Revista Combustíveis & Conveniência Ed.221

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ÍNDICE

REPORTAGEM DE CAPA

GNV tem potencial para ser o “combustível do presente”

ENTREVISTA

Carlos Bispo, consultor de gestão de empresas

10

54 • Evolução dos Preços do Etanol

55 • Formação de Preços

56 • Formação de Custos do S10

57 • Ajustes nos preços da Petrobras

58 • Preços de Revenda e Distribuição

n MERCADO

20 • Prepare-se para a ExpoPostos 2024

26 • Queimadas podem impactar em aumento da produção do etanol e redução do açúcar

n REVENDA EM AÇÃO

42 • Porto Velho recebe a revenda

n CONVENIÊNCIA

50 • Crescimento do food service é oportunidade para conveniência

n OPINIÃO

18 • James Thorp Neto

A Fecombustíveis representa nacionalmente 33 sindicatos, defendendo os interesses legítimos de mais de 44 mil postos de serviços, 453 TRRs e cerca de 61 mil revendedores de GLP, além da revenda de lubrificantes.

Nossa missão é acompanhar o mercado de revenda de combustíveis, com a meta de fomentar o desenvolvimento econômico e social do setor, contribuindo assim para melhorar a qualidade de vida da nação.

Presidente: James Thorp Neto

1o Vice-Presidente: Carlos Eduardo Mendes Guimarães Jr.

2o Vice-Presidente: Alfredo Pinheiro Ramos

3o Vice-Presidente: João Carlos Dal’Aqua

4º Vice-Presidente: Mário Luiz P. Melo

5o Vice-Presidente: Manuel Fonseca da Costa

6o Vice-Presidente: Paulo Roberto Correa Tavares

1o Secretário: José Camargo Hernandes

2o Secretário: Wilber Silvano de Souza Filho

3o Secretário: Julio Cezar Zimmermann

1o Tesoureiro: Antônio Cardoso Sales

2o Tesoureiro: João Batista Porto Cursino de Moura

3o Tesoureiro: José de Faro Rollemberg Nascimento

Conselheiro Fiscal Efetivo: Walter Tannus Freitas

Conselheiro Fiscal Efetivo: Adriano Costa Nogueira

Conselheiro Fiscal Efetivo: Márcio Martins de Castro Andrade

Diretoria:

Aldo Locatelli, Rui Cichella, Luiz Antônio Amin, José Carlos da Silva, Maxwel Nunes Paula, Rafael Milagres Macedo Pereira, Álvaro Rodrigues Antunes de Faria, Omar Hamad FIlho, Vicente de Sant’Anna Neto, Arildo Persegono Filho, Jefferson Davi de Espindula, Vilson Luiz Pioner, Waldemar Locatelli, José Victor Capelo, Maxwell Flor de Oliveira, Leopoldo Correa

Conselho Editorial:

Marciano Francisco Franco, José Alberto Miranda Cravo Roxo, Mario Melo, Ricardo Hashimoto, José Carmargo Hernandes e Walter Tannus Freitas

Edição: Mônica Serrano (monicaserrano@fecombustiveis.org.br)

Redação: Rosemeire Guidoni (roseguidoni@uol.com.br), Paulo José de Carvalho e Ana Campos Mello. Capa: Alexandre Bersot (Com imagem da Agência Brasil)

Publicidade: Fernando Polastro comercial.revista@fecombustiveis.org.br

Telefone: (11) 5081-6681 | 99525-6665

Programação visual: Girasoli

Fecombustíveis

Av. Rio Branco 103/13° andar - Centro-RJ -

Cep.: 20.040-004

Telefone: (21) 2221-6695

Site: https://www.fecombustiveis.org.br/edicoes-revista

E-mail: revista@fecombustiveis.org.br

GNV não anda, patina

Considerado um combustível de transição, o gás natural é menos poluente do que os demais energéticos fósseis e poderia se tornar uma opção intermediária para a transição energética, enquanto o país se prepara para o aumento da oferta de veículos elétricos e híbridos. No entanto, esse combustível vive há anos patinando, exceto em alguns poucos estados do país, que oferecem incentivos. Às vésperas do fechamento desta edição, o governo federal anunciou um pacote de estímulo ao gás natural, visando, principalmente, a redução de preços do produto. No entanto, o país tem limitações em relação à infraestrutura, com uma rede de gasodutos insuficiente, e depende de importação do produto. A revenda que atua com GNV também esbarra em obstáculos, como a falta de conhecimento do consumidor em relação à economia do combustível. Para completar, em alguns estados, o IPVA é menor ou isento para os veículos elétricos, o que faz tais modelos serem mais atrativos do que a conversão para o GNV — que traz consigo várias dúvidas, como receio dos custos com a instalação dos kits e insegurança em relação à infraestrutura de abastecimento para longas distâncias. Para acompanhar o panorama do GNV e os principais obstáculos, confira a Reportagem de Capa desta edição.

Para quem vai participar da ExpoPostos & Conveniência 2024, trazemos na seção Mercado uma prévia das principais atrações e novidades que serão apresentadas no maior evento do setor. Outra reportagem da mesma seção aponta as perspectivas para o consumo de etanol hidratado, cuja previsão de crescimento foi afetada pelos incêndios ocorridos recentemente em São Paulo, maior região produtora do país.

Já a seção Conveniência mostra como o setor de food service está crescendo no país, ampliando as possibilidades de franquias de alimentação como alternativas de diversificação de investimentos no posto.

Outro destaque desta edição é a cobertura 19º Encontro de Revendedores de Derivados de Petróleo e Lojas de Conveniência do Norte do Brasil, que aconteceu no início do mês, em Porto Velho (Revenda em Ação).

Para quem quer se atualizar sobre gestão do negócio, a Entrevista do mês traz Carlos Bispo, consultor conhecido do setor, que mostra as principais dificuldades da revenda de combustíveis.

Boa leitura!

Mônica Serrano Editora

ACRE

SINDICATOS

Sindepac

Delano Lima e Silva Rua Pernambuco nº 599 - Sala 4 Bairro: Bosque Rio Branco-AC Fone: (68) 3226-1500 sindepac@hotmail.com www.sindepac.com.br

ALAGOAS

Sindicombustíveis - AL

James Thorp Neto

Av. Jucá Sampaio, 2247, Barro Duro Salas 93/94 Shopping Miramar Maceió-AL Fone: (82) 3320-2902/1761 gerencia@sindicombustiveis-al.com.br www.sindicombustiveis-al.com.br

AMAZONAS

Sindicombustíveis - AM Eraldo de Souza Teles Filho Rua Rio Içá, 26 - quadra 35 Conj. Vieiralves Manaus-AM Fone: (92) 3584-3707/3728/99446-2261 sindicombustiveisam@gmail.com

BAHIA

Sindicombustíveis - BA Walter Tannus Freitas

Rua Arthur de Azevedo Machado, 1459. Sala 712

Ed. International Trade Center – ITC Bairro Stiep Salvador - Bahia Fone: (71) 3342-9557 Cel. (WatsApp): (71) 99905-9017 sindicombustiveis@sindicombustiveis.com.br www.sindicombustiveis.com.br

CEARÁ

Sindipostos - CE Manuel Novais Neto Av. Engenheiro Santana Júnior, 3000/ 6º andar – sala 506 Parque Cocó Fortaleza-CE Fone: (85) 3244-1147 sindipostos@sindipostos-ce.com.br www.sindipostos-ce.com.br

DISTRITO FEDERAL

Sindicombustíveis - DF Paulo Roberto Correa Tavares

SHCGN-CR 704/705, Bloco E Entrada 41, 3º andar, sala 301 Brasília-DF Fone: (61) 3274-2849 sindicato@sindicombustiveis-df.com.br www.sindicombustiveis-df.com.br

ESPÍRITO SANTO

Sindipostos - ES Maxwel Nunes Paula Av. Nossa Senhora dos Navegantes, 955 / 21º - salas 2101 e 2102 Ed. Global Tower - Enseada do Suá Vitória - ES Fone: (27) 3322-0104 sindipostos@sindipostos-es.com.br www.sindipostos-es.com.br

GOIÁS

Sindiposto

Marcio Martins de Castro Andrade 12ª Avenida, 302 Setor Leste Universitário Goiânia-GO Fone: (62) 3218-1100 sindiposto@sindiposto.com.br www.sindiposto.com.br

MARANHÃO

Sindicombustíveis - MA

Magnolia Rolim Av. dos Holandeses - Ed. Tech Office - sala 226 - 2o andar Ponta D’Areia - São Luís-MA Fone: (98) 98740-1700 / 98453-7975 gerencia@sindcombustiveis-ma.com.br

MATO GROSSO

Sindipetróleo

Claudyson Martins Alves R. Manoel Leopoldino, 414, Araés Cuiabá-MT Fone: (65) 3621-6623 contato@sindipetroleo.com.br www.sindipetroleo.com.br

MATO GROSSO DO SUL

Sinpetro

Waldemar Locatelli Rua Bariri, 133 Campo Grande-MS Fone: (67) 3325-9988 / 9989 sinpetro@sinpetro.com.br www.sinpetro.com.br

MINAS GERAIS

Minaspetro

Rafael Milagres Macedo Pereira Rua Amoroso Costa, 144 Bairro Santa Lúcia

Belo Horizonte-MG Fone: (31) 2108- 6500/ 2108-6530 minaspetro@minaspetro.com.br www.minaspetro.com.br

PARÁ

Sindicombustíveis - PA

José Carlos da Silva Av. Duque de Caxias, 1337 Bairro Marco

Perímetro: Trav. Mariz e Barros/Trav. Timbó Belém-PA Fone: (91) 3224-5742/ 3241-4473 secretaria@sindicombustiveis-pa.com.br www.sindicombustiveis-pa.com.br

PARAÍBA

Sindipetro - PB

Omar Aristides Hamad Filho Av. Minas Gerais, 104 Bairro dos Estados João Pessoa-PB Fone: (83) 3221-0762 contato@sindipetropb.com.br www.sindipetropb.com.br

PARANÁ

Paranapetro - PR

Paulo Fernando da Silva

Rua Vinte e Quatro de Maio, 2.522

Curitiba-PR Fone: (41) 3021-7600 E-mail: paranapetro@paranapetro.org.br

PERNAMBUCO

Sindicombustíveis - PE

Alfredo Pinheiro Ramos

Rua Desembargador Adolfo Ciriaco,15 Prado - Recife-PE Fone: (81) 3227-1035 recepcao@sindicombustiveis-pe.org.br www.sindicombustiveis-pe.org.br

PIAUÍ

Sindipostos-PI

Alexandre Cavalcanti Valença Av. Jóquei Clube, 299 - Jóquei Teresina-PI

Fone: (86) 98179-4524 / (86) 98151-0103 sindipostospi@gmail.com www.sindipostos-pi.com.br/

RIO DE JANEIRO

Sindestado

Adriano Costa Nogueira

Av. Presidente Franklin Roosevelt, 296 São Francisco Niterói–RJ Fone: (21) 2704-9400 sindestado@sindestado.com.br www.sindestado.com.br

RIO DE JANEIRO - MUNICÍPIO

Sindcomb

Manuel Fonseca da Costa Rua Alfredo Pinto, 76 - Tijuca Rio de Janeiro-RJ Fone: (21) 3544-6444 secretaria@sindcomb.org.br www.sindcomb.org.br

RIO GRANDE DO NORTE Sindipostos - RN Maxwell Flor

Rua Raposo Câmara, 3588 Bairro Candelária Natal-RN Fone: (84) 3217-6076 sindipostosrn@sindipostosrn.com.br www.sindipostosrn.com.br

RIO GRANDE DO SUL Sulpetro

João Carlos Dal’Aqua Rua Cel. Genuíno, 210 - Centro Porto Alegre-RS Fone: (51) 3930-3800 presidencia@sulpetro.org.br www.sulpetro.org.br

RIO GRANDE DO SUL – SERRA GAÚCHA

Sindipetro Serra Gaúcha Vilson Pioner

Rua Ítalo Victor Berssani, 1.134 Caxias do Sul-RS Fone: (54) 3222-0888 sindipetro@sindipetroserra.com.br www.sindipetroserra.com.br

