Revista Comércio & Cia - 43ª Edição

Page 1

P U B L I C AÇ ÃO D O S I S T E M A F E CO M É R C I O M ATO G R O S S O D O S U L | A N O 7 | E D I Ç ÃO Nº 43 | M A I O / J U N H O | 2018

Caminhos para empreender Diferentes trajetórias de quem escolheu ter seu próprio negócio

Fecomércio

Orientação

Criatividade

Ações garantem apoio ao comércio.

Como escolher um nome para seu empreendimento?

Influenciadores digitais para alavancar as vendas.




EXPEDIENTE

PRESIDENTE DA FECOMÉRCIO MS Edison Ferreira de Araújo DIRETORIA

EDIÇÃO Sato Comunicação contato@satocomunicacao.com.br Facebook: Sato Comunicação - Instagram: Grupo Sato

1° VICE-PRESIDENTE - José Alcides dos Santos

EDITORA-CHEFE - Luciana Modesto DRT/MS 142

2° VICE-PRESIDENTE - Adeilton Feliciano do Prado 1° SECRETÁRIO - Denire Carvalho 2° SECRETÁRIO - Fabiano José Lopes

REPORTAGEM - Ana Lúcia Abrão DRT/MS 266, Fabiane Sato DRT/MS 042, Julio Mendes MTB/MS 1216, Luciana Modesto DRT/MS 142, Aline Oliveira DRT/MS 044 e Larissa Moreti (colaboradora). REVISÃO - Sato Comunicação

1° TESOUREIRO - Sebastião José da Silva PUBLICIDADE - Comunicação Fecomércio/MS 2° TESOUREIRO - Valter Mario Silva Castro FOTOS - Mário Bueno MTB/MS 166 SUPLENTES DA DIRETORIA Sueide Silva Torres; Roberto Rech; Ricardo Massaharu Kuninari; Carlos Roberto Bellin; Benjamin Chaia; Celso Casagranda CONSELHO FISCAL - EFETIVOS Oswaldo Fernandes; Luiz Tadeu Gaedicke; Carlos Queiroz de Almeida CONSELHO FISCAL - SUPLENTES Fábio Ângelo Bigolin; Jonas Chaves Júnior; Adilson Amorim Puertes

PROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO - EI • Elaboração de Ideias DIRETOR DE CRIAÇÃO - Wilson Matheus COMERCIALIZAÇÃO Departamento de Relações com o Mercado – FECOMÉRCIO MS Rua Almirante Barroso, 52, Bairro Amambaí, CEP: 79008-300 - Campo Grande/MS Fone: 67 3311-4440 / 3042-0112 | 67 99825-0112 / 99267-9267 comercialrevista@fecomercio-ms.com.br

SINDICATOS DA BASE FECOMÉRCIO/MS

SIND. COM. VARJ. DE AMAMBAI / SIND. COM. DE A PA R E C I D A D O TA B O A D O / S I N D. C O M . VA R J . AQUIDAUANA / SIND. COM. VARJ. CAMPO GRANDE / SIND. COM. VARJ. DE CORUMBÁ / SIND. DESPACHANTES NO EST. DE MS / SIND. COM. ATAC. E VARJ. DE DOURADOS / SIND. COM. VARJ. NAVIRAÍ / SIND. COM. VARJ. PARANAÍBA / SIND. COM. VARJ. PONTA PORÃ / SIND. REP. COM. AUTÔN. E EMP. DE REP. COM. MS / SIND. COM. VARJ. MAT. CONST. CG / SINDSUPER / SIND. VARJ. PROD. FARMACÊUTICOS DE MS / SIND. COM. VARJ. TRÊS LAGOAS / SIND. EMP. CENTRO DE FORM. CONDUT. DE VEÍCULOS DO MS / SIND. REV. VEÍC. AUT. DE CG / SIND. PROP. SALÕES DE BARBEIROS, CABELEIREIROS, INSTITUTO DE BELEZA DE MS / SIND. CO M. VA R J. D E N O VA A N D R A D I N A / S E AC/M S SINDICATO DA EMPRESAS DE ASSEIO E CONSERVAÇÃO DO ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL. SUPERINTENDENTE FECOMÉRCIO-MS Valmira Gomes Carvalho DIRETOR REGIONAL DO SENAC/MS Vitor Mello DIRETORA REGIONAL DO SESC/MS Regina Ferro

Veja mais em: www.fecomercio-ms.com.br

Sugestões & Opiniões revista@fecomercio-ms.com.br

TIRAGEM DA REVISTA: 5.000 MIL EXEMPLARES


PALAVRA DO PRESIDENTE Para empreender, não basta apenas ter criatividade diante de uma oportunidade de negócio. É preciso conhecimento. Os caminhos são inúmeros e cada um deles traz a informação e o direcionamento para que um pequeno negócio possa gerar grandes resultados. Nesta edição, trazemos histórias de quem optou pelo empreendedorismo e, com apoio e orientação, escreveu uma nova trajetória de vida. Seja por um caminho inexplorado ou por um hobbie, cada empreendedor traz detalhes da estrada que trilhou para o sucesso. E para quem ainda planeja montar seu negócio, trazemos dicas de como escolher um nome para o empreendimento, além de oferecer alternativas para alavancar as vendas, seja pela estratégia de divulgação via influenciadores digitais, seja tornando uma vitrine ainda mais atrativa para o consumidor. Para as empresas que buscam diferenciais competitivos, temos as práticas sustentáveis de empreendimentos que mostram sua preocupação com o futuro do planeta - e do próprio negócio. Com elas, os empresários economizam, inovam e atraem clientes. Aos empreendedores que estão montando sua equipe, esta edição mostra como grandes instituições realizam seu processo de seleção para acertar ainda mais na escolha de seus colaboradores. São informações relevantes que podem ser aplicadas pelos pequenos negócios. E por falar em orientação, aqui ressaltamos a importância das nossas ações que buscam atender e facilitar a vida dos empresários do comércio de bens, serviços e turismo, sempre voltadas à representatividade do setor e em busca da excelência. Nesta edição, mostramos algumas dessas atuações, como a rede Renalegis, as comissões e as câmaras, e também nossos produtos e serviços, como os certificados digital e de origem, entre muitos outros. Esta edição traz também as principais ações realizadas pelo Sesc e pelo Senac, como a inauguração das novas unidades Sesc Cultura e Senac Turismo e Gastronomia. Na entrevista, a gerente da unidade do Senac, Roberta Avalos, e a diretora de Educação Profissional, Jordana Duenha, contam um pouquinho mais sobre o conceito e funcionamento da nova escola. Desejamos uma boa leitura.


NESTA EDIÇÃO

08

CAPA

12

INOVAÇÃO

Diferentes caminhos para o empreendedorismo.

Empresas investem na sustentabilidade.

15

GESTÃO DE PESSOAS Processos seletivos para contratações eficazes.

08 16

SEGMENTAÇÃO

18

IPF/PESQUISA

Empresas focam no universo masculino.

Estudo avalia empregabilidade no Turismo.

20

NEGÓCIOS Empresas de fotografia se especializam em nichos específicos para ganhar destaque no mercado.

12 22

FECOMÉRCIO MS Ações garantem apoio ao comércio.

24

LEGISLAÇÃO As convenções e acordos coletivos na nova Legislação Trabalhista.

26

ORIENTAÇÃO Saiba como escolher o nome do seu negócio.

20 30

CRIATIVIDADE

Influenciadores digitais podem colaborar para alavancar vendas.


32

SESC MS Nova unidade Sesc Cultura terá programação diversificada.

35

TURISMO MS tem oito municípios que subiram de categoria no Mapa do Turismo.

40

ENTREVISTA Roberta Ávalos e Jordana Duenha falam sobre a nova unidade Senac Turismo e Gastronomia.

32 44

EMPREENDEDORISMO Talentos pessoais que se tornaram negócios rentáveis.

48

CENÁRIOS MS Aparecida do Taboado evolui com crescimento industrial e fortalecimento do comércio.

52

PASSO A PASSO Como montar uma vitrine atrativa.

44 54

SENAC MS

56

GESTÃO COMPETITIVA

Ações do Senac para 2018 incluem modernização e novas unidades.

Cultura da excelência nas empresas e organizações.

57

ARTIGO

58

TECNOLOGIA

Como está a habilidade de comunicação da sua empresa?

54 Dicas para compra e manutenção em informática.


CAPA Por: Luciana Modesto Fotos: Mario Bueno

Caminhos para empreender Estratégias e ferramentas para quem sonha em ter seu próprio negócio A formalidade é o primeiro passo para sucesso. Segurança, apoio e conhecimento são algumas das vantagens para quem sai da informalidade e encara o mundo dos negócios de forma mais competitiva. A alternativa para quem ainda não tem estrutura para montar uma pequena empresa é o Microempreendedorismo Individual (MEI). O cadastro fácil e rápido tem possibilitado aumento no número de MEIs em Mato Grosso do Sul. De 2016 a 2017, o crescimento foi de 15,76%, segundo dados do Portal do Microempreendedor Individual. Foram 15.362 novos MEIs no Estado, passando de 97,4 mil para 112,8 mil MEIs, entre janeiro de 2017 a janeiro deste ano. Segundo a analista de Orientação Empreendedora do Sebrae/MS, Michele Andreza de Freitas Carvalho, é classificado como MEIs quem conta com faturamento de até R$ 81 mil por ano, sendo um negócio de apenas uma pessoa como dono e com no máximo um empregado recebendo até um salário mínimo. “A vantagem em se tornar um empresário dessa classe é sair da informalidade, poder emitir nota fiscal, ter acesso aos benefícios da Previdência Social e pagar impostos menores”, afirma. O MEI pode, ainda, abrir conta como pessoa jurídica em um banco e participar de licitações. O cadastro não tem custo. Antes de se formalizar, é importante conhecer todas as normas e a legislação municipal, estadual e federal. “Hoje o MEI é a forma mais rápida, fácil e barata de formalizar um negócio. Vale lembrar que, ao se cadastrar como MEI, o empresário está abrindo uma empresa como outra empresa qualquer e, portanto, deve estar atento às obrigações legais, como pagar o boleto do MEI, fazer a declaração anual, providenciar alvará e a inscrição estadual, etc”, explica Michelle.

08

COMÉRCIO & CIA MAIO / JUNHO 2018

MICHELE CARVALHO, ANALISTA DE ORIENTAÇÃO EMPREENDEDORA DO SEBRAE/MS


Foi pensando na facilidade da emissão de nota fiscal e ter acesso aos benefícios do INSS, por exemplo, que Osvaldo Pereira de Souza optou por se tornar um MEI. Osvaldo atua desde 2008 com prestação de serviços de refrigeração e, em 2012, fez seu cadastro. “Optei por ser MEI em função dos benefícios que a formalidade traz. É um negócio legalizado, você pode emitir nota fiscal e ter mais segurança”, disse. A segurança de poder emitir nota fiscal aos seus clientes e pensar no futuro de forma mais tranquila, possibilitou que Osvaldo alugasse um ponto comercial para o seu negócio, próximo ao bairro onde mora. “Aluguei um salão e trabalho mais tranquilo”. O empreendedor mora no Bairro Moreninhas 4, na Capital, e montou seu escritório no Moreninhas 2. O complexo de bairros é bem estruturado e muitos de seus clientes são da região. O jornalista Cleber Gellio buscou a formalização quando começou o seu negócio. O empreendedorismo foi todo planejado. A ideia surgiu em 2017, em uma viagem de férias com a esposa e também jornalista Jessika Benitez. “Estávamos numa praia e fomos tomar uma casquinha de sorvete. Foi quando Jéssika virou para mim e brincou: 'vamos largar tudo e vender casquinha na praia?' E então começamos a pensar nessa possibilidade e ir amadurecendo a ideia. Não seria na praia, seria em Campo Grande, mas o plano nascia ali”, lembra. Quando o casal pensou no negócio, a primeira decisão foi quanto ao local. Optaram pelo bairro Parati, mesmo bairro onde moram, mais precisamente na Rua da Divisão, considerada umas das principais vias gastronômicas da cidade. Em seguida veio a decisão do ramo do negócio. “Já sabíamos que queríamos algo de sobremesa”. Os passos seguintes foram buscar informação e a formalização do negócio. “O objetivo era mostrar que

OSVALDO PEREIRA DE SOUZA, OPTOU POR SE TORNAR MEI E TRABALHAR NA FORMALIDADE

o consumidor do bairro merece algo formal, de qualidade. Porque muitas vezes os moradores do bairro precisam ir ao centro em busca de algo bacana, e queríamos conquistar esse cliente. Fizemos capacitações no Sebrae/MS, optamos pelo MEI, tivemos suporte e abrimos nosso negócio”, comemora Cleber, com poucas semanas de inauguração da Gatito Milk Shake. O negócio é focado em milk shake expresso com sabores que vão dos tradicionais até os mais diversos, como Nutella e Negresco. “Formalizar-se como MEI é um dos primeiros passos para ser competitivo, pois a empresa passa a existir formalmente. Mas, além disso, é preciso buscar novidades, informações, inovações no segmento em que atua. A troca com outros empresários também é muito rica. Atualmente a internet se tornou uma grande aliada dos empresários. Está muito mais fácil ter acesso a tudo que acontece no segmento de atuação. Nesse sentido, o Sebrae é um grande parceiro, nosso site traz além de muitas orientações, cursos online e gratuitos para o empresário e colaboradores”, lembra a analista do Sebrae/MS, ressaltando sobre a importância de buscar conhecimento contínuo após a formalização da empresa.

CLEBER GELIO E JESSIKA BENITEZ, PROPRIETÁRIOS DA GATITO MILK SHAKE

COMÉRCIO & CIA MAIO / JUNHO 2018

09


CAPA

VINÍCIUS DA FONSECA, CRIOU A PALHAS DO VINI COM O CONHECIMENTO ADQUIRIDO NA JUNIOR ACHIEVEMENT

Desde a escola Para o jovem acadêmico de engenharia civil, Vinicius Valle Tostes da Fonseca, o empreendedorismo começou ainda no Ensino Médio, em 2014. Foi participando da Junior Achievement que Vinícius teve o conhecimento que precisava para hoje tocar seu negócio. Durante o programa, Vinicius montou uma empresa, aprendeu sobre plano de negócio, controle de custos e gestão. Depois que saiu da escola, em 2016, o jovem já tinha conhecimento de sobra para montar seu negócio. E assim surgiu a Palhas do Vini. “A ideia era ter uma renda que pudesse me ajudar durante a faculdade”, conta. Na escola, as aulas de gestão e empreendedorismo e a experiência de montar um negócio abriram sua mente para entender que poderia ter seu próprio negócio. “Comecei vendendo palhas por onde eu ia, na faculdade, na igreja. Mas então os pedidos aumentaram e o negócio foi crescendo e expandindo”, lembra. Atualmente, Vinicius foca em revenda, com produção voltada apenas para os revendedores, o que facilita sua rotina entre o empreendimento e a faculdade. No segundo ano do Ensino Médio, Isabela Brito Mecenero já mostra os resultados de sua participação no Junior Achievement. Estudante do Ensino Médio da Funlec Unidade Raul Sans de Matos, já conta com produtos da empresa que ela e seu grupo criaram. Trata-se de um suporte para celular. “Fizemos todo o desenvolvimento do projeto, estudo de mercado e estamos felizes com o resultado”, comenta. O grupo ainda estuda o nome da empresa e a estudante garante: “já tenho noção do que é ser empreendedora”, diz.

10

COMÉRCIO & CIA MAIO / JUNHO 2018

ISABELA BRITO MECENERO E SEU GRUPO CRIARAM UM SUPORTE PARA CELULAR


DAVI RICARDO BARBOZA, À FRENTE DA AUTOMOBI

Na era digital Outra ferramenta que tem colaborado na vida de quem quer empreender é o Living Lab, do Sebrae/MS. O empreendedor Davi Ricardo de Castro Barboza, proprietário da empresa Automobi desde 2014, possui atualmente dois escritórios da empresa para atendimento aos clientes, um em São Paulo e outro em Mato Grosso do Sul. Sua empresa é focada em construir o relacionamento entre cliente e concessionárias no pós-venda, seja para avaliação ou orientação sobre manutenção do veículo. Toda a comunicação é feita pela Automobi via e-mail, mensagens, aplicativos ou ligações automáticas. A empresa chega a atender 16 estados brasileiros. Em Campo Grande, a participação no Living Lab possibilitou a troca de experiências com outros empreendedores. “Um

Como funciona a Junior Achievement? A Junior Achievement é uma associação educativa sem fins lucrativos, mantida pela iniciativa privada. Está presente em mais de 120 países há 94 anos. O objetivo é despertar o espírito empreendedor nos jovens, ainda na escola, estimulando o seu desenvolvimento pessoal, proporcionando uma visão do mundo dos negócios e facilitando o acesso ao mercado de trabalho. Várias ações e programas são desenvolvidos junto aos estudantes em parcerias com escolas públicas e privadas, e com voluntários. No Mato Grosso do Sul, a Junior Achievement foi fundada em junho de 2005 pelo Sebrae/MS. Até hoje foram atendidos mais de 30 mil jovens. Para saber mais acesse: www.jabrasil.org.br/jams

dos pontos principais do Living Lab é o fortalecimento do ecossistema do empreendedorismo. Quem empreende na área digital tem uma grande necessidade de interagir com outros empreendedores”, aponta. Para Barboza, criar uma empresa de tecnologia digital exige disciplina e descoberta. “Esse processo de descoberta não se dá sozinho. É conversando com quem está na área que você descobre a solução de alguns problemas, facilitando sua gestão”, diz. A velocidade de crescimento da empresa comprova que Barboza está no caminho certo. Em 2016, a Automobi contava com 16 clientes e hoje são 130. Os serviços aumentaram de 200 para quase 4 mil por mês. “Com essa conversa no empreendedorismo digital, conseguimos trocar experiências e evoluir”, afirma.

