Revista Combustíveis & Conveniência - Ed. 135

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©2014. Wayne, a logomarca Wayne, Helix e combinações destas, são marcas registradas ou marcas comerciais registradas pela Wayne Fueling Systems, nos Estados Unidos e outros países. Outros nomes são para fins informativos e podem ser marcas registradas de seus respectivos proprietários.


ÍNDICE 33

n Reportagem de Capa

n Meio Ambiente

47 • Biometano: novo combustível

38 • À espera de um futuro

n Conveniência

50 • Sem desperdício n Entrevista

12

• Sérgio Rebelo - Diretor da Factor de Solução

n Mercado

20 • O futuro da matriz veicular 25 • Bons ventos não isolam incertezas n Na Prática

29 • Acidentes com GNV podem ser evitados 32 • Guia para conferir

18 • Paulo Miranda

62 • Evolução dos 63 • Comparativo das

57 • Atuação Sindical

45 • José Carlos Ulhôa Fonseca

60 • Perguntas e Respostas

55 • Conveniência Pricila de Sá Cantú 56 • Jurídico Felipe Goidanich 59 • José Luiz Rocha

4TABELAS

61 • Crônica

4OPINIÃO

4SEÇÕES

04 • Virou Notícia

Preços do Etanol Margens e Preços dos Combustíveis

64 • Formação

de Preços

65 • Formação

de Custos do S10

66 • Preços das

Distribusidoras Combustíveis & Conveniência • 3


44 VIROU NOTÍCIA

Vendas de veículos em queda

De Olho na ECONOMIA

Stock

6,4%

15,4%

Stock

Stock

Foi a queda da produção de veículos, comerciais leves, caminhões e ônibus no ano passado em relação a 2013, conforme divulgou a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). Foram produzidos um total de 203.760 mil veículos em 2014. Para este ano, a expectativa da Anfavea é de crescimento da produção em 4,1%.

2,6% São as estimativas de crescimento para as vendas do comércio varejista brasileiro em 2014, pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Para este ano, a entidade projeta crescimento de 3%. No último resultado oficial, divulgado pelo IBGE, de janeiro a novembro, o avanço foi de 2,4%, o que sinaliza enfraquecimento da economia brasileira.

61,9%

4 • Combustíveis & Conveniência

Em 2014, a indústria automotiva brasileira amargou o pior desempenho dos últimos 12 anos, com uma retração de 7,4% nas vendas de carros de passeio. Foram licenciados 3,33 milhões de automóveis no ano passado, número que não inclui veículos pesados (ônibus e caminhões) nem máquinas agrícolas. Foi o segundo ano consecutivo de retração no setor, que enfrentou queda de 4% em 2013. Nem mesmo o bom resultado de dezembro, com 370 mil veículos licenciados no mês, atenuou o mau desempenho no acumulado do ano. Em dezembro, o maior consumo foi decorrente do anúncio da elevação do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) a partir de janeiro de 2015. Desde o mês passado, a alíquota do IPI dos carros populares passou de 3% para 7%, que é o seu valor original. Para os demais, a alíquota subiu de 9% para 11%, no caso dos carros flex, e de 9% para 13% para os modelos movidos à gasolina.

Usina fecha

Stock

Foi o percentual de famílias endividadas em 2014, o que representa recuo ante 2013, que fechou em 62,5%. Os dados, divulgados pela CNC, representam o menor nível de endividamento desde 2010. O motivo que justifica a queda é a alta do custo do crédito. Já o percentual de renda das famílias comprometida com dívidas chegou a 30,4%, em 2014, ante os 29,4% do ano anterior.

Stock

Foi o resultado tão esperado do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), indicador oficial de inflação do país, em 2014, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Apesar de ter ficado abaixo do teto da meta, de 6,5%, a inflação aumentou em relação a 2013, quando terminou com alta de 5,9%.

A Raízen suspendeu as atividades da Usina Bom Retiro, localizada em Capivari, no interior do estado de São Paulo. A suspensão das operações da usina será por dois anos. O motivo da medida é a escassez de cana-de-açúcar para moagem, em decorrência da forte estiagem que atingiu o estado paulista. Foram demitidos 250 funcionários.


Ping-Pong

Amaro Pereira

Professor de Economia da Energia e Meio Ambiente da Coppe/UFRJ

Stock

Energia elétrica mais cara A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) divulgou que as chamadas bandeiras tarifárias são classificadas como vermelhas em todas as regiões do país, com exceção de Amazonas, Roraima e Amapá, que não são interligados ao sistema nacional. Isso significa que o custo da energia elétrica está em seu nível mais alto. Dessa forma, cada conta de luz terá um adicional de R$ 3 por cada 100 quilowatts-hora (kWh) consumidos. Com isso, a expectativa é de que as empresas distribuidoras possam arrecadar até R$ 800 milhões a mais apenas em janeiro. A situação já era esperada pelo setor para o começo do ano, uma vez que os reservatórios das usinas hidrelétricas ainda estão longe do nível ideal e o sistema elétrico continua dependente da energia térmica mais cara.

Novo diretor João Adalberto Elek Junior é o novo diretor de Governança, Risco e Conformidade da Petrobras. O cargo foi criado para combater práticas de fraudes e corrupção na empresa, reduzir os riscos nas atividades da estatal e assegurar a adesão às leis. Elek foi diretor financeiro da Fibria Celulose e atuou nas funções de Relações com Investidores, Controle e Gestão de Riscos e Finanças.

Recentemente, o Observatório do Clima divulgou relatório indicando aumento nas emissões de gases de efeito estufa no país em 2013. A que se deve esse aumento, visto que o Brasil é grande potencial de fontes renováveis de energia? A geração de energia elétrica no Brasil é predominantemente hidrelétrica, o que é uma grande vantagem para o país. Entretanto, em anos com hidrologia desfavorável, como foi o caso em 2014, há necessidade de aumentar a geração termelétrica para garantir o fornecimento de energia aos consumidores. Adicionalmente, o governo concedeu isenção de IPI aos automóveis novos e congelou o preço da gasolina. Estes efeitos combinados foram determinantes para o aumento das emissões de gases de efeito estufa. Como o Brasil tem se posicionado em relação às energias renováveis? Houve avanço quando falamos especificamente sobre combustíveis? No caso dos combustíveis, houve pequenos avanços no uso de biodiesel, a partir da elevação da mistura no diesel para 7%. Entretanto, a política de preços de combustíveis adotada pelo governo, com subsídios ao preço da gasolina, prejudicou o mercado de etanol. Neste caso, houve um retrocesso. Porém, de forma geral, o país tem dado claros sinais de incentivos à introdução de fontes renováveis no setor elétrico, o que tem viabilizado a expansão de geração eólica e fotovoltaica. Outro levantamento, divulgado recentemente pelo governo, mostra que o número de automóveis no Brasil vai quadruplicar até 2050. Como as energias renováveis podem ser inseridas nesse número? Primeiramente, via incentivos ao etanol e ao biodiesel. Ademais, deve-se considerar a introdução de carros elétricos que possam ser abastecidos em smart grids, quando a energia elétrica seja produzida a partir de fontes renováveis, tal como a solar fotovoltaica. Qual a expectativa para as energias renováveis no mercado de combustíveis para os próximos anos? A queda no preço do petróleo no mercado internacional pode prejudicar ainda mais a competitividade dos biocombustíveis no Brasil. Por outro lado, os investimentos em smart grids podem viabilizar pequenas redes elétricas com geração a partir de fontes renováveis, tais como eólicas de pequena escala, solar fotovoltaica etc., que podem abastecer os carros elétricos. Combustíveis & Conveniência • 5


44 VIROU NOTÍCIA

Atenção revendedor!

Produção e vendas recordes

Agência Petrobras

Lubrificantes Desde janeiro deste ano, deixaram de ser produzidos, obrigatoriamente, os óleos lubrificantes com as especificações API SF e API CF. Ainda assim, os mesmos lubrificantes terão um período de três meses, a contar da proibição da produção, para que deixem de ser distribuídas no mercado e mais três meses subsequentes a estes para a suspensão definitiva da comercialização aos consumidores finais desses dois tipos de lubrificantes. A norma atende à Resolução ANP 22/2014.

Recipientes Lembramos ao revendedor que ainda têm dúvidas sobre a venda de combustíveis em recipientes fora do tanque está valendo o artigo 34-A da Resolução 41/2013, que diz: “Os efeitos do art. 17, parágrafo único, e do art. 22, inciso III, desta Resolução, este no que trata exclusivamente da aquisição de combustíveis em recipientes, somente passarão a vigorar, para fins de cumprimento pelo revendedor varejista, após publicação de regulamentação específica que trate de recipientes certificadas para armazenamento de combustíveis automotivos e suas reutilizações pelo consumidor final”. Portanto, caro revendedor, enquanto não for publicada nova regulamentação específica que informe o padrão dos recipientes e o procedimento quanto à reutilização das embalagens, o combustível vendido fora do tanque pode ser comercializado em recipientes não certificados.

6 • Combustíveis & Conveniência

Petróleo e gás A Petrobras produziu média de 2,863 milhões de barris de óleo equivalente por dia (boed), em dezembro do ano passado, o que representa o maior resultado registrado na história da empresa. A estatal também bateu recorde de produção de petróleo e líquido de gás natural, registrando média mensal de 2,212 milhões de barris de petróleo por dia (bpd), ou seja, um crescimento de 4,8% em comparação a novembro do ano passado, com 2,111 milhões de bpd. Em relação ao pré-sal, a Petrobras também soma resultados positivos. A estatal atingiu média de produção de 666 mil bpd, ultrapassando em 10% o recorde anterior, em outubro do mesmo ano, que foi de 606 mil bpd.

Etanol As vendas de etanol pelas unidades produtoras da região Centro-Sul, em dezembro, atingiram volume recorde em 2014, com a soma de 2,25 bilhões de litros, o que representou crescimento de 12,81% em relação a igual período do ano anterior, segundo divulgação da União da Indústria da Cana-de-Açúcar (Unica). Entretanto, o bom resultado não se sustentou ao longo do ano. No acumulado desde o inicio da safra até 1º de janeiro, as vendas de etanol alcançaram 18,48 bilhões de litros em 2014, uma queda de 5,4% ante o ano anterior. Na safra 2013, as vendas somaram 19,53 bilhões de litros.


Mais imposto nas bebidas

PELO MUNDO por Antônio Gregório Goidanich

Panorama Claec México

Stock

O novo modelo de tributação de bebidas frias, que foi incluído na Medida Provisória 656, que ainda aguarda votação no Congresso Nacional, deve elevar a carga tributária do setor em 10% em 2015. A medida vale para bebidas como cerveja, água, refrigerantes, energéticos e isotônicos, e trará um adicional de arrecadação de R$ 1,5 bilhão em 2015. O governo espera, porém, que o aumento não seja repassado para os preços, já que, em 2014, houve um reajuste nas bebidas com a expectativa de alta de impostos.

MG reduz ICMS do etanol Em Minas Gerais, a Lei 21.527, de 16 de dezembro de 2014, reduziu de 19% para 14% a alíquota do Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS) do etanol hidratado e elevou de 27% para 29% a mesma tributação sobre a gasolina. A Associação das Indústrias Sucroenergéticas de Minas Gerais (Siamig) estima que a medida permitirá ao setor dobrar as vendas de etanol e alcançar um nível de consumo de 1,5 bilhão de litros por ano no estado. A mudança passará a valer 90 dias após a data da publicação da Lei, que aconteceu em 17 de dezembro.

• O revendedor mexicano José Angel Garcia Elizondo é o novo presidente em exercício da Comision Latino Americana de Empresários de Combustibles (Claec). Seu mandato iniciado após reunião realizada na cidade do México deverá durar até o próximo evento da Claec; • De acordo a nova legislação, aprovada em meados de 2014, em 1º de janeiro de 2015 iniciou o período de dois anos de mudanças lentas e graduais que deverá levar o mercado mexicano à integral abertura; • Revendedor sediado em Tampico e filho de um tradicional líder classista que ocupou anteriormente a presidência da Onexpo, Garcia Elizondo agradeceu a colaboração e os ensinamentos aportados pelas delegações presentes em México City; • O novo presidente da Onexpo deixou claro que não espera nenhum favorecimento das autoridades do país, mas uma organização do mercado que permita igualdade de condições entre todos os participantes e agentes.

Guatemala • A Associação Guatemalteca de Expendedores de Gasolina (AGEG) foi eleita para realizar a próxima reunião da Claec. O evento que deverá se reali-

zar na Cidade da Guatemala, entre março e abril de 2015; Carlos Romero é o presidente da AGEG e vem demonstrando firmeza e disposição para enfrentar as complexidades do principal mercado de combustíveis da América Central.

Brasil • A principal empresa energética do continente, a Petróleo Brasileiro S/A - Petrobras, vem sendo corroída e destruída pela intensa atividade dos agentes de corrupção. As ações da Petrobras estão no nível mais baixo em vários anos; • A reeleita presidente da república do Brasil, senhora Dilma Rousseff, prometeu, em seu discurso de posse, defender a Petrobras de seus “predadores internos” e “inimigos externos”; • Apesar da presidente reeleita não haver declinado a identidade dos predadores internos, nem dos inimigos externos, os integrantes da base de apoio ao governo manifestaram a esperança de recuperação desta tão importante companhia; • Nas hostes da oposição ao governo brasileiro ecoam acusações de corrupção e gerência deletéria da principal companhia brasileira, a qual teria sido utilizada para desvios de valores para fins políticos através do aparelhamento pelos partidos da denominada base aliada.

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CARTA AO LEITOR 44 Mônica Serrano

Novas medidas A Fecombustíveis representa nacionalmente 34 sindicatos, defendendo os interesses legítimos de quase 40 mil postos de serviços, 370 TRRs e cerca de 52 mil revendedores de GLP, além da revenda de lubrificantes. Nossa missão é acompanhar o mercado de revenda de combustíveis, com a meta de fomentar o desenvolvimento econômico e social do setor, contribuindo assim para melhorar a qualidade de vida da nação. Tiragem: 25 mil exemplares Auditada pelo Presidente: Paulo Miranda Soares Presidente de Honra: Gil Siuffo 1º Vice-Presidente: Mario Luiz Pinheiro Melo 2º Vice-Presidente: José Carlos Ulhôa Fonseca 3º Vice-Presidente: Adão Oliveira da Silva 4º Vice-Presidente: Walter Tannus Freitas 5º Vice-Presidente: Maria Aparecida Siuffo Schneider 6º Vice-Presidente: José Camargo Hernandes 1º Secretário: Roberto Fregonese 2º Secretário: Emilio Roberto C. Martins 3º Secretário: José Augusto Melo Costa 1º Tesoureiro: Ricardo Lisboa Vianna 2º Tesoureiro: Manuel Fonseca da Costa 3° Tesoureiro: Armando Matheussi Conselheiro Fiscal Efetivo: Luiz Felipe Moura Pinto Conselheiro Fiscal Efetivo: Julio Cezar Zimmermman Conselheiro Fiscal Efetivo: João Victor C.R. Renault Diretor de TRR: Álvaro Rodrigues Antunes de Faria Diretor de Postos de Rodovia: Ricardo Hashimoto Diretor de Meio Ambiente: João Batista Porto Cursino de Moura Diretor de GNV: Gustavo Sobral Diretor de Conveniência: Paulo Tonolli Diretoria: Aldo Locatelli, Carlos Eduardo Mendes G. Junior, Eduardo Augusto R. Pereira, Flávio Martini de Souza Campos, José Batista Neto, Luiz Henrique Martiningui, Mário Seiti Shiraishi, Mozart Augusto de Oliveira, Nebelto Carlos dos Santos Garcia, Omar Aristides Hamad Filho, Orlando Pereira dos Santos, Ovídio da Silveira Gaspareto, Rui Cichella, Vilanildo Jorge Gadelha Fernandes Conselho Editorial: José Alberto Miranda Cravo Roxo, José Luiz Vieira, Marciano Francisco Franco, Ricardo Hashimoto e Emílio Martins Edição: Mônica Serrano (monicaserrano@fecombustiveis.org.br) Editora-assistente: Gisele de Oliveira (assessoria.comunicacao@fecombustiveis.org.br) Redação: Rosemeire Guidoni (roseguidoni@uol.com.br) e Adriana Cardoso Capa: Alexandre Bersot Economista responsável: Isalice Galvão Publicidade: Gerente comercial: Celso Guilherme Figueiredo Borges (celsoguilherme@fecombustiveis.org.br) Telefone: (21) 2221-6695 Programação visual: Priscilla Carvalho (priscilla.carvalho@fecombustiveis.org.br) Fecombustíveis Av. Rio Branco 103/13° andar - Centro-RJ - Cep.: 20.040-004 Telefone: (21) 2221-6695 Site: www.fecombustiveis.org.br/revista E-mail: revista@fecombustiveis.org.br

8 • Combustíveis & Conveniência

Começamos o ano com o governo na tentativa de tomar as rédeas da economia, com a nova equipe no comando. Passadas algumas semanas após assumir o cargo, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, anunciou um pacote de medidas, efetivando uma das etapas do processo de ajuste fiscal. Duas medidas abrangeram a tributação do setor de combustíveis, com a volta da cobrança da Cide e o aumento da alíquota do PIS/Cofins. A expectativa do setor produtivo sucroenergético, com a cobrança de ambos os impostos, é que possa reverter em benefício ao etanol hidratado, podendo elevar sua competitividade. Mas, somente com o passar do tempo, será possível avaliar o real impacto do pacote. Por falar em etanol, este ano, o setor sucroenergético vai comemorar 40 anos de Proálcool, o programa que elevou o etanol ao patamar de combustível concorrente da gasolina, com o lançamento do combustível renovável como alternativa para substituir a gasolina em meio à crise do petróleo. A matéria de capa traz um panorama histórico da trajetória do etanol no país, os altos e baixos que o setor vivenciou e vivencia até hoje desde que foi deflagrada a crise do segmento. Confira a reportagem escrita a quatro mãos por mim e Adriana Cardoso. Também trazemos nesta edição, as projeções do Sindicom para o mercado de combustíveis, em 2014. As perspectivas são positivas, os dados indicam que as vendas do setor devem atingir 133 bilhões de litros, o que representa um crescimento de 5,6% em relação a 2013. Veja na seção Mercado todas as projeções separadas por tipo de combustível, com cobertura de Gisele de Oliveira. Ainda em Mercado confira as projeções da Empresa de Pesquisa Energética (EPE) para 2050, que indicam as tendências sobre o aumento de participação de novas fontes de energia automotiva, principalmente carros movidos a energia elétrica na matriz veicular. A reportagem de Rosemeire Guidoni traz um panorama do que se espera para o futuro. Como as regras para a revenda geralmente passam por mudanças, trazemos em Na Prática um guia específico de placas e adesivos que devem ser afixados na área do posto. Nesta edição, constam somente as regras determinadas pela ANP, por Gisele de Oliveira. A seção Meio Ambiente traz o gás biometano, como nova possibilidade de utilização de combustível renovável. A primeira experiência foi testada no Paraná, pela usina Itaipu Binacional. Em Conveniência, a reportagem mostra como a revenda pode evitar desperdícios com a comercialização de produtos frescos e perecíveis, pois aumenta a procura por produtos frescos e saudáveis na loja. Para finalizar, Rosemeire Guidoni entrevistou Sérgio Rebelo, diretor da Factor de Solução, que faz um alerta para a revenda retomar seu espaço na venda de lubrificantes no posto: foco no cliente. Boa leitura! Mônica Serrano Editora


44 SINDICATOS FILIADOS ACRE Sindepac Delano Lima e Silva Rua Pernambuco nº 599 Sala 4 - Bosque Rio Branco-AC Fone: (68) 3226-1500 sindepac@hotmail.com www.sindepac.com.br ALAGOAS Sindicombustíveis - AL James Thorp Neto Av. Jucá Sampaio, 2247, Bairro Duro Salas 93/94 Shopping Miramar Maceió-AL Fone: (82) 3320-2902/1761 Fax: (82) 3320-2738/2902 scvdpea@uol.com.br www.sindicombustiveis-al.com.br AMAZONAS Sindcam Luiz Felipe Moura Pinto Rua Rio Içá, 26 - quadra 35 Conj. Vieiralves Manaus-AM Fone: (92) 3584-3707 Fax: (92) 3584-3728 sindcam@uol.com.br BAHIA Sindicombustíveis - BA José Augusto Melo Costa Av. Otávio Mangabeira, 3.127 Costa Azul Salvador-BA Fone: (71) 3342-9557 Fax: (71) 3342-9557/9725 sindicombustiveis@sindicombustiveis. com.br www.sindicombustiveis.com.br CEARÁ Sindipostos - CE Vilanildo Fernandes Av. Engenheiro Santana Junior, 3000/ 6º andar – Parque Cocó Fortaleza-CE Fone: (85) 3244-1147 sindipostos@sindipostos-ce.com.br www.sindipostos-ce.com.br DISTRITO FEDERAL Sindicombustíveis - DF José Carlos Ulhôa Fonseca SHCGN-CR 704/705, Bloco E entrada 41, 3º andar, sala 301 Brasília-DF Fone: (61) 3274-2849 Fax: (61) 3274-4390 sindicato@sindicombustiveis-df. com.br www.sindicombustiveis-df.com.br ESPÍRITO SANTO Sindipostos - ES Nebelto Carlos dos Santos Garcia Rua Vasco Coutinho, 94 Vitória-ES Fone: (27) 3322-0104 Fax: (27) 3322-0104 sindipostos@sindipostos-es.com.br www.sindipostos-es.com.br GOIÁS Sindiposto José Batista Neto 12ª Avenida, 302 Setor Leste Universitário Goiânia-GO Fone: (62) 3218-1100 Fax: (62) 3218-1100 sindiposto@sindiposto.com.br www.sindiposto.com.br MARANHÃO Sindcombustíveis - MA Orlando Pereira dos Santos Av. Colares Moreira, 444, salas 612 e 614 Edif. Monumental

São Luís-MA Fone: (98) 3235-6315 Fax: (98) 3235-4023 secretaria@sindcombustiveis-ma. com.br www.sindcombustiveis-ma.com.br MATO GROSSO Sindipetróleo Aldo Locatelli R. Manoel Leopoldino, 414, Araés Cuiabá-MT Fone/Fax: (65) 3621-6623 contato@sindipetroleo.com.br www.sindipetroleo.com.br MATO GROSSO DO SUL Sinpetro Mário Seiti Shiraishi Rua Bariri, 133 Campo Grande-MS Fone: (67) 3325-9988 / 9989 Fax: (67) 3321-2251 sinpetro@sinpetro.com.br www.sinpetro.com.br MINAS GERAIS Minaspetro Carlos Eduardo Mendes Guimarães Junior Rua Amoroso Costa, 144 Bairro Santa Lúcia Belo Horizonte-MG Fone/Fax: (31) 2108- 6500/ 2108-6530 minaspetro@minaspetro.com.br www.minaspetro.com.br PARÁ Sindicombustíveis - PA Ovídio da Silveira Gasparetto Av. Duque de Caxias, 1337 Bairro Marco Perímetro: Trav. Mariz e Barros/Trav. Timbó Belém-PA Fone: (91) 3224-5742/ 3241-4473 secretaria@sindicombustiveis-pa. com.br www.sindicombustiveis-pa.com.br PARAÍBA Sindipetro - PB Omar Aristides Hamad Filho Av. Minas Gerais, 104 Bairro dos Estados João Pessoa-PB Fone: (83) 3224-1600 Fax: (83) 3221-0762 sindipet@hotmail.com www.sindipetropb.com.br PARANÁ Sindicombustíveis - PR Rui Cichella Rua Vinte e Quatro de Maio, 2.522 Curitiba-PR Fone/Fax: (41) 3021-7600 diretoria.sindi@sindicombustiveis-pr. com.br www.sindicombustiveis-pr.com.br PERNAMBUCO Sindicombustíveis - PE Alfredo Pinheiro Ramos Rua Desembargador Adolfo Ciríaco,15 Recife-PE Fone: (81) 3227-1035 Fax: (81) 3445-2328 sinpetro@sindicombustiveis-pe.org.br www.sindicombustiveis-pe.org.br PIAUÍ Sindipetro - PI Robert Athayde de Moraes Mendes Av. Jockey Club, 299, Edificio Eurobusiness 12º, sala 1212 Teresina-PI Fone: (86) 3233-1271 Fax: (86) 3233-1271 sindpetropi@gmail.com www.sindipetropi.org.br

