrobras
n CONVENIÊNCIA
40 • Consumidor busca conveniência e se preocupa com a sustentabilidade
n NA PRÁTICA
44 • Nova Resolução da ANP traz mais exigências no armazenamento de diesel
n OPINIÃO
14 • James Thorp Neto
Combustíveis & Conveniência 3 ÍNDICE
30 08
TABELAS
A Fecombustíveis representa nacionalmente 33 sindicatos, defendendo os interesses legítimos de mais de 42 mil postos de serviços, 453 TRRs e cerca de 61 mil revendedores de GLP, além da revenda de lubrificantes.
Nossa missão é acompanhar o mercado de revenda de combustíveis, com a meta de fomentar o desenvolvimento econômico e social do setor, contribuindo assim para melhorar a qualidade de vida da nação.
Presidente: James Thorp Neto
1o Vice-Presidente: Carlos Eduardo Mendes Guimarães Jr.
2o Vice-Presidente: Alfredo Pinheiro Ramos
3o Vice-Presidente: João Carlos Dal’Aqua
4º Vice-Presidente: Mário Luiz P. Melo
5o Vice-Presidente: Manuel Fonseca da Costa
6o Vice-Presidente: Paulo Roberto Correa Tavares
1o Secretário: José Camargo Hernandes
2o Secretário: Wilber Silvano de Souza Filho
3o Secretário: Julio Cezar Zimmermann
1o Tesoureiro: Antônio Cardoso Sales
2o Tesoureiro: João Batista Porto Cursino de Moura
3o Tesoureiro: José de Faro Rollemberg Nascimento
Conselheiro Fiscal Efetivo: Walter Tannus Freitas
Conselheiro Fiscal Efetivo: Adriano Costa Nogueira
Conselheiro Fiscal Efetivo: Márcio Martins de Castro Andrade
Diretoria:
Aldo Locatelli, Rui Cichella, Luiz Antônio Amin, José Carlos da Silva, Maxwel Nunes Paula, Rafael Milagres Macedo Pereira, Álvaro Rodrigues
Antunes de Faria, Omar Hamad FIlho, Vicente de Sant’Anna Neto, Arildo Persegono Filho, Jefferson Davi de Espindula, Vilson Luiz Pioner, Waldemar Locatelli, José Victor Capelo, Maxwell Flor de Oliveira, Leopoldo Correa
Conselho Editorial:
Marciano Francisco Franco, José Alberto Miranda Cravo Roxo, Mario Melo, Ricardo Hashimoto, José Carmargo Hernandes e Walter Tannus Freitas
Edição: Mônica Serrano (monicaserrano@fecombustiveis.org.br)
Redação: Rosemeire Guidoni (roseguidoni@uol.com.br), Rodrigo Conceição Santos e Paulo José de Carvalho. Capa: Alexandre Bersot (Com imagens do Sulpetro e rede Buffon)
Publicidade: Fernando Polastro comercial.revista@fecombustiveis.org.br
Telefone: (11) 5081-6681 | 99525-6665
Programação visual: Girasoli
Fecombustíveis
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Cep.: 20.040-004
Telefone: (21) 2221-6695
Site: https://www.fecombustiveis.org.br/edicoes-revista E-mail: revista@fecombustiveis.org.br
Crise das águas
As chuvas que causaram as enchentes devastaram o estado do Rio Grande do Sul. Alguns perderam entes queridos, casas, carros, tudo. Inserido neste drama, também se encontram diversos negócios, inclusive a revenda de combustíveis. Muitos postos ficaram submersos na água por semanas, os estragos não foram contabilizados, mas o que se tem certeza é de que os sindicatos representantes da revenda no estado gaúcho se mobilizaram para auxiliar tanto os seus associados quanto a população, com campanhas de solidariedade. Confira na Reportagem de Capa diferentes abordagens deste tema.
Na seção Mercado trazemos a troca de presidentes da Petrobras, com a saída de Jean Paul Prates e a entrada de Magda Chambriard. Outra reportagem da mesma seção mostra como uma das grandes distribuidoras investiu em um novo sistema tecnológico, que captura todos os dados da revenda, tanto de clientes de aplicativos, quanto do posto, tendo acesso a informações que só interessam ao dono do negócio.
Também trazemos em Na Prática a nova Resolução 968/2024, que além de estabelecer as especificações de qualidade sobre o óleo diesel, também determina a obrigação de novos procedimentos de manutenção do produto nos tanques para a revenda.
A seção Conveniência traz a cobertura dos principais temas discutidos na Apas Show 2024. Apesar de o evento ser voltado para os supermercados, uma pesquisa da entidade mostrou que, embora o fator preço seja decisivo para as compras, boa parte dos consumidores ainda busca conveniência ao escolher o local de compras
A Entrevista do mês traz como destaque o economista Claudio Felisoni, especialista em varejo e presidente do Instituto Brasileiro de Executivos de Varejo e Mercado de Consumo (Ibevar).
Boa leitura!
Mônica Serrano Editora
CARTA AO LEITOR 4 Combustíveis & Conveniência
ACRE
SINDICATOS
Sindepac
Delano Lima e Silva Rua Pernambuco nº 599 - Sala 4 Bairro: Bosque Rio Branco-AC Fone: (68) 3226-1500 sindepac@hotmail.com www.sindepac.com.br
ALAGOAS
Sindicombustíveis - AL
James Thorp Neto
Av. Jucá Sampaio, 2247, Barro Duro Salas 93/94 Shopping Miramar Maceió-AL Fone: (82) 3320-2902/1761 gerencia@sindicombustiveis-al.com.br www.sindicombustiveis-al.com.br
AMAZONAS
Sindicombustíveis - AM Eraldo de Souza Teles Filho Rua Rio Içá, 26 - quadra 35 Conj. Vieiralves Manaus-AM Fone: (92) 3584-3707/3728/99446-2261 sindicombustiveisam@gmail.com
BAHIA
Sindicombustíveis - BA Walter Tannus Freitas
Rua Arthur de Azevedo Machado, 1459. Sala 712
Ed. International Trade Center – ITC Bairro Stiep Salvador - Bahia Fone: (71) 3342-9557 Cel. (WatsApp): (71) 99905-9017 sindicombustiveis@sindicombustiveis.com.br www.sindicombustiveis.com.br
CEARÁ
Sindipostos - CE Manuel Novais Neto Av. Engenheiro Santana Júnior, 3000/ 6º andar – sala 506 Parque Cocó Fortaleza-CE Fone: (85) 3244-1147 sindipostos@sindipostos-ce.com.br www.sindipostos-ce.com.br
DISTRITO FEDERAL
Sindicombustíveis - DF Paulo Roberto Correa Tavares
SHCGN-CR 704/705, Bloco E Entrada 41, 3º andar, sala 301 Brasília-DF Fone: (61) 3274-2849 sindicato@sindicombustiveis-df.com.br www.sindicombustiveis-df.com.br
ESPÍRITO SANTO
Sindipostos - ES Maxwel Nunes Paula Av. Nossa Senhora dos Navegantes, 955 / 21º - salas 2101 e 2102 Ed. Global Tower - Enseada do Suá Vitória - ES Fone: (27) 3322-0104 sindipostos@sindipostos-es.com.br www.sindipostos-es.com.br
GOIÁS
Sindiposto
Marcio Martins de Castro Andrade 12ª Avenida, 302 Setor Leste Universitário Goiânia-GO Fone: (62) 3218-1100 sindiposto@sindiposto.com.br www.sindiposto.com.br
MARANHÃO
Sindicombustíveis - MA
Magnolia Rolim Av. dos Holandeses - Ed. Tech Office - sala 226 - 2o andar Ponta D’Areia - São Luís-MA Fone: (98) 98740-1700 / 98453-7975 gerencia@sindcombustiveis-ma.com.br
MATO GROSSO
Sindipetróleo
Claudyson Martins Alves R. Manoel Leopoldino, 414, Araés Cuiabá-MT Fone: (65) 3621-6623 contato@sindipetroleo.com.br www.sindipetroleo.com.br
MATO GROSSO DO SUL
Sinpetro
Waldemar Locatelli Rua Bariri, 133 Campo Grande-MS Fone: (67) 3325-9988 / 9989 sinpetro@sinpetro.com.br www.sinpetro.com.br
MINAS GERAIS
Minaspetro
Rafael Milagres Macedo Pereira Rua Amoroso Costa, 144 Bairro Santa Lúcia
Belo Horizonte-MG Fone: (31) 2108- 6500/ 2108-6530 minaspetro@minaspetro.com.br www.minaspetro.com.br
PARÁ
Sindicombustíveis - PA
José Carlos da Silva Av. Duque de Caxias, 1337 Bairro Marco
Perímetro: Trav. Mariz e Barros/Trav. Timbó Belém-PA Fone: (91) 3224-5742/ 3241-4473 secretaria@sindicombustiveis-pa.com.br www.sindicombustiveis-pa.com.br
PARAÍBA
Sindipetro - PB
Omar Aristides Hamad Filho Av. Minas Gerais, 104 Bairro dos Estados João Pessoa-PB Fone: (83) 3221-0762 contato@sindipetropb.com.br www.sindipetropb.com.br
PARANÁ
Paranapetro - PR
Paulo Fernando da Silva
Rua Vinte e Quatro de Maio, 2.522
Curitiba-PR Fone: (41) 3021-7600 E-mail: paranapetro@paranapetro.org.br
PERNAMBUCO
Sindicombustíveis - PE
Alfredo Pinheiro Ramos
Rua Desembargador Adolfo Ciriaco,15 Prado - Recife-PE Fone: (81) 3227-1035 recepcao@sindicombustiveis-pe.org.br www.sindicombustiveis-pe.org.br
PIAUÍ
Sindipostos-PI
Alexandre Cavalcanti Valença Av. Jóquei Clube, 299 - Jóquei Teresina-PI
Fone: (86) 98179-4524 / (86) 98151-0103 sindipostospi@gmail.com www.sindipostos-pi.com.br/
RIO DE JANEIRO
Sindestado
Adriano Costa Nogueira
Av. Presidente Franklin Roosevelt, 296 São Francisco Niterói–RJ Fone: (21) 2704-9400 sindestado@sindestado.com.br www.sindestado.com.br
RIO DE JANEIRO - MUNICÍPIO
Sindcomb
Manuel Fonseca da Costa Rua Alfredo Pinto, 76 - Tijuca Rio de Janeiro-RJ Fone: (21) 3544-6444 secretaria@sindcomb.org.br www.sindcomb.org.br
RIO GRANDE DO NORTE Sindipostos - RN Maxwell Flor
Rua Raposo Câmara, 3588 Bairro Candelária Natal-RN Fone: (84) 3217-6076 sindipostosrn@sindipostosrn.com.br www.sindipostosrn.com.br
RIO GRANDE DO SUL Sulpetro
João Carlos Dal’Aqua Rua Cel. Genuíno, 210 - Centro Porto Alegre-RS Fone: (51) 3930-3800 presidencia@sulpetro.org.br www.sulpetro.org.br
RIO GRANDE DO SUL – SERRA GAÚCHA
Sindipetro Serra Gaúcha Vilson Pioner
Rua Ítalo Victor Berssani, 1.134 Caxias do Sul-RS Fone: (54) 3222-0888 sindipetro@sindipetroserra.com.br www.sindipetroserra.com.br
RONDÔNIA
Sindipetro - RO Arildo Persegono Filho Travessa Guaporé, Ed. Rio Madeira, 3º andar, salas 307/308 Porto Velho-RO Fone: (69) 3229-6987 sindipetrorondonia@gmail.com www.sindipetro-ro.com.br
RORAIMA
Sindipostos - RR José Pereira Barbosa Neto Av. Major Williams, 436 - sala 01- São Pedro Boa Vista-RR Fone: (95) 3623-9368/ 99132-2776 sindipostosrr@hotmail.com
SANTA CATARINA
Sindipetro - SC Luiz Antonio Amin Rua Porto União, 606 Bairro Anita Garibaldi
Joinville-SC Fone: (47) 3433-0932 /0875 sindipetro@sindipetro.com.br www.sindipetro.com.br
SANTA CATARINA - BLUMENAU Sinpeb
Julio César Zimmermann
Rua Quinze de Novembro, 550/4º andar Blumenau-SC Fone: (47) 3326-4249 sinpeb@gmail.com www.sinpeb.com.br
SANTA CATARINA - FLORIANÓPOLIS
Sindópolis
Vicente Sant’Anna Neto
Av. Presidente Kennedy, 222 - 2º andar Campinas São José Florianópolis-SC Fone: (48) 3241-3908 sindopolis@sindopolis.com.br
SANTA CATARINA – LITORAL CATARINENSE E REGIÃO
Sincombustíveis
Jefferson Davi de Espindula
Rua José Ferreira da Silva, 43 1º andar – sala 7
Itajaí-SC Fone: (47) 3241-0321 sincombustiveis@sincombustiveis.com.br www.sincombustiveis.com.br
SÃO PAULO – CAMPINAS
Recap
Emílio Roberto Chierighini Martins
Rua José Augusto César, 233
Jardim Chapadão Campinas-SP Fone: (19) 3284-2450 recap@financeiro.com.br www.recap.com.br
SÃO PAULO - SANTOS
Sindicombustíveis Resan
José Camargo Hernandes
Rua Dr. Manoel Tourinho, 269 Bairro Macuco
Santos-SP
Fone: (13) 3229-3535 secretaria@resan.com.br www.resan.com.br
SERGIPE
Sindpese
Jose de Faro Rollemberg Nascimento
Rua Dep. Euclides Paes Mendonça, 871 Bairro Salgado Filho Aracaju-SE
Fone: (79) 3214-4708 secretaria@sindpese.com.br www.sindpese.com.br
SINDILUB
José Victor Cordeiro Capelo
Rua Trípoli, 92, conj. 82 Vila Leopoldina
São Paulo-SP Fone: (11) 3644-3439/ 3645-2640 sindilub@sindilub.org.br www.sindilub.org.br
TOCANTINS
Sindiposto - TO Wilber Silvano de Sousa Filho Quadra 303 Sul Av. LO 09 lote 21 salas 4 e 5 Palmas-Tocantins Fone: (63) 3215-5737 sindiposto-to@sindiposto-to.com.br www.sindiposto-to.com.br
TRR
Álvaro Rodrigues Antunes de Faria
Rua Lord Cockrane, 616 8º andar, salas 801/804 e 810 Ipiranga-SP Fone: (11) 2914-2441 info@sindtrr.com.br www.sindtrr.com.br
Entidade associada
ABRAGÁS (GLP)
José Luiz Rocha Fone: (41) 98897-9797 abragas.presidente@gmail.com
Combustíveis & Conveniência 5
VIROU NOTÍCIA
No início dos anos 2000, a Chevron Corporation e a Texaco Inc. se fundiram para formar a ChevronTexaco Corporation, com sede nos Estados Unidos. Em 2005, a Texaco Brasil teve sua razão social alterada para Chevron Brasil Ltda e, logo depois, a rede de postos existente foi comprada pelo grupo Ultrapar, controlador da Ipiranga. Com isso, a marca desapareceu da revenda.