Como funciona o Living Lab? Resultado de parceria entre o Sebrae/MS e dezenas de instituições públicas e privadas, o Living Lab é um espaço criado para estimular empresas de inovação e tecnologia, promover modelos de negócios escaláveis, que sejam replicáveis e de baixo custo, e com soluções para problemas sociais. O Living Lab também seleciona ideias e hospeda startups por dois anos - tempo de maturação da empresa, e conta com mentores parceiros que guiam o desenvolvimento do negócio, validando as propostas. Para saber mais acesse: www.livinglabms.com.br (67) 3389-5411

COMÉRCIO & CIA MAIO / JUNHO 2018

11


INOVAÇÃO Por: Larissa Moretti Fotos: Mário Bueno

Negócios sustentáveis Práticas diferenciadas em empresas mostram como inovar pensando no meio ambiente Inovação é obrigatória para quem deseja se manter no mercado, independentemente do ramo. Quando se fala em sustentabilidade, as práticas trazem benefícios não só para as empresas, que criam diferenciais competitivos ao se tornarem mais ecologicamente corretas, mas também para a sociedade, que usufrui dessa preocupação com o meio ambiente. É com essa visão que alguns empreendimentos de Campo Grande trabalham ao implementar mudanças em sua maneira de operar, como o bar Velfarre, que em fevereiro lançou um novo cardápio confeccionado a partir da câmara de pneus. Segundo o sócio-proprietário Heriko Hata, o propósito foi reduzir custos e aumentar a durabilidade do produto. “Comparado a um cardápio com características parecidas, como o de couro, o de câmara de pneu nos trouxe uma redução de custo de 70%. Queríamos algo que tivesse uma grande durabilidade e, assim, unimos o útil ao agradável,

reaproveitando algo que é fonte de uma das maiores poluições do mundo”, explica. A troca surgiu para se alinhar às políticas sustentáveis já existentes no bar. Além do cardápio, o Velfarre possui lixeiras feitas de tambores de óleo, política de reciclagem de resíduos e uma campanha para reduzir o uso de papel no empreendimento, que chegou a gerar uma economia de R$ 2 mil e proporcionou o plantio de 13 árvores no espaço. “Também estamos iniciando um projeto de fazer uma horta dentro do bar, e criaremos nosso próprio adubo orgânico através da compostagem. Assim, poderemos ter vegetais e verduras orgânicos”, afirma Heriko.

ATENDIMENTO COM CARDÁPIOS FEITOS DE MATERIAL RECICLADO

12

COMÉRCIO & CIA MAIO / JUNHO 2018


O BAR CAPIM GUINÉ, QUE TRAZ UMA MISTURA DE RÚSTICO COM TECNOLOGIA

Faça você mesmo Arquitetado a partir de construção seca – o chamado steel frame – e troncos de aroeira guardados há anos, o bar Capim Guiné era um projeto do proprietário Tasso Guerra para depois da aposentadoria. Em frente à Lagoa Itatiaia, em Campo Grande (MS), o amadeirado do espaço mistura tecnologia estrangeira com uma rusticidade que tem tudo a ver com o ambiente. “Apesar das dificuldades que tive com a falta de mão de obra especializada, o bar ficou visualmente interessante e lúdico”, afirma Tasso. Os móveis do local foram feitos no apartamento do empresário, desde o projeto até a montagem. “Precisava de algo que combinasse com o bar e não encontrei para comprar. Aí criei os protótipos das cadeiras, levei para o marceneiro e ele aprovou. Em cima disso, mandei cortar os pedaços e fiz uma produção em série. Montei primeiro os assentos, depois os braços e os encostos”, explica.

O PROPRIETÁRIO DO BAR, TASSO GUERRA

AMBIENTES DO CAPIM GUINÉ

O PROPRIETÁRIO DO BAR, TASSO GUERRA

COMÉRCIO & CIA MAIO / JUNHO 2018

13


INOVAÇÃO

MOBILIÁRIO FOI CONSTRUÍDO PELO PROPRIETÁRIO, COM FOCO NO REAPROVEITAMENTO DE MATERIAIS

A ideia veio da mãe, que é artesã. O acabamento é feito em tinta látex e todo o projeto foi pensado visando o conforto. Além das cadeiras, outros itens do bar foram construídos a partir do princípio da reutilização. Os bistrôs espalhados também são feitos com troncos de aroeira e um tacho antigo serve de pia no banheiro. Na cozinha, o bolinho de mandioca com carne de sol e pequi é o carro-chefe. Já na música, a preferência é para a autoral. O destaque fica para o deque de madeira superior com vista privilegiada da lagoa. “A ideia não é ser o bar da moda, cada dia temos um público. Trabalhamos com uma pegada mais regional e íntima. Chamo meus clientes pelo nome e sei o que eles bebem. Não criei o bar para abrir e fechar, isso aqui é para o resto da vida”, afirma Tasso.

Pensando no futuro De acordo com Bruno Suguita, engenheiro ambiental e consultor do Sebrae/MS, o maior benefício da aplicação dos conceitos de sustentabilidade nas empresas é a preservação do meio ambiente, além da fidelização de clientes que se atentam a estes aspectos. “A médio e longo prazo também é possível a obtenção de resultados financeiros por meio da adoção de estratégias de redução e reutilização, inclusive pela captação de um público preocupado em consumir de forma sustentável”. Na hora de investir, vários itens relacionados à locação, instalação e operação do empreendimento precisam estar adequados à legislação para a obtenção e renovação da licença ambiental. Além disso, é importante planejar o arranjo dos setores no negócio – do administrativo ao produtivo – para reduzir custos e conter desperdícios. “A organização desses processos ajuda muito a evitar as externalidades negativas como a alta produção de lixo, esgotos sanitários e industriais, ruídos, emissões atmosféricas, etc.”, afirma Bruno.

14

COMÉRCIO & CIA MAIO / JUNHO 2018

O consultor esclarece que é possível aliar a missão e os valores da empresa à concepção de práticas mais sustentáveis – e isso pode se estender aos funcionários e clientes do empreendimento. Utilizar canecas ao invés de copos descartáveis e guardanapos de pano ao invés de papel, são procedimentos simples e fáceis de serem aplicados, e que fazem toda a diferença. “A sustentabilidade é o alicerce de nosso futuro, uma vez que só temos um planeta e que toda a história da humanidade se passou e se passa nele. Se quisermos produzir e viver pensando no bem-estar das futuras gerações, será necessário adotar um pensamento sustentável”, explica Bruno. Segundo ele, a concepção de sustentabilidade está diretamente relacionada à de durabilidade e longevidade. É por isso que o conceito vai muito além de uma tendência, se mostrando primordial para o futuro do planeta, e os empreendimentos que inovam neste nicho saem na frente da concorrência.

BRUNO SUGUITA, CONSULTOR DO SEBRAE MS


GESTÃO DE PESSOAS Por: Aline Oliveira Fotos: Mario Bueno

Julyana Sueme Oshiro Galindo

Michelle Annita Seibert Kist

Novas competências para o mercado de trabalho Foco está na seleção de equipes com alta performance As mudanças organizacionais e a alta tecnologia no mercado de trabalho levaram as organizações a modificar o foco de avaliação quando o assunto é contratação de colaboradores. O capital humano tornou-se um dos recursos mais importantes das empresas, isso porque congregar uma equipe motivada e focada nos propósitos da instituição é sinônimo de excelência nos resultados e nas performances individuais. Do outro lado deste sistema está o trabalhador que procura se especializar para conseguir melhores oportunidades profissionais. Mas ao contrário do que muita gente imagina, não basta apenas um ótimo currículo para garantir uma contratação. Há uma série de fatores que, combinados, definirão o perfil do candidato e serão determinantes em quaisquer processos seletivos. A mestre em psicologia, Julyana Sueme Oshiro Galindo, atua na área de processo seletivo há pelo menos seis anos. Um dos seus clientes é o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae/MS), para o qual realiza a seleção de colaboradores temporários da instituição. Ela destaca que o processo é composto por diversas etapas, em que são exigidas do candidato atenção, habilidades técnicas, cognitivas e comportamentais para assumir o cargo pleiteado. Assim como em outras empresas do sistema S, o Sebrae/MS sinaliza a contratação de profissionais por intermédio de edital, currículo e documentação que confirme grau de escolaridade e experiências profissionais anteriores. Finalizado o primeiro momento, inicia-se a próxima fase, na qual é feita a avaliação dos currículos, com intuito de selecionar aqueles que correspondem às características exigidas no edital. “A entrevista individual é o momento em que temos o contato com o profissional, a fim de levantar as experiências anteriores, aspirações e se ele possui conhecimento técnico para assumir a função. Observamos também aspectos

comportamentais, ou seja, realizamos uma entrevista por competência”, detalha a profissional. De acordo com Julyana, mais duas etapas são realizadas, a avaliação psicológica e a entrevista dos três candidatos que se destacaram em todas as fases, para então realizar a entrevista individual que decidirá qual dos profissionais será contratado.

Foco no Capital Humano A diretora de Recursos Humanos do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac MS), Michelle Annita Seibert Kist, destaca o perfil do profissional desejado no mercado de trabalho. “As empresas buscam o diferencial competitivo, já que a concorrência é acirrada e existem muitas pessoas realizando o mesmo trabalho ou prestação de serviços. Então é necessário investir na equipe de colaboradores qualificados e com habilidade emocional para lidar com os desafios corporativos. São estas pessoas que venderão a marca da organização”, observa. Michelle explica que o colaborador está na linha de frente, na representação da empresa, e por isso é fundamental que tenha empatia com o negócio, com a equipe, fornecedores e clientes. “Atualmente fala-se muito em resiliência e é essa capacidade que concederá o diferencial do candidato. O universo corporativo é desafiador e exige uma alta performance profissional", destaca. No Senac MS, o procedimento de seleção de colaboradores é feito por intermédio de editais divididos em etapas. “O número de fases pode variar, mas o primeiro momento é a análise curricular, na qual são avaliadas as competências apresentadas pelo candidato. Em seguida, os selecionados participam de uma avaliação prática dos conhecimentos, que pode ser um estudo de caso ou a exposição de uma aula, e passam por uma entrevista pessoal para avaliação do perfil”, detalha a especialista.

COMÉRCIO & CIA MAIO / JUNHO 2018

15


SEGMENTAÇÃO Por: Larissa Moretti Fotos: Mario Bueno

Universo masculino: uma oportunidade de negócio Empresas investem em espaço exclusivo e decoração diferenciada para atrair clientes Cabelo, barba, depilação – já não é segredo que os homens estão cada vez mais preocupados com a aparência. Serviços que antes mais comumente oferecidos apenas para as mulheres ganharam espaço no universo masculino e algumas empresas já perceberam que esta mudança pode virar negócio. A empresária Carolina Leite, proprietária do salão Soft Depilação, explica que desde o início do empreendimento identificou uma demanda por parte do público masculino para ofertar os procedimentos. “Entendemos que os homens estão procurando isso cada vez mais. Sabemos que eles vêm por questão de higiene ou de vaidade, com um pouquinho de vergonha, mas depois se sentem à vontade e costumam vir todo mês”, afirma. Segundo a empresária, a idade também é um fator que contribui – os clientes mais jovens têm menos receio do que os homens mais velhos. “Temos adolescentes que fazem vários serviços de estética, mulheres que trazem seus maridos ou namorados, e que já são de uma geração 'anti-pelo'”. No entanto, é preciso se atentar a alguns fatores na hora de atender a esses clientes. Na Soft, Carolina percebeu que pequenas mudanças fizeram a diferença para deixar os homens mais confortáveis quando visitam o espaço. “Deixamos as salas da frente para eles serem atendidos, porque aí não precisam circular dentro do salão, e isso ajuda. Na recepção, não conversamos muito, perguntando o que eles vão fazer, a gente já direciona para a sala”. Até a identidade visual da empresa foi alterada pensando no público masculino. O roxo, que antes predominava na fachada e em toda a decoração, está aos poucos sendo substituído pelo preto. “A cor chama atenção de forma diferente, é até inconsciente. Estamos buscando uma mudança de identidade visual para eles entenderem que aqui não é salão só de mulher, todo mundo pode vir”, explica

Carolina. A empresária afirma que o padrão de qualidade dos procedimentos e do atendimento permanece o mesmo, mas que está em busca de um direcionamento para atrair o público masculino. Para o futuro, existe a possibilidade de uma unidade só para os homens.

CAROLINA LEITE, PROPRIETÁRIA DO SALÃO SOFT DEPILAÇÃO

16

COMÉRCIO & CIA MAIO / JUNHO 2018


GLÉDSON DAMACENA, PROPRIETÁRIO DA AUGUSTA LIFE STORE

Espaço exclusivo De acordo com a consultora de Saúde e Beleza do Senac MS, Valeska Ferreira, o que agrega o serviço para o homem é a exclusividade. “Eles preferem ambientes separados, isso por uma questão de perfil. É um momento que o cliente reservou para ele, em que não quer ser incomodado com outras coisas que não tenham nada a ver com aquele momento”, explica a consultora. Para criar a identificação, a dica é combinar a divulgação e decoração com os nichos relevantes para este público. “É legal sempre associar sua marca e/ou seu serviço com temas de interesse voltados na sua maioria para os homens”. Já no atendimento, Valeska destaca que cabe sempre um bom treinamento dos vendedores para atender à expectativa do cliente na loja. “Como as mulheres, os homens também têm diferentes perfis. Tem aquele cliente retraído que quer ficar mais quieto, aquele mais expansivo que quer conversar, entre outros. É necessário um profissional bem treinado e qualidade

VALESKA FERREIRA, CONSULTORA DE SAÚDE E BELEZA DO SENAC MS

no atendimento para prover uma experiência de consumo, independentemente do serviço”. Valeska explica que os espaços masculinos com maior tendência de mercado ainda são as barbearias. “Temos dois perfis de barbearias, aquelas mais tradicionais e clássicas, e aquelas que incorporam a oferta de vários outros produtos, como presentes ou carta de cervejas artesanais para a degustação do cliente”, afirma. Esta é a estratégia da loja Augusta Life Store, que funciona em Campo Grande desde 2011, e passou a oferecer corte de cabelo e barba em um espaço conjugado com a venda de produtos de decoração, roupas, acessórios e presentes. “Aproveitei o crescimento do segmento na cidade e vi a oportunidade de oferecer um serviço a mais para os clientes, que são fiéis desde o nascimento da Augusta”, esclarece o proprietário Glédson Damacena. Com atenção especial à decoração, a barbearia segue um estilo industrial que é fruto de várias pesquisas, referências da internet e viagens ao exterior. “Trouxe muita inspiração de Londres e Nova York, então foi fácil projetar tudo sozinho. Sempre gostei desses ambientes com cimento queimado, tubulação aparente, parede de tijolinhos e etc. Com o surgimento da barbearia, a ideia era que os espaços conversassem”. Para chamar os clientes, a tática foi ofertar preços atrativos e apostar na divulgação, principalmente nas redes sociais, além de fazer colaboração. “Sempre estou atento à mudança cultural e às tendências que surgem, por isso quero continuar trazendo novidades tanto em serviços como em produtos, com novas experiências para nossos clientes”.

COMÉRCIO & CIA MAIO / JUNHO 2018

17


IPF/PESQUISA Por: Luciana Modesto Foto: Mário Bueno

Estudo avalia empregabilidade no Turismo Setor amplia vagas em agências de viagens, mas hotelaria e alimentação encolhem Mato Grosso do Sul é um estado repleto de atrativos turísticos. De norte a sul, inúmeras cidades têm atraído visitantes de todas as partes do mundo. Das tradicionais cidades de Bonito e Corumbá às festividades típicas como o Porco no Rolete e a Linguiça de Maracaju, cada região tem no setor a contribuição para o desenvolvimento da economia local. E ainda há espaço para crescer. Segundo análise do Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento da Fecomércio-MS (IPF-MS) o turismo, ao longo de 2017, apresentou bons resultados em alguns segmentos e retração em outros, que agora merecem atenção dos empresários. O Estudo de Empregabilidade do Turismo de Mato Grosso do Sul é inédito e faz parte da pesquisa feita pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), a partir de dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED). Pelo levantamento, em 2017, foram admitidas 29.354 pessoas no Turismo, representando um crescimento nos postos de trabalho das agências de viagens, com 11,61% de aumento em relação a 2016, no transporte aéreo de passageiros (3,36%), serviços de cultura e lazer (3,36%).