RIO DE JANEIRO Sindestado Ricardo Lisboa Vianna Av. Presidente Franklin Roosevelt, 296 São Francisco Niterói–RJ Fone/Fax: (21) 2704-9400 sindestado@sindestado.com.br www.sindestado.com.br

SANTA CATARINA - FLORIANÓPOLIS Sindópolis Paulo Roberto Ávila Av. Presidente Kennedy, 222 - 2º andar Campinas São José Florianópolis-SC Fone: (48) 3241-3908 sindopolis@sindopolis.com.br

RIO DE JANEIRO - MUNICÍPIO Sindcomb Maria Aparecida Siuffo Pereira Schneider Rua Alfredo Pinto, 76 - Tijuca Rio de Janeiro-RJ Fone: (21) 3544-6444 sindcomb@infolink.com.br www.sindcomb.org.br

SANTA CATARINA – LITORAL CATARINENSE E REGIÃO Sincombustíveis Giovani Alberto Testoni Rua José Ferreira da Silva, 43 Itajaí-SC Fone: (47) 3241-0321 Fax: (47) 3241-0322 sincombustiveis@sincombustiveis. com.br www.sincombustiveis.com.br

RIO GRANDE DO NORTE Sindipostos - RN Antonio Cardoso Sales Rua Monte Sinai - Galeria Brito salas 101/102 Natal-RN Fone: (84) 3217-6076 Fax (84) 3217-6577 sindipostosrn@sindipostosrn.com.br www.sindipostosrn.com.br

SÃO PAULO - CAMPINAS Recap Flávio Martini de Souza Campos Rua José Augusto César, 233 Jardim Chapadão Campinas-SP Fone: (19) 3284-2450 recap@recap.com.br www.recap.com.br

RIO GRANDE DO SUL Sulpetro Adão Oliveira Rua Cel. Genuíno, 210 - Centro Porto Alegre-RS Fone: (51) 3930-3800 Fax: (51)3228-3261 presidencia@sulpetro.org.br www.sulpetro.org.br

SÃO PAULO - SANTOS Sindicombustíveis - Resan José Camargo Hernandes Rua Dr. Manoel Tourinho, 269 Bairro Macuco Santos-SP Fone: (13) 3229-3535 Fax: (13) 3229-3535 secretaria@resan.com.br www.resan.com.br

RIO GRANDE DO SUL – SERRA GAÚCHA Sindipetro Serra Gaúcha Luiz Henrique Martiningui Rua Ítalo Victor Berssani, 1.134 Caxias do Sul-RS Fone/Fax: (54) 3222-0888 sindipetro@sindipetroserra.com.br www.sindipetroserra.com.br RONDÔNIA Sindipetro - RO Rafael Alexandre Figueiredo Gomes Travessa Guaporé, Ed. Rio Madeira, 3º andar, salas 307/308 Porto Velho-RO Fone: (69) 3229-6987 Fax: (69) 3229-6987 sindipetrorondonia@gmail.com www.sindipetro-ro.com.br RORAIMA Sindipostos - RR Abel Salvador Mesquita Junior Av. Surumu, 494 São Vicente Boa Vista - RR Fone: (95) 3623-8844 sindipostos.rr@hotmail.com SANTA CATARINA Sindipetro - SC Robson de Souza Rua Porto União, 606 - Bairro Anita Garibaldi Joinville-SC Fone: (47) 3433-0932 / 0875 Fax: (47) 3433-0932 sindipetro@sindipetro.com.br www.sindipetro.com.br SANTA CATARINA - BLUMENAU Sinpeb Julio César Zimmermann Rua Quinze de Novembro, 550/4º andar Blumenau-SC Fone: (47) 3326-4249 Fax: (47) 3326-6526 sinpeb@bnu.matrix.com.br www.sinpeb.com.br

SERGIPE Sindpese Mozart Augusto de Oliveira Rua Raimundo Fonseca, 57 Bairro Treze de Julho Aracaju-SE Fone: (79) 3214-4708 Fax: (79) 3214-4708 sindpese@infonet.com.br www.sindpese.com.br SINDILUB Laércio dos Santos Kalauskas Rua Trípoli, 92, conj. 82 Vila Leopoldina São Paulo-SP Fone: (11) 3644-3440/ 3645-2640 sindilub@sindilub.org.br www.sindilub.org.br TOCANTINS Sindiposto - TO Eduardo Augusto Rodrigues Pereira 103 Sul, Av. LO 01 - Lote 34 - Sala 07 Palmas-TO Fone: (63) 3215-5737 sindiposto-to@sindiposto-to.com.br www.sindiposto-to.com.br TRR Álvaro Rodrigues Antunes de Faria Rua Lord Cockrane, 616 8º andar, salas 801/804 e 810 Ipiranga São Paulo-SP Fone: (11) 2914-2441 Fax: (11) 2914-4924 info@sindtrr.com.br www.sindtrr.com.br Entidade associada ABRAGÁS (GLP) José Luiz Rocha (41) 8897-9797 abragas.presidente@gmail.com www.abragas.com.br Combustíveis & Conveniência • 9


O ano começa com boas notícias: O Sindisoluções oferece produtos e serviços com preços diferenciados para suprir as necessidades do revendedor. Trata-se de um programa desenvolvido pela Fecombustíveis e seus sindicatos associados que tem como objetivo fortalecer a gestão de negócio da revenda com produtos de qualidade, custos competitivos e diversificação de serviços. Não perca tempo, confira alguns de nossos serviços: • Loja de conveniência • Troca de óleo • Menor taxa de administração em cartões de crédito e débito • Remediação ambiental • Seguro ambiental de carga e armazenamento • Construção de site • Controle eletrônico de qualidade de combustíveis • Sistema de gestão Ficou interessado? O cadastro é gratuito e as vantagens são exclusivas, se for um posto associado a um dos Sindicatos Filiados à Fecombustíveis. Se posto não for associado à rede de Sindicatos filiados, a solicitação deve ser efetuada no próprio do Sindisoluções: www.sindisoluções.com.br .



44 Sérgio Rebelo 4 Diretor da Factor de Solução

Foco no cliente Por Rosemeire Guidoni No passado, os serviços de troca de óleo e venda de lubrificantes eram tradicionalmente um dos pontos altos dos postos de combustíveis. No entanto, com a renovação da frota e também com a evolução dos lubrificantes, o setor foi, aos poucos, perdendo espaço para concessionárias e outros serviços especializados em lubrificação. Para Sérgio Rebelo, diretor da Factor de Solução (afiliada da Kline & Company no Brasil), a razão disso, essencialmente, é a falta de foco no cliente. “O perfil do cliente do posto mudou. Hoje, um número maior de mulheres tem seu próprio veículo e são chefes de família. A classe C conseguiu comprar seu primeiro veículo zero. Isso tudo trouxe a necessidade de uma mudança na forma de atendimento. Além disso, os veículos se modernizaram, exigindo o uso de óleos

Fotos: Paulo Pereira

12 • Combustíveis & Conveniência


lubrificantes mais sofisticados”, disse. “Isso exige maior preparo e treinamento dos profissionais que executam a função. O posto, que já foi um dia o principal lugar de troca de óleo, veio perdendo, aos poucos, este espaço, enquanto outros canais cresceram. Então, o que o segmento precisa, efetivamente, é se qualificar e criar uma imagem suficientemente forte para permitir que o consumidor entenda que terá o mesmo nível de serviço, a mesma qualidade, o mesmo tratamento que teria em outro canal”, afirmou. Rebelo lembrou ainda que a troca de óleo não é uma rotina constante dos motoristas – pode ser feita a cada dez/ doze meses, por exemplo – e, por isso, o revendedor precisa conquistar o cliente diariamente, com outros serviços e bom atendimento, para que o posto possa ser lembrado também no momento da troca de óleo. “É necessário foco no cliente, no dia a dia, no abastecimento, na atenção durante o atendimento e na cortesia do funcionário”, apontou. O especialista afirmou também que o mercado de lubrificação deve passar por grandes mudanças, com taxas de crescimento inferiores às dos últimos anos no volume de lubrificantes comercializados. As razões para isso são diversas: vão desde a introdução de lubrificantes mais sofisticados, que têm uma vida útil maior, até questões econômicas, que podem reduzir a periodicidade de troca. “Porém, embora o mercado vá crescer menos, haverá oportunidade para expansão num segmento que é o de maior valor, o de óleos sintéticos e semissintéticos”, ressaltou. Confira a seguir os principais trechos da entrevista exclusiva

O segmento precisa, efetivamente, se qualificar e criar uma imagem suficientemente forte para permitir que o consumidor entenda que terá o mesmo nível de serviço, a mesma qualidade, o mesmo tratamento que teria em outro canal

concedida à Combustíveis & Conveniência por Rebelo, na sede da Factor de Solução, em São Paulo. Combustíveis & Conveniência: Quais mudanças são esperadas para a nova geração de lubrificantes? Sérgio Rebelo: O Brasil é o sexto maior mercado do mundo de lubrificantes, com 51% do volume total de negócios na América do Sul, e, até 2013, vinha crescendo numa taxa bastante superior ao mercado global, só ficando atrás do mercado asiático, particularmente da China e outros países próximos, mais emergentes. O crescimento médio em volume do mercado de lubrificantes no Brasil nos últimos cinco anos foi de 4% a 5%, estimulado principalmente por veículos leves (automóveis e motos). O consumo de lubrificantes pelos veículos leves cresceu quase 6% ao ano nos últimos cinco anos, contra o crescimento dos pesados (ônibus, caminhões e tratores), que ficou em 3%, e do mercado industrial 3,5%, em média. A grande diferença que vemos daqui para frente é justamente uma diminuição neste ritmo de crescimento. A projeção de crescimento do mercado no Brasil, para os próximos cinco anos, gira em torno de 1,5% a 2% ao ano, em média. O mundo cresce entre zero e 1%. Várias coisas justificam este crescimento mais lento: primeiro,

o aspecto econômico, óbvio. Na medida em que temos uma situação econômica mais restritiva, temos menor venda de veículos, menos cargas circulando, indústria produzindo menos. Além disso, há uma segunda razão, que é a mudança no perfil dos lubrificantes utilizados. Os novos motores, mais eficientes, produzidos com maior preocupação em termos de eficiência energética e economia de combustível, exigem o uso de lubrificantes de maior qualidade, que são os sintéticos e semissintéticos. Estes produtos têm vida útil maior. Ou seja, a troca de óleo que acontecia a cada 5 mil km passa a ocorrer a cada 10 mil km. Hoje, todos os veículos de passageiros que saem das montadoras já são sintéticos e ou semissintéticos. A frota nova exige este tipo de lubrificante, pois os motores vão ter espaços muito mais reduzidos e eficiência maior. Os motores mais antigos tinham espaços maiores entre os componentes, e hoje em dia estes espaços são menores, o que demanda produtos com menor viscosidade. Serão necessários sintéticos muito mais leves e bem mais finos. C&C: O uso de lubrificantes com formulações mais modernas contribui para a redução de emissões e maior eficiência energética? SR: Sim, por trás de todas as mudanças está o enorme Combustíveis & Conveniência • 13


44 Sérgio Rebelo 4 Diretor da Factor de Solução compromisso que o país assumiu de buscar redução de consumo de combustível e de emissões, para atender ao Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores (Proconve) e Promot (versão do programa para motocicletas). São formulações mais modernas e que têm impacto na redução de emissões e eficiência energética, e está tudo voltado para a questão das montadoras precisarem atingir metas importantes até 2017, relacionadas a estes dois aspectos. Falamos de 14% a 17% de redução de consumo de combustíveis e de emissões nos próximos cinco anos. C&C: O preço destes novos produtos será mais elevado? Isso não desestimularia o consumo? E o consumidor será capaz de sentir a diferença de resultados no desempenho de seu veículo? SR: Em média, diria que o preço pode variar entre duas e quatro vezes mais que o preço do mineral, dependendo da marca e especificação. Fazer o consumidor perceber que este novo produto é melhor e que as trocas poderão ser espaçadas, é um desafio das empresas de lubrificantes e de toda a cadeia. O consumidor é um ser econômico. Mesmo que exista uma consciência ecológica, preocupação com o meio ambiente, o conceito de sustentabilidade não será suficiente para nortear a escolha. Porém, existe o aspecto da confiança. A montadora pede que seja usado o sintético e semissintético. O consumidor acaba acatando a orientação porque confia que é o melhor e quer preservar seu ativo. Para preservar seu patrimônio, o consumidor confia 14 • Combustíveis & Conveniência

que a montadora sabe o que é melhor para deixar aquele motor mais durável e com maior performance, maior qualidade e com redução de consumo de combustível também. Mas acredito que o consumidor vai perceber um impacto em termos de redução de consumo combustível e também de emissões. No fundo, é isso que está orientando o crescimento deste segmento. C&C: O mercado de pesados também terá mudanças por

conta da introdução dos novos lubrificantes? SR: A renovação de frota dos pesados é mais lenta. Hoje, 99%, 98% da demanda de lubrificantes no mercado de pesados é por óleos minerais. Esperamos que isso mude um pouco com o tempo. Em dez anos, haverá crescimento do sintético e semissintético de 1% para 4%. O sintético ainda tem uma penetração pequena no segmento de pesados, justamente pelas questões econômicas. C&C: Há uma perspectiva de o óleo mineral sair do mercado, já


que os sintéticos e semissintéticos seriam melhores para todos os veículos, mesmo os mais antigos? SR: Acredito que não, pela questão econômica. Será difícil ter esta substituição, porque a frota de pesados demora muito mais para se renovar do que a frota de leves. C&C: Há chances de entrada de novos fabricantes/ importadores no mercado brasileiro? SR: Acho muito pouco provável. O mercado brasileiro tem uma barreira importante, primeiro porque as grandes já são empresas consolidadas, com canais de distribuição muito bem estruturados e com marcas muito conhecidas. Os novos players terão de enfrentar algumas barreiras, como a necessidade de ter uma fábrica local, encontrar uma forma de fazer o produto chegar ao consumidor e, efetivamente, na ponta ter um apelo que faça sentido para o consumidor trocar a marca conhecida por uma eventual empresa não conhecida. Do ponto de vista técnico, as barreiras são muito menores porque há oferta de óleo básico de qualidade. Nos últimos anos, tivemos um crescimento enorme da oferta de óleo básico de boa qualidade (grupo 2 ou grupo 3). Temos um mercado extremamente bem estruturado com os atuais participantes e os canais de venda e distribuição muito bem amarrados por eles. Então, é difícil que um player novo tenha um papel importante sem ter amarração aos canais de distribuição. Por exemplo, as novas montadoras chinesas estão trazendo os lubrificantes chineses, mas o crescimento que elas conseguem é, de certa

forma, limitado ao canal dos próprios veículos. O espaço para crescimento é relativamente pequeno. C&C: Os postos revendedores de combustíveis, tradicionais vendedores de lubrificantes, estão perdendo terreno para outros segmentos de negócios, como as concessionárias. Qual sua avaliação sobre isso? Isso ocorre em função das garantias dos novos veículos, que obrigam o consumidor a realizar a troca na concessionária, ou por falta de mão de obra especializada nos postos? SR: A mensagem mais importante é que, embora o mercado vá crescer menos, haverá oportunidade para crescimento num segmento de maior valor, que é o de óleos sintéticos e semissintéticos. O posto de gasolina nos últimos anos realmente perdeu espaço, com o mercado de lubrificantes crescendo da forma tradicional. Quando se fala em frota nova que precisa de produtos mais sofisticados, de uma venda mais qualificada, a tendência é que os postos não atentem para esta oportunidade.

Mas, se os empreendedores do segmento mudarem sua forma de ver o mercado de lubrificação, perceberão que esta é uma oportunidade excepcional. O posto de combustíveis é um ponto de contato permanente com o consumidor. É possível se estruturar para poder efetivamente absorver parte deste crescimento. Caso contrário, os postos tenderão a continuar perdendo mercado, atendendo só os veículos mais antigos. Além disso, não há necessariamente uma obrigação de o consumidor trocar o óleo do veículo novo na concessionária. Isso acontece muito mais por conveniência, já que o veículo é levado para revisão na concessionária. Mas, de qualquer forma, o consumidor também vai ter períodos de garantia diferentes ao longo do tempo. O posto tenderá a não competir com a concessionária no primeiro ou segundo ano de idade do veículo, mas, depois, ele precisa se qualificar no mesmo nível, porque o mercado cresceu e não foi só nas concessionárias. O mercado de lubrificantes cresceu nos cenCombustíveis & Conveniência • 15


44 Sérgio Rebelo 4 Diretor da Factor de Solução tros automotivos, nos postos de troca rápida e em vários outros canais. O posto, que já foi um dia o principal lugar de troca, veio perdendo terreno e para reverter este quadro, é necessário, efetivamente, se qualificar e criar uma imagem suficientemente forte para permitir que o consumidor entenda que terá o mesmo nível de serviço, a mesma qualidade, o mesmo tratamento que teria na concessionária. C&C: Como é possível recuperar o terreno perdido? Qual o papel da qualificação do atendimento? SR: Existem algumas experiências no mercado de lubrificantes que demonstram que, além da qualificação técnica, existem outros fatores que fazem a diferença para o consumidor, como o ambiente em que o serviço é prestado e a comodidade do local em que o cliente aguarda. Um lugar limpo, protegido, com televisão, por exemplo, oferece uma comodidade. Além disso, a cortesia do funcionário, a rapidez e eficiência são importantes. É necessário saber abordar o cliente. O consumidor precisa ter uma experiência que proporcione a mesma confiança que existe quando ele procura uma concessionária ou um centro automotivo. Na concessionária, há casos de veículos que ficam mais de um dia só para trocar o óleo. Não seria mais cômodo ir a um posto de sua confiança? Mas, para tanto, o consumidor precisa saber que o serviço será de qualidade, confiar que o produto utilizado será recomendado pela concessionária 16 • Combustíveis & Conveniência

e o preço, justo. Os postos acabaram crescendo demais para outras oportunidades e uma oportunidade que já estava em suas mãos, a lubrificação, foi deixada para os outros. Os postos precisam mudar o foco, ter mais preocupação com o consumidor. A troca de óleo acontece uma vez a cada 10 mil km, o que pode significar

oito meses, um ano, 14 meses. Então, é necessário manter um relacionamento diário com o consumidor, com qualidade, para que seu posto seja lembrado no momento da troca de óleo. O dono do posto deve ter foco no consumidor o ano todo. Os serviços e o atendimento no dia a dia farão o consumidor retornar na hora que precisar de algo com maior valor. Então, as empresas precisam mudar o foco. Não é uma relação mais transacional, mas o bom atendimento, com qualidade

e preocupação com o cliente. Muda o foco do negócio e o lubrificante entra nesta toada. C&C: Qual sua opinião sobre os serviços de lubrificação prestados por franquias das distribuidoras de combustíveis? SR: O revendedor começou a ter retorno melhor com estes serviços, pois têm mais foco. Este tipo de iniciativa surgiu porque as distribuidoras de petróleo perceberam esta dificuldade do dono do posto em lidar com este desafio sozinho e formatou um negócio que deu oportunidade para o dono do posto participar. As questões relativas ao custo da franquia para o posto são comerciais, mas é importante notar que por trás das franquias estão as distribuidoras, que perceberam que os postos não têm capacitação, nem os recursos e treinamento, nem foco necessário. Por isso, formataram o negócio de lubrificação. Realmente, é difícil para o posto, sozinho, enfrentar este desafio, dada a evolução tecnológica dos motores, dos produtos e da concorrência que existe. Se você quer participar do pedaço do bolo mais apetitoso, tem de se qualificar, certo? A experiência mostra que naqueles postos onde houve foco maior na questão de lubrificantes, geralmente com a franquia ou por meio de um trabalho direcionado para isso, as vendas de sintético e semissintético foram maiores do que em um posto sem esta característica. Não só se aumenta o volume de negócios


associados, mas eleva também a qualidade do que se está efetivamente vendendo. Mas é importante notar que não vai adiantar nada ter uma franquia da distribuidora e, no dia a dia, não ter um serviço que cative, que cultive o relacionamento com o consumidor. É difícil dizer o que vem primeiro. Na medida em que o posto tem um serviço focado, a valorização do relacionamento com o consumidor é uma consequência. C&C: Esta mudança na forma de enxergar o negócio e o consumidor também se reflete no mercado de veículos pesados? SR: Este segmento é mais complicado, não tem o mesmo apelo. Na verdade, o apelo vai ser diferente, até porque, de novo, é preciso foco. Para conquistar o motorista de veículos leves, é preciso confiabilidade, comodidade, uma experiência de bom atendimento, com preço justo. Para conquistar o caminhoneiro, principalmente o independente, o drive é econômico. O posto terá de ter a melhor solução financeira para este cliente. Outras questões, talvez, sejam menos preponderantes neste sentido, o desafio mesmo é de posicionamento de produto. C&C: Esta mudança de postura frente aos negócios vale também para o mercado de aditivos? SR: Sim, se o foco é o consumidor, funciona da mesma maneira. O cliente tem de confiar efetivamente que o posto é o melhor interlocutor em relação ao seu automóvel. C&C: A venda de aditivos deverá sofrer algum impacto em função da aditivação total da

gasolina, prevista para meados de 2015? SR: Sim, pois neste caso o produto principal, no caso a gasolina, já chegará ao consumidor com percepção de qualidade superior e ficará mais difícil vender benefícios com qualidades similares. De novo, o bom resultado vai depender do posicionamento que estes produtos terão para enfrentar uma concorrência mais difícil. C&C: O senhor considera, então, que os postos perderam espaço no mercado de lubrificação por falta de confiança por parte do consumidor? SR: O consumidor não questiona o que a concessionária coloca no veículo porque confia que ela saiba o que é melhor. O canal sobrepõe esta questão do produto. Na concessionária, o consumidor acredita que está tudo certo. No posto, há um ponto de interrogação. O que está atrás disso tudo é a imagem. Quando o posto tiver uma preocupação verdadeira com a imagem e com o conjunto de produtos e serviços que estão sendo ofertados, já não teremos este problema. A falta de treinamento gera falta de confiança, insegurança por parte do consumidor. C&C: Qual seria, então, sua orientação para o revendedor? SR: Acredito que esta transição que vamos ter será uma oportunidade importante para os postos. Sairemos de uma base de produtos de baixo preço, baixa qualidade, comparada com esta nova geração de lubrificantes,e os veículos novos vão trazer demanda pelos óleos sintético e semissintético. O posto já se relaciona diariamente com o

consumidor e o único jeito de conseguir entrar neste mercado de lubrificantes é focar. É importante que o posto tenha um espaço definido para lubrificação, um profissional especializado, arquitetura adequada, de certa forma mais protegida em relação à pista que ofereça um conforto associado ao negócio. Além da comodidade, o consumidor também precisa ter confiança no serviço prestado. Para isso, é necessário fechar as lacunas que existem em relação a outros canais, e o primeiro buraco é a questão do foco. Na minha visão, o posto precisa se atualizar. Ele saiu de uma situação onde ele era um empreendimento, de certa forma, um pouco menos elaborado em qualidade de oferta, se transformou em uma operação muitas vezes multinegócio, com vários serviços de conveniência envolvidos, e agora, talvez, o grande desafio seja não estar mais tão focado no produto, ou na oferta, mas sim no consumidor, genuinamente. Então, é necessário ter formas de conseguir conhecer melhor o consumidor, ao longo do seu ciclo de relacionamento, de atrair e reter estes clientes. n