RONDÔNIA

Sindipetro - RO Arildo Persegono Filho Travessa Guaporé, Ed. Rio Madeira, 3º andar, salas 307/308 Porto Velho-RO Fone: (69) 3229-6987 sindipetrorondonia@gmail.com www.sindipetro-ro.com.br

RORAIMA

Sindipostos - RR José Pereira Barbosa Neto Av. Major Williams, 436 - sala 01- São Pedro Boa Vista-RR Fone: (95) 3623-9368/ 99132-2776 sindipostosrr@hotmail.com

SANTA CATARINA

Sindipetro - SC Luiz Antonio Amin Rua Porto União, 606 Bairro Anita Garibaldi

Joinville-SC Fone: (47) 3433-0932 /0875 sindipetro@sindipetro.com.br www.sindipetro.com.br

SANTA CATARINA - BLUMENAU Sinpeb

Julio César Zimmermann

Rua Quinze de Novembro, 550/4º andar Blumenau-SC Fone: (47) 3326-4249 sinpeb@gmail.com www.sinpeb.com.br

SANTA CATARINA - FLORIANÓPOLIS

Sindópolis

Vicente Sant’Anna Neto

Av. Presidente Kennedy, 222 - 2º andar Campinas São José Florianópolis-SC Fone: (48) 3241-3908 sindopolis@sindopolis.com.br

SANTA CATARINA – LITORAL CATARINENSE E REGIÃO

Sincombustíveis

Jefferson Davi de Espindula

Rua José Ferreira da Silva, 43 1º andar – sala 7

Itajaí-SC Fone: (47) 3241-0321 sincombustiveis@sincombustiveis.com.br www.sincombustiveis.com.br

SÃO PAULO – CAMPINAS

Recap

Emílio Roberto Chierighini Martins

Rua José Augusto César, 233

Jardim Chapadão Campinas-SP Fone: (19) 3284-2450 recap@financeiro.com.br www.recap.com.br

SÃO PAULO - SANTOS

Sindicombustíveis Resan

José Camargo Hernandes

Rua Dr. Manoel Tourinho, 269 Bairro Macuco

Santos-SP

Fone: (13) 3229-3535 secretaria@resan.com.br www.resan.com.br

SERGIPE

Sindpese

Jose de Faro Rollemberg Nascimento

Rua Dep. Euclides Paes Mendonça, 871 Bairro Salgado Filho Aracaju-SE

Fone: (79) 3214-4708 secretaria@sindpese.com.br www.sindpese.com.br

SINDILUB

José Victor Cordeiro Capelo

Rua Trípoli, 92, conj. 82 Vila Leopoldina

São Paulo-SP Fone: (11) 3644-3439/ 3645-2640 sindilub@sindilub.org.br www.sindilub.org.br

TOCANTINS

Sindiposto - TO Wilber Silvano de Sousa Filho Quadra 303 Sul Av. LO 09 lote 21 salas 4 e 5 Palmas-Tocantins Fone: (63) 3215-5737 sindiposto-to@sindiposto-to.com.br www.sindiposto-to.com.br

TRR

Álvaro Rodrigues Antunes de Faria

Rua Lord Cockrane, 616 8º andar, salas 801/804 e 810 Ipiranga-SP Fone: (11) 2914-2441 info@sindtrr.com.br www.sindtrr.com.br

Entidade associada

ABRAGÁS (GLP)

José Luiz Rocha Fone: (41) 98897-9797 abragas.presidente@gmail.com

A Larco é a 4 a maior distribuidora de combustíveis do Brasil, com operações em 16 estados, frota de mais de 400 veículos e logística inteligente que garante agilidade e capilaridade.

A qualidade do nosso combustível ajuda a impulsionar o crescimento de diversos setores da nossa economia. Temos orgulho de investir cada vez mais para que os nossos clientes e parceiros possam aproveitar sempre a melhor jornada e ir cada vez mais longe.

VIROU NOTÍCIA

Regime de tributação especial do Maranhão: ameaça afastada

Em 20 de agosto, Carlos Brandão (PSB), governador do Maranhão, criou um regime especial de importação de combustíveis no estado, similar ao modelo implementado no Amapá, que causou distorções tributárias em todo o país, o qual contou com alerta das entidades do setor de combustíveis e foi revogado em 17 de abril.

Os representantes do segmento assinaram uma nota conjunta, que reuniu: Fecombustíveis, Instituto Combustível Legal (ICL), Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP), Sindicom, Associação Brasileira de Importadores de Combustíveis (Abicom), Brasilcom, SindTRR e o setor produtivo do biodiesel (Abiove, Aprobio e Ubrabio), sobre os possíveis riscos associados ao Decreto 39.315.

“O decreto assinado pelo governador Carlos Brandão prevê que as empresas que importarem diesel pelo estado ficam autorizadas a pagar, em prazo futuro, o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) referente às operações de importação de diesel. Este tratamento desigual irá produzir consequências con-

cretas, assim como identificado em ação do corredor de importação recentemente observado no Estado do Amapá”, destacou a nota.

O Comitê Nacional de Secretários de Fazenda, Finanças, Receita ou Tributação dos Estados e do Distrito Federal (Comsefaz) também manifestou preocupação com a nova regra.

“A medida segue na contramão dos esforços recentes do Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz), que editou novos Convênios ICMS para combater práticas que podem favorecer a criação de corredores para entrada ilegal de combustíveis. Foi consenso entre as fazendas estaduais que essa natureza de normatividade não concorre para o devido controle dos fluxos econômicos e, consequentemente, ameaça causar prejuízos tanto às finanças estaduais, quanto à livre concorrência do mercado”, alertou em nota.

Após as manifestações, em 23 de agosto, o Diário Oficial do Estado do Maranhão publicou a revogação do Decreto 39.315.

Divulgação

ANP mantém regra sobre fim da tutela à bandeira

Em agosto, a ANP rejeitou o pedido do Instituto Combustível Legal (ICL) para anular ou revogar as normas que extinguem a tutela à bandeira em postos de combustíveis. O órgão também negou a inclusão imediata do tema na agenda da agência para avaliação regulatória, apesar de manter a possibilidade de que a Superintendência de Distribuição e Logística (SDL) apresente essa pauta futuramente.

O relator do caso, Daniel Maia, esclareceu que a questão não trata do conceito de “bomba branca”, mas, sim, da regularidade no processo de criação da norma que eliminou a tutela à bandeira. Segundo ele, “não há razões, no momento, para modificar ou revogar a regulamentação”. A decisão foi endossada pelo colegiado, que defendeu a manutenção das resoluções em vigor para preservar a segurança jurídica.

Emerson Kapaz, presidente do ICL, disse que o tema ainda está sendo debatido judicialmente. Ele destacou que a Justiça de Mi-

MME e EPE projetam evolução dos preços do petróleo até 2034

nas Gerais e o STF já haviam emitido decisões restringindo a venda de combustíveis de outros fornecedores em postos bandeirados e a modalidade de delivery de combustíveis. No entanto, essas proibições foram revertidas por uma decisão do TRF-6, que permitiu ambas as práticas enquanto o caso não for finalizado. Kapaz acredita que o resultado judicial ainda pode reverter as mudanças trazidas pela norma da ANP, especialmente em relação à “bomba branca”. Segundo ele, o ICL confia que o Judiciário, junto ao Ministério Público, adotará uma postura favorável ao consumidor e que o recurso pendente poderá resultar na anulação das resoluções em questão.

O Ministério de Minas e Energia (MME) e a Empresa de Pesquisa Energética (EPE) divulgaram em agosto o Caderno de Preços Internacionais do Petróleo e seus Derivados, parte do Plano Decenal de Expansão de Energia (PDE) 2034.

O documento apresenta cenários atualizados, com o objetivo de orientar decisões estratégicas no setor energético brasileiro, prevendo a evolução dos preços do petróleo e derivados até 2034.

Confira o material completo em www.epe.gov.br/sites-pt/publicacoes-dados-abertos/publicacoes/PublicacoesArquivos/publicacao-804/topico-709/PDE%202034_Caderno%20Prec%CC%A7os%20de%20Petro%CC%81leo%20e%20Derivados_2024.08.20.pdf

Cláudio Ferreira

Crescer dá trabalho

Divulgação

POR MÔNICA SERRANO

Um dos principais consultores de gestão de postos de combustíveis, Carlos Bispo conhece de perto as dificuldades do negócio. Ex-revendedor, assim como todos os empresários, já passou por erros e acertos. Formado em Ciências Contábeis, com MBA em Finanças Corporativas pela Fundação Getulio Vargas (FGV), Bispo passou a criar conteúdos digitais para auxiliar o revendedor a superar as dificuldades de gestão. Com o seu conhecimento técnico e entendendo as agruras do negócio, começou despretensiosamente a compartilhar uma visão profissional, com implementação de processos, integrando o básico da gestão financeira. É fundador do Instituto Carlos Bispo de negócios e criador do canal “Seu Posto de Gasolina”, no YouTube, que passou a dar visibilidade ao seu trabalho, sendo solicitado para conduzir cursos e palestras para a revenda de todo o país.

Bispo será um dos palestrantes da ExpoPostos & Conveniência no dia 10 de setembro, às 16h, no espaço Arena do Conhecimento, dentro da feira. Confira os principais trechos da entrevista exclusiva, concedida em Porto Velho (RO), durante o 19º Encontro de Revendedores de Derivados de Petróleo e Lojas de Conveniência.

Combustíveis & Conveniência: Você poderia nos contar como entrou para o segmento da revenda, como tudo começou?

Carlos Bispo: Eu sou um ex-revendedor, quando entrei neste segmento também não tinha experiência, obviamente. Fui aprendendo à medida que surgiam os desafios. Às vezes, eu acertava nos aspectos da gestão, mas em outras ocasiões, não. Com o tempo e a experiência, comecei a dar mais voz à revenda como um todo. Criei um canal no YouTube sem nenhuma intenção de me tornar um palestrante do setor. Quando fiz o primeiro vídeo, queria dar voz para o revendedor, que encontrava dificuldades em seu negócio. O canal foi crescendo, as pessoas começaram a compartilhar os vídeos e mais e mais revendedores passaram a se identificar com o que eu falava.

C&C: Sobre o que você falava?

CB: Falava sobre a estrutura da gestão, os principais desafios da administração. Por exemplo, como manter um bom capital de giro, como conseguir alcançar a sobrevivência do negócio, como trabalhar com a concorrência. Ou seja, ter o mínimo básico de orientação para garantir a preparação para a gestão do seu negócio, para no futuro manter um crescimento sustentável, evoluir e expandir.

Para ter uma boa gestão, é preciso ter rotinas e processos, porque são eles que permitem atingir as metas estabelecidas.
Com os processos bem definidos, é possível reduzir as perdas por meio da prevenção

Então, comecei a abordar temas relacionados ao negócio nas redes sociais. Os revendedores comentavam e começaram a me fazer pedidos. Foi assim que decidi disponibilizar conteúdos em cursos, que alcançaram mais de 1.500 revendedores em todo o país. Eu nunca imaginei que teria tanta visibilidade. Em 2019, fui convidado a palestrar em eventos para revendedores e, desde então, não parei mais. Com as viagens, passei a conhecer melhor os revendedores e a aprender um pouco sobre cada região do Brasil. Isso me ajuda a continuar com o propósito de compartilhar conhecimento com outros empresários do setor.

C&C: Para um posto ter uma boa gestão basta ter lucro?

CB: Temos que voltar um pouco e falar sobre os processos antes de entrar no lucro. Para ter um bom resultado, é preciso ter uma boa gestão. Para ter uma boa gestão, é preciso ter rotinas e processos, porque são eles que permitem atingir as metas estabelecidas. Com os processos bem definidos, é possível reduzir as perdas por meio da prevenção. Nesse aspecto, a revenda no Brasil precisa trabalhar muito para melhorar. Sempre falo que o revendedor não tropeça na pedra grande, porque ela é visível, mas tropeça nas pedrinhas. Portanto, ter bons processos é importante para se alcançar uma boa lucratividade. Em resumo, para obter lucros, é preciso, primeiramente, focar nos processos.