DANIELA DIAS - ECONOMISTA DO IPF-MS

18

COMÉRCIO & CIA MAIO / JUNHO 2018

Segundo a economista do IPF-MS, Daniela Dias, o aumento da empregabilidade pode ser motivado pelo crescimento do turismo de negócios no Estado e pela ampliação de 4,95% dos desembarques e de 5,71% embarques de Campo Grande, de acordo com dados da Infraero. ”Isso mostra um pouco de mudança no comportamento das pessoas que têm buscado novas experiências e viajado mais”, avalia. A pesquisa aponta ainda que houve queda apenas no segmento de hotelaria e alimentação, com diminuição de 1,81% nas contratações. “Os empresários precisam estar atentos para melhorar a prestação de serviços e ampliar as experiências ao consumidor”, argumenta. A economista sugere que o turismo de negócios, por exemplo, seja mais evidenciado para que se tenha aumento também nas contratações em restaurantes e hotéis. “Campo Grande não é uma cidade turística, mas pode oferecer outras possibilidades e o turismo de eventos e negócios podem ser explorados para isso”, complementa. O que a economista alega é que o turismo no Estado precisa de uma alavancada. “Mesmo com resultados expressivos trazidos pela movimentação em cidades como Corumbá e Bonito, ainda há muito a ser explorado”, diz. Para Daniela, uma estratégia que pode ser adotada em todas as cidades é fazer com que as empresas do setor busquem atrativos para o turista não somente nas altas temporadas. “Na baixa temporada, a empresa pode estudar outras experiências e promoções para atrair turistas e gerar fluxo durante todo o ano”, diz. O poder público também pode ajudar. “Cada cidade deve explorar melhor suas potencialidades e buscar alternativas que possam impulsionar o turismo local”, finaliza.



NEGÓCIO Por: Larissa Moretti Fotos: Mário Bueno

Cliques de sucesso Empresas de fotografia se especializam em nichos específicos para ganhar destaque no mercado

As fotografias estão por toda parte. Graças aos smartphones, quase todo mundo tem acesso a uma câmera e está constantemente registrando os mais variados momentos do dia a dia. Com essa tecnologia cada vez mais próxima das pessoas, os profissionais da área fotográfica buscam se especializar em segmentos específicos para se sobressaírem, mostrando que, nas ocasiões mais especiais, um fotógrafo bem capacitado, com um bom equipamento, faz toda a diferença. A fotógrafa Marithê Santos Lopes, da Thê Fotografia, tornou-se especialista em registrar partos e bebês após perceber uma identificação pessoal com o segmento. “Foi a minha escolha simplesmente por ser o tipo que mais me traz satisfação e felicidade. Escolhi depois de fotografar o meu primeiro parto e sentir que poderia passar a vida inteira fazendo aquilo. Depois do primeiro, vieram todos os outros e, diariamente, a vontade de continuar fotografando momentos incríveis se renova a cada nascimento”, explica. Segundo Marithê, a fotografia de parto traz consigo muitas peculiaridades e desafios ao profissional, que participa de um momento íntimo e único na vida dos clientes. “Cada parto é singular. É necessário trabalhar tendo como aliado não somente as técnicas sobre fotografia, mas também conhecimento sobre tudo o que acontece e o que pode acontecer durante o trabalho de parto”. Demonstrar empatia com a gestante e identificar o que a família gostaria de lembrar do momento são dicas para registrar as melhores fotos. Há dois anos trabalhando neste nicho, a fotógrafa afirma que existe um crescimento do setor, cada vez mais valorizado pelo público. “Muitos pais gostam da ideia de ter registrado o momento em que conhecem os verdadeiros amores de suas vidas. A fotografia de par to é um por tal desse momento e ser criadora de portais como esse é maravilhoso”, declara Marithê.

Valorização Por trás das lentes, os profissionais da fotografia percorrem um caminho árduo, repleto de cursos e investimentos para criar diferenciais a serem oferecidos aos clientes, acompanhados pelo desafio de mostrar como o trabalho precisa ser valorizado. “O cliente acha que, por ele ter uma câmera boa no celular e fazer ótimas fotos, o serviço do fotógrafo se torna menos valioso, já que ele também 'quase consegue fazer'. Mas cabe a nós, fotógrafos, agregar e mostrar valor sobre o que fazemos”, afirma o fotógrafo Junior Mohr, que está no ramo há cinco anos. A trajetória começou com um trabalho em uma loja de roupas. “O gerente quis fazer algumas fotos para redes sociais e me ofereci para tirar. Gostei e comecei a estudar mais a fundo sobre a área”. Foi quando um amigo pediu uma sessão de fotos que Junior descobriu a vocação para se especializar em ensaios pessoais masculinos e femininos. “Mesmo receoso por achar que dirigir modelos homens seria mais difícil, eu topei. Quando cheguei em casa e abri as fotos no computador para editar, percebi que seria uma área muito promissora e pouco trabalhada na cidade”, explica. Mas

MARITHÊ LOPES, ESPECIALIZADA EM FOTOS DE PARTOS E BEBÊS.

20

COMÉRCIO & CIA MAIO / JUNHO 2018

JUNIOR MOHR, QUE RECENTEMENTE TEVE SUAS FOTOS EXIBIDAS NO SITE DA VOGUE ITÁLIA.


o diferencial não fica só por conta do segmento: o fotógrafo aposta no bom relacionamento com o cliente e na colaboração com outros profissionais da área para se destacar. “Fotos boas muitos fotógrafos têm. Técnicas diferentes todo mundo busca, para não se igualar. Mas todo esse esforço em se tornar único de nada adianta se você não conversa com outros profissionais, não faz parcerias e não aparece”, assegura Junior, que recentemente teve três trabalhos exibidos no site da Vogue Itália.

continua sendo primordial – e o planejamento muda dependendo do serviço. “O fotógrafo de aniversário, por exemplo, precisar atender muitos clientes para manter seu fluxo de caixa, então o atendimento precisa ser dinâmico e assertivo. Já o fotógrafo de casamento, que vai atender menos gente, porém cobrando mais, vai precisar atender com mais pessoalidade e intimidade para justificar seu preço e cativar o cliente”.

Mercado

Relacionamento com o cliente

Segundo o professor do curso Técnico em Processos Fotográficos do Senac MS, Everson Tavares, os consumidores do ramo fotográfico no Estado estão cada vez mais exigentes por causa da quantidade de profissionais trabalhando na área. “Antes, a fotografia era muito cara porque quase não tinha ninguém produzindo e os melhores vinham de fora. Ter mais fotógrafos não quer dizer ter mais fotografias melhores. Com muita gente fotografando, é difícil para o consumidor saber quem é bom e quem não é”. Por isso, o olhar e estilo do fotógrafo precisam estar associados ao conhecimento técnico fundamental para, acima de tudo, atender à demanda do cliente. “O fotógrafo precisa pensar em si mesmo como um prestador de serviços. Quando a gente começa a fotografar, pensamos que somos artistas e isso é ótimo. Mas a partir do momento que você fechou seu primeiro contrato, você é um prestador de serviços e a sua fotografia existe para resolver um problema”, afirma Everson. De acordo com o professor, o preço, a diferenciação e o nicho trabalhado são os fatores que definem a estratégia a ser utilizada pelas empresas de fotografia. Além disso, se especializar em um segmento é vantajoso, mas demanda que o profissional esteja sempre atento às tendências. “Não conseguimos prever com cem por cento de certeza qual vai ser a tendência da fotografia para decidir uma especialização, por isso o fotógrafo contemporâneo tem que entender que, para se manter no mercado e viver bem de fotografia, precisa continuar estudando e criando soluções”. Como em qualquer ramo de trabalho, o atendimento

Foi aos 14 anos que o fotógrafo Nícolas Carrelo ganhou sua primeira câmera. Presente dos pais, o equipamento era usado aos fins de semana para fotografar uma paixão antiga – carros importados espalhados pelas ruas da capital. Em 2014, após cinco anos trabalhando em uma empresa, Nícolas resolveu abrir o próprio negócio na fotografia. Especializado em fotografia de família, que engloba casamentos, ensaios, batizados e aniversários, o fotógrafo encontrou no setor uma conexão pessoal. “Escolhi trabalhar com a fotografia de família pois tenho uma ligação muito forte com a minha e me vejo em cada clique que faço quando estou fotografando, coloco amor em cada foto porque sei o significado real de família”, afirma. Tendo isso como base, Nícolas busca sempre conhecer seus clientes e desenvolver um relacionamento próximo com eles, de modo a atender às expectativas do serviço contratado. “Já tive reuniões de casamento que duraram mais de três horas, pois não falamos apenas de fotografia, conversamos sobre tudo. Pergunto como se conheceram, da família, de viagens, de planos. O fotógrafo precisa conhecer o seu cliente, saber quais são os seus gostos para fazer um trabalho que tenha a cara dele”. Esses são alguns dos fatores que devem ser observados para quem quer se sobressair na fotografia. O equipamento está acessível para que todos possam adquirir, mas o destaque fica por conta do que o trabalho do fotógrafo oferece. “É muito mais que apertar um botão. Somos historiadores, estamos registrando um momento que nunca mais vai acontecer”, declara Nícolas.

EVERSON TAVARES, PROFESSOR DO CURSO TÉCNICO EM PROCESSOS FOTOGRÁFICOS DO SENAC MS

NÍCOLAS CARRELO, ESPECIALISTA EM FOTOS DE FAMÍLIA.

COMÉRCIO & CIA MAIO / JUNHO 2018

21


FECOMÉRCIO MS Por: Ana Lucia Abrão Fotos: Fecomércio-MS

Empresários representados: comércio mais forte e mais valor para seu negócio A competitividade chega a todos os setores da economia. Empresários e empreendedores, diariamente, necessitam elaborar estratégias para vender mais e fidelizar clientes, fornecedores e parceiros. Mas para se tornar competitivo há ainda um passo determinante: estar bem representado para minimizar impactos negativos nos seus negócios. É neste contexto que a Fecomércio-MS coloca em ação seu principal proposito, busca por fortalecimento do comércio e representatividade das empresas do seguimento, defendendo seus interesses nas diferentes instancias e poderes, de modo a contribuir para a proteção e a longevidade dessas empresas. “Há sistematicamente a formulação de projetos de leis e regulamentações que podem impactar a vida dos empresários e de seus negócios. Por isso, precisamos estar atentos para representar os interesses daqueles que movem a

REUNIÕES COM ENTIDADES SÃO REALIZADAS NA SEDE DA FEDERAÇÃO

22

COMÉRCIO & CIA MAIO / JUNHO 2018

economia”, destaca a Superintendente da Fecomércio-MS, Valmira Carvalho. A defesa de interesses é fundamental para o fortalecimento das empresas representadas pela Fecomercio-MS e a sobrevivência no mercado globalizado. Assim, não é algo que se possa fazer eventualmente para resolver dificuldades pontuais, trata-se de uma atividade permanente e sistemática, que pressupõe preparo técnico e avaliações realistas dos objetivos, cenários e dos meios disponíveis para alcançá-los, para que se faça uma representação assertiva. Na Federação, fica a cargo da Gerencia de Relações Institucionais o acompanhamento do que tramita no poder legislativo em âmbito federal, estadual e municipal, que possam causar impacto ao setor produtivo. “Desta forma, colaboramos para que as decisões políticas não se transformem em obstáculos à eficiência e à competitividade do setor do comércio de bens, serviços e turismo”, explica a gerente da área Tatiana Maachar. Outra contribuição da Fecomércio, para o segmento representado, vem da atuação da Gerência de Relações Sindicais, que apoia os processos de negociação coletiva, por meio de consultoria e análise dos pedidos de negociação. “São consideradas informações sobre variações de índices econômicos, previsão de reajustes e ajustes às cláusulas já negociadas, atuação em que são formalizadas negociações entre os representantes dos trabalhadores e dos empresários”, explica o consultor e gerente da área, o advogado Fernando Camilo.


“As projeções de cenários são possíveis em meio a informações sobre o comportamento do consumidor, economia e política, de modo a preparem os negócios para a sobrevivência no mercado”, completa Daniela.

Produtos e serviços

A FECOMERCIO PARTICIPA DE AUDIÊNCIAS PÚBLICAS JUNTO AO LEGISLATIVO

Em 2017, a gerência realizou 19 mesas redondas formais, 10 mesas redondas informais e 12 análises de propostas de Convenção Coletiva apresentada pelas entidades de trabalhadores, elaborando alternativas de redações e de negociações. “Com a alteração da legislação trabalhista, os sindicatos foram auxiliados no processo de negociação, receberam ainda palestras e treinamento sobre as convenções coletivas e sobre o processo eleitoral sindical”, finaliza Camilo.

Dados e informações para os empresários Tendências de mercado, análises econômicas gerais, intenções de consumo e expectativas de vendas, são algumas das pesquisas realizadas pela equipe do Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento da Fecomércio-MS (IPF) com o objetivo de subsidiar as tomadas de decisões dos empresários do setor de comércio de bens, serviços e turismo do Estado. Por meio de parceria com outras instituições, como Sebrae, Universidades e com a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), o IPF-MS promove, realiza e divulga informações econômicas embasadas e com credibilidade ao setor. “O conhecimento constitui uma das principais bases para as tomadas de decisões, já que tende a traduzir os riscos do planejamento, auxiliando na obtenção de estratégias mais assertivas que levem aos resultados esperados, impulsionam a capacidade de mudança e melhoria”, destaca a economista do IPF-MS, Daniela Dias. Dentre as pesquisas mais esperadas pelos empresários do comércio estão as sazonais (intenção de consumo perante datas comemorativas), conjunturais (resultados mensais do comércio), intenção de consumo das famílias (ICF), índice de confiança do empresário do comércio (ICEC) e pesquisa de endividamento e inadimplência dos consumidores (PEIC). Apesar de essas pesquisas serem as mais esperadas, o Instituto vem realizando análises temáticas voltadas ao FGTS, empregabilidade, perfil do consumidor de vinhos, identificação do que as crianças gostariam de ganhar, de expectativas empresariais, de verificação do desempenho do comércio de Campo Grande, quantificação de lojas de bairros, dentre outras. Foram cerca de 200 trabalhos desenvolvidos durante o ano de 2017.

Com o objetivo de atender demandas específicas dos empresários, a Federação oferece produtos e serviços voltados para o dia a dia da empresa, e tornando mais acessível, por exemplo, a aquisição de certificado de origem e certificação digital. A certificação digital é um documento de identificação no meio eletrônico que permite ao empresário ou ao seu contador realizar diversos serviços, dentre eles a assinatura de documentos com validade jurídica. “A utilização da certificação digital oferece maior agilidade e diminui o tempo na execução de serviços ligados à Receita Federal, como a entrega a Declaração de Imposto de Renda, consultar dados cadastrais e declarações emitidas”, explica a gerente de Produtos e Serviços da Fecomércio-MS, Audrea Cortes. Já o Certificado de Origem é um documento exigido para que as mercadorias recebam tratamento tarifário preferencial em países importadores que possuem acordos bilaterais de comércio com o Brasil. “A certificação de origem é um procedimento que representa o avanço nas relações comerciais, garantindo mais economia ao empresário e eficiência na comunicação entre empresas e as autoridades aduaneiras”, aponta Audrea. Segundo ela, os municípios da região de fronteira, Corumbá e Ponta Porã, já contam com ponto de atendimento da Federação para a emissão do Certificado de Origem na sede dos sindicatos patronais. “O objetivo da Federação é facilitar cada vez mais a vida dos empresários, atendendo às demandas e suas expectativas que chegam até a entidade, com excelência”, revela a gerente. Esse documento é exigido pelo Mercosul e pela Associação Latino-Americana de Integração (Aladi) para comprovação perante as autoridades aduaneiras, no País em que é feita a importação, de que a mercadoria nele descrita cumpre com os requisitos de origem vigentes no comércio intra-regional.