4FICHA TÉCNICA Recomendação de leitura: A estratégia focada no lucro (The profit zone) Editora: Campus Autores: Adrian J. Slywotzky e David J. Morrison

Combustíveis & Conveniência • 17


OPINIÃO 44 Paulo Nome Miranda do articulista Soares 44 Cargo Presidente do articulista da Fecombustíveis

Há otimismo neste setor energia, a crise hídrica Caros revendedores, temos mais um ano pela não dá sinais de melhoria frente. Passadas as festas de final de ano, férias e e o reflexo para o setor com o fim do Carnaval, o país começa a retomar elétrico torna-se inevio seu ritmo. E como parte da rotina da revenda, começa a temporada de lançamentos dos planos tável. O crescimento do de marketing das grandes distribuidoras. Brasil será pífio. Porém, Quando chega este período, todo ano, muitos nosso segmento até ende nós ficam diante de um grande dilema: entrar tão sempre teve um comportamento desvinculado ou não no plano de marketing? da economia do país. Enquanto o PIB pode ter Então, chamo a atenção de toda a revenda para crescimento próximo a zero em 2014, o setor de que a escolha seja avaliada com cuidado. Faça as combustíveis pode encerrar o ano em evolução de contas, coloque na balança os pontos fortes e os 5,6% em relação a 2013, segundo as projeções do fracos e, na medida do possível, tente mensurar Sindicom, divulgadas no final do ano. os resultados. Meu alerta é para o revendedor que As vendas da gasolina podem atingir um reclama dos planos de marketing e mesmo assim crescimento de 7,1% ante 2013. Ou seja, mesmo faz a adesão ao pacote de promoções. Digo e repito, com a desaceleração do setor automobilístico no depois que você entrar, não resta mais nada a fazer, ano passado, ainda há muitos carros circulando nas a não ser pagar pelo pacote de benefícios todo mês. ruas e nas estradas brasileiras. Com a frota extensa, Você tem o direito de fazer uma concentrada principalmente escolha consciente, portanto, nas grandes metrópoles, reflita: seu cliente vai ao posto outro fator que favorece O setor de combustíveis neste pelo atendimento do posto ou nosso segmento é o trânsito. ano vai continuar em evolução, indo Quanto mais pesado ele pela promoção do plano? na contramão da realidade que No ano passado, fizemos for, maior é o consumo de norteia outros setores uma matéria na revista Comcombustível. Diante deste panorama, projeto que bustíveis & Conveniência sobre o setor de combustíveis os planos de marketing e foi neste ano vai continuar em evolução, indo na uma enxurrada de reclamações. Não estou aqui contramão da realidade que norteia outros setoneste espaço para defender ou rechaçar os planos de marketing. Quero apenas mostrar ao revendedor res. Me mantenho otimista em relação às vendas que é possível fazer uma escolha assumindo uma de combustíveis, que estimo que cresçam no conduta mais consciente. Se for optar pelo plano, mesmo patamar de 2014, talvez um pouco meentão entre sabendo que muita coisa você não nos, mas, mesmo assim, acima do PIB. E mesmo gosta, vai ter que engolir e, mesmo assim, você que aperte o cerco para o brasileiro, dificilmente optou em aderir ao plano. Caso o revendedor não ele vai parar de usar o carro e deixar de consumir entre assuma também seu posicionamento, mas combustível. Em algumas cidades, o carro é a faça algo para estreitar seu relacionamento com opção mais viável para locomoção, diante da falta seu cliente. Invista em ações promocionais próprias de estrutura do transporte público. Ele se tornou para ter um parâmetro de comparação e avaliar o um meio de transporte, inserido no dia a dia da que vale mais a pena em seu negócio: ficar ou não população, para ir ao trabalho, buscar os filhos na no plano de marketing? escola, lazer etc. Mudando de assunto, este ano está apenas Apesar das incertezas da economia, das dificomeçando. As perspectivas apontam para um ano culdades que teremos pela frente como cidadãos e difícil, estamos diante de um período de ajustes, o empresários, temos que nos manter confiantes em governo começou a fazer cortes nos gastos, anunciou nosso negócio e fazer a nossa parte com dedicação aumento de impostos, acabou com o subsídio de e competência.

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Confira as principais ações da Fecombustíveis durante o mês de dezembro de 2014:

8 - Participação da Fecombustíveis em audiência pública ANP nº 26/2014 sobre os requisitos necessários à autorização para a regulamentação do exercício da atividade de Transportador-Revendedor-Retalhista; 9 - Reunião do Presidente e 1º vice-presidente da Fecombustíveis, Srs. Paulo Miranda Soares e Mário L. P. Melo, com a Superintendência de Fiscalização do Abastecimento e a Superintendência de Biocombustíveis e Qualidade de Produtos da ANP, para tratar de assuntos de interesse da revenda;

9 - Participação da Fecombustíveis em jantar de confraternização do Sindicom, realizado no Rio de Janeiro/RJ;

10 - Reunião do Conselho de Representantes da Fecombustíveis realizada no Rio de Janeiro/RJ;

Claudio Ferreira/Somafoto

10 - Jantar de confraternização da Fecombustíveis reuniu executivos e autoridades do setor, no Rio de Janeiro/RJ;

Da esq. para a dir: deputado federal, Simão Sessim; o casal Cassia Funghi e Paulo Miranda Soares, da Fecombustíveis; Gil Siuffo, presidente de honra da Fecombustíveis; Cida Siuffo, do Sindicomb; e Sergio Cavalieri, da Ale

11 -

Participação da Fecombustíveis em reunião de Diretoria da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), realizada no Rio de Janeiro/RJ.


44 MERCADO

Stock

O futuro da matriz veicular Projeções da EPE antecipam tendências, servem de alerta para o planejamento do setor energético e preveem impactos para o setor automotivo e o mercado de combustíveis, sendo inevitável ao Brasil ter de recorrer a fontes alternativas de energia 20 • Combustíveis & Conveniência


Por Rosemeire Guidoni

Energia automotiva A introdução de novas fontes de energia automotiva também deve acontecer neste período. Hoje, o setor de transportes é

o segundo maior consumidor de energia no Brasil (31,3%), atrás apenas do setor industrial (35,1%). Historicamente, a demanda de energia neste segmento tem crescido acima de 5% ao ano, com grande contribuição do transporte rodoviário, seja ele para carga ou passageiros. O levantamento da EPE projeta que, até 2050, com o aumento populacional, serão necessárias novas políticas para mobilidade, com investimentos em transporte público e em modais diferenciados para o transporte de cargas (ferroviário e aquaviário). Mesmo com o atual período de retração, a indústria automotiva deve ampliar as vendas de veículos leves, com base em estímulos, como o Programa de Incentivo à Inovação Tecnológica e Adensamento da Cadeia Produtiva de Veículos Automotores (Inovar-Auto). A expectativa é de que, com melhor renda, a taxa de motorização no Brasil passe para 1,7 habitante/veículo (ou 0,6 veículo/habitante). Porém, a elevação do número de veículos não deve, necessariamente,

Com o passar do tempo, fontes de energia alternativa devem passar a ser mais valorizadas para veículos leves

Divulgação

A Empresa de Pesquisa Energética (EPE) divulgou no ano passado os estudos “Cenário Socioeconômico” e “Demanda de Energia”, que devem subsidiar o Plano Nacional de Energia (PNE) 2050, do Ministério de Minas e Energia (MME), cuja conclusão está prevista para este ano. A EPE é uma empresa pública, vinculada ao MME, que desenvolve estudos e pesquisas para subsidiar o planejamento do setor energético. Nos documentos, a empresa estima que o Brasil atingirá 226 milhões de habitantes em 2050, dos quais quase 90% viverão em centros urbanos, em mais de 39 milhões de novos domicílios. A frota de veículos leves no país deve saltar de 36 milhões (em 2013, conforme dados da Anfavea) para 130 milhões de unidades. O objetivo do trabalho é contribuir para o planejamento energético no longo prazo, assim como o documento anterior (PNE 2030), lançado em 2007. De acordo com a EPE, o PNE 2030 serviu de referência para traçar cenários futuros e definiu, por exemplo, a retomada de Angra 3 e a indicação do gás natural como complementação da matriz de geração. Porém, a própria EPE destaca que a nova edição, com cenários até 2050, foi “uma resposta aos novos eventos que ocorreram desde 2006 e que vêm impactando o setor energético, como, por exemplo, a crescente dificuldade de aproveitamento hidroelétrico na matriz nacional, o forte ganho de competitividade obtido pela energia eólica no Brasil, o evento de Fukushima e seu impacto no setor nuclear, o shale gas nos EUA, o prolongamento da crise econômica mundial de 2008

e a crescente preocupação com as mudanças climáticas, entre outros”. Com base nas projeções econômicas, o trabalho procurou antecipar tendências, que podem ser encaradas como oportunidade para novos investimentos, ou como alerta de ameaça. O estudo calcula que a demanda por energia triplicará no país até 2050. “O potencial hidrelétrico brasileiro não tem condições de atender às demandas até 2050. A geração eólica, solar, biomassa e eficiência energética não serão suficientes para um país com as dimensões do Brasil”, destacou Altino Ventura Filho, secretário de planejamento energético do MME, durante a apresentação do trabalho, no dia 13 de novembro do ano passado. “Nós teremos de fazer a transição para a termoeletricidade, achando um caminho que combine três fontes: gás natural, carvão e nuclear”, afirmou.

Combustíveis & Conveniência • 21


44 MERCADO Divulgação

A entrada dos veículos elétricos no mercado nacional deve ocorrer em 2025, quando representarão 0,5% do licenciamento de leves

acompanhar sua intensidade de uso, já que políticas de mobilidade urbana deverão privilegiar os transportes públicos. Segundo o relatório, apesar do expressivo aumento da frota de veículos leves, a participação deste modal na matriz de transporte de passageiros dever crescer menos de 2% até 2050.

Elétricos em alta Para atender a toda esta nova demanda por energia, várias fontes alternativas devem passar a ser mais valorizadas no país. No caso da frota de veículos leves, os elétricos e híbridos devem ter maior participação. O estudo admitiu que os carros híbridos serão comercializados no mercado brasileiro em versão flex fuel e que, a partir de 2035, com a progressiva redução de seus custos de produção, passam a penetrar fortemente no mercado, substituindo, aos poucos, o motor a combustão interna convencional. A previsão é de que a entrada dos veículos elétricos no mercado nacional ocorrerá em 22 • Combustíveis & Conveniência

2025, quando representarão 0,5% do licenciamento de leves. Em 2050, essa participação alcançará 15% de todos os veículos leves licenciados. Ricardo Guggisberg, presidente executivo da Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE), considera que as previsões são bastante positivas para todo o mercado. “Se esse crescimento se concretizar, teremos uma grande melhoria na qualidade de vida da população, com a redução da poluição atmosférica, da poluição sonora e do gasto elevado com combustíveis fósseis”, afirmou. Segundo ele, várias iniciativas já estão contribuindo para o desenvolvimento do setor. “Temos acompanhado aqui no Brasil um movimento muito grande das universidades e institutos de pesquisa, que estão desenvolvendo projetos de mobilidade sustentável que têm se destacado no cenário internacional. Além delas, todas as grandes montadoras de veículos leves (carros), pesados (ônibus) e levíssimos (bicicletas, patine-

tes e skates) têm desenvolvido modelos e protótipos de veículos elétricos”, destacou. O que poderia ser um entrave à entrada de tais veículos em circulação – custo, tempo e infraestrutura de recarga – também já está sendo alvo de debates e estudos. “A questão de infraestrutura de recarga pode mudar com a aprovação, pelo Senado, de um projeto de lei que já foi aprovado, no início de abril, pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados, que prevê a obrigatoriedade dos postos de recarga em áreas públicas, sendo as concessionárias de energia responsáveis pela realização do serviço. Já a questão do custo dos veículos no Brasil ainda está atrelada à elevada carga tributária sobre os produtos. Porém, estímulos fiscais já são uma realidade, como o incentivo do BNDES aos ônibus elétricos e a isenção do IPVA desses veículos, concedida por sete estados (Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Pernambuco, Sergipe e Rio Grande do Sul) e a redução do IPVA em três estados (Mato Grosso do Sul, São Paulo e Rio de Janeiro)”, disse. Ele ainda mencionou um projeto de lei da cidade de São Paulo que incentiva o uso de veículos movidos à energia elétrica, híbridos e a hidrogênio na capital. Além disso, a Lei Municipal nº 15.997/14 prevê a devolução da parte do IPVA que a cidade de São Paulo tem direito, já que, neste caso, a arrecadação do imposto é feita pelo governo do estado e o município tem direito a 50% da arrecadação total. Para o diretor de infraestrutura da ABVE, Ciro Teles, da empresa Schneider-Electric, a


expectativa é de que a rede de recarga cresça exponencialmente, numa velocidade um pouco superior à venda de veículos elétricos, como a experiência de países mais avançados neste mercado demonstra. “O consumidor terá diversas possibilidades para carregar seu veículo. A Schneider Electric já disponibiliza carregadores residenciais e comerciais para veículos elétricos e uma rede treinada e habilitada pela empresa para a instalação correta desses equipamentos. Os carregadores residenciais permitirão uma carga completa da bateria do veículo entre 4h e 8h. Já os carregadores de uso

comercial, também chamados de semirrápidos, poderão realizar a carga completa num período aproximado de 1h a 3h, dependendo do modelo do veículo, e estarão disponíveis para os consumidores em estacionamentos de edifícios comerciais, shopping centers (como já existe no Shopping Pátio Paulista, em São Paulo), redes de supermercados, postos de abastecimento e outros. Há ainda o modelo de carga rápida, que demanda um investimento maior, carrega o veículo em cerca de 30 minutos e, geralmente, está atrelado a uma política de investimento dos governos locais”.

Caminhões: crescimento depende de obras de infraestrutura As vendas de caminhões devem crescer a uma taxa média anual de 3% entre 2013 e 2025, em função dos atrasos em algumas obras ferroviárias e da necessidade de atender ao aumento da movimentação de cargas. À medida que os projetos ferroviários e aquaviários entrarem em operação, as vendas de caminhões tendem a diminuir. Assim, após 2025, espera-se que as vendas de caminhões passem a crescer a uma taxa média em torno de 1,5% ao ano até 2050, com uma gradual redução da participação nas

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Combustíveis & Conveniência • 23


44 MERCADO dentro do escopo da mobilidade urbana, pois os usuários vão recarregar seus veículos nos locais de maior conveniência, como suas residências, locais de trabalho, entretenimento”, ponderou. Ele ainda destacou que a cobrança da energia de recarga deve ocorrer, pelo menos inicialmente, através do serviço de estacionamento ou outra conveniência fornecida pelo estabelecimento comercial, já que a legislação não permite que qualquer estabelecimento comercial venda energia.

vendas dos caminhões pesados e semipesados, pois o transporte de longa distância será realizado crescentemente por outros modais. Com esta expectativa de vendas, a frota circulante de caminhões crescerá de 1,9 milhões de veículos em 2013, para 6,1 milhões em 2050, com uma taxa média anual de 3,2%.

Impactos na revenda de combustíveis

24 • Combustíveis & Conveniência

Mercado de combustíveis As perspectivas para o etanol não são muito favoráveis, segundo a EPE. “Espera-se que este segmento cresça a taxas inferiores à média do setor energético, devido, em grande parte, à penetração de veículos híbridos e elétricos”, destaca o estudo. Já a demanda por gasolina C crescerá, em média, 0,8% ao ano e a demanda por diesel para atender ao transporte de cargas

Segundo projeções da EPE, após 2025, espera-se que as vendas de caminhões passem a crescer a uma taxa média em torno de 1,5% ao ano até 2050

Mercedez Benz/Divulgação

Com o aumento da população e da frota, a perspectiva é de que as vendas de combustíveis permaneçam em alta, pelo menos até 2040. O relatório da EPE destaca que o uso de gasolina e etanol atingirá seu ápice nas próximas décadas, mas, em 2050, os veículos serão elétricos ou híbridos (funcionando com eletricidade e alternativamente, com outra fonte derivada de petróleo). Em função disso, na previsão da EPE, a partir de 2040, o consumo de combustíveis para veículos leves será reduzido. Mas até lá, o consumo atual deve praticamente dobrar. Ainda não há consenso a respeito das formas que serão adotadas para recarga de veículos elétricos. Para Guggisberg, da ABVE, os postos deverão se adaptar à nova realidade. Porém, Ciro Teles observou que, principalmente na Europa, os postos conseguem espaço no mercado de veículos elétricos com incentivos governamentais. “Caso esse incentivo não exista no Brasil, a oferta por meio dos revendedores de combustíveis será limitada, dependendo de iniciativas privadas que, certamente, estarão disponíveis em estradas. Nas cidades, estes revendedores devem perder espaço com a entrada dos veículos elétricos

representará aproximadamente 40% da demanda energética total do setor de transporte em 2050. No longo prazo, a EPE estima que a produção brasileira de biodiesel possa evoluir de 2,9 bilhões de litros (2013) para 9 bilhões e 12,9 bilhões de litros em 2050, em função da adição mandatória de percentual entre 7% e 10% ao diesel total no Brasil. A empresa não considerou teores de mistura acima de 10%. A projeção para o gás natural acompanha as evoluções de atividade dos segmentos de refino e de exploração e produção, mas a destinação principal do combustível não será para fins automotivos. Vale destacar que todos estes dados são projeções, baseadas nos estudos da EPE, e podem sofrer interferência de eventuais mudanças no cenário econômico, interesses governamentais, questões climáticas ou mesmo o surgimento de pesquisas acerca de novas fontes de energia. n


MERCADO 33

Bons ventos não isolam incertezas Apesar das boas perspectivas para as vendas de combustíveis em 2014, que devem encerrar com crescimento de 5,6%, o cenário para este ano é incerto e, pela primeira vez, o Sindicom optou por não projetar o desempenho do mercado devido às incertezas da economia brasileira

Diferentemente de anos anteriores, 2015 começa com muitas dúvidas e previsões de um ano difícil do ponto de vista econômico. E o mesmo cenário se projeta para o setor de combustíveis. Apesar de 2014 seguir alinhado com os resultados dos anos anteriores, com vendas projetadas para atingir 133 bilhões de litros, o que representa um crescimento de 5,6% na comparação com 2013, sendo um resultado bem acima do que se espera para o PIB, o Sindicom prefere não traçar cenário para este ano. “Muito difícil de projetar, todo mundo convive hoje em dia com projeções para a economia em 2015 difíceis. Vou me recolher a minha insignificância, mesmo tendo feito algum tipo de conjectura em anos anteriores. Pelo que vejo das dificuldades que especialistas estão encontrando, a gente não vai arriscar nada”, disse o presidente do Sindicom, Alisio Vaz, durante o tradicional evento promovido para jornalistas, realizado em dezembro do ano passado, no Rio de Janeiro. Apesar das incertezas que permeiam este ano, até então, o desempenho do mercado de combustíveis tem se mostrado

Agência Petrobras

Por Gisele de Oliveira

Combustíveis & Conveniência • 25


44 MERCADO descolado do cenário econômico, acumulando vasto crescimento nos anos anteriores. Entre os combustíveis comercializados para a revenda, o destaque de 2014 ficou, mais uma vez, com a gasolina C. A estimativa é que o consumo do combustível registre um crescimento de 7,1% na comparação com o do ano anterior, superando o resultado verificado em 2013, quando as vendas de gasolina cresceram 6% aproximadamente. “É um resultado que surpreende porque a demanda por gasolina cresceu ainda mais do que em 2013, mostrando que, embora os fabricantes de veículos estejam frustrados com as vendas, o crescimento da frota ainda é muito grande, beneficiando o mercado de combustíveis”, ressaltou. Segundo o Sindicom, este resultado foi influenciado, principalmente, pela evolução do consumo de gasolina nas regiões Norte (9%), Nordeste (9%) e Centro-Oeste (8%), registrando assim, aumentos superiores à média Brasil (7,1%). No caso do óleo diesel, somente a região Sudeste (1%) deve apresentar crescimento inferior ao verificado pela média Brasil (2,4%). A elevação do consumo por gasolina no ano passado encontra amparo no aumento da frota de veículos leves. Para o Sindicom, mesmo com a frota nova crescendo menos, as pessoas mantêm o carro como meio de transporte no dia a dia, dada a baixa qualidade dos transportes urbanos. “Diria que o sujeito quando começa a ir de carro para o trabalho, é duro ele voltar para o ônibus devido à baixa qualidade dos transportes urbanos. Isso significa que aquele consumidor que provou do uso do automóvel, o 26 • Combustíveis & Conveniência

mercado de combustíveis 2014

Abastecimento em dia Apesar dos escândalos da Petrobras terem afetado significativamente a estatal no ano passado, Alísio Vaz disse que a relação entre a Petrobras e as grandes distribuidoras mantém sua rotina normal. A crise atual não impactou a cadeia de suprimento do país. O abastecimento de combustíveis em 2014 manteve-se de forma equilibrada, sem solavancos. “Até agora não tivemos nenhum indicador ou desdobramento da situação da Petrobras repercutindo no abastecimento. O que pode ter alguma repercussão é o atraso da entrada em operação das refinarias que estão previstas para iniciar suas atividades”, disse. Vaz citou que a refinaria Rnest começou a processar petróleo, mas, se houver atraso, a rotina de suprimento continuará a ser mantida pela importação de diesel.

está fazendo mais intensamente, especialmente para sua locomoção diária”, explicou. Para 2014, a estimativa do Sindicom é que a venda de veículos leves deve terminar o ano em 35 milhões de unidades, ou seja, um milhão a mais de automóveis circulando pelo país. “Ou seja, a Anfavea pode estar frustrada de estar vendendo menos, mas, em termos de crescimento da frota, é um resultado que sustenta bem as vendas do setor. São 35

milhões de veículos sedentos por gasolina”, concluiu Vaz.