Porém, em maio (2024), a Chevron firmou um acordo de licenciamento com a Ipiranga para trazer de volta ao país a marca Texaco. Pelo acordo, a Ipiranga será licenciada da Chevron para comercializar e vender combustíveis Texaco, em uma rede
de postos da marca em todo o país. A Ipiranga também vai operar as lojas de conveniência, sob a marca Star Mart da Chevron. “É uma oportunidade interessante para complementar a nossa rede de postos”, disse Bárbara Miranda, vice-presidente de Marketing e Desenvolvimento de Negócios da Ipiranga, em nota. Segundo ela, a Ipiranga usará sua expertise, infraestrutura e credibilidade para apoiar o retorno da marca Texaco.
Tracey Gardiner, vice-presidente de lubrificantes da Chevron para as Américas, afirmou que o intuito é “construir a força da marca Texaco em estreita colaboração com a Ipiranga, por meio de uma rede de pontos de venda de combustíveis em todo o país”.
6 Combustíveis & Conveniência
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Texaco vai voltar ao Brasil
Proposta de criação do ONS dos Combustíveis chega ao Congresso
Em maio, o deputado Júlio Lopes (PP/RJ) apresentou o PL 1923/2024, que cria o Operador Nacional do Sistema de Combustíveis, cujo objetivo seria monitorar em tempo real os estoques e a movimentação de combustíveis, da mesma forma que o ONS (do setor elétrico) funciona.
O PL inclui a participação de agentes que atuam na cadeia de gás natural, no processamento e transporte, além do refino, importação e revenda de combustíveis.
“Nós queremos que esse órgão atue de forma complementar à ANP, como o ONS é complementar com a Aneel. O objetivo é garantir que toda vez que a Petrobras, ou qualquer outra fornecedora ou importadora, reduzirem os preços na refinaria, essa diminuição chegue ao consumidor”, disse o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD/MG), ao anunciar a proposta, ainda em 2023.
Conforme o PL apresentado ao Congresso, o novo órgão deverá ser comandado por um diretor-geral e outros quatro diretores, indicados pela União e por agentes do mercado. Nos primeiros cinco anos, os ganhos de arrecadação tributária federal deverão ser destinados ao Fundo Nacional de Segurança Pública, além de repasses aos estados.
Governador de SP confirma atuação no PCC no mercado de combustíveis
Em evento realizado em Nova York (EUA), o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, afirmou que a organização criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) estaria por trás de 1,1 mil postos de combustíveis, além de também estar se infiltrando no setor de etanol.
“O PCC não vai pagar o preço justo pela cana-de-açúcar”, exemplificou o governador. “A facção vai chantagear o produtor para pagar um preço menor, ele vai usar a força para isso”, pontuou. E certamente essa situação traz sérios desequilíbrios à concorrência do setor.
Tarcísio também comentou a participação de criminosos na região Norte do país, que praticam pirataria — e muitas vezes roubam cargas de combustíveis que atravessam os rios amazônicos — e detêm grande parte do garimpo ilegal, provocando desmatamento.
Segundo ele, o combate ao crime organizado enfrenta alguns desafios, como a lavagem de dinheiro, que ocorre por meio da participação do PCC em negócios lícitos, como os postos, e o domínio territorial.
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Iniciativas do varejo para o crescimento sustentável
8 Combustíveis & Conveniência CLAUDIO FELISONI | PRESIDENTE DO IBEVAR ENTREVISTA
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POR PAULO JOSÉ DE CARVALHO
Apesar do cenário econômico incerto e mudanças na política fiscal, as projeções para o setor de varejo são de recuperação para este ano. De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o comércio varejista voltará a crescer entre 2,1% e 2,5% no segundo trimestre de 2024. A projeção é baseada no controle da taxa de inflação e deve reverberar, também, no aumento do poder de compra dos consumidores. No entanto, embora a taxa básica de juros (Selic) tenha sido reduzida recentemente para 10,50% ao ano, a “taxa de juros de ponta continua muito alta”, disse Claudio Felisoni, economista e presidente do Instituto Brasileiro de Executivos de Varejo e Mercado de Consumo (Ibevar), que observa o posicionamento do Banco Central, com a taxa num patamar elevado, desde 2021.
Neste panorama, ainda não se tem as dimensões do impacto da crise do Rio Grande do Sul, mas as perdas serão grandes. Uma das consequências é a pressão
sobre os preços e aumento do déficit fiscal, o que deverá reverter o movimento de queda da taxa básica dos juros pelo Banco Central.
Felisoni também apontou a necessidade de integrar iniciativas que corroboram para o crescimento sustentável do negócio, também para a revenda de combustíveis. Segundo ele, atividades e soluções como o conceito de gestão eficiente e de novas tecnologias, como a inteligência artificial (IA), são ferramentas indispensáveis para se destacar da concorrência. Além disso, elas ampliam as perspectivas de lucratividade das empresas em médio e longo prazos, segundo entrevista exclusiva à Combustíveis & Conveniência Confira mais detalhes a seguir.
Combustíveis & Conveniência: O que devemos esperar para o setor de varejo em 2024? Quais segmentos devem se destacar neste ano?
Claudio Felisoni: A situação do varejo é de instabilidade. Nós vivemos um período bastante longo de queda do varejo, tanto no que diz respeito ao varejo am-
Combustíveis & Conveniência 9
Os combustíveis
são essenciais para a movimentação de pessoas e mercadorias. Claramente, o atendimento às pessoas cria um movimento de fidelidade, que tem a ver com a eficiência da operação
pliado quanto no conceito de varejo restrito. O varejo ampliado inclui veículos, peças e materiais, já o varejo restrito exclui essas linhas.
Durante vários meses, a pesquisa mensal do comércio registrou reduções significativas nos dois conceitos. Ou seja, pelo menos em diversos meses dos últimos dois anos, assistimos a essa queda. Isso estava basicamente ligado à conjuntura econômica, configurada com uma taxa de inflação elevada, o que acaba obviamente contraindo a renda real das famílias, a renda disponível, a massa real de pagamentos. E, portanto, reduzindo as possibilidades de compra.
O Banco Central iniciou, em 2021, um processo de aumento sistemático na taxa básica de juros da economia (Selic). Embora isso tenha penalizado o varejo por conta do encarecimento do crédito, na verdade, o aumento dos juros teve o benefício de trazer a inflação para um patamar significativamente menor. Com isso, houve ganhos reais e crescimento da massa real de pagamentos.
E, portanto, nesse último mês de abril o IBGE registrou crescimento do varejo. Isso se deve, fundamentalmente, ao crescimento da massa real de pagamentos, graças à redução da inflação. Mas, a taxa de juros da ponta, embora a Selic tenha se reduzido, continua muito alta. Quer dizer, ela caiu, mas foi muito pouco, tendo em vista a redução da taxa básica de juros. E reduziu pouco porque existe muita incerteza sobre o rumo futuro da economia brasileira, particularmente, na política fiscal. O controle da inflação tem a ver com a questão monetária, que está sob a responsabilidade do Banco Central, mas tem a ver também com as receitas e despesas do governo.
O que nós assistimos, recentemente, foi uma mudança da postura do governo no que diz respeito às metas fiscais. E isso obviamente traz muita incerte -
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za sobre o crescimento sustentável das vendas em médio prazo.
C&C: De que forma a crise no Rio Grande do Sul pode afetar o índice de inflação, além do mercado de consumo e o PIB brasileiro?
CF: O Rio Grande do Sul é o quarto mais importante estado no agronegócio brasileiro. Embora ainda não se possa dimensionar a amplitude dos prejuízos associados ao desastre climático sabe-se que as perdas são altíssimas, tanto no curto prazo, quanto no médio e longo prazos. Portanto, já estamos sofrendo pressões sobre os preços. Além disso, a necessidade de socorro aumentará o déficit fiscal, obrigando o Banco Central a reverter os movimentos de baixa da taxa básica, com consequências óbvias sobre o ritmo de expansão da economia.
C&C: Como uma gestão eficiente pode fazer a diferença no mercado de varejo, dentro da projeção de crescimento do PIB de 2,09% (Boletim Focus)?
CF: É preciso definir o que significa uma gestão eficiente. Eu diria que seria a articulação dos recursos produtivos, de produção, trabalho, capital, recursos financeiros, na produção de renda, de volumes vendidos.
Em um ambiente como esse, em que os mercados são crescentemente competitivos, as empresas enfrentam um ‘oceano vermelho’, no qual a competição é muito grande. É essencial que a gestão dos recursos produtivos seja feita da melhor forma possível. Até porque mudanças nas políticas de marketing, de modo geral, são rapidamente seguidas pelos concorrentes.
Aquilo que se vê é facilmente copiado pelos outros. Aquilo que não se vê, e aquilo que está no backoffice, que está ‘atrás das cortinas’, é o que permite às organizações uma diferenciação em relação à competição. Diria que a gestão desses recursos produtivos são fatores de diferenciação competitiva que permitem a sustentação dessas vantagens ao longo e médio prazos.
C&C: Qual a relação entre o atendimento de qualidade ao cliente e o sucesso de empresas no mercado varejista?
CF: O varejo é ligação. Existe o varejo de bens e o varejo de serviços. O varejo de bens liga o produtor de alguma coisa com o consumidor. Então, é fundamental que essa relação seja a melhor possível e, obviamente, isso tem a ver com a questão do atendimento, que não se restringe ao tratamento educado, ci -
Combustíveis & Conveniência 11
vilizado, em relação às pessoas. Até porque, hoje, temos as operações de e-commerce crescendo muito, nas quais não temos uma interação humana entre o vendedor e comprador. Mas, essas relações devem ser orientadas para decodificar de forma mais precisa, de forma mais correta, os anseios dos consumidores, e fazer com que essas mercadorias e esses bens sejam alocados nestes consumidores, nas melhores condições possíveis, ou seja, de preço, qualidade e condições de pagamento.
C&C: Como o setor de combustíveis pode impactar o mercado de varejo?
CF: Os combustíveis são essenciais para a movimentação de pessoas e mercadorias. Claramente, o atendimento às pessoas cria um movimento de fidelidade, que tem a ver com a eficiência da operação.