COMÉRCIO & CIA MAIO / JUNHO 2018

23


LEGISLAÇÃO Por: Ana Lucia Abrão Fotos: Divulgação

Quando um acordo vale mais que a Lei Nova reforma trabalhista permite negociação direta entre empregador e funcionário A nova Lei Trabalhista já está em vigor, ainda levantando algumas dúvidas, tanto entre empresários quanto entre trabalhadores. Uma delas é a prevalência da Convenção Coletiva e do Acordo Coletivo de Trabalho sobre a Lei. De acordo com o chefe em exercício da Divisão Sindical da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), Alain MacGregor, a reforma estabelece um ambiente favorável ao debate e à resolução de conflitos diretamente pelo empregador e seus trabalhadores, retirando parte da tutela estatal como única fonte regulamentadora das relações de trabalho. “A empresa passou a contar com inúmeras oportunidades para desburocratizar e diminuir custos, a exemplo da simplificação da rescisão do contrato de trabalho, a utilização da quitação anual com força liberatória, a possibilidade de se valer da dispensa imotivada por mútuo acordo, o reconhecimento dos planos de demissão voluntária, a otimização do tempo com a fixação de banco de horas, dentre outros”, esclarece. Para os trabalhadores, a reforma reforça a autonomia individual, reconhecendo sua importância como indivíduo capaz de gerenciar seu contrato de trabalho. “Nesse contexto, determinadas questões, como o parcelamento de férias em até três vezes, o banco de horas semestral ou a demissão de comum acordo, poderão ser resolvidas diretamente com o empregador”, aponta MacGregor. Já os direitos não previstos devem ser negociados com a participação dos sindicatos, dentro do limite de sua representação, pela via da convenção coletiva de trabalho ou do acordo coletivo. Com a antiga legislação, apesar da Constituição Federal reconhecer a importância e a validade das convenções e acordos coletivos de trabalho, as negociações coletivas costumavam esbarrar em restrições diversas, e isso acabava por reduzir a vontade dos interessados na negociação. “Grande parte das cláusulas praticamente concedia o que já era garantido na lei, até mesmo de forma ampliativa, muito embora a jurisprudência do Tribunal Superior do Trabalho

(TST) permitisse certa flexibilização na negociação como, por exemplo, instituir a jornada 12x36”, destaca. O chefe da Divisão Sindical em exercício explica ainda que a reforma trouxe também a possibilidade do negociado prevalecer sobre o legislado, ampliando os direitos que podem ser negociados. Essa nova possibilidade faz com que as entidades sindicais patronais venham a ter um papel de maior destaque nas relações de trabalho, passando a ser facilitadores do dia a dia empresarial, pois através da negociação coletiva, as entidades trazem soluções para as empresas e segurança para os trabalhadores. Este novo contexto exige dos sindicatos que eles se reinventem, pois a negociação passou a ser seu principal produto. “Nesse contexto, os sindicatos precisam se reinventar, pois mais do que nunca deverão exercer sua representatividade de forma mais atuante. Se fazer presente e saber quais são as necessidades das empresas que estão dentro de sua base de atuação será o diferencial para a sobrevivência e a demonstração do conhecimento dos anseios de seus representados”, MacGregor acrescenta. De forma geral, considerando o panorama macro, essa autonomia na negociação que a nova lei trouxe pode auxiliar o mercado de trabalho e, por consequência, a economia do País, principalmente pela consolidação a segurança jurídica nas relações de trabalho. “Assim, em se tendo regras claras e aplicáveis tanto para trabalhadores quanto para as empresas, teremos a tão esperada segurança jurídica, que é uma potencializadora de investimentos. Nesse sentido, haverá, por conseguinte, a criação de ambiente favorável de negócios, o que melhora a economia e estimula a geração de empregos”, complementa MacGregor. ALAIN MACGREGOR, CHEFE EM EXERCÍCIO DA DIVISÃO SINDICAL DA CNC

24

COMÉRCIO & CIA MAIO / JUNHO 2018



ORIENTAÇÃO Por: Larissa Moretti Fotos: Mario Bueno

Nomes que marcam

CRIAR E ESCOLHER O MELHOR NOME TRAZ BENEFÍCIOS E RESULTADOS PARA O NEGÓCIO O nome de uma empresa é uma das primeiras coisas que chega aos potenciais clientes. É ele que vai auxiliar na divulgação dos serviços e consolidar a marca no mercado. Por isso, precisa chamar a atenção e fazer com que o empreendimento se destaque. Mas no que é preciso prestar atenção ao fazer a escolha e criar a identidade do novo negócio? Segundo a arquiteta e consultora de marketing do Sebrae/MS, Ana Bueno, o nome identifica, individualiza e diferencia o negócio entre os concorrentes, por isso é importante evitar nomes longos, de grafia complicada ou pronúncia difícil. “O nome da empresa funciona como 'carteira de identidade' do empreendimento. Um bom nome é capaz de facilitar a memorização pelos consumidores e fortalecer o vínculo com os clientes”, explica a consultora. Associar o nome com a atuação da empresa também é fundamental para que o consumidor identifique os produtos e serviços oferecidos, o que reflete nas vendas e no sucesso do negócio. Criatividade é o que não pode faltar no processo de escolha, que deve ser construído em equipe e com a ajuda de profissionais de marketing para determinar a melhor opção de acordo com o empreendimento. “Conceitos, valores e ideais refletidos nas ações da empresa, quando compatíveis com seu público-alvo, possibilitam a construção de elos duráveis, engajamento e fidelização. Portanto, evidenciar no nome o alinhamento da empresa pressupõe compromisso com ideais que os clientes compartilham, sugerindo maior confiabilidade de propósitos nas relações comerciais”, afirma Ana.

O órgão responsável pela regulamentação de marcas e patentes é o Instituto Nacional de Propriedade Intelectual (INPI) e é nele que se deve verificar a existência de outros registros e tomar as medidas legais para garantir exclusividade, assim que o nome for definido. A consultora destaca ainda que é importante pesquisar domínios na internet para garantir a presença online com o nome escolhido e ter todas as informações da empresa e sua atuação bem definidas, já que isso colabora no processo de criação da marca. “Uma excelente opção é que se faça o Plano de Negócios. Nem sempre o nome tem significado ou tradução, porém quando pronunciado ou quando se visualiza em conjunto com a logomarca, identificamos do que se trata”.

ANA BUENO, ARQUITETA E CONSULTORA DE MARKETING DO SEBRAE MS

26

COMÉRCIO & CIA MAIO / JUNHO 2018


IDENTIDADE Inaugurada em abril, a Oka Fast Fit é um fast food de comida saudável e natural que surgiu da paixão do engenheiro civil Alberto Saad pela natureza e a culinária. “Sempre fui muito ligado à prática de atividade física e tenho uma intensa conexão com a natureza. Consumo alimentos integrais, o que me levou a amar preparar minhas refeições”, afirma. Foi em 2017 que a ideia nasceu, sob o nome de Oka Tapiocas e Crepiocas, mas o empresário identificou a necessidade de mudar para se adequar à proposta e evolução do empreendimento. “Por estarmos localizados dentro de um food park, nossa operação era de tapiocas e crepiocas. Após um período, conseguimos pegar toda a operação saudável do parque. Analisando nosso modelo de negócio, vimos o foco na alimentação prática, rápida e o principal: acessível. Com a ausência de fast foods saudáveis de verdade no mercado, alteramos nosso nome para Oka Fast Fit”. A palavra vem da oca indígena e representa o vínculo do proprietário com a natureza. “Queria algo que mostrasse ligação com a nossa terra e me veio a imagem indígena. Oca é a casa do índio, logo, Oka é a nossa casa. A imagem estava muito bem formada na minha cabeça. Passamos esse conceito para o nosso designer e ele criou a identidade visual exatamente como havíamos pensado”, explica Alberto. O empresário buscou fugir das palavras comuns ao nicho do negócio, como “fit” e “nutri”, apesar de o público-alvo estar diretamente relacionado a esses conceitos, para evidenciar a essência do seu empreendimento. “Acredito que o nome é a fachada da sua casa, a mensagem mais direta que você pode passar ao seu cliente. É preciso vincular a identidade do negócio com a sua identidade, mostrando o que você faz e como você faz”.

MILTON CESAR DE OLIVEIRA, PROPRIETÁRIO DA ASSESSORIA FINANCEIRA LUCRO IDEAL

RECONHECIMENTO O administrador Milton Cesar de Oliveira, proprietário da assessoria financeira Lucro Ideal, explica que o nome surgiu a partir da ideia de expressar algo que interessa ao cliente. “A palavra 'lucro' foi a primeira que veio. Depois, busquei associar a algo que deixasse mais leve, porque muitos empresários têm medo ou vergonha de falar em lucro, então cheguei à palavra 'ideal'. Queria mostrar com o nome que deveríamos ir atrás de um lucro saudável para os empreendimentos”, afirma. Além disso, o empresário afirma que verificou os registros e patentes, pesquisou nas redes sociais e buscou a opinião de amigos que trabalhavam com empreendedores antes de definir o nome. A empresa segue o conceito de Terceirização de Processos de Negócios, no qual um especialista se encarrega das atividades burocráticas e deixa o cliente livre para administrar estrategicamente o seu empreendimento. Segundo Milton, o nome expressa muito sobre o trabalho desenvolvido. “Tratei todo o processo como uma gestação, foi algo muito especial e contagiante. Os primeiros clientes aparecem por causa dele. Em vários momentos, as pessoas me perguntam se é uma franquia ou uma empresa de fora e isso me deixa feliz, pois demonstra que acertamos no nome e na escolha dos serviços”.

ALBERTO SAAD, PROPRIETÁRIO DA OKA FAST FIT

COMÉRCIO & CIA MAIO / JUNHO 2018

27




CRIATIVIDADE Por: Aline Oliveira Fotos: Mário Bueno

Influenciadores digitais Estratégia pode ampliar o alcance das empresas nas redes sociais As empresas procuram cada vez mais estratégias de marketing que multipliquem a presença e a credibilidade de suas marcas. A diversidade de plataformas digitais é tentadora, mas é preciso analisar as melhores oportunidades para investir tempo e dinheiro em ações que resultem no aumento da audiência, e consequentemente, de clientes. Uma opção que tem apresentado resultados expressivos é a utilização dos influenciadores digitais. São pessoas que contam com uma grande audiência nas redes sociais (Instagram, Facebook e YouTube) e que se especializam em determinados assuntos, promovendo uma propaganda mais sutil, de forma a atrair o público para apresentação de determinadas marcas. O que o público confere é alguém que geralmente experimenta um prato, uma peça de roupa ou um serviço, fugindo da publicidade tradicional. A estratégia de contratar um influenciador deve ser pensada e existem alguns critérios que podem tornar a escolha mais eficaz. Quem dá dicas de como contratar esse tipo de divulgação é o consultor do Sebrae/MS, Alex Fabiane Pereira, especializado em assessoria empresarial. A primeira delas é entender a diferença entre influenciadores, celebridades e pessoas influentes, que tenham papéis de destaque na sociedade. Antes de escolher os influenciadores, o empresário vai precisar montar um planejamento bem definido, prevendo o que deseja e quando espera alcançar esses resultados. E como estamos tratando aqui de uma pessoa que estará diretamente ligada à marca pela qual está sendo contratada para divulgar, a regra é avaliar bem o perfil do influenciador. Vale até conhecer um pouco do passado e do presente da pessoa cogitada. O influenciador precisa ter um perfil que se aproxime da marca que ele irá representar, seja de forma paga ou de permuta, quando o pagamento (ou parte dele) é feito em troca de produtos e serviços de quem o contrata.

Os empresários que têm interesse em investir no trabalho dos influenciadores digitais devem analisar seu comprometimento, se o conteúdo publicado é de qualidade, se existe frequência na publicação e qual é o impacto que causam nos seguidores. Não existe um perfil pré-determinado, mas, de forma geral, devem ser reconhecidos pelo trabalho que fazem e pelo poder de influência que possuem. Além da análise inicial, outro aspecto que importa muito é o público-alvo do influenciador, já que a maior parte destes profissionais atende uma audiência específica, construída a partir da afinidade entre os gostos e os hábitos, portanto, criam uma linguagem específica para se comunicar com os seguidores e fãs. Com o planejamento em mãos e o influenciador na mira, agora é hora de avaliar se a empresa está preparada para corresponder às expectativas dos clientes. A empresa terá que se preparar para atender um aumento considerável na demanda do produto ou serviço. Vale até verificar se existe estoque suficiente para atender o período de campanha. “Se levarmos em conta que a grande maioria das empresas sequer possuem o hábito de realizar um planejamento estratégico, e ainda vivem como 'corpo de bombeiros', ou seja, 'apagando fogo', partir para esta forma de marketing é um risco muito grande, inclusive para o influenciador”, explica. Pereira conta que a estratégia de utilizar os influenciadores vem sendo ampliada como forma de fugir do padrão comum da publicidade e até mesmo para aumentar o alcance da marca com o público jovem, que confia mais na opinião de “celebridades e personalidades” presentes nas redes sociais.

Alex Fabiane Pereira

30

COMÉRCIO & CIA MAIO / JUNHO 2018


Tradicional e digital

Da cozinha para a tela do celular

A empresária Letícia Tomé de Boni atua no segmento de lingeries há 14 anos e investiu em uma loja por perceber que na época existiam poucos negócios especializados neste setor no mercado campo-grandense. Proprietária da Julieta Moda Íntima, revela que escolheu o nome em menção à personagem idealizada pelo escritor e dramaturgo inglês William Shakespeare. “Comecei o negócio em parceria com minha cunhada e pensamos que o nome deveria ter uma conotação de feminilidade e não há nada mais feminino do que a roupa íntima de uma mulher. Então elegemos Julieta para homenagear nossas clientes e pelo fato da personagem do romance agradar o nosso público-alvo”, recorda. Os produtos são diversificados e vão desde as peças básicas de lingerie às linhas de pijamas, camisolas, roupas para atividades esportivas e moda praia. Foi para driblar os altos custos de uma publicidade tradicional que Letícia buscou a divulgação feita por influenciadores. Antenada nas novidades e tendências, Letícia sabia que esse tipo de divulgação nem sempre traz resultados imediatos, mas colabora (e muito) na consolidação da marca. “O que mais chamou a atenção foi ouvir de clientes antigas, ou que não frequentavam a loja há algum tempo, que viram uma publicação nas redes sociais e lembraram de nos visitar”, conta a empresária, que investe há dois anos na divulgação da sua empresa com influenciadores.

Foram oito anos de dedicação profissional à música, mas hoje, Luciano Duré, que buscava uma rotina mais flexível, encarou o desafio de ser dono do próprio negócio. Com a parceria do sócio Guilherme Franciscone, deu início ao projeto de criar uma empresa que oferecesse opções diferenciadas de pratos, focados em cardápios mais saudáveis e com experiências inovadoras de sabores, o Restaurante Delírio Fit. “Foi um processo intensivo de estudos, cursos e até consultorias com chefs de alta gastronomia. Mas o resultado foi acima do esperado e, com dois meses de funcionamento, conquistamos cada vez mais clientes”, argumenta. Outra inovação proposta pelo Delírio Fit é apresentar ao cliente todos os dias uma opção especial, que não consta no cardápio. “Junto com a equipe, crio uma receita ou recombino outras. Isso nos dá um termômetro do que os clientes mais gostam”, revela. E como divulgar todas as delícias? Duré acredita que a melhor forma de chegar até o cliente é estar nas redes sociais e, por isso, desde o momento do planejamento do negócio analisou de que forma poderia usá-las. “Utilizamos o Facebook e o Instagram para divulgar os pratos do cardápio e também as transmissões ao vivo e vídeos, que garantem sempre um alto número de curtidas e compartilhamento”. Os sócios decidiram aproveitar o bom momento da publicidade feita por influenciadores digitais, investiram na parceria com uma profissional da Capital e consideraram o resultado positivo. “Foi a primeira experiência e serviu para que possamos definir nosso público-alvo. É um trabalho que requer mais tempo para mensurarmos o impacto, pois nosso objetivo é atrair novos clientes com as ferramentas digitais”, avalia Duré.

Letícia Tomé de Boni

Luciano Duré

Guilherme Franciscone

COMÉRCIO & CIA MAIO / JUNHO 2018

31


SESC MS Por: Ana Lúcia Abrão e Júlio Mendes Fotos: Mário Bueno

Mais

cultura para a população 32

COMÉRCIO & CIA MAIO / JUNHO 2018


Prédio histórico da 30ª Circunscrição do Serviço Militar será palco para difusão de atividades culturais Com o objetivo de fomentar e fortalecer a difusão da cena cultural em Mato Grosso do Sul, o Sesc MS conta com uma nova unidade em Campo Grande. Trata-se do prédio histórico do exército, localizado na Avenida Afonso Pena, que agora abriga o Sesc Cultura. O projeto é fruto de uma parceria firmada entre o Sesc, Comando Militar do Oeste (CMO) e 9º Batalhão do Exército. Quem passa pelo local, se depara com a obra do artista Isaac de Oliveira, que leva beleza ao espaço, trazendo os Ipês, marca registrada da Capital. A ocupação é semelhante à ocorrida na Morada do Baís, com contrato de administração de 5 anos. Contudo, neste espaço haverá a inclusão de cursos de artes, cinema, mostras e exposições. Para esta nova unidade, o Sesc Mato Grosso do Sul investiu aproximadamente R$ 2,5 milhões. De acordo com a diretora do Sesc em Mato Grosso do Sul, Regina Ferro, a parceria faz parte da constante retomada de espaços que possuem uma

história patrimonial poderosa, mas que estavam vazios e sem ocupação. “O pedido foi feito pelos próprios militares ao Sesc, já que o prédio é tombado como Patrimônio Material de Campo Grande, devido a sua importância histórica, mas havia uma vontade de criar nesse local algo que fosse mais amplo”, pontua. Regina também destaca o objetivo de ocupar com cultura e arte tais espaços. Para ela, isso representa o reconhecimento da significação histórica e patrimonial do prédio como bem cultural local. “Esperamos consolidar esta nova unidade dentro do cenário artístico, como referência de resgate de tradição e também em inserção de novas tecnologias para as manifestações culturais, possibilitando o acesso, fruição e ampliação do olhar cultural”. Conforme a gerente da unidade, Andréia Gomes, as atividades oferecidas no local são destinadas para todos os públicos, atuantes ou não nas linguagens artísticas.