Etanol Se a gasolina deve registrar um resultado surpreendente, o mesmo não deve ser verificado para o etanol hidratado. Para 2014, a expectativa é de que o consumo de etanol alcance 12,9 bilhões de litros, um aumento de 10,4% na comparação com 2013. Apesar de o crescimento do etanol ser percentualmente maior do que a da gasolina, o


presidente do Sindicom ressaltou que esse crescimento não reflete a realidade em função dos casos de fraudes das distribuidoras de etanol. Ele destacou o trabalho feito pela ANP para tentar minimizar esse problema, diminuindo assim a diferença entre o que é produzido e o que é de fato comercializado pelas distribuidoras. O que ocorre é que as empresas distribuidoras de etanol que vivem neste terreno sombrio de não recolhimento de impostos e não reportavam para a ANP a totalidade de suas vendas. Os números de 2013 já vinham subdimensionados e, levando em conta essas distorções, o crescimento real do consumo de etanol hidratado foi pequeno, aparentemente de

Lojas de Conveniência Segundo o Sindicom, o mercado de lojas de conveniência aumentou e é rentável. Do ponto de vista das filiadas ao sindicato a expectativa de crescimento do faturamento é de 20% em 2014. Considerando o mercado total de lojas, pelos dados da entidade, o volume de estabelecimentos aumentou de 6.962 em 2013 para 7.730 lojas em 2014, o que representa crescimento de 11%. Para Vaz, o reconhecimento da loja de conveniência pelo consumidor urbano se mostra cada vez mais perceptível. A loja atende às suas necessidades, foi inserida na rotina de compras próximo ao local de trabalho ou a caminho da residência, pela diversidade de comidas e outros tipos de produtos, mantendo a característica conveniente e de praticidade na rotina metropolitana. 10%, mas o Sindicom estima que a realidade é de cerca de 2% em 2014. Em relação à paridade de preços, novamente, o etanol hidratado manteve-se competitivo, na

maior parte do ano, somente em quatro estados do país – Goiás, Mato Grosso, Paraná e São Paulo. “Não aconteceu, nos últimos anos, nenhum movimento de o etanol superar algumas barreiras, é qua-

Combustíveis & Conveniência • 27


44 MERCADO se como se tivesse estabilizado, com o consumo concentrado mais fortemente nesses quatro estados”, observou. Já as vendas de óleo diesel também devem manter o bom desempenho de anos anteriores. O consumo do combustível deve encerrar o ano com 59,8 bilhões de litros, um aumento de 2,4% em relação a 2013, embora seja um percentual relativamente pequeno, é muito superior ao crescimento do PIB. Segundo Vaz, a justificativa para esse resultado ainda é o predomínio do setor de commodities na sustentação do PIB. Na avaliação do executivo, o resultado não pode ser encarado como decepcionante, considerando a participação do combustível (45%) na composição do mercado. Sobre o consumo de GNV, as vendas devem manter tendência de queda, encerrando 2014 com volume de vendas 3,1% menor do que o registrado no ano anterior, o que reforça a perda de interesse pelo produto na maior parte do país. O consumo do GNV é muito localizado, com especial destaque ao Rio de Janeiro, que dá sustentação aos números pela elevada frota de táxi que faz uso deste combustível. Vaz não entrou em detalhes sobre as explicações que justificam a redução das vendas de GNV, mas em parte deve-se à renovação da frota e a perda da garantia do veiculo com a instalação do kit de gás. “Os fatores que levam o motorista a optar por transformar ou não seu carro para o GNV são complexos, mas é fato que a economia é grande. Deve-se ter um equilíbrio entre o custo do kit, a perda de garantia do veículo, a perda de espaço do porta-mala e a vantagem da economia de combustível”, disse. n 28 • Combustíveis & Conveniência

combustíveis por região - 2014 x 2013

lubrificantes

Lubrificantes em queda O mercado de lubrificantes não deve ser tão positivo como será para combustíveis. Pelas estimativas do Sindicom, o segmento deve encerrar o ano com uma queda de 2,1% nas vendas. Entre os principais motivos para esse resultado, está o fraco desempenho da economia, em especial de alguns setores da indústria. Além disso, há ainda a questão da tecnologia, que faz com que o consumo específico do lubrificante diminua; e do uso do óleo pelo consumidor final, já que ele teria a opção de “esticar” o período de troca de óleo. “Se fosse só pela indústria, a queda (vendas de lubrificantes) seria maior ainda. Mas, como parte dos óleos industriais são usados também na agricultura, então, esse número não é tão ruim”, argumentou Vaz.


NA PRÁTICA33

Acidentes com GNV podem ser evitados

O abastecimento com o produto deve seguir algumas precauções que cabem aos consumidores, como ficar do lado de fora do carro e fazer a manutenção do cilindro. Da alçada da revenda, recomenda-se orientar os consumidores para os procedimentos de segurança para evitar acidentes e vítimas fatais

Fotos: Arquivo

Por Adriana Cardoso No ano passado, um grave acidente, que foi fatal para duas crianças e deixou três adultos feridos, no Rio de Janeiro, acendeu novamente o sinal de alerta sobre a questão da segurança durante o abastecimento de veículos movidos a Gás Natural Veicular (GNV). No instante do acidente, havia quatro pessoas dentro do automóvel enquanto este era abastecido, quando a recomendação de segurança é de que permaneçam do lado de fora. As investigações apontam para a má conservação do cilindro do gás como a principal hipótese para o incidente. Para o diretor de GNV da Fecombustíveis, Gustavo Sobral, a única recomendação dentro da alçada do posto de combustível é orientar as pessoas a permanecerem do lado de fora do veículo para “minimizar as consequências” em caso de acidente. “Não é atribuição da revenda de combustíveis fiscalizar a documentação e verificar a regularidade dos veículos. Essa é uma tarefa estadual por meio da polícia, dos Detrans e do Inmetro. Aliás, no Combustíveis & Conveniência • 29


44 NA PRÁTICA mundo inteiro, ainda mais nos países onde existe o self-service no abastecimento, isso não é responsabilidade dos postos”, disse Sobral. Segundo o diretor, o setor da revenda no Brasil está fazendo a sua parte, informando sobre os procedimentos seguros para o abastecimento, “com a adesão de adesivos e avisos, além da boa conversa com os nossos clientes. Todos os acidentes reportados até hoje tiveram causas não relacionadas ao posto e, sim, a alguma irregularidade nos equipamentos de GNV do veículo”, complementou Sobral. O presidente da Associação Brasileira de GNV (ABGNV), Frank Chen, destacou que a maioria dos acidentes envolve a má conservação do cilindro, que pode ocorrer pela falta de manutenção ou quando esta é feita de maneira inadequada, muitas vezes, por oficinas clandestinas. Proporcionalmente à frota de veículos movidos a GNV, hoje na casa de um milhão de unidades, o número de ocorrências registradas no país é baixo, mas cada um é acompanhado com muita atenção pelo setor. Tanto que o Inmetro convocou uma reunião com representantes, incluindo os fabricantes de componentes para conversão, para este mês, com o objetivo de discutir a atualização das normas para evitar acidentes. “Há um acidente ou outro, mas, quando falamos de vítimas, qualquer quantidade é significativa. Nosso objetivo é que não haja nenhum acidente”, afirmou Chen. Em 2014, segundo ele, foram uns três registros, incluindo o citado neste texto, o mais grave, na capital fluminense. Mesmo com toda a regulação rígida que há nesse mercado, 30 • Combustíveis & Conveniência

sempre há aqueles que buscam por serviços não habilitados pelo Inmetro para esse fim e é aí que mora o perigo. É bom lembrar que um cilindro médio pesa cerca de 70 quilos, o peso de um adulto. Sobral sugere aos órgãos responsáveis que façam campanhas no sentido de orientar os proprietários de veículos movidos a GNV sobre a importância de manterem a inspeção do equipamento em dia e que esta seja feita nos serviços habilitados. Quanto aos postos, além de orientarem os clientes que fiquem fora do veículo, Frank Chen aponta para que os funcionários sejam orientados a não abastecer o cilindro além da conta. “Muitas vezes, na ânsia de agradar ao cliente, põe-se mais gás do que o cilindro pode suportar gerando a fadiga do equipamento”, alertou. O cilindro comporta 200 bar de gás, mas alguns postos chegam a carregar até 250 bar,

prática que, se rotineira, pode gerar um desgaste reduzindo a vida útil do equipamento e, em casos extremos, até sua explosão. Operando no Brasil desde 1984, o Programa de GNV está sob a gestão do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), que cuida da legislação; do Inmetro, na parte de qualidade e segurança de equipamentos; do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e da ANP, que cuida da distribuição. Atualmente, o programa está em 17 estados, com uma média de 18 mil instalações ao mês. Segundo a assessoria da ANP, cabe aos municípios a elaboração de leis com regras para o comércio e a fiscalização. No Rio - estado que possui a maior frota nacional de GNV - a Lei 5.783, de 19/08/2014, proíbe, em seu artigo 1º, o abastecimento do produto com pessoas no inte-

Cuidados antes da conversão O Inmetro aponta que, antes de fazer a conversão para o GNV, o proprietário deve avaliar as condições do veículo e, essencialmente, se a oficina está registrada no órgão. A prestadora do serviço deve estar em dia com seu Certificado de Registro de Instalador (CRI), o que significa que o instalador passou por uma avaliação técnica exigida a cada 18 meses, realizada pelos Órgãos Delegados do Inmetro nos estados. A relação pode ser vista no link http://www.inmetro.gov.br/inovacao/oficinas ou obtida pelo telefone 0800-285-1818. Após a instalação do sistema, o cliente deve exigir da oficina o atestado da qualidade do instalador registrado, que contém informações do veículo, do proprietário, de todos os componentes utilizados e as notas fiscais do sistema e do serviço. Feito isso, o proprietário tem cinco dias corridos para realizar a verificação em um dos organismos de inspeção acreditados pelo Inmetro. Se estiver tudo certo, recebe um Certificado de Segurança Veicular e o Selo do Inmetro. A inspeção deve ser realizada anualmente. O serviço de conversão custa, em média, R$ 4 mil.


rior do veículo. Também obriga as revendas a afixarem aviso visível com os seguintes dizeres: “É proibido o abastecimento de Gás Natural Veicular (GNV) enquanto houver alguma pessoa no interior do veículo, sob pena de multa”. A multa prevista ao estabelecimento é de R$ 500, podendo dobrar em caso de reincidência. Em São Paulo, há um projeto de decreto (738/2013) semelhante, de autoria do vereador Abou Anni (PV), tramitando pelas comissões da Câmara desde que foi apresentado. Só podem ser abastecidos os veículos detentores do selo do Inmetro que atesta se a vistoria anual está em dia. A multa prevista é mais pesada que a do Rio – R$ 3 mil – e prevê o fechamento do estabelecimento na terceira reincidência.

Crise O mercado de GNV registrou queda de 3% em 2013, resultado que deve se repetir no balanço

de 2014 do setor, segundo Frank Chen. Ainda assim, ele aponta para as vantagens ao proprietário do veículo. “Um teste feito pela Comgás com taxistas apontou uma economia de 40% sobre a gasolina e também sobre o etanol. Embora a eficiência energética do gás seja inferior, sua taxa de compressão é maior, o que acaba compensando, especialmente para quem roda de 120 a 150 km/dia.” O segmento viveu seu auge há 15 anos. Em 2007, registrou um recorde de 272 mil conversões. Em 2012, esse volume caiu drasticamente, para 33 mil. A exemplo do que aconteceu com o mercado de etanol, os erros do governo na condução da política energética a partir de 2005, quando ocorreu a nacionalização do gás boliviano, o Brasil já era forte importador do produto. Além disso, a destinação do gás natural para alimentar usinas térmicas acionadas em período de estiagem, como a que o país enfrenta atualmente,

sinalizou que o produto deixava de ser prioridade para uso veicular. Quando as termelétricas não são acionadas, esse gás cheio de impurezas é perdido na atmosfera ocasionando prejuízos ambientais. “O hidrocarboneto (metano) desse gás traz ao ar um prejuízo 23% maior que o CO2 (dióxido de carbono). Os equipamentos de conversão do veículo para GNV melhoram esses efeitos”, salienta Chen. No período de 2007 a 2013, a oferta de gás natural passou de 49,2 milhões para 91,9 milhões de metros cúbicos/dia, enquanto a de GNV avançou 103,6% no período, para 44,6 milhões de m3/dia. A expectativa do mercado é de que alcance 86 milhões de m3/dia até 2020. Atualmente, o GNV corresponde a 2% na matriz de combustíveis para transporte, segundo a ANP. A maior parte do gás natural é destinada à indústria e cerca de um quarto do gás comercializado no Brasil vem da Bolívia. n

A maioria dos acidentes com GNV envolve a má conservação do cilindro, podendo ocorrer pela falta de manutenção ou quando é feita de forma inadequada, em oficinas clandestinas Combustíveis & Conveniência • 31


44 NA PRÁTICA

Guia para conferir Revendedor precisa ficar atento à exposição de placas e adesivos no posto para evitar problemas na hora da fiscalização Por Gisele de Oliveira Como o setor da revenda é dinâmico e muda constantemente com novas regras ou atualizações, a partir desta edição, a revista Combustíveis & Conveniência trará um guia para o revendedor para saber o que está valendo em relação à exposição de placas e adesivos na área do posto. Como

a lista de regulamentações é longa e abrange vários órgãos, vamos dividir em duas partes. Nesta primeira matéria, traz as normas vigentes pela ANP em relação à obrigatoriedade de placas e adesivos. A partir da Resolução 41/2013, atualizada recentemente pela Resolução 57/2014, houve a inserção de um novo adesivo

obrigatório, além dos vigentes, para dar respaldo ao consumidor, em caso de reclamação, com informações completas como nome do posto, CNPJ e o número do Centro de Relações com o Consumidor (CRC) da ANP. Confira abaixo a lista de placas e adesivos que devem ser afixados no posto:

NOMENCLATURAS NA BOMBA

1 Painel de preços

Produto não aditivado

Produto Aditivado

Onde: deve ficar na entrada do estabelecimento, de modo destacado e de fácil visualização à distância, tanto de dia quanto à noite.

Etanol; ou Etanol Comum

Etanol Aditivado; ou Etanol Comum Aditivado

Etanol Premium

Etanol Premium Aditivado

Informações: Quando houver opção de pagamento a prazo, todos os preços deverão estar indicados no painel. Quando houver diferença de preço para pagamento à vista ou a prazo para o mesmo combustível, a bomba ou o bico deve trazer a informação de forma destacada e de fácil visualização e registrar o valor total a ser pago pelo consumidor na condição escolhida. Os preços devem ser expressos com três casas decimais tanto no painel quanto nas bombas medidoras.

Gasolina; ou

Gasolina Aditivada; ou

Gasolina Comum

Gasolina Comum Aditivada

Gasolina Premium

Gasolina Premium Aditivada

Diesel; ou Diesel Comum

Diesel Aditivado; ou Diesel Comum Aditivado

Óleo Diesel; ou Óleo Diesel Comum

Óleo Diesel Aditivado; ou Óleo Diesel Comum Aditivado

Diesel S500; ou

Diesel S500 Aditivado; ou

Óleo Diesel S500

Óleo Diesel S500 Aditivado

Diesel S10; ou

Diesel S10 Aditivado; ou

Óleo Diesel S10

Óleo Diesel S10 Aditivado

Gás Natural Veicular (GNV);

----

Obs: Tanto no painel de preços, como nas demais manisfestações visuais, o combustível comercializado deve seguir uma nomenclatura para exposição das placas, de forma destacada e de fácil identificação para o consumidor, podendo ser utilizada, adicionalmente, a marca comercial ou o nome fantasia do produto. Veja o modelo ao lado:

32 • Combustíveis & Conveniência


GASOLINA COMUM Preço por litro

GASOLINA ADITIVADA Padronização: conforme a Resolução nº 57/2014, não há mais definição das medidas do painel de preços. O modelo do Painel de Preços ao lado é o da antiga Portaria 116 (já revogada), mas que ainda pode ser referência.

Preço por litro

GASOLINA PREMIUM Preço por litro

ETANOL

COMUM

Preço por litro

DIESEL

COMUM

Preço por litro

2 Quadro de aviso Onde: exibir no mínimo um quadro, que deve ser afixado na área onde estão as bombas medidoras, de modo visível e destacado, com caracteres legíveis e de fácil visualização;

Fonte padrão: Arial Narrow Bold, tamanho 180pt

Informações: deve trazer razão social e nome fantasia da revenda varejista (se houver), número do CNPJ, número da autorização para o exercício da atividade, identificação do órgão regulador (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis – ANP) e respectivo endereço na internet (www.anp.org. br), horário e dias da semana de funcionamento do posto - funcionar, no mínimo, de segunda-feira a sábado, de 06:00 às 20:00 horas, ou em outro horário que vier a ser estabelecido pela ANP e a frase “Reclamações que não forem atendidas pelo revendedor varejista deverão ser dirigidas para o Centro de Relações com o Consumidor – CRC da ANP – ligação gratuita 0800 970 0267”.

Fonte padrão: Arial Narrow Bold, tamanho 70pt

Padronização: deve ser confeccionado em material rígido, plástico ou metálico; Medidas: de 0,50m de largura por 0,70m de comprimento; a Campo “Número da autorização para o exercício da atividade outorgada pela ANP Fonte exigida: Arial Narrow Bold, tamanho 180pt. a Campos “Razão Social”, “Nome Fantasia” e “CNPJ” ipo de fonte: Arial Narrow Bold, tamanho 70pt.

Fonte padrão: Arial Narrow Bold, tamanho 70pt

Fonte padrão: Arial Narrow Bold, tamanho 70pt Fonte padrão: Arial Narrow Bold, tamanho 50pt Fonte padrão: Arial Narrow Bold, tamanho 50pt

a Campo “Horário e os dias semanais de funcionamento do posto revendedor” e “Endereço” Tipo da fonte: Arial Narrow Bold, tamanho 50pt. a O modelo do quadro de aviso está disponível no site da Fecombustíveis: www.fecombustiveis. org.br/revendedor/check-list/

Combustíveis & Conveniência • 33


44 NA PRÁTICA 3 Novo Adesivo Onde: pode ser exposto em três áreas distintas do posto desde que sigam as seguintes prioridades:

3.1 A primeira opção é afixar o adesivo na face frontal de todas as bombas abastecedoras de combustível, preferencialmente entre os bicos abastecedores. Vale destacar que a aplicação da face frontal é frente e verso para cada bomba de combustível. Ou seja, são dois adesivos em cada bomba. Neste local, o adesivo deve ser afixado a altura mínima de 90cm e máxima de 1,80m do piso ao alinhamento superior do adesivo.

Fonte padrão: Arial Narrow Bold, tamanho 50pt, cor preta

Fonte padrão: Arial Narrow Bold, tamanho 25pt, cor preta

3.2 Se não tiver espaço nas faces da bomba, a segunda opção é afixar em pelo menos uma das faces de cada pilar de sustentação da cobertura, a altura mínima de 1m e máxima de 1,80m do piso ao alinhamento superior do adesivo;

3.3 A terceira opção deve ser adotada por eliminação somente se não houver espaço nas duas primeiras opções. Neste caso, a ANP permite que seja afixado no totem, localizado na entrada do posto revendedor, a altura mínima de 1,50m do piso ao alinhamento superior do adesivo. Informações: devem constar CNPJ, endereço completo do posto revendedor e informar o número do telefone do Centro de Relações com o Consumidor (0800 970 0267) e o site da ANP (www.anp.org.br/fale conosco) para

reclamações ou denúncias sobre irregularidades de combustíveis. Padronização: medidas - 15cm x 18,5 cm a Campo CNPJ Tipo de fonte: Arial Narrow Bold, tamanho 50pt, cor preta a Campo Endereço Tipo de fonte: Arial Narrow Bold, tamanho 25pt, cor preta O modelo do novo adesivo está disponível no site da Fecombustíveis: www.fecombustiveis. org.br/revendedor/check-list/

Consulte também No final do ano passado, a Fecombustíveis elaborou um guia completo para auxiliar o revendedor a manter-se atualizado em relação às normas e regras, determinados por diferentes órgãos, com a padronização e o local de placas e adesivos que devem ser afixados no posto. Acesse o site da Fecombustíveis e confira: www.fecombustiveis.org.br/revendedor/check-list

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4 Adesivo Diesel Onde: deve ser afixado em todas as bombas (frente e verso) que comercializam óleo diesel. Informações: deve trazer a seguinte frase: “Veículos a diesel fabricados a partir de 2012 devem ser abastecidos somente com diesel S-10. Não misture o fluido ARLA 32 ao óleo diesel. O descumprimento destas orientações causam danos ao motor.” Padronização: medidas - 15cm de largura e 20cm de altura. O modelo do adesivo diesel está disponível no site da Fecombustíveis: www.fecombustiveis.org. br/revendedor/check-list/

5 Adesivo Etanol Onde: deve ser afixado em todas as bombas (frente e verso) de etanol.

Onde: em cada dispenser, localizado na bomba de combustível.

Informações: deve constar a seguinte frase: “O etanol deve ser límpido, isento de impurezas, e não pode apresentar coloração alaranjada.”

Informações: o revendedor varejista que comercialize GNV deverá identificar de forma destacada e de fácil visualização, o nome fantasia, se houver, a razão social e o CNPJ do fornecedor de GNV, no caso do fornecedor de GNV não ser o distribuidor detentor da marca comercial relativa aos combustíveis líquidos. Esta regra vale somente para o posto que tiver diferentes tipos de fornecedores de GNV e de combustíveis líquidos. Se o posto exibir a imagem da distribuidora e esta for fornecedora dos dois tipos de produtos (combustíveis líquidos e GNV) não é necessário fazer a identificação.

Padronização: medidas 15cm de largura e 20cm de altura. O modelo do adesivo etanol está disponível no site da Fecombustíveis: www.fecombustiveis.org.br/revendedor/ check-list/

Diesel

Etanol

Veículos a diesel fabricados a partir de 2012 devem ser abastecidos somente com diesel S-10.

O etanol deve estar límpido, isento de impurezas, e não pode apresentar coloração alaranjada.

Não misture o fluido ARLA 32 ao óleo diesel. O descumprimento destas orientações causa danos ao motor. Para esclarecer dúvidas ou denunciar alguma irregularidade ligue

0800 970 0267 Centro de Relações com o Consumidor - ANP

w w w . a n p . g o v. b r / f a l e c o n o s c o

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6 Adesivo GNV

Padronização: não há medida padrão.

Para esclarecer dúvidas ou denunciar alguma irregularidade ligue

0800 970 0267 Centro de Relações com o Consumidor - ANP

w w w . a n p . g o v. b r / f a l e c o n o s c o

Adesivo exclusivo para posto bandeira branca

Onde: em cada bomba de combustível Informações: o posto bandeira branca deve identificar, de forma destacada e de fácil visualização, em cada bomba medidora, o nome fantasia, se houver, a razão social e o CNPJ do distribuidor fornecedor do respectivo combustível automotivo. Padronização: não há medida padrão.

Combustíveis & Conveniência • 35


44 NA PRÁTICA

Onde afixar placas e adesivos no posto: 1

3.3 2 7

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4


3.2

6

3.1

5

Combustíveis & Conveniência • 37


44 REPORTAGEM DE CAPA

À espera de um futuro Quase quatro décadas se passaram desde que o etanol tornou-se alternativa de combustível competindo com a gasolina. Ao longo desse período, o setor sucroenergético foi do apogeu à crise. Apesar de o governo estar aberto à conversação e ter atendido alguns pleitos, o setor continua sem definição sobre o seu papel na matriz energética nacional Por Adriana Cardoso e Mônica Serrano

Unica

Neste ano, o Programa Nacional do Álcool, o Proálcool, vai completar 40 anos. O Proálcool foi um marco na política energética do país, uma iniciativa do governo para substituir a gasolina em decorrência da crise mundial do petróleo, sendo um grande incentivo para a utilização do etanol como combustível. Passadas quase quatro décadas, o

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panorama do setor sucroenergético no país permanece com o futuro incerto. O setor produtivo vivencia uma luta árdua para elevar a competitividade do etanol hidratado, que viu perder seu espaço para a gasolina desde que se deflagrou a crise no setor. Atualmente, o etanol participa com somente 7% da matriz energética veicular nacional.