É muito mais difícil a empresa reconquistar um cliente que perdeu. Então, as tentativas e os processos de manutenção dos clientes devem ser cuidadosamente pensados, por meio de uma atividade de treinamento e também pelo envolvimento dos parceiros, funcionários, nos resultados da empresa. Isso mantém as pessoas comprometidas com os objetivos da organização.
C&C: Quais inovações tecnológicas podem beneficiar o consumo? O que seria um diferencial para os postos de combustíveis?
CF: Sim, as inovações estão aí (e podem ajudar) os postos de combustíveis. Hoje, as tecnologias, principalmente os algoritmos de inteligência artificial e de processamento de linguagem neural estão disponíveis para ajudar na sustentação dos negócios, na formação de opinião, na coleta dessas opiniões e no processamento destes dados.
E, uma vez que os dados sejam processados, há o delineamento de medidas estratégicas, no sentido de tornar essas empresas mais competitivas em um ambiente crescentemente disputado.
C&C: Com uma previsão de crescimento de 1,3% na venda de combustíveis em 2024 no país, segundo a EPE, como os proprietários de postos podem fidelizar seus clientes?
CF: Trata-se de um mercado muito competitivo, com a distribuição dos pontos de venda de maneira muito ampla. Obviamente que o treinamento dos funcionários, as políticas de remuneração destes colaboradores, os cadastros dos clientes e seus comportamentos de consumo, entre outros, são
12 Combustíveis & Conveniência CLAUDIO FELISONI | PRESIDENTE DO IBEVAR ENTREVISTA
O Rio Grande do Sul é o quarto mais importante estado no agronegócio brasileiro. Embora ainda não se possa dimensionar a amplitude dos prejuízos associados ao desastre climático
sabe-se que as perdas são altíssimas
mecanismos fundamentais para a manutenção dos consumidores e o atendimento de seus anseios, dentro de uma política de rentabilidade desses postos.
C&C: Que estratégias podem ser usadas para levar o cliente do posto que está na pista de abastecimento para dentro da loja de conveniência?
CF: O que acontece é que as lojas de conveniência têm um papel muito importante, principalmente em um cenário de
economia estável. Elas criam uma oportunidade para essas organizações, ao mesmo tempo em que atraem os consumidores para esses pontos de venda.
É essencial que se estude cuidadosamente o perfil dos consumidores em cada uma dessas regiões porque a conveniência, o próprio nome diz, se trata de um atendimento de uma necessidade pontual. Então, é preciso que se conheça com mais profundidade o entorno onde se situam essas empresas. Empresas situadas em locais diferentes, públicos diferentes, portanto, têm demandas distintas.
C&C: Como o senhor enxerga a concorrência promovida por pequenos mercados ou redes como a Oxxo?
CF: A Oxxo veio com tudo, tem implantado as suas operações (em todo o Brasil) e amplia, obviamente, a concorrência. Isso implica em diminuição de margens, e, portanto, uma preocupação crescente com a gestão e articulação dos recursos.
Com o treinamento de pessoas e envolvimento delas na própria organização, no comprometimento de uma política com remuneração mais adequada, no delineamento mais preciso dos públicos-alvo, isso tornaria essas empresas (postos de combustíveis) mais competitivas. n
Combustíveis & Conveniência 13
OPINIÃO
James Thorp Neto | Presidente da Fecombustíveis
A culpa não é do posto
Um dos assuntos que mais tem causado preocupação ultimamente é o aumento das não conformidades do biodiesel no diesel. Em março deste ano, o governo aumentou o teor de biodiesel de 12% para 14% na mistura ao diesel. Conforme os dados do Programa de Monitoramento de Qualidade de Combustíveis (PMQC) da ANP, em março e abril, as desconformidades relacionadas ao teor de biodiesel no diesel tiveram aumento significativo. As 42 não conformidades pelo teor de diesel (registradas em fevereiro), passaram para 187 em março e 362 em abril. O que nos causa preocupação é que a elevação da mistura para 14% tem um custo maior, isso abre uma janela para fraudadores colocarem biodiesel abaixo da mistura obrigatória, para obterem ganhos.
Então, temos este aspecto econômico, quanto mais alto o teor do biodiesel, mais atratividade para irregularidades em relação à mistura obrigatória.
Quando o posto recebe um carregamento de diesel, não há como saber qual é o percentual da mistura daquele combustível. A comprovação só pode ser feita por testes em laboratórios. Quem faz a mistura é a distribuidora, mas quem responde por toda e qualquer não conformidade do combustível é o revendedor.
Para nós, da revenda, essas penalidades são injustas. A única forma do posto se de -
fender é com a guarda amostra-testemunha, que, mesmo assim, nem sempre pode livrar o revendedor de uma autuação. Isso porque o posto tem uma limitação de armazenamento das amostras. Além disso, quando instaurado um processo administrativo, pela morosidade, pode-se perder a validade da amostra-testemunha.
Outro aspecto desta questão é que até hoje não se tem clareza, pelos dados da ANP, sobre o que é uma não conformidade e o que é fraude. Quando há uma clara intenção em obter ganhos ilícitos, alguns agentes colocam menos biodiesel no diesel ou simplesmente não adicionam o biodiesel. Isso é fraude.
Já as não conformidades por qualidade também podem ocorrer por alguma falha na hora de inserir o biodiesel no diesel no carregamento dos caminhões-tanques nas bases de distribuição. Outras não conformidades do diesel, como ponto de fulgor, destilação, entre outras, também não conseguem ser identificadas quando o produto é entregue no posto. Então, defendemos que seja feita a diferenciação entre as não conformidades ocasionais por algum tipo de falha e as fraudes intencionais.
Há muito tempo que a revenda sempre paga o pato sobre as especificações de qualidade e é tratada como única culpada, enquanto o verdadeiro responsável fica ileso.
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Confira as principais ações da Fecombustíveis durante o mês de abril de 2024:
01– Reunião virtual de James Thorp Neto, Deputado Jerônimo Goergen com Alexandre Barreto, superintendente Geral do Cade.
10 – Reunião virtual do presidente James Thorp Neto com os presidentes dos sindicatos filiados da Região Sudeste, para definição do Evento Regional 2024.
10 – Participação da Fecombustíveis na reunião com a Secretaria da Fazenda do Paraná sobre sonegação fiscal.
11 – Participação da Fecombustíveis na reunião do GT de Análise da ABNT NBR 15931.
16 – Participação da Fecombustíveis na Audiência Pública ANTT 2/2024, sobre os Pontos de Parada e Descanso em trechos sob concessão.
18 – Participação de James Thorp Neto, presidente da Fecombustíveis, na reunião da Diretoria da Confederação Nacional do Comércio, Bens e Serviços (CNC), no Rio de Janeiro (RJ).
19 – Participação de James Thorp Neto, presidente da Fecombustíveis, na reunião dos Conselhos Nacionais do SESC e SENAC, no Rio de Janeiro (RJ).
22 – Reunião virtual de James Thorp Neto, presidente da Fecombustíveis, com equipe da Pluxee/Sodexo sobre possibilidade parceria.
29 – Reunião virtual do presidente da Fecombustíveis com equipe de coordenadores das Câmaras do Comércio da CNC.
30 – Participação de James Thorp Neto, presidente da Fecombustíveis, na reunião virtual dos associados da Aghora Conveniência.
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Novas tecnologias: informações comerciais, qual é o limite?
Até onde a captura de dados pelos sistemas das distribuidoras pode ultrapassar o sigilo do negócio?
POR MÔNICA SERRANO
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Pixabay
Com o avanço da tecnologia, cada vez mais os consumidores adotam aplicativos das distribuidoras para fazer o abastecimento, como forma de obtenção de benefícios. Os postos revendedores, por sua vez, aceitam as vendas por apps não apenas na tentativa de ampliar o número de clientes e aumentar as vendas, mas, também, pelas promessas das suas distribuidoras que o uso da ferramenta traz agilidade e eficiência operacional.
No entanto, além dos já conhecidos aplicativos dos programas de fidelidade Premmia (Vibra Energia), Abastece Aí (Ipiranga) e Shell Box (Raízen), a Ipiranga também atua com o Conecta, que é similar ao software de gestão, que traz um panorama completo das vendas do posto e do volume das operações.
Segundo a Ipiranga, o Conecta é uma plataforma, que possibilita a integração do sistema de gestão do posto aos produtos e serviços da bandeira. “O objetivo é proporcionar maior agilidade e segurança ao revendedor, reduzindo o tempo de abastecimento, aumentando o giro nos horários de pico, reduzindo erros operacionais e aumentando a segurança das transações financeiras, além de oferecer uma gestão inteligente ao revendedor”, disse a assessoria de imprensa da empre-
sa, em resposta às questões da Combustíveis & Conveniência.
Porém, na visão de alguns presidentes de sindicatos revendedores, o Conecta ultrapassa o limite permitido entre facilidades na gestão, como promete a distribuidora, e tem acesso a todas as informações comerciais e operacionais, que devem ser de interesse exclusivo do proprietário do negócio e não do parceiro comercial.
Rafael Macedo, presidente do Minaspetro, destaca que, em algumas situações, a distribuidora faz pressão com base nos custos. “Por exemplo, se você aderir ao sistema que permite a conexão à automação do posto é uma taxa, mas se não aderir a sua taxa é maior”, disse.
Segundo Macedo, esta é uma nova modelagem tecnológica das distribuidoras nacionais. “Ela pluga um sistema de gestão no seu posto, que capta todas as informações de abastecimento em tempo real. No caso do Shell Box, aplicativo da Shell, ele só funciona com esse sistema dentro da sua automação”, relatou.
Antes, a preocupação da revenda era com os dados do cliente do posto, que passavam a ser captados pelo aplicativo, fazendo com que o que era uma relação comercial com o consumidor se transformasse em uma relação direta entre con-
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sumidor e distribuidora, via app . “Agora, elas estão avançando nos dados do posto. Isso é um problema. Pegar as informações de venda dos aplicativos está tudo bem, mas acessar todas as informações de vendas do posto, fora do aplicativo, não sou obrigado a concordar com isso”, disse.
Outro aspecto que Macedo destaca é que, no passado, haviam motoboys contratados pelas grandes distribuidoras, para monitorar os preços de vendas dos postos bandeirados, mas, com o avanço da tecnologia, essa estratégia perdeu o sentido, pois todas as informações são cap-
tadas, os preços de compra e venda e volume de vendas por meio da tecnologia.
COMUNICADOS AOS ASSOCIADOS
Para alertar o revendedor mineiro, o Minaspetro enviou comunicado para sua base de filiados, recomendando cautela com os sistemas das distribuidoras em relação ao Conecta, Premmia e Shell Box. O comunicado deixa claro que o Minaspetro não é contra o desenvolvimento de tecnologias que aprimorem a gestão do negócio, porém, é preciso que ajustes sejam feitos, sobretudo com o tratamento de dados que podem estar sendo coletados pelas distribuidoras.
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Sistema Conecta, lançado pela Ipiranga, funciona como um software de gestão e traz um panorama completo das vendas do posto e do volume das operações
Divulgação Ipiranga
A questão mais sensível, segundo o comunicado, é o acesso a dados do dia a dia operacional do posto. As companhias não deixam claro o que é feito com as informações de preço de bomba e números de abastecimentos, entre outras.
De acordo com o departamento jurídico do Minaspetro, o mercado é livre e a formação de preço de bomba do empresário não pode ser influenciada por terceiros, muito menos pelas distribuidoras. “Cabe única e exclusivamente ao revendedor calcular seus custos operacionais e estabelecer suas margens”. A recomendação do jurídico é muita cautela para firmar parceria e permitir a instalação dos softwares, já que até o momento não há segurança acerca do tratamento e do uso que as distribuidoras pretendem fazer com os dados coletados.
OUTROS FATORES QUE PODEM REFLETIR
SOBRE A COMPETIÇÃO
As informações comerciais que se referem ao negócio, expostas de forma indiscriminada, também podem fazer com que os clientes do posto sejam transferidos para a distribuidora. Esta é a preocupação de Alexandre Cavalcanti Valença, revendedor e presidente do SindipostoPI, que representa a revenda de combustíveis do estado do Piauí e possui uma rede
de postos Ipiranga. Segundo ele, ao adotar uma das soluções para postos de rodovias, o Pró-frotas, juntamente com a instalação do Conecta, toda base de clientes pode ficar exposta, inclusive aqueles que não fazem parte do aplicativo. “Com o Conecta, ela (distribuidora) consegue ver meus clientes, por exemplo, uma transportadora que abastece um grande volume no meu posto e tem contrato comigo. Ela pode oferecer uma condição diferenciada mais vantajosa e começar a concorrer com o meu posto. Então, essa transportadora, que é minha cliente direta, pode passar a ser dela (distribuidora)”, disse.