C&C: Quais são os principais processos?

CB: Processos abrangem desde gestão financeira, gestão de pessoal, gestão ambiental e a gestão do negócio como um todo. Eles são essenciais para atingir, como consequência, um resultado melhor e, obviamente, o lucro.

C&C: Ainda é comum alguns empresários fazerem retiradas do caixa sem planejamento, por exemplo, para pagar uma conta da família?

CB: Sim, é a gestão mais tradicional da revenda. São postos menores que, em muitos casos, ainda não alcançaram a profissionalização. Essas revendas, administradas pela própria família, dependem diretamente do posto para sobreviver. São essas, principalmente, que necessitam de profissionalização. Porém, estamos passando por um processo de profissionalização, que demorou muito para acontecer, mas agora, com a divulgação dos eventos, a participação da revenda e o engajamento, isso tem mudado.

Esse processo de profissionalização, que chamamos de gestão moderna, é o que define o revendedor moderno. Ele começa a se profissionalizar ao participar de eventos, fazer cursos de capacitação e buscar ajuda técnica.

Quando falamos de grandes redes ou uma revenda mais profissionalizada, já existem profissionais capacitados, os processos estão montados e estruturados, então, a gestão se torna mais fácil.

Já o pequeno e médio posto, muitas vezes administrado por uma família, acaba tão imerso em fazer o empreendimento funcionar que esquece de buscar oportunidades para o crescimento do negócio. Ele não tem recursos para contratar ou terceirizar tarefas que precisa executar. Esse é o grande desafio da profissionalização: o revendedor encontrar tempo e condições para se capacitar.

C&C: Qual seria a diferença entre ter lucro e renda mensal/ salário?

CB: Ter lucro não é o mesmo que salário. Alguns revendedores fazem a seguinte regra: “tenho um lucro de 10, então eu posso comprometer a renda com 10”. Então, basicamente, ele acaba atribuindo o lucro ao salário (prolabore). Eu falo como reflexão: lucro é o rendimento que a empresa precisa para crescer. É preciso definir um teto para o prolabore.

Qual é o valor? Quanto o revendedor pagaria para um profissional se tivesse que contratar alguém para fazer o que ele faz hoje? Qual seria o salário? Essa é uma referência.

O posto teria condições de pagar? Então, posso estabelecer como um sócio atuante, que é o sócio em atividade, que é o que faz a gestão, para ter definição de salários, como parâmetro.

Lá na frente, chegou no final do ano, você percebeu que conseguiu alavancar uma lucratividade, sendo possível de ser distribuída de maneira saudável, programada, sem comprometer o caixa do posto.

A lucratividade pode ser obtida de duas formas: vendas e redução das despesas. Eu posso escalar pelo volume de vendas, quando se tem competitividade e demanda para ter preço. Esse elemento da lucratividade pode ser medido pela escala de volume de vendas, em um equilíbrio de relação entre margem e volume.

Vamos supor que o posto está em uma cidade pequena, cerca de 3 mil habitantes, e não tem tanta demanda. Ele vende 40 mil litros. Por mais que o preço baixe, nessa ideia de que volume de vendas rende lucro, a estratégia pode não dar certo. Outra forma de pensar no lucro é na qualidade que se pode atingir tendo um ponto de equilíbrio, fazendo com que não venda um volume não tão alto, mas consiga ter lucro. Nesse sentido, posso demandar menos colaboradores e reduzir a estrutura de despesas fixas.

C&C: Sabemos que há uma limitação de rendimento com a venda de combustíveis. Quais seriam outras possibilidades?

CB: Ele pode ter outras variáveis, como aumentar o ticket médio, vendendo produtos agregados e diversificando as fontes de receitas do negócio.

C&C: Hoje em dia, a divulgação nas redes sociais pode aumentar a visibilidade do posto e crescer o número de clientes?

CB: Sim, acredito que hoje, as redes sociais são uma das principais alavancas de divulgação. O potencial cliente passa mais tempo nas redes sociais do que em outras atividades. No entanto, essa ferramenta precisa ser utilizada de forma correta, destacando o diferencial do posto, como a qualidade dos salgados na lo-

ja de conveniência, a limpeza dos banheiros e o atendimento diferenciado. Quanto mais ele usar as redes sociais para mostrar esses diferenciais, além da variedade de produtos e promoções, mais atrativo o posto se torna, chamando a atenção dos consumidores.

C&C: Temos visto no setor o movimento de absorção de revendas menores, das chamadas empresas familiares por grandes redes. Estaria relacionado à gestão? Qual seria a sua análise?

CB: Isso é algo que venho falando para o revendedor, até como motivo de clareza para profissionalizar a gestão. Muitas vezes, o revendedor se depara com a falta de resultados, acaba se endividando e não consegue prosperar com o negócio, o que gera desgaste. Então, quando surge um novo competidor ou uma rede que deseja expandir, ela enxerga o potencial daquele posto.

Muitas vezes, a rede compra um posto menor não porque ela tem mais dinheiro, mais renome ou vá dar certo. Simplesmente, o que ela faz é profissionalizar a gestão e aplicar a cultura já existente em outros postos ou na rede. Então, eu não diria que quem tem mais dinheiro consegue fazer uma melhor gestão.

Pela minha experiência, alguns revendedores pequenos e médios não estão acompanhando a necessidade de profissionalização. Ele entra

numa rota de que o melhor caminho é passar o posto adiante, para outro administrador. Obviamente, existe o fator competição, quanto mais postos abrem, diminui a fatia de carros disponíveis para o abastecimento. Temos até uma referência média que o mercado utiliza, para cada cidade ter pelo menos um posto para cada 3 mil, 4 mil habitantes. Mesmo assim, se o revendedor não consegue fazer uma boa gestão, não consegue ter bons resultados. Talvez, faltem estratégias para poder atrair o cliente ou ele não aplica as melhores práticas de gestão para ser competitivo.

C&C: É possível o negócio ter salvação?

CB: Sim. A partir do momento que o revendedor fala: ‘eu quero fazer esse negócio dar certo. Tem alguma coisa que estou fazendo errado’. Ele precisa olhar para dentro do negócio, olhar para as falhas, parar e pensar nas correções. Mas é mais fácil ele afirmar que o negócio não está dando certo e é melhor vender.

C&C: Qual seria a ferramenta que faz o revendedor identificar as suas falhas?

CB: Há uma ferramenta poderosa que todo empresário tem que ter, é o DRE (Demonstrativos de Resultados). Muitos não conseguem elaborar esse demonstrativo por falta de processos ou simplesmente porque acham que não é tão importante. Mas, se ele não acompa-

Carlos Bispo durante a palestra do Encontro de Revendedores do Norte do país

nha o desempenho financeiro e não mede os resultados, como pode fazer uma boa gestão?

Tem um jargão que diz: quem não mede, também não gerencia. Nesse caso, gerenciar sem critérios pode, consequentemente, levar à tomada de decisões erradas, tanto na parte comercial quanto na gestão de pessoas.

Hoje, para melhorar a gestão do negócio, temos várias ferramentas de aprendizado, de capacitação para o revendedor. Por exemplo, os canais na internet e redes sociais, também temos os eventos do segmento que podem auxiliá-lo a ampliar o conhecimento. Então, mesmo com todas as ferramentas atuais, é preciso estar aberto para olhar para dentro do negócio. Hoje, eu posso afirmar que, na minha época como revendedor, não havia fonte de consultas. Na ocasião, para receber um mínimo de capacitação, eu teria que ser um posto bandeirado.

CARLOS

C&C: Podemos dizer que o caminho para construir uma boa gestão está ao alcance de todos?

CB: Exatamente, e não importa se é uma empresa grande ou pequena. Toda empresa grande começou pequena. Mas o que ela fez? Ela implantou uma cultura de processos. Ela colocou os objetivos que queriam ser alcançados e com base nisso fez de tudo para que todas as áreas do negócio seguissem uma rotina, baseada em consistência.

Vamos dizer que o caminho para ter lucratividade é mais difícil. Toda empresa que investe em bons processos, para obter rentabilidade, vai demandar um pouco mais de trabalho. No entanto, é a maneira de manter o negócio sustentável por anos e anos, independente do seu tamanho.

Muitas vezes, o revendedor passa 100% do tempo correndo atrás de atividades operacionais, ele está preocupado em fazer o posto apenas funcionar e não tem ninguém sentado na cadeira dele para fazer o posto crescer. Com os processos, ele poderia dedicar cerca de 40% a 50% do seu tempo, pensando em como ter as melhores estratégias para evoluir.

Eu procuro ajudar a revenda a ter processos mais definidos, gastar menos energia no operacional, ganhando mais tempo para pensar onde ele quer chegar com o negócio, elaborar um planejamento e identificar quais cur-

sos ele pode fazer. Então, a partir da profissionalização, ele pode ter como resultado tanto crescimento quanto lucro.

C&C: Muitos revendedores enfrentam dificuldades em dar continuidade ao negócio familiar, pois os sucessores, que receberam educação formal, preferem buscar oportunidades no mercado de trabalho ao invés de continuar com o posto. Qual é sua opinião?

CB: Vejo essa questão como um desafio para postos menores, em que a gestão depende única e exclusivamente do pai, da mãe ou dos filhos. Um dos principais pontos que levam ao distanciamento do interesse na continuidade dos herdeiros no negócio se dá pelo choque de ideias e no modelo de gestão, o que chamo tradicional x moderno. A nova geração busca inovação e, muitas vezes, a primeira geração coloca uma barreira para as mudanças. Isso cria um certo desgaste, fazendo o herdeiro seguir para outras áreas, inclusive no mercado corporativo. Talvez o caminho seja investir na sinergia entre os pensamentos na gestão do negócio. Meus principais clientes são da nova geração e a continuidade deles no negócio se deu justamente pela sinergia e liberdade para inovar (nova geração), sem perder os valores da geração que construiu o negócio e foi sucesso até ontem (velha geração). n

Ter lucro não é pecado

Em vários momentos da história da revenda, os postos foram acusados de serem os responsáveis pelo aumento de preços dos combustíveis no país.

De vez em quando, enfrentamos a “caça aos postos”, com órgãos de fiscalização e de defesa do consumidor que questionam quando os preços não são reajustados na mesma proporção que os das refinarias da Petrobras. Ou seja, qualquer alteração no custo de bomba, o dono do posto é tratado como explorador do consumidor.

Quero deixar claro que nem todo aumento de preços na bomba de combustível é lucro para o bolso do dono do posto. Por outro lado, vivemos em um sistema capitalista e ter lucro não é pecado. Para todos os produtos comercializados no posto, desde um chiclete até os combustíveis, há uma margem de lucro. Caso contrário, o empresário quebra.

Essa imagem negativa, que é bastante explorada em algumas circunstâncias, foi criada no imaginário popular que interpreta que toda elevação dos custos vem da má intenção do revendedor, que visa explorar o consumidor para aumentar seus lucros. Só que isso não é verdade. Inclusive, em alguns casos, por trás de preços muito baixos pode existir uma organização criminosa, que sonega impostos ou adultera combustíveis.

Então, é um contrassenso imaginar que cerca de 44 mil postos agem contra a população, sendo que é dela que vem o sustento de nossas famílias. Somos um dos setores mais fiscalizados do país (ANP, Procons, órgãos de meio ambiente estaduais e municipais, IPEMs, prefeituras, secretarias de Fazenda, entre outros), nossos preços são monitorados pela ANP semanalmente, mas, em função da crise da Agência, houve uma interrupção temporária. Além disso, há outras entidades de pesquisa que divulgam semanalmente os preços dos combustíveis. Eu pergunto: que setor do comércio no Brasil tem seus preços monitorados semanalmente e são públicos?