ANDRÉIA GOMES, GERENTE DO SESC CULTURA

COMÉRCIO & CIA MAIO / JUNHO 2018

33


SESC MS

“Para participar das oficinas e cursos é necessário ter o cartão Sesc, e todos os serviços são oferecidos para comerciários e usuários. Todas as ações são gratuitas e para a realização dos cursos e oficinas é necessária a contribuição com três litros de leite longa vida”, esclarece. Entre as atrações oferecidas, estão exposições de artes visuais, sessões de filmes, biblioteca com acervo contemplando todas as linguagens artísticas e literatura brasileira e estrangeira, café, lançamentos de livros, espetáculos de artes cênicas, pocket shows, concertos, cursos, oficinas, bate-papos, palestras e economia criativa. Andreia ressalta que, com a implantação desta nova unidade, será possível fomentar produções locais, oportunizar aos artistas e público em geral ações formativas e, ainda, proporcionar experiências em todas as linguagens artísticas por meio de espetáculos, exposições e vivências nos espaços do Sesc Cultura. Somadas ao Sesc Cultura, as Unidades Sesc Morada dos Baís, Sesc Lageado e Sesc Corumbá também ofertam um amplo portfólio de atividades culturais, em todas as linguagens, passando pelos shows icônicos na Morada dos Baís, a Orquestra de Viola Caipira em Corumbá, os projetos de dança, percussão, violão e coral do Sesc Lageado, culminando nos mais diversos projetos nacionais que serão ofertados pelo Sesc Cultura, tais como Palco Giratório, Sonora Brasil, Arte da Palavra, dentre outros. A programação completa do Sesc Cultura pode ser acessada pelo site sesc.ms.

Outras ações do Sesc Em Três Lagoas, a Escola Sesc amplia sua capacidade para mais três salas de aula, implementando gradativamente as turmas do Ensino Fundamental, com expansão para o 6º ano em 2018, e sucessivamente até o oitavo ano, em 2020, quando ampliará para uma nova escola no município. Implanta também a sala Learning Space com espaço para leitura, jogos e futuramente um espaço maker para proporcionar atividades práticas e lúdicas aos alunos. Em Campo Grande, o Sesc Escola Horto entrega no mês de julho um Ginásio Poliesportivo com todos os recursos necessários para as atividades físicas, bem como um ambiente totalmente alinhado ao Horto Florestal, com apelo sustentável, luz natural e ventilação, além do Learning Space que também será implantado na Unidade. Em Ponta Porã será inaugurada uma nova unidade do Sesc com foco em esporte e recreação, com espaço para sala de musculação, sala multiuso para pilates, funcional, dança e alongamento, quadra esportiva, lanchonete e espaço de leitura. Esta nova unidade será compartilhada com o Senac, que também disponibilizará cursos profissionalizantes para a população. Se trata de 2.246m² de área construída e mais de

34

COMÉRCIO & CIA MAIO / JUNHO 2018

8 milhões de reais em investimento próprio e do Departamento Nacional. O novo prédio estará em funcionamento a partir do segundo semestre de 2018. O Sesc Aquidauana também acaba de passar por uma modernização, com a troca de piso da academia e a instalação de uma iluminação mais moderna para incentivar ainda mais os 350 alunos que lá frequentam. A Unidade passará ainda por uma adequação com a criação de espaço para atividades funcionais e práticas de aulas diversificadas, além da construção de uma quadra para a prática do futsal, podendo ser disponibilizada à comunidade por meio de agendamento e locação. No dia 23 de maio, será a vez do Centro de Atividades Sesc Bonito, que compreende o Hotel e seus atrativos. Nesta data será oficialmente inaugurado o Sesc Bonito, que atende comerciários, dependentes e público em geral, vindos de todas as partes do Brasil para conhecer as belezas naturais deste município tão premiado. O Hotel oferece 132 leitos em 44 unidades habitacionais, espaço para recreação com piscina, parque infantil, área verde, sala de jogos e o bicicletário, com dez bicicletas ecológicas disponíveis aos hóspedes para passeios. O hotel está sendo repaginado para a inauguração, mas passará por uma reforma a partir de 2019, com ampliação de mais um bloco de apartamento complementando 100 unidades, elevador para favorecer a acessibilidade, academia e auditório para eventos. Serão investidos aproximadamente 12 milhões com recursos próprios e apoio do Departamento Nacional. Ainda em Bonito, complementando o Centro de Atividades, o Sesc acaba de adquirir um atrativo natural, considerado um Balneário, que atenderá a demanda do hotel e a população local de forma subsidiada, proporcionando o acesso ao público que viaja pelo Turismo Social do Sesc que promove diversas excursões possibilitando o acesso aos comerciários do Brasil a conhecer lugares que jamais o fariam por outros meios. O balneário passará por adaptações, com um investimento de R$ 10 milhões, entre a aquisição e adequação. Se trata de um local com muito potencial para exploração turística, bem como para ações de sustentabilidade, visto que possui uma área de conservação ambiental, denominada Reserva Ambiental, de aproximadamente 15 hectares. O espaço do balneário conta, ainda, com uma área total de 35,16 hectares destinados ao lazer, passeios em trilhas, contemplação da natureza, com capacidade de 150 a 500 pessoas por dia. Possui um amplo gramado, quadras com possibilidade para atividades de esporte e recreação, tais como futebol, voleibol de areia, espaço para descanso no redário e quiosques para churrasco. Para a prática de atividades aquáticas, há tirolesa, espaço para flutuação, locais reservados para banho no rio e em duas piscinas de pedra, uma infantil e uma adulta, com espaço para banho de sol. O local será aberto ao público no segundo semestre, após passar pelas adequações necessárias.


TURISMO Por: Luciana Modesto Fotos: Divulgação

Novos destinos

MS tem oito municípios que subiram de categoria no Mapa do Turismo Muito além de Bonito, Corumbá e Rio Verde, Mato Grosso do Sul possui inúmeras cidades com atrações turísticas de encher os olhos. Cada canto do Estado está repleto de belezas naturais, cachoeiras, reservas, rios, sítios arqueológicos, sem contar com o exuberante Pantanal, maior planície alagada do mundo. As festividades típicas e religiosas também estão entre os novos destinos procurados por brasileiros e estrangeiros. A novidade é que o Ministério do Turismo atualizou a categorização dos municípios que compõem o Mapa do Turismo Brasileiro. De acordo com a atualização, oito municípios tiveram crescimento econômico no setor de Turismo. São eles: Alcinópolis, Aparecida do Taboado, Figueirão, Paraíso das Águas, Porto Murtinho, São Gabriel do Oeste, Sonora e Vicentina. A avaliação foi baseada no aumento do número de empregos através do turismo, resultado da ampliação da quantidade de estabelecimentos formais de hospedagem e do fluxo de turistas domésticos e internacionais.

Para o diretor-presidente da Fundação de Turismo de MS, Bruno Wendling, a nova categorização é resultado do trabalho conjunto do Estado e do trade turístico estadual. “Isto é sinal de que a nossa política de priorização de destinos está dando certo, pois assim temos mais condições de fomentar o desenvolvimento dos municípios que realmente têm interesse em trabalhar o turismo como atividade econômica e assim incentivar cada vez mais o empresariado”, destaca Bruno. O Mapa do Turismo é uma ferramenta importante para acompanhar o desempenho da economia do turismo nos municípios e serve também como balizador de políticas do setor e do direcionamento de verbas federais para obras de infraestrutura, como construção de estradas e rodovias de interesse turístico; terminais fluviais; reforma de terminais rodoviários intermunicipais e interestaduais, de aeroportos, de ferrovias e estações férreas de interesse turístico; sinalização turística, entre outros.

COMÉRCIO & CIA MAIO / JUNHO 2018

35


TURISMO

Porto Murtinho A cidade de Porto Murtinho é um dos destinos que mais surpreendem os turistas. São tantas atrações naturais e culturais que é preciso um roteiro para conhecer cada uma delas. O Morro Pão de Açúcar é ideal para o turismo contemplativo, pois possui cerca de 550 metros de altura e trilha interpretativa até o topo do morro, de onde se pode ver o Pantanal do Nabileque, do Pantanal do Chaco, áreas limítrofes do Paraguai e do próprio município. O Fecho dos Morros é um dos pontos mais altos do Rio Paraguai e atrai os visitantes pela pesca e vista panorâmica. O Morro Celin, na margem paraguaia, surpreende pelo visual. Quando se avista o morro tem-se a impressão de que as pedras e rochas estão suspensas no ar. A Cachoeira do APA e Cachoeiras do Rio Aquidaban são locais para quem aprecia o contato com a natureza e o visual das cristalinas águas das piscinas naturais. A Fazenda Barranco Branco é histórica e foi ponto estratégico na defesa da fronteira brasileira durante a Guerra da Tríplice Aliança ou Guerra do Paraguai. Lá encontram-se as ruínas das construções antigas desse período da história. Na cidade há ainda monumentos, edifícios antigos e construções históricas como o Castelinho, a Escola Nossa Senhora Imaculada Conceição, a Paróquia Sagrado Coração de Jesus, o Cine Teatro Ney Machado Mesquita, além de uma antiga locomotiva, o Trenzinho, ainda presente na cidade, na praça central.

São Gabriel do Oeste

Suzana Vanessa

36

COMÉRCIO & CIA MAIO / JUNHO 2018

Localizada ao norte do Estado, a 140 km da capital, São Gabriel do Oeste é conhecida por realizar uma das festas sulmato-grossenses mais famosas, o Porco no Rolete. Outra atração de destaque é o Natal Iluminado “Luzes do Cerrado”, quando a cidade ganha uma decoração sustentável, com objetos feitos a partir de garrafas pet. A cidade possui ainda belezas naturais de encher os olhos. Para contemplar todas as atrações, anualmente a Prefeitura promove a “Caminhada da Natureza”, uma trilha ecológica que percorre sete quilômetros para apreciação de quatro cachoeiras, três grutas e um sumidouro, onde a água desaparece dentro de pedras. Uma das cachoeiras que merece destaque é a Los Pagos, com queda de 70 metros de altura.

Felipe Nascimento Leão


Sonora

CACHOEIRASUMIDORO SONORA

Na divisa com Mato Grosso, Sonora abriga, em localidades próximas, inúmeras cachoeiras e grutas. A Cachoeira Sumidouro (Usina Hidrelétrica) é uma das atrações bastante procuradas. É lá onde o Rio Correntes some em meio às rochas e reaparece após 365 metros em forma de corredeiras. Ao longo do percurso, existe um suspiro, onde se escuta a água passando por baixo. Há ainda a Cachoeira da Hidrelétrica, com 15 metros de altura, para contemplação. A Cachoeira Rainha fica em meio às pedras em uma imensa piscina natural. A Cachoeira da Água Bonita tem 15 metros de queda livre. Atrás da cachoeira há uma caverna, através das pedras. A cidade abriga ainda a Gruta Boa União, que possui em seu interior três imensas galerias que se estreitam na passagem de uma para outra. Há também uma nascente no meio da gruta. Outra atração convidativa é a Prainha do Correntes, uma prainha de areia branca no rio Correntes, com pequenas corredeiras. E por fim, o Vale das Pedras, também conhecido como Vila Velha de Sonora, que possui formações rochosas de formato variados e vegetação preservada.

Vicentina A cidade de Vicentina está situada na região da Grande Dourados, a 219 km da capital sul-mato-grossense e tem atraído visitantes de todas as regiões do Brasil, principalmente de Santa Catarina. Sua inclusão no Mapa do Turismo se deve ao Turismo Religioso, com as festividades de Santa Terezinha, que acontecem no mês de outubro. A festa é realizada há 25 anos e conta com uma programação extensa, comandada pelas irmãs Carmelitas Mensageiras do Espírito Santo.

COMÉRCIO & CIA MAIO / JUNHO 2018

37


TURISMO

Alcinópolis A cidade de Alcinópolis, a 379 quilômetros da capital sulmato-grossense, abriga sítios arqueológicos, parques estaduais e unidades de conservação que são verdadeiros santuários ecológicos. O Templo dos Pilares é repleto de vestígios dos antigos habitantes, de até 11 mil anos atrás. São gravuras, pinturas em paredes, teto e pilares de formações curiosas. A Gruta do Pitoco e a Gruta do Barro Branco também são sítios arqueológicos com passagens subterrâneas. A cidade abriga ainda o Parque Estadual das Nascentes do Rio Taquari, com o Canyon do Engano. No parque, a mata intocada, cachoeiras, vales, paredões, ninhais de araras e grandes pássaros são atrações ainda inexploradas e desconhecidas pelos turistas.

TEMPLO DOS PILARES

Aparecida do Taboado Na terra da canção “60 dias apaixonado”, as grandes atrações são as festividades típicas e religiosas. A Folia dos Três Reis Magos é a principal delas, realizada há cem anos na cidade nos meses de janeiro e dezembro. Os participantes percorrem diversas propriedades rurais do município e finalizam com uma grande festa gastronômica e forró aberto ao público. Outra festividade famosa é a Festa de São Sebastião, que acontece no dia 19 de janeiro de cada ano. A cerimônia religiosa conta com apoio dos pecuaristas da região que doam prendas para um leilão e para a realização de uma grande festa. Entre abril e maio, a cidade abriga uma das maiores competições nacionais de montaria em touros e cavalos. Trata-se da Festa do Peão, que está próxima de completar o seu cinquentenário. Em outubro, é a vez da festa da Padroeira do Brasil e da cidade, Nossa Senhora Aparecida. Com 50 anos de realização, o evento conta a tradicional quermesse, leilão beneficente, apresentações culturais e shows baile com bandas. O auge da comemoração acontece na Cavalgada a Nossa Senhora Aparecida.

38

COMÉRCIO & CIA MAIO / JUNHO 2018

GRUTA DO BARRO BRANCO

GRUTA DO PITOCO


PEDRA BONITA

CRISTO

PINTURA ABORIGENA

Figueirão

Figueirão está localizado ao Norte do Estado de Mato Grosso do Sul e possui um grande potencial turístico por conta da natureza presente na região. Os atrativos são muitos: a Pedra Bonita é a mais visitada e está a apenas 5 km da cidade. A Cachoeira do Roncador, com águas límpidas e uma bela formação rochosa, é outro ponto que tem recebido muitos visitantes. E em meio ao cerrado típico da região, aos pés da Serra das Araras, está o Cristo, construído em 2004. As pinturas aborígenes feitas em 1901, pelos índios Caiapós, são visitadas por turistas e estudantes. Trata-se de pinturas e inscrições rupestres em grutas, cavernas e encostas de serras, dentro da Fazenda Boa Vista.

CACHOEIRA RONCADOR

Paraíso das Águas O município de Paraíso das Águas é o mais novo do Estado. Suas belezas naturais têm atraído cada vez mais turistas de todos os cantos do Brasil. Um dos pontos mais visitados é a Água Santa, um fenômeno de pressão constante da água de baixo para cima, fazendo com que qualquer pessoa que entre nela não afunde. O que ocorre nada mais é do que uma forte ressurgência de água à superfície. Neste lugar, os visitantes podem desfrutar de uma sensação de gravidade zero. Quando se chega próximo da lagoa e se faz qualquer barulho, como assovio ou palmas, a água se agita e a areia parece cantar ao menor atrito. Na região do Muquém, o rio Sucuriú divide-se em dois braços, sendo que à esquerda o rio mergulha em blocos de pedras, criando uma ponte natural. Esta característica marcante deu ao lugar o nome de Ponte de Pedra. Os visitantes podem desfrutar de uma fantástica descida de rafting pelas corredeiras do Rio Sucuriú além de apreciar em suas margens a exuberante paisagem nativa da mata ciliar. Há ainda a Cachoeira do Muquém, o Lago da Usina do Rio Paraíso e a Gruta Fazenda Stella, onde há vestígios de civilizações antigas.

COMÉRCIO & CIA MAIO / JUNHO 2018

39


ENTREVISTA Por: Ana Lucia Abrão Fotos: Mário Bueno

Roberta Ávalos Gerente da Unidade de Turismo e Gastronomia SENAC MS

Jordana Duenha Diretora de Educação Profissional SENAC MS

Formada em Economia pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, Pós-Graduada em Auditoria Tributária, a gerente da recém-inaugurada Unidade de Turismo e Gastronomia do Senac-MS, Roberta Avalos, ingressou na Instituição em 2009, no cargo de Analista de Beleza e Moda, assumindo, posteriormente a Coordenação de Produtos e Operações Educacionais. Nesta fase, se empenhou em obter uma visão sistêmica sobre os processos educacionais e operacionais, priorizando a gestão de equipe. Posteriormente, em decorrência de uma reestruturação interna do Senac, passou a atuar no Departamento de Planejamento da instituição, contribuindo com a formatação de uma visão de futuro em prol da Instituição como um todo. Em 2013, foi convidada para assumir a gestão da Escola de Turismo e Hospitalidade que atuava predominantemente na área da gastronomia, ainda em uma unidade pequena localizada no mesmo prédio do Departamento Regional. Decorridos cinco anos, o sonho de contribuir com o desenvolvimento da gastronomia e do mercado sul-mato-grossense tornou-se realidade com a inauguração do Centro de Educação Profissional Senac Turismo e Gastronomia. Confira na entrevista a seguir.