Valença também tem receio de que os dados expostos sirvam como instrumento de negociação, visando beneficiar a distribuidora em condições menos favoráveis para o revendedor. Por exemplo, vamos supor que será feita a renovação do contrato com a Ipiranga em um posto que vende 100 mil litros de combustíveis, dos quais 40 mil são clientes do aplicativo Abastece Aí. “Então, a distribuidora pode propor a renovação em uma condição menos vantajosa. Se você não renovar como ela propõe, os clientes cativos do aplicativo, os 40 mil litros, vão embora com ela”, disse.
José Carlos da Silva, presidente do Sindicombustíveis - PA, entidade que represen-
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ta os postos de combustíveis do estado do Pará, é revendedor Vibra e tem o Premmia em seu posto. Ele relata que até o momento não teve problemas com o aplicativo, embora tenha preocupação se, por ventura, não quiser renovar o contrato ou escolher mudar de bandeira. “A própria Vibra tem os contatos e vai direcionar o cliente do aplicativo para outro posto. A distribuidora criou uma carteira de clientes pelo aplicativo. Agora, com o Conecta, a Ipiranga vai pegar todos os clientes”, disse. Silva reclama dos planos de marketing, que têm custo alto, e o pequeno revendedor é intimidado para adquirir o plano. Se ele não aceitar, acaba sendo discriminado com relação aos preços do fornecimento de combustível. “O plano de marketing é um pacote, tem o aplicativo, treinamento para frentista, mas não vejo as grandes redes utilizando-os”, disse.
Para Arthur Villamil, consultor jurídico da Fecombustíveis, o fato de a distribuidora passar a ter uma relação com os clientes pessoa física do posto é uma forma de verticalização, o que representa uma transgressão às regras do setor. “O cliente passa a ter relação comercial direta com a distribuidora. O posto se transforma num prestador de serviço de abastecimento para o cliente (consumidor) do aplicativo”, disse.
Da mesma forma, Cláudio Baethgen, assessor jurídico do Sulpetro, analisa que, se a distribuidora se conectar diretamente com o consumidor, “ela de fato estaria quebrando a regra da verticalização, que é um sistema artificial imposto pela organização brasileira para estabelecer que, em linhas gerais, quem distribui o combustível não pode conversar com o consumidor”.
DISTRIBUIDORAS DEFENDEM SEUS PRODUTOS
Quando um revendedor adota o Shell Box, ele concorda em compartilhar determinadas informações operacionais com a distribuidora. Esta é a declaração de Ricardo Berni, diretor-executivo de Marketing e Digital da Raízen. “Essas informações são disponibilizadas por meio de uma plataforma exclusiva fornecida pela Raízen, acessível apenas ao revendedor. O propósito é fornecer ao empresário uma visão mais clara do desempenho de seu posto, incluindo volume de vendas e preferências dos consumidores, permitindo-lhe uma gestão mais eficiente e informada”, disse Berni. Ele também relatou que os revendedores Raízen possuem total independência na gestão do posto, “nos âmbitos comercial, operacional e financeiro, de forma que o Shell Box não viabiliza à Raízen intervir, em quaisquer aspectos, na operação da revenda”.
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Berni também destaca a experiência de pagamento em postos de forma totalmente digital, intuitiva e segura, uma vez que é totalmente integrada à bomba. ”Oferece uma experiência sem contato durante o pagamento, eliminando a necessidade de cartões, dinheiro em espécie ou mesmo a leitura de QR Code, o que proporciona praticidade e agilidade ao concluir o abastecimento”, disse.
A Ipiranga destaca que o Conecta não é um aplicativo, sendo possibilidade de gerenciamento simplificado dos produtos e serviços oferecidos ao revendedor participante do Programa Parceiro Ipiran-
ga (PPI). De acordo com a distribuidora, é uma plataforma de inovação que possibilita a integração do sistema de gestão do posto aos produtos e serviços Ipiranga. A operação integrada, segundo a distribuidora, permite maior segurança, praticidade, agilidade, além de outros benefícios. “O objetivo com o Conecta é empoderar o revendedor para administrar o seu negócio de forma cada vez melhor e, assim, oferecer aos clientes finais uma experiência de consumo mais ágil e eficiente no posto Ipiranga”.
Outra vantagem do Conecta, segundo a Ipiranga, é que o revendedor que utiliza
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A Raízen oferece o Shell Box, plataforma que, segundo a distribuidora, oferece uma visão mais clara do desempenho do posto, vendas e preferência dos consumidores
Divulgação Raízen
a plataforma é levado a diminuir os seus custos de backoffice e tem a liberdade de negociar a taxa com a melhor adquirente (maquininha de cartão) para seu negócio, não se limitando à solução da rede.
Quando questionada sobre qual o intuito da Ipiranga em ter acesso aos dados da revenda, a resposta, enviada por escrito, apresentou novamente as vantagens para o revendedor aderir ao Conecta e não esclareceu o objetivo da distribuidora. Porém, destacou ter consultado o Cade, quando lançou um novo modelo de precificação, no caso utilizando o sistema tecnológico (Conecta) para sugerir preços a revenda, e o órgão não enxergou
problemas anticompetitivos. Assim, autorizou a Ipiranga a integrar essa modalidade no seu conjunto de iniciativas de precificação. A Ipiranga justifica que o objetivo é de conferir maior competitividade aos postos, em benefício maior do cliente final. “Para a revenda, o benefício é o potencial aumento do volume de vendas dentro de um patamar de rentabilidade”, disse a distribuidora.
No caso do Premmia da Vibra, o app faz parte do pacote do Programa Integrado de Marketing (PIM) ou plano de marketing. Segundo a distribuidora, o Premmia é a principal ferramenta de fidelização e engajamento que os revendedores têm aces-
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Premmia, da Vibra, faz parte do pacote plano de marketing e funciona como programa de fidelização, que busca incentivar as vendas do posto e aumentar o ticket médio do estabelecimento
Divulgação Vibra
so. Além das promoções nacionais, campanhas de mídia e material de merchandising para atrair ainda mais consumidores, programa de capacitação para toda a equipe do posto, programa de incentivo para o revendedor e sua equipe e muitas outras ações e ativações de marketing.
Desde fevereiro, quando a Vibra promoveu a convenção anual, uma das novidades prometidas com o app é o acesso à taxa de adquirência digital mais baixa do mercado de combustíveis ao realizar e estimular o pagamento via Premmia, que segundo divulgação é menor que 1% na tabela regressiva, inclusive para transações com cartão de crédito. A empresa também destaca aumento das vendas do posto e o ticket médio é maior no app do que em outros meios de pagamento.
A empresa também afirma que mantém investimento contínuo em tecnologia, para facilitar a experiência e agilidade para o consumidor e para o revendedor. Segundo a Vibra, a maior vantagem do Premmia é a retenção de clientes para a revenda.
TRANSFERÊNCIA DE DADOS E LEI GERAL DE PROTEÇÃO DE DADOS
Ao ter acesso aos dados dos clientes do posto, a distribuidora e o próprio posto
não poderiam ferir a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD)?
A Raízen destaca que todo o processo tecnológico do app está estritamente em conformidade com as normas da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) .
Baethgen, do Sulpetro, destaca que a situação deve ser analisada com cuidado. O primeiro aspecto entra na questão da relação dos clientes do posto, que não estão vinculados à relação jurídica com a Ipiranga. “Muito cuidado, porque transferir dados armazenados para terceiros pode representar violação à LGPD. Então, vai depender muito de qual é a profundidade dos dados que o revendedor armazena dos clientes”, disse.
Baethgen também aborda os contratos privados que os postos têm com seus clientes, principalmente aqueles de frota. “Aí tem um problema, porque estou divulgando dados, como de desempenho comercial, volume de compra, preço de compra, negociação de compra, transferindo todos esses dados do meu cliente para a companhia”, alertou.
O último aspecto é a questão concorrencial, já que a Ipiranga ou outra distribuidora, ao tomar conhecimento de informações de preço de venda dos estabelecimentos com os quais man -
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tém uma relação comercial, pode usar essa informação como estratégia para precificar os demais postos da bandeira na mesma região. “Pode representar uma violação à LGPD, com a exportação de dados, e pode, sim, configurar crime por parte da distribuidora, ainda mais quando o revendedor não sabe que os seus dados estão sendo transferidos”, comentou, mencionando o episódio da análise da conduta da Raízen pelo Cade (veja box ).
Para o revendedor se proteger, além de consultar o jurídico dos sindicatos, é preciso também ter sistemas de proteção de seus dados. “Ele tem que adequar os contratos de fornecimento, os contratos comerciais com os clientes fixos do posto para estabelecer regras de LGPD e de uso desses dados. O revendedor tem que ter um sistema, uma TI, que presta serviço para proteger esses dados”, disse.
DADOS SENSÍVEIS
Informações da revenda capturadas e para qual finalidade? As distribuidoras não esclarecem o que fazem com os dados coletados dos postos. Villamil, da Fecombustíveis, destaca que informações podem ser utilizadas para diversos propósitos, para o bem ou pa -
ra o mal. “No caso específico, as informações de preços, volumes, momentos de abastecimento, são registros comerciais internos dos postos e se caracterizam, a meu ver, como informações concorrencialmente sensíveis”, disse. “As finalidades podem ser múltiplas, inclusive explorar ao máximo a famosa “captura de margem” sobre o revendedor. Se isso de fato está ocorrendo, vejo problemas concorrenciais e também contratuais”, comentou.
Ele também avalia que do ponto de vista estritamente concorrencial, esse tipo de uso das informações colhidas via sistema pode ser facilmente utilizado para interferir na liberdade de precificação dos revendedores com contratos de exclusividade, com potenciais efeitos negativos sobre a livre concorrência. “Há riscos efetivos de ‘esmagamento de margem’ para interferir no mercado à jusante da distribuição. Do ponto de vista do Direito Civil, mas especificamente na questão contratual, se a distribuidora se utilizar dos dados internos do posto para ‘capturar mais margem’, isso pode representar uma violação aos princípios da boa-fé objetiva e da cooperação entre os contratantes”, alertou o advogado.
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Processo do Cade e Raízen
A Raízen está sendo alvo de investigação pela Superintendência-Geral do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), para apurar se praticou atitudes anticoncorrenciais, como sugestão ou fixação de preços para a rede de postos bandeirada. A investigação é baseada no relato de 144 revendedores de combustíveis da rede de postos Shell.
Segundo a nota técnica do Cade, divulgada em 20 de dezembro de 2023, ao longo da instrução processual foram colhidos diversos indícios e provas de que a Raízen, sistematicamente, impõe preços a seus revendedores. “Embora a própria empresa afirme que apenas sugeria preços e que mesmo essa prática foi descontinuada, revendedores e entidade a eles vinculada, em diferentes momentos, afirmam que a empresa alterava os preços de compra de combustíveis dos postos caso estes não seguissem o preço sugerido. Ora, uma sugestão que, se não seguida, gera retaliação, não pode ser considerada mera sugestão”.
O processo de investigação não foi concluído, mas a nota também destaca que essa prática da Raízen pode não ser
isolada, podendo ser conduta das principais distribuidoras, “que cobram preços mais altos dos postos que não aceitam suas sugestões de preços, eles permitem verificar que postos muito próximos, da mesma bandeira, na mesma semana, adquiriram combustível por valores diferentes. Mais ainda, as diferenças nos preços são tão altas que, por vezes, o preço de compra de um posto é maior do que o preço de revenda do outro. Esses achados vão na direção dos relatos transcritos acima e, em conjunto com eles, indicam a possibilidade de a Raízen punir os postos que não seguem o preconizado com preços de compra mais altos. Nesse sentido, os achados não descartariam que outras distribuidoras também possam estar agindo da mesma forma”.
Consultada, a Raízen disse que não comenta casos em andamento.
A companhia reafirma que preza pela ética e lisura em suas operações, sendo uma defensora da concorrência leal, obedecendo aos mais rigorosos princípios técnicos, operacionais e de governança. n
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Magda Chambriard é a nova presidente da Petrobras
Governo federal intervém na empresa com a troca de presidentes, o que tem se tornado frequente nos últimos anos, utilizando-a como instrumento político POR MÔNICA
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Uma das prioridades da nova presidente é explorar novos campos de petróleo
SERRANO
Agência
Petrobras
Alista de ex-presidentes da Petrobras nos últimos anos, desde Pedro Parente, em 2016, já soma oito gestores, incluindo a mais recente demissão, de Jean Paul Prates, pelo presidente Lula em 14 de maio. A nova presidente é bastante conhecida no setor. Magda Chambriard atuou como diretorageral da ANP, é diretora da Assessoria Fiscal da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro desde abril de 2021 e sócia da empresa Chambriard Engenharia e Energia.