Plínio Nastari, presidente da consultoria Datagro, lembra a importância do etanol na economia do país e que isso não deve ser desperdiçado. “Desde o Proálcool, o Brasil passou por uma substituição significativa de gasolina por combustível renovável que representa, hoje, 57% do Ciclo Otto. Além disso, o etanol substituiu 2,35 bilhões de


barris de gasolina de 1975 até 2014 e permitiu uma economia de divisas da ordem de US$ 300 bilhões e esses são números muito expressivos”, aponta. Neste início de ano, o pacote de medidas fiscais, anunciado pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy, em 19 de janeiro, acenam mudanças positivas para o setor. O pacote incluiu o retorno da cobrança da Cide e o aumento do PIS/Cofins para os combustíveis em R$ 0,22 por litro de combustível para a gasolina e R$ 0,15 por litro para o diesel. O PIS/Cofins começou a ser cobrado em 1º de fevereiro e a Cide volta em 90 dias. Após a Cide entrar em vigor, os valores do PIS/Cofins deverão ser reduzidos para R$ 0,12/litro para a gasolina e de R$ 0,10/litro para o diesel. “Ainda que o mote não tenha sido feito como política para o etanol, teve um desdobramento

positivo no sentido de melhorar a competitividade do produto. Isso é uma demanda persistente do setor. Essa diferenciação tributária é um sinal do governo na direção correta, de valorizar um combustível renovável”, disse Elizabeth Farina, presidente da União da Indústria da Cana-de-Açúcar (Unica) durante entrevista coletiva à imprensa. Outra expectativa do setor com os impostos é o impacto na geração de caixa, o que pode influenciar na melhoria da capacidade de investimentos na renovação de canavial. De acordo com Antonio de Pádua Rodrigues, diretor-técnico da Unica, no ano passado, o plantio teve uma redução de renovação de canavial para 14% quando a média é de 18%. “Essa redução se deve em parte pelos fatores climáticos e em parte pela situação financeira das usinas. Se

tiver um clima apropriado e as empresas fizerem pouco mais de caixa, pode-se trabalhar a safra 2016/2017 dentro do marco de 18% para canaviais mais jovens”, afirmou. No ano passado, segundo Pádua, os problemas climáticos, especialmente por conta da escassez de chuvas na região Sudeste, afetou a produção das usinas. A moagem acumulada na região Centro-Sul ficou em 567,81 milhões ante 595 milhões de toneladas da safra anterior (queda de 4,57%). No período, a produção de etanol ficou em 25,89 bilhões (ante 27,5 bilhões da safra anterior), sendo 10,87 bilhões de litros de etanol anidro e 15,01 bi/l de hidratado. Roberto Rodrigues, ex-ministro da Agricultura e cooordenador do Centro de Agronegócio da Fundação Getulio Vargas, destacou dois fatores positivos, a volta

Combustíveis & Conveniência • 39


44 REPORTAGEM DE CAPA da Cide e o provável aumento da mistura do etanol anidro à gasolina para 27% (ambos temas pleiteados pelo setor em 2014), deve-se à abertura do diálogo com o governo no ano passado. Ele também destacou que o esforço de alguns estados em aumentar o ICMS da gasolina também pode melhorar a competitividade do etanol, como é o caso do Paraná que passará de 28% para 29%, Bahia aumenta de 27% para 30% e Minas Gerais aprovou o projeto de lei 5494/2014, que reduz o ICMS do etanol hidratado de 19% para 14% e aumenta o ICMS da gasolina de 27% para 29% a partir de março. “O mais importante disso tudo que está acontecendo é a retomada da conversação com o governo. Ainda resta uma esperança para o setor”, disse. De fato, no ano passado, um dos temas principais pleiteados pelo setor ao governo foi o aumento da mistura do etanol anidro à gasolina para 27,5%. O governo, juntamente com a indústria automotiva, realizou um período de testes para verificação do efeito nos veículos. Até o momento

não se fez a divulgação oficial, mas fontes do mercado revelam que a mistura deve passar para 27%, para facilitar a aplicação de testes de qualidade realizados nos postos. Para Luiz Carlos Corrêa Carvalho, presidente da Associação Brasileira do Agronegócio (Abag), mesmo com os apelos e intervenções do setor produtivo junto ao governo, o setor vive um imbróglio. “O aumento da mistura é uma medida importante do ponto de vista ambiental, porém, é pequena tendo em vista as questões do setor. Deve ser feita uma análise mais clara do que se quer: quero voltar os investimentos para o crescimento da oferta? O que se precisa fazer para uma recuperação das empresas do segmento?”, disse. Elizabeth Farina pondera que, apesar dos avanços com o governo, a agenda do setor continua e o segmento continuará a reivindicar seu espaço na matriz energética. “Precisamos enxergar de maneira mais clara, dentro da estratégia governamental, nosso papel na matriz energéti-

ca brasileira. O que se espera para o hidratado nos planos de abastecimento do Ciclo Otto? O plano decenal continua lá, os números são altos, precisamos de medidas complementares para sinalizar este papel. O que será da política de bioeletricidade? Temos outras questões”, disse. Dentre as reivindicações, também está a inclusão do setor sucroenergético na matriz energética brasileira na geração de energia. Cálculos da Unica mostram que o potencial energético da bioeletricidade gerada pelo bagaço e palha da cana pode representar 18% da matriz em 2021 a um preço bastante competitivo. Roberto Rodrigues complementa que, além do governo avaliar o financiamento das usinas em seu potencial de geração de energia, deveria considerar também investimentos em produção do etanol 2G, dentro da mesma usina, tanto para produzir o de primeira geração como de segunda. Com tantos assuntos em pauta, resta aguardar os acontecimentos na esperança de vislumbrar o panorama do setor no longo prazo.

Stock

40 • Combustíveis & Conveniência


Início do etanol No Brasil, a primeira iniciativa de utilizar o etanol como combustível surgiu com a publicação do Decreto 19.717, de fevereiro de 1931, instituindo a adição de 5% do etanol anidro à gasolina. Àquela época, o Brasil produzia tanto açúcar que sobrava e não havia para quem exportar. Foi aí que, dois anos mais tarde, outro decreto criava o Instituto do Açúcar e do Álcool pelo governo de Getúlio Vargas. A ideia da autarquia era orientar, fomentar e controlar a indústria sucroenergética. A entidade foi sepultada décadas mais tarde, no governo de Fernando Collor de Mello (1990-1992). O combustível derivado da cana-de-açúcar só ganhou força mesmo em 1973, quando o mundo passou pela primeira grande crise do petróleo. Os preços dos barris subiram significativamente, arrasando a economia mundial, inclusive a brasileira, altamente dependente do derivado. O choque do petróleo jogou uma pá de cal no Milagre

Unica

De 2008 a 2013, mais de 70 usinas foram desativadas no país e outras 67 entraram em recuperação judicial

Econômico brasileiro. Para se ter uma ideia, o gasto do Brasil com a importação do produto elevou-se de US$ 600 milhões em 1973 para US$ 2,5 bilhões em 1974, provocando um déficit de US$ 4,7 bilhões na balança comercial. Segundo o livro “Etanol, o Combustível do Brasil” foi aí que o general Ernesto Geisel (1974-1979) solicitou ao então diretor comercial da Petrobras, Shigeaki Ueki, que consultasse o setor privado para arranjar uma saída à dependência do país ao petróleo. Foi então produzido estudo intitulado “Fotossíntese como Fonte de Energia”, entregue ao Conselho Nacional de Petróleo em março de 1974. Nascia aí o Programa Nacional do Álcool, o Proálcool, efetivado pelo Decreto nº 76.593/75. O programa tirou o etanol da categoria de subproduto da cana colocando-o como principal alternativa na resolução de longo prazo da crise, uma vez

que especialistas já alertavam, à época, para o fim das reservas mundiais do petróleo. Ademais, o etanol diversificou a produção das usinas, que sofriam com a ociosidade. Incentivada pelo governo federal por meio de subsídios, a produção ajudou o Brasil a enfrentar a segunda grande crise do petróleo que abalaria o mundo em 1979. Inclusive, foi

Endividamento De 2008 a 2013, mais de 70 usinas foram desativadas no país e outras 67 entraram em recuperação judicial. De acordo com Pádua, da Unica, outras oito usinas encerraram suas atividades em 2014. Para Roberto Rodrigues, o governo deve definir os planos para o setor em relação à matriz energética e, a partir disso, tratar adequadamente as usinas endividadas. “Vejo a necessidade de um sistema similar ao Proer (Programa de Estímulo à Reestruturação e ao Fortalecimento do Sistema Financeiro Nacional). As usinas estão em diferentes estágios de comprometimento financeiro e precisa haver uma política com diferentes tratamentos, considerando o período em que fizeram seus investimentos”, disse. Pádua, da Unica, também defende a reestruturação das dívidas das usinas, mas tudo depende de um cenário de longo prazo: “Caso contrário, como elas vão pagar?”, criticou. Combustíveis & Conveniência • 41


44 REPORTAGEM DE CAPA Claudio Ferreira/Somafoto

nesse mesmo ano que o governo estabeleceu um acordo com o setor automotivo para a produção em série de veículos movidos a etanol, por meio de incentivos fiscais. O primeiro modelo foi o Fiat 147. Também ficou acertado que o preço do etanol equivaleria a 64,5% do da gasolina. Os carros movidos a etanol viveram o seu boom em 1985. Mas, um ano depois, o Brasil enfrentava grave crise econômica e o comércio desse tipo de veículo iniciou sua trajetória de queda. Além disso, o preço do barril de petróleo começou a cair, inviabilizando a produção nas usinas de açúcar. Com a queda da produção, o país foi obrigado a começar a importar o produto dos Estados Unidos e a gasolina voltava a ganhar espaço na matriz energética brasileira.

Recomeço No começo dos anos 90, ganhou força o debate ambiental e, com ele, cresceu a preocupação com a fumaça emitida pelos automóveis. Em 1992, foi apresentado o primeiro estudo sobre o papel do etanol na redução das emissões de gases causadores do efeito estufa, publicado pelo Centro de Tecnologia Copersucar (CTC), durante a Eco-92, convenção mundial sobre o meio ambiente. Na esteira do debate, surge anos mais tarde, em 2003, a tecnologia flex, movimento no qual o Brasil pegou carona para ressuscitar a indústria sucroalcooleira. Hoje, esses modelos representam 88% de carros novos vendidos no país. “O ressurgimento da produção de etanol no mercado brasileiro teve como pano de 42 • Combustíveis & Conveniência

Setor produtivo espera que pacote de medidas do governo possa trazer de volta a competitividade do etanol hidratado

Etanol nas bombas Para os postos, a comercialização de etanol nunca teve uma situação muito folgada, desde os tempos áureos do combustível. Com as quebras de safra e o efeito sazonal há impacto nos preços na ponta final da cadeia. “Os preços oscilam muito. Conheço revendedor que, para comercializar o produto e atender o consumidor, acaba acumulando prejuízo”, disse Paulo Miranda Soares, presidente da Fecombustíveis. O presidente relembra as dificuldades que os postos de combustíveis enfrentaram no passado devido às crises do setor. “Nas décadas de 90 e 2000 faltou etanol nas bombas. Foram muitos revezes e o etanol foi perdendo sua atratividade junto ao empresário da revenda e ao consumidor. O problema do etanol é preço. O consumidor vai abastecer seu carro com o combustível que for mais vantajoso para ele”, disse Paulo Miranda.


fundo a introdução dos veículos flex e o fim da intervenção do governo nos preços dos derivados da cana (no fim dos anos 90), o que tornou o mercado mais competitivo”, sintetizou Plínio Nastari, da consultoria Datagro. O debate sobre energia limpa e renovável fez o governo Lula olhar para o etanol como a bola da vez. O ex-presidente disseminou ao mercado a imagem do

etanol brasileiro como alternativa econômica, ambiental e social. Com isso, atraiu investimentos e a indústria automotiva foi estimulada para produzir mais veículos flex. Este cenário incentivou as usinas, sediadas nas regiões Centro-Sul e Nordeste do Brasil, a fazer investimentos, ampliando a capacidade de produção. Outro destaque importante desta fase foram os compromis-

Distribuição: menos sonegação O mercado das distribuidoras de etanol vivenciou dias difíceis durante vários anos pela concorrência desleal com a sonegação de impostos que prejudicam a atuação de companhias idôneas. A boa notícia é que, com o passar do tempo, com o setor mais regulado e fiscalizado, a atuação destas empresas têm diminuído. Segundo Alísio Vaz, presidente do Sindicom, este segmento foi confuso até três anos atrás, quando percebia-se que o preço de venda no etanol não era compatível com a estrutura de custos e tributos do setor. “Hoje em dia, encontrar no mercado preços abaixo da realidade ocorre, mas em um volume bem menor. Há uma situação mais saudável no mercado”, relatou. A melhora veio com a atuação da ANP no combate às irregularidades sobre o volume de vendas informado pelas distribuidoras de etanol ser menor ao total informado pelos produtores, o que evidencia que parte das distribuidoras ocultavam o valor real de suas vendas. O Sindicom estima que, no fechamento de 2014, a diferença do volume de vendas informado pelas usinas e pelas distribuidoras deverá cair entre 100 milhões e 200 milhões de litros, quando no passado essa diferença foi de 1,5 bilhão de litros. A Resolução ANP nº 58/2014 também foi outra medida da Agência que tem por objetivo minimizar a atuação de distribuidoras que agem de forma irregular, pois estabelece os requisitos para autorização para o exercício da atividade de distribuição de combustíveis, como capital social

sos estabelecidos pelo Protocolo Agroambiental, de 2007, firmado pelo governo do estado de São Paulo, que determina, entre outras obrigações, o fim da queima da palha de cana, a mecanização da colheita e a preservação de matas ciliares. Neste ano, o consumo de etanol superou o da gasolina em 34% no estado de São Paulo.

mínimo de R$ 4,5 milhões, obrigatoriedade de comprovação de propriedade de pelo menos uma instalação de armazenamento e de distribuição de combustíveis, entre outras. “A ANP tem entendido que o foco não é só aumentar a competição, é preciso ter empresas de qualidade e impedir a ação de oportunistas. Quem entra é para ficar”, disse Vaz. Para combater as irregularidades das distribuidoras sonegadoras, no estado de São Paulo, a Secretaria da Fazenda promoveu, em dezembro de 2013, uma revisão da legislação de ICMS do setor de comercialização de combustíveis, que entrou em vigor em março de 2014. Implementou também como base de cálculo do ICMS, o Preço Médio Ponderado Final (PMPF) por substituição tributária, o que coibiu a prática de subfaturamento do preço praticado pelas distribuidoras na venda do etanol hidratado visando a redução do pagamento do imposto, entre outras ações. Além de São Paulo, outras secretarias de fazendas do Sudeste buscaram formas de efetuar maior controle para dificultar a sonegação. Pelas estimativas do Sindicom, o não recolhimento de impostos pelas distribuidoras de etanol já foi superior a 30% das companhias e hoje é de aproximadamente 10%. “Os estados conhecem essas distribuidoras que não recolhem ICMS, elas são sonegadoras, mas tecnicamente são inadimplentes. A Secretaria de Fazenda não pode cassar essas distribuidoras, enquanto são considerados inadimplentes, foge do seu poder de fogo. Então, a grande brecha quem dá é a lei, pois a legislação é pouco rigorosa com o inadimplente contumaz”, disse. Combustíveis & Conveniência • 43


44 REPORTAGEM DE CAPA Crise mundial A partir da crise econômica mundial, em 2008, a situação começou a mudar. Em 2009, os preços do etanol oscilaram quase 100%, o que levou muitos consumidores a optarem pela gasolina. Houve dois fatores que refletiram nesta volatilidade: crise mundial, que impactou na escassez de crédito e, com a falta de recursos, os usineiros tiveram que vender seus estoques a qualquer preço e as condições climáticas, ocasionadas pelas chuvas, que causaram perdas de 50 milhões de toneladas de cana.

Levantamento da Datagro aponta que a produção de etanol ficou em 25,7 bilhões de litros nos anos 2009/2010 e 27,4 bilhões de litros em 2010/2011. Entre 2011/2012, caiu drasticamente para 22,7 bilhões de litros. A política de contenção de preços da gasolina pelo governo federal, em 2011, foi um dos fatores que contribuiu para a perda da competitividade do etanol. A oferta de etanol, atualmente na casa dos 20 bilhões de litros/ano, seria o dobro se a política de preços fosse outra. “Em 2002, a carga tributária federal da gasolina era de 21,5% do preço da bomba. Hoje,

Etanol 2G

O Protocolo Agroambiental determinou o fim da queima da palha de cana, a mecanização da colheita e a preservação de matas ciliares

Stock

44 • Combustíveis & Conveniência

representa 6,5%. Se voltasse às origens, o etanol seria mais competitivo”, pontuou Pádua, da Unica. De exportador, o Brasil passou a importar o produto dos Estados Unidos, hoje, o maior produtor mundial. Os problemas climáticos, o endividamento das usinas para ampliação da capacidade de produção, a perda de competitividade com a gasolina devido à política de preços dos combustíveis e, especialmente, a falta de um plano de médio e longo prazos ao setor culminaram na atual crise enfrentada pela indústria sucroenergética.

Para os postos, a comercialização de etanol nunca teve uma situação muito folgada, desde os tempos áureos do combustível. “As vendas sempre foram insuficientes para cobrir nossos custos, o pouco caso das distribuidoras com o produto também pesou muito, teve companhia distribuidora que liberava seus postos para comprar de outras quando não tinha bons preços, é um setor que eu já vi de tudo. As “barrigas de aluguel”, a grande sonegação fiscal no etanol que sempre nos obrigou a conviver com uma competição extremamente desleal, juntando tudo isso, ainda tem o sobe e desce de preço que tirou toda a atratividade do negócio”, disse Paulo Miranda Soares, presidente da Fecombustíveis. O presidente relembra as dificuldades que os postos de combustíveis enfrentaram no passado devido às crises do setor. “Na década de 90 e 2000 faltou etanol nas bombas. Foram muitos revezes e o etanol foi perdendo seu espaço. O problema do etanol é preço. O consumidor vai abastecer seu carro com o combustível que for mais vantajoso para ele”, disse Paulo Miranda. n


OPINIÃO 44José Carlos Ulhôa Fonseca 44 Nome do articulista 4 Cargo 4 Vice-presidente do articulista da Fecombustíveis

Desafios e alquimia Os grandes desafios ao empresariado brasileiro, para os preços internos em particular aos que atuam no setor de varejo de com o barril de petróleo combustíveis, situam-se no campo da alquimia, da acima dos US$ 100 não mágica para gestão de seus negócios. encontra guarida, pois O momento é de profunda preocupação em tal prática foi ditada para relação ao futuro dos negócios, principalmente com controlar índices inflacionários e mascararam com o anúncio de tributos que retornaram à pauta de objetivos não muito nobres e puramente eleitoreiros, composição dos custos dos combustíveis. o comportamento real do mercado. Gasolina por mais de R$ 3,00 e diesel batendo Assim, vivemos momentos nos perguntanno mesmo patamar, já praticados, revoltam os condo de como será o comportamento de nossas vendas, fundamental para sobrevivência de sumidores gerando reflexos significativos no fluxo qualquer empresa. financeiro das empresas, pois, sabemos, haverá Por outro lado, há anos vimos defendendo retração no consumo. a necessidade de se formular uma política para Convém relembrar os sinais de alertas dos os combustíveis voltada para o etanol, privileprofissionais e autoridades sobre os riscos quanto à política fiscal até então em vigor, pois os gestores giando um produto nacional, renovável, não do Ministério da Fazenda poluente, em substituição sabiam - quero crer nesta ao fossilizado, desde que hipótese, incompetência, ao a demanda fosse suprida. Todos os brasileiros gostariam de invés de estelionato eleitoral Entretanto, a proposta ver também cortes nos desperdí- que caminhávamos para defendida por alguns, do cios, no enxugamento da máquina setor sucroalcooleiro, tornando uma grave crise. Chegamos pública, hoje a serviço do fisiolonela e todos os brasileiros o etanol mais competitivo, gismo partidário, ao invés de augostariam de ver também fazendo o governo aumentar mento de impostos, velha prática cortes nos desperdícios, no o custo da gasolina viabilienxugamento da máquina zando a paridade entre os do governo pública, hoje a serviço do dois produtos, não deixa de fisiologismo partidário, ao causar apreensão. invés de aumento de imPorém, a saída deve ser vista de forma diferente, sob dois prismas, ambos postos, velha prática do governo. de grandes desafios, entretanto, confluentes. Qual será a atitude da Petrobras S/A, em relação O primeiro, já em curso, com a melhoria tecnolóà fixação de seus novos preços às distribuidoras? Primeiramente, para ela comercializar seus gica dos motores flex, visando seu desempenho com produtos dentro das novas regras tributárias, bastaria o etanol, porém, devendo existir protocolos rígidos repassar integralmente os impostos incidentes e entre montadoras e governo como contrapartida de doa a quem doer, pois não temos eleições à vista. novos incentivos, sempre fartos comparativamente A outra, compensando os impostos ressuscitaa outros setores da economia. O segundo, de difícil operacionalização, tendo dos – Cide, PIS/Cofins – pela sua excelente margem em vista a caótica situação de suas contas, seria de lucros face os preços do barril de petróleo no com estímulo tributário ao etanol pelos governos mercado internacional. estaduais, de forma equalizada entre todos os São preocupantes os preços nas bombas, estados, permitindo que o consumidor se valesse de ver que os combustíveis no Brasil são um dos desse incentivo. mais altos no mundo, com os consumidores bem Enfim, precisamos ser mágicos, verdadeiros atentos e a Petrobras S/A poderia adequar seus alquimistas em nossas empresas para ultrapassar valores, amortecendo os novos impactos tributários. obstáculos dos quais já vivenciamos, mas imagináA manifestação de algumas autoridades governamentais no sentido de que não houve repasse vamos superados em termos de política econômica. Combustíveis & Conveniência • 45


44 AGENDA

2015

MARÇO 2º Encontro Sul Brasileiro da Revenda de Combustíveis e das Lojas de Conveniência Data: 12 a 15 Local: Gaspar (SC) Realização: Sinpeb, Sindipetro-SC, Sincombustíveis e Sindópolis Informações: (47) 3326-4249 30ª Convenção Nacional TRR Data: 18 a 22 Local: Foz do Iguaçu (PR) Realização: SindTRR Informações: (11) 2914-2441

MAIO 14º Congresso dos Revendedores de Combustíveis de Minas Gerais Data: 7 e 8 Local: Belo Horizonte (MG) Realização: Minaspetro Informações: (31) 2108-6500

JUNHO Encontro Nacional e IV Encontro dos Revendedores de Combustíveis do Centro-Oeste Data: 17 e 18

Local: Brasília (DF) Realização: Sindicombustíveis-DF e demais sindicatos do Centro-Oeste Informações: (61) 3274-2849

AGOSTO Expopostos & Conveniência 2015 Data: 4 a 6 Local: São Paulo (SP) Realização: Fecombustíveis, Abieps e Sindicom Informações: (21) 2221-6695

SETEMBRO 180 Congresso Nacional de Revendedores de Combustíveis e 170 Congresso de Revendedores de Combustíveis do Mercosul Data: 24 a 27 Local: Gramado (RS) Realização: Sulpetro Informações: (51) 3930-3800

OUTUBRO NACS Show Data: 11 a 14 Local: Las Vegas (EUA) Realização: NACS Informações: www.nacsonline.com

Para a publicação de eventos na agenda da Combustíveis & Conveniência, enviar os dados para monicaserrano@fecombustiveis.org.br ou assessoria.comunicacao@fecombustiveis.org.br . Alguns eventos ainda poderão ser modificados nas próximas edições.