40

COMÉRCIO & CIA MAIO / JUNHO 2018


Inovação para o Turismo e a Gastronomia do Estado Com sua nova unidade, Senac-MS movimenta o setor em busca de desenvolvimento Roberta, como foi assumir esse desafio? A gastronomia é uma área acolhedora e ao mesmo tempo desafiadora. Até então não havia tido contato com o segmento gastronômico. Por outro lado, considerando que a curiosidade sempre foi uma característica marcante em minha vida, aliada à vontade de sempre aprender coisas novas, aceitei o desafio. Costumo dizer que um trabalho só atinge a excelência quando se tem uma equipe comprometida com o projeto. E é justamente com esse pensamento que procuro desenvolver o engajamento dos meus colaboradores. Sem dúvida alguma hoje eu posso dizer que me sinto realizada profissionalmente. Qual é o conceito que a nova U n i d a d e S e n a c d e Tu r i s m o e Gastronomia traz? Dentro do eixo turismohospitalidade-lazer, o conceito da escola vem atrelado à temática do restaurante, qual seja, a afetividade; proporcionando ao cliente uma experiência única, desde a recepção até a degustação dos pratos. Nosso restaurante traz uma cozinha que remete ao conforto, apresentando alimentos frescos, de qualidade, livre do excesso de sódio e de óleos saturados. Priorizamos a utilização de insumos produzidos de maneira correta, tratados agroecologicamente, bem como a utilização de orgânicos em alguns casos. Mesmo que não nos consideremos um restaurante tipicamente regional, procuramos privilegiar em nossas

receitas insumos produzidos em nossa região. Exemplo disso é a presença da carne vermelha, bocaiúva, guavira, óleo de urucum, castanha de baru, mandioca amarela, dentre outros. Quais são os ambientes pedagógicos da nova escola? A n ov a u n i d a d e n o s p e r m i t e proporcionar ao empresário um número maior de profissionais capacitados para o mercado de trabalho. Para tanto, atualmente contamos com: duas cozinhas didáticas, uma sala de demonstração, um ambiente exclusivo para padaria e confeitaria, uma adega, um espaço gourmet, uma sala de aula “bartender” para aulas de barman e barista, uma horta, além de um quarto de hotel voltado para a formação hoteleira. Além de salas de aulas convencionais equipadas com lousas digitais, laboratório de informática para pesquisa, áreas de estudo, biblioteca, área de convivência e o próprio restaurante escola aberto ao público. Quais são as inovações e novas tecnologias que a escola apresenta? Ao desenvolver os ambientes procuramos trazer equipamentos e tecnologias de última geração, tais como: laboratório de informática, máquinas ultratecnológicas, software de gestão (destinado à gestão de dados de clientes e de estoque, fichas técnicas, entre outras). Contamos, ainda, com um quarto de hotel com frigobar, TV, cama, banheiro equipado com hidromassagem, para que o aluno possa aprender as técnicas corretas e desenvolver as competências

necessárias para o desempenho da sua função no segmento da hotelaria. Na recepção ao cliente, o consultor de vendas apresenta nosso portfólio de cursos através da navegação em nossos televisores “touch screen”, onde o cliente percorre todo o itinerário formativo da área de formação. Gravações das salas de aula são exibidas simultaneamente, e caso se interesse, o cliente poderá assistir a uma aula e ter essa experiência. Para o restaurante, quais são as inovações apresentadas? Entre as inovações e tecnologias do restaurante, trouxemos um sistema de reservas via aplicativo, chamado get in, para que o cliente possa fazer sua reserva online. Temos também um menu digital, composto por tablets digitais nas mesas, sempre assessorados pelos nossos garçons. Uma outra inovação é que o cliente poderá assistir à finalização dos pratos, acompanhando esse momento por meio de filmagem. A equipe do restaurante é fixa, com cozinheiros e auxiliares, e os alunos participarão, sempre supervisionados pelos professores. Quais são as parcerias que o Senac trouxe para essa unidade? Temos uma horta, em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), com a proposta de fazer o intercâmbio entre alunos, produtores rurais e a cozinha. Ou seja, fazer com que o aluno conheça a produção do campo, e que o produtor saiba como seus produtos serão utilizados para melhorar cada vez mais a qualidade da produção dos insumos. Outra proposta é trazer

COMÉRCIO & CIA MAIO / JUNHO 2018

41


ENTREVISTA

alunos das escolas públicas para conhecerem a horta, assim como os ingredientes e insumos. É a primeira horta urbana de Campo Grande com esse conceito de poder proporcionar a análise sensorial e com espaço para visitação. Além da horta, a parceria firmada com o Senar traz também a questão da formação dos nossos professores, para manuseio simples de horta, disseminando entre os nossos alunos esse conhecimento. Outro ponto importante é o apoio na comercialização, poder comprar desses pequenos produtores e contribuir para o desenvolvimento dos pequenos negócios. Além disso, estamos desenvolvendo parcerias com companhias internacionais de certificação possibilitando ao aluno a realização de intercâmbio com certificação internacional. Outra possibilidade é trazer cursos de certificação para o Estado dentro da Escola do Senac. Contamos também com instituições como Senai, Sebrae e Governo do Estado para os eventos a serem promovidos na unidade. Além de conhecimento e capacitação, o que a nova escola oferece para movimentar o Turismo e a Gastronomia do Estado? A escola vai sediar grandes eventos ainda em 2018, estamos com um calendário de inauguração bem robusto. Em junho, realizaremos o Festival Origem MS, envolvendo tudo o que é produzido em Mato Grosso do Sul voltado para a gastronomia, como cer vejarias ar tesanais, alimentos orgânicos, carne. Vamos trazer vários temas e nomes de relevância nacional voltados para o segmento. Serão realizados festivais gastronômicos regionais em Brasília e no Rio de Janeiro, ocasião em que mostraremos n o s s a c u l t u ra , a l é m d o s o u t ro s pequenos eventos que já têm nossa participação, como a Festa do Peixe, o Festival do Sobá, e outros já característicos.

42

COMÉRCIO & CIA MAIO / JUNHO 2018

A nova unidade possui também uma adega. Como é sua utilização dentro da escola? Nós temos um amplo mercado de vinhos que vem se desenvolvendo em Campo Grande. O sul-mato-grossense sempre foi acostumado a consumir cerveja. No entanto, de um tempo para cá, esse hábito tem se diversificado com o consumo de outras bebidas como, por exemplo, o vinho, evidenciando, assim, uma mudança de hábito. Nossa adega escola possui atualmente cerca de 180 rótulos de vinhos, oriundos de todos os países do mundo, comportando em média 1.470 garrafas, em um ambiente com 18 lugares, podendo ser utilizado para pequenas reuniões intimistas, bem como para formação de sommelier. Com a expansão do mercado de vinhos, a procura por profissionais desta área tende a ser maior. Além de todos esses diferenciais, o que mais a escola traz de novidade? Um dos diferenciais da nossa escola é o Espaço Gourmet, pensado para ser uma “cozinha de amigos”, um local para pequenas reuniões, com toda estrutura necessária, além de um chef do Senac à disposição. Enquanto as discussões acontecem, o chef produz a comida, disseminando conhecimento e o acolhimento que o alimento proporciona. Outras possibilidades de propostas que a unidade traz são: café da tarde, sunsets na varanda, noites temáticas, adega para degustação de vinhos e jantares enogastronômicos. A ideia é abrir a casa para os empresários fazendo com que eles vivenciem a qualidade da mão de obra formada na escola. O auditório é uma outra possibilidade de espaço, com capacidade para comportar até 68 pessoas, podendo ser utilizado para palestras, workshops, reuniões, dentre outros.

Jordana Duenha Uma das propostas da escola é desenvolver o turismo e a gastronomia em Campo Grande e no MS, o que já está sendo feito nesse sentido? O Senac já atua no segmento de turismo há bastante tempo e, dentro desse segmento, a Gastronomia é a área em que mais conseguimos avançar, com um trabalho concreto, até por conta da demanda do próprio mercado de trabalho e da valorização que esse segmento ganhou nos últimos anos. Existe todo um movimento em torno da gastronomia, inclusive com grande apelo de televisão. Hoje, por exemplo, observamos nos restaurantes da cidade os profissionais usando a dolmã, que é uma vestimenta específica de cozinheiros. Há alguns anos, quando a nossa oferta ainda não estava tão ampliada, quase não víamos. Outro exemplo é que atualmente muitas empresas nos procuram para fazer a implantação do Programa Senac de Segurança Alimentar, que tem um viés de exigência legal, mas que muitas empresas não cumpriam. Percebemos também um aumento da utilização de fichas técnicas nos restaurantes, lanchonetes e bares, que é um importante instrumento de apoio ao processo gerencial e que contribui também com a melhoria da oferta dos estabelecimentos, pois garante perenidade no processo produtivo. Consideramos que houve uma participação do Senac nesse desenvolvimento. Agora, a maior evidência é perceber que nossos alunos, especialmente os dos cursos de cozinheiro, estão espalhados pela cidade inteira. Muitos empreenderam, outros foram compor equipes de trabalho, alguns foram para outras cidades, e vemos diversos ex-alunos do Senac participando desse segmento nas várias empresas. Quando vamos a hotéis e restaurantes, costumamos encontrar ex-alunos como donos do estabelecimento, ou trabalhando na equipe de cozinha, e isso nos deixa muito felizes.


Também temos observado aqui em Campo Grande, e um pouco no interior, uma demanda grande pela realização de festivais gastronômicos. Existem hoje diversos eventos que utilizam o conceito de cozinha show, que valorizam a gastronomia regional e que trabalham os novos conceitos e técnicas desse segmento, e o Senac, sempre que possível, busca atuar como parceiro. Somos sempre requisitados e temos contribuído com esses movimentos todos, e eu acredito que isso tem auxiliado no desenvolvimento desse segmento. Vivemos nos últimos anos a a m p l i a ç ã o e a d i ve r s i f i c a ç ã o d a s empresas, e hoje temos restaurantes com propostas diferentes, em que podemos comer comidas diferentes, conhecer cardápios diversos, e acho que nós contribuímos com esse movimento de evolução dos últimos anos. Sobre o modelo pedagógico, reformulado em 2014, como ele foi trazido para dentro dessa escola? O Senac vem trabalhando em um grande alinhamento nacional desde 2013. O Senac Mato Grosso do Sul teve a oportunidade de compor o grupo de trabalho que desenvolveu a proposta do Modelo Pedagógico Senac, que consiste em trabalharmos um conceito de competência comum para todo o Brasil. Como trabalhamos com educação para o mercado de trabalho, entendemos que a competência é a melhor forma de preparar um profissional para esses desafios. Fi ze m o s to d o u m t ra b a l h o d e alinhamento conceitual e, desde então, estamos trabalhando nacionalmente na elaboração de planos de curso. Isso significa que, em sua grande maioria, os cursos que são hoje oferecidos no Mato Grosso do Sul, são também oferecidos na Bahia, em São Paulo e no Rio Grande do Sul, por exemplo, respeitando as particularidades de cada local. Temos o mesmo portfólio sendo oferecido nas diferentes regiões do País, a mesma estrutura curricular, permitindo que o profissional possa se formar aqui e atuar em outros estados sem nenhum problema ou dificuldade. Em 2015 começamos a ter os primeiros cursos alinhados nesse modelo, e na nossa atual Escola de Turismo e

Hospitalidade, temos os cursos de cozinheiro e de garçom que já seguem esse modelo. A nova escola vai possibilitar que ampliemos muito essa oferta. Os dez ambientes pedagógicos que temos aqui nos permitem a oferta completa para o eixo de turismo, hotelaria, eventos e gastronomia, porque vamos poder trabalhar com formações que hoje não temos porque a estrutura antiga não dispunha de infraestrutura adequada. A partir dessa nova escola poderemos fazer essa oferta, e grande parte desses cursos virão desse alinhamento pedagógico nacional. Vamos garantir que os profissionais formados nessa escola possam transitar tanto aqui no Mato Grosso do Sul quanto em outros estados, e até fora do Brasil, se assim desejarem. O restaurante aberto ao público, de alguma forma facilita o relacionamento com o empresariado? Acredito que esse seja o ponto forte deste empreendimento, junto com a ampliação significativa dos ambientes pedagógicos e da capacidade instalada. Estudamos a possibilidade e inauguramos aqui um restaurante escola, o primeiro do Mato Grosso do Sul. Embora já existam experiências em outros estados, esperamos ser referência na região Centro-Oeste. A intenção do Senac ao abrir um restaurante não é a de comercialização da comida no seu sentido mais estrito. A ideia de ter aqui um restaurante escola é poder proporcionar uma formação ainda mais consistente para os nossos alunos. Hoje, em qualquer curso que realizamos, ao menos nos mais longos, mandamos o aluno para estágio em estabelecimentos da cidade, fora do Senac. Apesar de importante, esse envio não nos permite acompanhar esse aluno de perto, todo o tempo, todos os dias. Fazemos o acompanhamento a distância, mas o trabalho de supervisão diária acaba sendo feito pelo restaurante que recebe essa pessoa. Numa estrutura do próprio Senac, temos a oportunidade de acompanhar esse aluno diariamente, e ele poderá desenvolver as competências tanto em um ambiente simulado, em laboratórios e, em determinado momento do curso, passará a compor a equipe do restaurante, de maneira estruturada, em grupos,

passando por todos os setores (prépreparo, preparo, sobremesas, cozinha fria, cozinha quente) e sempre com o acompanhamento contínuo de um professor. Com este modelo, esperamos disponibilizar para o mercado profissionais ainda melhor preparados, com a vivência de um contexto real. Porque, por mais que o ambiente simulado seja bem feito, bem estruturado, uma coisa é eu fazer aqui, para comer com os meus colegas de sala, e outra coisa é fazer isso para um cliente me esperando no salão do restaurante, que eu não sei quem é, com qual expectativa vem, a pressão do tempo, da qualidade, de não poder dar errado, de uma série de elementos que em um ambiente de simulação não conseguimos garantir e que estarão presentes no restaurante-escola. É importante ressaltar que o Senac não tem nenhuma intenção de criar concorrência com o segmento empresarial. O que pretendemos é justamente o contrário, que esse seja um espaço de portas abertas para todos os empresários do Estado, tanto da capital quanto do interior. Esperamos que esse restaurante possa trazer tudo o que tem de inovação, de vanguarda, para que os restaurantes da cidade e do Estado possam se apropriar desse conhecimento e levar esse modelo para os seus negócios, adaptando a cada realidade. Nesse sentido, assinamos recentemente um termo de cooperação com a Abrasel, que contará com um espaço empresarial dentro da nova Unidade, reforçando ainda mais o nosso compromisso de estar cada vez mais perto dos empresários e garantir a qualificação e o assessoramento dos gestores e suas equipes. Ou seja, o Senac espera com a inauguração desse novo empreendimento, proporcionar esse conhecimento e estrutura para as empresas do Mato Grosso do Sul. Nossa intenção ao abrir essa unidade é contribuir ainda mais com o desenvolvimento do turismo e da gastronomia do Estado, formando pessoas ainda melhor preparadas para esse mercado, que é muito dinâmico, tem coisas nova todos os dias, novidades, tendências, e que está muito valorizado atualmente.

COMÉRCIO & CIA MAIO / JUNHO 2018

43


EMPREENDEDORISMO Por: Larissa Moretti Fotos: Mário Bueno

TALENTOS PESSOAIS QUE SE TORNARAM NEGÓCIOS RENTÁVEIS O empreendedorismo nasce, muitas vezes, da vontade de alguém ser dono do seu negócio, ou diante de alguma oportunidade de mercado que bate à porta. A trajetória não é fácil. É preciso muito preparo para conquistar os clientes e se manter competitivo. Agora quando nasce de um talento pessoal, de algo feito apenas por prazer, por hobbie ou diversão, o empreendedorismo parece até um caminho natural, cheio de boas surpresas. Preparo? Precisa também. Mas quando planejamento e satisfação pessoal andam juntos, o destino certamente é bem promissor. Quem mudou sua trajetória para se dedicar a um hobbie feito com tanto carinho foi a administradora de empresas campo-grandense, Thaís Miglioranza. A rotina do trabalho entre quatro paredes deu lugar a um ateliê especializado em acessórios para recém-nascidos. Com 26 anos e especializações em Gestão de Pessoas e Marketing Financeiro, percebeu

AS PEÇAS, INICIALMENTE FEITAS POR HOBBIE, TORNARAM-SE FONTE DE RENDA

44

COMÉRCIO & CIA MAIO / JUNHO 2018

THAÍS MIGLIORANZA COM OS PRODUTOS DE SEU ATELIÊ


que o que ela fazia para passar o tempo poderia ser a saída para ser 'dona do próprio negócio'. “É um trabalho que me realizava muito e tentava conciliar com emprego e estudo, mas a clientela foi surgindo, foi aumentando e as encomendas chegaram a tal ponto de ter que recusar por não dar conta”, lembra. Foi quando colocou a mão na massa e, usando os conhecimentos em Administração e Marketing, abriu, em dezembro de 2017, seu ateliê. Entre os produtos confeccionados estão sapatinhos, babador, pano de boca, bonecos de feltro, móbiles e enfeites de porta, tudo personalizado e de acordo com o desejo das clientes. A preparação envolveu planejamento do negócio, orçamento de materiais, rentabilidade, lucratividade e um investimento inicial. “Não foi do dia para a noite. Amadureci a ideia, estudei o mercado, os clientes e o potencial dos produtos. Também foi preciso produzir em quantidade para ter pronta entrega e conhecer fornecedores, pois prefiro comprar matéria-prima local que me permite escolher o que preciso”, observa Thaís. O ateliê funciona em casa e a maior parte das clientes novas vem das redes sociais. A cada postagem no Facebook e Instagram, novas encomendas e indicações de pessoas que aprovaram as peças. E assim, mais e mais clientes foram surgindo, junto à certeza de que ela está no caminho certo. Atualmente, graças à oportunidade de participar de uma associação de artesãs que expõem os produtos no Shopping Bosque dos Ipês, em Campo Grande, todas as terças-feiras, seu trabalho tem ganhado mais visibilidade. O próximo passo será expor também no Shopping Norte Sul Plaza. A experiência nas exposições de seus trabalhos está sendo o termômetro para um outro planejamento. “Quero analisar agora a viabilidade de montar minha loja, porém, quero estudar primeiro o comportamento dos consumidores para então dar início a uma nova fase do negócio”, conclui.

