Revista Combustíveis & Conveniência Ed.112

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ÍNDICE 33 n Reportagem de Capa

n Na Prática

32 • Preparando-se para o Leão! n Meio Ambiente

40 • Seu cliente precisa saber n Conveniência

44 • Segurança alimentar é coisa séria

n Revenda em Ação

48 • Novos patamares 50 • De olho nas oportunidades 52 • Santos recebe 1º Encontro do Sudeste 55 • Por dentro do abastecimento n Entrevista

34 • Só no ano que vem

12 • Maurício

n Mercado

04 • Virou Notícia

19 • Paulo Miranda

58 • Atuação Sindical

30 • Roberto Fregonese

61 • Perguntas e Respostas

39 • Jurídico Felipe Goidanich

66 • Crônica

4OPINIÃO

4SEÇÕES

20 • Unindo forças 22 • Sem solução à vista 26 • Sempre em frente 28 • Um bom ano?

47• Conveniência Marcia Losso

4TABELAS

Morgado, professor da FGV e especialista em varejo

62 • Evolução dos Preços do Etanol 63 • Comparativo das Margens e Preços dos Combustíveis 64 • Formação de Preços 65 • Preços das Distribuidoras Combustíveis & Conveniência • 3


44 VIROU NOTÍCIA

Metanol de volta?

Am/Pm da Ipiranga

4 • Combustíveis & Conveniência

É o preço previsto para o barril de petróleo em 2035, ante a média de US$ 107 deste ano, segundo projeções do relatório anual da Agência Internacional de Energia (AIE, na sigla em inglês). A expectativa é de que a demanda mundial cresça 14% no período, somando 99,7 milhões de barris diários.

10% Foi o incremento apurado na receita líquida da Ipiranga nos nove primeiros meses do ano, somando R$ 34,288 bilhões. No trimestre encerrado em setembro, a alta foi de 9,19%. O crescimento deve-se basicamente ao maior volume vendido, ao aumento do diesel e à maior participação de gasolina na composição de vendas.

5% Foi quanto aumentou a inadimplência do consumidor em outubro, interrompendo uma sequência de quedas registrada desde junho, de acordo com o Indicador Serasa Experian. Ante outubro de 2011, a alta foi de 15,3%.

35,31% Foi quanto a carga tributária brasileira representou do PIB em 2011, segundo dados da Receita Federal. Trata-se do maior patamar da série histórica desde 2002 e somou R$ 1,463 trilhão. Em 2010, o índice havia sido de 33,53%. Stock

No início de novembro, a Ipiranga desembolsou US$ 7 milhões para rescindir o contrato de licenciamento da marca Am/Pm no Brasil e outros US$ 12 milhões para adquiri-la definitivamente. Em setembro, a rede Am/Pm contava com 1,3 mil franquias integradas a postos Ipiranga, o que representa uma expansão de 18% em relação ao número de lojas em igual mês do ano passado.

US$ 125

Stock

A descoberta pela fiscalização da ANP de que dois postos na região serrana do Rio de Janeiro estavam comercializando combustível com metanol deixou o mercado preocupado: será que as fraudes com esse produto, altamente tóxico, estão voltando? O superintendente de Fiscalização da ANP, Carlos Orlando Silva, acredita que não. Segundo ele, ao contrário do “surto” que ocorreu entre 2010 e 2011, em São Paulo, dessa vez são casos isolados. A Agência está mapeando a origem do produto e promete intensificar a fiscalização.

De Olho na economia Stock

O ano termina com uma modificação importante na Superintendência de Abastecimento da ANP. Aurélio Amaral é o novo superintendente da pasta, após a diretoria da Agência ter exonerado Dirceu Amorelli, que passará a integrar o time de assessores da diretora-geral, Magda Chambriard. Amaral ocupava o cargo de superintendente-adjunto de Fiscalização e foi coordenador do escritório regional da Agência, em São Paulo. Boa sorte na nova empreitada!

Stock

Mudanças na SAB


Divulgação

Rogério Capela

Ping-Pong

Richard Nicolas de Jardin

Gerente de vendas do mercado automotivo da Comgás e membro do comitê de GNV do IBP

A demanda por GNV tem crescido? Sim. No mês de agosto, verificamos uma elevação da ordem de 10% na demanda por GNV, e este aumento se manteve relativamente estável até outubro. Considerando os feriados que interferem negativamente nas vendas de gás natural, podemos afirmar que o volume vem se mantendo estável.

Única prova A Fecombustíveis e os Sindicatos de São Paulo protocolaram ofícios junto à ANP, pedindo o retorno da obrigatoriedade da coleta e guarda da amostra-testemunha. Para as entidades, essa é a

Qual sua expectativa para os próximos meses? O mercado de GNV tem boas perspectivas pela frente, mas o crescimento será mais lento, em torno de 3% a 4% ao ano. Se analisarmos desde o final de 2007/início de 2008, estamos entrando agora em um momento mais promissor. Aliás, o gás veicular nunca deixou de ser competitivo em relação aos combustíveis líquidos. A questão é que, para o consumidor utilizar o GNV, é necessário um investimento para instalação do kit. Por conta disso, ele precisa perceber uma grande vantagem para aderir ao gás veicular.

única forma de garantir que os revendedores consigam a amostra, especialmente para quem tem caminhão-próprio (FOB). Em caso de desconformidade não passível de detectar no posto (teores de biodiesel e de enxofre, por exemplo), a amostra-testemunha é a única prova de que o produto já chegou com a especificação encontrada pelo fiscal.

Leilões trimestrais Pouco a pouco, vai-se alterando o modelo de aquisição de biodiesel para mistura obrigatória no diesel. Segundo o edital do 28º Leilão, os pregões passarão a ser bimestrais, e não mais a cada três meses, o que irá diminuir o intervalo entre a contratação e a entrega do produto. O biodiesel adquirido no 28º Leilão, previsto para início de dezembro, vai abastecer o mercado entre 1º de janeiro e 28 de fevereiro.

A Comgás tem um plano de marketing para divulgar os benefícios do GNV ou para estimular seu consumo? Iniciamos em 24 de outubro uma promoção para redução do preço do kit de conversão, em parceria com as oficinas instaladoras que integram o Projeto 10 e os fabricantes de sistemas de GNV. A redução é válida somente para equipamentos novos, kits de 5º geração. Em um mês de promoção, já foram solicitados mais de 150 vouchers. A Comgás tem planos também de iniciar campanhas divulgando os benefícios e aspectos de segurança do GNV, a partir de 2013. Com a perspectiva de elevação de preços dos combustíveis líquidos, é esperada maior demanda por GNV? O GNV nunca deixou de ser competitivo, mas, certamente, com uma diferença maior de preço, o consumidor pode se sentir mais seguro em adotar o gás e instalar o kit em seu veículo. Na verdade, basta fazer a conta: para rodar 100 km com etanol ou gasolina, gasta-se em média R$ 25 ou R$ 26. Com o gás, apenas R$ 12. Se houver aumento de demanda, haverá gás suficiente para atender? Certamente. A Petrobras vem trabalhando para maior eficiência, e existem várias reservas no país. Mesmo com a possibilidade de uso pelas térmicas, não existe risco de faltar gás para outros segmentos, pois há contratos com as concessionárias que precisam ser cumpridos. A demanda por GNV também cresceu em outros estados? No Rio de Janeiro, o aumento foi da ordem de 1,8%. Em algumas regiões, o consumo baixou. Em Minas Gerais, a alta foi de 7%. Na média, acredito que a demanda se manteve estável. A minha sensibilidade é de que 2012 registrará números bastante similares aos de 2011. Combustíveis & Conveniência • 5


44 VIROU NOTÍCIA Rogério Capela

De olho na gasolina O IBP e a ABNT lançaram a norma ABNT NBR 16038 – Combustíveis – Medição de depósitos em válvulas de admissão em motor com ignição por centelha. O método visa avaliar a qualidade da gasolina comercializada no Brasil. A Petrobras colabora com a norma, que surgiu com a Resolução ANP nº 38 (09/12/09), em que a Agência estabeleceu que, a partir de janeiro de 2014, toda gasolina comercializada no Brasil deverá conter aditivo detergente-dispersante.

De S50 para S10 Atenção: os revendedores que já comercializam S50 não precisam enviar qualquer atualização para a ANP, informando que irão vender S10. A Agência alterará os cadastros automaticamente, já que o S50 deixará de existir

no Brasil e será completamente substituído pelo S10. Já quem não tinha S50 no posto e pretende agora vender S10 precisa, sim, mandar uma nova ficha cadastral, comunicando a mudança à ANP.

Ônibus híbrido Em 25 de novembro o ônibus elétrico híbrido (o HíbridoBR) foi apresentado ao público que participou da abertura da Semana da Biodiversidade na cidade de Santos, no litoral de São Paulo. O HíbridoBR é o mais novo lançamento da Eletra - empresa brasileira, especializada em tração elétrica para veículos de passageiros -, em parceria com a Mercedes-Benz. Com tecnologia 100% nacional, ele usa um motor convencional e outro elétrico para sua operação e, segundo o fabricante, reduz em até 90% a emissão de poluentes na atmosfera. Divulgação

6 • Combustíveis & Conveniência

ANOTE!

bro a ia 10 de dezem ção d o ra pa ta is olu Estava prev discutir a Res ções ra pa a ic bl pú especifica audiência ue estabelece as ercializados m ANP nº 65, q co l rodoviários e dos óleos diese o a minuta, para efeitos d d n a u ci eg n no país. S o de tolerâ verá um praz fiscalização, ha racterísticas relacionadas a: ca , na análise das osidade cinemática a 40ºC sc , vi % l, 5 ta 9 eT enxofre to s T10%, T50% inação to n po os n o destilaçã a, contam no, teor de águ número de ceta etos policíclicos aromáticos on total, hidrocarb idação. Na revenda de com ox à m e u ad r d e estabili tolerar, po scalização irá e bustíveis, a fi a partir de 1º de janeiro, qu s ia os d te 90 n prazo de S10 aprese vendido como acima o combustível características ente as ra pa 0 5 S o sufici limites d sca dar tempo bu a id ed m A estoques citadas. irem eventuais m su n co s te en resentar para os ag rá necessário ap órios se o: çã en at as M obat antigos. mentos compr datas u oc d os ão aç à fiscaliz as após as mpras efetuad referentes às co gor da obrigatoriedade da vi de entrada em o S10. d ão aç iz al comerci


Imposto na nota fiscal A exposição dos impostos nas notas fiscais brasileiras, aprovada em novembro pela Câmara depois de seis anos e meio de tramitação, deverá receber o aval da presidenta Dilma Rousseff. O Projeto de Lei 1.472/2007 é resultado de uma ampla campanha pela conscientização tributária. Pelo texto aprovado, os documentos fiscais emitidos nas vendas ao consumidor de mercadorias e serviços devem expor o valor aproximado correspondente ao total de tributos federais, estaduais e municipais, cuja incidência interfere na formação dos respectivos preços de venda. Serão nove tributos no total, no caso de produtos nacionais.

GNV em veículos pesados Durante o 3º Workshop sobre Gás Natural em Veículos Pesados, realizado pelo Comitê do GNV do IBP, no Rio de Janeiro, em 23 de novembro, foram debatidos os desafios e soluções na utilização do gás natural em ônibus e caminhões e sua viabilidade econômica. No exterior, o gás está sendo usado em grande escala em veículos pesados como uma alternativa ao diesel. No Brasil, a tecnologia ainda está em testes. A Iveco colocou em circulação, no final de outubro, seu modelo de ônibus movido a GNV, em Belo Horizonte (MG). A montadora assinou um convênio do projeto piloto que testará o veículo, a partir de parceria com a Companhia de Gás de Minas Gerais (Gasmig), Secretaria de Estado de Transporte e Obras (Setop) e o Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros Metropolitano (Sintram).

PELO MUNDO por Antônio Gregório Goidanich

Argentina Além dos problemas econômicos e políticos vividos pelo país – retratados quase a nível folclórico, como costuma ser a reação dos argentinos, pelo panelaço do dia 9 de novembro – segue o combustível tendo escassez.

Argentina Buenos Aires foi a sede do 43º Congresso da Comissão LatinoAmericano de Empresários de Combustível (Claec), realizado entre os dias 7 e 9 de novembro, no Hotel Panamericano. Oscar Diaz, atual presidente da CECHA, é o novo presidente da Claec.

Venezuela

de menor extrato, ser maior do que o preço de venda ao público.

México O mercado mexicano é aquele onde houve o maior aumento do número de postos de venda de combustíveis nos últimos dez anos. Uma enorme “proliferación de bocas”, para usar a original expressão castelhana. De três mil postos passou-se a mais de dez mil atualmente.

Peru O desenvolvimento do mercado retalhista de gás liquefeito de petróleo (GLP) para uso automotivo tem sido o fato de maior repercussão neste país.

A Fenegas devera ser a anfitriã do 44º Congresso da Claec, a ser realizado em maio de 2013, tendo como sedes possíveis a Ilha Margarita ou a cidade de Maracaibo. A presidente Maria Herminia Perez estará na organização.

Uruguai

Venezuela

Costa Rica

O quadro do mercado de combustíveis venezuelano tem mudado muito pouco e continuará imutável provavelmente, face à reeleição do atual mandatário do país.

Venezuela O mercado retalhista de combustíveis da Venezuela é o mais diferenciado do mundo. Parte exótico, parte irreal como um romance do consagrado Gabriel Garcia Márquez. Preços baixíssimos, tudo controlado e, principalmente, o fato de a margem de revenda, mesmo a

O pequeno país austral da América do Sul segue sendo o lugar onde se pratica o maior preço a público pelo litro de gasolina. Maior do que o preço do Brasil e quase a níveis do mercado europeu mais caro.

Este pequeno país CentroAmericano comparte com o Uruguai, e o México, o fenômeno do mercado controlado. Sem os preços uruguaios, a proliferação de postos do México e nem o folclore venezuelano.

Brasil Foi muito comentada a participação brasileira no Congresso de Buenos Aires. A representação da Fecombustiveis foi comandada pelo presidente Paulo Miranda Soares e contou com a presença de Roberto Fregonese, Armando Matheussi, Aramis Padilha e Álvaro Farias. Combustíveis & Conveniência • 7


CARTA AO LEITOR 44 Morgana Campos

A Fecombustíveis representa nacionalmente 34 sindicatos, defendendo os interesses legítimos de quase 38 mil postos de serviços, 370 TRRs e cerca de 40 mil revendedores de GLP, além da revenda de lubrificantes. Nossa missão é acompanhar o mercado de revenda de combustíveis, com a meta de fomentar o desenvolvimento econômico e social do setor, contribuindo assim para melhorar a qualidade de vida da nação. Tiragem: 25 mil exemplares Auditada pelo Presidente: Paulo Miranda Soares Presidente de Honra: Gil Siuffo 1º Vice-Presidente: Roberto Fregonese 2º Vice-Presidente: Mário Luiz P. Melo 3º Vice-Presidente: Walter Tannus Freitas 4º Vice-Presidente: Adão Oliveira da Silva 5º Vice-Presidente: José Carlos Ulhôa Fonseca 6º Vice-Presidente: Maria Aparecida Siuffo Schneider 1º Secretário: José Camargo Hernandes 2º Secretário: José Augusto Melo Costa 3º Secretário: Emilio Roberto C. Martins 1º Tesoureiro: Ricardo Lisboa Vianna 2º Tesoureiro: Manuel Fonseca da Costa 3° Tesoureiro: Mário Duarte Conselheira Fiscal Efetiva: Maria da Penha Amorim Shalders Conselheiro Fiscal Efetivo: Flávio Henrique B. Andrade Conselheiro Fiscal Efetivo: Luiz Felipe Moura Pinto Diretor de TRR: Álvaro Rodrigues Antunes de Faria Diretor de Postos de Rodovia: Ricardo Hashimoto Diretor de Meio Ambiente: João Batista Porto Cursino de Moura Diretor de GNV: João Batista Porto Cursino de Moura Diretor de Conveniência: João Victor Renault Diretoria: Aldo Locatelli, Alírio José Gonçalves, Álvaro Rodrigues A.Faria, Carlos Henrique R.Toledo, Dilleno de Jesus T. da Silva, Flavio Martini S.Campos, João Batista P.C.Moura, João Victor C.R.Renault, José Vasconcelos da R. Junior, Mário Shiraishi, Omar A.Hamad Filho, Ricardo Hashimoto, Roque André Colpani, Ruy Pôncio Conselho Editorial: José Alberto Miranda Cravo Roxo, José Luiz Vieira, Luiz Gino Henrique Brotto, Marciano Francisco Franco e Ricardo Hashimoto Edição: Morgana Campos (morganacampos@fecombustiveis.org.br) Editora-assistente: Natália Fernandes (assessoria.comunicacao@fecombustiveis.org.br ) Redação: Rosemeire Guidoni (roseguidoni@uol.com.br) e Gabriela Serto (gabrielaserto@gmail.com) Capa: Alexandre Bersot Economista responsável: Isalice Galvão Publicidade: Gerente comercial: Celso Guilherme Figueiredo Borges (celsoguilherme@fecombustiveis.org.br) Telefone: (21) 2221-6695 Programação visual: Girasoli Soluções (contato@girasoli.com.br) Fecombustíveis Av. Rio Branco 103/13° andar - Centro-RJ - Cep.: 20.040-004 Telefone: (21) 2221-6695 Site: www.fecombustiveis.org.br/revista E-mail: revista@fecombustiveis.org.br

8 • Combustíveis & Conveniência

Dedos cruzados Se a Copa do Mundo fosse em 2013, o sempre supersticioso Mário Jorge Lobo Zagallo já daria como certo que o título mundial seria do Brasil. Mas a Copa não é no próximo ano, nem a seleção canarinho tem mostrado um futebol tão empolgante assim. Resta-nos, portanto, torcer para que o mestre Zagallo esteja certo pelo menos em relação à sorte trazida pelo número 13. Afinal, o ano que se aproxima apresentará importantes desafios e definições para a revenda, como o início da comercialização do S10, a possível publicação do novo marco regulatório do biodiesel, o desenrolar de uma crise que parece se anunciar envolvendo o abastecimento nacional, isso só para ficar nos itens mais relevantes. Nada disso é novidade e passamos boa parte de 2012 debatendo essas questões, mas as soluções mesmo só devem chegar em 2013. E esperamos que, de fato, cheguem! Embora os agentes de mercado se esforcem para demonstrar otimismo, conversas informais mostram que muitos estão desconfortáveis e visivelmente preocupados. A nossa matéria de capa da última edição do ano mostra justamente o que vai estar no radar do mercado de distribuição e revenda ao longo dos próximos 12 meses. A editora-assistente Natália Fernandes lembra que está chegando a hora de pagar a contribuição sindical, um dever de todo revendedor e que ajuda a manter funcionando a estrutura sindical responsável por defender seus legítimos interesses, além de garantir a publicação de importantes veículos de comunicação, incluindo esta Revista. Já a repórter Gabriela Serto traz um panorama sobre o que esperar da economia em 2013 e mostra como a redução na conta de energia irá afetar o seu dia a dia, além de dar dicas sobre como se preparar para a declaração do Imposto de Renda Pessoa Jurídica. Na entrevista deste mês, Rosemeire Guidoni conversou com o especialista em varejo, Maurício Morgado, que traz importantes conselhos para incrementar seu negócio, especialmente nessa época do ano, quando muitos aproveitam para rever procedimentos, eliminar o que não deu certo e planejar o futuro do estabelecimento. Aproveito para desejar a todos um Feliz Natal e um 2013 de muito sucesso! Até a nossa próxima edição, que circulará somente em fevereiro. Morgana Campos Editora



44 SINDICATOS FILIADOS

ACRE José Magid Kassem Mastub Rua Pernambuco nº 599 - Sala 4 Bairro: Bosque Rio Branco-AC Fone: (68) 3226-1500 sindepac@hotmail.com www.sindepac.com.br ALAGOAS Carlos Henrique Toledo Av. Jucá Sampaio, 2247, Barro Duro Salas 93/94 Shopping Miramar Maceió-AL Fone: (82) 3320-2902/1761 Fax: (82) 3320-2738/2902 scvdpea@uol.com.br www.sindicombustiveis-al.com.br AMAZONAS Luiz Felipe Moura Pinto Rua Rio Içá, 26 - quadra 35 Conj. Vieiralves Manaus-AM Fone: (92) 3584-3707 Fax: (92) 3584-3728 sindcam@uol.com.br BAHIA José Augusto Melo Costa Av. Otávio Mangabeira, 3.127 Costa Azul Salvador-BA Fone: (71) 3342-9557 Fax: (71) 33429557/9725 sindicombustiveis@sindicombustiveis. com.br www.sindicombustiveis.com.br CEARÁ Vilanildo Fernandes Rua Visconde de Mauá, 1.510 Aldeota Fortaleza-CE Fone: (85) 3244-1147 sindipostos@sindipostos-ce.com.br www.sindipostos-ce.com.br DISTRITO FEDERAL José Carlos Ulhôa Fonseca SHCGN-CR 704/705, Bloco E entrada 41, 3º andar, sala 301 Brasília-DF Fone: (61) 3274-2849 Fax: (61) 3274-4390 sindicato@sindicombustiveis-df. com.br www.sindicombustiveis-df.com.br ESPÍRITO SANTO Nebelto Carlos dos Santos Garcia Rua Vasco Coutinho, 94 Vitória-ES Fone: (27) 3322-0104 Fax: (27) 3322-0104 sindipostos@sindipostos-es.com.br www.sindipostos-es.com.br GOIÁS Leandro Lisboa Novato 12ª Avenida, 302 Setor Leste Universitário Goiânia-GO Fone: (62) 3218-1100 Fax: (62) 3218-1100 spostos@terra.com.br www.sindiposto.com.br MARANHÃO Orlando Pereira dos Santos Av. Colares Moreira, 444, salas 612 e 614 10 • Combustíveis & Conveniência

Edif. Monumental São Luís-MA Fone: (98) 3235-6315 Fax: (98) 3235-4023 sindcomb@uol.com.br www.sindcomb-ma.com.br MATO GROSSO Aldo Locatelli R. Manoel Leopoldino, 414, Araés Cuiabá-MT Fone/Fax: (65) 3621-6623 contato@sindipetroleo.com.br www.sindipetroleo.com.br MATO GROSSO DO SUL Mário Seiti Shiraishi Rua Bariri, 133 Campo Grande-MS Fone: (67) 3325-9988 / 9989 Fax: (67) 3321-2251 sinpetro@sinpetro.com.br www.sinpetro.com.br MINAS GERAIS Paulo Miranda Soares Rua Amoroso Costa, 144 Bairro Santa Lúcia Belo Horizonte-MG Fone/Fax: (31) 2108- 6500/ 2108-6530 minaspetro@minaspetro.com.br www.minaspetro.com.br PARÁ Alírio José Duarte Gonçalves Av. Duque de Caxias, 1337 Bairro Marco Perímetro: Trav. Mariz e Barros/Trav. Timbó Belém-PA Fone: (91) 3224-5742/ 3241-4473 secretaria@sindicombustiveis-pa. com.br www.sindicombustiveis-pa.com.br PARAÍBA Omar Aristides Hamad Filho Rua Rodrigues de Aquino, 267 5º andar - Centro João Pessoa-PB Fone: (83) 3221-0762 - Fax: (83) 3221-0762 sindipet@hotmail.com PARANÁ Roberto Fregonese Rua Vinte e Quatro de Maio, 2.522 Curitiba-PR Fone/Fax: (41) 3021-7600 diretoria.sindi@sindicombustiveis-pr. com.br www.sindicombustiveis-pr.com.br PERNAMBUCO Frederico José de Aguiar Rua Desembargador Adolfo Ciríaco,15 Recife-PE Fone: (81) 3227-1035 Fax: (81) 3445-2328 sinpetro@sindicombustiveis-pe.org.br www.sindicombustiveis-pe.org.br PIAUÍ Robert Athayde de Moraes Mendes Av. Jockey Club, 299, Edificio Eurobusines 12º, sala 1212 Teresina-PI Fone: (86) 3233-1271 Fax: (86) 3233-1271 sindpetropi@gmail.com www.sindipetropi.org.br