“Estamos vendo uma troca de presidentes da Petrobras, que é recorrente em todos os governos brasileiros, não se restringe apenas ao presidente Lula. Nos últimos oito anos, a Petrobras teve oito presidentes, que representa, em média, um por ano”, comentou Adriano Pires, sóciofundador e diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (Cbie).
Só no governo de Jair Bolsonaro, a Petrobras teve quatro presidentes. “Por que os presidentes são demitidos? Basicamente, é sempre por questões políticas. Os presidentes (do Brasil) acham que são donos da Petrobras. Então, saiu o Jean Paul Prates e entrou a Magda Chambriard. Ela foi escolhida porque o Lula acha que ela vai cumprir o que ele quer. Isso é muito ruim para o acionista minoritário, que é comunicado sobre a
mudança de presidentes pelos jornais. Como pode-se incentivar as pessoas a comprar ações da Petrobras?”, questionou.
Segundo Pires, Prates foi demitido por não ter atendido ao governo na velocidade que ele queria, sendo que o principal desgaste foi a retenção de parte do pagamento dos dividendos extraordinários. O analista afirmou que é um erro recorrente usar a Petrobras para atender aos interesses políticos. Em sua visão, o modelo da empresa de economia mista, como é o da Petrobras, está falido. “Não faz sentido, hoje, o governo ser acionista majoritário. A única solução para resolver essa situação, de uma vez por todas, seria privatizar a Petrobras. Hoje, a sociedade brasileira está pronta e madura para discutir isso no Congresso Nacional”, destacou.
Magda defende aumentar os investimentos no setor de petróleo, sendo favorável à exploração na Margem Equatorial, área que tem gerado polêmica entre governo e Ibama, pela questão ambiental.
CONTROLE DE PREÇOS
Uma das questões mais recorrentes dos governos sobre a Petrobras é o controle de preços dos combustíveis nas refinarias. Recentemente, a nova política de preços, implementada por Prates, completou um ano, com menos reajustes ao longo desse
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período. “Enquanto o petróleo estiver caro, entre U$ 80 e U$ 90, a empresa aguenta ‘desaforo’, mas é uma pena porque, hoje, a Petrobras produz mais de 3 milhões de barris/dia, o país é o nono maior produtor de petróleo, o pagamento de royalties tem sido gigante em função do aumento de produção que beneficia o Tesouro Nacional, estados e municípios”, comentou Pires. “Então, o governo acha que a Petrobras não tem que dar lucro, não tem que pagar dividendo, tem que controlar o preço, fazendo política social”, criticou. O último reajuste do óleo diesel nas refinarias da Petrobras ocorreu em dezem-
bro de 2023, enquanto que a gasolina foi alterada em outubro do ano passado.
Com a interferência do governo, os resultados do primeiro trimestre da Petrobras registraram lucro líquido de R$ 23,7 bilhões, queda de 38% em relação ao mesmo período do ano passado.
A Petrobras também teve redução na receita de venda de todos os seus principais produtos, com destaque para gás de cozinha (-22,2%), diesel (-18,8%) e gasolina (-17,3%). A receita total com a venda de derivados de petróleo foi de R$ 69,4 bilhões, uma redução de 17,4% na comparação com o 1º trimestre do ano passado.
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Jean Paul Prates ficou um ano e três meses à frente da Petrobras e implementou a nova política de preços, que deixou de considerar o PPI como referência
Agência Petrobras
Na avaliação de Pires, os resultados menos expressivos da Petrobras já estão refletindo a condução política do governo. “Só não vai cair mais porque o petróleo está muito caro e a Petrobras exporta muito óleo”, enfatizou.
INTERRUPÇÃO DA PRIVATIZAÇÃO
A Petrobras anunciou, em 23 de maio, que retirou cinco refinarias e a subsidiária
Transportadora Brasileira Gasoduto BolíviaBrasil S.A do plano de privatização. Este comunicado foi divulgado após o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) desobrigar a Petrobras do acordo firmado em 2019 com o órgão antitruste. Pelo acordo, a Petrobras deveria vender oito refinarias, das quais apenas três foram vendidas, e, conforme o atual governo, a Petrobras manterá o setor de refino inalterado. n
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Postos do Rio Grande do Sul tentam se reerguer
Esforço conjunto com ANP e demais órgãos manteve o abastecimento, que passou por fases complicadas, com difícil acesso em várias regiões. O panorama é incerto para muitos postos, que tiveram graves prejuízos e buscam se reconstruir, assim como todo estado
POR MÔNICA SERRANO
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Divulgação
Sulpetro
Em Porto Alegre, muitos postos foram tomados pelas enchentes por vários dias
Uma catástrofe assolou o Rio Grande do Sul, que está há mais de três semanas embaixo d’água. De 497 municípios do estado, 430 decretaram estado de calamidade pública, pelas enchentes que tomaram diversas regiões, deixando vítimas fatais, destruindo casas, carros e tudo o que vinha pela frente. As perdas são inestimáveis, tanto emocionais quanto materiais. A situação crítica comoveu o país e mostrou o sentimento de solidariedade da população, que se mobilizou com voluntários de diversas regiões e doações para atender aos milhares de desabrigados.
Para a revenda de combustíveis, os danos também foram graves, mas ainda não é possível quantificar os prejuízos. De acordo com João Carlos Dal’Aqua, presidente do Sulpetro, sindicato que representa a revenda de combustíveis de Porto Alegre e região, ainda há cerca de 100 postos sem condições de retornar à atividade. “Foi uma situação muito tensa, alguns negócios, possivelmente, não vão reabrir. Cerca de 100 postos estão inoperantes, seja por estarem cheios de água, seja por terem sofrido grandes impactos, o que ainda não viabilizou a volta da operação”, disse. Segundo Dal’Aqua, o processo de escoamento da água foi bastante lento e, mesmo após o pico da inundação, as chuvas continuaram. “Houve uma dificul-
dade estrutural com as bombas que faziam drenagem da água, muitas sucumbiram, foi algo inimaginável”, contou.
Outro reflexo das enchentes atingiu as estradas e rodovias, o que dificultou o acesso de entrega de combustíveis e de alimentos. “Enfrentamos muitas dificuldades de logística em diversas regiões. Mas, é importante ressaltar que, apesar dos desafios, não houve desabastecimento no estado. Hoje, não há nenhum município isolado, que não tenha acesso aos combustíveis”, enfatizou.
Ao longo da fase mais crítica das enchentes, a ANP e o Sulpetro, juntamente com os órgãos públicos, realizaram uma série de reuniões para acompanhar de perto a crise, a fim de assegurar o abastecimento para a população.
No início de maio, os bloqueios das estradas causaram dificuldade de acesso para entregas de biodiesel e etanol anidro às bases de distribuição de Esteio e Canoas. Diante da situação emergencial dos biocombustíveis, a ANP adotou medidas de flexibilização em relação à mistura de biodiesel no diesel e de etanol anidro na gasolina por cerca de 30 dias. A Agência autorizou, na ocasião, que a gasolina C contenha 21% de etanol anidro no mínimo (hoje é 27%), o óleo diesel S10 pode conter no mínimo 2% (atualmente é 14%) no teor da mistura e o
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óleo diesel S500 sem biodiesel. Já o fornecimento dos combustíveis fósseis foi mantido, pois a via de acesso é feita por dutos da Refinaria Alberto Pasqualini (Refap) para as bases próximas. A agência reguladora também autorizou, no período de 03/05/2024 a 31/05/2024, a dispensa de homologação prévia para a realização de cessões de espaço para complementação da capacidade de armazenamento e distribuição, entre os distribuidores de combustíveis líquidos que possuem autorização para operar nos municípios de Canoas e Esteio.
Além da questão da dificuldade para a entrega de combustíveis, as bases tinham produto, mas também enfrentaram limitações por falta de funcionários, que foram atingidos, enquanto a população ficou com medo de ficar sem combustível. “Houve, nesta fase, uma corrida aos postos e também aos supermercados, o que gerou muitas filas de motoristas para abastecer os veículos. O Sulpetro, juntamente com os órgãos municipais e estaduais, decidiu priorizar o abastecimento dos veículos oficiais, que estavam em ação para atender às diversas demandas da crise”, disse. Dal’Aqua destacou que houve bastante apoio da mídia para divulgar para a população que havia combustíveis e não existia motivo para pânico. “A população estava estressada, com medo, mas tivemos o cui-
dado de passar serenidade e, junto com as autoridades, Procons, entre outras, fizemos campanhas de consumo consciente, pois a necessidade era atender às emergências. O foco, dias atrás, era tirar as pessoas de suas casas e salvar vidas”, disse.
SOLIDARIEDADE
Dal’Aqua também vivenciou, em meio do caos, o movimento de solidariedade vindo de todo o país, com pessoas do Brasil inteiro prestando ajuda no que fosse preciso, envolvidas com o drama do Rio Grande do Sul.
As ruas de Porto Alegre viraram rios, então, apareceram jet skis, barcos, esse foi o meio de transporte usado para salvar vidas humanas e de animais. “Foram sendo criados abrigos provisórios, que precisavam de comida, água, colchões, entre outras necessidades. O setor fez muitas doações, os postos também receberam ajuda da população e cada um levava o que recebia”.
A Fecombustíveis e os sindicatos filiados participaram das campanhas com doações financeiras, com recursos enviados para um pix do Sulpetro. “Arrecadamos R$ 91 mil de várias fontes, sindicatos parceiros e de postos de todo o Brasil. Então, passamos a procurar o que estava faltando nos abrigos e compramos mantas, roupas de cama, entre outras necessidades”.
32 Combustíveis & Conveniência REPORTAGEM DE CAPA
A Fecombustíveis e o Sulpetro também atuaram no sentido de buscar auxílio para os postos bandeirados, solicitando apoio das maiores distribuidoras. Isso porque a questão envolvia auxiliar a revenda que ainda estava sem acesso, com produtos em condições talvez comprometidas dentro dos tanques. O sindicato também buscou apoiar os postos bandeira branca, que ficaram desamparados. “O bandeira branca vive outra realidade, ele não tem contrato e amparo de parceria. Tivemos que buscar auxílio legislativo, com flexibilizações trabalhistas, estamos avaliando todas as possibilidades de auxílio. Não temos um plano definido para resolver todos os casos, estamos encontrando caminhos possíveis para cada um”, relatou.
Até o dia da entrevista, ainda não estava claro se haveria uma linha de financiamento destinada aos empresários da revenda que precisassem reerguer o seu negócio. As perdas são inevitáveis e todos foram afetados de alguma forma.”Está muito pior do que a pandemia”, disse Dal’Aqua.
SERRA GAÚCHA
Cada local teve a sua dificuldade. No caso da Serra Gaúcha, nos 49 municípios os postos não foram inundados, como nas outras regiões, mas ficaram sem combustíveis logo no início da crise, por falta de logística. “Logo que começaram os temporais, as vias em torno da cidade ficaram bloqueadas e ficamos ilhados. Houve uma correria da população aos postos e quase metade deles ficou sem combustível
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Alguns postos após semanas ainda continuavam submersos
Divulgação Sulpetro
na primeira semana”, contou Vilson Pioner, presidente do Sindipetro Serra Gaúcha. Para chegar até a base de distribuição de Canoas, um trajeto que era de 100 quilômetros passou a ter 350 quilômetros de distância, por ser feito por rotas alternativas.”Passamos por um isolamento por três dias. A revenda que tem caminhão próprio conseguiu trazer produto, fazendo o trajeto mais longo”, contou. Apenas duas bases estavam abastecendo a região de Caxias do Sul, as outras três ficaram alagadas. Com a redução das chuvas, as dificuldades foram amenizadas. “Atualmente, não faltam combustíveis, mas a situação ainda não está normalizada”, disse. “Os postos daqui da região tiveram algumas avarias, mas de pequena monta, nada tão grave”.
Pioner também observou que a união das pessoas é que tem ajudado o Rio Grande do Sul. “Eu gostaria de agradecer a solidariedade do Brasil inteiro, que enviou recursos e produtos de primeira necessidade, quando faltou água, por exemplo”, disse. Segundo ele, a iniciativa privada conseguiu até construir pontes para ajudar na logística do estado, pois os recursos do governo não tinham sido liberados.