MONIQUE KLEIN ROCHA, PROPRIETÁRIA DA CAMPO GRANDE A TIRACOLO

Genética da criatividade Quem também apostou no hobbie e no talento foi Monique Klein Rocha. O artesanato e a criatividade estiveram sempre presentes em sua vida. Com carinho, lembra que os pais eram muito habilidosos e procuravam dar um toque especial até mesmo na decoração da casa. “Meu pai gostava de costurar e ajudava minha mãe e isso, na época, era incomum”, explica. Mas o artesanato não foi sua primeira opção. Monique conta que foi seduzida pela televisão ainda criança, quando participou de programas de auditório infantil. A menina cresceu e tornou-se jornalista, profissão que exerceu por vários anos. E foi depois de retomar o hobbie da costura, ensinado pela mãe, que decidiu investir em uma proposta inovadora na época: produzir bolsas e acessórios utilizando matéria-prima sustentável. “Estava tão apaixonada pelas alternativas sustentáveis de reaproveitamento que utilizei minha habilidade de costura para criar modelos de bolsas feitos a partir de retalhos de tapeçaria, malotes de correio e plástico de banners”, diz. Para criar sua marca, Monique estudou, viajou e reuniu muita informação. Foi quando percebeu que a maior dificuldade para ser empresária era a fazer a gestão de seu negócio. A oportunidade chegou com a seleção para participar do projeto inicial da Incubadora Municipal Zé Pereira, focada no empreendedorismo de artesãos. “Aprendi muito com esta experiência, além de investir em cursos do Sebrae/MS e procurar me envolver mais com as profissionais de artesanato, que no princípio estranharam o fato de uma jornalista querer ser artesã”, comenta bem-humorada. O trabalho cresceu e se desenvolveu. Neste ano, a loja Campo Grande a Tiracolo completa oito anos de atividade e está presente em outros estados e países. Focada sempre na conscientização dos benefícios do reaproveitamento, as peças têm um conceito moderno, mas que reforçam a identidade sul-mato-grossense. “A marca é registrada e já está sendo conhecida pela originalidade e qualidade de confecção. Estamos trabalhando para mudar comportamentos e promover uma reflexão sobre o impacto à natureza gerado pelo consumo excessivo e uso de sacolas plásticas. A responsabilidade ambiental é um dever de todos e estamos aqui para ajudar, reciclando com estilo”, analisa a empresária.

AS BOLSAS DA MARCA, FEITAS A PARTIR DE ALTERNATIVAS SUSTENTÁVEIS

COMÉRCIO & CIA MAIO / JUNHO 2018

45


EMPREENDEDORISMO

Do talento ao lucro Para quem quer apostar em empreender naquilo que já faz por diversão, passa tempo ou talento, a consultora do Sebrae/MS, Ana Cristina Trevelin, traz algumas dicas que podem orientar na decisão de criar seu próprio negócio. “Alguns questionamentos são fundamentais quando se deseja iniciar uma atividade profissional autônoma. O que eu tenho a oferecer? O mercado deseja comprar? Existe demanda na região onde pretendo me estabelecer? O foco deve ser sempre o mercado, os preços praticados, identificar os clientes em potencial e o que eles desejam”, pontua a especialista. Ana Cristina afirma que independentemente do tamanho da empresa é preciso estudar e buscar o conhecimento que permeia as relações de mercado. “Na minha opinião, o primeiro passo é ir ao Sebrae/MS e conversar com os profissionais em consultoria. Eles poderão auxiliar na condução do novo empreendimento, demonstrando como começar e fazer isso de forma correta”, argumenta. Outra facilidade para quem tem algum talento e quer empreender é o acesso à formalização. “É essencial para que o empreendedor se sinta mais seguro, pois sabe que não correrá riscos desnecessários. Além disso, sentirá mais confiança no próprio negócio e isso só acontece quando se compreende que se profissionalizar é um trabalho árduo, porém, recompensador”, acrescenta.

46

COMÉRCIO & CIA MAIO / JUNHO 2018



CENÁRIOS MS Por: Aline Oliveira Fotos: Divulgação

Aparecida do Taboado, princesinha do MS, desponta com crescimento industrial e fortalecimento do comércio O município de Aparecida do Taboado ficou famoso nacionalmente em razão da música interpretada por uma das duplas mais famosas do Brasil, Chitãozinho e Xororó. A canção “60 dias apaixonado” é um sucesso popular de autoria de Constantino Mendes e Darci Rossi e conta uma história de amor passageiro que faz alusão ao nome da cidade, que em 2018 completa 70 anos de emancipação. Colonizado por imigrantes mineiros, principalmente em razão de sua localização geográfica, na divisa com os estados de São Paulo e Minas Gerais, o município possui uma população de 22.300 habitantes segundo o último censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Destaca-se no cenário regional em razão das indústrias de açúcar e mais recentemente de celulose.

48

COMÉRCIO & CIA MAIO / JUNHO 2018

Os empreendimentos industriais elevaram Aparecida do Taboado à 4ª posição no ranking de municípios mais industrializados no Estado. Além disso, possui expressiva produção pecuária (18ª colocação) e Aquicultura (10º lugar). A economia se consolidou ainda mais com a inauguração da ponte rodoferroviária construída sobre o rio Paraná e pela ligação rodoviária com o estado de São Paulo. O prefeito José Robson Samara Rodrigues de Almeida explica que um dos fatores mais importantes para o desenvolvimento local foram os incentivos fiscais concedidos pela administração municipal e estadual, a fim de tornar a cidade competitiva para receber novos investimentos. “A questão cultural faz Aparecida do Taboado ser reconhecida nacionalmente, no entanto, o que fez e faz com que as indústrias e


empresas se instalem no município é o incentivo fiscal, visto que os tributos regionais são mais viáveis do que no estado vizinho”, afirma. A logística é outro diferencial da região que potencializa a exportação e importação de produtos. Um exemplo disso é o filé de tilápia, produzido e exportado para os Estados Unidos ainda in natura.

Fortalecimento Industrial Na avaliação de Almeida, a produção pecuária, que historicamente sempre foi a alavanca econômica do município, atualmente divide espaço com o segmento industrial. “A atividade pecuária ainda é a principal geradora de receitas, porém, o crescimento do setor industrial é evidente e tem sido o responsável pela geração de empregos”, destaca. Tanto que a Fundação de Trabalho de MS (Funtrab) apontou que o setor de indústria de transformação admitiu 2.203 pessoas no ano passado, enquanto na agropecuária foram gerados 693 novos empregos. O gestor acrescenta que o primeiro setor a fixar atividades foi o sucroenergético com a cana-de-açúcar mas, recentemente, novos empreendimentos foram instalados para dar andamento à produção de borracha e celulose. “Em termos de desenvolvimento tecnológico, todos os segmentos andam a passos largos, dinâmica hoje imposta pelo mercado e como aqui temos grandes produtores, estes não podem ficar alheios a realidade atual”, complementa. JOSÉ ROBSON SAMARA RODRIGUES DE ALMEIDA

COMÉRCIO & CIA MAIO / JUNHO 2018

49


CENÁRIOS MS

O desenvolvimento local é impulsionado ainda pelo comércio e prestação de serviços, possibilitando que a cidade contribua com 17% do Produto Interno Bruto (PIB) de Mato Grosso do Sul. Com 855 empresas em atividade, Aparecida do Taboado desponta na atividade comercial diversificada, contribuindo com a geração de renda para a população. Com 22 anos de atividade, o Sindicato do Comércio Varejista de Aparecida do Taboado (Sindivarejo) atua, de acordo com a diretoria atual, com o objetivo de representar o segmento e buscar o fortalecimento dos empresários locais. O presidente, Antônio Carlos Marques Farinha, é médico veterinário e assumiu a gestão para o quadriênio 2018 a 2022, acumulando também cargo de presidente da Associação Comercial e Industrial de Aparecida do Taboado. Ele destaca que acompanhou a trajetória do sindicato desde o início das atividades, em 1996, e aceitou o desafio de ser dirigente do Sindivarejo para trabalhar pela classe varejista e comerciária do município. “Apesar da concorrência com os municípios paulistas, o comércio local vem se fortalecendo, e um dos fatores principais é o desenvolvimento industrial, impulsionado pela chegada de indústrias. Conquistamos uma posição privilegiada no cenário estadual e temos que buscar projetos para que os empreendimentos locais se fortaleçam na região”, argumenta. Questionado sobre as oportunidades que podem contribuir ainda mais com o crescimento local, o dirigente sindical destaca os atrativos naturais de Aparecida do Taboado e a visão empreendedora da administração municipal. “O governo municipal trabalha para alavancar o turismo local, que é presenteado com uma vasta extensão de praias de água doce provenientes do rio Paraná”, revela.

50

COMÉRCIO & CIA MAIO / JUNHO 2018

Vitor Donizete Martins é nascido e criado em Aparecida do Taboado e sempre atuou na área do comércio. Atualmente, é proprietário do Restaurante e Pizzaria Recanto, umas das opções de alimentação mais conhecidas e frequentadas da cidade. Na avaliação do empresário, que acompanhou o crescimento do município, a chegada das indústrias foi fundamental para o aquecimento do comércio. “No meu negócio, procuro dar preferência para matériaprima produzida aqui na região, pois é uma forma de contribuir para o crescimento conjunto. Apesar de enfrentarmos a concorrência de Santa Fé do Sul (SP), buscamos sempre alternativas para manter nossa clientela, por isso contamos com a atuação do poder público no sentido de conseguir incentivos fiscais que tornem nossos negócios competitivos em relação ao estado vizinho”, observa.



PASSO A PASSO Por: Larissa Moretti e Luciana Modesto Fotos: Mário Bueno

Como montar a melhor vitrine? Dicas para atrair olhares e aumentar as vendas

Areta Luvizetto, consultora de Visual Merchandising do Senac MS

52

COMÉRCIO & CIA MAIO / JUNHO 2018

A vitrine é o que leva o cliente para dentro de uma loja. É como um cartão de visita. E é por isso que precisa ser convidativa, interessante, atrativa. Afinal, inúmeras vitrines disputam o olhar de cada consumidor. As estratégias para garantir que uma vitrine tenha mais destaque que as demais são inúmeras. Com um pouco de planejamento, bom senso e algumas dicas valiosas, é possível fazer com que esse espaço seja a porta de entrada para o sucesso de uma empresa. A consultora de Visual Merchandising do Senac MS, Areta Luvizetto, elencou itens que podem (e devem) ser utilizados em qualquer tipo de vitrine. Neste passo a passo é possível encontrar elementos que vão trazer mais encanto e magia para que esse espaço não passe batido.


Qual a função da vitrine? Essa é a primeira pergunta que deve ser feita. Será uma vitrine promocional? Para o lançamento de coleção? Ou apenas uma vitrine de rotina? Cada vitrine tem um perfil de montagem que está relacionado com a função que deve cumprir para o público-alvo da loja.

Qual a temática? Depois de decidir a função, a dica é escolher uma temática. Por exemplo: uma vitrine promocional pode ter tema de quitanda. Aqui a ideia é deixar claro quanto aos “preços de banana”. Já uma vitrine de lançamento de coleção pode seguir a temática do próprio catálogo da grife que será apresentada na vitrine. Caso não tenha grife, a loja pode escolher um tema relacionado a estação: se for verão, pode utilizar coqueiros, picolés e, seguindo essa linha, a cada estação pode-se trazer itens que remetam ao lançamento de acordo com a época. A grande sacada é deixar a imaginação criar asas. As coisas mais inusitadas e originais são as que dão os resultados mais surpreendentes.

Como montar o espaço? Em primeiro lugar, separar o cenário: manequins, móveis, plantas, adesivos, tudo o que agregar e combinar com a temática escolhida. Em seguida, é preciso pensar em como os produtos vão ser expostos. Eles são a estrela do teatro e devem ser escolhidos com carinho. Além disso, é preciso haver harmonia entre eles e também com a temática escolhida. Não é legal colocar adesivos de sol, cadeira de praia e expor no manequim uma roupa de balada! E isso acontece, cuidado!

Qual a cor ideal? Cores alegres ou uma vitrine monocromática (inteira da mesma cor) ajudam muito para chamar a atenção dos clientes.

Quais os cuidados diários? Se a vitrine é o que vai garantir olhares curiosos dos consumidores, é preciso ter um cuidado redobrado nesse espaço. No geral, deve-se escolher produtos com perfeita aparência, bem passados, sem caixas amassadas. Organização, limpeza e disposição simétrica dão um resultado muito bom, mesmo com poucos recursos. Iluminação fraca pode ser disfarçada com produtos de cores claras. Um spray de boa qualidade pode dar uma carinha nova nos manequins. Uma planta também ajuda muito a ambientar vitrines com poucos recursos.

O que ter no estoque? Se a vitrine chamar a atenção, os resultados vão longe. Mas para isso é preciso estar atento a um item muito importante: o estoque. Se a intenção for de venda massificada, é preciso ter peças sobrando. Se o público gosta de exclusividade, aí não há problemas em expor peças únicas.

Como divulgar uma promoção na vitrine? Quando se trata de promoção, o apelo não é lançamento, nem modelo, mas o preço. Nesse caso, banners e adesivos que comuniquem os descontos e o tipo de promoção chamam mais atenção do que o produto exposto. E atenção: os preços devem estar na vitrine - isso é lei. Pode até ser colocado o valor parcelado, mas sempre com o valor real, “sem pegadinhas”. Preços baixos devem ser mostrados e divulgados, mas sempre no estilo do públicoalvo. Já os valores mais elevados podem ser colocados de maneira discreta, em um porta-retratos no canto da vitrine, por exemplo.

COMÉRCIO & CIA MAIO / JUNHO 2018

53


SENAC MS Por: Ana Lucia Abrão Fotos: Senac MS

SENAC TURISMO E GASTRONOMIA

Inovações do Senac garantem modernização e mais qualidade no atendimento Novas unidades estão entre os destaques nas diversas ações da instituição para 2018 O Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac) tem como missão educar para o trabalho nas atividades de comércio de bens, serviços e turismo. Somente em 2017, foram mais de 17 mil alunos atendidos em todo o Estado, divididos em seis regiões, abrangendo 16 municípios. Por meio de suas três unidades em Campo Grande (Senac Campo Grande, Senac Turismo e Gastronomia, Senac Eduardo Elias Zahran) e cinco no interior (Aquidauana, Corumbá, Dourados, Naviraí e Três Lagoas), a atuação da instituição é ampla em todo o Estado. Além disso, o Senac conta com a possibilidade de estar presente em qualquer região do Estado por meio da oferta de cursos da Rede Nacional de Educação a Distância. Em 2018 a instituição ofertará, nessa modalidade, desde cursos rápidos até programas de graduação e pós-graduação a distância, passando ainda pela oferta de cursos técnicos e a disponibilização de vagas do Programa de Aprendizagem Comercial, que permitirá às empresas de municípios de menor porte utilizarem dessa modalidade de contratação de jovens e cumprirem com as exigências da legislação vigente. Ao todo a expectativa é realizar cerca de mil atendimentos em ações de EAD em 2018 no MS. Entre os programas de maior destaque estão o Programa Nacional Senac Comércio, que tem como objetivo principal promover a aproximação do Senac junto ao segmento do Comércio por meio do reposicionamento da oferta dos cursos. Busca também aperfeiçoar o atendimento a públicos diferenciados, que buscam a inserção e/ou atualização profissional e, também, às empresas desse segmento; inovar na oferta de soluções educacionais através da utilização de tecnologias em sala de aula e contribuir com a melhoria da competitividade do setor. Tal programa é coordenado pelo Senac MS e conta com a participação de outros estados, como São Paulo, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Rio Grande do Norte na

54

COMÉRCIO & CIA MAIO / JUNHO 2018

composição de um grupo de trabalho. A expectativa é iniciar a oferta das novas soluções educacionais a partir do segundo semestre de 2018. O Programa Pró-empresas é outra atividade que deve ser ampliada em 2018. Trata-se de uma ação integrada entre Fecomércio MS, IPF, Senac e os sindicatos empresariais, com o objetivo de trazer mais competitividade e produtividade para as empresas do segmento do comércio de bens, serviços e turismo, fortalecendo o relacionamento entre essas instituições e dando condições para os sindicatos também se fortalecerem. A proposta do programa é que os sindicatos sejam um elo da Fecomércio e do Senac com o empresário, oferecendo produtos, serviços e soluções com condições especiais para as empresas sindicalizadas. Em 2018, a expectativa é de incluir pelo menos mais três sindicatos nessa parceria. Também o Programa Senac Arquitetura e Design é uma das iniciativas que estão fazendo a diferença no mercado sul-matogrossense. O Programa engloba cursos voltados aos arquitetos e profissionais de design e acadêmicos da área e também consultorias de Visual Merchandising, uma tendência em crescimento no varejo que leva em consideração o comportamento do consumidor e seus hábitos de consumo, com o objetivo de fazer com que o local tenha uma personalidade própria e, assim, influencie positivamente na decisão de compra dos clientes e em novas oportunidades de negócio, estimulando o consumo. Em 2018 este programa deve ser ampliado mediante o estreitamento do relacionamento com o Conselho de Arquitetura e Urbanismo (CAU MS) e as Universidades que ofertam cursos desse segmento. A proposta é ampliar o portfólio de serviços, incluindo temas relacionados a legislação e normas técnicas específicas para o setor. A mais recente atuação implementada pela instituição é o


Senac Supermercados. Como uma ação de continuidade dentro do Programa Senac Empresas, trata-se de uma novidade no mercado que foi criada a partir de demandas levantadas no Fórum Técnico Setorial do Comércio, realizado em 2017, e de grupos focais de supermercados realizados em Campo Grande. O Projeto é uma iniciativa do Senac MS em parceria com o Sindicato do Comércio Varejista de Gêneros Alimentícios de Campo Grande (Sindsuper) e a Associação Sul-Mato-Grossense de Supermercados (Amas). O objetivo é atender as necessidades do setor supermercadista do Estado, reduzindo, assim, a rotatividade do segmento e fortalecendo o desenvolvimento de carreira profissional do supermercado, por meio de treinamentos para a formação de equipe de instrutores e consultores especializados no segmento e profissionalizando líderes e colaboradores. Um outro lançamento previsto para o segundo semestre de 2018 é o que visa tornar o Senac MS referência na oferta de cursos e certificações na área de gerenciamento de projetos com a chancela do PMI (Project Management Institute), por meio da habilitação para oferecer treinamento em gerenciamento de projetos, emitir unidades de desenvolvimento profissional (PDUs) e atender aos requisitos de educação continuada necessários aos titulares de credenciais PMI.