Para relembrar, vamos esclarecer que o nosso setor é complexo e tem diversos fatores de influência sobre os preços finais dos combustíveis. Só para exemplificar, além do custo dos combustíveis nas refinarias, há impostos federais (PIS/Cofins e Cide) e estaduais (ICMS); no caso do diesel, o preço do biodiesel (hoje está em 14% da mistura), na gasolina, o custo do etanol anidro (com 27%). Além disso, existem custos de logística (fretes) e margens da distribuição e revenda (em torno de 15% no total).

Vale destacar que a produção de etanol e do biodiesel sofrem oscilações de preços porque são produtos agrícolas. Entre o final e o início de ano é período de entressafra do etanol de cana-de-açúcar, cujos custos aumentam e se refletem no preço da gasolina. Outro fator de influência são as regras de mercado, de oferta e demanda. Por isso, toda vez que a gasolina aumenta nas refinarias da Petrobras, o etanol também aumenta proporcionalmente, porque é um produto concorrente. Isso é mercado, não é o dono do posto que está se aproveitando do momento.

A revenda de combustíveis é o último elo de uma complexa cadeia, que começa nas refinarias e termina nos postos. Cada etapa embute custos, como suprimento logístico, importações, que refletem as oscilações do dólar diariamente. Sem contar os CBIos, que também influenciam nos custos de bomba, mas devido à profundidade do assunto, o tema ficará para outra oportunidade. Ou seja, qualquer alteração no preço da distribuidora (seja pelo aumento do frete, elevação do custo do etanol ou biodiesel, aumento da demanda, redução de estoques, impostos, entre outros fatores), recai sobre os postos e, consequentemente, impacta o consumidor final. Afinal, os postos são estabelecimentos comerciais e, assim como todo varejo nacional, repassam seus custos nos preços dos produtos que vendem. Caso contrário, seriam entidades filantrópicas e sobreviveriam de doações.

OPINIÃO James Thorp Neto | Presidente da Fecombustíveis

Prepare-se para a ExpoPostos 2024

Entre os dias 10 e 12 de setembro, a capital paulista recebe o maior evento focado em postos de combustíveis e lojas de conveniência da América Latina. Neste ano, com mais expositores e área maior, a expectativa é de que o encontro receba cerca de 30 mil visitantes

POR ROSEMEIRE GUIDONI

A16ª edição da Feira e Fórum Internacional de Postos de Serviços, Equipamentos, Lojas de Conveniência e Food Service ( ExpoPostos & Conveniência 2024 ) está marcada para os dias 10 a 12 de setembro, em São Paulo (SP), no centro de exposições São Paulo Expo. Nes -

te ano, com ampliação da área de exposições em 60% e pelo menos 250 expositores (segundo dados disponíveis até meados de agosto), o evento promete ser o maior dos últimos anos, tanto em quantidade de visitantes, quanto em novidades apresentadas durante a feira.

Maior feira da América Latina conta com ampliação do espaço físico em 60%, com três pavilhões, para apresentar as tendências em produtos e serviços para postos e lojas de conveniência
Fotos: Eliane Cunha

“Esta será a maior edição da ExpoPostos já realizada no país, com uma expansão de 60% nos espaços destinados aos negócios, totalizando três pavilhões”, afirmou Tatiana Zaccaro, diretora da GL Events, responsável pela promoção e organização da ExpoPostos (que ocorre a cada dois anos).

Entre as principais inovações do mercado que devem estar presentes ao evento, Tatiana destaca fornecedores de soluções que prometem aumentar a eficiência energética dos postos, equipamentos mais modernos (como bombas em conformidade com as novas regulamentações do Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade — Inmetro) e sistemas de automação cada vez mais baseados em dados, o que contribui para a tomada de decisão dos empresários do setor e maior assertividade nos negócios.

No Fórum Internacional, que acontece paralelamente à feira de exposições, temas relevantes para o setor estarão em pauta. “O mercado de combustíveis, no Brasil, enfrenta inúmeros desafios, que vão desde a quantidade de normas e exigências legais, até a concorrência predatória”, disse James Thorp Neto, presidente da Fecombustíveis. “Estes temas serão debatidos durante a ExpoPostos, para manter a revenda alinhada com os novos desafios do mercado. Ao mesmo tempo, vamos abordar tendências para melhorar a gestão do negócio”, afirmou ele, destacando que uma grande preocupação do setor é manter o mercado sadio e fortalecer as iniciativas de empreendedores que atuam de forma legal.

“Vamos continuar combatendo as irregularidades, sempre, para que os em -

presários do mercado se sobreponham aos agentes ilícitos. Mas, ao mesmo tempo, é essencial que o revendedor se atualize, adote novas práticas de gestão, adeque seu posto e equipamentos às legislações, para otimizar o seu negócio. Por trazer novidades, tendências e novas ideias, a visita à ExpoPostos pode ser um diferencial para o negócio da revenda”, pontuou Thorp.

INOVAÇÃO SERÁ UM DOS

DESTAQUES DA EXPOPOSTOS 2024

Com área maior do que a das últimas edições, e com maior quantidade de empresas expositoras, o evento deste ano promete novidades ao empreen -

dedor. De acordo com Thiago Castilha, diretor de Marketing da Associação Brasileira da Indústria de Equipamentos para Postos de Serviços (Abieps), o grande foco da exposição será a sustentabilidade. As principais novidades da feira, segundo ele, serão equipamentos que atendam às normas ambientais vigentes e os eletropostos.

“A principal tendência do mercado são os carros híbridos e elétricos e, na ExpoPostos, o revendedor vai poder entender como surfar essa ‘onda de inovação’”, disse. Segundo ele, na feira, haverá oferta de novos sistemas de recarga rápida (até 30 minutos), com opção de cobrança por meio de aplicativos, além de carregado-

Perspectivas econômicas, ações de combate às irregularidades e transição energética estão entre os destaques do Fórum Internacional
Eliane Cunha

res inteligentes. “Esta, em minha visão, é uma das principais oportunidades para o setor, em termos de inovação. A energia é mais um tipo de produto dentro do posto de serviços”, reforçou.

Outros destaques, segundo Castilha, além da diversidade em termos de segmentos participantes, serão algumas marcas de produtos de conveniência, fast food e de aditivos e de Arla 32.

“Para o empresário do setor, a grande vantagem de estar na ExpoPostos é poder conhecer todas as tendências e conversar

diretamente com seus fornecedores, com a possibilidade de negociação de contratos mais interessantes para o negócio”, disse.

RESTAURAÇÃO DE TANQUES

SERÁ UMA DAS NOVIDADES

Castilha informou que a feira terá as principais marcas posicionadas estrategicamente, mas não haverá divisão de áreas, como em edições anteriores.

“Não haverá setorização, a edição deste ano tem empresas localizadas de forma bem pulverizada”, acrescentou.

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Ele enfatiza que uma das grandes novidades desta edição não será exatamente o lançamento de um equipamento, mas, sim de um serviço de restauração, feito nos tanques. “Isso é uma inovação que garante de dez a vinte anos a mais de vida útil do tanque, sem a necessidade de reforma da infraestrutura física do posto. Teremos pelo menos dois expositores que prestam esse serviço, de acordo com a certificação”, destacou.

Outro ponto de destaque, na visão da Abieps, serão as lavadoras com sistemas de reúso de água, com modelo de leasing ou locação de equipamentos. Na área de conveniência, as tendências passam por autoatendimento, maior oferta do mix de produtos e do fast food. “Algumas oportunidades que também estarão presentes serão sistemas de lavanderia automática, presença de novas marcas de fast food, e produtos agregados para venda em conveniência, como aromatizantes, entre outros”, disse Castilha.

O executivo da Abieps também reforçou a importância da presença de distribuidoras regionais no evento, além de marcas internacionais de produtos, como lubrificantes e aditivos.

FÓRUM INTERNACIONAL SERÁ OPORTUNIDADE PARA DISCUSSÃO DO CENÁRIO DO SETOR

A influência do cenário político-econômico no setor de combustíveis no

Brasil deve ser um dos temas principais das palestras realizadas durante a ExpoPostos & Conveniência 2024 . Perspectivas econômicas, ações de combate às irregularidades (inclusive relacionadas a questões como a da legislação sobre devedores contumazes) e transição energética serão temas de destaque.

Na área de automação, a principal inovação deve ser a integração com meios de pagamento, que estão cada vez mais dinâmicos. Já em conveniência, as discussões devem abordar temas relacionados ao futuro do setor, frente ao crescimento de redes de mercados de proximidade, que acirram a concorrência, além de insights sobre as novas demandas dos consumidores.

Uma das atrações do setor de conveniência será a participação de Tadashi Suzuki, diretor de entrada de novos mercados da 7-Eleven, uma das maiores redes internacionais do segmento.

Durante o evento, outras discussões relevantes para a gestão do negócio devem acontecer na Arena do Conhecimento, um espaço destinado à troca de informações e debates sobre questões de mercado.

Confira a programação completa em expopostos.com.br/programacao-forum-internacional-2024 . n

Queimadas podem impactar em aumento da produção de etanol e redução do açúcar

Ainda não foi possível estimar todas as perdas, mas, para salvar parte da produção afetada, a moagem da cana vai privilegiar o etanol, o que pode resultar em aumento de estoques e preços mais baixos

POR ANA CAMPOS MELLO

Divulgação
Única/ Tadeu Fessel

No final de agosto, os incêndios registrados no estado de São Paulo queimaram em torno de 60 mil hectares de cana-de-açúcar, o que deve alterar as perspectivas para os mercados de etanol e de açúcar.

Segundo Filipi Cardoso, especialista de inteligência de mercado da StoneX, o principal impacto das queimadas deve ser em relação ao mix de produção na segunda quinzena de agosto, pois quando acontece um processo de queimada na cana, ela acaba ficando mais escura e, consequentemente, isso dificulta a produção de açúcar branco.

Como já existe um mix de açúcar menor do que o mercado esperava, e com a redução da produção nesse período em que sazonalmente deveria haver um volume grande de cana sendo colhido, o mix de etanol deve crescer.

“Isso já está trazendo impacto na precificação no mercado de Nova York e está aumentando a paridade e a distância da vantagem do açúcar em relação ao etanol”, explica.

No mercado consumidor, isso deverá favorecer para que o etanol permaneça em preços mais baixos por mais tempo, por uma questão de estoque, uma vez que aumentará a produção do combustível.

“A gente meio que atingiu um ‘platô’ no consumo de etanol hidratado, em torno de 1,9 milhões m³ por mês no Brasil, en-

tão não deve ir acima disso, pois estamos iniciando o período de entressafra aqui no Brasil e, com isso, o preço deve começar a subir a partir de setembro. Enfim, o cenário é momentâneo, decorrente do aumento da oferta, em função da cana”, disse Cardoso.

Segundo a Organização de Associações de Produtores de Cana do Brasil (Orplana) cerca de 60 mil hectares foram prejudicados pela queimada, “o que dá um volume significativo de cana-de-açúcar sendo destinado para etanol”. A instituição diz que, ao olhar para o mercado de etanol, o principal ponto agora é a votação do PL dos Combustíveis do Futuro, no Senado, que pode trazer um aumento na mistura do anidro.

“Com isso, teremos um impacto significativo na dinâmica entre os combustíveis e também no mix açúcar e etanol. O mercado está de olho em como isso vai se desenrolar e há uma expectativa grande de que seja aprovado e que se tenha um aumento na mistura de anidro de até 30% e, eventualmente, 35%. A votação deveria começar em agosto, mas foi postergada para o início de setembro. Os olhos do radar estão bastante focados nessa dinâmica.”

Em comunicado ao mercado, a São Martinho, uma das principais usinas produtoras de açúcar e etanol, disse que cerca de 20 mil hectares de cana-de-açúcar da companhia foram atingidos pelos incêndios. Segun-

Players do mercado dizem que, com a perspectiva de redução na produção de açúcar, o etanol deve aumentar os estoques

do a empresa, a produção será processada nos próximos dias, sem impactos significativos no Açúcar Total Recuperável – ATR, em relação ao Guidance de Produção para Safra 2024/2025. Desta forma, a estimativa da usina é de que a redução de 110 mil toneladas de açúcar será compensada por um aumento proporcional na produção de etanol.

na comparação com o ano passado. Para a gasolina C, a expectativa era de preços menos atrativos nas principais regiões ao longo do ano e, consequentemente, queda na demanda para -4,4%, devendo ficar em 44 milhões de m³ contra estimativa inicial da consultoria de 44,2 milhões de m³.