RIO DE JANEIRO Ricardo Lisboa Vianna Av. Presidente Franklin Roosevelt, 296 São Francisco Niterói–RJ Fone/Fax: (21) 2704-9400 sindestado@sindestado.com.br www.sindestado.com.br

SANTA CATARINA - FLORIANÓPOLIS Valmir Osni de Espíndola Av. Presidente Kennedy, 222 - 2º andar Campinas São José-SC Fone: (48) 3241-3908 sindopolis@gmail.com

RIO DE JANEIRO - MUNICÍPIO Manuel Fonseca da Costa Rua Alfredo Pinto, 76 - Tijuca Rio de Janeiro-RJ Fone: (21) 3544-6444 sindcomb@infolink.com.br www.sindcomb.org.br

SANTA CATARINA - LITORAL CATARINENSE E REGIÃO Roque André Colpani Rua José Ferreira da Silva, 43 Itajaí-SC Fone: (47) 3241-0321 Fax: (47) 3241-0322 sincombustiveis@sincombustiveis. com.br www.sincombustiveis.com.br

RIO GRANDE DO NORTE Antonio Cardoso Sales Rua Monte Sinai - Galeria Brito salas 101/102 Natal-RN Fone: (84) 3217-6076 Fax (84) 32176577 sindipostosrn@sindipostosrn.com.br www.sindipostosrn.com.br RIO GRANDE DO SUL Adão Oliveira Rua Cel. Genuíno, 210 - Centro Porto Alegre-RS Fone: (51) 3228-7433 Fax: (51) 3228-3261 presidenciacoopetrol@coopetrol. com.br www.coopetrol.com.br RIO GRANDE DO SUL – SERRA GAÚCHA Paulo Ricardo Tonolli Rua Ítalo Victor Berssani, 1.134 Caxias do Sul-RS Fone/Fax: (54) 3222-0888 sindipetro@sindipetroserra.com.br www.sindipetroserra.com.br RONDÔNIA Volmir Ramos Xinaider Travessa Guaporé, Ed. Rio Madeira, 3º andar, salas 307/308 Porto Velho-RO Fone: (69) 3223-2276 Fax: (69) 3229-2795 sindipetroro@uol.com.br sindipetroro@hotmail.com RORAIMA Abel Salvador Mesquita Junior Av. Surumu, 494 São Vicente - Boa Vista - RR Fone: (95) 3623-8844 sindipostos.rr@hotmail.com SANTA CATARINA Lineu Barbosa Villar Rua Porto União, 606 Bairro Anita Garibaldi Joinville-SC Fone: (47) 3433-0932 / 0875 Fax: (47) 3433-0932 sindipetro@sindipetro.com.br www.sindipetro.com.br SANTA CATARINA - BLUMENAU Julio César Zimmermann Rua Quinze de Novembro, 550/4º andar Blumenau-SC Fone: (47) 3326-4249 / 4249 Fax: (47) 3326-6526 sinpeb@bnu.matrix.com.br www.sinpeb.com.br

SÃO PAULO - CAMPINAS Flávio Martini de Souza Campos Rua José Augusto César, 233 Jardim Chapadão Campinas-SP Fone: (19) 3284-2450 recap@recap.com.br www.recap.com.br SÃO PAULO - SANTOS José Camargo Hernandes Rua Dr. Manoel Tourinho, 269 Bairro Macuco Santos-SP Fone: (13) 3229-3535 Fax: (13) 3229-3535 secretaria@resan.com.br www.resan.com.br SERGIPE Flávio Henrique Barros Andrade Raimundo Fonseca, 57, Bairro Treze de Julho Aracaju-SE Fone: (79) 3214-7438 Fax: (79) 3214-4708 sindpese@infonet.com.br www.sindpese.com.br SINDILUB Laércio dos Santos Kalauskas Rua Trípoli, 92, conj. 82 Vila Leopoldina São Paulo-SP Fone: (11) 3644-3440/ 3645-2640 sindilub@sindilub.org.br www.sindilub.org.br TOCANTINS Eduardo Augusto Rodrigues Pereira 103 Sul, Av. LO 01 - Lote 34 - Sala 07 Palmas-Tocantins Fone: (63) 3215-5737 sindiposto-to@sindiposto-to.com.br www.sindiposto-to.com.br TRR Álvaro Rodrigues Antunes de Faria Rua Lord Cockrane, 616 8º andar, salas 801/804 e 810 Ipiranga-SP Fone: (11) 2914-2441 Fax: (11) 2914-4924 info@sindtrr.com.br www.sindtrr.com.br



44 Maurício Morgado 4 Professor da FGV e especialista em varejo

Provedores de soluções Por Rosemeire Guidoni

12 • Combustíveis & Conveniência

(2003). Com ampla experiência nos segmentos de marketing e de varejo, o especialista falou à Combustíveis & Conveniência sobre tendências, oportunidades para melhorar o resultado do negócio e comportamento do consumidor. Acompanhe os principais trechos da entrevista. Combustíveis & Conveniência: Considerando os postos de serviços atuais, o que poderia melhorar em termos de marketing? Maurício Morgado: Todos são muito parecidos, não há diferencial. Então, seria inte-

Fotos: Paulo Pereira

A concorrência é grande, as margens são baixas e a quantidade de obrigações legais, fiscais, contábeis e jurídicas é enorme. Os postos de combustíveis, cada vez mais voltados ao cumprimento de exigências que envolvem de questões ambientais a preocupação com a qualidade dos combustíveis, acabam deixando em segundo plano grandes oportunidades para se diferenciar e se destacar perante os clientes. E, com isso, perdem a possibilidade de rentabilizar melhor seu negócio. Na avaliação de Maurício Morgado, professor do Centro de Excelência em Varejo da Faculdade Getúlio Vargas (FGV) e consultor nas áreas de marketing e vendas, o caminho para melhorar os resultados é investir em bom atendimento e em serviços direcionados ao público do entorno. “O posto precisa ser um provedor de soluções”, diz ele, observando que o mínimo que o consumidor espera é qualidade. “Qualidade do produto não é um diferencial. O empreendimento tem de oferecer qualidade e muito mais”, destacou. Para Morgado, os empresários do setor devem deixar a miopia de lado e se colocar no lugar do consumidor. “Os empreendedores que se consideram somente vendedores de combustíveis não enxergam as

oportunidades que o seu tipo de negócio pode oferecer”, alertou. Morgado, que é doutor em administração de empresas pela FGV e graduado pela mesma instituição, é também sócio da Morgado & Vitelli Consultoria, que atua nas áreas de vendas e varejo. Foi autor e co-organizador do livro “Varejo – Administração de Empresas Comerciais” da Editora SENAC (1997); autor da dissertação “Internet como mídia de marketing direto no Brasil” (1998) e da tese “Comportamento do consumidor online: perfil, atitudes e uso da Internet”


ressante alguma pesquisa com o consumidor para avaliar que tipo de atendimento seria capaz de promover esta diferenciação. É difícil imaginar sem conversar com o consumidor. Como os serviços e atendimento são muito semelhantes, do ponto de vista do consumidor, não faz diferença o local onde comprar o combustível. Assim, para conseguir se destacar, o ideal seria pesquisar o que o cliente procura, que necessidades ele tem em termos de serviços, e o que poderia se transformar em um diferencial na questão de atendimento. Por exemplo, será que as mulheres querem ser atendidas da mesma forma que os homens? Será que não seria possível acompanhar a vida do veículo ou a quantidade de vezes que aquele cliente frequenta o local, para tentar algum tipo de fidelização? Não valeria a pena manter uma espécie de registro dos clientes, à semelhança de programas de fidelidade implementados por empresas de outros segmentos, como companhias aéreas? C&C: Uma das premissas do atendimento no posto, e em qualquer negócio de conveniência, é a agilidade. Como fazer o consumidor preencher uma pesquisa no ato de abastecimento ou de compras na loja? MM: Basta um único cadastro e uma boa gestão dos dados por parte do posto. Existem formas de motivar o cliente a responder a pesquisa. Mas, realmente, é importante que isso seja algo rápido. Aí entra em cena o trabalho da equipe do posto: anotar os dados do veículo, as preferências do cliente, a data de troca de óleo, por exemplo,

Será que as mulheres querem ser atendidas da mesma forma que os homens? Será que não seria possível acompanhar a vida do veículo ou a quantidade de vezes que aquele cliente frequenta o local, para tentar algum tipo de fidelização? Não valeria a pena manter uma espécie de registro dos clientes, à semelhança de programas de fidelidade implementados por empresas de outros segmentos? não exige que o consumidor preencha nenhum tipo de pesquisa. O cliente também pode ser motivado a fazer o cadastramento, seja pela oferta de prêmios, um programa de pontos ou a participação em alguma promoção específica. O importante é o posto se livrar da padronização do atendimento e conseguir manter relações mais personalizadas com seus clientes. O posto que fizer isso pode sair na frente, obter melhores resultados. Na verdade, o cadastro poderia ser preenchido somente uma vez. A partir daí, o posto teria de gerenciar as informações, e a cada vez que aquela placa, por exemplo, surgir no posto, os pontos serão automaticamente adicionados. C&C: E além de estudar o perfil de quem já é cliente, vale a pena pesquisar o entorno do posto, observando desde consumidores em potencial até eventuais negócios concorrentes? MM: Sim, sem dúvida. A partir desta visualização, o empreendedor vai saber onde os clientes moram; quem passa por seu estabelecimento e quando; se o posto é um local de passagem, ou se é uma referência para o bairro. Vale a pena traçar um mapa do bairro, descobrir quem é seu cliente

e, a partir daí, observar suas necessidades. O mesmo vale para os negócios do entorno. Existe uma boa padaria na sua região? Se não houver, talvez sua loja de conveniência possa suprir esta carência. O mesmo se aplica a minimercados, lavanderia, farmácia e qualquer outro serviço considerado de conveniência. Hoje, dependendo do mix de produtos ou serviços de que o posto/loja dispõe, é possível atingir, inclusive, clientes que circulam a pé, que não frequentam o estabelecimento por conta do combustível, mas sim em função das demais facilidades. Podemos pensar em um posto de combustíveis cada vez mais como um centro de serviços. Assim, não vamos pensar somente no cliente de combustíveis, mas naqueles que potencialmente consumiriam os demais serviços do pacote que o empreendimento pode ofertar à região. C&C: Em alguns países, como nos Estados Unidos, as lojas de

4FICHA TÉCNICA Recomendação de leitura: Vamos às compras Autor: Paco Underhill Combustíveis & Conveniência • 13


44 Maurício Morgado 4 Professor da FGV e especialista em varejo conveniência são o carro-chefe dos postos de combustíveis. O senhor enxerga a possibilidade deste conceito se tornar uma tendência também por aqui? MM: Eu vejo isso mais como uma oportunidade a ser explorada pelo setor. Os serviços e demais produtos oferecidos pelo empreendimento devem atender à região como um todo. O empresário pode transformar o posto em um minishopping e, com isso, fazer do combustível mais um item dentre vários. E vale destacar que os demais negócios do posto não necessariamente precisam ser operados pelo empresário. Isso é algo que depende da vocação. Nem todos entendem de vários segmentos ao mesmo tempo, é bastante difícil gerenciar simultaneamente negócios de combustíveis, farmácia, serviços de alimentação e outros, lidando com as exigências específicas de cada empreendimento. Muitas vezes, é mais fácil locar a área, rentabilizar o espaço, mas deixar a operação a um terceiro familiarizado ao segmento. C&C: As pesquisas apontam que, cada vez mais, as pessoas buscam conveniência e serviços rápidos. Que oportunidades isso pode representar para os postos de serviços? MM: A conveniência e a facilidade para o consumidor é algo que sempre permite que se cobre mais. Imagine, por exemplo, um supermercado como o Pão de Açúcar, que é muito mais focado em conveniência, e o Extra, cujo forte são preços. É possível cobrar mais pelos serviços do Pão de Açúcar, uma vez que ele está perto da 14 • Combustíveis & Conveniência

casa do cliente, e oferece mais praticidade. A disposição dos consumidores a pagar mais pela conveniência é cada vez maior. C&C: O crescimento do consumo da classe C representa uma oportunidade para este setor? E o envelhecimento da população? Lojas de conveniência podem ter serviços específicos para estes públicos? MM: Sim, são mais consumidores com renda, que podem frequentar o posto e a loja de conveniência. Porém, é necessário que a loja deixe de passar a imagem de estabelecimento mais caro. Claro que uma loja não tem o mesmo poder de compra de uma rede de supermercados e, por isso, suas margens são menores e seus preços um pouco mais caros. Os consumidores sabem disso e estão dispostos a pagar um pouco mais pela conveniência. Mas os preços praticados não podem ser exageradamente altos, é necessário muitas vezes abrir mão de algumas coisas para garantir a confiança do cliente. Especialmente os itens de maior visibilidade não podem ser precificados exageradamente, pois eles, de certa forma, contaminam os demais. Deveria existir mais cuidado na precificação. O consumidor aceita um preço,

por exemplo, 30% maior do que o do supermercado, mas a loja de conveniência não pode ter produtos 300% mais caros, isso é entendido pelo consumidor como abusivo. Se uma cerveja no supermercado custa R$ 2, não posso vendê-la por R$ 6, isso destrói minha imagem. Mas tudo isso, sem dúvida, varia em função do público e sua faixa de renda, e das opções que este público tem ao redor. Quanto ao envelhecimento da população, uma tendência forte que se observa é pela busca de produtos mais saudáveis. Para atingir este público, a loja precisa incrementar seu mix e oferecer, na área de alimentação, muito mais do que salgados e congelados industrializados.

Nem todos entendem de vários segmentos ao mesmo tempo, é bastante difícil gerenciar simultaneamente negócios de combustíveis, farmácia, serviços de alimentação e outros, lidando com as exigências específicas de cada empreendimento. Muitas vezes, é mais fácil locar a área, rentabilizar o espaço, mas deixar a operação a um terceiro familiarizado ao segmento


C&C: Lojas de conveniência, em geral, têm espaço de estoque bastante reduzido. Isso é um problema especialmente para aquelas localizadas em regiões mais afastadas, que eventualmente podem enfrentar problemas de abastecimento. Qual a alternativa para negociarem melhores preços com os fornecedores? MM: Acredito que seja a junção de forças. Mesmo que sejam concorrentes, se as lojas constituíssem uma central de compras, já seria possível conseguir bons descontos. Talvez pudessem falar diretamente com os fabricantes, sem passar por distribuidores ou atacadistas. Imagino uma coisa mais na linha do cooperativismo. Essa seria uma boa solução, já que a união faz a força. C&C: Até que ponto o bom (ou mau) atendimento é responsável pelo retorno e fidelização dos clientes? Como orientar e capacitar a equipe para isso? MM: Existem programas de treinamento. Mas uma das maneiras mais simples é por meio do exemplo. Se um gerente ou um proprietário demonstrarem como é um bom atendimento, o que se espera dos frentistas, com certeza eles aprenderiam como conduzir este processo. O empresário deveria ir para a pista e mostrar, na prática, o que ele gostaria que sua equipe reproduzisse. Programas de premiação e motivação até funcionam, mas o mais importante é o fato de os empresários ou gerentes sinalizarem o que se espera da equipe. É necessário fixar qual o padrão que se espera dos colaboradores, pois a partir

disso é possível cobrar metas e produtividade. Depois de fixados padrões, muitas ações ajudam, como premiação, presença de cliente misterioso, entre outros. Mas fixar o padrão e proporcionar os exemplos ainda é o mais importante de tudo. C&C: Em relação à imagem, qual a importância das marcas nos postos de combustíveis? Postos ou lojas de marcas próprias podem também se destacar perante o consumidor? MM: A marca faz muita diferença, por uma questão de confiança. Hoje existe uma grande preocupação do consumidor em relação à qualidade, e a marca acaba sendo uma das maneiras entendidas pelas pessoas como garantia de maior confiabilidade. Se você faz parte de uma marca, o consumidor tende a confiar mais facilmente, a marca acaba ajudando. Isso não quer dizer que aqueles independentes não despertam a mesma credibilidade. Há maneiras de o independente reforçar sua presença e marca perante o consumidor, seja por meio do bom atendimento, pela sinalização adequada do posto, ou mesmo por características externas, como modernidade e limpeza das instalações, a maneira como os funcionários se comunicam, entre outros. O que as grandes marcas fazem em âmbito nacional, o posto independente pode fazer localmente. Pode demorar um pouquinho mais, mas nada impede que o posto conquiste a confiança local.

ting. Porém, a grande maioria dos postos de combustíveis já se adaptou às legislações ambientais, minimizando o risco de contaminação do solo, fazendo coleta de resíduos, encaminhando seus resíduos para reciclagem, entre outros. Mesmo assim, muitas vezes o consumidor não enxerga estes estabelecimentos como empresas sustentáveis. Como comunicar isso de forma eficiente? MM: As distribuidoras, ou grupos de empresários, poderiam criar algo como uma certificação. Por mais que tudo esteja correto, sempre vai haver desconfiança por parte do consumidor. Mas, se houver um organismo capaz de avaliar e certificar o estabelecimento, a percepção do consumidor muda. C&C: A questão da qualidade dos produtos também é algo que os consumidores não têm como perceber de imediato. Como comunicar de forma eficiente que os combustíveis comercializados

C&C: Falando em imagem, muitas empresas usam a questão da sustentabilidade como markeCombustíveis & Conveniência • 15


44 Maurício Morgado 4 Professor da FGV e especialista em varejo atendem efetivamente a todas as especificações? MM: Por isso o papel das marcas, que acabam neutralizando um pouco a desconfiança. E também por isso a importância de o pequeno empresário reforçar suas características positivas, melhorar o atendimento. Além disso, os testes que demonstram a qualidade dos produtos devem sempre estar visíveis aos consumidores, e o posto precisa contar com uma pessoa capacitada a fazer os ensaios em qualquer situação, se o cliente solicitar. É interessante também expor laudos que demonstrem os ensaios realizados nos produtos ou laudos de laboratórios que tenham sido contratados para a realização de testes. C&C: Mas como lidar com as notícias negativas que afetam o setor e que, muitas vezes, são mais fortes do que as positivas? MM: É realmente bastante difícil, mas o posto precisa valorizar seus aspectos positivos. E como fazer isso? Valorizando a equipe, fazendo parte de ações sociais que envolvam a comunidade, mostrando ao consumidor suas ações consideradas sustentáveis, como coleta seletiva e reuso de água e, principalmente, oferecendo um produto de qualidade. Mesmo que isso não ocorra de imediato, ao longo do tempo, a empresa passa a ser reconhecida por conta destes diferenciais. C&C: Em regiões onde existe grande concorrência em preços, o que um posto de serviços poderia fazer para se destacar, sem reduzir suas margens? 16 • Combustíveis & Conveniência

Se um gerente ou um proprietário demonstrarem como é um bom atendimento, o que se espera dos frentistas, com certeza eles aprenderiam como conduzir este processo. O empresário deveria ir para a pista e mostrar, na prática, o que ele gostaria que sua equipe reproduzisse MM: Isso entra em um raciocínio típico de qualquer varejo. Considerando que o posto não entrou na guerra de preços e manteve seus patamares mais elevados, para que consiga atingir o consumidor, é necessário justificar este preço mais alto. Ou seja, voltamos aos serviços adicionais e ao bom atendimento. Para entender o que é a qualidade de atendimento, o empresário tem de se colocar no lugar do consumidor e ver o que o cliente gostaria, o que é valorizado pelas pessoas da região. Outra coisa que pode ser trabalhada também é o aspecto visual, que inclui a limpeza das instalações e dos próprios funcionários, a correção de seus uniformes, a manifestação

visual, os logotipos e avisos, entre outros. Neste aspecto, entra todo o pacote: o chão deve estar limpo, sem marcas de óleo; as fachadas limpas; o ambiente agradável na loja de conveniência. Este pacote todo acaba passando credibilidade. Não basta oferecer um combustível de qualidade, pois isso é o mínimo que se espera do posto; tem de ter um ambiente que passe credibilidade, que seja organizado, e um atendimento capaz de fazer com que o consumidor retorne. Outra coisa importante para conquistar a confiança do consumidor é nunca “empurrar” aquilo que ele não precisa. Uma coisa é atendê-lo de forma cortês e questionar se precisa


completar o óleo, por exemplo. Outra é insistir demasiadamente para que ele compre o produto. As chamadas vendas cruzadas adicionam rentabilidade ao negócio, mas só são vantajosas quando o cliente permanece confiando no estabelecimento. É um processo, você abre mão de ganhar algo agora, mas conquista um cliente no longo prazo. C&C: Quais produtos podem atrair mais consumidores para as lojas de conveniência? Food service é realmente uma tendência forte neste segmento? MM: Não tenho pesquisas para informar dados com maior precisão, mas a minha sensibilidade é que realmente esta pode ser uma oportunidade. Em outros países, as lojas têm mix mais amplo, oferecem mais possibilidades aos clientes. Aqui, isso deveria ser seguido também, ampliar o mix e sair do tradicional café e pão de queijo, oferecer alternativas aos consumidores de sua região. Valeria a pena ter uma oferta maior de refeições congeladas semi prontas para consumo ou até itens frescos, dependendo do seu público. É necessário pensar um pouco no que as pessoas de sua região necessitam, mas sempre levando em consideração que devem ser produtos de qualidade, diferenciados.

criado no exterior. O consumidor não estava acostumado com este tipo de negócio. Mas será que se o posto ou loja passar a suprir as necessidades do público local, os resultados não tendem a ser mais interessantes? Para isso, é importante estudar o comportamento deste consumidor, avaliar o que ele precisa e gostaria de comprar, que tipo de ambiente o agrada mais, que preços estaria disposto a pagar. O empresário precisa ter uma oferta mais direcionada, para seduzir o consumidor. Hoje, o público das grandes cidades procura soluções rápi-

das, ágeis. Além disso, o cliente de alimentação busca produtos mais saudáveis. O próprio envelhecimento da população leva a isso. A questão de espaços mais agradáveis, conforto ao comprar, local adequado para consumo, ou até mesmo integrar restaurantes à loja. Vale a pena pesquisar o comportamento do consumidor, para atendê-lo melhor. Temos de procurar entender um pouco o entorno. O combustível é um produto óbvio do posto, mas inúmeros outros serviços podem conquistar o consumidor e fazer com que ele retorne mais vezes. n

Uma loja não tem o mesmo poder de compra de uma rede de supermercados e, por isso, suas margens são menores e seus preços um pouco mais caros. Os consumidores sabem disso e estão dispostos a pagar um pouco mais pela conveniência. Mas os preços praticados não podem ser exageradamente altos, é necessário abrir mão de algumas coisas para garantir a confiança do cliente

C&C: Como se antecipar às necessidades dos clientes neste tipo de negócio? MM: O consumidor brasileiro é um pouco diferente do norte-americano, por exemplo. As lojas de conveniência chegaram ao Brasil com características importadas, baseadas no modelo Combustíveis & Conveniência • 17


Confira as principais ações da Fecombustíveis durante o mês de novembro:

06 – Participação em reunião promovida pelo Sindicom com Álvaro Bahia, coordenador técnico do Encontro Nacional de Coordenadores e Administradores Tributários Estaduais (Encat), sobre a manifestação do destinatário no recebimento da NFe, no Rio de Janeiro;

07 – Envio de ofício ao deputado Simão Sessim, solicitando a realização de Audiência Pública para discutir a atual situação do abastecimento nacional, em meio a episódios cada vez mais frequentes de falta de combustível em algumas regiões do país;