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Fotos: Divulgação Itaipu

MEIO AMBIENTE 33

Biometano: novo combustível Parceria entre Itaipu Binacional e Scania visa estimular o uso do gás biometano como combustível, trazendo nova opção como fonte de energia renovável para contribuir com o meio ambiente, melhorando a qualidade do ar com a redução de gases de efeito estufa Por Gisele de Oliveira Cada vez mais governos do mundo inteiro investem em pesquisas para o desenvolvimento de fontes de energias mais limpas para substituir as já tradicionais fontes de origem fóssil, como o petróleo. A busca por novos combustíveis, mais limpos e renováveis, tem por objetivo reduzir as emissões de gases de efeito estufa e também contribuir para o desenvolvimento econômico mais sustentável dos países. E a cada ano, surgem novas pesquisas que usam as mais diversas fontes para produzir novas fontes de energia renovável. Dentre as últimas novidades, surgiu no Brasil a possibilidade

de exploração do gás biometano como combustível. A usina hidrelétrica Itaipu Binacional em parceria com a montadora de ônibus Scania assinou um termo de cooperação técnica para desenvolver e estimular o uso do biometano como combustível veicular no país. Em novembro passado, ambas as empresas apresentaram o primeiro ônibus com motor dedicado para uso do biometano. Fabricado na Suécia, o veículo é considerado um dos mais modernos em transporte público do mundo, cujo motor também permite o uso do GNV e circulou por uma semana transportando funcionários de Itaipu, em Foz do Iguaçu (PR). “O objetivo dessa parceria é demonstrar a viabilidade

da aplicação do biometano na mobilidade urbana para que ele possa ser integrado à matriz de combustíveis do país”, contou Cícero Bley Júnior, superintendente de Energias Renováveis de Itaipu. O biometano é um gás proveniente do biogás, cuja característica principal é o metano (CH4), que é extraído de dejetos de animais resíduos orgânicos, restos de vegetais, entre outras. Ele é obtido por meio de um processo chamado de purificação, onde o metano é separado dos demais componentes que compõe o biogás, como, por exemplo, o gás carbônico, gás sulfídrico, oxigênio, nitrogênio e vapor de água. Combustíveis & Conveniência • 47


44 MEIO AMBIENTE

No caso do ônibus Scania, a produção do biometano é obtida a partir de dejetos de 84 mil aves de uma granja localizada a 100 km de Itaipu. Lá, o gás é filtrado e envasado antes de ser transportado para Foz do Iguaçu (PR). Segundo o superintendente, o potencial de produção de biometano na região chega a 56 MW de potência, o equivalente a uma pequena central hidrelétrica (PCH) aplicada em mobilidade urbana. “Seria o suficiente para movimentar toda a frota do transporte público da nossa região”, ressaltou

Bley. Além do combustível mais limpo, o ônibus possui um sensor que consegue identificar o teor de oxigênio nos gases de escape e informa ao módulo eletrônico a sua presença em relação ao ar de amostragem, possibilitando o controle da quantidade de combustível a ser enviado para o motor e, consequentemente, melhor rendimento, redução de consumo e diminuição da poluição. A parceria com a Scania no desenvolvimento de tecnologias para utilização do biogás no país não é a primeira iniciativa de Itaipu.

Saiba mais sobre o ônibus Com 15 metros de comprimento, dois eixos direcionais e capacidade para até 120 passageiros, o ônibus movido a gás biometano circulou em Foz do Iguaçu por quase 30 dias para transportar funcionários e estudantes da barreira de controle de Itaipu. Uma curiosidade é que, antes de chegar ao Brasil para essa demonstração, o ônibus da Scania já havia passado pelo México e Colômbia, sempre abastecido com GNV convencional, derivado do petróleo. O responsável por conduzir o ônibus no giro pela América, Miguel Morales Gomes, disse que não notou diferença no desempenho do veículo utilizando biometano ou GNV. Segundo ele, foram feitos testes em diversas condições para provar a viabilidade do ônibus movido a biometano e o resultado foi ótimo. 48 • Combustíveis & Conveniência

A empresa binacional de geração de energia já vinha estudando a viabilidade de uso do combustível, a partir dos dejetos da atividade agropecuária, para a produção de energia elétrica e térmica.

Viabilidade Para o diretor-geral de Itaipu pelo lado brasileiro, Jorge Samek, o biogás é uma solução inovadora para um problema ambiental grave, que são as emissões de gases que provocam o efeito estufa. Silvio Munhoz, diretor de Vendas de Ônibus da Scania no Brasil, enfatizou que a iniciativa vai além da importância do desenvolvimento do biometano para uso veicular: “é o combustível ideal para promover a mobilidade sustentável. A partir de um problema das cidades, que é a gestão dos resíduos, encontra-se uma solução economicamente viável para qualquer centro urbano do nosso país”. E por falar em viabilidade econômica, Horacio Ruben Andrés, presidente da Companhia de Transporte de Gás (CTG), também considera viável o uso do biometano para fins veiculares no Brasil. Isto porque, segundo


O primeiro ônibus com motor dedicado para uso do biometano é considerado um dos mais modernos do mundo e circulou por uma semana em Foz do Iguaçu (PR)

ele, este combustível possui características similares ao gás natural proveniente do derivado do petróleo, também composto basicamente por metano. “A utilização do biometano pode ser feita em veículos convertidos para o uso do GNV, inclusive a partir da mistura deles. Aliás, toda a frota do país convertida para o uso do GNV, ou seja, carros, ônibus, caminhões, poderia ser abastecida por biometano”, disse Andrés, complementando que o que falta para tornar o gás viável no país é a definição de um marco regulatório. “No Brasil, existem projetos de produção de biometano em operação e em implantação, além do desenvolvimento de tecnologias e equipamentos. Falta mesmo uma regulamentação para torná-lo realidade no país”. Se depender da ANP, em breve, as regras para definir o uso do biometano em veículos devem ser publicadas. Em resposta enviada à Combustíveis & Conveniência, a Agência previu, para o início deste ano, a publicação da resolução que vai alterar artigos da Resolução ANP nº 23, de

agosto de 2013, permitindo que o GNV seja proveniente tanto do gás natural como de biometano. Mesmo com os incentivos, o biometano para uso veicular ainda tem muitos desafios pela frente até se tornar completamente viável. E um deles seria a própria capacidade de produção do gás, considerada limitada por alguns pesquisadores para atender à demanda do país; e a logística de transporte, já que o biometano ainda não possui uma rede estabelecida e, portanto, seu transporte só poderia ser feito por caminhões, o que tornaria o produto mais caro. De acordo com o professor de Energias Renováveis da Coppe/ UFRJ, Amaro Pereira, para tornar o biometano viável do ponto de vista comercial, seria necessário um volume de gás muito grande para justificar a construção de uma rede de transporte, o que, neste momento, não seria o caso. Porém, o professor defende o uso do biogás em frotas cativas, onde não há necessidade de transporte dos resíduos em longa distância. “No caso do aterro de Gramacho, no Rio de Janeiro, a

solução encontrada foi destinar todo o biogás para a refinaria de Duque de Caxias, que fica próxima ao aterro”, citou Pereira. No entanto, apesar das dificuldades, é um caminho sem volta a busca de alternativas mais limpas para o consumo de combustíveis, seja para uso veicular ou para uso industrial, a fim de minimizar os efeitos poluidores ao meio ambiente e à saúde humana. Basta saber até quando as fontes renováveis deixarão de ser apenas coadjuvantes e passarão a ter espaço mais significativo na matriz de combustíveis.

Curiosidade A produção de gás biometano não se limita apenas aos excrementos de animais, já existem iniciativas que utilizam lixo doméstico e tratamento do esgoto para gerar o gás, como é o caso de um ônibus que circula entre as cidades de Bristol e Bath, na Grã-Bretanha, e transporta, cerca de 10 mil passageiros por mês. n Combustíveis & Conveniência • 49


44 CONVENIÊNCIA

Sem desperdício Seja por preocupação com a saúde, dieta ou mesmo interesse por novos sabores, muitos consumidores passaram a procurar opções alimentares mais saudáveis e naturais. A tendência levou muitos estabelecimentos, como lojas de conveniência, a incluírem itens frescos no cardápio. Porém, como evitar perdas destes produtos? Por Rosemeire Guidoni A maior preocupação com a saúde, juntamente com o aumento das taxas de obesidade, tem estimulado as pessoas à mudança de hábitos alimentares. Aos poucos, itens industrializados, frituras e congelados estão cedendo espaço a alimentos frescos, menos processados, produzidos a partir de ingredientes selecionados, muitas vezes, orgânicos. A tendência,

que já chegou aos restaurantes e outros estabelecimentos que atuam na área de alimentação, também vem conquistando consumidores do setor de conveniência. É cada vez mais comum encontrar clientes que preferem sucos naturais e salgados assados ou lanches preparados com ingredientes frescos, ao invés dos tradicionais congelados/ industrializados que sempre foram o forte do setor. Nos Estados Unidos, inclusive,

Stock

50 • Combustíveis & Conveniência

a NACS Show 2014, o mais importante evento internacional do segmento de conveniência, apresentou um painel sobre itens de fresh food, sinalizando que a tendência de alimentação rápida e saudável merece ser valorizada pelos estabelecimentos que atuam no setor. Porém, apesar das boas perspectivas de consumo de produtos frescos e saudáveis, há diversas dificuldades que envolvem a operação: prazo de


Stock

validade reduzido, dificuldade de seleção de fornecedores, preços mais elevados e formas de armazenamento específicas, além de questões relacionadas à sua manipulação. “Tivemos de buscar fornecedores específicos e os funcionários ganharam uma nova rotina de trabalho para evitar desperdícios”, afirmou a empresária Lucinéia Buccioli, que apostou na tendência e incluiu uma linha de produtos frescos e saudáveis na loja de conveniência do posto Buccioli, de Cambé (PR). O cardápio tradicional da loja foi ampliado com lanches preparados com pão integral (assados na padaria da própria loja), verduras frescas, saladas de fruta, sucos naturais e produzidos a partir de polpa de frutas e salgados integrais. “No começo, tivemos perdas, principalmente nos salgados integrais. Então,

explicou. Cada funcionário fica responsável pela produção de um tipo de item e do controle do estoque dos ingredientes utilizados e deve alertar quando estiver acabando. Além dos dez funcionários da loja, a própria Lucinéia coloca a mão na massa e prepara pessoalmente alguns ingredientes. “A qualidade deve ser um diferencial de quem opta por incluir estes produtos no cardápio. É preciso utilizar produtos frescos, ter muita atenção com higiene e também garantir a boa apresentação. Ninguém vai consumir um item considerado saudável se não estiver com boa aparência”, destacou.

optamos por produzir quantidades diárias reduzidas, para evitar o desperdício de produtos. Aos poucos, estamos percebendo que a aceitação é maior e o consumo tem crescido”, destacou. A empresária conta que tem um fornecedor que entrega verduras e hortaliças frescas, duas ou três vezes por semana. Na loja, os itens são higienizados, secos (para aumentar a durabilidade) e armazenados separadamente. Os frios utilizados nos lanches são da própria padaria, assim como os pães (que são comprados pré-assados). Os lanches são produzidos em pequena quantidade, embalados individualmente e expostos para venda. As saladas de frutas também são preparadas diariamente. “Temos ideia de quantas unidades saem por dia e, caso ocorra uma demanda extra, podemos preparar para o cliente”,

Cuidados necessários

Jeshoots

De fato, a operação com itens que têm prazos de validade reduzidos e formas de armazenamento mais específicas requer cuidados. “Essa é uma tendência nas lojas de conveniência para atender ao consumidor com pouco tempo para a refeição ou que simplesmente procure por algo diferente. São produtos que podem proporcionar boas margens e atraem o consumidor que poderá comprar outros itens”, afirmou Américo José da Silva Filho, sócio-diretor da Cherto Atco. Porém, segundo ele, se não houver cuidados, as perdas podem ser significativas e o lucro com tais itens se transformar em prejuízo, tanto financeiro quanto para a imagem da loja. “Imagine, por exemplo, se alguém comprar um produto vencido ou estragado”, apontou. O consultor Marcelo Borja, especializado em treinamentos para o segmento de postos e lojas Combustíveis & Conveniência • 51


44 CONVENIÊNCIA

Redução de perdas Para Silva Filho, da Cherto Atco, as principais dicas para manter as perdas num nível aceitável são: w Ter fornecedores de confiança e qualidade; w Manter os produtos sob temperatura correta; w Equipe capacitada para manipular adequadamente; w Expor o produto em locais visíveis para estimular a compra; w Trabalhar com estoque ajustado com o giro; w Criar processos para manipulação, armazenagem e exposição. Adotar itens básicos como uso de luvas descartáveis por quem manipula, geladeira ou freezer exclusivo para estes produtos, não deixar os locais abertos, assim como as estufas de exposição, adotar rotina para verificação da temperatura destes equipamentos; preparar ao longo do dia e só expor em pequenas quantidades; manter controle de insetos; w Verduras: ao comprar escolha as mais verdes, brilhantes e tenras. Após lavar em água corrente e desinfetar, guardar na geladeira dentro de embalagens plásticas, tampadas e com uma etiqueta com a data da compra. Não existe um prazo de validade, mas devem ser utilizadas num prazo de até cinco dias após a compra; w Frutas: comprar aquelas com melhor aparência, não excessivamente maduras, não machucadas, amassadas ou com furos que podem indicar a entrada de insetos. Assim como as verduras, devem ser lavadas e desinfetadas. Podem ser armazenadas em temperatura natural, mas longe dos raios solares diretos. Devem ser consumidas num prazo máximo de uma semana e descartadas, assim que se observar que são impróprias para consumo.

Divulgação/Buccioli

de conveniência, recomenda que os empresários façam diariamente um inventário através de controles internos. “Ou seja, tem de medir para não perder”, afirmou. Além disso, outra dica do consultor é fazer a contabilidade detalhada de cada ingrediente utilizado no produto fornecido, e ficar atento à quantidade utilizada. Um lanche com mais queijo ou mais molho, por exemplo, pode ter um custo maior de produção, além de

Os funcionários devem passar por treinamento para manipular adequadamente os alimentos 52 • Combustíveis & Conveniência

sair do padrão estabelecido pela loja. É importante ter uma receita original de todos os itens oferecidos pela loja, e a mesma deve ser seguida com exatidão. “A mudança na quantidade de ingredientes pode ser desastrosa para o negócio. Em uma loja que vende, por exemplo, 90 sanduíches por dia, uma única fatia de queijo a mais pode trazer impacto negativo. Supondo que uma fatia de queijo custe R$ 0,45, na receita da loja, multiplicada por 90 sanduíches, resultaria em R$ 40,50 por dia, ou R$ 1.215,00 mês, ou ainda R$ 14.580,00 por ano”, alertou Borja. Ou seja, além da alteração de paladar, a mudança de receita pode significar custos extras que, muitas vezes, são difíceis de serem identificados. “Por este motivo, deve-se ter controle e fazer a checagem da receita por amostragem. Periodicamente, é importante acompanhar a montagem do lanche pela equipe, para verificar se a receita está sendo utilizada corretamente. Discutir em reunião e medir os números sempre”, orientou o especialista. Na avaliação de Borja, uma boa loja depende essencialmente de um software de gestão capaz de identificar a quantidade de produtos vendidos no mês e na semana, por dia e por hora. Assim, de posse destes dados, é possível programar as reposições dos ingredientes, com base no fluxo de venda, na quantidade apontada pelo relatório e de acordo com os prazos de validade de cada tipo de alimento. “De forma resumida, alimentos fatiados (verduras e legumes) devem ser apenas para consumo diário. As sobras devem ser descartadas e anotadas em planilha para controle. Alimentos frios fatiados podem ser armazenados até cinco dias em temperatura inferior a 5º C”, explicou. De acordo com


o consultor, um rígido controle de estoques, por meio da utilização de planilhas manuais, deve fazer parte da rotina da loja. Por determinação legal (Resolução RDC 275/2002, da Anvisa), o que determinará o controle é o comprovante de compra do produto – por isso, é importante comprar tudo com nota – e a sua utilização/ preparo do alimento.

“O aspecto serve muito mais de apelo comercial. Deve-se ter realmente o comprovante da entrada do insumo/verdura-legume, sua anotação na folha de entrada da mesa preparadora e sua anotação na planilha com a saída/perda do produto”, frisou Borja. Além disso, para Silva Filho, é indispensável a conferência

visual dos produtos, diariamente, antes da abertura da loja, verificando cada um dos perecíveis e descartando os vencidos. “Um cuidado básico é o de sempre colocar na frente os que vencerão antes. Assim, o consumidor ou o funcionário sempre estará pegando os primeiros a vencer. Frutas e verduras, quando não

Atenção às regras da Anvisa A Resolução RDC 216/2004 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) estabelece uma série de regras para os estabelecimentos que manipulam alimentos. É importante ficar atento a elas, pois, além do risco de autuação ou mesmo interdição, a responsabilidade pela saúde e bem-estar do cliente é fundamental. Confira os principais detalhes da Resolução: w Todo estabelecimento que manipula alimentos deve ter um responsável técnico capacitado e portador de certificado de curso de formação emitido por entidades oficiais. w É necessário que a loja tenha um Manual de Boas Práticas, no qual constem todos os procedimentos de Segurança Alimentar previstos em lei. O manual, que deve ser elaborado exclusivamente para a loja, deve ser mantido atualizado e de livre acesso a todos os funcionários que atuam no estabelecimento como parte do treinamento em Boas Práticas e Segurança Alimentar. w O manipulador de alimentos deve usar cabelos presos e cobertos com redes ou toucas. Homens não devem usar barba. Brincos, pulseiras, anéis, aliança, piercings, colares, relógio e maquiagem também não são recomendados. As unhas devem ser mantidas curtas e sem esmalte. w O uniforme deve ser usado somente na área de preparo dos alimentos e trocado diariamente. w Quando doentes (gripe, diarréia, feridas, cortes etc.), os manipuladores não podem trabalhar ou transitar nas áreas de preparo e venda de alimentos.

w Lave bem as mãos antes de preparar os alimentos e depois de usar o banheiro, de atender o telefone e de abrir a porta. Na área de preparo, a pia para lavar as mãos não deve ser a mesma para a lavagem dos utensílios. w Os locais de armazenamento dos alimentos devem ser limpos, organizados, ventilados e protegidos de insetos e outros animais. w Não use e não compre produtos com embalagens amassadas, estufadas, enferrujadas, trincadas, com furos ou vazamentos, rasgadas, abertas ou com outro tipo de defeito. Limpe as embalagens antes de abri-las. w Os ingredientes que não forem utilizados totalmente devem ser armazenados em recipientes limpos e identificados com o nome do produto, data da retirada da embalagem original e prazo de validade após a abertura. w Alimentos como frutas, legumes e hortaliças devem ser higienizados, tendo em vista que esses podem ser consumidos crus. w Os equipamentos (estufas, balcões, bufês, geladeiras, freezers etc.) devem estar conservados, limpos e funcionando bem. A temperatura das estufas, bufês e geladeiras devem estar reguladas de forma que os alimentos quentes permaneçam acima de 60ºC e os alimentos frios permaneçam abaixo de 5ºC. Procure diminuir ao máximo o tempo entre o preparo e a distribuição dos alimentos. w Os funcionários que manipulam o alimento (mesmo com guardanapos, pegadores e talheres) não podem pegar em dinheiro. Para mais informações acesse: http://migre.me/omtw. Combustíveis & Conveniência • 53


44 CONVENIÊNCIA processadas, não precisam de datas de validade. Somente aquelas já preparadas e vendidas em embalagens”, orientou. Mais detalhes sobre a conservação dos produtos, formas adequadas de armazenamento e os riscos envolvidos na comercialização de alimentos contaminados podem ser conferidos em: http://migre.me/omtri.

Controle de estoque A reposição de produtos sempre deve acompanhar o prazo de validade. Considerando que a durabilidade de boa parte é de um dia, ela deve acontecer diariamente. Em alguns casos, a reposição pode ser também de dois ou três dias, sempre acompanhando o prazo de validade. Silva Filho reitera que é essencial registrar todas as entradas e saídas dos produtos para obter uma média do consumo, não somente diária, mas por períodos. Com tais médias já é

Treinamento É necessário que os funcionários sejam treinados para manipular adequadamente os alimentos. Existem cursos de Higiene e Boas Práticas de Manipulação de Alimentos, promovidos por diversas entidades, como Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac), Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), Anvisa, Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), Associação Paulista de Supermercados (Apas), entre outros.

possível definir as quantidades mínimas de cada item, tanto para os ingredientes quanto para os produtos preparados, e trabalhar com essas quantidades, fazendo ajustes de acordo com as oscilações da demanda. “Tão importante quanto ter perdas reduzidas é não deixar de vender por falta de produtos”, destacou. Vale lembrar, também, que o consumidor dificilmente compra um produto que esteja sozinho. “Não adianta deixar uma coxinha na estufa e esperar que ela seja

vendida. O consumidor quer ver quantidade”, orientou. Para Borja, um bom estoque de produtos deve representar no máximo 35% das vendas/faturamento do mês. “Por exemplo, uma loja que venda R$ 100 mil no mês não deve ter mais que R$ 35 mil em mercadorias. Já no caso do food service para legumes e alimentos frescos, o estoque deve ser praticamente a venda do dia. Os demais produtos devem ser estipulados na venda mensal da loja para a categoria”, observou. n

A reposição de produtos sempre deve acompanhar o prazo de validade. Considerando que a durabilidade de boa parte é de um dia, ela deve acontecer diariamente

Divulgação/Buccioli

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OPINIÃO 44 Pricila de Sá Cantú 4 Consultora da Conveniência Postos