MODELO MTV1-T

Já a Raízen informou que cerca de 1,8 milhão de toneladas de cana-de-açúcar foram afetadas pelos incêndios, o que representa 2% do total da safra 2024/2025. Conforme o comunicado, a empresa destaca que vai priorizar a moagem da cana afetada. “Com essa medida, esperamos que as perdas e impactos em nossos resultados sejam imateriais”.

ATENDE MINISTÉRIO DO TRABALHO

Segundo Filipi Cardoso, da StoneX, desde o começo do ano houve um fortalecimento no consumo do etanol em função da oferta recorde da safra 23/24, na região Centro/Sul. “Isso proporcionou um aumento no estoque das usinas, gerando queda nos preços do biocombustível e, consequentemente, com a paridade compensando, o consumo vem crescendo desde o último trimestre do ano passado.”

Produtos produzidos no Brasil

MEDIÇÃO ELETRÔNICA E MONITORAMENTO DE VAZAMENTO

MODELO ELET1

O ESTUDO DA STONEX

Certificação

Poucos meses antes dos incêndios, a consultoria StoneX elaborou um relatório com estimativas para o segundo semestre sobre a demanda de combustíveis do ciclo Otto em 2024, destacando que o produto deveria registrar um crescimento de 2,4%

O especialista explica que essa é uma movimentação que sazonalmente não acontece, já que normalmente no período da entressafra da cana, há uma redução na oferta, aumento nos preços e queda no consumo. No entanto, na safra 22/23 o estoque ficou elevado, já que o consumo de etanol foi bastante enfraquecido por conta da pari-

PARCELAMENTO em até 48 vezes

dade muito alta. “Os preços tiveram que cair na entressafra, para normalizar os estoques e as usinas começarem a nova safra, a partir de abril, com algum conforto”, afirmou.

Este cenário acabou levando a uma queda no consumo de gasolina, embora, quando verificado o consumo geral de Ciclo Otto, gasolina e etanol, somados, tenham crescido. De acordo com a ANP, as vendas de combustíveis para veículos leves somaram 19,2 milhões de m³, no acumulado entre janeiro abril, o que representa um aumento de 4,7% em relação ao mesmo período em 2023.

Cardoso lembra que o reajuste do ICMS em fevereiro favoreceu o etanol, pois elevou ainda mais a paridade, dando uma folga maior para as usinas aumentarem o preço do produto. “Ficamos um bom tempo, desde outubro, sem nenhum reajuste da Petrobras na gasolina A, fato que aconteceu no começo de julho, com um aumento de R$ 0,20.”

Logo, a StoneX não estima um novo reajuste até o final do ano por parte da Petrobras, já que o percentual foi mais agressivo. “Mesmo que o preço internacional caia, a Petrobras deve manter esse patamar para re-

MEDIÇÃO ELETRÔNICA E MONITORAMENTO DE VAZAMENTO

MEDIÇÃO ELETRÔNICA E MONITORAMENTO DE VAZAMENTO

MODELO MTV1-T

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ATENDE MINISTÉRIO DO TRABALHO

ATENDE MINISTÉRIO DO TRABALHO

ATENDE

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PARCELAMENTO em até 48 vezes

Primeiro semestre:

etanol em alta

No primeiro semestre deste ano, as vendas de etanol totalizaram 10,4 milhões de m³, o que representa aumento de 50,29% em relação ao mesmo período do ano passado. Segundo a ANP, este foi o segundo maior volume de vendas para o acumulado dos seis primeiros meses do ano na série histórica iniciada em 2000.

Já em relação à gasolina, os dados oficiais da ANP mostram que as vendas do produto no primeiro semestre tiveram redução de 7,43% ante o mesmo período do ano passado, para 21,4 milhões de m³. Entre as maiores baixas de vendas, a região CentroOeste apresentou as maiores quedas, com 16,54% na comparação anual.

cuperar o tempo em que a gasolina importada estava mais cara que a nacional.”

O cenário para a gasolina, afirmam os especialistas da consultoria, tem pequenas variações em função do preço do anidro. Já o etanol aproveitou esse aumento do preço da gasolina para ter margem para elevação.

A tendência é de que os preços do produto continuem subindo gradualmente conforme a colheita for chegando ao fim.

“Existe uma estimativa de que a safra seja menor que a passada, o que fará com que os preços continuem em elevação. Estimamos que a paridade deva ultrapassar os 70% no final do ano, entre dezembro e começo de 2025. Como

os estoques não estão tão elevados, as usinas precisam frear um pouco o consumo, pois, pelas normas da ANP, existe um estoque mínimo de passagem, tanto de ano, quanto de safra.”

Apesar da paridade dos 70% ser um parâmetro, para o consumidor final o valor do produto tem um impacto maior, alertou Cardoso. Ele explica que o etanol acima de R$ 4,00, mesmo compensando na paridade, gera uma resistência de consumo e uma migração para a gasolina.

DIESEL E BIODIESEL

No primeiro semestre de 2024, as vendas de diesel B no Brasil alcançaram 32,5 milhões de m³, marcando alta de 4,2% em relação ao observado no mesmo período de 2023, de acordo com a ANP. O volume é recorde na série histórica para a primeira metade do ano, refletindo, principalmente, o bom desempenho da exportação de bens e produtos pelo Brasil, que no mesmo período registrou crescimento de 6,9% – guiado, principalmente, pelos avanços das indústrias de transformação, agropecuária e extrativista.

Vale destacar que o terceiro trimestre do ano (julho – setembro) é sazonalmente marcado pelo aumento do consumo do óleo diesel, impulsionado pelo crescimento das importações de fertilizantes, que ampliam o uso de caminhões e trens para o envio desses insumos aos campos agrícolas. n

AGENDA

Setembro

ExpoPostos & Conveniência 2024

Data: 10 a 12

Local: São Paulo (SP)

Realização: Fecombustíveis e Abieps

Informações: (11) 5067-1717

Outubro

14º Ciclo de Congressos Regionais Minaspetro

Data: 04

Local: Juiz de Fora (MG)

Realização: Minaspetro

Informações: (31) 2108- 6500

NACS Show

Data: 8 a 10

Local: Las Vegas (EUA)

Realização: NACS

Informações: https://www.nacsshow.com/

Workshop Revenda de Pernambuco

Data: 16 e 17

Local: Caruaru (PE)

Realização: Sindicombustíveis-PE

Informações: (81) 3227-1035

Novembro

Encontro de Revendedores do Nordeste

Data: 07 e 08

Local: Mata de São João (BA)

Realização: Sindicombustíveis – BA e demais sindicatos da região Nordeste

Informações: (71) 3342-9557

Encontro de Revendedores do Sudeste

Data: 28 e 29

Local: Petrópolis (RJ)

Realização: Sindestado – RJ e demais sindicatos da região Sudeste

Informações: (21) 2704-9400

Combustível menos poluente e mais econômico, GNV não decola no país por falta de infraestrutura, conhecimento e políticas públicas

GNV tem potencial para ser o “combustível do presente”

O gás natural veicular vem sendo considerado um combustível de transição, até que outras fontes de energia renováveis, como o hidrogênio verde, sejam desenvolvidas e inseridas, de fato, na matriz energética. No entanto, mesmo assim, na área veicular, as vendas de GNV ainda deixam a desejar. A expectativa é de que o cenário mude a partir de agora, com as novas diretrizes do CNPE

Em 26 de agosto, o Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) aprovou a Política Nacional de Transição Energética, com uma série de determinações para estimular novos projetos de energia renovável, combustíveis de baixo carbono e exploração de minerais estratégicos. Além disso, na mesma data foi publicado o Decreto 12.156/24, que estabelece várias mudanças no mercado de gás natural, impactando desde as atividades de exploração até a venda direta do produto. Com isso, a expectativa do mercado é de que o gás volte a ter estímulos mais consistentes no país, incluindo o gás natural para uso veicular (GNV).

Isso porque, apesar de ser um combustível de origem fóssil, as emissões de gás carbônico (CO2) decorrentes do uso de GNV são até 25% inferiores em comparação à gasolina. Não há emissão de material particulado e, graças à queima mais eficiente e à menor temperatura de combustão, a quantidade de óxidos de nitrogênio (NOx) emitida também é menor. Por isso, em um mundo preocupado com o aumento da temperatura global, muitos especialistas do setor de energia defendem o gás natural como um “combustível de transição”. O Projeto

Combustível do Futuro, inclusive, classifica o GNV desta forma.

Segundo o Combustível do Futuro, o GNV seria uma solução intermediária na jornada para um setor de transporte mais sustentável, especialmente em veículos pesados, nos quais a eletrificação completa pode ser mais complexa e demorada. O projeto destaca que o gás natural veicular pode ser uma ponte importante para uma matriz energética mais diversificada e menos poluente, até que tecnologias mais avançadas se tornem viáveis em larga escala.

No entanto, apesar de todos esses pontos favoráveis, o GNV não vem tendo o desempenho esperado, por diversos fatores, incluindo, até então, a falta de estímulos por parte do governo. Por exemplo, um dos elementos contraditórios é que os governos estaduais incentivam mais os veículos elétricos do que os movidos a GNV. Com o pacote de estímulos recém-aprovado pelo Governo federal, é possível que esse cenário mude.

INCENTIVOS AO GNV X MOBILIDADE ELÉTRICA

A mobilidade elétrica, de fato, oferece benefícios ambientais, mas precisa ser melhor compreendida, na visão de Adriano No-

gueira, revendedor e presidente do Sindestado-RJ. “O Brasil tem incentivado os carros elétricos, mas a maior parte deles vem da China. A indústria nacional ainda não consegue ser competitiva. Também não temos produção de baterias no país. Ao mesmo tempo, temos toda a infraestrutura (Rio de Janeiro) e expertise para o uso de GNV”, disse ele, mencionando também que, nem sempre, as fontes geradoras de energia são renováveis (a eletricidade pode vir de termelétricas) e as soluções para o descarte de baterias ainda demandam mais estudos.

“Enquanto isso, o Rio tem uma boa malha de dutos, o GNV está presente na indústria fluminense, temos fabricação nacional de cilindros, o que representa um benefício econômico para o país”, pontuou.

Para Nogueira, que representa a revenda no principal estado produtor de gás natural do Brasil, existe um contrassenso em relação aos incentivos públicos estaduais. “Por exemplo, no Rio, o Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) para carros elétricos é de 0,5%, enquanto os movidos a GNV pagam 1,5%”, exemplificou. Ou seja, o uso do GNV não vem sendo incentivado por políticas públicas, resultando na queda do interesse pelo produto, por parte do consumidor. “No passado, os postos da região vendiam cerca de 140 mil m³

de GNV por mês, mas, atualmente, a média é 90 mil m³”, afirmou.

São Paulo e Paraná são outros estados que também oferecem benefícios para quem converte seu veículo para o gás natural. Entretanto, em São Paulo, os veículos movidos a GNV arcam com alíquota de 3% a 4%, enquanto os elétricos e híbridos (incluindo híbridos plug-in) têm redução de 50% no IPVA, desde 2021.

No Paraná, os motoristas que utilizam o GNV também têm acesso a um programa de financiamento facilitado para a instalação do kit de conversão, permitindo que o investimento inicial seja diluído ao longo de vários meses. Porém, não há qualquer desconto no IPVA, enquanto os elétricos têm isenção total.

DESCONHECIMENTO TAMBÉM É UM PROBLEMA

Nogueira também destaca, como uma das barreiras para a ampliação do uso do GNV, o desconhecimento por parte dos motoristas. “Hoje, o preço do GNV está superior ao do etanol, mas somente na placa de preços. Como o gás tem poder calorífico maior, permanece sendo mais econômico. Por exemplo, um carro movido a etanol faz, em média, 8 km por litro, enquanto o GNV consegue ter um rendimento muito maior

GNV seria uma solução intermediária na transição energética, especialmente para veículos pesados, em substituição ao diesel

por m³. Porém, o consumidor, na hora de abastecer, não faz as contas”, ressaltou.