21 – Reunião do Conselho de Representantes da Fecombustíveis, na cidade de Santos (SP);

22 – 3º Encontro de Revendedores do Sindicombustíveis-Resan e 1º Encontro do Sudeste Brasileiro, realizado na cidade de Santos (SP);

29 –

Participação do presidente da Fecombustíveis, Paulo Miranda Soares, no lançamento do livro “Combustíveis no Brasil”, no qual assina o capítulo intitulado “A agenda do setor de revenda de combustíveis e o desenvolvimento nacional.” A organização foi do ex-diretor da ANP, Allan Kardec Duailibe. O evento foi realizado na sede da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), no Rio de Janeiro;

29 –

Participação da Fecombustíveis na reunião da ANP sobre o Plano de Implementação do óleo diesel S10, na sede da Agência, no Rio de Janeiro;

30 – Participação da Fecombustíveis no Seminário de Atualização Sindical, realizado pelo Minaspetro, em Varginha (MG), com os revendedores do Sul de Minas. 18 • Combustíveis & Conveniência


OPINIÃO 44 Paulo Miranda Soares 4 Presidente da Fecombustíveis

Quase lá laboratório contratado O ano vai chegando ao fim com aquela senpela ANP emitir um sação de que “andou de lado”, um jargão que laudo dizendo que há analistas do mercado financeiro gostam de utilizar 11ppm de enxofre. Isso para descrever quando a bolsa de valores fecha é uma variação natural praticamente estável, sem ganhos ou perdas. do método, está dentro Obviamente, isso é verdade apenas em parte, do erro tolerado e todos já que os dados oficiais até outubro, disponibiliesses produtos são considerados S10 pelos critézados pela ANP, mostram alta em torno de 7% nas vendas de combustíveis. Por outro lado, boa rios técnicos de análise. Mas esse S11 encontrado parte dos problemas que discutimos ao longo de no posto pode render uma multa. Se for em São 2012 ainda não tem uma solução à vista. E, sem Paulo, corre-se o risco da cassação da inscrição dúvida, nosso maior desafio será a chegada do estadual. Por enquanto, a única certeza que temos S10, a partir de janeiro de 2013. é quanto à necessidade de se coletar e guardar Nessa mesma época em 2011, falávamos da a amostra-testemunha, pois, se não podemos introdução do S50, que demandava adaptação analisar o teor de enxofre, ela será a única forma nos postos, cuidados redobrados e ainda fomos de comprovar que recebemos o produto com surpreendidos com uma lista de estabelecimenaquelas determinadas características. No front do etanol, não há perspectivas de tos obrigados a vender o produto. Todo mundo melhoria da competitividade do produto no curto correu para garantir o S50 nas bombas, apesar prazo. O governo estuda elevar o percentual do elevado preço do novo combustível e da falta de anidro na gasolina, o de demanda nos primeiros que traria alívio para os meses, já que os veículos com motor Euro 5 demoraPode ocorrer de a Petrobras analisar o usineiros e para a própria ram a chegar às estradas. produto e constatar 9 ppm de enxofre, Petrobras, que vem se desdobrando para manter De forma geral, podea distribuidora encontrar 10 ppm e o mos dizer que o produto se laboratório contratado pela ANP emitir um o país abastecido, em meio comportou bem, mesmo laudo dizendo que há 11ppm de enxofre. a uma demanda crescente com alguns problemas de Isso é uma variação natural do método e e uma infraestrutura no limite de sua capacidade. alteração no aspecto em todos esses produtos são considerados E com a perspectiva de decorrência de períodos S10 pelos critérios técnicos de análise aquecimento da economais longos de armazenamento e de escassez mia no próximo ano, esse pontual de combustível cenário pode tornar-se em determinadas localidades. ainda mais grave. Guardadas as devidas proporções, vivenDe qualquer forma, a expectativa é de que em 2013 tenhamos respostas para muitos dos ciamos a mesma ansiedade de 12 meses atrás, nossos questionamentos atuais: como irá se comcom a vantagem dessa vez de que os postos já estão adaptados para oferecer o novo produto. portar o S10? Vai subir o percentual de anidro na Até meados de novembro, quando escrevo esse gasolina? Como será o novo marco regulatório do artigo, ainda não sabíamos o quanto irá custar o biodiesel? De quanto será o aumento nos preços S10, nem como a ANP pretende tratar o aumento dos combustíveis? E, independentemente das de teor de enxofre ao longo da cadeia ou mesmo respostas para esses itens, temos perspectivas as diferenças nessa medição, que pode variar de de outro bom ano para a revenda. laboratório para laboratório. Ou seja, pode ocorrer Por fim, desejo a todos um Natal de Paz, de a Petrobras analisar o produto e constatar 9 ppm Harmonia, Saúde e Felicidade e um novo ano de enxofre, a distribuidora encontrar 10 ppm e o repleto de realizações e muito sucesso!

Combustíveis & Conveniência • 19


44 MERCADO

Unindo forças Por Natália Fernandes Com o Natal à vista, começa a tradicional correria para dar conta de todos os compromissos sociais dessa época do ano e fazer frente às obrigações fiscais e financeiras previstas para os próximos meses. Mas um assunto, em particular, merece atenção redobrada: a contribuição sindical. Com vencimento no dia 31 de janeiro, é esse pagamento que mantém todo o sistema sindical, estruturando os alicerces da revenda junto aos Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário, e auxiliando no bom desempenho das atividades do setor. Não custa lembrar que todo empresário associado a um sindicato não só pode, como tem o direito de procurar saber de que forma o dinheiro arrecadado é empregado. “É sumariamente importante para o revendedor contribuir anualmente. É isso que promove a defesa da categoria e mantém as atividades dentro do que se pretende. Não entendo o revendedor que não contribui, inclusive porque é um valor pequeno”, disse o presidente da Fecombustíveis, Paulo Miranda Soares. O pagamento da contribuição é obrigatório e segue os artigos 578 a 591, Título IV, Capítulo III, da Seção I da Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT). As pessoas físicas e jurídicas devem recolher a contribuição e, não o fazendo, ficam sujeitas a multas, 20 • Combustíveis & Conveniência

Imagens: Stock

Contribuição sindical deve ser tratada como importante ferramenta para a conquista de novos pleitos

juros, autuações pelo Ministério do Trabalho, cobrança judicial e impedimento de participação em licitações públicas. O montante arrecadado é repassado proporcionalmente pela Caixa Econômica Federal à Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (5%), Fecombustíveis (15%), Sindicato (60%) e Ministério do Trabalho e Emprego (20%), para a Conta Especial Empregos e Salários. Vale lembrar que, desde 17 de julho de 2009, quando foi aprovada a Nota Técnica/ SRT/MTE nº 64/2009, enfatizando o artigo 608 da CLT, as empresas precisam comprovar o recolhimento da contribuição sindical para conseguir o alvará de funcionamento. Isso vale para

aquelas que vão se registrar ou renovar licença. Importante ressaltar ainda que o contador responsável pelo cálculo do tributo que não avisar o empresário sobre sua obrigação tem responsabilidade solidária sobre qualquer problema que o cliente enfrentar, em consequência do não pagamento.

Como funciona? Os critérios para o recolhimento desta contribuição são definidos pelo art. 580 da CLT. Para os empregados, a contribuição é equivalente à remuneração de um dia de trabalho (inciso I); e no caso patronal, a uma importância proporcional ao capital social da empresa, mediante a aplicação


de alíquotas baseada em uma tabela progressiva (inciso III). Na revenda varejista, os recursos provenientes dessa contribuição são multiplicados para gerar informação, suporte ao revendedor e defesa dos legítimos interesses da categoria. O sindicato patronal de sua região, que é associado à Fecombustíveis, oferece ao revendedor suporte jurídico, convênios e seguros, acesso a informações por meio de veículos especializados e, ainda, a possibilidade de participação em eventos pertinentes ao setor. A Fecombustíveis, como entidade representativa do revendedor de combustíveis e de lubrificantes, edita a Combustíveis & Conveniência – única revista da categoria que circula em todo o território nacional; o Relatório Anual da Revenda de Combustíveis, compilando os principais dados do setor, o que permite ao revendedor comparar o seu desempenho pessoal com o do setor como um todo; e um clipping diário com as principais notícias relacionadas a esta atividade empresarial. A Fecombustíveis acompanha projetos que possam interferir na atividade varejista de combustíveis, junto a todos os órgãos legislativos e à ANP, órgão regulador. A Federação tem papel de grande importância em todas as decisões que afetam o rumo do mercado de combustíveis no Brasil. Em 2012, participou ativamente das discussões envolvendo a chegada do diesel de baixo teor de enxofre e tem discutido com o governo de São Paulo a incorporação da amostra-testemunha dentro dos procedimentos que regulamentam a fiscalização no Estado. Além disso, de forma técnica e política, a Fecombustíveis vem acompanhando de perto a discussão do

novo marco regulatório do biodiesel, os problemas relacionados à falta de competitividade do GNV e do etanol e, ao lado da CNC, briga por mudanças no segmento de cartões de crédito. A Fecombustíveis é filiada à CNC, que dentre outras atividades, implementou o Sistema de

Excelência em Gestão Sindical (SEGS), programa que incentiva o desenvolvimento da excelência na gestão das Federações e Sindicatos Filiados, cujo objetivo é trocar experiências de sucesso e melhorar ainda mais os serviços prestados aos seus associados.

Não recebi o boleto. E agora? Caso o boleto não tenha chegado, tome logo as providências. Acesse o site da Fecombustíveis (http://www.fecombustiveis.org. br/contribuicao-sindical.html) e siga o passo a passo: clique no botão “Emissão da Guia”, informe seu CNPJ e o Exercício (ano) de referência da guia que deseja emitir; em seguida, clique em “Emitir Guia”. Se sua empresa estiver cadastrada em nossa base de dados, o Sindicato favorecido aparecerá automaticamente. Se não, escolha o Sindicato e preencha seus dados cadastrais e o valor do Capital Social; depois clique em “Emitir Guia”. Em caso de não ter recolhido a contribuição nos anos anteriores, procure seu Sindicato para negociar a dívida, evitando ficar sujeito às penalidades previstas na legislação. Para mais esclarecimentos, entre em contato com seu Sindicato ou procure a Fecombustíveis no telefone (21) 2221-6695. n Combustíveis & Conveniência • 21


44 MERCADO

Sem solução à vista Nos últimos meses, o país vem enfrentando um grave problema relacionado ao abastecimento de combustíveis. Em todas as regiões, postos revendedores relatam ter recebido de sua distribuidora quantidades inferiores ao volume solicitado ou, pior, ficaram sem produto. O Brasil vive um momento de gargalo logístico e, não há solução no curto prazo Stock

Por Rosemeire Guidoni Desde o início do segundo semestre, notícias vindas de todas as partes do país relatam problemas no abastecimento de combustíveis. Em algumas localidades falta gasolina, em outras, diesel; alguns postos recebem volumes inferiores aos solicitados à distribuidora, outros chegam a ficar com os tanques vazios. A razão, de acordo com a própria Petrobras, é que a equação demanda x produção não está equilibrada. Ou seja, como o consumo de combustíveis no Brasil é cada vez maior, a Petrobras teve 22 • Combustíveis & Conveniência

de recorrer ao mercado externo para garantir o atendimento à demanda. A importação, por sua vez, levou à necessidade de uma reorganização logística. Os números comprovam este argumento. As vendas de automóveis e veículos comerciais leves no Brasil registram altas sucessivas. Em agosto, o crescimento foi de 15,40% em relação a junho, totalizando 405,5 mil emplacamentos. Segundo a Federação Nacional de Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), este índice foi recorde desde a instalação da indústria automobilística no país. Após uma ligeira queda em setembro, o setor recuperou o fôlego em outubro, com uma elevação dos emplacamentos da ordem de 19,5% em relação ao mês anterior. O reflexo imediato do aumento do número de veículos em circulação foi a ampliação da demanda por combustíveis.

Impulsionado pela gasolina, o consumo foi recorde em outubro. Foram vendidos 8,5 bilhões de litros, 12% a mais do que em outubro de 2011, segundo dados do Sindicom, que concentra as principais distribuidoras de combustíveis do país e responde por cerca de 80% do mercado. O consumo de gasolina pelas associadas ao Sindicom, em outubro, subiu 16,8%, enquanto o diesel cresceu 11,8% e o etanol, 7,7%. No entanto, a produção da Petrobras, já há algum tempo, não acompanha a demanda. Atualmente, o Brasil importa diariamente 822 mil barris de petróleo. Em seu último balanço, divulgado em outubro, a Petrobras destacou que houve maior importação de derivados entre julho e setembro, em relação ao trimestre anterior, principalmente de gasolina, visando atender ao crescimento do mercado. Este grande volume de combustível importado trouxe para o país uma alteração na logística de abastecimento. As distribuidoras, que até então recebiam o produto diretamente da refinaria por meio de dutos, foram obrigadas a retirar o combustível em diferentes bases. “Esta situação representa um grande desafio para o mercado


de distribuição”, disse Alísio Vaz, presidente do Sindicom. Segundo ele, todas as empresas associadas à entidade estão fazendo investimentos maciços em maior capacitação operacional, que inclui o aumento de tancagem e a ampliação da frota para transporte. “Mas isso não é uma coisa que acontece de uma hora para outra. Precisamos ampliar nossa capacidade para evitar gargalos, mas isso demanda obras, projetos, reorganização e investimentos”, explicou. A falta de infraestrutura logística fica mais evidente quando ocorrem problemas que levam as distribuidoras a terem de buscar o combustível nos chamados “polos alternativos”. “Quando isso acontece, é necessário mobilizar caminhões e alterar trajetos e programação de entrega, o que eventualmente resulta em atrasos”, esclareceu Vaz.

Sem perspectivas Uma das soluções para minimizar os impactos negativos no abastecimento seria o aumento de capacidade de armazenamento nas bases de distribuição. Isso, no entanto, não é algo que acontece rapidamente. Apesar de as bandeiras associadas ao Sindicom estarem investindo na ampliação de

sua infraestrutura, o segmento ainda deve levar algum tempo para se ajustar à nova situação de mercado. O mesmo acontece com os postos de combustíveis. Hoje, a melhor opção para evitar o desabastecimento é manter o tanque sempre cheio – assim, em caso de um eventual atraso na entrega, não faltará combustível. No entanto, muitos postos não possuem capacidade de armazenamento suficiente para a atual demanda. São empreendimentos projetados, com uma quantidade de tanques que não atende à necessidade atual. Em boa parte destes estabelecimentos, é necessário receber combustível diariamente. Ou seja, não existe um volume extra que garantiria maior segurança ao empresário. E a ampliação dos estoques não é algo tão simples: além do capital necessário para a compra de novos tanques e de todo o Sistema de Armazenamento Subterrâneo de Combustíveis (SASC) e a sua instalação, é preciso ter em mente que uma obra interrompe as atividades do posto, mesmo que parcialmente, e que a aprovação de projetos e obtenção de licenças não é tão ágil quanto os empresários gostariam. Sem a perspectiva de ampliação de estrutura no curto

prazo, uma das alternativas para minimizar o problema do desabastecimento é a elevação do percentual de etanol anidro na gasolina. Embora a própria ANP já tenha divulgado que até junho do próximo ano o anidro deve retornar aos 25% na composição da gasolina, o que daria maior fôlego à Petrobras, esta medida ainda não havia sido formalizada até o fechamento desta edição. A própria Petrobras defende a elevação de percentual A presidente da empresa, Maria das Graças Foster, já afirmou publicamente que esta seria “a forma mais simples de resolver a questão do suprimento de gasolina no Brasil”. Apesar disso, a Petrobras garante que não há risco de desabastecimento. Segundo declarações do diretor de Abastecimento da empresa, José Carlos Cosenza, o período crítico de consumo (outubro e meados de novembro), já ficou para trás. De acordo com ele, a Petrobras está trabalhando em sua capacidade máxima e os problemas de abastecimento foram pontuais, provocados por dificuldades na capilaridade do sistema. A ANP, que em meados de novembro divulgou um comunicado informando que os problemas de desabastecimento já estavam sanados,

Crescimento da frota (em milhões de veículos)

2008

2009

55 Fonte: Fernabrave

2010

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75 Combustíveis & Conveniência • 23


44 MERCADO também defende a tese de que são questões pontuais relacionadas à logística de distribuição. A Agência, inclusive, recomendou às distribuidoras que tomassem medidas para ampliar seus estoques para o fim de ano. Segundo o Brasilcom (Sindicato das Distribuidoras Regionais Brasileiras de Combustíveis), as empresas estão especialmente preocupadas com as regiões distantes dos centros de refino, que ficam no Sul e Sudeste, e dos portos por onde chegam os combustíveis importados. Em algumas localidades, como a região Norte, uma das medidas de segurança sugeridas às distribuidoras foi dobrar o estoque.

Aumento de preços na manga Toda esta discussão sobre o desabastecimento e os problemas ocorridos em diversas partes do país é apenas a ponta do iceberg. Não é de hoje que a Petrobras vem alardeando que o preço da gasolina no país, mantido artificialmente (para supostamente garantir um equilíbrio econômico e minimizar a inflação), não remunera adequadamente suas atividades. A tese de quem defende o aumento é de que, com os preços atuais, não sobram recursos para a Petrobras investir na ampliação de sua capacidade. Mas esta situação, ao que tudo indica, está prestes a mudar. O governo já sinalizou com um possível reajuste da gasolina e do diesel. A razão é que os preços agrícolas estão em queda, o que levou os índices gerais de preços (IGPs) à deflação. Com o aumento, a Petrobras poderia ampliar a produção e minimizar o risco de desabastecimento. Segundo economistas, as diferenças entre os valores artificialmente baixos praticados pela Petrobras em relação à média dos cobrados no exterior são de 27,5% para gasolina e de 33% para o diesel. Essa distorção já teria acarretado perdas de R$ 22 bilhões desde 2011. Apesar destes índices, especula-se que o possível reajuste fica em torno de 10%.

Etanol quer retomar o fôlego Em meio aos debates sobre desabastecimento e necessidade de recomposição dos preços dos combustíveis derivados de petróleo, os produtores de etanol começam a colocar em prática medidas para o biocombustível recuperar sua preferência perante o consumidor. Uma das iniciativas foi a nova campanha publicitária lançada pela União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), iniciada na primeira quinzena Divulgação

24 • Combustíveis & Conveniência

de novembro, com o objetivo de incentivar o consumo, além de reforçar os impactos positivos do etanol para a economia e o meio ambiente. Segundo ele, a produção de etanol atual é suficiente para atender à demanda. “Até porque os motores são flex, o que permite que o consumidor opte pelo produto mais interessante no momento do abastecimento”, destacou. Questionado sobre a capacidade do setor para atender à ampliação do percentual de anidro para 25% no próximo ano, o diretor da Unica ressaltou que ainda não há uma decisão formal sobre isso, mas que os produtores têm como atender à nova regra. “O que falta é planejamento. Sem uma decisão formal, como os produtores vão investir na ampliação da produção de etanol? O setor precisa de um direcionamento para definir seus investimentos, ninguém toma decisões empresariais sem planejamento”, disse. Apesar da campanha para retomar o consumo, o preço do etanol nas usinas seguiu em alta.



44 MERCADO

Sempre em frente Evento da Hart Energy discutiu mudanças no mercado de combustíveis no Brasil e no mundo

Empresários e especialistas da área de combustíveis se reuniram no Rio de Janeiro para discutir os rumos do setor, durante o evento: “Do refino ao transporte: qual o futuro da gasolina, diesel e dos biocombustíveis no Brasil e no mundo?”, realizado pela Hart Energy’s World Refining & Fuel Conference, no mês de outubro. “O crescimento do refino mundial ainda será por muito tempo uma grande mola alavancadora da instalação de novas refinarias no país. Nos últimos 30 anos, tivemos um crescimento de 35% dos derivados, segundo a Agência Internacional de Energia. E a expectativa até 2035 é de um crescimento ainda significativo, de 24%”, disse o diretor de Abastecimento da Petrobras, José Carlos Cosenza. O executivo ressaltou, também, o descolamento do diesel do crescimento do PIB brasileiro, já que nos últimos anos a demanda por este combustível tem se expandido a um ritmo mais acelerado que o da própria economia. “Isso é motivo de grande orgulho e ao mesmo tempo de buscar alternativas dentro da Petrobras”, destacou Cosenza.

Biocombustíveis No painel “Cenário Regulatório Mundial e seu Impacto no Consumo de Combustíveis Fósseis”, o diretor do Departamento de Combustíveis Renováveis do Ministério de Minas e Energia, 26 • Combustíveis & Conveniência

Ricardo Dornelles, apresentou os objetivos do governo em relação aos biocombustíveis e ressaltou a importância do setor para o mercado petrolífero. “A indústria do petróleo não pode mais existir sem a presença dos biocombustíveis. Acreditamos que é uma realidade que não terá volta. O último plano decenal de energia 2010-2020 prevê uma retração da participação do petróleo, um incremento do gás natural e um aumento dos produtos derivados da cana. A participação das fontes renováveis de energia da matriz permanecerá na mesma ordem atual, de 45% a 47%. Pode parecer que não estamos evoluindo, mas nesse período o crescimento de pico esperado do país continua sendo muito significativo e, basicamente, se passarmos de 17% para 21% de participação da cana entre 2010 e 2020, é mais do que dobrar oferta de energia dos derivados da cana neste período”, detalhou.

Perspectivas para o Ciclo Otto Durante o painel que apresentou as mudanças no mercado brasileiro, o coordenador de comércio interno de gasolina da Petrobras, Diogo Bezerra, mostrou otimismo quanto ao desempenho do combustível para os próximos anos. “Temos hoje 14 unidades instaladas, prontas para operação, com a entrada de mais cinco unidades até o fim do ano, e em 2013 teremos mais duas unidades”, disse Bezerra, o que, segundo o executivo, mostra que a estatal está à frente do cronograma e pronta para atender à especificação de 2014, com a redução dos atuais 800 ppm para 50 ppm de enxofre na gasolina. “Além do impacto na refinaria, haverá impacto também na rede de distribuição, que teve uma curva de aprendizado bastante dura com a experiência do diesel S50”, complementou o então superintendente de

Representantes do setor participaram do painel: “Avaliação do diesel 50 ppm e Implementação do Proconve P7 – O Brasil está pronto para o diesel S10?” Fotos: Alessandro Mendes

Por Natália Fernandes


Abastecimento da ANP, Dirceu Amorelli. Ao discutir a paridade da gasolina com o etanol, o presidente da consultoria Datagro, Plinio Nastari, foi taxativo: “A redução do ritmo de instalação de usinas do biocombustível, os greenfields, nos últimos dois, três anos, ocorreu por vários motivos e talvez os principais sejam a crise

financeira e a indisponibilidade de matéria-prima. A Datagro estima que, hoje, a capacidade de moagem instalada seja de 692 milhões de toneladas”, detalhou.

Biocombustíveis e as mudanças no teor de enxofre dos combustíveis brasileiros estiveram entre os temas debatidos no evento da Hart

Baixo teor de enxofre, alto índice de contratempos Na mesa redonda “Avaliação do diesel 50 ppm e Implementação do Proconve P7 – O Brasil está pronto para o diesel S10?”, foram abordadas as inúmeras dificuldades pelas quais vem passando o segmento da revenda de combustíveis, em especial no que diz respeito à qualidade do produto final. “A implementação do S50 em um país continental ao ter que coordenar isso junto ao produtor, aos agentes de mercado e aos distribuidores é um caso de sucesso”, disse o então superintendente de Abastecimento da ANP, Dirceu Amorelli. Para o diretor de Regulamentação e Abastecimento do Sindicom, Luciano Liborio, o maior desafio do S50 foi conviver com vários tipos de diesel. “No polo de Duque de Caxias, no Rio de Janeiro, por exemplo, temos hoje quatro tipos de diesel e o biodiesel, um estresse para a infraestrutura, que deve terminar ao longo de 2014, quando teremos menos grades de diesel em oferta no mercado. Um desafio que irá se manter para o S10 será a logística, já que para a distribuidora o S50 é praticamente todo movimentado em rodovias, ou seja, demanda caminhão”, argumentou.