FUNCIONÁRIOS
Flávio Obino, consultor jurídico do Sulpetro, detalha as iniciativas para auxiliar os
postos na questão dos funcionários, nas mais distintas situações. Alguns postos estavam alagados e não puderam operar, outros, que estavam em funcionamento, tiveram pouca mão de obra, seja pela perda de suas casas ou por falta de transporte, impedindo que os trabalhadores chegassem ao local de serviço. “Como o governo não tinha adotado nenhuma medida com base na Lei 14.437, que permite por ato administrativo adotar normas de flexibilização, nós buscamos uma negociação com os sindicatos dos empregados para auxiliar os funcionários. Conseguimos criar um ‘cardápio’ com várias alternativas para que o empregador, junto com o seu empregado, se adaptasse a essa situação”, contou.
Ficou estabelecido em Convenção Coletiva que poderiam ser ultrapassadas as horas extras dos empregados, além do limite legal de duas horas. Também que pudesse trabalhar no dia do descanso semanal remunerado e no feriado. Segundo Obino, outra alternativa foi a criação do banco de horas negativo. “Imagine que a empresa ficou quinze dias sem poder funcionar, o empregado não trabalhou, ele vai receber o seu salário normalmente, mas essas horas vão entrar para um banco negativo. Durante doze meses, o empregado vai fazer horas extras para recuperar essas horas que
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Divulgação
ele não trabalhou”. Ainda dentro da mesma situação do banco de horas negativo, há aquele funcionário que não teve condições de chegar ao local de trabalho.”Essas faltas não serão descontadas, mas vão entrar para o banco de horas negativo”, explicou.
Outra possibilidade de não deixar os funcionários sem recursos foi conceder férias. “Pela lei, eu preciso avisar o empregado que ele vai sair de férias com 30 dias de antecedência. Pela Convenção, fizemos uma alteração para 48 horas. Essa alternativa foi para o posto que não estava funcionando, o empregado não tinha como se deslocar até o pos-
Ainda não é possível quantificar os prejuízos das enchentes para a revenda
to, então se concede férias. Também estabelecemos a possibilidade de antecipar as férias, com seis ou menos, e não os doze meses completos para a concessão”, contou.
Para dar um fôlego para o empresário, que está com problema de caixa, também se estabeleceu que o pagamento das férias ao funcionário poderá ser feito no quinto dia útil do mês subsequente ao que ele sair de férias, e não antecipadamente, com salário e férias no mesmo mês. Outra mudança permitida foi postergar o pagamento de um terço adicional de férias para o final do ano, juntamente com o 13o salário.
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Veículos pesados estacionados nos pátios dos postos também sofreram danos
Também foi permitida a possibilidade de concessão de férias coletivas, além do teletrabalho, desde que seja um acordo entre as partes, segundo Obino. “Neste caso, a empresa pode determinar que o empre-
gado saia do presencial e passe a trabalhar via teletrabalho, avisando com 48 horas de antecedência, medida que é voltada para o setor administrativo do posto”, esclareceu.
DEVASTAÇÃO NA REVENDA
Ildo Buffon, revendedor há 34 anos e vice-presidente do Sulpetro, conta que foi surpreendido principalmente na Grande Porto Alegre com a enchente devastadora, que invadiu 12 postos, das 103 unidades de sua rede. “Não houve o que fazer, todos foram surpreendidos. Tivemos praticamente perda total de 12 postos, com móveis, equipamentos e mercadorias das lojas de conveniência. E ainda fomos saqueados nas lojas e houve roubo de combustível”, relatou Buffon. “Nossa estimativa de perdas com os roubos para reconstruir as lojas foi mais ou menos de R$ 5 milhões”.
Além disso, Buffon disse que a rede de postos enfrentou outros desafios com as estradas bloqueadas e problemas de logística, que também comprometeram os resultados. A perspectiva, até o final do mês, é de queda nas vendas em torno de 5 milhões de litros de combustíveis, o que vai afetar significativamente o faturamento da rede.
Além dos danos materiais, Buffon destacou que 220 funcionários foram afetados com as enchentes e perderam tudo. “Alguns
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Divulgação Buffon
foram morar em abrigos, outros estão em casas de parentes. Então, mobilizamos uma campanha para doações para ajudar nossos funcionários e suas famílias”, comentou.
A rede Buffon também está ajudando os colaboradores e suas famílias. “Estamos atendendo esses funcionários como filhos, ligando todos os dias para saber como estão. Aprovamos um plano de benefícios, com vale-alimentação, ajuda com a compra de eletrodomésticos, além dos R$ 5 mil governo federal, também estamos aprovando uma linha de financiamento para auxiliar nesta reconstrução de vida”, disse. Buffon concedeu férias para os funcionários que necessitavam e também adotou o banco de horas. Além de todo amparo para os colaboradores, os postos da rede também estão arrecadando doações para a população.
“Foi a situação mais crítica que já passei, e estou passan-
Entrada de água nos tanques
Fernando Aroca, assessor-técnico da Associação Brasileira das Empresas de Equipamentos e de Serviços para o Mercado de Combustíveis e de Conveniência (Abieps), explica que, atualmente, os componentes do Sistema de Armazenamento Subterrâneo de Combustíveis (SASC) são estanques. Desta forma, os equipamentos subterrâneos são preparados para conter a entrada de água proveniente do subsolo ou fuga de combustíveis armazenados. “Entretanto, num caso de enchente, as águas pluviais submergem os equipamentos instalados na pista, enchendo por exemplo os sumps de bombas, os spill de descarga de combustíveis, e os sumps de tanque. Além do mais, na magnitude que vimos ocorrer a tragédia no RS há de se considerar que o nível d’água possa ter ultrapassado a altura dos respiros dos tanques, que apesar de impedir a entrada de água de chuvas, não impede a entrada de água em caso de submersão”.
Para os casos em que os postos ficaram vários dias inundados, a recomendação é que o produto deve ser drenado por completo por empresa especializada e o revendedor deve tratar com o seu distribuidor, fornecedor do combustível, a possibilidade de retorno do combustível para base com a finalidade de se analisar a possibilidade de reprocessamento do produto contaminado.
“Ainda temos oito postos que estão inundados e não sabemos o que vamos encontrar quando abrirmos os tanques. O pacote de auxílio que solicitamos para as distribuidoras ainda está sem definição. Não é certeza que esse combustível contaminado será reaproveitado”, disse Bufon.
A Ipiranga divulgou, recentemente, que fará a reciclagem dos produtos contaminados e a Raízen indicou três empresas que podem retirar os combustíveis dos tanques.
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do, na minha vida, nesses 25 anos de revenda”, disse Diego Argenta, diretor da rede SIM. “Tivemos 286 funcionários diretamente afetados na rede de postos, como frentistas, operadores de caixas, gestores de loja, gerentes de postos diretamente afetados com a água que entrou na casa. Num primeiro momento, tivemos um movimento de acolhimento dessas pessoas”, relatou. “Rapidamente montamos uma espécie de alojamento para as nossas equipes e suas famílias, oferecendo uma estrutura improvisada, com colchões, cozinha e alimentos. Chegamos a ter 46 pessoas em um desses alojamentos”, disse.
Outro desafio para revenda é o pagamento do aluguel comercial. Algumas distribuidoras isentaram a cobrança por dois meses. Já o revendedor que aluga o espaço do posto, depende de negociação caso a caso. n
Limpeza dos equipamentos
Para os postos recomeçarem a atender, é necessário investir na limpeza dos equipamentos, procedimento que é feito por pessoas técnicas especializadas. Bruno Justo de Moraes, coordenador técnico da Mortorvac, conta que a demanda de trabalho é intensa em todo o estado. Uma das partes mais caras para fazer a troca de peças são as placas de bombas, que têm um custo muito elevado. A manutenção dessas placas exige limpeza com álcool isopropílico. “Fazendo esse procedimento, conseguimos salvar 60% a 70% do equipamento”, disse Moraes, o que evita que o revendedor tenha perdas de R$ 15 mil por equipamento.
Segundo o técnico, o Vale do Taquari foi uma das regiões mais afetadas do Rio Grande do Sul, e é a terceira vez que acontecem enchentes no local. Então, alguns postos já tomaram as precauções, outros não vão reabrir. É possível retirar as bombas antes das enchentes e fazer a vedação correta, mas no caso de Porto Alegre, os postos não estavam preparados e muitos tiveram perdas.
Todo trabalho de limpeza das bombas demanda entre um e dois dias, dependendo da situação do posto. É necessário abrir os equipamentos, desmontar as partes, lavar com álcool isopropílico, remontar, trocar rolamento de motor, entre outras medidas. O custo do trabalho vai depender da situação de cada bomba. “Se a água pegou na cabeça eletrônica, o custo é alto, entre R$ 5 mil e R$ 10 mil por equipamento, mas se chegou no motor fica em torno de R$ 400,00”, disse o técnico.
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AGENDA
Junho
Encontro dos Revendedores do Centro-Oeste
Data: 6 e 7
Local: Cuiabá (MT)
Realização: Sindipetróleo - MT e demais sindicatos da região Centro-Oeste
Informações: (65) 3621-6623
14º Ciclo de Congressos Regionais Minaspetro
Data: 28
Local: Montes Claros (MG)
Realização: Minaspetro
Informações: (31) 2108-6500
Expo Revenda Montanhas
Data: 28 a 30
Local: Domingos Martins (ES)
Realização: Sindipostos - ES
Informações: (27) 3322-0104
Julho
Conexão Revenda
Data: 19
Local: Natal (RN)
Realização: Sindipostos - RN
Informações: (84) 3217-6076
Agosto
Encontro de Revendedores do Norte do Brasil
Data: 8 e 9
Local: Rondônia - RO
Realização: Sindipetro - RO e demais sindicatos da região Norte
Informações: (69) 3229-6987
14º Ciclo de Congressos Regionais Minaspetro
Data: 23
Local: Ipatinga (MG)
Realização: Minaspetro
Informações: (31) 2108- 6500
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Evento reuniu mais de 850 expositores, 140 mil visitantes e bateu recorde de R$ 15,3 bilhões em negócios
Consumidor busca conveniência e se preocupa com a sustentabilidade
Pesquisa divulgada durante a Apas Show 2024 mostrou que, apesar de o fator preço ser decisivo para as compras, boa parte dos consumidores ainda busca conveniência ao escolher o local de compras
POR ROSEMEIRE GUIDONI
40 Combustíveis & Conveniência CONVENIÊNCIA
CONVENIÊNCIA
Dynamic Audiovisual/ Phillipe Acera
De acordo com levantamento elaborado pela Associação Paulista de Supermercados (Apas), os consumidores costumam diversificar os locais de compras, optando por perfis diferentes de estabelecimento, a depender da necessidade. Atacados, atacarejos e supermercados lideram a lista quando se trata de compras mensais. Já no caso de itens de emergência e compras menores, a tendência é de que as pessoas busquem varejos próximos, geralmente minimercados.
Apesar desta segmentação, a pesquisa mostrou que, em praticamente todos os momentos de compra, a questão da conveniência está presente. Quando questionados sobre quais as razões para escolha do local de compras, 34% dos entrevistados apontaram o “preço baixo” como fator principal, seguido por praticidade/comodidade (18%); disponibilidade de itens (15%); localização (14%); promoções e ofertas (10%); confiança na loja (10%); variedade de produtos (7%); otimização de tempo (7%); agilidade no atendimento e entrega (6%); qualidade dos produtos (5%); bom atendimento (4%); e melhor cus -
to-benefício (3%). “Ou seja, os aspectos associados à conveniência representam mais de 50% das menções. Isso é um dado muito importante sobre o comportamento e preferência dos clientes”, afirmou Carlos Corrêa, diretor geral da Apas, durante a Apas Show 2024.
O evento aconteceu entre os dias 13 e 16 de maio, no Expo Center Norte, na capital paulista. Mais de 850 expositores, sendo 200 internacionais, ocuparam os 78 mil m² da área de exposições, apresentando lançamentos das mais diversas áreas, desde alimentos e bebidas até itens de pet shop , passando por embalagens e produtos de higiene. O evento recebeu 140 mil visitantes e bateu recorde de R$ 15,3 bilhões em negócios.
DELIVERY E PROXIMIDADE EM ALTA
Na mesma linha de conveniência para o cliente, os serviços de delivery também estão crescendo. Segundo Fábio Neto, sócio da StartSe, a localização tem se mostrado crucial para a aquisição de produtos, assim como a busca por disponibilidade imediata. “Com isso, o delivery está cada vez mais em alta, com um crescimento de 175% na demanda por entrega rápida”, afirmou.