Esta questão não é exclusiva do Rio de Janeiro. Em São Paulo, por exemplo, que concentra boa parte da indústria de produção de etanol e, por isso, tende a ter o produto por melhores preços para o biocombustível, o GNV custa, em média, R$ 5,09/ m³ (conforme dados da ANP). Enquanto isso, a média de preços do etanol é de R$ 3,41. “O cliente observa que o GNV está com valor maior e escolhe etanol, sem atentar para o fato de que o rendimento do gás natural é muito maior”, observou o presidente do Sindestado.

Para o presidente da Fecombustíveis, James Thorp Neto, que também é um revendedor de GNV, o produto deve ser visto como complementar. “O posto deve oferecer um leque de serviços aos clientes e o GNV, principalmente para quem trabalha com o veículo e tem alta quilometragem, é altamente viável”, destacou. Porém, ele também reforça a importância das pessoas saberem calcular o custo do km rodado. “Em função do poder calorífico, o veículo que faz em torno de 10 km por litro de gasolina, 6 ou 7 km com etanol, fará em torno de 12 ou 13 km com GNV”, explicou, refor-

Divulgação

çando que o produto é mais econômico do que os demais do ciclo Otto.

EVOLUÇÃO DOS KITS DE CONVERSÃO

Thorp também reforça que, hoje, os kits de conversão são mais modernos e seguros. “Não há problemas para o veículo nem perda de potência”, frisou, mencionando que os custos de manutenção estão “dentro da realidade”.

“No passado, esse custo era mais elevado, com manutenções, troca de velas, cabo de velas. Hoje, com os novos kits, não há custos extras para o consumidor, o que deveria tornar os veículos movidos a GNV mais atrativos”, destacou o presidente da Fecombustíveis.

De acordo com Nogueira, os kits de conversão mais modernos custam, atualmente, cerca de R$ 4 mil. “Dependendo do perfil do motorista, essa conversão compensa muito. O gás é mais econômico e é seguro. Muitas pessoas que perderam seu trabalho optaram pela conversão e se tornaram motoristas de aplicativo, usando o GNV e, com isso, conseguiram ter lucro”, exemplificou, frisando que a lucratividade seria menor sem a opção pelo gás natural.

Embora os fabricantes de veículos não ofereçam garantia de fábrica para aqueles que foram modificados (caso da instalação

do kit), especialistas alertam que não existem riscos — desde que esses kits de conversão sejam adequados, em conformidade com normas do Inmetro e instalados em oficinas credenciadas pelo órgão.

“Notícias sobre explosões ou acidentes envolvendo o GNV sempre causam receio à população. Porém, o fato é que o produto é seguro, desde que seja instalado em oficinas sérias e o cilindro seja original”, alertou Nogueira, lembrando que, há alguns anos, certos modelos já saíam de fábrica com o motor convertido — caso do Siena Tetrafuel, da Fiat.

Segundo o presidente do Sindestado, todas as explosões de cilindros de GNV recentes estão relacionadas ao crime. “Cilindros recuperados não são seguros. Acontece frequentemente de um carro roubado ser queimado. O cilindro do veículo, que já foi submetido a altas temperaturas, ao ser reutilizado de forma irregular, se torna uma verdadeira ‘bomba’”, alertou. Mas, com a instalação e manutenção em conformidade, não existem riscos.

Vale destacar também que a inspeção anual dos veículos é obrigatória. Além disso, no posto, na hora de abastecer com GNV, é recomendável que o frentista verifique se o cilindro está em conformidade com as regras do setor. A re -

qualificação dos cilindros (em conformidade com o Inmetro) é obrigatória a cada cinco anos.

GNV EM SUBSTITUIÇÃO AO DIESEL

Atualmente, no Brasil, a frota circulante de veículos a GNV é composta, principalmente, por veículos leves. De acordo com dados da Associação Brasileira das Empresas de Gás Canalizado (Abegás), existem cerca de 2,5 milhões de veículos leves adaptados ao gás natural no país. Esse número inclui tanto veículos de passeio

aplicativos de transporte. Como comparação, segundo o Denatran, a frota nacional atual é de 45,4 milhões de unidades.

Mas uma das grandes oportunidades para descarbonização da frota nacional seria a substituição do diesel, em veículos pesados, por GNV. Alguns veículos de circulação mais restrita, como caminhões de circulação urbana de empresas como PepsiCo e L’óreal, já utilizam o produto. Já para aqueles de longa distância, o desafio parece ser maior — mas não impossível.

De acordo com o Ministério de Minas e

16 mil km de dutos de gás natural, concentrados, principalmente, nas regiões Sudeste e Nordeste. O Rio de Janeiro é um dos estados com maior capilaridade de distribuição de gás natural, o que facilita a expansão do GNV nos postos.

Outras alternativas podem se tornar viáveis para garantir pontos de abastecimento em todo o país. “Atualmente, já existe a tecnologia de criogenização do gás natural, que faz com que o gás seja convertido em líquido e possa ser transportado, por meio de caminhões, para outras localidades”, explicou Nogueira, mencionando que essa seria uma opção ante a falta de projetos para ampliação da capilaridade de dutos de transporte.

No caso de transporte por caminhão, o gás natural chega ao ponto de consumo (que pode ser uma indústria ou um posto revendedor), onde é armazenado. No caso dos postos, segundo Nogueira, não há mudança nenhuma na forma de comercialização. “O produto é armazenado e revendido aos clientes, da mesma maneira que se chegasse por meio de um duto”, afirmou. De toda forma, o setor de transporte ainda enxerga a possibilidade de conversão de forma tímida, justamente pela falta de segurança em relação aos pontos de abastecimento.

BIOMETANO TEM MESMAS CARACTERÍSTICAS DO GNV

O biometano resulta do refino do biogás. “No processo de purificação, o resultado é metade metano e outra metade, CO2. O CO2 é retirado, e o resultado é a mesma molécula do gás natural, que tem as mesmas especificações da ANP, com o mesmo poder calorífico”, disse Renata Isfer, presidente executiva da Associação Brasileira do Biogás (Abiogás). E a vantagem do biometano é ser um produto renovável, produzido a partir de resíduos de saneamento, agropecuários ou do setor energético.

“É um gás renovável, que além de gerar energia também retira resíduos do ambiente, evitando acúmulos, contaminação do solo e doenças, por exemplo”, afirmou ela.

Hoje, segundo Renata, a falta de capilaridade dos dutos ainda é um dos grandes problemas do mercado, que pode ser solucionado, parcialmente, pelo transporte por caminhões. Além disso, em algumas localidades, a injeção do biometano já está sendo feita diretamente na rede. “É o caso da Cegás, do Ceará, que injeta entre 15% e 20% na rede local. No Noroeste de São Paulo, na região de Presidente Prudente, também temos um duto exclusivo de biogás e postos de combustíveis que recebem exclusivamen-

te biometano. O país precisa avançar na expansão das redes”, afirmou.

No entanto, os planos para expansão e capilaridade da rede de dutos, segundo Renata, dependem muito dos incentivos do estado e da concessionária local. “Hoje, o Brasil possui um potencial de produção de biometano estimado em 120 milhões de m³/dia, o que nos coloca em uma posição de liderança global. Agora, precisamos de estímulos para que esse produto chegue ao mercado consumidor”, disse a executiva.

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REVENDA PRECISA DO CONSUMIDOR

Apesar de todos os aspectos positivos do GNV, a revenda precisa que o consumidor tenha interesse no produto para que possa investir. Afinal, a instalação de equipamentos para comercialização de gás natural veicular não é barata.

“Em média, um compressor de GNV custa R$ 1,2 milhão. Além disso, é preciso investir em um transformador de energia e também na instalação, além de elevação de custos com eletricidade. Ou seja, a rede de postos não vai aumentar se não houver pre-

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visão de consumo por parte dos consumidores”, ressaltou Nogueira. “É a lógica do que vem primeiro, o ovo ou a galinha. O setor de transportes não se adequa por insegurança no abastecimento e, ao mesmo tempo, postos e distribuidoras não investem pela falta de consumidores”, pontuou Renata, da Abiogás.

Atualmente, segundo dados da ANP, existem aproximadamente 1,8 mil postos de abastecimento que oferecem GNV aos consumidores, diante de um universo total de cerca de 44 mil empreendimentos. Estes postos estão distribuídos principalmente nas regiões Sudeste e Sul. O Rio de Janeiro é o estado com o maior número de postos de GNV, seguido por São Paulo e Minas Gerais. Apesar desse crescimento, a infraestrutura de distribuição do gás natural ainda é desigual em comparação com as regiões Norte e Centro-Oeste, apresentando uma baixa cobertura de revenda que oferece o combustível.

MERCADO LIVRE DE ENERGIA E DE GÁS

Além do investimento para instalação dos equipamentos necessários para a oferta de GNV, os postos que oferecem o combustível têm uma elevação significativa de custos de energia elétrica, especialmente em função da movimentação de compressores.

Hoje, uma das alternativas para reduzir essa conta é o mercado livre de energia — quando o posto compra a energia de outros fornecedores que não a concessionária, com custos mais interessantes.

Por enquanto, a adesão só é viável para consumidores em alta tensão — caso dos postos que revendem GNV. Para quem tem as características necessárias, a mudança pode gerar economia entre 30% e 40%.

Antônio Vilela, diretor do Sindcomb (sindicato que representa os postos da cidade do Rio de Janeiro), contou que, ao passar para o mercado livre de energia, sua conta de luz foi reduzida em torno de 35%.

No mesmo modelo, o país estuda, agora, o mercado livre de gás, o que pode ser uma alternativa para tornar o energético mais competitivo e viabilizar investimentos em infraestrutura. Em São Paulo, as empresas já podem comprar de outros fornecedores que não a concessionária da região, arcando somente com a tarifa de transporte, pelo uso dos dutos. No Rio, essa abertura ainda está em discussão. “Atualmente, na área de minha concessionária (Genersa), minha empresa só poderia ser habilitada no mercado livre de gás se vendesse, pelo menos, 10 mil m³ por dia, mas isso é uma realidade distante dos postos, em função de todos os problemas já elencados”, finalizou Nogueira. n

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Porto Velho recebe a revenda

Encontro de revendedores contou com a presença de representantes da Fecombustíveis, Sindipetro-RO,

Evento da revenda do Norte do país contou com programação variada e lotou o auditório das palestras, que apresentaram conteúdo de qualidade sobre o setor. Além disso, a feira de exposições atraiu revendedores locais, que puderam conferir as novidades e as tendências em produtos e serviços

POR MÔNICA SERRANO

O19º Encontro de Revendedores de Derivados de Petróleo e Lojas de Conveniência do Norte do Brasil, realizado em 8 e 9 de agosto, reuniu líderes da revenda de combustíveis de todo o país, juntamente com autoridades locais e revendedores da região, em Porto Velho (RO).

O evento foi considerado um sucesso, com palestrantes de destaque, conteúdo de quali-

dade e momentos de confraternização, atraindo um público de aproximadamente 500 pessoas. A feira de exposições contou com a participação de 24 empresas do segmento, que apresentaram seus produtos e serviços.

Durante a cerimônia de abertura do encontro, o anfitrião e presidente do Sindipetro – RO, Arildo Persegono Filho, ressaltou a importância da revenda de combustíveis

Fecomércio-RO e parlamentares federais e estaduais

para a sociedade. “Desempenhamos um papel vital na economia e na vida cotidiana das pessoas. Somos responsáveis por manter veículos em movimento e garantir que pessoas e negócios possam prosperar”.

Persegono também destacou a evolução dos postos de combustíveis, que passaram a oferecer uma ampla gama de serviços. “Além de oferecerem gasolina, etanol e diesel, ampliaram suas atividades, criando uma rede completa de serviços, como lojas de conveniência, farmácias, restaurantes, lavanderias etc, com objetivo de diversificarem suas receitas em função das baixas margens dos combustíveis”, disse. Ele também mencionou a atuação dinâmica do sindicato local em defesa dos legítimos interesses dos revendedores de combustíveis, reforçando a importância dessa representatividade para o setor.