Os desafios continuam Segundo o gerente de Soluções Comerciais da Petrobras, Frederico Kremer, os números estão indicando que o S50 está com uma boa demanda, desde que foi disponibilizado pela estatal, em janeiro de 2009. “Hoje o share na Petrobras é em torno de 10%. Estamos vendendo cerca de 460 milhões de litros no último mês (setembro)”, pontuou. Para o diretor de Postos de Rodovia da Fecombustíveis, Ricardo Hashimoto, desde a chegada do

S50, o cenário ainda é nebuloso. “A grande lição com relação ao S50 é o ditado ‘Se você faz parte do problema, faça parte da solução’. Sentamos juntos aos outros agentes, colocamos os nossos problemas e preocupações, fomos parcialmente ouvidos e conseguimos fazer parte desse ‘caso de sucesso’”, afirmou Hashimoto. “Em 2013, com o S10, o que nos traz muita preocupação é a questão da qualidade. Por falta de qualidade, você fecha um posto de combustíveis hoje em dia, no Brasil, por forças de um marco regulatório que nós mesmos demandamos, para tentar coibir a concorrência predatória e desleal. Os desafios para o S10 envolverão qualidade, e, eventualmente, alguns gargalos logísticos. Quanto mais ele vai custar? Só o fato de eu não poder mais buscar o produto com o meu caminhão já me traz acréscimo de custo, vai mudar a minha composição, minha rentabilidade”, explanou Hashimoto. O coordenador de Assuntos Governamentais e Institucionais da Volvo do Brasil, Alexandre Parker, concorda com o sucesso da introdução do S50, mesmo diante dos contratempos. “Passados os temores, indecisões e perguntas como ‘quem nasceu primeiro, o caminhão ou o combustível?’, temos hoje a demanda aumentando, a frota está crescendo, mas, ao fechar de 2012, teremos menos de 20 mil veículos pesados (caminhões acima de 16 toneladas). A questão é que temos pouco, e já estamos começando a ficar satisfeitos com o que vemos. Ainda acreditamos que vamos conseguir preços mais estáveis”, disse Parker, acrescentando que, diferentemente do que ocorria no meio do ano, o cliente não reclama mais da falta do combustível, e sim, do preço. “Se tiver Euro 3 para comprar, ele compra, por conta do receio e da dimensão continental, mas vamos virar essa página”, concluiu. n Combustíveis & Conveniência • 27


44 MERCADO

Um bom ano? Com promessa de crescimento econômico da ordem de 4% e juros em baixa, a expectativa é de que o consumo se mantenha em alta durante 2013, o que traz boas perspectivas para a revenda varejista. Resta saber quando e quanto os preços dos combustíveis vão subir! Por Gabriela Serto

Imagens:Stock

Depois de uma expansão econômica prevista entre 1,5% 2% neste ano, um crescimento nacional no patamar de 4% para 2013 é considerado bastante satisfatório pelo governo. Para isso, a presidenta Dilma Rousseff e sua equipe têm tomado medidas que buscam ampliar a competitividade do país, com destaque para a redução de taxas de juros e a desoneração de custo de insumos básicos. De forma simplificada, dois pilares sustentaram o crescimento neste ano e devem continuar importantes nos próximos trimestres: o consumo das famílias e os investimentos em infraestrutura, principalmente visando à Copa do Mundo de 2014. “O impacto no varejo será evidentemente forte, na medida em que o consumo pessoal será um dos pilares de crescimento”, afirma José Eduardo de T. Abreu Filho,

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economista da Plena Consultoria de Investimentos. E os donos de postos de serviços devem sentir esse movimento, embora seja difícil mensurar o tamanho do impacto, já que ainda pairam dúvidas sobre um possível aumento nos preços dos combustíveis. Caso a crise internacional melhore e cresça a demanda, o custo do barril de petróleo poderá subir, acentuando a diferença entre os preços externo e interno dos combustíveis, o que pode demandar um aumento maior do que o previsto nos valores praticados no Brasil. “Como a prioridade é a inflação, acredito que os preços internos permanecerão defasados, o que em um mercado aquecido poderá implicar, inclusive, falta de produtos para a venda”, afirma o economista.

Cenário otimista De forma geral, as expectativas para o próximo ano são positivas. “Devemos registrar um crescimento nacional de 3,35% no próximo ano”, estima o economista do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (IBRE/ FGV), Maurício Canedo. Do ponto de vista macroeconômico, há uma esperança de crescimento maior do que em 2012, com taxas de juros mantidas nos patamares deste

ano e inflação menor do que a atual. Em relação ao dólar, o Banco Central deve manter a cotação no atual nível (R$2). Para os economistas do Serasa Experian, o bom momento vivido pelo mercado de trabalho, a manutenção de um patamar mínimo histórico para a taxa básica de juros (Selic), a redução dos níveis de estoques indesejados concomitante à melhora gradativa do grau de confiança dos empresários são elementos que deverão proporcionar taxas superiores de crescimento econômico ao longo do segundo semestre de 2012 e primeiro trimestre de 2013, comparativamente às observadas na primeira metade deste ano. Em recente artigo, Paulo Rabello de Castro, presidente do Conselho Superior de Economia da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (Fecomercio-SP), destacou que sobram fatores de incerteza e de frenagem no cenário do próximo ano e faltam elementos seguros de propulsão para a economia brasileira voltar a crescer com sólida base produtiva. “Nem o crédito ao consumo, nem os gastos correntes do governo, nem eventuais reduções adicionais de juros terão contribuição relevante para o crescimento em 2013. E todos esses fatores de propagação


de gastos estão próximos do limite. Daí a previsão de um crescimento apenas ‘morno’ do PIB brasileiro no ano que vem, na faixa de 3%. Isso, depois de um desempenho sofrível de 1,5% este ano”. De acordo com o executivo, a conjuntura para 2013 apresenta-se com um jeito de “requentada”. “No horizonte da economia brasileira, nos próximos meses, não devem surgir quaisquer novidades, seja de origem externa, seja interna. Se viessem a ocorrer com força no cenário futuro, a exportação e as inversões domésticas teriam um peso diferenciado”, complementa.

Veículos Apesar de fortes especulações, o benefício que o setor de veículos recebeu ao longo deste ano com a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), concedida em junho e prorrogada duas vezes pelo governo, não deverá se repetir no ano que vem, de acordo com as últimas declarações do Ministro da Fazenda, Guido Mantega. Com isso, 2013 trará novos desafios para o setor, que não necessariamente significam queda de vendas. A Associação Nacional de Veículos Automotores (Anfavea) aposta na manutenção do crescimento no setor nos patamares positivos de comercialização registrados em 2012. A expectativa das montadoras é encerrar o ano com expansão entre 4% a 5% nas vendas.

Vendas no varejo Apoiado na expansão do mercado de trabalho e da renda, o setor varejista tem apresentado resultados de vendas satisfatórios em 2012 e deve registrar taxa de crescimento igual ou ligeiramente superior a 2011, que foi de 6,7%, de acordo com o Índice Antecedente de Vendas (IAV-IDV), estudo realizado mensalmente com os associados do Instituto para Desenvolvimento do Varejo (IDV). Já para janeiro de 2013, a expectativa é de que haja um aumento de 7%, também em relação ao mesmo mês deste ano. É importante lembrar que o desempenho desta categoria tem o maior peso nos indicadores de varejo do IBGE, pois contribui entre 40% e 50% no índice da Pesquisa Mensal do Comércio. n

Projeções para 2013 4 Produto Interno Bruto (PIB): 4% 4 Inflação (IPCA): 5,4% 4 Juros (taxa Selic): 7,25% 4 Câmbio: R$ 2,01 Fonte: Boletim Focus (pesquisa do Banco Central junto às instituições financeiras). Combustíveis & Conveniência • 29


OPINIÃO 44 Roberto Fregonese 4 Vice-presidente da Fecombustíveis

Impostos às claras No caso do combustível, Foi aprovado pelo plenário do Senado, em que o consumidor e nós novembro, o Projeto de Lei 1.472/07, de iniciativa mesmos achamos caro, popular, com 1,56 milhão de assinaturas, que será que os governos obriga os comerciantes a colocarem nas notas estadual ou federal vão fiscais (cupons) os tributos incidentes sobre responder ao consuos produtos e serviços vendidos. O objetivo é detalhar para o consumidor a participação dos midor o porquê de se impostos na composição do preço das mercacobrar tanto imposto num litro de gasolina? Para nós, será muito bom, pois depois do dorias e serviços. O projeto tem regulamentação advento dos preços “livres”, só nós, revendedores, constitucional e agora deverá ir para veto ou que precisamos explicar para as autoridades e sanção presidencial. o consumidor os motivos pelos quais a gasolina Tudo começou por iniciativa popular e as e demais produtos são tão caros. assinaturas foram colhidas pela campanha O ministro Guido Mantega (Fazenda) nacional “De olho no impostos”, que reuniu previu dificuldades para implantar a lei. Em profissionais de todos os setores e foi conduzida entrevista, disse que não será possível incluir, pela Associação Comercial de São Paulo. por exemplo, tributos que são cobrados a posPara o deputado Guilherme Campos, relator do Projeto pela Comissão de Fiteriori, como o Imposto de Renda e a CSLL. Tudo nanças e Tributação da Câmara bem, senhor ministro, dos Deputados, se esta medida mas podemos informar entrar em vigor, ela mudará a O cidadão saberá que, em cada ICMS, ISS, PIS, Cofins relação do consumidor com o transação, por mais cotidiana que e Cide, o que já será imposto que se paga no país seja, paga impostos, seja na hora que um avanço. Em países e despertará na população da Europa e nos Estao sentimento de pagador de vai ao supermercado, ao posto de imposto. O cidadão saberá dos Unidos, é possível combustíveis, no momento de uma que, em cada transação, por saber parte do imposto refeição ou mesmo quando compra mais cotidiana que seja, paga pago pelo consumidor. impostos, seja na hora que vai uma garrafa de água. Ele irá saber o Eu adoraria poder coloao supermercado, ao posto de car que a gasolina custa que é produto e o que é imposto combustíveis, no momento R$ 1,2471 na refinade uma refeição ou mesmo ria, mas sou obrigado a quando compra uma garrafa vendê-la por mais que o de água. Ele irá saber o que dobro desse valor para é produto e o que é imposto. poder contemplar os impostos e as margens O Projeto de Lei estabelece que deverão ser agrupadas de distribuição e revenda. identificados nove tributos: Imposto de Renda, Apesar de declarar apoio à transparência, CSLL, IOF, IPI, Pis/Pasep, Cofins, Cide, ICMS alguns integrantes do governo reconhecem a e ISS. Temos aí tributos federais, estaduais e “inconveniência” de ter o gasto com impostos municipais. Segundo o Projeto, a nota ou cupom descritos ao final de uma compra. fiscal divulgará também o valor da contribuição Vamos aguardar e ver qual é a transpaprevidenciária dos empregados e empregadores, rência que poderemos ter com a sanção ou sempre que o pagamento de pessoal constituir veto de mais esta tentativa de obrigar os goitem de custo direto no serviço ou produto forvernos a dividirem a responsabilidade com os comerciantes e prestadores de serviço, para necido ao consumidor. quem sempre sobra dar explicações perante O importante é que a população saiba o quanto o consumidor. cada serviço ou produto tem de carga tributária. 30 • Combustíveis & Conveniência



44 NA PRÁTICA

Preparando-se para o Leão! É hora de se preparar para determinar como será seu ano fiscal e tomar cuidado para não incorrer em nenhum tipo de imprudência com a Receita Federal

A apresentação da Declaração de Informações Econômico-Fiscais da Pessoa Jurídica (DIPJ), em geral, ocorre em junho do ano seguinte ao da apuração do Imposto de Renda. Assim, todo início de ano, a empresa tem que avaliar se a forma de tributação adotada é a melhor, e isso se dá já no começo do novo ano fiscal. O setor de combustíveis é bastante visado e fiscalizado pelos órgãos em geral, o que exige uma boa administração do negócio. Trata-se de produtos que contemplam operações monofásicas e de substituição tributária, sendo necessário controle e organização para estar de acordo com as exigências do Fisco. Mas como saber qual a melhor opção para a sua empresa: lucro real ou lucro presumido? A regra geral permite a opção pela tributação com base no lucro presumido para as pessoas jurídicas, cuja receita bruta total, no ano-calendário anterior ao da opção, tenha sido igual ou inferior a R$ 48 milhões, ou a R$ 4 milhões multiplicado pelo número de meses em atividade do ano anterior. 32 • Combustíveis & Conveniência

No Lucro Presumido, como o próprio nome diz, o lucro da empresa a ser tributado pelo IRPJ e CSLL é presumido pelo Fisco em percentual fixado para cada atividade. No Lucro Real, será tributado o lucro que a empresa realmente apurar (receitas menos despesas dedutíveis). Assim, é necessário que cada empresa realize seus próprios cálculos, considerando o mix de produtos que compõem o faturamento e a formação dos custos diretos e indiretos. Verifica-se também a margem de lucro total obtido pelo posto, levantam-se as despesas dedutíveis (valores considerados para o Lucro Real) e realiza-se uma comparação com os percentuais tributáveis em ambos regimes para constatar o que compensa mais. ”No caso de postos de combustíveis, as alíquotas de presunção na atividade de revenda de combustíveis para IRPJ e CSLL são de 1,6% e 12%, respectivamente. Porém, é necessário observar se o posto possui outros produtos para revenda e serviços, como lavagem de veículos, que conterão outras alíquotas no regime de tributação”, afirma Andressa Moraes, analista fiscal

KevinMcG/Stock

Por Gabriela Serto

e contábil SAP Business One, do Grupo SKILL. A utilização da galonagem mensal vendida em litros como base para a tomada de decisão pode levar a um equívoco, pois nem sempre esse número pode ser utilizado como referencial. “Independentemente do valor médio de vendas por litro mensal, deve-se ter o resultado contábil também como um parâmetro. Por exemplo, temos que levar em consideração os custos e as despesas envolvidos nesta apuração para a real forma de tributação a ser adotada, pois cada ponto de venda tem as suas características. Além disso, poderemos ter uma galonagem mensal em litros vendidos, mas com uma margem de lucro menor. Sendo assim, o resultado do lucro pode ser bem diferente”, aponta o contador Luiz Rinaldo. É importante destacar também, conforme alerta Vanessa Miranda, gerente de Tributos Diretos da Thomson Reuters – FISCOSoft, que como a análise do melhor regime de tributação não se limita aos aspectos que envolvem o IRPJ, é fundamental


que a empresa avalie o PIS/Cofins que, no Lucro Presumido não há apropriação de créditos e no Lucro Real há, dentro do regime da não cumulatividade. O prazo para a escolha do regime a ser adotado inicia-se já em janeiro, pois, de acordo com a opção desejada, alguns tributos também são alterados para a sua apuração. Por exemplo, se for adotado o Lucro Real, as tributações do PIS e Cofins são alteradas, pois assim as alíquotas são 1,65% (PIS) e 7,6% (Cofins), podendo ser creditados na entrada de alguns produtos, enquanto que na tributação pelo Lucro Presumido as alíquotas são 0,65% (PIS) e 3% (Cofins). Sendo assim, a forma de tributação altera também alguns tributos que vencem já em fevereiro de 2013. n

Confira algumas dicas importantes dos consultores ouvidos pela Combustíveis & Conveniência: 4 É preciso estar atento à legislação e suas alterações, tendo sempre um responsável focado em aplicar as modificações em sua empresa, com planos de ações contendo prazo de implantação das mudanças necessárias para atender ao Fisco; 4 Muitas das alterações resultam em ajustes no ERP e em processos internos. Por isso, é importante planejar e antecipar o máximo possível as simulações de cenários com a alteração; 4 Uma alternativa bastante utilizada pelas empresas é a emissão de certidões negativas perante todos os órgãos de âmbito municipal, estadual e federal. Desta forma, é possível verificar se a empresa possui alguma pendência perante o Fisco com relação a impostos e declarações; 4 Vale destacar que a partir de março do ano que vem os empresários passarão a contar com mais uma mudança: o Sped Fiscal, que demandará um maior nível de organização dos revendedores.

Combustíveis & Conveniência • 33


Stock

44 REPORTAGEM DE CAPA

Só no ano que vem Novo marco regulatório do biodiesel, elevação do percentual de anidro e mudanças na indústria de cartões são apenas alguns dos temas que não viram solução em 2012 e vão estar no centro do debate em 2013. E, quiçá, com resultados que favoreçam a atividade de revenda Por Morgana Campos Tudo bem que o suposto final do mundo só está previsto para o dia 21 de dezembro, mas como não há qualquer evidência de que algum planeta vá se chocar contra a Terra nos próximos dias, nem de qualquer outro cataclismo à vista, é bem provável que todos nós estejamos aqui em janeiro, discutindo os desafios que estão pela frente. Aliás, para ser mais preciso, 2012 acaba mesmo é com uma sensação de ano que não terminou. Afinal, ao longo dos 12 meses muito se discutiu sobre diversos assuntos - como a entrada em vigor do S10, o novo marco regulatório do biodiesel, a elevação do percentual de 34 • Combustíveis & Conveniência

anidro na gasolina, os preços dos combustíveis etc. - sem que nada tenha sido definido de forma conclusiva. E tudo deve ficar mesmo para ser resolvido em 2013. “Nosso otimismo persiste. Temos um bom negócio, lucrativo e que deve seguir se beneficiando do crescimento de renda da população, aliado ao baixo índice de desemprego. A venda de combustíveis tem registrado expansão superior à observada pelo Produto Interno Bruto (PIB) e, embora a desaceleração da economia tenha impacto sobre o desempenho, a expectativa ainda é de vendas em alta para 2013, talvez a um ritmo menos acentuado”, explicou Paulo Miranda Soares, presidente da

Fecombustíveis. No acumulado do ano até outubro, último dado oficial disponível pela ANP, as vendas de gasolina cresceram quase 13%, enquanto as de diesel mostram expansão próxima 7%, ante igual período do ano passado (veja tabela). Se no front dos negócios as perspectivas ainda são animadoras, na parte operacional a recomendação é de cautela na condução dos negócios. “Precisamos ter uma série de cuidados com nossa atividade, cuidar da melhor forma possível dos nossos estabelecimentos. É necessário ficar atento às normas, coletar e guardar a amostra-testemunha, realizar os testes nos combustíveis, treinar a equipe, ser o mais


independente possível da sua companhia”, recomendou.

Enfim, o S10 Boa parte dessa preocupação se justifica pela chegada do S10, o diesel com ultrabaixo teor de enxofre (10 partes por milhão), que passa a ser oficialmente comercializado no Brasil no dia 1º de janeiro. “Trata-se de um produto bastante sensível à contaminação e que exige segregação de tanques, bombas, filtros, compartimentos do caminhão-tanque e até mesmo dos utensílios empregados na coleta de amostra-testemunha, como o saca-amostra e o frasco de armazenamento”, enfatiza Ricardo Hashimoto, diretor de Postos de Rodovia da Fecombustíveis.

Vendas de combustíveis (mil m3) Jan-Out/2011

Jan-Out/2012

Variação

Gasolina

28.868

32.593

12,9%

Diesel

43.434

46.376

6,8%

Etanol Gasolina + Diesel + Etanol

9.224

8.017

-13,1%

81.526

86.986

6,7%

Jan-Set/2011

Jan-Set/2012

Variação

GNV (mil m3/dia)

5.344

5.309

-0,7%

Fontes: ANP e Abegás

Parte dessa tarefa está cumprida, uma vez que a maioria dos revendedores de diesel já fizeram as adaptações necessárias no final do ano passado ou ao longo de 2012, quando passaram a comercializar o S50. A presença cada vez maior dos veículos com motor Euro 5, que só podem utilizar o novo combustível, também deve garantir o maior giro dos estoques, evitando assim as dificuldades registradas no início de 2012, quando o S50

encalhou nos postos e apresentou problemas de turbidez. Até o fechamento desta edição, no entanto, ainda não havia definição sobre qual seria o preço do S10 nas bombas (especula-se apenas que será mais caro que o S50), nem sobre uma possível tolerância adotada pela fiscalização quanto à elevação no teor de enxofre. E isso é algo que preocupa toda a cadeia de abastecimento, inclusive a própria ANP. Afinal, é esperada

Unica

Percentual de anidro na gasolina pode subir já no primeiro semestre

Combustíveis & Conveniência • 35


44 REPORTAGEM DE CAPA

Tem combustível? Quando o etanol vivia sua lua de mel com os consumidores, ninguém mais apostava no consumo de gasolina. O então presidente da Petrobras, Sérgio Gabrielli, chegou a afirmar que as revendas deixariam de ser conhecidas como “postos de gasolina” para serem chamadas de “postos de etanol”. A própria estatal decidiu não produzir gasolina nas suas unidades novas, já que cada vez era maior o excedente exportado desse derivado. Só que essa realidade pertence agora a um passado distante e ninguém ainda sabe quando haverá alguma mudança, embora todos acreditem que, 36 • Combustíveis & Conveniência

em algum momento, o etanol irá recuperar competitividade. Com demanda aquecida e produção insuficiente no país, tem sido uma tarefa árdua garantir o abastecimento nacional e não foram escassos os episódios de falta de combustíveis. “Nunca as distribuidoras investiram tanto em logística e capacidade de armazenamento. Mas, cada vez mais, nos deparamos com limitações da própria infraestrutura do país”, explica Alísio Vaz, presidente do Sindicom (leia mais sobre a questão do abastecimento na página 22). Não é difícil entender o problema. Para atender à demanda, a Petrobras tem recorrido às importações. Fala-se muito do impacto dessas compras externas para os cofres da estatal, já que ela adquire gasolina mais cara lá fora e não pode repassar os preços cheios para o mercado interno, o que acarretou, inclusive, o primeiro prejuízo trimestral da empresa nos últimos 13 anos. Porém, há ainda o impacto logístico, em meio a portos soAgência Petrobras

uma elevação do teor de enxofre entre a produção/importação e o bico da bomba, já que o S10 irá conviver com outros combustíveis de elevado teor de enxofre, como a gasolina e os demais tipos de diesel. E qualquer resto de S1800 no fundo do caminhão-tanque pode ser suficiente para tirar o S10 de especificação. Além disso, a depender do método de análise utilizado, a própria medição do enxofre pode sofrer oscilações de até quatro pontos, margem essa suficiente para garantir uma atuação aos postos ou mesmo a cassação de sua inscrição estadual em São Paulo. Por enquanto, além de redobrar os cuidados para evitar qualquer contaminação do S10, a saída para os revendedores será guardar a amostra-testemunha, única forma de provar que o combustível recebido chegou com determinado percentual de enxofre e de diesel, características que só podem ser avaliadas em laboratório.

brecarregados e distribuidoras precisando buscar o combustível em polos alternativos. Ou seja, utiliza-se menos dutos e mais caminhões. A má notícia é que não há perspectiva de melhoria no curto prazo. Afinal, gargalos logísticos não se resolvem da noite para o dia. Além disso, a previsão é de safra recorde de soja para o próximo ano, o que deve aumentar a pressão por transporte, estocagem e capacidade portuária, especialmente entre abril e maio. Para se ter uma ideia da gravidade do problema, e perceber que ele não se resume ao setor de combustíveis, o Japão chegou a cancelar uma compra de milho do Brasil, justamente por conta dos atrasos nos portos. E vale lembrar que ainda há pela frente a “Lei do Descanso”, que estabelece paradas obrigatórias para os caminhoneiros, o que deve incrementar ainda mais a demanda por motoristas (para implementar revezamentos), elevar o tempo de transporte e aumentar os custos dos fretes. Com produção no limite, Petrobras praticamente dobrou suas importações de gasolina para fazer frente à demanda


Vida longa ao etanol? A produção interna de S10 e uma recuperação do etanol podem trazer alívio para a Petrobras e reduzir a pressão logística. Só falta combinar com o consumidor, para que ele volte a abastecer com o hidratado. E embora o preço do produto mostre queda de quase 15% nas usinas até novembro, ante igual período do ano passado,

no penúltimo mês do ano a alta foi de 11%. Os usineiros reclamam que os custos de produção subiram, mas os preços finais da sua principal concorrente, a gasolina, não refletem isso. O reajuste da gasolina tem sido pleiteado pela própria Petrobras, que, desde a posse de sua nova presidenta, Maria das Graças Foster, conseguiu emplacar algu-

Para ficar de olho Em 2013, a expectativa é de discussões importantes em relação à legislação que afeta diretamente a revenda de combustíveis. A ANP está preparando uma revisão da Resolução nº 9/2007, com ajustes nos procedimentos de coleta e guarda da amostra-testemunha. A principal alteração, entretanto, deve ser o retorno da obrigatoriedade da amostra-testemunha, medida que tem o apoio da Fecombustíveis e dos Sindicatos do estado de São Paulo, onde a rígida legislação estadual cassa a inscrição estadual de postos flagrados com combustível fora da especificação da ANP, incluídos os itens que não podem ser analisados pelos postos. A Agência também está revisando as Portarias 116 e 29, que estabelecem, respectivamente, as regras para o funcionamento de postos e distribuidoras, o que pode render discussões acaloradas.