Combustíveis & Conveniência 41
CONVENIÊNCIA
Produtos de consumo imediato e compras rápidas, localizadas em lojas de proximidade, também são tendências irreversíveis, segundo especialistas presentes à Apas Show. Um exemplo é a rede Oxxo. Após três anos de atuação no Brasil, a rede de mercados de proximidade já está presente em 15 estados e, em março de 2024, inaugurou sua 500ª loja. Segundo Hugo Curriel, CEO do Grupo Nós, “o formato de proximidade conversa diretamente com o perfil do brasileiro, que preza pelo tempo e praticidade, perto de suas residências ou do trabalho”.
TENDÊNCIAS
A pesquisa apresentada pela Apas mostrou, também, algumas tendências no comportamento de consumo, como o aumento da procura por alimentos saudáveis. A análise das vendas de produtos enquadrados nesta categoria mostrou um crescimento significativo de itens como frutas (44%), legumes (18%), verduras (26%), água de coco (26%), entre outros. “O objetivo do estudo é compreender e antecipar as mudanças das preferências e comportamentos do consumidor. Questões como a valorização da experiência na loja física, a diversificação das escolhas de produtos e o aumento do interesse em alimentos
saudáveis apresentam desafios e oportunidades para os varejistas”, apontou Felipe Queiroz, economista da Apas.
O aumento do interesse por produtos saudáveis e a preocupação com sustentabilidade também foram destaque durante o congresso “Update-se — O mercado do futuro mais perto de hoje”, realizado paralelamente à feira. Na abertura do evento, Andrea Bell, vice-presidente de Consumer Insights da WGSN, destacou algumas tendências para o futuro. Segundo ela, os consumidores estão cada vez mais atentos à sustentabilidade, o que está impulsionando o apoio a produtos veganos e estratégias adotadas pelas empresas, como a redução do uso de plásticos, por exemplo.
“A preocupação com a natureza deve fazer parte das estratégias das empresas, pois as pessoas tendem a escolher fornecedores — e também pontos de venda — que adotem boas práticas sociais e ambientais”, disse ela. Isso significa empresas que tratem seus colaboradores de forma justa, com remuneração adequada, que tenham consciência ambiental, preocupem-se com o descarte correto de produtos, dentre outros aspectos que contribuam para reduzir os impactos da atividade no planeta.
Andrea também mencionou que o futuro deve trazer uma série de desafios
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para o varejo, com um cenário de “policrise”. “Podemos esperar crises econômicas, políticas, guerras, conflitos sociais e eventos climáticos extremos, e as empresas precisam se preparar para os novos cenários”, apontou.
Outra tendência que se destacou no evento é o incremento do uso de tecno -
logias. A inteligência artificial, por exemplo, está cada vez mais presente no dia a dia das empresas, seja na gestão e controle de estoques, seja na captação e análise de dados, o que é fundamental para compreender cada vez melhor o que o cliente deseja — e assim preparar o seu negócio para isso. n
Combustíveis & Conveniência 43
Congresso da Apas mostrou tendências no comportamento de consumo e pesquisa divulgada apontou preço baixo, comodidade e praticidade como itens importantes
Dynamic
Audiovisual/ Phillipe Acera
Divulgação MCM
Nova resolução determina mais cuidados com a manutenção dos tanques de óleo diesel
Nova Resolução da ANP traz mais exigências no armazenamento de diesel
No início de maio, a agência reguladora publicou a Resolução 968/2024, que além de estabelecer as especificações sobre o óleo diesel, também determina a obrigação de novos procedimentos de manutenção, o que pode trazer não apenas custos extras para os postos, mas também novas exigências
POR ROSEMEIRE GUIDONI
44 Combustíveis & Conveniência NA PRÁTICA
No final de abril, a ANP aprovou uma nova Resolução, publicada em 2 de maio, que estabelece especificações nacionais para o óleo diesel, além de medidas de controle de qualidade, as quais incidem em toda a cadeia, especialmente nos postos revendedores.
Dentre as mudanças, que entram em vigor a partir de 31 de julho, houve a alteração de limites de parâmetros das especificações dos diesel S10 e S500, como a estabilidade à oxidação, o ponto de entupimento a frio, o índice de acidez e o teor de água, além das definições de óleo diesel A, B e C (veja box).
Para quem transporta, armazena, distribui e revende o produto, também foram estabelecidas novas exigências em termos de manutenção — o que implica custos extras e mais cuidados para o correto atendimento à norma reguladora. A fiscalização relativa ao cumprimento de tais exigências passará a ser feita a partir de 31 de julho.
Já a conformidade do produto, com a mudança dos parâmetros de especificação, será alvo de fiscalização somente a partir de 29 de outubro. Especificamente
sobre o teor de biodiesel, a Resolução 968 estabeleceu prazos distintos de fiscalização e autuação por não conformidade. Em relação ao teor de biodiesel, quando houver mudança na legislação que estabelece o percentual de mistura, o prazo para autuação por não conformidade (para distribuidoras e TRRs) passa a ser de 30 dias na região Norte e 15 dias nas demais regiões do país. Já no caso da revenda, o prazo será de 60 dias após a entrada em vigor do novo teor na região Norte, e 30 dias no restante do país.
AMOSTRA-TESTEMUNHA É IMPRESCINDÍVEL
Segundo Simone Marçoni, consultora jurídica da Fecombustíveis, advogada do Minaspetro e fundadora da Aspetro Assessoria Jurídica, a principal medida para que o revendedor se resguarde é a coleta da amostra-testemunha. “Isso vai garantir que índices de não conformidade do produto entregue pela distribuidora, que não possam ser detectados no posto, não sejam responsabilidade do revendedor”, alertou.
De acordo com ela, é fundamental que o posto mantenha amostras das três últimas
Sindilub/Vinícius Denny
Combustíveis & Conveniência 45
Arquivo
entregas do combustível, corretamente armazenadas, por segurança. Além disso, vale reforçar que as amostras devem ser armazenadas em recipiente inerte, de vidro âmbar ou de metal, sem costuras internas, com 1 litro de capacidade, fechado com batoque e tampa plástica. Os recipientes devem conter lacre de numeração controlada.
“A amostra-testemunha é imprescindível, pois alguns parâmetros técnicos, como contaminação e índice de acidez, estabilização à oxidação, entre outros, não são características que podem ser identificadas no posto”, reforçou a especialista.
A advogada explicou que o quesito ‘aspecto’ das amostras do produto também foi alterado pela nova regra. “A partir da entrada em vigor da nova Resolução, a amostra do produto deve ser homogênea, isenta de impurezas e de material particulado”, destacou, reforçando que características como aspecto, cor e massa específica podem, sim, ser identificados no posto revendedor, e a recomendação é que isso seja verificado antes da descarga no tanque.
BOAS PRÁTICAS SÃO OBRIGATÓRIAS PARA TODOS OS ELOS DA CADEIA
A Resolução 968 estabelece, também, uma série de boas práticas no manuseio do combustível, que devem ser adotadas por É fundamental que o posto se resguarde de eventuais problemas com o diesel, com a coleta e guarda da amostratestemunha das três últimas entregas
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todos os elos de produção e comercialização. “Embora tais práticas já fossem recomendadas, a obrigatoriedade só veio com esta nova Resolução”, destacou Simone.
Todos os agentes que armazenam a mistura diesel/ biodiesel (TRRs, postos e distribuidoras) devem fazer a manutenção dos tanques, com drenagem de água no fundo, no mínimo uma vez por semana. Isso vale para todo o tipo de diesel (S500 ou S10). “O resultado dessa drenagem precisa ser registrado em uma planilha ou documento, para fins de fiscalização, e guardado por um ano”, complementou Simone.
Segundo a especialista, no caso específico dos postos revendedores, a nova Resolução traz a possibilidade de que essa drenagem de tanques seja feita uma vez na semana, pelos próprios funcionários do posto, que devem registrar o procedimento em uma planilha, para fins de fiscalização, ou a cada 15 dias — porém, neste caso é necessário fazer a medição diária de água nos tanques, com o devido registro, que também precisa ser armazenado por um ano.
Quando for feita a drenagem, deve ser coletada uma amostra. “Caso o revendedor observe que essa amostra não está límpida e homogênea, é preciso chamar uma empresa especializada para a limpeza do tanque”, reforçou Simone.
Mudanças previstas pela Resolução 968
A nova Resolução alterou os limites de parâmetros das especificações dos diesel S10 e S500, a exemplo da estabilidade à oxidação, do ponto de entupimento a frio, índice de acidez e do teor de água.
O óleo diesel A passa a ser definido como combustível constituído por hidrocarbonetos, produzido a partir de derivados de petróleo ou outras matérias-primas não renováveis, destinado a veículos ou equipamentos dotados de motores do ciclo diesel. No caso do S10, a concentração de enxofre permitida será de 10 ppm (partes por milhão), enquanto o S500 terá 500 ppm.
O termo óleo diesel B se refere ao óleo diesel A ou C e suas misturas, adicionado de biodiesel nos termos estabelecidos pelo Conselho Nacional de Política Energética (CNPE).
O óleo diesel C foi definido como um combustível obtido a partir de processos, como o coprocessamento, que envolva a utilização de matériasprimas renováveis e não renováveis concomitantemente, e que atenda às especificações vigentes.
Outra mudança é que os óleos diesel S500 e S1800 de uso não rodoviário deverão ser descontinuados no mercado em prazo de até seis meses após a vigência da Resolução 968.
Combustíveis & Conveniência 47
“Assim, mesmo que o posto opte pela drenagem quinzenal, se for identificada a presença de água livre no tanque, a drenagem é necessária, independentemente do prazo em que a última foi realizada”, ressaltou.
“Os registros, tanto das medições quanto das drenagens, devem ficar arquivados no posto por, pelo menos, um ano, para fins de fiscalização”, reforçou Simone. Segundo ela, os postos que não tiverem o registro semanal
Atenção, revendedor!
Até 31 de julho, todos os postos revendedores deverão adequar os procedimentos de manutenção nos tanques de óleo diesel, conforme previsto na Resolução 968/ 2024, pois o posto ficará sujeito a fiscalização, a partir desta data.
• É facultado ao posto fazer a drenagem semanal dos tanques ou a drenagem quinzenal. No entanto, caso a revenda opte por realizar o procedimento a cada 15 dias, é necessário fazer a medição diária de água dos tanques. Se houver presença de água livre, a drenagem deverá ser antecipada, independentemente da data da última realização.
• Este procedimento pode ser executado por um funcionário do posto, que deve anotar em uma planilha todos os resultados das medições. Essa planilha deve ser guardada no posto, para fins de fiscalização, por um ano.
ou quinzenal das medições de água nos tanques estarão sujeitos a autuação.
Até o fechamento desta edição, no fim de maio, ainda não havia no site da ANP nenhum modelo de planilha ou documento para relatar os procedimentos, mas é essencial que o revendedor acompanhe as novas determinações — que serão divulgadas pela revista Combustíveis & Conveniência mas, também, no site da Fecombustíveis n
• Ao receber uma carga de diesel, o revendedor deve coletar uma amostra do produto, verificando aspecto, cor e massa específica, antes da descarga no tanque.
• A partir de 29 de outubro, características técnicas relacionadas à especificação do combustível, como contaminação, índice de acidez e estabilização à oxidação passarão a ser fiscalizadas. Por essa razão, é essencial que a revenda colete e armazene adequadamente a amostra-testemunha.
• Quando houver mudança do teor de biodiesel, distribuidoras e TRRs localizados na região Norte serão fiscalizados após 30 dias na data de entrada em vigência da nova mistura; nas demais regiões, após 15 dias. Já os postos revendedores da região Norte serão fiscalizados 60 dias após a vigência do novo teor, e nas demais regiões, 30 dias após.
48 Combustíveis & Conveniência NA PRÁTICA
TABELAS
EVOLUÇÃO DOS PREÇOS DO ETANOL (Centro-Sul)
Período São Paulo Goiás
22/04/2024 - 26/04/2024 2,718 2,708
- 03/05/2024 2,653 2,619
-
22/04/2024 -24/05/2024 -3,5% -4,9%
Variação abril de 2024 x abril de 2023 -18,6% -21,9%
EVOLUÇÃO DOS PREÇOS DO ETANOL ANIDRO (em R$/L)
Fonte: CEPEA/Esalq
Nota 1: Sem Pis/Cofins produtor (R$ 0,1309)
Nota 2: Preço para vendas interestaduais.