Complementando essa mensagem, James Thorp Neto, presidente da Fecombustíveis, em seu discurso, sublinhou a relevância dos sindicatos no cotidiano dos revendedo-

res. “Valorizem os seus sindicatos, vejam o papel fundamental que o sindicato representa, defendendo as suas pautas. Depois da reforma trabalhista, os sindicatos sobrevivem da prestação de serviços, mas precisam do associativismo para serem reconhecidos como categoria. Eu prezo que a casa do revendedor é o sindicato local e a casa dos sindicatos é a Federação”, disse.

Thorp também destacou que a revenda necessita sobreviver do lucro, assim como qualquer outro negócio. “Vivemos num país capitalista, e o principal fundamento do capitalismo é o lucro. Nós, que representamos os postos de combustíveis, muitas vezes somos vistos como empresas que não podem ter lucro. Mas essa não é a realidade, geramos emprego e renda, estamos nas melhores esquinas, somos o ponto de apoio para as pessoas em qualquer necessidade, desde um pneu furado até em situações de catástrofes naturais”, comentou.

Além de seu papel fundamental na economia e na vida cotidiana das pessoas, a

revenda de combustíveis também é uma importante fonte de arrecadação de impostos na maioria dos estados brasileiros.

O senador Jaime Bagattoli também discursou, compartilhando sua trajetória como empresário em diversos setores e sua experiência na revenda de combustíveis, com foco na ampliação e diversificação de seus negócios. “Nós precisamos ser valorizados, somos geradores de emprego”, afirmou, complementando que os postos de combustíveis são responsáveis por gerar em torno de 600 mil empregos no país. Por outro lado, ele citou que as dificuldades com a mão de obra o motivaram a elaborar o Projeto de Lei 5.243, que permite a implantação do autosserviço nos postos de abastecimento em até 50% das bombas. No entanto, o projeto recebeu duras críticas pela possibilidade de causar demissões. “Fui bombardeado, principalmente pelos sindicatos. Não sou contra a geração de emprego e renda no país, claro que não, mas não temos mais mão de obra”, justificou. “A proposta é que essas bombas de autoa-

tendimento sejam pelo menos até 50% (do total de equipamentos), mas cada posto revendedor pode optar ou não, ele não vai ser obrigado. Pergunto: onde temos mão de obra neste país?”, questionou.

Vale destacar que, atualmente, a Lei 9.956/2000 proíbe a implantação de bombas de self-service nos postos de combustíveis do país.

Já os problemas da região, com relação às condições climáticas, que trazem consequências à logística de combustíveis, foram destacados por Sérgio Gonçalves, vice-governador do estado de Rondônia e secretário de Estado do Desenvolvimento Econômico (Sedec). Ele relembrou a crise hídrica do ano passado no estado de Rondônia, que causou um início de desabastecimento de combustíveis. “Percebemos o quão essencial é a prestação de serviços dos postos e como é importante para o desenvolvimento econômico e social do nosso estado. No dia a dia, não percebemos isso porque é um serviço tão bem executado que só vamos nos dar conta da sua importância quando ele faz falta”, disse.

Carlo

Também participaram da cerimônia de abertura a deputada estadual Silvia Cristina, o deputado estadual Alex Redano e José Nilson de Oliveira, diretor da Fecomércio, representando Raniery Araújo Coelho, presidente da entidade.

COMBATE ÀS IRREGULARIDADES

Entre os painéis de destaque do primeiro dia de evento, Carlo Faccio, diretor do Instituto Combustível Legal (ICL), abordou as irregularidades do mercado de combustíveis.

Um dos pilares de atuação do ICL é a prevenção, que atua em todo o país por meio de parcerias com os agentes públicos fiscalizadores do setor. “Tivemos a oportunidade de realizar uma reunião com a Secretaria de Segurança Pública de Rondônia, o Procon e demais órgãos de fiscalização, com o intuito

de poder prover soluções de navegabilidade. Hoje, dependemos de um processo logístico, mas, além dos caminhões, temos um problema fluvial (referindo-se à seca que dificulta o transporte de mercadorias e de combustíveis na região Norte). Então, tem que ter garantia do abastecimento”, frisou.

Outra atribuição do ICL busca implementar melhorias nas leis e na aplicação de regras para o combate às ilegalidades. Como é de conhecimento, a região Norte tem sido alvo de roubos de combustíveis em embarcações que transportam esses produtos para cidades e locais mais distantes. Muitas vezes, o único meio de transporte disponível é o modal aquaviário. “Estamos discutindo várias leis que podem ser aplicadas para combater a pirataria dos rios, um problema que necessita ser resolvido”, enfatizou.

Além da pirataria, o ICL busca soluções para o país com o aprimoramento do Legislativo, no sentido de criar regras para corrigir falhas do sistema, a fim de reduzir as brechas que incentivam a sonegação fiscal. Este é o caso do devedor contumaz, empresa que faz do não paem que os o único programa de fidelidade, do dono do posto, em conformidade com a LGPD dados do cliente são a segurança é por nossa conta!

Os dados são seus, está presente na

gamento de impostos a sua estratégia de operação para obter ganhos ilícitos, trazendo um grande prejuízo aos cofres públicos e ao setor de combustíveis, com competição desleal.

Há anos o ICL, a Fecombustíveis e os demais agentes do segmento buscam aprovar o projeto de lei que caracteriza e penaliza com mais rigor o devedor contumaz.

Atualmente, há dois projetos de lei em trâmite: o 164/22 e o 15/24. “Estamos trabalhando em ambos. Porém, o PL 15 traz uma diferenciação na esfera federal, quando o problema maior está na esfera estadual”, relatou.

Durante seu discurso, Faccio alertou que, se um agente dentro da estrutura da cadeia adquiriu um produto de origem irregular, ele também vai responder solidariamente pela

compra ilegal. “É aquela história: não tem almoço grátis. Em algum momento, ele será solidário com o mercado irregular. Ele está abastecendo o crime organizado”, disse.

Outra irregularidade que o instituto combate há anos é a bomba fraudada, dando suporte às forças-tarefas dos órgãos fiscalizadores. Faccio explicou que a bomba fraudada é aquela que se instala um chip, para burlar o volume do combustível no visor, prejudicando o bolso do consumidor. Ele paga, por exemplo, o correspondente a 50 litros, quando na realidade tem menos quantidade no tanque do carro. “O chip consegue fraudar até 25% de um abastecimento. Quase todos os consumidores têm dúvidas sobre quantos litros cabem no tanque. Na hora de abastecer, ele não sabe exatamente a quantidade”, disse.

Hoje, segundo Faccio, o ICL tem parceria com dois laboratórios, um na Bahia e outro em São Paulo, para detectar os chips na bomba.

O diretor também citou a atuação do crime organizado no setor de forma mais articulada, diferente de como era no passado. “Estamos diante de um segmento novo, diante de uma situação que no passado não ocorria. O crime organizado utiliza o setor de combustíveis para lesar o investidor. É uma verticalização da cadeia que começa na produção e vai até o posto, o estágio final. E são grandes movimenta-

Anfitrião do evento, Arildo Persegono Filho destacou a importância do papel da revenda na economia e sociedade

ções de dinheiro, então isso é um trabalho que o ICL vem fazendo de forma direta”. Os órgãos fiscalizadores, juntamente com os agentes da cadeia, buscam formas de combater a expansão das facções criminosas, cujo problema tem causado preocupação às autoridades e demandam ações efetivas da Polícia.

PANORAMA ECONÔMICO-POLÍTICO

O comentarista político Caio Coppolla foi um dos destaques do evento com a palestra “Os Desafios do Brasil em 2024”. Entre as primeiras considerações, criticou o governo atual em relação à tendência do modelo estatutário. Coppolla destacou o conservadorismo do governo e usou a palavra reacionário, que seria a idealização do passado que reage, de forma negativa, ao que é novo e positivo. Segundo ele, mesmo diante de experiências que dão certo, o reacionário quer voltar ao es-

tado anterior das coisas. “Tem um exemplo muito forte nesse novo governo de reacionarismo, que é a questão das estatais. Em 2015, as empresas federais e estatais somadas davam prejuízo de R$ 32 milhões. Em 2021, as mesmas empresas, deram lucro de R$ 187 bilhões”, explicitou. O efeito desta mudança, na explanação do palestrante, foi resultado da nova Lei das Estatais, que “essencialmente reduziu a ingerência do governo na questão das companhias. Quando se faz isso, há baixa de interesse político e, de certa forma, previne grande parte dos casos de corrupção, permitindo que a companhia foque em seu objeto social”.

Entretanto, em dois anos de governo, Coppolla apontou regressão. “O resultado está no retorno do déficit milionário das estatais”, disse.

Na avaliação do comentarista, o país só tem um aspecto macroeconômico positivo: o con-

REVENDA

trole da inflação pelo Banco Central. “Se o governo quer acelerar a economia à força, às custas do valor da moeda, o presidente do Banco Central pode frear isso”, reforçou. E observou a forma inadequada como o presidente Lula critica, constantemente, Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central, por não reduzir a taxa básica de juros da economia (Selic). Outro aspecto abordado foi o peso dos tributos para o cidadão brasileiro, que corres-

ponde a 33% do PIB, e a péssima qualidade dos serviços públicos. Segundo ele, o brasileiro trabalha 149 dias por ano (até 29 de maio) só para pagar impostos e não tem retorno dos serviços. “Ele tem que fugir do Estado, não pode colocar o filho dele em um colégio público. Se for um grande centro urbano então, a qualidade cai mais ainda”, destacou.

O “toma lá, dá cá” do Congresso Nacional também foi alvo de críticas, com o

Desafios logísticos do Norte

Grande parte do transporte de combustíveis na região Norte é feito por hidrovias e o abastecimento depende das condições climáticas para fazer chegar o produto nas cidades ou povoados de difícil acesso. No período de enchentes ou de seca, a ANP precisa implementar medidas para evitar o desabastecimento da região. Leônidas Vilhena, chefe regional da ANP, que abrange o Norte do país (com exceção de Tocantins), explanou um pouco da experiência que vivencia no dia a dia para vencer os desafios.

“No ano passado, em alguns locais distantes, foi uma grande dificuldade para levar o combustível. Tivemos que estender mangotes por uma distância de cinco quilômetros porque a balsa não conseguia chegar”, disse.

Neste ano, com a seca prevista, a ANP monitora as condições logísticas para agir com maior previsibilidade, caso a situação se agrave. “Temos um grupo com diversos

órgãos, na esfera federal, estadual e municipal, que realiza reuniões constantes, com levantamento do cenário”, contou.

Como se não bastassem as questões climáticas, Vilhena também se preocupa com as ações dos piratas, que se aproveitam da estiagem para agir. “Nesse período de seca, também ficamos mais alertas quanto a ação dos piratas, principalmente nos rios Madeira e Tapajós”, comentou. “Não somos Polícia, mas temos ciência do problema e fazemos sugestões para melhorar a questão da segurança”, relatou.

Segundo Vilhena, tanto o diesel quanto a gasolina chegam a Porto Velho a partir de Manaus ou de Itacoatiara. Essa logística faz parte da rota do Rio Madeira. Já os biocombustíveis vão de Rondônia para Manaus por rodovia. “Algumas distribuidoras já vislumbraram que se ficar muito crítica essa situação, pelo Madeira, a entrega vai vir de Belém ou por Santarém, de tal modo que não falte produto”.

sistema do presidencialismo de coalização (modelo político em que o Executivo precisa do apoio dos partidos para aprovar os projetos de leis no Congresso, o que requer coalização e troca de favores). “Esse mecanismo perverso pelo qual o parlamentar não vota segundo a sua convicção, mas, sim, pela sua conveniência, pelas circunstâncias do momento. E por que é perigoso? Porque isso asfixia a inovação política e trava o sistema”, concluiu.