Biodiesel O governo deve publicar em 2013 o novo marco regulatório do biodiesel, mas nada indica que haverá elevação de percentual na mistura no curto prazo. Embora os produtores pressionem por teor de 7% no próximo ano, ante os atuais 5% que vigoram desde 2010, parte do mercado acredita que essa elevação vai ocorrer sim, mas somente em 2014. Entre os empecilhos ao aumento está a falta de um aval formal por parte da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) para o uso de percentuais superiores a 5% nos motores. Além disso, o alto preço do biodiesel, quase o dobro do diesel mineral, pesa contra qualquer perspectiva de elevação, em meio aos esforços do governo

mas majorações nas refinarias: 7,83% na gasolina e 3,94% no diesel, em junho; e outros 6% para o diesel, em julho. Na ocasião, o governo zerou a Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide) sobre os dois combustíveis para evitar que o aumento chegasse às bombas. Para analistas, sem contar mais com o recurso tributário para

para manter a inflação sob controle e, ao mesmo tempo, encontrar alguma brecha para autorizar o reajuste demandado pela Petrobras. Sem falar que 2013 traz a chegada do S10 que, por si só, já deve trazer profundas alterações no mercado e maiores custos, pois o combustível é mais caro e exige uma logística mais complicada, com necessidade de caminhões segregados. A proposta desenhada pela Comissão Executiva Interministerial do Biodiesel (CEIB) prevê que o percentual de mistura obrigatória no Brasil oscile entre 5% e 10% até 2020, podendo ser ampliado ou reduzido dentro dessa banda, a critério do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), em modelo semelhante ao aplicado à mistura de etanol anidro na gasolina. A medida dá flexibilidade ao governo para diminuir o percentual em caso de alta dos preços, algo fundamental quando se pensa que a maior parte do biodiesel brasileiro é produzido a partir da soja, ou seja, é bastante suscetível às instabilidades de safras e do mercado internacional de commodities.

Cartões Após a redução da taxa básica de juros no país, a próxima frente de batalha do governo promete ser contra a indústria de cartões de crédito e débito no país. A expectativa era de que até o final do ano fosse aprovado um Projeto de Lei que daria amplos poderes ao Banco Central para regular esse meio de pagamento, uma vez que a avaliação é de que a autorregulamentação não trouxe os resultados esperados e boa parte da redução nas tarifas, ocorrida num primeiro momento, já se reverteu. A briga promete ser boa em 2013. Combustíveis & Conveniência • 37


44 REPORTAGEM DE CAPA

Salve Manguinhos?

amortecer as altas, o governo só deve permitir outro reajuste no início do próximo ano, evitando, assim, comprometer a meta de inflação de 2012, já no limite. Dificilmente, no entanto, será num percentual tal que permita uma rápida recuperação da competitividade do hidratado frente à gasolina. Assim, as esperanças dos usineiros e da Petrobras recaem sobre uma possível elevação do percentual de anidro na gasolina, que se encontra em 20% desde outubro do ano passado. Por enquanto, não há nada definido, embora tudo leve a crer que a alta possa ser implementada no primeiro semestre. “Existe o interesse do setor e algumas sinalizações nesse sentido, mas o governo ainda não se decidiu sobre essa questão. Há uma preocupação sobre a capacidade de a produção atender a essa demanda crescente, sem que haja uma disparada nos preços”, explica o novo superintendente de Abastecimento da ANP, Aurélio Amaral. Ele reconheceu, também, que existe apreensão quanto ao abastecimento nacional. “Há um problema sério, que estamos avaliando. Embora não exista uma crise ainda, precisamos acompanhar de perto essa questão”, completou.

Ainda no setor de combustíveis, o mercado acompanha com lupa os próximos passos de Manguinhos, após o governo do Estado do Rio de Janeiro publicar decreto de desapropriação do terreno da refinaria, em outubro, para construção de habitações populares, praças e parques. Segundo o governo do Estado do Rio, “a Refinaria de Manguinhos já há muito tempo não funciona de fato como refinaria, mas sim como uma grande distribuidora de combustíveis, tanto derivados de petróleo, quanto etanol. (...) Além disso, a empresa compete no mercado de distribuição de combustíveis com enorme vantagem em relação aos demais distribuidores, tendo em vista que se utiliza de um grande número de liminares obtidas na Justiça para não pagar os seus impostos, em especial o ICMS. O Estado já moveu contra a Refinaria ações judiciais de cobrança de impostos no valor de R$ 406 milhões. Já foram contra ela aplicados pelo Estado autos de infração no valor de R$ 130 milhões”. No início de novembro, a companhia impetrou mandado de segurança contra a desapropriação do imóvel onde está a sede da empresa, mas que ainda não havia sido julgado até o fechamento desta edição.

Impulso dos apagões

Chegada do S10 vai demandar cuidados operacionais extras, como transporte segregado

Rogério Capela

38 • Combustíveis & Conveniência

Os transportadores-revendedores-retalhistas (TRR) também desfrutaram de um bom ano. A expectativa é de crescimento de 10%, refletindo o forte dinamismo dos setores de construção, agricultura e geração. “Hoje, todo prédio novo conta com um gerador. E cada vez que há um apagão, mais condomínios e empresas aderem a esses equipamentos e essa é uma demanda atendida pelos TRRs”, explica Álvaro de Faria, presidente do SindTRR. Assim como os postos, os TRRs também enfrentaram a baixa demanda pelo diesel S50, situação que se inverteu no segundo semestre. “Hoje até falta S50 e temos dificuldade de atender aos consumidores. Quem comprou caminhão novo, prefere pagar um pouco a mais e abastecer toda a sua frota com o novo diesel, ao invés de montar dois sistemas de abastecimento”, ressalta Álvaro. Além da insuficiência de S50, os TRRs têm enfrentado também problemas com o fornecimento de diesel marítimo. Há relatos de falta do produto na Baixada Santista e fornecimento das distribuidoras por regime de cotas no Rio de Janeiro. “A Petrobras quer vender outro produto, o diesel fornecido às plataformas, que é de 50 a 60 centavos mais caro que o atual diesel marítimo. Como denunciamos à ANP, foi estabelecido o sistema de cotas para as distribuidoras. Já houve casos de consumidores que utilizaram S1800 em situações de emergência, o que coloca em risco a segurança da embarcação”, advertiu o presidente do SindTRR. n


OPINIÃO 44 Felipe Deborah Klein dosGoidanich Anjos 4 4 Advogada Consultor da Jurídico Fecombustíveis da Fecombustíveis

Medida reparadora de conduta não significa que a infração não seja punível tempestivo da Declaração Desde 16 de outubro de 2012, está em vigênassinada pelo representante cia a Resolução ANP n° 32/2012, que estabelece legal de que a conduta os casos em que os agentes econômicos poderão foi reparada ou a evenadotar medidas reparadoras, de forma a ajustar sua conduta ao disposto na legislação, evitando tual constatação de sua a aplicação das penalidades previstas na Lei nº inverdade será interpre9.847/99 e no Decreto nº 2.953/99 (art. 1º). tado como não sanada a A citada norma revogou a Resolução ANP n° irregularidade que motivou a medida reparadora de 23/2011, e acrescentou novas hipóteses em que conduta, sujeitando o revendedor de combustíveis os postos revendedores poderão adotar a Medida às sanções legais pertinentes (artigo 7º). Reparadora de Conduta (MRC). Esta consiste na Vale lembrar que o artigo 5º dispõe que a MRC ação em que o agente econômico repara o não não será aplicada novamente ao mesmo estabeleciatendimento a dispositivo da legislação aplicável, mento/instalação do agente econômico pelo período em prazo pré-estabelecido, e passa a cumpri-lo em de 3 (três) anos, mesmo que o novo inadimplemento sua integralidade, evitando a aplicação de penaliflagrado seja distinto daquele que originou a adoção da medida reparadora de dades (artigo 2°, inciso I). conduta anterior. A norma é fruto de É conveniente que o revendedor Entre as novidades esum intenso trabalho da compreenda que as condutas passíveis Fecombustíveis junto à tabelecidas pela Resolução de MRC são infrações e devem ser ANP, com o pressuposto no 32/2012, está a possibilievitadas, não sendo demais lembrar de melhorar a resolução dade de adoção da medida que a ANP vem aplicando penas de revogada e considerando a reparadora de conduta para as suspensão temporária, cancelamento conveniência de padronizar e infrações descritas no §4º do de registro e revogação de autorização art. 3º e artigo 4º, da Resolução dotar de maior razoabilidade em razão de reincidência o processo de penalização ANP nº 09/2007, respectivade irregularidades de menor mente, a apresentação dos gravidade. Estabelecendo Formulários de Registro da a possibilidade de que, previamente à aplicação Análise da Qualidade e Boletins de Conformidade das penalidades previstas na legislação pertinente, referentes às notas fiscais de compra de combustíseja possibilitada ao agente econômico a reparação veis dos últimos seis meses. A não apresentação ao de conduta irregular de pequena gravidade. fiscal da ANP dos formulários denominados RAQs A Resolução define as situações em que a é uma das infrações mais cometidas pelos postos MRC poderá ser adotada no prazo de 5 (cinco) revendedores de combustíveis, que agora terão prazo dias úteis contados a partir da data da ação de para apresentação. Assim, se o posto nunca fez os fiscalização (art. 3°). E, ainda, os casos em que a testes nos combustíveis no ato do recebimento do MRC deverá ser adotada no transcurso da ação produto e reportou os resultados do Registro da de fiscalização, que é o período compreendido Análise da Qualidade nos formulários próprios, poentre a identificação do agente de fiscalização ao derá o revendedor copiar os dados fornecidos pela representante do agente econômico, informando distribuidora nos boletins de conformidade e sanar o início da ação de fiscalização, e a entrega de via a infração, sem a incidência de multa pecuniária. do Documento de Fiscalização assinada pelo fiscal Por derradeiro, é conveniente que o revenda ANP (art. 2° inc. II e art. 4º). dedor compreenda que as condutas passíveis É importante ressaltar que, mesmo que para de MRC são infrações e devem ser evitadas, não determinadas condutas descritas nos artigos 3º e 4º sendo demais lembrar que a ANP vem aplicando seja possível a adoção da MRC, ainda assim, tratampenas de suspensão temporária, cancelamento de registro e revogação de autorização em razão -se de infrações às normas em vigor, puníveis de de reincidência. acordo com a legislação. Note-se que o não envio Combustíveis & Conveniência • 39


Stock

44 MEIO AMBIENTE

Seu cliente precisa saber Pesquisas mostram que os consumidores atuais estão mais propensos a comprar produtos ou serviços de empresas sustentáveis e ambientalmente responsáveis. Os postos de combustíveis, em sua grande maioria, já possuem estas características. Os consumidores, porém, não percebem isso, pois falta comunicação adequada com o cliente Por Rosemeire Guidoni O segmento de revenda de combustíveis foi um dos primeiros, no país, a se adequar à legislação ambiental. A edição da Resolução 273 do Conama, em novembro de 2000, foi um marco no segmento. A partir desta data, todos os empreendimentos que possuem tanques subterrâneos de combustíveis passaram a ser obrigados, por lei, a adotar sistemas de proteção e procedimentos considerados ambientalmente seguros e capazes de minimizar os impactos ao solo, à água subterrânea e ao próprio entorno. O setor também foi pioneiro na detecção e gerenciamento de áreas contaminadas – tanto é que, nas localidades onde existe este controle por parte do órgão ambiental, como em São Paulo, o maior número de áreas contaminadas aparece 40 • Combustíveis & Conveniência

relacionado aos locais onde há postos de combustíveis. Somente agora outros segmentos, como as indústrias, começam a gerenciar estas áreas. Não bastasse estarem à frente na preservação e no gerenciamento de áreas contaminadas, os postos de combustíveis de todo o país também já adotam soluções sustentáveis para seus resíduos, seja em parceria com os produtores, ou por meio de contratos com empresas especializadas em reciclagem e destinação adequada de resíduos. Embalagens de lubrificantes, por exemplo, dão origem a outras matérias-primas. O óleo lubrificante usado é vendido para empresas de rerrefino, que fazem o reprocessamento do produto, transformando o óleo usado em óleo básico novamente. Os efluentes são descontaminados antes do descarte, e todos os resíduos são destinados de forma correta.

Além de tudo isso, práticas como coleta e reuso de água, construções que priorizam materiais sustentáveis, instalação de lâmpadas que permitem maior economia de energia, entre outras, já estão presentes em boa parte dos empreendimentos do setor. Então, por que, apesar de tudo isso, os consumidores ainda não enxergam os postos de combustíveis como empresas ambientalmente sustentáveis? “A razão é justamente a falta de comunicação adequada com o consumidor. Os equipamentos de proteção são subterrâneos, o cliente do posto não os vê. Por isso é necessário que o empreendimento crie formas de divulgar suas iniciativas e faça com que os consumidores percebam que o posto tem responsabilidade ambiental”, disse Daniel Sanches, diretor da Qualylife, consultoria especializada em treinamento e responsável pelo programa


Preocupação com o meio ambiente A Qualylife realizou uma pesquisa informal junto a alguns de seus clientes, por meio de uma rede social, e constatou que 63% das pessoas se preocupam com a questão ambiental, embora a qualidade do combustível seja o fator primordial para escolha do posto de serviços; 16% dos entrevistados se preocupam principalmente com preço; 11% não se preocupam com a preservação ambiental; e 10% afirmaram que o meio ambiente é a principal preocupação na hora de escolher onde abastecer. Estes resultados, na avaliação de Sanches, de certa forma se assemelham aos apontados pela pesquisa “Consumidor Brasileiro e a Sustentabilidade: Atitudes e Comportamentos frente ao Consumo Consciente”, realizada pelos Institutos Akatu e Ethos em

2010. Neste levantamento, os consumidores foram convidados a explicar o conceito de sustentabilidade. O resultado mostrou que 56% nunca tinham escutado o termo; 19% já tinham ouvido falar, mas definiram de forma errada; 16% definiram corretamente; e 9% já tinham ouvido, mas não sabiam definir. Ou seja, embora a maioria tenha uma ideia do que é sustentabilidade e manifeste preocupação com a preservação ambiental, apenas uma pequena parcela sabe exatamente o que é sustentabilidade. Porém, o levantamento também apontou que a maior parte dos consumidores que conhece o termo sustentabilidade pertence às classes A/B de consumo. “E, embora existam exceções, estes são os principais clientes dos postos de combustíveis”, destacou Sanches. A pesquisa dos institutos Akatu e Ethos também mostrou a baixa credibilidade do consumidor. Questionados sobre a confiança que tinham nas informações que as empresas declaram manter em prol da preservação ambiental, 44% dos consumidores afirmaram não acreditar; 32% acreditam nas informações, dependendo da empresa que as divulga; 13% acreditam; e 8% acreditam dependendo de onde vêm/ leem a notícia. “Isso mostra que o consumidor nem sempre confia naquilo que a empresa informa. Não basta ter uma faixa, por exemplo, dizendo que o posto é ecológico; vale mais adotar ações e posturas ambientalmente responsáveis, para que o consumidor perceba a preocupação da empresa com o meio ambiente”, destacou o

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Capacidade Máxima da BR, que em agosto promoveu em São Paulo uma palestra sobre qualidade e sustentabilidade. “A sustentabilidade, longe de ser um modismo, é uma obrigação atual, uma necessidade”, alertou. Segundo Sanches, por conta da imagem de estabelecimento potencialmente poluidor, sempre vai haver pressão para aumentar o rigor e a fiscalização ambiental em postos de combustíveis. “Embora a atividade com combustíveis seja classificada como perigosa, todos os riscos são controláveis, e as pessoas não têm conhecimento disso. Os postos precisam mudar sua imagem. Hoje a grande maioria já adota todos os cuidados e precauções para não ocorrer nenhum tipo de contaminação, mas a comunidade ao redor ainda não percebe isso”, destacou.

consultor. Alguns exemplos de ações que facilitam esta comunicação s ã o a adoção de equipamentos para redução do consumo de água, instalação de lixeiras para coleta seletiva, além de instituir meios que permitam mostrar que os resíduos são encaminhados para reciclagem, entre outros. “O consumidor confia mais naquilo que é visível. O posto pode ter toda a proteção para evitar contaminações no solo, mas isso fica subterrâneo, o cliente não consegue avaliar”, disse. Além disso, Sanches observou que os consumidores atuais esperam que as empresas superem o que está na legislação ambiental. “Se a expectativa é que a empresa vá além da lei, como fica a imagem daqueles que não cumprem nem ao menos o básico?”, questionou.

Pilares da sustentabilidade Há vários meios de mostrar aos consumidores que a sua empresa é sustentável – afinal, sustentabilidade não prevê somente a preservação ambiental, mas também a valorização das pessoas que trabalham e circulam no local e a preservação do entorno. Assim, ações Combustíveis & Conveniência • 41


que demonstrem o respeito às pessoas e à comunidade, apoio a programas sociais locais, incentivo aos funcionários, entre outros aspectos, demonstram a preocupação do empreendimento com a sustentabilidade. “Hoje, os consumidores valorizam empresas éticas e que respeitam o capital humano. Então, de nada adianta ter todos os equipamentos que protegem o meio ambiente, adotar ações para garantir o descarte adequado de resíduos, e não tratar bem seus próprios funcionários. O consumidor respeita empresas que valorizem os seus profissionais”, destacou Sanches. E, segundo ele, a valorização dos colaboradores é essencial. “Por exemplo, o posto pode promover algum tipo de ação social, como arrecadar agasalhos para a comunidade carente. Mas, aos olhos dos consumidores, esta iniciativa não é mais importante do que a valorização e o respeito à equipe”, explicou. Entre as atitudes valorizadas pelos consumidores, estão a manutenção de programas de contratação, capacitação e promoção de mulheres, negros e pessoas com deficiência, adoção de metas para reduzir a desigualdade, não utilização de trabalho infantil (além de exigir em contrato a mesma postura de todos os seus parceiros e fornecedores), remuneração que garanta aos funcionários um nível de vida adequado, entre outros. Além disso, as pesquisas indicam que os consumidores valorizam empresas que mantenham programas para racionalização e otimização do uso de energia, adotem medidas em relação a seus produtos ou serviços que visem minimizar os riscos à 42 • Combustíveis & Conveniência

Paulo Pereira

44 MEIO AMBIENTE

Adoção de equipamentos para redução do consumo de água mostra compromisso do estabelecimento com o meio ambiente

saúde e segurança dos clientes, e promovam programas de educação do consumidor quanto aos impactos ambientais e sociais relativos aos seus hábitos de consumo. “As decisões de compra podem ser influenciadas pela maneira como a empresa se relaciona com seus funcionários e com o meio ambiente para mais de 60% dos consumidores”, afirmou Sanches. “Ser sustentável pode, sem dúvida, contribuir para o aumento das vendas. E esta é uma tendência que deve aumentar nos próximos anos”, finalizou.

Não basta ter uma faixa dizendo que o posto é ecológico, vale mais adotar ações e posturas ambientalmente responsáveis para que o consumidor perceba a preocupação da empresa com o meio ambiente


Iniciativas sustentáveis Água: 3 Captação de água da chuva; 3 Aquecimento solar da água de lavagem (com água quente o uso de detergentes e outros agentes químicos é reduzido); 3 Reciclagem da água de lavagem; 3 Máquinas de lavagem mais eficientes; 3 Uso de torneiras com fechamento automático. Energia Elétrica: 3 Utilização de luz natural e zenitais; 3 Captação de energia solar; 3 Substituição de lâmpadas comuns por LED ou eletrônicas; 3 Uso de sensores de presença para as áreas de passagem e uso eventual; 3 Telhados brancos; 3 Atenção à questão do consumo de energia na compra de equipamentos novos.

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Ações de Eficiência Ecológica: Construções e reformas; Uso de tintas à base de água; Uso de madeira certificada; Uso de materiais reciclados ou recicláveis; Destino adequado aos resíduos de obras.

Questões Legais: 3 Plena adequação à legislação vigente em âmbito municipal, estadual e federal. Gerenciamento de Resíduos: 3 Coleta seletiva; 3 Destino adequado dos resíduos sólidos (empresas credenciadas); 3 Implementação de programas internos de redução de resíduos; 3 Captação de vapores. n

Fonte: Qualylife


44 CONVENIÊNCIA

Segurança alimentar é coisa séria

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Não basta ter um cardápio criativo, local para consumo adequado e bons atendentes. Quem trabalha com alimentação precisa saber que a qualidade dos produtos é essencial

Por Rosemeire Guidoni Não é de hoje que os consultores especializados em conveniência afirmam que o food service é uma tendência para o segmento. A oferta de itens de alimentação é a atividade da loja que proporciona maior margem, e também a que mais fideliza os clientes. Porém, trabalhar com alimentos não é algo tão simples: a segurança alimentar é 44 • Combustíveis & Conveniência

essencial. Além de uma eventual contaminação colocar em risco a saúde dos seus clientes, um problema desta natureza gera uma imagem negativa ao estabelecimento e, inclusive, pode levar à interdição das atividades. Assim, todo o cuidado é pouco. Além de seguir as regras de construção e estocagem previstas na Resolução RDC 216 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), é necessário

muito cuidado em relação à manipulação e conservação de alimentos. E, vale ressaltar, o conceito de manipulação de alimentos é amplo: não se trata apenas de cozinhar o alimento. O simples ato de retirar da embalagem e colocar em um micro-ondas para aquecer já é entendido como manipulação e, portanto, o estabelecimento que faz isso está sujeito a todas as regras estabelecidas pela Anvisa.


Manual de Boas Práticas, que padronize e estabeleça critérios de segurança para todos os procedimentos. No caso das franquias, o franqueador é responsável por elaborar e orientar os franqueados e seus funcionários quanto às boas práticas.

Cuidado com a conservação Embora a regra seja contar com a supervisão de uma nutricionista ou outro profissional de nível superior com responsabilidade técnica, nunca é

demais ficar atento a alguns cuidados. É necessário, todos os dias, conferir a higiene dos equipamentos e utensílios, bem como verificar as temperaturas corretas de cada equipamento. Com isso, é possível reduzir as perdas e também evitar a ocorrência de eventuais contaminações. Confira as principais regras de conservação de alimentos, sejam eles preparados na loja, refrigerados, congelados ou mesmo itens fracionados.