Fresh Food exige cuidados especiais de geladeira, expositores Quando o Plano Real trouxe estabilidade ao refrigerados ou estufa fria, país, o brasileiro passou a ter acesso a produtos com temperatura de 1ºC que antes eram difíceis de comprar, como, por a 7ºC. exemplo, itens importados e industrializados. Além w Frutas inteiras podem de acessíveis, tais produtos proporcionavam maior ser embaladas individualpraticidade ao dia a dia, economizando tempo e facilitando a vida das pessoas. mente com papel filme ou em bandeja, misturando Porém, depois de anos consumindo tais itens, mais de um tipo. É uma opção de menor desperdício, os reflexos passaram a ser sentidos na saúde, com pois têm validade de até sete dias, dependendo o aumento da obesidade e problemas a ela assoda fruta e de seu estado quando foi colocada na área de vendas. Elas podem ficar expostas tanto ciados. Nosso modo de viver e de trabalhar mudou, em geladeira quanto na gôndola em temperatura estamos mais sedentários do que os nossos avós ambiente (lembrando que na geladeira duram mais e comemos mais gordura e sal do que os nossos tempo). Uma dica relacionada às frutas é expor as pais. Por isso, a necessidade de voltar aos velhos bananas de forma individualizada, com o talo, o que e bons hábitos dos produtos frescos. garante maior durabilidade, mesmo que maduras. Essa tendência do fast food saudável começou w Em relação ao aconquando o sinal de alerta da saúde acendeu primeiro, dicionamento, quando há No Brasil, esta tendência conhecida sobra de algum item (no nos EUA. Lá, assim como no Japão e Europa, é muito caso das saladas de frutas, como fresh foods está começando a comum encontrar saladas ganhar espaço e, por isso, o leque de saladas e sanduíches que ou frutas picadas em lojas opções ainda é reduzido. Temos que contêm vários ingredientes, de conveniência. Até nas produzir algo bom, bonito e com pre- como frios e verduras), é máquinas automáticas, que ço justo para vender bem. Para tanto, necessário guardar cada um antes ofereciam somente é necessário investir em cuidados para separadamente, em potes de salgadinhos e chocolate, já vidro dentro da geladeira, de garantir a conservação dos alimentos 1ºC a 7ºC, preferencialmente encontramos a versão fresh, e evitar o desperdício tamanha é a procura por etiquetados. Assim, evita-se este tipo de alimento para a contaminação com fungos um consumo rápido. e bactérias, além de garantir Trata-se de um novo modelo de fast food, que o sabor de outros produtos não seja incorporado. que inclui comida rápida, porém, mais nutritiva. w Se o produto não for fabricado na sua loja, No Brasil, esta tendência conhecida como fresh mas fornecido por terceiros, a boa notícia é que, foods está começando a ganhar espaço e, por isso, geralmente, existe uma política de trocas. Cada o leque de opções ainda é reduzido. Temos que fornecedor tem a sua, com base na durabilidade produzir algo bom, bonito e com preço justo para do seu produto, mas, em geral, enxergam a loja vender bem. Para tanto, é necessário investir em como um dos seus melhores pontos de venda e cuidados para garantir a conservação e evitar o tendem a ajudar para crescerem juntos. desperdício. Confira algumas dicas: Se você ainda não comercializa produtos w Salada de frutas, hortaliças e legumes têm frescos, comece pelas frutas inteiras, oferecidas uma durabilidade menor (dois dias) e precisam individualmente. Lave com hipoclorito de cloro ser armazenadas dentro de geladeira, expositores (12 gotas para 1 litro), deixe escorrer, seque bem refrigerados ou estufa fria, com temperatura de com papel toalha e embrulhe por completo no 1º C a 7º C. plástico filme. Exponha-as na geladeira, próximas w A durabilidade dos sanduíches naturais aos sucos e iogurtes, ou em um cesto ou pote de depende dos seus ingredientes. Mas via de regra vidro no caixa. podem ser armazenados por três a cinco dias, dentro Boas vendas! Combustíveis & Conveniência • 55


OPINIÃO 44 Felipe Klein Goidanich 4 Consultor Jurídico da Fecombustíveis

Dos novos critérios de desconsideração de reincidência temporal de dois anos Na data de 08 de dezembro de 2014, entrou entre a condenação deem vigor a Resolução ANP nº 64/2014, alterando os critérios de desconsideração da reincidência, finitiva e o cometimenprevistos na Resolução ANP nº 08/2012. to da nova infração foi Verifica-se a reincidência quando o estaextinto, o que parece uma demasia e pode belecimento/instalação infrator pratica nova ser interpretado como infração prevista na Lei nº 9.847/99, depois de uma coação ao pagamento de débitos com a definitivamente condenado administrativamente. ANP, pois somente com o pagamento à vista ou Pela nova regra: parcelado da multa é que o agente econômico §1º Para efeitos de reincidência, não serão pode ter aquela autuação desconsiderada para consideradas condenações anteriores se entre a fins de reincidência. data do cumprimento integral da pena pecuniária A Fecombustíveis e alguns sindicatos filiados ou sua extinção e do cometimento da infração em participaram ativamente julgamento tiver decorrido da audiência pública que período de tempo igual ou As alterações instituídas na nova superior a dois anos; Resolução representam um retrocesso tratou desta Resolução, expondo o contrassenso §2º O lapso temporal à regra até então em vigor, pois só da nova regra por excluir previsto no §1º será reduzido está previsto o afastamento das da desconsideração da para seis meses se o infrator condenações anteriores para fins de reincidência todo o agente houver cumprido a pena pecuniária a ele imposta pela reincidência nos casos de quitação da econômico que esteja no ANP na forma do art. 4º, §3º multa ou de parcelamento, desde que CADIN por inscrição da ANP, mesmo que a condenação da Lei nº 9.847/99 (quando a empresa esteja em situação regular definitiva tenha ocorrido no a multa é paga com 30% de quanto aos pagamentos das parcelas desconto durante o prazo e o parcelamento em vigor, ou quando ano de 2000, por exemplo. Lembre-se que a gravidade recursal e com renúncia ao extinta a obrigação da questão da reincidência direito de recorrer); pode resultar na revogação §3º Nos casos de parceda autorização do agente econômico. lamento, aplica-se o disposto no §1º deste artigo Um ponto importante que o revendedor deve desde que a autuada esteja em situação regular observar é a possibilidade de quitar eventuais quanto aos pagamentos das parcelas, estando multas até o dia 27 de fevereiro de 2015, pois o parcelamento em vigor. assim a condenação respectiva será desconsiAs alterações instituídas na nova Resolução representam um retrocesso à regra até então em derada para fins de reincidência. A mesma regra vigor, pois só está previsto o afastamento das vale para o pedido de parcelamento que tenha condenações anteriores para fins de reincidência sido homologado, esteja em vigor e em situação nos casos de quitação da multa, nos casos de regular quanto aos pagamentos das parcelas. parcelamento, desde que a empresa esteja em Por fim, vale registrar que as multas quitadas, situação regular quanto aos pagamentos das ou com parcelamento em dia, ocorridas até o dia parcelas e o parcelamento em vigor, ou quando 08/12/2014 serão desconsideradas para fins de extinta a obrigação. Isto é, o critério de lapso reincidência.

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ATUAÇÃO SINDICAL 33 Nacional

Instruções para pagamento de multas vencidas O posto revendedor de combustíveis que optar por pagar a pena de multa aplicada pela ANP com a finalidade de que a mesma seja desconsiderada para fins de reincidência, nos termos dos artigos 3º e 4º da Resolução ANP 64/2014, deverá observar o seguinte: 1) Encaminhar à ANP “SOLICITAÇÃO DE LEVANTAMENTO DE INFORMAÇÕES FINANCEIRAS”, conforme modelo existente no site da ANP (www.anp.gov.br) corretamente preenchido, marcando a opção “Atualização do valor de multa/Instruções para regularização”, para o endereço: SGAN, Quadra 603, Módulo I, Asa norte - Brasília/DF - CEP:70830-902; 2) Quando do recebimento da resposta da ANP com o valor atualizado do débito, seguir as instruções de como gerar a Guia de Recolhimento da União

(GRU), constante do site da ANP e quitar a GRU antes de 27/02/2015; 3) Caso a empresa esteja discutindo judicialmente o débito pendente com a ANP, além dos passos 1 e 2 acima, deverá peticionar nos autos do processo judicial requerendo a desistência da ação e consignando a expressa renúncia ao direito a que se funda a ação, sendo prudente comprovar o pagamento efetuado e requerer seja dado vista à ANP da petição e documentos juntados para a devida ciência da Agência. Caso o posto tenha efetuado o depósito judicial da multa (de forma correta), deverá, ao invés de cumprir os itens 1 e 2, requerer a conversão em renda da ANP do valor depositado judicialmente; 4) O parágrafo 1º, do artigo 3º dispõe que ficam também

afastadas da reincidência as penalidades/multas, objeto de parcelamento que tenha sido homologado, esteja em vigor e em situação regular quanto aos pagamentos das parcelas. Assim, parece temerário o posto optar pelo parcelamento ao invés do pagamento à vista, pois faltando pouco para derradeira data (27/02) é possível que o parcelamento que venha a ser solicitado não tenha sido homologado até 27/02/2015; 5) Para dirimir outras dúvidas ou obter maiores informações se pretender realizar o pagamento através de parcelamento, o posto poderá entrar em contato com a ANP por e-mail (cobrança@ anp.gov.br) ou telefone (0800 970 0267). (Departamento Jurídico da Fecombustíveis)

Rio Grande do Sul

MBA: inscrições abertas A terceira turma do MBA em Gestão de Varejo de Combustíveis está sendo formada e as inscrições já estão abertas. O curso, inédito no país, é desenvolvido pelo Sulpetro, em parceria com a Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos), no Rio Grande do Sul. A pós-graduação busca qualificar a revenda e pensar na sucessão familiar, além de contemplar um aprofundamento dos conceitos e práticas que envolvem as áreas de gestão de negócios, de marketing e vendas, da questão

financeira, da produção, logística e de suprimentos e desenvolvimento pessoal. As aulas têm início em 10 de abril de 2015, na Unisinos CIEE Porto Alegre, quinzenalmente, às sextas-feiras, das 19h às 23h, e aos sábados das 8h30 às 12h30. Os associados Sulpetro têm desconto especial. Mais informações pelo telefone (51) 3591-1200 no ramal 4018 ou no e-mail: cristinar@unisinos.br. (Neusa Santos) Combustíveis & Conveniência • 57


44 ATUAÇÃO SINDICAL Bahia

Carga tributária em discussão Com a decisão do governo do estado da Bahia, aprovada pelos deputados estaduais, de aumentar em 3% o ICMS sobre a gasolina a partir de abril de 2015, elevando a alíquota para 30%, o Sindicombustiveis Bahia procurou a Secretaria da Fazenda (Sefaz) para discutir o mercado de combustíveis e as distorções concorrenciais provocadas pela carga tributária elevada, uma das mais altas do país, principalmente em comparação aos estados limítrofes, no caso de diesel, e os possíveis cenários com o aumento do tributo da gasolina. A reunião aconteceu em dezembro, na sede da Sefaz, e participaram o subsecretário da Fazenda, João Batista Aslan Ribeiro; o coordenador da Copec, Olavo Oliva; o presidente do Sindicombustíveis Bahia, José Augusto Costa; o vice-presidente, Fábio Sobral; os vice-presidentes regionais, Clóvis Machado e Carlos Barbosa; os diretores Baldo-

mero Gonçalves e Walter Tannus Freitas, além do deputado federal Daniel Almeida e do deputado estadual Rosemberg Pinto. Após a apresentação do Sindicombustíveis Bahia sobre as distorções no mercado provocadas pela carga tributária, a Sefaz decidiu retornar em 2015 com o Fórum do Mercado de Combustíveis, que estava sem movimentação desde março de 2013, e agendou uma reunião entre o Sindicato e os técnicos da COPEC para aprofundar a discussão das questões apresentadas e buscar uma solução adequada ao mercado. “Esta reunião foi importante para reaproximar o nosso segmento da Sefaz e expor nossas dificuldades. Vamos ficar alertas e cobrando uma posição do Estado”, ressaltou José Augusto Costa. (Carla Eluan)

Mato Grosso

Música e cidadania

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presários e colaboradores atuantes no setor de combustíveis. “É importante que o Sindipetróleo, como entidade sindical, abrace projetos sociais considerados significativos para a transformação social”, destacou o vice-presidente.

(Simone Alves)

Jorge Cello/Instituto Ciranda

A preocupação com a causa social motivou o Sindipetróleo-MT a fazer uma doação em dinheiro ao Instituto Ciranda, associação sem fins lucrativos que promove projetos de aulas de música e ações sócio-culturais para crianças, adolescentes e jovens. O maestro Murilo Alves, presidente do Instituto, foi recebido na sede do Sindicato, em Cuiabá, pelo vice-presidente João Marcelo Borges e pelo diretor-executivo, Nelson Soares Junior. Murilo explicou que o trabalho do Instituto Ciranda é baseado em três fundamentos: estudo técnico e teórico, prática coletiva e numa filosofia de trabalho que visa a multiplicação (da música, dos conhecimentos), oferecendo aos jovens alunos a possibilidade de refletir e fazer suas próprias escolhas. “Nossos alunos aprendem mais do que música, aprendem a ter foco, disciplina e responsabilidade, desenvolvendo o senso de cidadania”, disse o maestro. João Marcelo fez um convite para que, no próximo evento, a ser realizado pela entidade, a Orquestra Jovem de Mato Grosso, um dos grupos mantidos pelo Ciranda, se apresente, ampliando a divulgação deste grande projeto junto aos em-


OPINIÃO 44 José Deborah Luiz Rocha dos Anjos 4 Presidente 4 Advogada da Abragás da Fecombustíveis

Revendas de GLP não irão assumir riscos por vasilhames irregulares das distribuidoras de forma Há 23 anos, em maio de 1991, o DNC editou a tendenciosa. Na viagem de Portaria nº 15, instituindo Grupo de Trabalho, com a avião as pessoas tomam a atribuição de elaborar “Programa de Requalificação” decisão de correr o risco de recipientes transportáveis de GLP. Em 1º de nopelo conforto e agilidade de vembro de 1996, foi editada a Portaria MME nº 334, sua viagem, pois existem que determinou que os botijões fabricados até o ano outras modalidades de de 1991 deveriam ser requalificados até 01/11/06. transportes, no caso do uso de gás GLP, a maioria Foi então iniciado o “Programa de Requalificação” significativa da população (98%) o utiliza para com metas rígidas a serem seguidas pelas distribuicozinhar seus alimentos. doras, as quais deveriam, além do critério da data de As distribuidoras, há anos, descumprem os fabricação, submeter ao processo de requalificação prazos e ainda querem mais tolerância? Cumprir de todo e qualquer botijão de sua respectiva marca, o código do consumidor é obrigação de todas as que não estivesse dentro das normas e padrões, empresas de qualquer setor, mas permitir o envase segundo os critérios estabelecidos na NBR 8865 de GLP em vasilhame não conforme me parece e na NBR 8866, ambas da Associação Brasileira fugir da responsabilidade do controle de qualidade. de Normas Técnicas (ABNT). Os prazos foram Dizer que a revenda foi leviana ao exigir tolerância até 1º de novembro de 2006, para conclusão do zero e acusar os represenprocesso de requalificação do estoque de 68.826.641 tantes da revenda por falta A ANP propôs, na minuta de botijões existentes no mercade conhecimento do setor do, fabricados até o ano de resolução, uma tolerância de 1% no foi, no mínimo, um ato de ato da fiscalização, considerando irresponsabilidade do repre1991 e até 1º de novembro de 2011, para conclusão do um recipiente em um lote de 100. As sentante das distribuidoras processo de requalificação distribuidoras chegaram a pedir até ao tentar desclassificar os 5% de tolerância do estoque de 12.801.160 representantes das revendas, botijões existentes no merque são pessoas que trabacado, fabricados entre 1992 lham no setor há décadas. e 1996. Em novembro de 2011, terminou o prazo Nos últimos anos, houve uma evolução para a conclusão da requalificação dos recipientes considerável na qualidade dos vasilhames, mas fabricados até 1996. não justifica o direito da tolerância ao erro, pois No dia 19 de novembro de 2014, três anos 18 anos já foi tempo suficiente. Segundo declaapós o prazo final para as requalificações, em rações do representante das distribuidoras, a audiência pública realizada na ANP, travou-se velocidade das requalificações está acelerada, uma discussão entre os representantes do setor chegando ao número recorde de 1,5 milhão de de revenda e o representante das distribuidoras botijões em um único mês. Isso nos mostra que sobre o limite de tolerância das fiscalizações em não há necessidade de regular a tolerância na bases das distribuidoras para vasilhames vencidos fiscalização das bases. e não requalificados para serem envasados. A ANP Depositamos nossa confiança no trabalho propôs, na minuta de resolução, uma tolerância sério e no bom senso dos dirigentes da ANP e vale de 1% no ato da fiscalização, considerando um ressaltar o excelente trabalho que vem sendo feito, recipiente em um lote de 100. As distribuidoras tanto na evolução do marco regulatório do setor de chegaram a pedir até 5% de tolerância. GLP, quanto nas fiscalizações das irregularidades Representantes das revendas não aceitaram em todo o setor. tolerância alguma, pois entendem que há um grau Continuaremos a defender os interesses das de periculosidade elevado pelo produto ser perigoso. revendas, clientes e consumidores, de forma digna, Não se compara nosso setor com o risco de uma respeitando as leis, mas não iremos assumir esta viagem de avião, como citado por um representante responsabilidade. Combustíveis & Conveniência • 59


44 PERGUNTAS E RESPOSTAS Informações erradas ou dados incompletos enviados ao Sistema Público de Escrituração Digital (Sped) podem gerar multas aos revendedores pela Receita Federal. Veja como se precaver para evitar penalidades desnecessárias: Quais são as dificuldades do segmento de revenda em relação ao Sistema Público de Escrituração Digital (Sped)? No início de implantação do Sped, as principais dúvidas do setor eram relativas ao cadastramento fiscal dos produtos, tais como Código de Situação Tributária (CST), Código Fiscal de Operação Tributária (CFOP), Nomenclatura Comum do Mercosul (NCM), entre outros. Mas, hoje, isso já não é mais tão preocupante assim. Atualmente, a principal dúvida é como o Fisco deverá utilizar os dados fornecidos. A questão é que não se sabe como as informações estão arquivadas no banco de dados da Receita Federal, se estão corretas ou com algumas inconsistências. Sabemos que muitos empresários tiveram grandes problemas para gerar esses arquivos e alguns ainda não conseguiram regularizar a entrega de determinados arquivos em períodos passados. Além disso, hoje não existe nenhum sistema no mercado capaz de auditar e avaliar todas as informações contidas dentro desses arquivos do Sped antes do envio. Que situações podem gerar multas? Todas: falta de dados, dados incompletos, informações inconsistentes e informações erradas. Que tipo de erro o posto revendedor pode cometer ao prestar informações, e como evitá-los? Os erros são variados, mas os comuns são: medição dos tanques, que gera uma inconsistência nas informações do arquivo do LMC, classificações erradas dos códigos fiscais dos produtos como CST, CFOP, NCM, que podem apurar valores de recolhimentos errados no PIS, Cofins e ICMS, vendas de produtos sem a classificação correta, entre outros. E este é o aspecto que gera maior preocupação, pois no momento em que o arquivo foi gerado as 60 • Combustíveis & Conveniência

informações já foram processadas pelo sistema de automação e não há mais como alterá-las. As informações prestadas de forma eletrônica podem ser retificadas? Sim, desde que, primeiramente, esses arquivossejamcorrigidos.Apósacorreção, poderá ser solicitada uma autorização no próprio sistema da Secretaria da Fazenda. A empresa solicita a retificação e, após alguns dias, o sistema libera o acesso ao contribuinte, para retificar o que foi enviado anteriormente. De acordo com as regras contidas no Sped, a empresa pode retificar espontaneamente em até três meses em relação ao mês seguinte. No caso de o posto ser multado, quem arca com isso, o revendedor ou quem prestou as informações (no caso, seu funcionário ou contador)? Esse assunto precisa ser analisado com cuidado, pois os arquivos são gerados por um sistema, que é terceirizado. O sistema é utilizado por alguém da administração do posto e depois é enviado ao contador, para então ser entregue ao Fisco. Portanto, temos três elementos envolvidos na geração do arquivo. Sendo assim, é necessário avaliar o causador da origem dessa autuação e analisar os fatos. Depois do Sped, como ficou a relação entre os empresários e seus contadores? O contador é também responsável pelas informações prestadas, porém, ele precisa que o revendedor forneça os dados necessários para este trabalho. A relação passou a ser mais próxima, pois os administradores precisam de informações que devem ser passadas pelo contador e outras pelo sistema de automação. Com isso, é necessário que o profissional contador tenha muito conhecimento do setor de revenda de combustíveis; caso contrário, poderão ocorrer autuações desnecessárias. *Informações fornecidas por Luiz Rinaldo, sócio diretor da Plumas Assessoria Contábil, uma empresa especializada no atendimento a revenda de combustíveis.

LIVRO 33 Livro: Tudo ou Nada: Eike Batista e a VerdaHistória Acildeira ing et adip-

sustrud tieGaspar volore Autor: Malu el ute cons Editora: Record autat, vulput Muito se falaorerat, sobre alismol a trajetória trilhada vel dolorer poradio Eikeecte Batista, vel da sua ascensão et à queda deadio enis finitivanonsequi em 2013. blam, E comoquamet contar a mesma história sob um iustion henit euguer sectetnovo aliângulo, com informações novas quamet, quat. Ectem iriliquat. e narrativa para prender o leitor? Tie facilis nibh euismodipit Pois é nesta linha que a jornalista luptat alit loborer sum augiam e atual editora da revista Veja, quam quam augait iril et, verMalu Gaspar, tentou se basear cilisi. para mostrar um lado inédito sobrefaccum o império X. Ulpute duissecte zzrit, con volore tincillamet, quisl O livro Tudo ou Nada é resultado utpatue feugue eu facilit venim de uma pesquisa sobre o empreiure nibh nos ent sáriomagnisc brasileiroiduisl mais ut famoso augiam, vent ing trajetória exeril dolore últimos anos e sua surmagna facincom vel autat, sendreet preendente, ascensão, no nit irillao rperos at. início dos anos 80, até a queda brutal em não só minci a hisGue2012/13. mod do Econsed tória do executivo é retratada, mas blaore facin et luptat venibh também traz um recorte do Brasil esequatisl erit dolorercin hendre dos últimos 20 anos. do consequisl etummy nostion Comblam narrativa em formato de sustisi zzriusto et nim ing thriller - aquela Ut leitura impossível eraesequat. eugait nullum de largar -, Malu Gaspar fez um nullum nibh erit ent iniscipsum importante trabalho de jornalisilis duis adio dolore dipiscilis mo, fotografia sembla precenos uma accumsan veliqui alis dentes do submundo do mercado nonullam, quamcom moloreril el financeiro brasileiro e as relações ectem quip moloborem at, quaperigosas entretie empresários consequisi.e políticos a serviço de interesses Napolítico-econômicos ad dolorer aestie vel ullaore pessoais. consisso, nulpute del ip elcolheu eraesent Para a jornalista deip exer sim atum veliquispoimentos dedipit personagens a que eu feugiam só elamod teveexacesso, como dipsum amigos, ex-amigos, colaboradores, autetue modiamet pratueros adignim vel iril ex-colaboradores, velis ecte ese vel admiradores e adversários. ectetue modip essequis erat. Ut am, quipismolore feuisim zzrilisa Tudo ou Nada mostra o capítulo vel il dipit iriusci ncidunt in parte do mundo dos negóciosvede lisci euis exeros nonse etuer sed Eike, trazendo à tona fatos conhemod iure magna cidostise nim os bastidores do commy império nostrud tatie molorerit ipit wisit que caiu por terra e que marcou praessen a história do mercado corporativo nacional.


44 CRÔNICA 44 Antônio Goidanich

crônica 33

Identificar para proteger Enfrentando a temperatura alta do início de ano e um sol a pino, das 12 horas, os tenistas correm e bufam nas canchas. Solenes palavrões acentuam a revolta de alguns pelos próprios erros. Acertos de outrem recebem comentários pouco lisonjeiros dos demais. Encerrados os jogos, os exaustos players se reúnem em torno da mesa da cerveja. A lei seca imperante e a necessidade de dirigir de volta para suas residências diminuiu, de forma extrema, a sede dos participantes para o desespero dos ecônomos do clube. Até as ações da Ambev parecem ter sofrido os reflexos. - Aliás, ações e mercado de ações são assuntos pouco interessantes e um tanto deprimentes no momento atual. - A Petrobras nunca esteve tão baixa. - Também, com a administração deletéria destas últimas diretorias. Milagre não ter quebrado.

- Quebrada já está. Por culpa da corrupção e dos desvios. - Não foi provada a corrupção. - Não??? - Não. Ninguém sabia de nada. - Nem quem fez? - Bom, mas não ficou provado quem é o responsável. - Mas os cargos? Não tem alçada e responsabilidade definida? - Bom, tem. Mas eles foram enganados. - Então são incompetentes? - De jeito nenhum. - São muito competentes só que NÃO SABIAM. Mas agora tudo isto vai acabar. A presidenta prometeu defender a Petrobras contra os “predadores internos” e os “inimigos externos”. - Alguém já sabe quem são? Ou o que são?