VARIEDADE DE TEMAS

Ao longo dos dois dias, a programação foi diversificada e abrangeu assuntos de interesse para todos. Luiz Fernando da Silva, secretário de Estado de Finanças, realizou a palestra “Oportunidades de Investimentos e Atrativos para o Biênio 2025/2026”.

O advogado José Vitor Costa Júnior apresentou os desafios da sucessão familiar do ponto de vista jurídico.

Já o consultor Carlos Bispo demonstrou, na prática, como realizar a gestão financeira, utilizando diversos exercícios que permitem visualizar o cenário das finanças do negócio e, consequentemente, buscar melhores resultados.

Diogo Locatelli, consultor especializado em atendimento de postos, chamou a atenção da plateia, com uma palestra interativa e dinâmica sobre “Liderança em Postos de Serviços com foco em vendas”.

E para finalizar o evento, Dado Schnneider apresentou as mudanças do mundo e como se adaptar às novas gerações.

O evento também contou com programação paralela, com apresentação de Diogo Locatelli com foco no atendimento de frentistas e José Antônio Rocha, secretário-executivo da Fecombustíveis, que mostrou à revenda como receber a fiscalização. n

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Tendência é de crescimento para marcas franqueadas, com oportunidade de negócios em locais estratégicos, como postos de combustíveis

Crescimento

do food service é oportunidade para conveniência

Levantamento mostra que o segmento continua promissor, teve aumento de 20% no faturamento, passando para R$ 62 bilhões (2023). A tendência de evolução abre boas perspectivas para novos empreendimentos franqueados em espaços reduzidos

PAULO JOSÉ DE CARVALHO

De acordo com a 13ª edição da Pesquisa Anual Setorial de Food Service 2024, produzida em parceria pela Associação Brasileira de Franchising (ABF) e a Galunion Consulto-

ria, o segmento de alimentação apresentou crescimento de 10% no número de lojas no ano passado e deve se manter em evolução. O setor teve um aumento de 19% no faturamento anual, alcançando quase

POR

R$ 62 bilhões em 2023 em relação ao ano anterior. Além disso, o número de lojas de food service aumentou consideravelmente entre 2022 e 2023, passando de 40.520 empreendimentos para 45.709 unidades em funcionamento em todo o país.

Entre janeiro e março deste ano, o segmento alimentício registrou uma expansão de 26,6% em relação a 2023 e deve superar a expectativa de crescimento do mercado de franquias até o final do ano.

“O setor deve continuar crescendo, aliás, 2024 já aponta um crescimento no primeiro trimestre. O que a gente vê é a constante busca por inovação e por adoção de tecnologia, que têm sido motores deste crescimento”, disse Simone Galante, fundadora e CEO da Galunion Consultoria.

A pesquisa também traz bons indicadores para quem tem negócios no mercado de lojas de conveniência. Por exemplo, de acordo com o levantamento, o fator que determina o momento de compra do consumidor deixou de ser a busca pelo menor preço. Essa mudança no perfil de consumo colocou a experiência de compra como sendo o fator mais importante para quem realiza refeições fora de casa.

“Foi um ano em que o consumidor nos apontou que a principal motivação

para ele se alimentar fora de casa, presencialmente, era a experiência de comer em um local com serviço amigável. Novos restaurantes, novas oportunidades, mas, em geral, houve um pequeno aumento no valor de ticket médio, mais do que de movimento nas mesmas unidades”, disse Simone.

O food service também impulsionou a expansão das redes de franquias no Brasil, no pós-pandemia, com o retorno da economia presencial, que restabeleceu empregos e refeições fora de casa após 2022. “O setor de franquia consolidou sua curva de recuperação, passando a apresentar crescimento, de forma mais clara. E o segmento de alimentação foi um dos principais propulsores, principalmente devido a combinação de delivery com atendimento, que retornou com força. A recuperação do emprego e a consolidação dos hábitos presenciais também foram fatores importantes”, disse João Baptista Júnior, coordenador da Comissão de Food Service da ABF.

OPORTUNIDADES EM LOJAS DE CONVENIÊNCIA

O número de unidades franqueadas no país apresentou uma expansão de 12%

CONVENIÊNCIA

no último ano em relação ao ano anterior, o que colaborou fortemente para o resultado positivo da receita obtida pelo setor de food service. As redes de franquias aumentaram em 9% no mesmo período. Parte desse crescimento é proveniente de multi-franqueados, ou seja, quando empreendedores optam por mais de um modelo de negócio.

A colaboração de marcas franqueadas e a instalação de unidades menores em imóveis em locais estratégicos, como lojas de conveniência, é uma tendência em ascensão em países na Europa, nos Esta -

Inovação e atendimento

A inovação digital também se faz presente nos negócios do segmento, que buscam formas de alavancar as vendas por meio de estratégias de marketing na internet e nas redes sociais. “Equilibrar o atendimento, ofertas e delivery é um ponto fundamental. São necessários ajustes para garantir uma boa experiência, mas sem comprometer a lucratividade. Além disso, o desenvolvimento de recursos e estratégias digitais e a busca constante por inovações, são caminhos para se manter relevante na mente dos consumidores”, afirmou João Baptista.

dos Unidos e também no Brasil. “A instalação de marcas de franquia dentro de lojas de conveniência, especialmente nas de estrada, é uma tendência mundialmente reconhecida e aplicada, de fato, já há bastante tempo. Isso é comum na Europa. O Brasil tem adotado também essas lojas de estrada, como Frango Assado em parceria com outras marcas, como Pizza Hut e KFC, por exemplo. Então, tem coisas bem interessantes que já são aplicadas com sucesso que a gente pode ver no mercado”, explicou Simone.

O modelo de unidades compactas ou colaborações com espaços como as lojas de conveniência está nos planos de expansão de franchising no Brasil. “A pesquisa está mostrando que 47% das redes de franquia vão investir em quiosques e lojas compactas, que são mais fáceis de abrir, requerem menor investimento, são possíveis de abrir com seus multi-franqueados, que podem usar uma loja-mãe como hub”, afirmou a CEO da Galunion Consultoria.

A pesquisa também apontou que 38% dos pesquisados visam expandir os modelos franqueados para locais não tradicionais, como lojas de conveniência, hospitais, escolas, aeroportos, entre outros.

A colaboração entre lojas de conveniência e marcas representa, também,

Setor de alimentação apresentou crescimento de 26,6% nos primeiros três meses do ano

uma oportunidade de negócio para redes de franqueados. “Notamos algumas parcerias para venda de produtos dessas marcas em lojas de conveniência. Há também o formato store in store , ou seja, dividindo um mesmo espaço físico, e também as redes que simplesmente têm pontos de venda em postos de gasolina. De qualquer forma, vemos espaço para expansão desta colaboração com benefícios mútuos”, comentou João Baptista.

A diversificação de produtos alimentícios é uma importante estratégia de vendas para as lojas de conveniência que almejam ampliar o valor do ticket médio do cliente. Além de itens básicos, alguns empreendimentos oferecem ser-

Divulgação/

viços que vão de comida japonesa até rodízio de pizzas.

Neste caso, a colaboração entre uma unidade franqueada e a loja de conveniência revela uma oportunidade de parceria além do food service, desde que não haja competição entre os produtos disponíveis. “A oferta de alimentação é uma tendência, claro. Pode ser pizza, hambúrguer, cachorroquente, salgado, sanduíches gourmets , comida japonesa, saladas e outros produtos light, cafés e bebidas à base de café etc. O importante é ser uma oferta de qualidade, com bom sortimento, bem operada e sempre seguindo os rígidos padrões de segurança alimentar. Tudo tem que ser muito bem pensado e calculado, principalmente se a marca de franquia não for operada pelo dono do posto ou loja de conveniência, para evitar a perda de dinheiro e de clientes. Se a loja de conveniência tem uma oferta competente e bem formatada de food service , talvez uma alternativa seja agregar outras opções no posto, como farmácia, lavanderia, pet shop , para não haver competição entre as ofertas”, disse Giselle Valdevez, proprietária da Valsa Consultoria. n

TABELAS

TABELAS

EVOLUÇÃO DOS PREÇOS DO ETANOL (Centro-Sul)

Período São Paulo Goiás ANIDRO 22/07/2024 - 26/07/2024 2,959 2,861 29/07/2024 - 02/08/2024 2,944 2,877

23/08/2024 -0,8% -3,1%

Variação julho de 2024 x julho de 2023

EVOLUÇÃO DOS PREÇOS DO ETANOL ANIDRO (em R$/L)

Fonte: CEPEA/Esalq

Nota 1: Sem Pis/Cofins produtor (R$ 0,1309)

Nota 2: Preço para vendas interestaduais.

Período São Paulo Goiás

Variação 22/07/202423/08/2024 -0,9% -2,5%

Variação julho de 2024 x julho de 2023

EVOLUÇÃO DOS PREÇOS DO ETANOL HIDRATADO (em R$/L)

DE PREÇOS

Convênio ICMS 173/2023 (Gasolina) e 172/2023 (Diesel) - Referência 01/09/2024

TABELAS

FORMAÇÃO DE PREÇOS

Nota (1): Corresponde ao preço da usina/produtor sem acréscimo do PIS/COFINS, incluso frete

Nota (2): Decreto 8395, de 28/01/2015, para Gasolina e o Decreto 9391/2018 para o Diesel - Alíquota reduzida a zero

Nota (3): Decreto 9101, de 20/07/2017, para Gasolina e a Lei 10.865/2004 para o Diesel

Nota (4): Base de cálculo do ICMS = Ad rem (Gasolina - Convênio ICMS 173/2023 - e Diesel - Convênio ICMS 172/2023)

Nota (5): Média ponderada considerando o volume comercializado no ano de 2022

Nota (6): Lei 11.116/2005

Obs: preços com base nas Tabelas Petrobras (refinarias) de 27/12/2023 para Óleo Diesel E 09/07/2024 para Gasolina - ICMS Base -Convênio ICMS 173/2023 (Gasolina) e Convênio ICMS 172/2023 (Diesel)

Preços para o Estado da Bahia (S.Fco do Conde, Candeias, Jequié e Itabuna - Refinaria Acelen) - ref. 22/08/2024 e para Região Norte (Refinaria REAM)ref. 23/08/2024 e Rio Grande do Norte (Guamaré - 3 R Petroleum) - ref. 22/08/2024

Esta planilha é elaborada com os dados públicos e oficiais previamente divulgados ao mercado pela Petrobras, Governo Federal e Governos Estaduais e pelo CEPEA/ESALQ.

Utilizamos as tabelas públicas fornecidas pela Petrobras (Refinarias), a composição de tributos divulgada pelo Governo Federal e pelo CONFAZ (Ato Cotepe), além dos custos dos biocombustíveis (Fonte: Biodiesel = Leilões ANP e Etanol Anidro = Cepea/Esalq).

A Fecombustíveis se isenta de quaisquer erros nos dados fornecidos pelas fontes acima citadas e ressalta que esta planilha se destina exclusivamente a colaborar com a transparência do mercado e com a efetivação da competitividade do setor.

AJUSTES NOS PREÇOS DA PETROBRAS

Fonte: Petrobras

Nota: As tabelas e informações sobre a composição de preços estão disponíveis no site da empresa, seção Nossas Atividades/ Preços de Vendas de Combustíveis (https://petrobras.com.br/pt/nossas-atividades/precos-de-venda-de-combustiveis/)

TABELAS

PREÇOS DE REVENDA E DISTRIBUIÇÃO DE COMBUSTÍVEIS

Período: 01/01/2021 à 11/08/2024 - (Preço Médio Brasil)

Gasolina comum:

Óleo Diesel S10:

Etanol Hidratado comum:

Obs:

1 - A partir de 17/08/2020 os dados de distribuição de etanol hidratado NÃO contemplam a parcela de ICMS/Substituição

2 - Desde a semana iniciada em 23/08/2020 os preços de distribuição são informados pelas distribuidoras à ANP através do SIMP

(*) Fonte: ANP – Painel Dinâmico de Preços de Combustíveis e Derivados do Petróleo, em 26/08/2024

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MARTINS

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