Salgados e outros itens expostos em estufa devem ficar em temperatura mínima de 60°C por, no máximo, seis horas Cláudio Ferreira/ Somafoto

“A montagem de sanduíches é preparo de alimentos e todas as outras atividades também (fritar, descongelar, aquecer, preparar sucos e até mesmo a distribuição de alimentos prontos)”, destacou a bióloga Adriana Lara, da Seatech Segurança Alimentar, empresa de consultoria e treinamento. Por este motivo, é essencial que todos os estabelecimentos que trabalham com alimentos prontos para consumo contem com a supervisão de um nutricionista. “Dependendo do tamanho do empreendimento e do perfil, este nutricionista pode trabalhar sob a forma de consultoria. Porém, a Vigilância Sanitária cobra a presença de um nutricionista por seis horas semanais em cada estabelecimento”, alertou a nutricionista Elizabete Moreira Martins, da consultoria Nesnutri. Este profissional, além de supervisionar os itens do cardápio, deve se responsabilizar por toda a documentação relativa à Anvisa, além de verificar a higiene e temperatura de equipamentos, orientar os funcionários sobre formas corretas de armazenamento e conservação, controlar a validade dos alimentos e até mesmo verificar os exames médicos dos funcionários (obrigatórios a cada seis meses). Entretanto, vale ressaltar, estabelecimentos que servem mais de 300 refeições por dia (que pode ser o caso de restaurantes localizados em postos de combustíveis, por exemplo) precisam ter um profissional contratado exclusivamente para esta finalidade. “Nestes casos, é necessária a presença de um responsável técnico de nível superior”, explicou Adriana. Além da supervisão técnica, a bióloga acrescenta que todas as empresas precisam ter um

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44 CONVENIÊNCIA

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w Utensílios (talheres, copos, pratos, travessas e demais itens utilizados nas lojas): devem ser higienizados a cada uso, em pia utilizada somente para esta finalidade. A lavagem de mãos deve ser feita em outra pia. O balcão de preparo de alimentos também precisa ser higienizado a cada uso; w Armazenamento em geladeiras: é necessário ter no mínimo duas geladeiras, uma para alimentos já manipulados (preparados na loja) e itens frescos, bem como embalagens abertas; e outra para bebidas, latas, embalagens originais do fabricante. A temperatura deve ser de até 5º C; w Itens fracionados: ao abrir uma embalagem e utilizar o alimento apenas parcialmente, é obrigatório armazenar corretamente em embalagem plástica e rotular o produto, incluindo o

prazo de validade. Atenção para esta validade, pois, depois de aberta a embalagem original, o prazo para consumo é reduzido. Por isso, aqui vale a regra do “primeiro que entra, primeiro que sai”; w Armazenamento em freezer: os congelados devem ficar a -18º C. Uma vez descongelados, precisam ser consumidos. Verifique na embalagem original o prazo máximo para consumo após descongelamento; w Estufa quente: salgados e outros itens expostos em estufa devem ficar em temperatura mínima de 60° C por, no máximo, seis horas; w Estufa fria: os produtos devem ficar na temperatura de até 10° C por, no máximo, quatro horas; Itens industrializados sensíveis ao calor: em locais onde a temperatura é alta, produtos como chocolates podem sofrer alterações de Talheres, copos, pratos, suas características travessas e demais itens utilizados nas lojas devem por conta do calor. Por ser higienizados a cada isso, é importante conuso, em pia utilizada trolar a temperatura somente para esta ambiente do local, seja finalidade com ar condicionado ou outras soluções (cortina de vapor na entrada da loja, preferência por lâmpadas fluorescentes, limpeza e manutenção correta do aparelho e filtros, instalação dos motores dos equipamentos do lado de fora da loja, uso de piso frio, entre outros). Em caso de eventual queda de energia, não é recomendável colocar o produto em geladeira, pois ele

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pode perder as características originais, tornando-se esbranquiçado. Uma situação de falta de energia prolongada seria um problema não apenas para o ar condicionado, mas também para todos os equipamentos de refrigeração e congelamento da loja e, por isso, é essencial que os empreendimentos contem com alternativas, como geradores para estas situações; w Armazenamento no estoque: é necessário guardar os produtos de acordo com a sua data de validade, para que os com prazo menor sejam comercializados primeiro. Além disso, é essencial que o ambiente esteja limpo, que os produtos sejam acondicionados em prateleiras e que não exista umidade no local. Atenção especial para itens que podem sofrer danos por conta de armazenamento incorreto, como pães, bolos e biscoitos. Produtos que necessitam de refrigeração ou congelamento devem ser armazenados imediatamente após o recebimento. Ao receber os produtos, verifique as condições de armazenamento do transporte, bem como as datas de validade. Qualquer item em condição irregular deve ser devolvido ao fornecedor; w Alimentos preparados na loja: caso o local ofereça refeições, vale lembrar que alimentos quentes devem ser mantidos a temperaturas superiores a 60º C, e alimentos frios, como saladas, a – 20º C; w Presença de lixeiras: o recomendado é que fiquem do lado de fora da loja. Caso existam lixeiras instaladas na área interna, a limpeza deve ser efetuada no mínimo duas vezes ao dia, ou mais frequentemente em horários de maior utilização. n


OPINIÃO 44 Marcia Losso 4 Supervisora do Centro de Referência Senai Alimentos e Bebidas

Fique atento às regras necessário, o que poderá O termo conservação de alimentos significa o favorecer o desenvolviconjunto dos métodos que evitam a sua deterioração durante um período mais ou menos longo, mento de microrganismos. que é conhecido como “tempo de prateleira”. Outro método de conOs processos de conservação têm por objetivo servação de alimentos é fornecer alimentos seguros ao consumidor e o calor, cuja utilização baseiam-se na destruição total ou parcial dos já é praticada pelo ser humano há milênios, e microrganismos indesejáveis. consiste em tratá-los a uma temperatura elevaÉ importante que quem trabalhe com alida para eliminar ou reduzir os microrganismos. Depois de cozidos, se não forem consumidos mentos - caso de muitas lojas de conveniência, de imediato, os alimentos devem ser mantidos a restaurantes e lanchonetes instalados em postos uma temperatura elevada, superior a 60ºC, por de combustíveis - tenha cuidado e fique atento no máximo seis horas. às regras de conservação. A utilização de baixas Os alimentos prontos não podem ficar em temperaturas para a conservação de alimentos é temperatura ambiente por mais de duas horas; uma técnica muito antiga e tem se consolidado caso seja necessário guardar alimentos prontos cada vez mais no mundo moderno. A conservação na geladeira ou no congedos alimentos submetidos a baixas temperaturas, que lador, deve-se separá-los Os alimentos prontos não podem pode ser por refrigeração em pequenas porções e ou congelamento, se dá utilizar vasilhames com ficar em temperatura ambiente por pelo retardo ou inibição da mais de duas horas; caso seja neces- tampa, colocando-os desmultiplicação microbiana, tampados com os alimentos sário guardá-los na geladeira ou no reduzindo a velocidade ainda mornos na geladeira congelador, deve-se separá-los em de alteração química e (para que todo o conteúdo pequenas porções e utilizar vasilhabioquímica dos alimendo vasilhame possa ser mes com tampa, colocando-os desresfriado); após uma hora tos. Assim, quanto mais tampados com os alimentos ainda na geladeira, tampe. baixa a temperatura de mornos na geladeira; após uma hora O prazo máximo de armazenamento do alina geladeira, tampe consumo do alimento premento, menores serão as alterações e maior o prazo parado e conservado sob de conservação. refrigeração a 4ºC, ou inA refrigeração pode ser usada como meio de ferior, deve ser de cinco dias. Quando utilizadas conservação de produtos in natura até que sejam temperaturas superiores a 4ºC e inferiores a 5ºC, o consumidos ou processados. Porém, nem todos prazo máximo de consumo deve ser reduzido, de os alimentos reagem positivamente à refrigeraforma a garantir as condições higiênico-sanitárias do alimento pronto. ção. Por exemplo, a banana e a manga podem Os equipamentos utilizados na exposição de apresentar manchas escuras na casca e na polpa alimentos, como estufas ou expositores, devem se armazenadas em lugar refrigerado. Assim, é ser devidamente dimensionados, e estar em de grande importância a correta utilização da adequado estado de higiene, conservação e funtemperatura de refrigeração adequada a cada produto. Ao guardar os alimentos na geladeira, cionamento. A temperatura deve ser monitorada devemos sempre deixar espaço para circulação e deve haver barreiras de proteção que previnam do ar frio, para que haja uma distribuição rápida a contaminação dos alimentos em decorrência e uniforme do frio. Caso isso não ocorra, a reda proximidade ou da ação do consumidor e de outras fontes de contaminação. dução de temperatura será mais lenta do que o

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44 REVENDA AGENDA EM AÇÃO

Novos patamares Sindilub realiza evento em Campinas e discute a evolução do setor de lubrificantes no Brasil Por Natália Fernandes

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Participantes do painel “O Mercado de Lubrificantes”

Fotos: Sindilub

O aquecido mercado de lubrificantes foi o combustível para a realização do 2º Encontro Nacional dos Revendedores Atacadistas de Lubrificantes (EALUB) e da 1a edição da ExpoLubrificantes, feira que reuniu os principais players do setor no país. O evento em Campinas, no interior paulista, reuniu empresários, executivos e demais agentes para a troca e apresentação de experiências sobre um nicho que ainda sofre com a ilegalidade e a falta de uma fiscalização adequada por parte das autoridades. Temas como a regulamentação do setor, a política nacional de resíduos sólidos e a logística reversa tiveram destaque na pauta de debates, assim como a fiscalização e o abastecimento. Para o presidente do Sindilub, Laércio dos Santos Kalauskas, há o que comemorar, mas ainda resta muito trabalho pela frente. “O Sindilub completou 20 anos e luta pela pacificação da substituição tributária. Representamos mais de 45% da comercialização de lubrificantes, e, como empresários, queremos um país mais justo. Quem se esqueceu da indústria de liminares, eliminando inúmeras empresas do setor? Poucos empresários resistiram para testemunhar este evento”, disse. Ele relembrou, ainda, do esforço da categoria por melhores condições de trabalho. “Nossa luta é pela pacificação relativa às questões de substituição tributária

e na redução da margem de lucro presumida, de 50% para 30%”, detalhou Kalauskas. O presidente do Recap, Flávio Martini de Souza Campos, destacou a questão ambiental como um alicerce para o bom desempenho do revendedor de lubrificantes. “Há aproximadamente cinco anos fazemos política de logística reversa”, enfatizou. O presidente do Sindicom, Alísio Vaz, também mencionou a logística reversa como um gancho importante para alavancar o setor. “Dos produtos oferecidos pelo Sindicom, 80% vêm dos associados do Sindilub. Estruturamos uma diretoria de lubrificantes, há pouco mais de dois anos, e esperamos contar com vocês em relação à logística reversa”, disse.

Mudanças Ao mencionar a importância do evento, o presidente da Fecom-

bustíveis, Paulo Miranda Soares, destacou o papel da revenda na luta por um mercado menos hostil. “Nossa maior reclamação é quanto à velocidade com que as coisas são implantadas. Nós sabemos da dificuldade da ANP, mas gostaríamos que o processo fosse mais ágil, porque todas as vezes que nós, empresários, nos engajamos para consertar o mercado, fatalmente observamos que ao final dessa luta uma quantidade enorme de empresários sucumbiu no meio do caminho. No nosso negócio, se não tivermos concorrência leal, não há uma segunda oportunidade”, destacou Paulo Miranda. Especificamente sobre o mercado de lubrificantes, o presidente da Fecombustíveis chamou a atenção para a escassez de informações oficiais sobre esse segmento. “Hoje não sabemos da informação mais simples que é


quantos agentes têm nesse setor, onde estão esses agentes?”.

coleta de óleo lubrificante usado ou contaminado.

Mercado No painel “O Mercado de Lubrificantes”, as entidades discutiram o panorama do setor, que vem passando por consideráveis alterações. “O revendedor atacadista está presente há mais de um século no Brasil. Os canais de distribuição nunca foram estáticos. No passado, o atacadista se preocupava somente com a venda do seu produto. Hoje é preciso buscar inovação e superar a expectativa do cliente”, lembrou Ruy Ricci, do Sindilub. Segundo ele, a sobrevivência do setor está atrelada a um novo perfil, que envolve desde a revisão da posição geográfica, passando pela variedade de produtos, até a presença de laboratórios para análises de testes. Giancarlo Passalaqua, do Sindicom, destacou o papel da Regulação. “Além da questão do mercado, vemos os reguladores, que também estão mudando. O atacadista não está sendo visto mais como intermediário, está se tornando cada vez mais uma extensão do produtor. Temos que sair da zona de conforto. Isso traz riscos, mas também oportunidades para crescer e desenvolver”, frisou. Já Álvaro Faria, do SindTRR, fez uma ressalva. “O TRR vende lubrificante envasado a um volume muito pequeno, atualmente”. Walter Françolin, do Sindirrefino, também destacou a importância do mercado de lubrificantes no Brasil. “O lubrificante é fração nobre do petróleo. Somos o quinto maior mercado. Em 2008, São Paulo havia conseguido recolher 48% de óleos lubrificantes contaminados ou usados. A coleta é uma atividade imperiosa”, disse, lembrando que as regiões Norte e Nordeste não têm

Paulo Henrique Amorim: “O Brasil tornou-se uma sociedade de capitalismo de massa. O meio da pirâmide (classe média) muda o rumo da economia. Estamos vivenciando uma ascensão vertical, vivendo a década do emprego formal”

O que esperar da ANP? Ainda na berlinda, o papel da ANP, tão cobrado pelos revendedores que atuam dentro das normas estabelecidas pela legislação, foi apresentado pelo coordenador do escritório de São Paulo da autarquia, Fernando de Godoy Parenti, que representou o superintendente de Fiscalização, Carlos Orlando. Parenti, que também é agente de fiscalização, apresentou os números e falou do trabalho que vem sendo realizado para o mercado de lubrificantes. “Nós não podemos mais fiscalizar daquela forma rotineira. Temos que ter um foco e hoje utilizamos muito os chamados vetores de inteligência. No mercado de lubrificantes, especificamente, temos o Programa de Monitoramento da Qualidade dos Lubrificantes, em que as universidades passam nos postos revendedores, nos agentes da revenda, coletam esse produto, levam ao laboratório e soltam um boletim. A fiscalização utiliza essas informações para balizar o trabalho”, explicou. Segundo Parenti, a superintendência da Qualidade tem observado uma queda no número de não conformidades em termos de qualidade, rótulos, entre outras. “Ainda sim, os índices são muito altos. Há uma parcela do mercado que não está trabalhando dentro do especificado, o que incomoda o trabalhador que procura seguir todas as normas. A fiscalização vai atrás desses produtores clandestinos e é uma dificuldade muito grande, porque eles não têm um endereço fixo. Muitas vezes, eles simplesmente compram um lubrificante usado, peneiram, colocam em frascos e vendem no mercado”, ressaltou, Outro destaque do coordenador foi a rapidez com a qual os processos têm sido julgados. “O processo administrativo de um agente econômico levava até cinco anos para ser julgado. Em cinco anos, o cidadão mudou de endereço centenas de vezes e ninguém consegue aplicar a multa ou reincidência. Aplicando a multa com mais celeridade é possível localizar o infrator ainda no mesmo local”, concluiu. A assinatura de convênios com órgãos - Corpo de Bombeiros, Secretarias de Fazenda e Ministérios Públicos - também foi destacada, uma vez que a ANP não têm condições de fiscalizar os mais de 100 mil agentes econômicos no Brasil, sejam eles regulados ou não. n Combustíveis & Conveniência • 49


44 REVENDA EM AÇÃO

De olho nas oportunidades Revenda carioca prestigia 5º Encontro do Município, em momento de confraternização e também de aprender valiosas lições sobre como garantir que o sucesso de seu negócio chegue às próximas gerações Incertezas à vista

Por Morgana Campos

50 • Combustíveis & Conveniência

O presidente da Fecombustíveis, Paulo Miranda Soares, ressaltou que os postos de serviços têm importantes desafios pela frente, dentre os quais se destaca o lançamento do S10, em janeiro de 2013. “A própria Petrobras admite que está enfrentando dificuldades técnicas para manipular o produto, que sai S7 da refinaria (importado), chega no Brasil S8 ou S9 e vai para uma primeira base como S11, por exemplo. Mantemos contato direto com a ANP, que está ciente e acompanhando esses problemas”, afirmou. Como o novo diesel não deve chegar com 10 ppm de enxofre ao posto, a

Força política O deputado federal Simão Sessim (PP/RJ), atual presidente da Comissão de Minas e Energia da Câmara e com extensa história de luta ao lado da revenda brasileira, lembrou a importância dos pequenos e médios empresários, muitos deles dirigindo negócios familiares. “São eles que garantem

Paulo Miranda Soares, presidente da Fecombustíveis, discursa na abertura do 5º Encontro de Revendedores do Município do Rio de Janeiro Sindcomb/Somafoto

Em sua quinta edição, o Encontro de Revendedores do Município do Rio de Janeiro já faz parte do calendário oficial dos donos de postos da capital fluminense, que aproveitam a oportunidade para reencontrar velhos amigos, fazer negócios e buscar ideias para garantir que seu estabelecimento seja cada vez mais próspero e sólido. Com realização do Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis, Lubrificantes e de Lojas de Conveniência do Município do Rio de Janeiro (Sindcomb), o 5º Encontro ocorreu no Windsor Barra Hotel, no dia 24 de outubro. O presidente do Sindcomb, Manuel Fonseca da Costa, destacou o bom momento vivido pelo Rio de Janeiro, com inúmeras oportunidades de negócios para a região, e lembrou o sucesso do 4º Encontro. “Dentre os assuntos abordados naquela ocasião, um ficou marcado, a sucessão de negócios da família, como algo que os colegas de profissão desejam aprofundar”, afirmou. E para atender a esse anseio da categoria, o Sindcomb decidiu retomar o debate sobre o tema. “Trata-se de uma valiosa oportunidade de planejamento no médio e longo prazo”, destacou Manuel da Fonseca (veja Box).

grande dúvida é como essa questão será tratada pela fiscalização, uma vez que, para o posto, é impossível detectar no momento da descarga a quantidade de enxofre no combustível. “Por isso, o meu conselho é: guardem a amostra-testemunha. Ela pode salvar o seu negócio”, advertiu.


o emprego e a renda no país”, afirmou. E destacou ainda a difícil situação do revendedor, diante de problemas que fogem ao seu controle. “É ele, na ponta, quem recebe todo tipo de reclamação, mesmo quando o erro acontece lá em cima (na cadeia)”, enfatizou. Também presente no evento, o deputado federal Carlos Alberto Lopes (PMN-RJ), coordenador geral da Operação Lei Seca no Estado do Rio de Janeiro, agradeceu o apoio

do Sindcomb ao projeto, que combate a combinação de bebida com direção. “Foi o primeiro segmento produtivo do Estado que nos procurou, quando o projeto ainda nascia e a mídia dizia que se tratava de conversa fiada. O Sindcomb colocou os frentistas para fazer o adesivamento dos carros particulares, levou nossas equipes para seus postos. Ao longo de três anos, a Operação Lei Seca já salvou mais de 3 mil vidas

Sem discórdia Não há pai ou mãe empresários que não sonhem ver seus filhos, um dia, assumindo os negócios da família. Só que entre a vontade e a concretização desse desejo, existe um longo caminho, que exige diálogo, entender os anseios de cada parte e, muitas vezes, tomar decisões difíceis. Por isso, a opção do Sindcomb de convocar Marcelo Barbosa, presidente do Grupo Pragmática, para tirar as dúvidas dos revendedores. Segundo ele, a maior parte das sucessões no país decorre de mortes repentinas, sem que tenha havido um planejamento sobre como seria o dia a dia na empresa quando o fundador não estivesse mais presente. E nesse momento surgem conflitos que não tinham vindo à tona, abrindo espaço para: disputas judiciais entre os herdeiros, demandas pela anulação de testamentos ou pelo ingresso na gestão de pessoas sem qualificação técnica ou sem a experiência necessária. De acordo com Barbosa, o primeiro desafio no processo de sucessão é reduzir o grau de dependência da empresa em relação ao fundador, mostrando que o negócio pode ir adiante sem ele. “A empresa tem que ser maior que o fundador, mas, na maioria das vezes, nos colocamos como maiores que a empresa e nos orgulhamos disso. Isso leva à centralização”, advertiu. Só que nesse processo é importante não deixar de fora um fato psicológico fundamental: a perda de “prestígio” do fundador, que, ao largar o comando da empresa, sente-se também como se deixasse de ser o centro das atenções na família.

e está presente em 13 estados brasileiros”, ressaltou. Já o vereador Roberto Monteiro (PCdoB) lembrou a batalha do Sindcomb para impedir a desapropriação dos postos na orla da cidade. “Temos que encampar essa luta. Os postos são geradores de emprego e desenvolvimento para a nossa cidade. O Rio de Janeiro vai ser outra cidade depois de 2016. E esse setor tem que crescer junto com a nossa sociedade”, afirmou.