Período São Paulo Goiás
- 10/05/2024
-
Variação 22/04/2024 -24/05/2024 -1,9% -3,9%
Variação abril de 2024 x abril de 2023 -19,4% -13,8% em R$/L
EVOLUÇÃO DOS PREÇOS DO ETANOL HIDRATADO (em R$/L)
Combustíveis & Conveniência 49
ANIDRO
06/05/2024
13/05/2024
2,657 2,607 20/05/2024
24/05/2024 2,623 2,576 abril de 2023 3,326 3,345 abril
29/04/2024
10/05/2024 2,689 2,597
- 17/05/2024
-
de 2024 2,706 2,611 Variação
HIDRATADO 22/04/2024
2,298 2,337 29/04/2024
2,342 2,298 06/05/2024
2,350
13/05/2024
20/05/2024
- 26/04/2024
- 03/05/2024
2,294
- 17/05/2024 2,321 2,283
24/05/2024 2,253 2,246 abril de 2023 2,938 2,792 abril de 2024 2,367 2,406
TABELAS
FORMAÇÃO DE PREÇOS
Convênio ICMS 173/2023 (Gasolina) e 172/2023 (Diesel) - Referência 01/06/2024
50 Combustíveis & Conveniência
Gasolina UF 73% Gasolina A 27% Etanol Anidro (1) 27% PIS/ COFINS Anidro (3) 73% CIDE (2) 73% PIS/COFINS (3) Carga ICMS Ad rem (4) Custo da Distribuição AC 2,4302 0,8130 0,0353 0,0730 0,5785 1,3721 5,302 AL 2,0155 0,7941 0,0353 0,0730 0,5785 1,3721 4,869 AM 2,3404 0,8157 0,0353 0,0730 0,5785 1,3721 5,215 AP 2,0823 0,8238 0,0353 0,0730 0,5785 1,3721 4,965 BA 2,1426 0,7995 0,0353 0,0730 0,5785 1,3721 5,001 CE 1,9643 0,8103 0,0353 0,0730 0,5785 1,3721 4,834 DF 2,1419 0,7036 0,0353 0,0730 0,5785 1,3721 4,904 ES 2,0399 0,7271 0,0353 0,0730 0,5785 1,3721 4,826 GO 2,1388 0,7009 0,0353 0,0730 0,5785 1,3721 4,899 MA 1,9566 0,8049 0,0353 0,0730 0,5785 1,3721 4,820 MG 2,0955 0,7217 0,0353 0,0730 0,5785 1,3721 4,876 MS 2,1342 0,7171 0,0353 0,0730 0,5785 1,3721 4,910 MT 2,2055 0,7225 0,0353 0,0730 0,5785 1,3721 4,987 PA 1,9854 0,8076 0,0353 0,0730 0,5785 1,3721 4,852 PB 1,9776 0,7900 0,0353 0,0730 0,5785 1,3721 4,827 PE 1,9692 0,7900 0,0353 0,0730 0,5785 1,3721 4,818 PI 1,9882 0,7954 0,0353 0,0730 0,5785 1,3721 4,843 PR 2,0374 0,7217 0,0353 0,0730 0,5785 1,3721 4,818 RJ 2,0870 0,7217 0,0353 0,0730 0,5785 1,3721 4,868 RN 2,4046 0,7941 0,0353 0,0730 0,5785 1,3721 5,258 RO 2,4050 0,8130 0,0353 0,0730 0,5785 1,3721 5,277 RR 2,3871 0,8157 0,0353 0,0730 0,5785 1,3721 5,262 RS 2,0551 0,7403 0,0353 0,0730 0,5785 1,3721 4,854 SC 2,0714 0,7298 0,0353 0,0730 0,5785 1,3721 4,860 SE 2,0932 0,7941 0,0353 0,0730 0,5785 1,3721 4,946 SP 2,0665 0,7136 0,0353 0,0730 0,5785 1,3721 4,839 TO 2,0478 0,7144 0,0353 0,0730 0,5785 1,3721 4,821 CUSTO DA DISTRIBUIÇÃO - BRASIL (5) 4,881 Diesel S500 UF 88% Diesel A S500 14% Biocombustível (1) 88% CIDE (2) 14% PIS/ COFINS Biodiesel (6) 88% PIS/ COFINS Diesel (3) Carga ICMS Ad rem (4) Custo da distribuição AC 3,1083 0,6510 0,0000 0,0207 0,3023 1,0635 5,125 AL 2,8664 0,6650 0,0000 0,0207 0,3023 1,0635 4,918 AM 3,0025 0,6510 0,0000 0,0207 0,3023 1,0635 5,040 AP 2,9844 0,6510 0,0000 0,0207 0,3023 1,0635 5,022 BA 2,8306 0,6650 0,0000 0,0207 0,3023 1,0635 4,882 CE 2,8380 0,6650 0,0000 0,0207 0,3023 1,0635 4,889 DF 3,0489 0,6046 0,0000 0,0207 0,3023 1,0635 5,040 ES 2,9823 0,6149 0,0000 0,0207 0,3023 1,0635 4,984 GO 3,0489 0,6032 0,0000 0,0207 0,3023 1,0635 5,039 MA 2,8752 0,6650 0,0000 0,0207 0,3023 1,0635 4,927 MG 3,0392 0,6149 0,0000 0,0207 0,3023 1,0635 5,041 MS 3,0592 0,6032 0,0000 0,0207 0,3023 1,0635 5,049 MT 3,1274 0,6046 0,0000 0,0207 0,3023 1,0635 5,119 PA 2,8702 0,6510 0,0000 0,0207 0,3023 1,0635 4,908 PB 2,8434 0,6650 0,0000 0,0207 0,3023 1,0635 4,895 PE 2,8899 0,6650 0,0000 0,0207 0,3023 1,0635 4,941 PI 2,9123 0,6650 0,0000 0,0207 0,3023 1,0635 4,964 PR 2,9583 0,5956 0,0000 0,0207 0,3023 1,0635 4,940 RJ 2,9958 0,6191 0,0000 0,0207 0,3023 1,0635 5,001 RN 2,9608 0,6650 0,0000 0,0207 0,3023 1,0635 5,012 RO 3,0786 0,6510 0,0000 0,0207 0,3023 1,0635 5,116 RR 3,0576 0,6510 0,0000 0,0207 0,3023 1,0635 5,095 RS 2,9347 0,5956 0,0000 0,0207 0,3023 1,0635 4,917 SC 3,0103 0,5970 0,0000 0,0207 0,3023 1,0635 4,994 SE 2,9579 0,6650 0,0000 0,0207 0,3023 1,0635 5,009 SP 2,9794 0,6121 0,0000 0,0207 0,3023 1,0635 4,978 TO 2,9826 0,6412 0,0000 0,0207 0,3023 1,0635 5,010 CUSTO DA DISTRIBUIÇÃO - BRASIL (5) 4,982
FORMAÇÃO DE PREÇOS
Nota (1): Corresponde ao preço da usina/produtor sem acréscimo do PIS/COFINS, incluso frete
Nota (2): Decreto 8395, de 28/01/2015, para Gasolina e o Decreto 9391/2018 para o Diesel - Alíquota reduzida a zero
Nota (3): Decreto 9101, de 20/07/2017, para Gasolina e a Lei 10.865/2004 para o Diesel
Nota (4): Base de cálculo do ICMS = Ad rem (Gasolina - Convênio ICMS 15/2023 - e Diesel - Convênio ICMS 199/2022)
Nota (5): Média ponderada considerando o volume comercializado no ano de 2022
Nota (6): Lei 11.116/2005 - Biodiesel (Alíquotas reduzidas a zero até 31/12/2023 - Lei 14.592/2023)
Obs: preços com base nas Tabelas Petrobras (refinarias) de 27/12/2023 para Gasolina e óleo Diesel - ICMS Base -Convênio ICMS 173/2023 (Gasolina) e Convênio ICMS 172/2023 (Diesel)
Preços para o Estado da Bahia (S.Fco do Conde, Candeias, Jequié e Itabuna - Refinaria Acelen) - ref. 23/05/2024 e para Região Norte (Refinaria REAM)ref. 24/05/2024 e Rio Grande do Norte (Guamaré 3R Petroleum) - ref. 23/05/2024
Esta planilha é elaborada com os dados públicos e oficiais previamente divulgados ao mercado pela Petrobras, Governo Federal e Governos Estaduais e pelo CEPEA/ESALQ.
Utilizamos as tabelas públicas fornecidas pela Petrobras (Refinarias), a composição de tributos divulgada pelo Governo Federal e pelo CONFAZ (Ato Cotepe), além dos custos dos biocombustíveis (Fonte: Biodiesel = Leilões ANP e Etanol Anidro = Cepea/Esalq).
A Fecombustíveis se isenta de quaisquer erros nos dados fornecidos pelas fontes acima citadas e ressalta que esta planilha se destina exclusivamente a colaborar com a transparência do mercado e com a efetivação da competitividade do setor.
Combustíveis & Conveniência 51
em R$/L Diesel S10 UF 86% Diesel A S10 14% Biocombustível (1) 86% CIDE (2) 14% PIS/ COFINS Biodiesel (6) 86% PIS/ COFINS Diesel (3) Carga ICMS Ad rem (4) Custo da distribuição
3,1599 0,6510 0,0000 0,0207 0,3023 1,0635 5,177 AL 2,9180 0,6650 0,0000 0,0207 0,3023 1,0635 4,969 AM 3,0455 0,6510 0,0000 0,0207 0,3023 1,0635 5,083 AP 3,5004 0,6510 0,0000 0,0207 0,3023 1,0635 5,538 BA 2,9080 0,6650 0,0000 0,0207 0,3023 1,0635 4,959 CE 2,9033 0,6650 0,0000 0,0207 0,3023 1,0635 4,955 DF 3,1147 0,6046 0,0000 0,0207 0,3023 1,0635 5,106 ES 3,0410 0,6149 0,0000 0,0207 0,3023 1,0635 5,042 GO 3,1074 0,6032 0,0000 0,0207 0,3023 1,0635 5,097 MA 2,9268 0,6650 0,0000 0,0207 0,3023 1,0635 4,978 MG 3,1059 0,6149 0,0000 0,0207 0,3023 1,0635 5,107 MS 3,1108 0,6032 0,0000 0,0207 0,3023 1,0635 5,101 MT 3,1790 0,6046 0,0000 0,0207 0,3023 1,0635 5,170 PA 2,9601 0,6510 0,0000 0,0207 0,3023 1,0635 4,998 PB 2,8950 0,6650 0,0000 0,0207 0,3023 1,0635 4,947 PE 2,9415 0,6650 0,0000 0,0207 0,3023 1,0635 4,993 PI 2,9639 0,6650 0,0000 0,0207 0,3023 1,0635 5,015 PR 3,0129 0,5956 0,0000 0,0207 0,3023 1,0635 4,995 RJ 3,0582 0,6191 0,0000 0,0207 0,3023 1,0635 5,064 RN 3,0124 0,6650 0,0000 0,0207 0,3023 1,0635 5,064 RO 3,1302 0,6510 0,0000 0,0207 0,3023 1,0635 5,168 RR 3,1092 0,6510 0,0000 0,0207 0,3023 1,0635 5,147 RS 2,9970 0,5956 0,0000 0,0207 0,3023 1,0635 4,979 SC 3,0690 0,5970 0,0000 0,0207 0,3023 1,0635 5,053 SE 3,0095 0,6650 0,0000 0,0207 0,3023 1,0635 5,061 SP 3,0380 0,6121 0,0000 0,0207 0,3023 1,0635 5,037 TO 3,0342 0,6412 0,0000 0,0207 0,3023 1,0635 5,062 CUSTO DA DISTRIBUIÇÃO - BRASIL (5) 5,044
AC
TABELAS
AJUSTES NOS PREÇOS DA PETROBRAS
Fonte: Petrobras
Nota: As tabelas e informações sobre a composição de preços estão disponíveis no site da empresa, seção Nossas Atividades/ Preços de Vendas de Combustíveis (https://petrobras.com.br/pt/nossas-atividades/precos-de-venda-de-combustiveis/)
52 Combustíveis & Conveniência
DIESEL GASOLINA
PREÇOS DE REVENDA E DISTRIBUIÇÃO DE COMBUSTÍVEIS
Período: 01/01/2021 à 19/05/2024 - (Preço Médio Brasil)*
Gasolina comum:
Óleo Diesel S10:
Etanol Hidratado comum:
Obs:
1 - A partir de 17/08/2020 os dados de distribuição de etanol hidratado não contemplam a parcela de ICMS/Substituição
2 - Desde a semana iniciada em 23/08/2020 os preços de distribuição são informados pelas distribuidoras à ANP através do SIMP
(*) Fonte: ANP – Painel Dinâmico de Preços de Combustíveis e Derivados do Petróleo, em 28/05/2024
Combustíveis & Conveniência 53
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