Combustíveis & Conveniência • 61


44 TABELAS

EVOLUÇÃO DOS PREÇOS DO ETANOL (CENTRO-SUL)

em R$/L

Goiás

Período

São Paulo

Goiás

15/12/2014 - 19/12/2014

1,392

1,332

15/12/2014 - 19/12/2014

1,266

1,174

22/12/2014 - 26/12/2014

1,437

N/D

22/12/2014 - 26/12/2014

1,279

1,181

29/12/2014 - 02/01/2015

1,436

1,347

29/12/2014 - 02/01/2015

1,280

1,171

05/01/2015 - 09/01/2015

1,425

1,372

05/01/2015 - 09/01/2015

1,283

1,187

12/01/2015 - 16/01/2015

1,454

1,446

12/01/2015 - 16/01/2015

1,281

1,189

Média Dezembro 2013

1,440

1,435

Média Dezembro 2013

1,281

1,146

Média Dezembro 2014

1,407

1,343

Média Dezembro 2014

1,266

1,173

Variação 15/12/2014 - 16/01/2015

4,5%

8,6%

Variação 15/12/2014 16/01/2015

1,2%

1,3%

Variação Dezembro/2013 Dezembro/2014

-2,3%

-6,4%

Variação Dezembro/2013 Dezembro/2014

-1,2%

2,4%

HIDRATADO

São Paulo

ANIDRO

Período

Fonte: CEPEA/Esalq Nota: Preços sem impostos

Fonte: CEPEA/Esalq Nota: Preços sem impostos

EVOLUÇÃO DOS PREÇOS DO ETANOL (NORDESTE) Alagoas

Pernambuco

Dezembro 2013

1,587

1,572

Dezembro 2014

1,478

1,481

Período Dezembro 2013

1,9

ANIDRO

Alagoas

Pernambuco

EVOLUÇÃO DE PREÇOS DO ETANOL ANIDRO

Em R$/L

HIDRATADO

Período

em R$/L

1,8

São Paulo

Dezembro 2014

1,354

Goiás

Alagoas

1,324

1,258

1,256

-7,1%

-5,1%

1,7

Variação

-6,9%

-5,8%

1,6

Variação

1,5

Fonte: CEPEA/Esalq Nota: Preços sem impostos

Fonte: CEPEA/Esalq 1,4 Nota: Preços sem impostos 1,3 1,2

EVOLUÇÃO DOS PREÇOS DO ETANOL ANIDRO (em R$/L)

EVOLUÇÃO DOS PREÇOS DO ETANOL HIDRATADO (em R$/L) EVOLUÇÃO DE PREÇOS DO ETANOL HIDRATADO

EVOLUÇÃO DE PREÇOS DO ETANOL ANIDRO Em R$/L

Em R$/L

1,9 1,8

1,6

São Paulo

Goiás

Alagoas

1,5

1,7

1,4

1,6

1,3

1,5

1,2

1,4

1,1

1,3

1,0

1,2

0,9

EVOLUÇÃO DE PREÇOS DO ETANOL HIDRATADO Em R$/L

1,6 1,5

62 • Combustíveis & Conveniência 1,4 1,3

São Paulo

Pernambuco

Goiás


TABELAS 33 em R$/L - Dezembro 2014

Comparativo das margens e preços dos combustíveis Distribuição

Gasolina

Preço de Compra

Preço de Venda

Margem (R$/L)

Margem (%)

5,8%

2,619

3,057

0,438

14,3%

0,122

4,7%

2,582

2,934

0,352

12,0%

0,172

6,6%

2,622

3,011

0,389

12,9%

2,566

0,150

5,8%

2,566

2,921

0,355

12,2%

2,457

2,622

0,165

6,3%

2,622

3,017

0,395

13,1%

2,433

2,579

0,146

5,7%

2,579

2,897

0,318

11,0%

Com bandeira Outras distribuidoras Sem bandeira

2,457

2,579

0,122

4,7%

2,579

2,942

0,363

12,3%

2,493

2,526

0,033

1,3%

2,526

2,933

0,407

13,9%

Com bandeira

2,458

2,618

0,160

6,1%

2,618

3,024

0,406

13,4%

Sem bandeira

2,474

2,544

0,070

2,8%

2,544

2,928

0,384

13,1%

2,462

2,599

0,137

5,3%

2,599

2,999

0,400

13,3%

BR Ipiranga Raízen

Resumo Brasil

Preço de Custo 1

Preço de Venda

Margem (R$/L)

Com bandeira

2,466

2,619

0,153

Sem bandeira

2,460

2,582

Com bandeira

2,450

2,622

Sem bandeira

2,416

Com bandeira Sem bandeira

Revenda

Resumo Brasil

Margem (%)

Distribuição

Diesel S500

Preço de Compra

Preço de Venda

Margem (R$/L)

Margem (%)

5,5%

2,300

2,621

0,321

12,2%

0,138

6,0%

2,299

2,605

0,306

11,7%

2,326

0,147

6,3%

2,326

2,603

0,277

10,6%

2,287

0,134

5,9%

2,287

2,581

0,294

11,4%

2,163

2,307

0,144

6,2%

2,307

2,587

0,280

10,8%

2,121

2,238

0,117

5,2%

2,238

2,520

0,282

11,2%

Com bandeira Outras distribuidoras Sem bandeira

2,181

2,342

0,161

6,9%

2,342

2,626

0,284

10,8%

2,157

2,197

0,040

1,8%

2,197

2,497

0,300

12,0%

Com bandeira

2,172

2,311

0,139

6,0%

2,311

2,607

0,296

11,4%

Sem bandeira

2,154

2,227

0,073

3,3%

2,227

2,526

0,299

11,8%

2,166

2,284

0,118

5,2%

2,284

2,581

0,297

11,5%

BR Ipiranga Raízen

Resumo Brasil

Preço de Custo 1

Preço de Venda

Margem (R$/L)

Com bandeira

2,174

2,300

0,126

Sem bandeira

2,161

2,299

Com bandeira

2,179

Sem bandeira

2,153

Com bandeira Sem bandeira

Revenda

Resumo Brasil

Margem (%)

Distribuição

Diesel S10

Preço de Compra

Preço de Venda

Margem (R$/L)

Margem (%)

5,5%

2,413

2,750

0,337

12,3%

0,066

2,8%

2,371

2,669

0,298

11,2%

2,419

0,155

6,4%

2,419

2,748

0,329

12,0%

2,377

0,098

4,1%

2,377

2,667

0,290

10,9%

2,280

2,444

0,164

6,7%

2,444

2,744

0,300

10,9%

2,256

2,389

0,133

5,6%

2,389

2,690

0,301

11,2%

Com bandeira Outras distribuidoras Sem bandeira

2,293

2,384

0,091

3,8%

2,384

2,687

0,303

11,3%

2,270

2,307

0,037

1,6%

2,307

2,607

0,300

11,5%

Com bandeira

2,276

2,422

0,146

6,0%

2,422

2,743

0,321

11,7%

Sem bandeira

2,278

2,349

0,071

3,0%

2,349

2,647

0,298

11,3%

2,277

2,412

0,135

5,6%

2,412

2,731

0,319

11,7%

BR Ipiranga Raízen

Resumo Brasil

Preço de Custo 1

Preço de Venda

Margem (R$/L)

Com bandeira

2,280

2,413

0,133

Sem bandeira

2,305

2,371

Com bandeira

2,264

Sem bandeira

2,279

Com bandeira Sem bandeira

Revenda

Resumo Brasil

Margem (%)

A pesquisa abrange as capitais dos Estados da BA, MG, PA, PE, PR, RJ, RS, SP e o Distrito Federal (este último não está presente nos dados do diesel S10). O fator de ponderação para cálculo de margem e preço médio é o nº de postos consultados pela ANP. (1): Calculado pela Fecombustíveis, a partir dos Atos Cotepe 22/14 e 23/14. Combustíveis & Conveniência • 63


44 TABELAS

FORMAÇÃO DE PREÇOS

em R$/L

Ato Cotepe nº 01, de 08/01/2015 - DOU de 09/01/2015 - Vigência a partir de 16 de Janeiro de 2015-

Gasolina

UF AC AL AM AP BA CE DF ES GO MA MT MS MG PA PB PE PI PR RJ RN RO RR RS SC SE SP TO

UF

75% Gasolina A

25% Etanol Anidro (1)

Diesel S500

(2)

1,190 0,444 0,000 1,050 0,421 0,000 1,098 0,439 0,000 1,116 0,438 0,000 1,040 0,427 0,000 1,053 0,427 0,000 1,118 0,364 0,000 1,106 0,371 0,000 1,116 0,361 0,000 1,047 0,431 0,000 1,152 0,381 0,000 1,124 0,366 0,000 1,131 0,364 0,000 1,077 0,434 0,000 1,056 0,423 0,000 1,048 0,423 0,000 1,064 0,428 0,000 1,078 0,365 0,000 1,051 0,364 0,000 1,049 0,423 0,000 1,132 0,443 0,000 1,123 0,445 0,000 1,053 0,386 0,000 1,105 0,369 0,000 1,092 0,423 0,000 1,088 0,361 0,000 1,097 0,364 0,000 CUSTO DA DISTRIBUIÇÃO - BRASIL (4)

93% Diesel

7% Biocombustível (5)

AC AL AM AP BA CE DF ES GO MA MT MS MG PA PB PE PI PR RJ RN RO RR RS SC SE SP TO

75% CIDE

93% CIDE (2)

1,657 0,174 0,000 1,458 0,182 0,000 1,543 0,174 0,000 1,525 0,174 0,000 1,450 0,182 0,000 1,495 0,182 0,000 1,619 0,163 0,000 1,560 0,168 0,000 1,611 0,163 0,000 1,458 0,182 0,000 1,656 0,163 0,000 1,568 0,163 0,000 1,576 0,168 0,000 1,499 0,174 0,000 1,461 0,182 0,000 1,459 0,182 0,000 1,479 0,182 0,000 1,556 0,159 0,000 1,498 0,168 0,000 1,387 0,182 0,000 1,586 0,174 0,000 1,574 0,174 0,000 1,501 0,159 0,000 1,568 0,159 0,000 1,510 0,182 0,000 1,522 0,168 0,000 1,519 0,174 0,000 CUSTO DA DISTRIBUIÇÃO - BRASIL (4)

64 • Combustíveis & Conveniência

75% PIS/ COFINS 0,196 0,196 0,196 0,196 0,196 0,196 0,196 0,196 0,196 0,196 0,196 0,196 0,196 0,196 0,196 0,196 0,196 0,196 0,196 0,196 0,196 0,196 0,196 0,196 0,196 0,196 0,196

93% PIS/ COFINS 0,138 0,138 0,138 0,138 0,138 0,138 0,138 0,138 0,138 0,138 0,138 0,138 0,138 0,138 0,138 0,138 0,138 0,138 0,138 0,138 0,138 0,138 0,138 0,138 0,138 0,138 0,138

Carga ICMS 0,874 0,827 0,828 0,759 0,853 0,818 0,801 0,826 0,931 0,838 0,823 0,785 0,837 0,895 0,805 0,787 0,736 0,854 1,012 0,837 0,813 0,791 0,778 0,773 0,809 0,725 0,775 2,474

Carga ICMS 0,548 0,428 0,456 0,459 0,461 0,425 0,318 0,311 0,402 0,435 0,494 0,414 0,398 0,477 0,436 0,443 0,449 0,310 0,346 0,451 0,485 0,487 0,300 0,310 0,436 0,309 0,344 2,216

Custo da Distribuição

Alíquota ICMS

Preço de Pauta (3)

2,704 2,493 2,561 2,509 2,516 2,494 2,479 2,499 2,605 2,513 2,552 2,472 2,527 2,602 2,481 2,454 2,425 2,493 2,623 2,505 2,584 2,555 2,413 2,443 2,520 2,370 2,431

25% 27% 25% 25% 27% 27% 25% 27% 29% 27% 25% 25% 27% 28% 27% 27% 25% 28% 31% 27% 25% 25% 25% 25% 27% 25% 25%

3,496 3,062 3,312 3,034 3,160 3,030 3,204 3,058 3,210 3,105 3,291 3,142 3,099 3,195 2,982 2,913 2,943 3,050 3,263 3,099 3,251 3,165 3,111 3,090 2,997 2,899 3,100

Custo da distribuição

Alíquota ICMS

Preço de Pauta (3)

2,517 2,206 2,311 2,295 2,231 2,240 2,237 2,176 2,313 2,213 2,450 2,283 2,280 2,287 2,217 2,222 2,249 2,162 2,150 2,159 2,383 2,373 2,098 2,175 2,266 2,137 2,175

17% 17% 17% 17% 17% 17% 12% 12% 15% 17% 17% 17% 15% 17% 17% 17% 17% 12% 13% 17% 17% 17% 12% 12% 17% 12% 13,5%

3,223 2,517 2,683 2,700 2,711 2,500 2,648 2,594 2,679 2,558 2,903 2,438 2,656 2,804 2,567 2,608 2,641 2,580 2,660 2,655 2,852 2,864 2,498 2,580 2,567 2,576 2,550


TABELAS 33

Formação de custos do S10

em R$/L

A revista Combustíveis & Conveniência passou a divulgar, desde outubro do ano passado, a formação do custo do diesel S10, tendo em vista o aumento da participação deste produto no total de diesel comercializado no Brasil. Em 2013, a participação do S10 no mercado total de diesel correspondeu a 18%, enquanto que no primeiro semestre de 2014 passou para 24%. As informações sobre o custo do S10 estão disponíveis somente em 13 estados. Desde a produção, o preço do S10 é mais elevado do que o diesel comum. Por ser um produto altamente suscetível à contaminação, a revenda e distribuição mantêm cuidados especiais no transporte, manuseio e armazenamento do produto, o que acarreta custos adicionais. O S10 passou a ser comercializado no país desde janeiro de 2013. É o diesel com menor teor de enxofre, com apenas 10 partes por milhão (ppm), sendo menos prejudicial ao meio ambiente. Apesar de poder ser utilizado em qualquer veículo a diesel, seu abastecimento é obrigatório para aqueles com motor Euro 5. UF

93% Diesel

7% Biocombustível

93% CIDE (2)

Diesel S10

(5)

93% PIS/ COFINS

Carga ICMS

Custo da Distribuição

Alíquota ICMS

Preço de Pauta (3)

AM

1,638

0,174

0,000

0,138

0,456

2,406

17%

2,683

BA

1,557

0,182

0,000

0,138

0,461

2,338

17%

2,711

CE

1,598

0,182

0,000

0,138

0,425

2,343

17%

2,500

ES

1,649

0,168

0,000

0,138

0,311

2,266

12%

2,594

MA

1,544

0,182

0,000

0,138

0,435

2,299

17%

2,558

MG

1,668

0,168

0,000

0,138

0,398

2,372

15%

2,656

PA

1,597

0,174

0,000

0,138

0,477

2,385

17%

2,804

PE

1,577

0,182

0,000

0,138

0,443

2,341

17%

2,608

PR

1,663

0,159

0,000

0,138

0,310

2,270

12%

2,580

RJ

1,618

0,168

0,000

0,138

0,346

2,269

13%

2,660

RS

1,633

0,159

0,000

0,138

0,300

2,230

12%

2,498

SC

1,687

0,159

0,000

0,138

0,310

2,294

12%

2,580

SP

1,660

0,168

0,000

0,138

0,309

2,275

12%

2,576

CUSTO DA DISTRIBUIÇÃO - BRASIL

(4)

2,305

Nota (1): Corresponde ao preço da usina com acréscimo do frete. Nota (2): Decreto 7.764, de 22/06/2012 Nota (3): Base de cálculo do ICMS Nota (4): Média ponderada considerando o volume comercializado no primeiro semestre de 2014. Nota (5): Corresponde ao preço do leilão com acréscimo do frete.

Combustíveis & Conveniência • 65


44 TABELAS

preços dAs DISTRIBUIDORAS Menor

Maior

Belém (PA) Gasolina Diesel Etanol

Macapá (AP) Gasolina Diesel Etanol

Total 2,726 N/D N/D

Manaus (AM) Gasolina Diesel Etanol

Cuiabá (MT)

2,740 2,565 2,386

2,631 2,363 2,414

BR

2,486 2,361 2,124

2,679 2,382 2,248

Gasolina Diesel Etanol

2,594 2,301 2,104

Gasolina Diesel Etanol

2,511 2,188 2,137

N/D 2,702 2,469 N/D

IPP 2,656 2,325 2,143

2,788 2,468 2,382

Raízen 2,826 2,836 2,348 2,490 2,443 2,444

N/D N/D N/D

N/D N/D N/D

Equador 2,630 2,637 2,400 2,400 2,183 2,183 Raízen 2,646 2,804 2,405 2,582 2,290 2,470 IPP 2,749 2,336 N/D

2,826 2,487 N/D

2,965 2,749 2,481

Raízen 2,847 2,922 2,518 2,606 N/D N/D BR

2,695 2,590 1,655

Raízen 2,669 2,691 2,573 2,609 1,540 1,676

2,602 2,519 1,582

2,706 2,507 1,951

Taurus 2,500 2,680 2,321 2,530 1,716 1,910

2,612 2,400 1,757

Gasolina Diesel Etanol

2,557 2,377 1,736

Gasolina Diesel Etanol

Alesat 2,758 2,896 2,336 2,399 1,877 1,877

Gasolina Diesel Etanol

2,506 2,165 1,610

Gasolina Diesel Etanol

2,627 2,399 2,035

Gasolina Diesel Etanol

2,389 2,176 1,956

BR

2,520 2,093 1,520

2,666 2,504 2,186

2,611 2,414 2,103

2,666 2,235 2,129

2,513 2,159 2,015

IPP

IPP 2,826 N/D 1,875

2,811 2,280 1,777

Raízen 2,515 2,658 2,170 2,401 1,494 1,856

2,652 2,414 2,103

Raízen 2,597 2,659 2,496 2,509 2,099 2,208

2,587 2,180 2,146

Raízen 2,540 2,620 2,085 2,210 2,045 2,107

BR

IPP

2,693 2,531 1,867

2,886 2,436 1,971 IPP

2,646 2,331 1,967

2,683 2,585 1,637 IPP

BR 2,789 2,399 1,867

BR

Porto Alegre (RS)

Gasolina Diesel Etanol

Equador 2,830 2,992 2,546 2,783 2,305 2,405

Idaza

Florianópolis (SC)

2,786 2,575 2,383

Raízen 2,707 2,788 2,353 2,600 2,302 2,411

2,879 2,643 2,431

N/D N/D N/D

Campo Grande (MS)

2,528 2,121 N/D

Atem's 2,630 2,652 2,400 2,412 2,400 2,400

Atem's

2,798 2,507 2,282

Gasolina Diesel Etanol

2,647 2,368 N/D

Equador 2,707 2,863 2,397 2,555 2,200 2,463

N/D N/D N/D

2,726 N/D 2,105

2,710 2,486 2,594 BR

2,617 2,392 2,086

2,726 N/D 2,105

BR

2,826 N/D 1,933

Teresina (PI)

Maior SP

2,828 2,357 2,129

IPP

2,560 2,590 1,430

Curitiba (PR)

Menor

Maior IPP

IPP

Gasolina Diesel Etanol

Goiânia (GO)

2,690 2,316 2,086

BR

Rio Branco (AC) Gasolina Diesel Etanol

2,726 N/D N/D

2,676 2,471 2,052

Porto Velho (RO)

Gasolina Diesel Etanol

Menor

BR

BR

Boa Vista (RR) Gasolina Diesel Etanol

Maior

São Luiz (MA)

Palmas (TO) Gasolina Diesel Etanol

Menor

em R$/L - Dezembro 2014 Menor

Maior

2,528 2,349 N/D

Raízen 2,588 2,680 2,206 2,450 2,390 2,480

2,626 2,388 2,174

2,526 2,426 2,151

2,693 2,468 2,211

2,601 2,301 2,106

BR

Maior BR

2,499 2,157 2,180

2,647 2,407 2,180

2,526 2,426 2,151

Raízen 2,540 2,597 2,416 2,456 2,245 2,306

2,670 2,434 2,207

Raízen 2,590 2,690 2,301 2,510 2,106 2,236

2,734 2,325 2,307

Alesat 2,505 2,674 2,229 2,336 2,143 2,220

Raízen 2,609 2,673 2,307 2,331 2,030 2,181

Gasolina Diesel Etanol

Raízen 2,440 2,562 2,235 2,342 1,830 2,076

Alesat 2,587 2,673 2,314 2,389 2,024 2,054

2,548 2,293 1,885

Total

Gasolina Diesel Etanol

2,480 2,328 1,850

Raízen 2,439 2,658 2,320 2,467 1,820 2,181

2,439 2,328 1,920

Gasolina Diesel Etanol

Alesat 2,638 2,670 2,318 2,423 2,262 2,262

Gasolina Diesel Etanol

2,505 2,439 1,975

Gasolina Diesel Etanol

2,605 2,305 1,921

Gasolina Diesel Etanol

2,684 2,192 2,270

Fortaleza (CE)

Natal (RN)

BR

Maceió (AL)

IPP

BR

João Pessoa (PB)

Recife (PE)

IPP

Menor

2,564 2,367 1,890

BR

BR

IPP 2,544 2,273 2,027

2,639 2,531 2,036

Raízen 2,552 2,690 2,250 2,568 1,916 2,252

2,612 2,484 2,091

2,726 2,309 2,058

2,480 2,168 1,723

2,700 2,197 2,272

2,641 2,214 2,136

Gasolina Diesel Etanol

Raízen 2,620 2,913 2,175 2,417 1,976 2,285

2,615 2,184 1,937

Gasolina Diesel Etanol

2,528 2,338 1,815

Gasolina Diesel Etanol

2,290 2,130 1,445

Gasolina Diesel Etanol

2,801 2,370 2,296

Salvador (BA)

Vitória (ES)

BR

IPP

BR

Brasília (DF)

BR

2,613 2,509 2,148

2,677 2,218 2,378

Raízen 2,653 2,663 2,273 2,275 2,326 2,386

3,001 2,390 2,275

2,663 2,172 1,964

2,657 2,389 1,994

Raízen 2,587 2,693 2,374 2,374 1,790 1,951

2,603 2,350 1,847

2,692 2,291 2,050

2,280 2,074 1,395

2,820 2,380 2,298

Raízen 2,817 2,828 2,380 2,380 N/D N/D

BR

BR

IPP

IPP

Raízen 2,450 2,724 2,200 2,464 1,723 2,116

Belo Horizonte (MG)

São Paulo (SP)

2,826 2,419 2,210

2,777 2,379 2,101

IPP

Rio de Janeiro (RJ)

2,638 2,514 2,229 BR

2,675 2,331 2,341

Aracaju (SE)

2,526 2,264 2,000

2,619 2,527 2,163

IPP

BR

BR

2,635 2,401 1,916

3,069 2,397 2,435 IPP 2,684 2,496 2,127

Raízen 2,290 2,690 2,130 2,342 1,467 1,951 2,814 2,369 2,292

IPP

2,820 2,380 2,297 Fonte: ANP

Foram consideradas as três distribuidoras com maior participação de mercado em cada capital, considerando os dados disponibilizados pela ANP. O diesel corresponde ao S500, com exceção de Palmas, Belém, Florianópolis, Fortaleza, Recife e Aracaju, que apresentam o preço do S10

66 • Combustíveis & Conveniência




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