Outro ponto fundamental é capacitar a geração que possivelmente irá assumir o negócio. “E preparar a segunda geração é mais uma questão de comportamento, atitude e educação, do que de formação”, explica. O presidente do grupo Pragmática enfatiza que o sucessor não pode estar simplesmente atrás de substitutos, ou seja, de pessoas que fazem exatamente o que ele faria, ao invés de buscar quem tem seu próprio jeito de lidar com problemas, o que abre espaço para o surgimento de soluções criativas. “O que precisamos é cobrar resultados, estabelecer metas e saber se elas foram atingidas”, disse. Isso não quer dizer, entretanto, partir do zero, desprezando a experiência de quem ergueu o negócio. “Um herdeiro inteligente segura o fundador por pelo menos seis anos, nem que seja como consultor. Numa situação difícil, as chances do fundador já ter vivenciado problemas semelhantes é grande, mesmo que ele tenha tomado a decisão errada. Administrar uma empresa é tomar decisões todos os dias e isso não se aprende na escola”, recomendou. Nada disso vai dar certo, no entanto, se não houver uma profissionalização da empresa, evitando confundir as finanças da família com as corporativas. Uma dica importante é sempre pagar salários de mercado (e compatíveis com o restante da empresa) para o membro da família que trabalha no posto. “Se quiser pagar diferente, tire do seu lucro, sem ser na folha de pagamento. Pode não estar fazendo a coisa certa, mas pelo menos não está prejudicando a empresa, as relações do trabalho”, aconselhou. n Combustíveis & Conveniência • 51


44 REVENDA EM AÇÃO

Santos recebe 1º Encontro do Sudeste Apostando em menor número de palestras e mais tempo para o debate, evento discutiu o futuro dos combustíveis e as perspectivas econômicas para o país Por Morgana Campos

52 • Combustíveis & Conveniência

Fotos: Sindicombustíveis Resan

Embora sempre no centro dos debates e sede dos principais polos consumidores de combustíveis no país, é até surpreendente que a região Sudeste não contasse com um evento próprio para a revenda varejista. Mas esta injustiça foi corrigida em novembro, com a realização do 1º Encontro de Revendedores do Sudeste Brasileiro, na cidade de Santos (SP), organizado pelo Sindicombustíveis Resan (Sindicato de revendedores da Baixada Santista e Vale do Ribeira), com apoio do Recap, Minaspetro, Sindcomb-Rio, Sindestado-RJ e Sindipostos-ES. Apostando em uma fórmula diferente, o evento diminuiu o número de palestras e expandiu o tempo para debate, permitindo assim aprofundar os temas em pauta e sanar a maior parte das dúvidas. “Uma das maiores dores de cabeça dos líderes sindicais é identificar o que o revendedor precisa e quer, obviamente, dentro dos padrões da legalidade. Essa preocupação constante é o motivo de estarmos aqui hoje, para tentar mostrar o que vai acontecer com nosso mercado a partir de 2013”, explicou José Camargo Her-

Especialistas debateram o futuro dos biocombustíveis no Brasil e as implicações da chegada do S10

Cerca de 200 pessoas participaram do Encontro


Otimismo em alta Com o final do ano à vista, nada melhor do que ouvir um especialista para se ter uma ideia mais clara sobre os rumos da economia em 2013. E, para fazer isso de forma clara e precisa, o Sindicombustíveis Resan convidou o jornalista George Vidor. “Ao que tudo indica, vamos conseguir passar ao largo da crise. Claro que sofrendo um pouco os reflexos dela, mas nada parecido com os 25% de desemprego na Espanha”, previu. Segundo ele, a realização da Copa do Mundo no Brasil, em 2014, por si só já produz um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) da ordem de 1,5%, em meio à criação de 250 mil empregos e investimentos de R$ 140 bilhões nas cidades sedes. A expectativa é de que as obras sejam aceleradas em 2013, especialmente as de infraestrutura, garantindo novo fôlego à economia. Vidor lembrou que as projeções apontam para um forte aumento da frota de veículos, que deve dobrar nos próximos dez ou 15 anos, e para a retomada da competitividade do etanol, que deve responder por 50% do mercado de automóveis até 2020. Quanto aos preços dos combustíveis, o jornalista acredita que o reajuste virá no início do próximo ano, provavelmente após janeiro, quando tenham ficado para trás os gastos com matrículas e impostos que vencem nesse período. “O governo não consegue fazer a inflação baixar de 5,5%. Só a alta do câmbio deve contribuir com dois pontos para o índice. E ainda tem reajuste do salário mínimo, que impacta em todos os custos. O resultado é uma armadilha, da qual o governo não consegue sair”, explicou. José Camargo Hernandes, presidente do Sindicombustíveis Resan, na abertura do 1º Encontro da Região Sudeste

nandes, presidente do Resan, na abertura do evento, que marcou também a realização do 3º Encontro de Revendedores do Sindicombustíveis Resan. Em seu pronunciamento, o presidente da Fecombustíveis, Paulo Miranda Soares, falou sobre a importância da participação do revendedor de todas as discussões que envolvem o setor, seja para ficar a par das mudanças ou para fazer com que seu posicionamento seja ouvido. “O Sindicato é a casa do revendedor. Só vamos ser fortes se estivermos unidos dentro da nossa entidade sindical”, ressaltou. Segundo o presidente da Fecombustíveis, o principal desafio que a revenda terá nos próximos meses será a comercialização do S10, a partir de janeiro de 2013. “Sabemos que o diesel sai dos Estados Unidos S7 e chega aqui S10, S11, S12. Na hora em que os fiscais da ANP chegarem aos postos, coletarem uma amostra e mandarem para as universidades conveniadas, não vai ser 10 ppm e o posto será autuado”, ressaltou. Independentemente de como a ANP irá tratar esse esperado aumento de enxofre ao longo da cadeia, seja por contaminação ou por oscilação do método de análise, a única saída à vista para o revendedor é guardar a amostra-testemunha. “Hoje não é obrigatório, mas não deixe de coletá-la. É a única prova de que você recebeu o produto desse jeito, pois não consigo, no meu posto, ver se o diesel tem o teor de enxofre ou de biodiesel correto”, enfatizou Paulo Miranda. Combustíveis & Conveniência • 53


44 REVENDA EM AÇÃO A palestra motivacional, com o professor Cláudio Tomanini, encerrou o evento

O dilema dos biocombustíveis Embora fundamentais para garantir o futuro do planeta e o abastecimento nacional, os biocombustíveis não atravessam seu melhor momento no Brasil, nem no mundo, em meio a discussões sobre preço e qualidade dos produtos. Durante o painel “Biocombustíveis: realidade e expectativas, sua importância na matriz energética brasileira”, o assessor econômico da União da Indústria de Cana-de-açúcar (Unica), Luciano Rodrigues, explicou que, sem investimentos desde a crise de 2008, a produtividade média das usinas vem diminuindo. “A oferta estagnou. A produção hoje é similar a de quatro anos atrás. Há uma capacidade ociosa no setor em torno de 100 milhões de toneladas”, advertiu. De acordo com Rodrigues, o grande empecilho aos novos investimentos é a falta de horizonte para o médio e longo prazo. “O setor teve aumento de custo da produção. Por outro lado, há um preço teto estabelecido pelo preço da gasolina. Isso reduziu margens. Há dois anos o BNDES não recebe nenhum pedido de investimento em novas usinas, porque quando se analisa o projeto de uma usina nova, ele não é viável no longo prazo”, enfatizou. Quanto ao biodiesel, o assessor técnico da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Mario Luz Teixeira, lembrou que a entidade, até o momento, só deu aval para misturas até 5%. “Biodiesel não é exatamente igual ao diesel. Se simplesmente for aumentando esse percentual, sem alterar o motor, começa a perder 54 • Combustíveis & Conveniência

potência”, explicou. Além disso, ele recomendou cautela com as afirmações de que o biodiesel é ambientalmente correto, já que, apesar de reduzir material particulado, o seu uso tende a elevar as emissões de NOx. “De uma forma geral, o NOx já está no limite. Se aumentar o teor de biodiesel, vai extrapolar o limite de NOx. Os testes estão sendo feitos. Tem fabricante rodando com 20%, 30% ou com 100% de biodiesel. Mas estão fazendo isso de forma controlada, dentro de uma pesquisa. A Anfavea endossa apenas 5%. Valores diferentes disso, só fabricante por fabricante”, ressaltou. Embora o painel tratasse de biocombustíveis, as discussões em torno do S10 vieram à tona e foram mediadas pelo diretor de Postos de Rodovia da Fecombustíveis, Ricardo Hashimoto. Para o gerente de mercado da Petrobras, Paulo Cesar Santos Aguiar, a principal recomendação é segregar tudo que for relacionado ao novo tipo de diesel, pois é muito fácil haver contaminação. O representante da Anfavea, por sua vez, rechaçou qualquer possibilidade de se adotar alguma tolerância para o limite de enxofre no diesel, alegando que isso poderia comprometer a garantia dos veículos. “Nunca se havia falado em catalisador para veiculo a diesel, justamente por causa do enxofre, que cria uma película e destrói o sistema. Ataca em mais ou menos tempo”, disse, enfatizando que os motores foram projetados para rodar com S10. Aguiar explicou, no entanto, que o pleito da Petrobras diz respeito ao erro metrológico, que é da ordem de 3 ppm. “Meu laboratório pode medir 9 ppm e outro laboratório seguinte dar 12 ppm. Não está errado. É erro intrínseco à metodologia”, afirmou. n


REVENDA EM AÇÃO33

Por dentro do abastecimento Lançamento do livro Combustíveis no Brasil reúne, no Rio de Janeiro, os principais agentes do mercado de downstream brasileiro Por Morgana Campos Quem já teve a dura missão de fazer uma pesquisa sobre o mercado nacional de distribuição e revenda de combustíveis sabe o quanto é difícil encontrar literatura especializada sobre o tema, especialmente atualizada. Incomodado com essa lacuna, o acadêmico e ex-diretor da ANP, Allan Kardec Duailibe, convocou os principais nomes do setor de downstream brasileiro para colocar no papel suas experiências e impressões em relação às respectivas áreas de atuação. Assim surgiu o livro Combustíveis no Brasil – Desafios e Perspectivas, lançado no dia 29 de novembro na sede da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). “Há muita literatura sobre Exploração & Produção e pouca sobre esse setor que, na verdade, tem uma contribuição muito maior em termos de PIB e ICMS”, explicou Kardec, durante a noite de autógrafos no Rio de Janeiro. A expectativa dele é que o livro seja o ponto de partida para uma profunda reflexão sobre o setor, que deve passar por uma reestruturação para fazer frente à demanda crescente. “Tem também o simbolismo de fazer o livro da forma como gosto de trabalhar: mobilizando todos do setor, permitindo que o resultado final não seja uma ideia pessoal, mas sim vários setores sendo ouvidos, com

Fotos: Divulgação

suas concordâncias e eventuais discordâncias”, acrescentou. Coube ao presidente da Fecombustíveis, Paulo Miranda Soares, o capítulo denominado “A agenda do setor de revenda de combustíveis e o desenvolvimento nacional”, no qual foi possível mostrar a evolução dos postos de serviços no país, destacando sua preocupação com o meio ambiente e seu importante papel como gerador de impostos e empregos.

A diretora-geral da ANP, Magda Chambriard, prestigiou o evento

Paulo Miranda, presidente da Fecombustíveis, autografa o capítulo de sua autoria

O vice-presidente financeiro da CNC, Gil Siuffo, cumprimenta Allan Kardec

Combustíveis & Conveniência • 55


44 AGENDA

2013 Março

JUNHO

OUTUBRO

28ª Convenção Nacional TRR

8º Encontro de Revendedores do Nordeste

NACS Show

Data: 13 a 17 Local: Florianópolis (SC) Realização: SindTRR Informações: (11) 2914-2441

Data: 27 e 28 Local: São Luiz (MA) Realização: Sindcombustíveis-MA e demais Sindicatos do Nordeste Informações: (98) 3235-6315

Encontro de Revendedores de Combustíveis e Lojas de Conveniências

JULHO

em Santa Catarina

Data: 15 a 17 Local: Gaspar (SC) Realização: Sinpeb e Sincombustíveis-SC Informações: (47) 3326-4249 e (47) 3241-0321

Data: 12 a 15 Local: Georgia World Congress Center (Atlanta/EUA) Realização: NACS Informações: www.nacsonline.com

Festa do Revendedor

3ª Expo Conveniência

Data: 17 Local: Caxias do Sul (RS) Realização: Sindipetro/Serra Gaúcha Informações: (54) 3222-0888

Data: 23 Local: Caxias do Sul (RS) Realização: Sindipetro/Serra Gaúcha Informações: (54) 3222-0888

Festa do Revendedor

ABRIL 13º Congresso dos Revendedores de Combustíveis de Minas Gerais

Data: 18 e 19 Local: Belo Horizonte (MG) Realização: Minaspetro Informações: (31) 2108- 6500 MAIO 2º Encontro de Revendedores do Centro-Oeste

Data: 9 a 11 Local: Cuiabá (MT) Realização: Sindipetróleo-MT e demais Sindicatos do Centro-Oeste Informações: (65) 3621-6623 56 • Combustíveis & Conveniência

Data: 20 Local: Recife (PE) Realização: Sindicombustíveis-PE Informações: (81) 3227-1035

NOVEMBRO

AGOSTO

Local: Curitiba (PR)

Expopostos & Conveniência

Informações: (41) 3021-7600

Data: 27 a 29 Local: São Paulo Realização: Abieps, Fecombustíveis e Sindicom Informações: (21) 2221-6695

Festa do Revendedor

Data: 22 Realização: Sindicombustíveis-PR

Para a publicação de eventos na agenda da Combustíveis & Conveniência, enviar os dados para

SETEMBRO Expopetro 2013

Data: 26 a 29 Local: Gramado (RS) Realização: Sulpetro-RS Informações: (51) 3228-7433

morganacampos@fecombustiveis.org.br ou assessoria.comunicacao@fecombustiveis.org. br. Alguns eventos ainda poderão ser modificados nas próximas edições.


Combustíveis & Conveniência • 57


44 ATUAÇÃO SINDICAL SERRA GAÚCHA

Natal Legal chega a sua sexta edição O Sindipetro Serra Gaúcha realiza a 6ª edição do Natal Legal. A campanha arrecada brinquedos nos postos revendedores participantes e os distribui entre entidades assistenciais da região. Nestes seis anos da promoção foram conseguidos mais de 26 mil brinquedos. Em 2012 o sindicato programou a distribuição de um material promocional (folder), onde consta a temática de funcionamento da campanha. O material será entregue para os clientes por uma promotora contratada pelo Sindipetro - em um turno de um dia (manhã ou tarde), a ser definido. Esse tipo

de ação será um suporte na divulgação que o proprietário, gerente, atendentes de pista e outros colaboradores da empresa realizarão. Os brinquedos coletados em Caxias do Sul serão doados à Fundação de Assistência Social (FAS). No ano passado, em Farroupilha, o material foi destinado à Secretaria Municipal da Ação Social e Cidadania e à Fundação Casa Lar Oscar Bertholdo. Nas outras cidades participantes os próprios revendedores associados definem quem serão os beneficiados. Para participar, ligue para (54) 3222-0888 ou mande e-mail

para secretaria@sindipetroserra. com.br. (André Paulo Costamilan) Fotos: Divulgação

Expo Conveniências apresenta tendências do mercado Palestras e bons negócios marcaram a segunda edição da Expo Conveniências, que ocorreu no dia 24 de outubro, no Intercity Premium Caxias do Sul. Nesta edição, o evento promovido pelo Sindipetro Serra Gaúcha contou com um público de mais de 400 pessoas. Em um espaço de 400 metros quadrados, 25 expositores puderam apresentar produtos e conversar com empresários do setor. Os visitantes puderam degustar desde energéticos até sorvetes. De acordo com o diretor de marketing do Sindipetro Serra Gaúcha, Luiz Martiningui, o evento teve, mais uma vez, ótima aceitação. “Conseguimos atingir o nosso objetivo que era o de aproximar fornecedores e revendedores, além de trazer 58 • Combustíveis & Conveniência

mais conhecimento para o setor”, explicou Martiningui. O sócio-diretor da Praxis Education, Leonardo Marchi, abriu o ciclo de palestras abordando o tema Varejo de Conveniências. Marchi comentou sobre o crescimento de 15% no número de franquias no Brasil. Segundo ele,

o país está em quarto lugar no ranking mundial – atrás apenas de Coréia do Sul, Estados Unidos e China. Além de Marchi, ainda palestraram Luiz Polydoro, gerente do Canal Hardware da Bematech; Flávia Camargo Bernardi, coordenadora de MBA


– Marketing Estratégico da Faculdade da Serra Gaúcha (FSG) e Marcos Tateishi, coordenador Key Account – Convenience da Unilever. A Expo Conveniências foi encerrada com a palestra do professor e consultor em Gestão Empresarial, Waldez Ludwig. Em diversas ocasiões, Ludwig arrancou gargalhadas da plateia quando comparava o ser humano com alguns animais.

De maneira divertida, o consultor abordou a economia e as tendências do setor de lojas de conveniência. Além disso, falou muito sobre maneiras de gestão e o trato com os colaboradores. No intervalo de algumas palestras, os visitantes puderam passear pela Feira e conhecer e degustar produtos como energéticos, salgadinhos, chocolates, cafés, sorvetes, refrigerantes, entre outros.

O presidente do Sindipetro Serra Gaúcha, Paulo Tonolli, ficou satisfeito com o resultado desta segunda edição do evento. “Agora vamos nos reunir para fazermos uma avaliação geral. Depois disso, iniciaremos o projeto de realização da próxima Feira. Ela demanda muito trabalho, mas vale a pena investir em ações que tragam benefícios para os nossos associados”, afirmou Tonolli. (André Paulo Costamilan)

MATO GROSSO

Sindicato de Mato Grosso mais próximo da revenda A diretoria do Sindipetróleo tem realizado reuniões em cidades estratégicas com o objetivo de estar mais próxima dos revendedores, principalmente daqueles que mantêm seus negócios em municípios distantes da sede da entidade, localizada na capital, Cuiabá. Nas reuniões, diretores, funcionários e parceiros do Sindicato apresentam os principais serviços oferecidos aos associados. Junto com a assessoria jurídica e assessores comerciais, tiram dúvidas e levam orientações aos empresários. Também é o momento de divulgação do 2º Encontro Regional de Revendedores, evento

que contará com o apoio da Fecombustíveis. “O primeiro foi realizado em Mato Grosso Sul e agora será realizado em nosso estado, em maio do próximo ano. Desde já, temos o compromisso de divulgar este importante evento”, destaca o presidente, Aldo Locatelli. Nas visitas, já realizadas em quatro cidades-pólos, os representantes do Sindipetróleo aproveitaram para conversar com os colegas sobre a importância da categoria se organizar junto ao Sindicato para obter mais conquistas e ampliar o atendimento. “As visitas itinerantes aos revendedores são importantíssimas para troca de informações, levantamento de

sugestões e críticas”, salienta o diretor-executivo, Nelson Soares Junior. Paralelamente às reuniões, organizadas em vários municípios, o Sindipetróleo oferece cursos aos frentistas e outros trabalhadores de postos. Inicialmente, o tema do treinamento é voltado para o atendimento nos postos e outras demandas já estão sendo levantadas para melhor atender aos revendedores. (Simone Alves)

BAHIA

Sindicombustíveis Bahia apóia o QUALICOM 2012 O Instituto Brasileiro de Tecnologia e Regulação (IBTR) realizou o 8º Seminário de Combustíveis da Bahia - QUALICOM 2012, no dia 23 de novembro, no Hotel Vila Galé, com o apoio do Sindicom-

bustíveis-BA. O objetivo da edição deste ano foi analisar com maior profundidade o desenvolvimento e os problemas enfrentados pelo mercado de combustíveis na Bahia e no Brasil, o impacto do

programa de Monitoramento de Qualidade de Combustíveis, além de reforçar a integração e o intercâmbio de conhecimentos entre os diversos setores da sociedade, promovendo a ampliação da visão Combustíveis & Conveniência • 59


44 ATUAÇÃO SINDICAL Sindicombustíveis-BA

do segmento de combustíveis automotivo. Com a palestra da Superintendência de Biocombustíveis e de Qualidade de Produtos da ANP, discutiu-se, também, sobre as especificações para os combustíveis no cenário nacional e mundial e sobre o programa de monitoramento da qualidade dos combustíveis. Etanol e diesel foram os produtos mais comentados. Rosângela Moreira, superintendente da ANP, falou sobre os investimentos realizados nos últimos anos em relação ao diesel em função das substituições do produto ocorridas constantemente no mercado. Os revendedores que participavamdoeventoquestionaram sobre a possibilidade de contaminação do diesel S10, que ocorrerá no transporte e que poderá gerar autuações por não conformidade. Segundo a superintendente, ainda não há regulação em relação a este problema, mas o tema vem sendo discutido por um grupo de trabalho formado pela autarquia, Petrobras, Sindicom e Fecombustíveis. Ela ainda falou sobre o etanol Premium que é vendido desde 2011, com teor alcoólico mais elevado para redução de consumo. “É uma alternativa para o mercado. Se não tiver resultado nas bombas, será retirado”, disse. Rosângela ainda ressaltou que a logística da distribuição de combustíveis tornou-se um entrave para o setor, assim como o consumo elevado, mas que a ANP está levantando soluções, também regionais, para evitar o desabastecimento.

Etanol O futuro do etanol é ser um aditivo. Assim declarou Carlos Farias, diretor da Agrovale, empresa baiana de açúcar, etanol e bioenergia. Segundo Farias, a produção de etanol da empresa reduziu 2% em 2012. 60 • Combustíveis & Conveniência

“Hoje, o empresariado não possui capital para alavancar a produção na capacidade e tempo que o mercado necessita”, disse. E, por isso, acredita que a única solução para o biocombustível é tornar-se um aditivo. “Podemos chegar a ter 50% de etanol na gasolina com o avanço dos motores. Aí sim, a produção vai alavancar”, afirmou. O diretor da Agrovale participou da mesa de debates sobre as perspectivas para o etanol e biodiesel, que ainda contou com a participação de José Vidal, do Centro de Pesquisas da BR Distribuidora.

Sonegação O Sindicombustíveis-BA participou de mesas de debate com a ANP, Secretaria da Fazenda da Bahia e BR Distribuidora. O vice -presidente da entidade, Walter Tannus Freitas, que representou o presidente José Augusto Costa, fez esclarecimentos sobre o mercado da Bahia e apresentou alguns problemas enfrentados pela revenda, como a perda de divisas para os estados vizinhos por não ser produtor de etanol e a redução da venda do produto, que hoje corresponde a apenas 2,3% da comercialização total de combustíveis. “Estes números apontam uma distorção que entendemos como sonegação”, declarou Freitas. Para ele, falta um maior envolvimento do poder judiciário para impedir que empresas sonegadoras continuem operando no mercado através de liminar. “As duas primeiras distribuidoras no ranking de vendas de etanol são empresas sonegadoras, depois é quem vem a BR, a maior do Brasil”, informou. Segundo o coordenador de petróleo e combustíveis da Sefaz Bahia, Olavo Oliva, algumas destas empresas fraudulentas têm origem no crime organizado. “Elas migram para o

Coordenador de petróleo e combustíveis da Sefaz Bahia, Olavo Oliva; Eder Miranda, da BR Distribuidora; e o vicepresidente do Sindicombustíveis-BA, Walter Tannus Freitas, debateram os problemas relacionados à sonegação

setor de combustíveis porque é um setor que, pelo volume envolvido nas transações, movimenta muito dinheiro”, disse. A Sefaz Bahia tem promovido ações para combater a sonegação, como a nota fiscal eletrônica, cancelamento de inscrição estadual de empresas suspeitas, responsabilidade solidária dos postos revendedores que comprarem de distribuidoras com regime especial de fiscalização, Fórum do Mercado de Combustíveis, que conta com a participação do Sindicombustíveis-BA, entre outras. Mas, segundo Olavo Oliva, um dos entraves para combater a sonegação fiscal é a arrecadação tributária da cadeia do etanol porque os impostos são retidos pela distribuidora, ao contrário do que acontece com os outros combustíveis. “A solução é adotar a responsabilidade da substituição tributária para o produtor”, afirmou. E ainda informou que a Sefaz Bahia tem realizado ações integradas com o Ministério Público e Delegacia de Crimes Econômicos e contra a Administração Pública (Dececap) para mapear quem realmente atua no mercado irregular e “trazer à luz do sol”, pois apenas aparecem os “laranjas”. Para Eder Miranda, da BR Distribuidora, é preciso haver um esforço de todos da cadeia de combustíveis para eliminar o mal e fazer prevalecer as empresas de bem para gerar recursos para o estado. (Carla Eluan Lima) n


44 PERGUNTAS E RESPOSTAS Após muitas polêmicas e adiamentos, o Registrador de Ponto Eletrônico foi implementado pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) está em pleno vigor. A ideia é regulamentar o sistema eletrônico de controle de ponto, previsto na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Ao menos 400 mil empresas do país tiveram de instalar novos equipamentos que permitem a impressão de comprovantes de entrada, saída e intervalos no trabalho. Confira os principais tópicos sobre esse assunto. Quem está obrigado a adotar? Adotaram o sistema de Ponto Eletrônico, a partir de 2 de abril de 2012, as empresas que exploram atividades na indústria, no comércio em geral, no setor de serviços, incluindo os setores financeiros, de transporte, de construção, de comunicações, de energia, de saúde e de educação. Em 1º de junho, foi a vez das empresas que exploram atividade agroeconômica e, por fim, no dia 3 de setembro de 2012, o sistema começou a valer para microempresas e empresas de pequeno porte. Não são todas as empresas que devem utilizar o Registro de Ponto Eletrônico (REP), considerando que o art. 74 parágrafo 2º da CLT, menciona que nos estabelecimentos com mais de dez empregados será obrigatória a anotação da hora de entrada e de saída, em registro manual, mecânico ou eletrônico. Assim as empresas que optaram na época por

LIVRO 33

registrar eletronicamente o seu ponto deverão passar obrigatoriamente a utilizar o REP. Quem adotar o registro manual ou mecânico continuará sem qualquer mudança/alteração. Quem utiliza o relógio de ponto, pode continuar a fazê-lo? Se as empresas utilizam sistema manual ou mecânico, poderão continuar adotando este sistema, sem que haja a necessidade de implantação do REP. O que precisa estar previsto na convenção coletiva? Vale enfatizar que, no dia 2 de abril deste ano, as empresas com mais de dez empregados que já usavam equipamento eletrônico para o registro da jornada de trabalho passaram a utilizar o Registro Eletrônico de Ponto (REP). Porém, a Portaria 373/2011 do Ministério do Trabalho prevê a possibilidade de que as empresas utilizem sistemas alternativos de controle da jornada, desde que seja feito acordo com o sindicato da categoria e respeitadas as exigências previstas em lei. Para que esse procedimento possa ser adotado, é necessário que as empresas procurem o sindicato funcional de sua categoria para realizar Acordo Coletivo de Trabalho. As informações foram fornecidas pela advogada trabalhista e previdenciária da IOB Folhamatic, Milena Sanchez. Combustíveis & Conveniência • 61

Título: Proteção do nome de empresa no Brasil Autor: Daniel Adensohn de Souza Editora: Saraiva Páginas: 222 A proteção ao nome de empresa é um problema crônico no Brasil por vários motivos. Além da normatização imprecisa e esparsa, inúmeros debates doutrinários e jurisprudenciais sobre a natureza, o âmbito de proteção, o prazo prescricional e o conflito com outros sinais distintivos trazem pouca sistematicidade à questão. Diante disso, Daniel Adensohn de Souza, advogado especializado em Propriedade Intelectual e Agente da Propriedade Industrial, retrata na obra Proteção do Nome de Empresa no Brasil que o nome de empresa é um dos mais antigos sinais distintivos do empresário. Na década de 1990, alguns princípios gerais aplicáveis aos nomes de empresas começaram a se consolidar em nossa jurisprudência, passando a dirimir as principais questões. No entanto, o Código Civil de 2002 deu novos contornos ao nome de empresa, reabrindo, assim, as discussões. O objetivo da obra é analisar o nome de empresa em todas as suas dimensões, abordando a questão sobre sua proteção à luz das atuais legislações, doutrinas e jurisprudências. Além da análise do tema de acordo com o Código Civil de 2002, Daniel Adensohn de Souza trata também das normas de concorrência desleal descritas na Lei de Propriedade Industrial de 1996.


44 TABELAS em R$/L

Período

São Paulo

Goiás

Período

São Paulo

Goiás

15/10/2012 - 19/10/2012

1,120

1,181

15/10/2012 - 19/10/2012

1,006

0,847

22/10/2012 - 26/10/2012

1,106

1,161

22/10/2012 - 26/10/2012

1,003

0,854

29/10/2012 - 01/11/2012

1,132

1,175

29/10/2012 - 01/11/2012

1,018

0,883

05/11/2012 - 09/11/2012

1,178

1,178

05/11/2012 - 09/11/2012

1,064

0,929

12/11/2012 - 16/11/2012

1,256

1,226

12/11/2012 - 16/11/2012

1,113

0,975

Média Outubro 2012

1,140

1,178

Média Outubro 2012

1,011

0,855

Média Outubro 2011

1,379

1,405

Média Outubro 2011

1,230

1,085

Variação 15/10/2012 a 16/11/2012

12,1%

3,8%

Variação 15/10/2012 a 16/11/2012

10,5%

15,1%

Variação Outubro/2011 Outubro/2012

-17,3%

-16,2%

Variação Outubro/2011 Outubro/2012

-17,8%

-21,3%

HIDRATADO

ANIDRO

EVOLUÇÃO DOS PREÇOS DO ETANOL (CENTRO-SUL)

Fonte: CEPEA/Esalq Nota: Preços sem impostos

Fonte: CEPEA/Esalq Nota: Preços sem impostos

Período

Alagoas

Pernambuco

Outubro 2012

1,437

1,422

Outubro 2011

1,373

1,369

em R$/L

DO ETANOL ANIDRO PeríodoEVOLUÇÃO DE PREÇOS Alagoas Pernambuco

Outubro 2012

1,138

1,127

Outubro 2011

1,084

1,083

Variação

5,0%

4,1%

Em R$/L

1,5

HIDRATADO

ANIDRO

EVOLUÇÃO DOS PREÇOS DO ETANOL (NORDESTE)

1,4 1,4 1,3

Variação

4,6%

3,8%

1,3 1,2

Fonte: CEPEA/Esalq 1,2 Nota: Preços sem impostos São Paulo

ju

m

ab

m

fe

ja

se

/1 2 n/ 12

r/1 2

ai

12

/1 2

v/

ar

11

n/ 12

11

z/

EVOLUÇÃO DOS PREÇOS DO ETANOL HIDRATADO (em R$/L) de

EVOLUÇÃO DOS PREÇOS DO ETANOL ANIDRO (em R$/L)

no v/

ou t/1

1

1,1

t/1 2 ou t/1 2

Goiás

1,1

ju l/1 2 ag o/ 12

Fonte: CEPEA/Esalq Nota: Preços sem impostos

EVOLUÇÃO DE PREÇOS DO ETANOL ANIDRO

1,5

1,6

1,4

1,4

1,4

1,2

1,3

1,0

1,3

0,8

1,2

0,6

EVOLUÇÃO DE PREÇOS DO ETANOL HIDRATADO

1,6

62 • Combustíveis & Conveniência

t/1 2

t/1 2 se

ou

o/ 12

l/1 2

ag

ju

n/ 12

ju

/1 2 ai

m

12

Goiás

ar /1 2 ab r/1 2

ja

n/

11 z/

de

1

11 no v/

0,0

ou t/1

/1 2

t/1 2

ou t

se

ju l/1 2 ag o/ 12

/1 2 ab r/1 2 m ai /1 2 ju n/ 12

v/ 12

ar

fe

m

1

n/ 12

ja

de z/ 1

1 /1

no v/ 11

ou t Em R$/L

1,0

São Paulo

0,2

1,1

1,2

0,4

m

1,1

Goiás

fe v/

São Paulo

12

1,2

1,4

EVOLUÇÃO DE PREÇOS DO ETANOL HIDRATADO

Em R$/L

Em R$/L


TABELAS 33 em R$/L - Outubro 2012

Comparativo das margens e preços dos combustíveis Distribuição

Gasolina

Revenda

Preço Médio Pond, de Custo da Gas, C 1

Preço Médio Ponderado de Venda

Margem Média Ponderada da Distrib,

Preço Médio Ponderado de Compra

Preço Médio Ponderado de Venda

Margem Média Ponderada da Revenda

2,238

2,363

0,125

2,363

2,752

0,389

2,226

2,378

0,152

2,378

2,735

0,357

2,232

2,372

0,140

2,372

2,709

0,337

2,222

2,354

0,132

2,354

2,705

0,351

Branca

2,242

2,295

0,053

2,295

2,637

0,342

Outras Média Brasil 2

2,246

2,360

0,114

2,360

2,704

0,344

2,235

2,345

0,110

2,345

2,703

0,358

Variação da Margem em relação à Margem Brasil (%)

40 %

10 %

30 %

8%

20 %

6%

10 %

4%

0%

Outras Branca 2,9 -51,7

-10 %

36,7

-20 %

26,7

19,1

13,1

2%

Outras Branca

0%

-30 %

8,6

-2 %

-40 % -50 %

-0,2

-3,8

-4,3

-5,9

-4 %

-60 %

-6 %

Ipiranga

Esso

Shell

BR

Outras Branca

BR

Ipiranga

Distribuição

Diesel

-1,9

Shell

Outras Branca

Esso

Revenda

Preço Médio Pond, de Custo do Diesel 1

Preço Médio Ponderado de Venda

Margem Média Ponderada da Distrib,

Preço Médio Ponderado de Compra

Preço Médio Ponderado de Venda

Margem Média Ponderada da Revenda

1,798

1,911

0,113

1,911

2,158

0,247

1,807

1,936

0,129

1,936

2,167

0,231

1,796

1,923

0,127

1,923

2,140

0,217

1,789

1,906

0,117

1,906

2,127

0,221

Branca

1,791

1,836

0,045

1,836

2,064

0,228

Outras Média Brasil 2

1,809

1,924

0,115

1,924

2,174

0,250

1,796

1,894

0,098

1,894

2,129

0,235

Variação da Margem em relação à Margem Brasil (%)

40 %

7% 6%

30 %

5% 4%

20 %

3% 2%

10 %

Outras

0%

Branca

1% 0%

-10 %

Branca

-1 % -2 %

-20 % -30 %

Outras

32,1

30,0

19,1

18,3

15,4

-3 % -4 %

-54,0

-5 %

-40 %

6,3

5,4

-1,8

-2,5

-5,9

-7,4

-6 %

-50 %

-7 % -8 %

-60 %

Ipiranga

Esso

Shell

Outras

BR

Branca

Outras

BR

Ipiranga Branca

Shell

Esso

1 - Calculado pela Fecombustíveis, a partir do Atos Cotepe 18/12 e 19/12. 2 - A pesquisa abrange as capitais dos Estados da BA, MG, PA, PE, PR, RJ, RS, SP e o Distrito Federal. 3 - O fator de ponderação para cálculo de margem e preço médios é o nº de postos consultados pela ANP.

Combustíveis & Conveniência • 63


44 TABELAS

FORMAÇÃO DE PREÇOS

em R$/L

Gasolina

Ato Cotepe N° 21 de 08/11/2012 - DOU de 09/11/2012 - Vigência a partir de 16 de novembro de 2012

20% Alc. Anidro (1)

80% CIDE

80% PIS/ COFINS

Carga ICMS

Custo da Distribuição

Alíquota ICMS

0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000

0,209 0,209 0,209 0,209 0,209 0,209 0,209 0,209 0,209 0,209 0,209 0,209 0,209 0,209 0,209 0,209 0,209 0,209 0,209 0,209 0,209 0,209 0,209 0,209 0,209 0,209 0,209

0,790 0,745 0,730 0,675 0,779 0,744 0,709 0,775 0,812 0,757 0,753 0,708 0,786 0,788 0,713 0,746 0,653 0,762 0,900 0,717 0,748 0,723 0,702 0,690 0,742 0,650 0,743

2,330 2,234 2,266 2,210 2,273 2,238 2,204 2,245 2,305 2,253 2,262 2,205 2,249 2,320 2,203 2,237 2,148 2,190 2,364 2,207 2,286 2,263 2,147 2,121 2,232 2,112 2,201

25% 27% 25% 25% 27% 27% 25% 27% 29% 27% 25% 25% 27% 28% 27% 27% 25% 28% 31% 27% 25% 25% 25% 25% 27% 25% 25%

PIS/COFINS

Carga ICMS

Custo da distribuição

Alíquota ICMS

Preço de Pauta (1)

0,141 0,141 0,141 0,141 0,141 0,141 0,141 0,141 0,141 0,141 0,141 0,141 0,141 0,141 0,141 0,141 0,141 0,141 0,141 0,141 0,141 0,141 0,141 0,141 0,141 0,141 0,141

0,423 0,358 0,378 0,372 0,320 0,338 0,256 0,248 0,289 0,349 0,410 0,357 0,315 0,354 0,352 0,360 0,364 0,258 0,277 0,328 0,383 0,417 0,252 0,258 0,370 0,264 0,281

1,933 1,805 1,888 1,882 1,768 1,786 1,857 1,762 1,890 1,796 2,010 1,958 1,829 1,864 1,799 1,807 1,812 1,793 1,791 1,775 1,892 1,927 1,787 1,793 1,817 1,778 1,791

17% 17% 17% 17% 15% 17% 12% 12% 13,5% 17% 17% 17% 15% 17% 17% 17% 17% 12% 13% 17% 17% 17% 12% 12% 17% 12% 13,5%

2,486 2,105 2,223 2,190 2,135 1,990 2,133 2,071 2,139 2,051 2,409 2,102 2,100 2,080 2,071 2,117 2,143 2,150 2,131 1,929 2,250 2,455 2,101 2,150 2,176 2,200 2,080

UF

80% Gasolina A

AC AL AM AP BA CE DF ES GO MA MT MS MG PA PB PE PI PR RJ RN RO RR RS SC SE SP TO

1,012 0,970 1,012 1,012 0,970 0,970 1,048 1,016 1,048 0,970 1,048 1,048 1,016 1,012 0,970 0,970 0,970 0,980 1,016 0,970 1,012 1,012 0,980 0,980 0,970 1,016 1,012

UF

Preço do Diesel Refinaria

Biocombustivel

CIDE

AC AL AM AP BA CE DF ES GO MA MT MS MG PA PB PE PI PR RJ RN RO RR RS SC SE SP TO

1,230 1,168 1,230 1,230 1,168 1,168 1,321 1,234 1,321 1,168 1,321 1,321 1,234 1,230 1,168 1,168 1,168 1,255 1,234 1,168 1,230 1,230 1,255 1,255 1,168 1,234 1,230

0,139 0,139 0,139 0,139 0,139 0,139 0,139 0,139 0,139 0,139 0,139 0,139 0,139 0,139 0,139 0,139 0,139 0,139 0,139 0,139 0,139 0,139 0,139 0,139 0,139 0,139 0,139

0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000

0,319 0,309 0,315 0,314 0,314 0,314 0,238 0,244 0,236 0,317 0,252 0,240 0,238 0,311 0,311 0,311 0,315 0,239 0,238 0,311 0,318 0,320 0,256 0,242 0,311 0,236 0,238

Diesel

Nota (1): Corresponde ao preço da usina com acréscimo de PIS/COFINS e custo do frete. Nota (2): Base de cálculo do ICMS

Nota (1): Base de cálculo do ICMS * Nos preços de custo acima poderão ser encontradas pequenas diferenças, em decorrência dos valores de frete (percurso entre o produtor de biodiesel e a base de distribuição) e a legislação tributária ainda indefinida para o B5 e o B100.

64 • Combustíveis & Conveniência

Preço de Pauta (2) 3,162 2,760 2,921 2,700 2,886 2,757 2,837 2,872 2,798 2,802 3,013 2,831 2,910 2,815 2,640 2,763 2,613 2,720 2,905 2,655 2,990 2,890 2,807 2,760 2,748 2,602 2,970


TABELAS 33

preços dAs DISTRIBUIDORAS Menor

Maior

Menor

BR

2,344 1,827 1,690

2,529 1,896 1,961

Belém (PA) - Preços CIF

IPP 2,314 1,759 1,695

BR

Gasolina Diesel Etanol

2,393 2,006 1,941

2,487 2,079 2,038

Macapá (AP) - Preços FOB 2,316 1,870 2,118

2,433 2,036 2,008

2,373 2,032 2,143

Porto Velho (RO) - Preços CIF BR

Gasolina Diesel Etanol

2,472 1,890 1,912

2,495 2,119 2,025

Gasolina Diesel Etanol

2,480 2,160 1,405

Gasolina Diesel Etanol

2,366 2,026 1,660

Gasolina Diesel Etanol

2,413 1,965 1,497

Gasolina Diesel Etanol

2,204 1,820 1,480

Gasolina Diesel Etanol

2,301 1,975 2,001

2,495 1,975 N/D

DNP 2,438 1,989 1,990

2,465 2,036 2,041

N/D N/D N/D N/D

N/D N/D N/D

Sabba 2,455 2,530 1,994 2,092 2,105 2,205

2,669 2,241 2,265

Sabba 2,485 2,531 2,059 2,128 1,980 2,098

Equador 2,660 2,662 2,206 2,221 2,242 2,246

2,530 2,165 1,435

2,420 2,140 1,380

2,504 2,218 1,518

2,469 2,021 1,411

2,456 2,154 1,820

Taurus 2,330 2,410 2,010 2,105 1,718 1,821

2,429 2,062 1,654

2,488 2,084 1,637

2,339 1,889 1,370

2,412 1,922 1,751

2,239 1,839 1,535

2,401 2,070 2,073

2,250 1,933 2,061

2,359 1,934 2,071

2,247 1,834 2,105

Idaza

BR

Goiânia (GO) - Preços CIF IPP

Curitiba (PR) - Preços CIF

Porto Alegre (RS) - Preços CIF

2,481 2,128 1,707 Shell

2,449 2,004 1,593

2,390 1,943 1,492

2,382 1,945 1,709

2,230 1,841 1,482

2,441 1,997 1,586

2,367 1,981 2,089

Cosan 2,273 2,367 2,032 2,032 2,101 2,101

2,347 1,903 2,105

Cosan 2,348 2,354 1,961 1,961 2,100 2,100

Shell

BR

IPP

2,541 2,266 1,590 IPP

IPP

IPP

2,529 2,090 2,103

BR

BR

BR

Florianópolis (SC) - Preços CIF

IPP

Shell

Campo Grande (MS) - Preços CIF

2,277 1,906 2,030

N/D N/D N/D

2,512 1,890 2,103

Cuiabá (MT) - Preços CIF

Gasolina Diesel Etanol Fonte: ANP

N/D N/D N/D

BR

Menor

2,334 1,896 1,699

Maior

2,348 1,941 2,075

Sabba 2,308 2,361 1,869 1,980 1,990 2,204

2,427 2,006 2,013

2,326 1,953 1,955

2,427 2,006 2,059

2,326 1,953 1,956

2,436 1,958 2,080

2,369 1,994 1,976

2,363 2,016 2,023

Alesat 2,206 2,309 1,867 1,960 1,849 1,911

2,310 1,949 1,867

2,335 1,969 1,925

Gasolina Diesel Etanol

Alesat 2,292 2,390 1,873 1,971 1,961 2,066

2,330 1,891 2,006

Gasolina Diesel Etanol

2,327 1,924 1,924

Gasolina Diesel Etanol

2,248 1,889 1,827

Gasolina Diesel Etanol

2,402 1,901 2,270

Gasolina Diesel Etanol

2,340 1,809 1,555

Gasolina Diesel Etanol

2,234 1,938 1,629

Gasolina Diesel Etanol

2,130 1,768 1,280

Gasolina Diesel Etanol

2,307 1,946 1,319

Gasolina Diesel Etanol

2,282 1,865 1,752

Gasolina Diesel Etanol

2,318 1,933 1,835

Gasolina Diesel Etanol

2,318 1,933 1,891

Gasolina Diesel Etanol

2,307 1,815 1,948

Gasolina Diesel Etanol

2,240 1,946 1,985

Gasolina Diesel Etanol

2,310 1,949 1,866

Teresina (PI) - Preços CIF BR

Fortaleza (CE) - Preços CIF

IPP

BR

2,569 2,090 2,186

BR

Gasolina Diesel Etanol

Sabba 2,426 2,491 1,965 2,103 2,091 2,177

Sabba 2,460 2,519 1,879 2,125 2,093 2,135

Rio Branco (AC) - Preços FOB

Maior

BR

N/D N/D N/D

N/D

2,494 2,199 2,361

Equador 2,435 2,580 1,977 2,100 2,042 2,138

N/D N/D N/D

IPP

Equador 2,400 2,450 2,000 2,000 N/D N/D

Manaus (AM) - Preços CIF Gasolina Diesel Etanol

2,473 2,088 2,081

2,315 1,895 N/D

BR

Gasolina Diesel Etanol

2,359 1,895 1,739

2,347 2,086 2,118

Boa Vista (RR) - Preços CIF

Menor

Maior

N/D

IPP

BR

Gasolina Diesel Etanol

Menor

São Luiz (MA) - Preços CIF

Palmas (TO) - Preços CIF Gasolina Diesel Etanol

Maior

em R$/L - Outubro 2012

Natal (RN) - Preços CIF

Shell

Recife (PE) - Preços CIF

2,322 1,947 1,962

2,394 1,994 1,976

Alesat 2,319 2,388 1,831 1,916 1,858 1,991

Shell

BR

Shell

2,431 1,993 2,104

Cosan 2,328 2,368 1,967 1,997 2,045 2,049

2,310 1,884 1,828

2,484 1,925 2,036

2,258 1,760 1,740

2,507 1,907 2,275

2,492 1,892 2,249

2,599 1,963 2,061

2,335 1,794 1,550

2,496 2,028 1,885

2,391 1,980 1,730

2,380 2,032 1,621

2,140 1,743 1,319

2,460 1,969 1,618

2,387 1,921 1,370

IPP

IPP

Vitória (ES) - Preços CIF

Rio de Janeiro (RJ) - Preços CIF

BR

São Paulo (SP) - Preços CIF

Brasília (DF) - Preços FOB

2,223 1,769 1,752

2,543 1,947 2,282

2,483 1,912 2,281

2,663 1,932 2,172

2,457 1,831 1,861

2,507 2,126 1,887

2,398 1,965 1,742

2,322 1,932 1,618

2,133 1,775 1,370

Foram consideradas as três distribuidoras com maior participação de mercado em cada capital, considerando os dados disponibilizados pela ANP.

Shell

2,460 1,950 1,594

2,397 1,935 1,280

2,434 1,970 2,053 Shell 2,532 1,917 2,282 BR

Shell

BR

2,396 2,020 2,120 Shell

2,477 1,970 1,975

IPP

Belo Horizonte (MG) - Preços CIF

2,421 1,943 2,121 Shell

BR

Shell

2,384 1,992 1,949 BR

BR

IPP

2,305 2,017 2,068 BR

2,309 1,863 1,933

Salvador (BA) - Preços CIF

2,367 2,030 2,026

2,241 1,892 1,903

2,384 1,922 2,095

BR

BR

2,346 2,026 2,006

2,296 1,916 1,847

Aracaju (SE) - Preços CIF

2,343 1,914 1,966

Raizen 2,322 2,367 1,947 2,030 2,002 2,041

2,394 2,092 2,065

Maceió (AL) - Preços CIF

IPP

IPP

2,346 2,026 1,955

IPP

Total

Maior

2,343 1,914 1,966

IPP

BR

João Pessoa (PB) - Preços CIF

Menor

2,610 1,959 2,127 IPP 2,506 2,095 1,860 Shell

IPP

2,330 1,989 1,594 2,450 1,984 1,621

Combustíveis & Conveniência • 65


44 CRÔNICA

Mi Buenos Aires Querido Tio Marciano, Ruano e o Doutor estão sentados num terraço do Hotel Pan-americano. Em plena Avenida 9 de julho, em Buenos Aires. Junto ao monumental Teatro Colón e a menos de uma quadra do Obelisco. No coração da capital portenha. Assistem à passagem do desfile de manifestantes do Panelaço contra o governo da presidente Cristina Kirchner. São milhares de pessoas desfilando, sem grandes ruídos, portando bandeiras e faixas de protesto. Vão em direção à Avenida de Mayo, que desemboca na Plaza de Mayo, em frente à Casa Rosada, sede do governo argentino. O Doutor comenta: - Esta é a coisa mais disciplinada e limpa que vi em todos esses dias em que estamos aqui. - É verdade. Falta gasolina. Falta gás. Falta luz. O lixo está espalhado nas ruas. Se parece muito pouco com a Buenos Aires que sempre conhecemos. - Quase morri de calor. A reunião foi feita sem ar condicionado. Também nos apartamentos da Torre Norte do Hotel não havia luz. - No show de tango, também havia o incômodo da falta de ar condicionado. Tio Marciano parece contrariado.

66 • Combustíveis & Conveniência

- Algumas coisas mostram um retrocesso impressionante. Antes aqui sempre tínhamos a última tecnologia imperando. Nesse momento, até para pagar com cartão de crédito com chip de senha se tem de mostrar o passaporte e assinar o formulário. - Eles burocratizaram e subverteram a tecnologia. - Algo impensável em outros tempos. Quando os argentinos corriam sempre na frente. - Algumas das senhoras estão apavoradas. Como tudo está triste, sujo e descuidado. - Claro que existe nessa sensação a frustração da expectativa que sempre temos de Buenos Aires. Sempre nos preparamos para assistir a grandes espetáculos, comer maravilhosamente e ver gente bem vestida pela rua. - Sem dúvida é frustrante. Ruano também se sente contrafeito e insatisfeito. - Bom. Os vinhos continuam muito bons. E Carlos Gardel, apesar de um pouco esquecido, segue sendo a melhor forma de imaginar Mi Buenos Aires Querido.




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