Gestão para Excelência Com programas de Endomarketing, avaliação de desempenho e escola de liderança, o Senac mobiliza pessoas para o alcance dos resultados com foco no aprendizado e desenvolvimento contínuo da instituição e seus colaboradores. Também fazem parte do plano estratégico, ciclo 2016/2019, o desenvolvimento da infraestrutura física e tecnológica, com a construção de três novas unidades (Senac Turismo e Gastronomia, inaugurada recentemente, Senac Horto, em fase de ampliação e a Unidade integrada do Sesc e Senac em Ponta Porã, prevista para ser inaugurada em junho de 2018), a reforma do Departamento Regional e a melhoria das instalações do Senac no município de Corumbá. Outro projeto de grande envergadura sob a coordenação do Senac MS está relacionado a modernização das ferramentas de gestão, incluindo o desenvolvimento de um sistema de gestão acadêmica para a utilização de todos os Departamentos Regionais do Senac no Brasil, o Projeto SIG, um Sistema Integrado de Gestão. A previsão de conclusão da primeira versão é para dezembro de 2019. O Senac busca continuamente a melhoria de seus processos internos, abrangendo ações para o desenvolvimento da gestão para a excelência, como o plano de melhoria da gestão e a

SENAC HORTO - VIRTUAL

recertificação ISO 9001. Além disso, em 2018, a instituição migrará a sua certificação para a versão 2015 da Norma, a mais atual, fortalecendo ainda mais o seu compromisso com a satisfação do cliente e a qualidade dos serviços prestados. Na perspectiva de clientes e sociedade, está na estratégia do Senac oferecer soluções corporativas aderentes ao mercado, em programas como o Senac Empresas, Senac Varejo, a oferta de consultorias, entre outros serviços. Além disso, a instituição busca continuamente ter práticas de responsabilidade socioambiental, com destaque para a ampliação das ações do Programa ECOS, lançado em 2017 com o tema “Mudar hábitos muda o planeta”.

Novas unidades Além das ações implementadas por meio dos programas, o Senac também investe na construção e reforma de suas escolas. A Unidade Senac Turismo e Gastronomia entrou em funcionamento em abril deste ano. Com dez ambientes pedagógicos, o novo prédio vai possibilitar mais qualidade no ensino e o aumento da oferta de cursos nas áreas de turismo, hotelaria, eventos e gastronomia. Além disso, um restaurante-escola aberto ao público vai permitir que os alunos desenvolvam as competências estabelecidas nos cursos em um contexto real de trabalho, contando sempre com a supervisão dos docentes. Além disso, a expectativa é de que esta unidade se transforme, em 2019, na primeira Faculdade Senac no MS. A escola Senac Horto está em fase de ampliação e contará com cerca de 35 ambientes pedagógicos dos segmentos de Tecnologia, Saúde, Gestão, Comércio, Beleza e Estética. A previsão de conclusão é para dezembro de 2019 e a expectativa é de que esta unidade já seja inaugurada com a oferta de cursos superiores. No interior, um novo prédio está sendo preparado para abrigar o Senac Corumbá, que comportará todos os espaços atualmente existentes, bem como um auditório de 90 lugares, com total acessibilidade, visando principalmente a melhoria da qualidade oferecida aos clientes. O espaço deve ter suas atividades iniciadas em agosto de 2018. Em Ponta Porã, uma unidade construída em parceria com o Sesc em breve estará disponível para os cursos no segmento de estética, saúde, informática, gestão, turismo e gastronomia. Essa será também uma Unidade Polo nos cursos da Rede EAD (Cursos livres, Técnicos, Graduação e Pós-Graduação). A região de Três Lagoas também será beneficiada com uma unidade Senac, que está em fase de negociação para a construção do prédio. A nova unidade deve prever a possibilidade de ampliação, conforme as demandas advindas dessa região do Estado.

SENAC PONTA PORÃ

COMÉRCIO & CIA MAIO / JUNHO 2018

55


GESTÃO COMPETITIVA Por: Luciana Modesto Fotos: Mário Bueno

Cultura da Excelência Organizações promovem a melhoria da gestão com entendimento e gerenciamento da Cultura Organizacional

Aperfeiçoar as práticas de gestão, implantar sistemas de melhoria nos processos e desenvolver as lideranças nas empresas e organizações são alguns dos ganhos com a implementação da cultura da excelência. Os Fundamentos da Excelência implementados pelo Modelo da Excelência para Gestão® - MEG, promovem a geração de valor em várias perspectivas, desde a econômicofinanceira, quando há economia de recursos e melhor produtividade, passando pelo entendimento das necessidades e expectativas dos clientes e dos colaboradores, relacionamento com fornecedores e com o meio ambiente, até a compreensão e gerenciamento dos processos do negócio. E em todas essas perspectivas a Cultura Organizacional se faz presente por meio dos valores praticados e pelos costumes que formam as características das empresas. Para lançar um olhar mais cuidadoso e abordar como a Cultura Organizacional impacta no negócio e na gestão, o MS Competitivo promoveu palestra com Carlos Amadeus Schauff, do Instituto Paulista de Excelência da Gestão, durante o Encontro com a Gestão, eventos que são promovidos pela entidade mensalmente no Estado. “Quando falamos em cultura nos deparamos com algo muito amplo. Estamos nos referindo a fatores culturais subjacentes que são barreiras para implementar um Modelo de Excelência. São vícios e práticas não cooperativas que afetam as empresas”, pontua. Schauff explica que a cultura da excelência envolve os demais Fundamentos para Excelência, especialmente a geração de resultados, liderança transformadora, orientação por processos e pensamento sistêmico. Para o especialista, a Cultura de Excelência deve ser desenvolvida pelas lideranças com todas as suas equipes, seja nas empresas ou nas entidades públicas e privadas. “A metodologia participativa é a ferramenta ideal para melhorar os processos gerenciais. É preciso a participação de várias áreas para melhorar a gestão como um todo”. Em tempos de crise, a cultura da excelência é ainda mais eficaz para manter a sobrevivência de empresas e organizações. “Gerenciar é elencar prioridades. Em uma crise é preciso ficar atento. Fazer uma boa gestão é fazer uma boa eleição de prioridades e para isso é preciso ter uma inteligência gerencial”, explica. Nas pequenas empresas, inúmeras práticas podem gerar grandes resultados. Schauff enumera ações como acompanhar a satisfação de seus clientes, melhorar os processos internos, reduzir os custos, melhor empregar os recursos financeiros, contratar melhores fornecedores e ter uma melhor gestão da equipe. Segundo a diretora técnica do MS Competitivo, Olga Martinez, o debate sobre Cultura Organizacional traz uma

importante reflexão sobre como as empresas e instituições públicas e privadas podem fazer a transição entre as práticas modernas, possibilitadas pelo avanço da tecnologia nas empresas, e as práticas mais tradicionais. “A gente percebe que as empresas hoje convivem com a cultura da tecnologia dos jovens que estão chegando e as culturas de empregados mais antigos. As organizações que não conseguem levar essa convivência de maneira harmônica, podem perder sua identidade nesse processo. É preciso refletir que a cultura precisa ser entendida como algo mutável”, avalia. Na gestão pública, as práticas de excelência vêm sendo discutidas, implementadas e aprimoradas. O promotor de Justiça Paulo Roberto Gonçalves Ishikawa, supervisor de Planejamento e Gestão Estratégica do Ministério Público, tem participado dos debates para implementar novas práticas na entidade. “Embora seja bastante utilizado no setor privado, o setor público tem muito a melhorar com base nas boas práticas do MEG – Modelo de Excelência da Gestão ®”. Ishikawa participou do Encontro de Gestão pela primeira vez em março e está animado. “Todo conhecimento é bem-vindo. Temos que aproveitar essa oportunidade, o engajamento, o contato e a integração com outros órgãos e entidades para aprender”, diz.

Encontros com a Gestão A cada mês, o MS Competitivo traz novos debates para os participantes. No dia 21 de março, Schauff comandou a palestra “Desenvolvimento da Cultura Organizacional” e “Desenvolvimento de Planos de Melhoria da Gestão”. Ainda este ano serão promovidos novos encontros com temas que tratam sobre ferramentas para qualidade, processos, transformação e modelagem, gestão de risco, inovação e meio ambiente. Os encontros têm como foco disseminar os fundamentos de excelência, discutir casos de sucesso, trazer boas práticas e fazer com que as organizações tenham a gestão como prioridade em seu dia a dia.

Podemos ajudar na melhoria da Gestão da sua Organização

SAIBA COMO

Fone: 67- 3211.5333 | e-mail: contato@mscompetitivo.org.br Facebook: Instituto MS Competitivo | www.mscompetitivo.org.br


ARTIGO

Como está a habilidade de comunicação da sua empresa? As empresas, hoje, necessitam de profissionais que possam ser eficientes, proporcionando habilidade comunicativa que se traduz em ganho de tempo e dinheiro. E porque tempo e dinheiro estão alinhados à comunicação? O Tempo, porque no mundo conectado em que vivemos ser ágil e assertivo em convencer o interlocutor quanto a suas ideias ou produtos é muito relevante. Assim, o cliente não terá tempo de buscar pelo concorrente, ou mesmo na mesa de negociação, o resultado pode ser alcançado mais rapidamente. O Dinheiro, pois como diz o ditado: tempo é dinheiro. Mas não é só isso, quando pensamos na comunicação relacionada ao dinheiro precisamos ver mais a fundo, pois ela está ligada a todo o negócio. Nas relações entre empresa, clientes e fornecedores; Nas relações entre líderes e liderados; Na comunicação entre as equipes; Na disseminação da cultura, dos valores e da missão da empresa para seus colaboradores e clientes e; Na maximização de informações para se alcançar resultados estratégicos da corporação. Quando todos esses fatores fluem bem, a empresa reduz custos e foca nos seus ganhos e melhorias nas relações de trabalho. Portanto, é decisivo ter habilidades para usar a comunicação de maneira mais eficaz em caminhos que proporcionem condições de ser assertivo: de saber fazer uma leitura da situação comunicativa em que está inserido, de conseguir rapidamente fazer ajustes que possam ser favoráveis, ser capaz de demonstrar equilíbrio emocional e controle de situações de conflitos, saber ler a comunicação não verbal, conhecer sobre técnicas argumentativa que influenciam o ouvinte de maneira inconsciente e muito mais. O bom é que tudo isso pode ser aprendido em qualquer estágio da vida ou de evolução da empresa. A maneira como a comunicação é realizada dentro de um empreendimento é percebido principalmente pelo cliente final. Por exemplo, se um líder possui uma estrutura de comunicação rude e pouco empática, seus liderados também irão se comunicar dessa forma com suas equipes e clientes. Isso acontece porque aprendemos a nos comunicar por imitação, é isso mesmo, imitamos os ajustes de voz, fala, ritmo, argumentos, vocabulários, gestos e tudo mais do meio em que estamos inseridos. Observe quando viajamos e voltamos para casa. Muitas vezes, trazemos algumas características comunicativas dos locais por onde andamos, isso é imitar, acontece muitas vezes de maneira inconsciente. Assim é também com a forma como as pessoas se relacionam e se comunicam na empresa.

É interessante pensar estrategicamente a comunicação da empresa, mas como seria isso? Buscar uma forma homogênea, construindo e desenvolvendo diálogos mais saudáveis para o negócio. Na prática, é possível criar uma forma de ter reuniões mais produtivas, por exemplo, quando elaborado um contrato de convivência específico para as reuniões e comunicado de maneira rápida antes de começar os encontros, tudo flui com mais rapidez, eficiência e de forma mais harmônica. E nisso alcançamos as premissas que coloquei no início do artigo: o ganho de tempo e dinheiro. Existem muitas estruturas e ferramentas comunicativas que podem ser criadas para gerar resultados positivos para a empresa, basta ter um olhar aberto para identificar o formato atual, conhecer os novos ajustes que podem ser inseridos e ter abertura para implementar. Sempre que a comunicação é trabalhada há uma enorme melhoria nas relações entre as pessoas que compõem a empresa. E o maior ganho é o amadurecimento das relações internas que, consequentemente, refletirá na relação com os clientes e fornecedores. Equipes maduras comunicativamente geram melhores resultados. Olhe como você está se comunicando com todos a sua volta, e me refiro a todos mesmo, não só na empresa. A comunicação está em tudo e você não precisa falar, basta chegar no ambiente e já estará informando algo, por isso é tão importante se observar. Comunicar é estar presente, sua empresa pode estar presente em muitos lugares então coloque-a se comunicando com o mundo.

ANA KELLY MARTINEZ Fonoaudióloga. Facilitadora e mediadora de grupos, com especialização pela Sociedade Brasileira de Dinâmicas de Grupos – SBGD. Coach de Executivos, equipe e negócio certificação internacional pela ICC (International Coaching Community). Especialista em Audiologia Clínica com aperfeiçoamentos em Voz. Atua com consultora em Comunicação Humana e Empresarial. Sócia-Proprietária da Falarte - Comunicação Humana e Empresarial. Desenvolvedora de metodologias de treinamento e de programas de desenvolvimento para empresas como SEBRAE, SEAC e PROFAC, SINCREDI/MS, TO, GO, JBS entre outras.

COMÉRCIO & CIA MAIO / JUNHO 2018

57


TECNOLOGIA Por: Aline Oliveira Fotos: Arquivo pessoal

Informática: ferramenta de negócio Dicas para acertar na compra e manutenção de equipamentos Ao abrir uma empresa, um empreendedor precisa fazer boas escolhas: o nome do negócio, sua localização, quais estratégias apostar para divulgar seu produto ou serviço, qual o visual da fachada, a decoração interna, cada detalhe importa muito. Para gerir seu negócio, controlar suas vendas e seu estoque, outra escolha merece atenção: em quais equipamentos de informática o empresário deve investir, pois trata-se do armazenamento de informações extremamente relevantes para o empreendimento. Por serem produtos com custo mais elevado, o empresário precisa buscar orientação técnica especializada, tanto para compra quanto para manutenção do maquinário. Contar com a colaboração de especialistas do ramo pode proporcionar mais economia na compra dos equipamentos e no trabalho preventivo, que poderá garantir maior vida útil de computadores e outros aparelhos comuns aos dia a dia de uma empresa. O empresário Wellington de Paula Bogado, proprietário da Villa da Informática, dá algumas dicas para dar o pontapé inicial no negócio e seguir sem dor de cabeça. Bogado traz informações que reuniu ao longo de sua vivência e experiência na área, quando começou aos 16 anos, investindo no Curso de Manutenção de Computadores, no Senac MS. De lá para cá, com o incentivo da família e dos amigos, montou sua empresa, buscou mais conhecimento e hoje compartilha orientações que podem agregar na gestão de outras empresas. Na avaliação do profissional, a primeira decisão para iniciar um negócio diz respeito à internet, já que na atualidade tudo gira em torno da tecnologia. Ele explica que uma internet com velocidade de cinco megabytes é suficiente para começar. “É preciso esclarecer que a velocidade para navegação será melhor de acordo com a capacidade do processador e muitas pessoas acabam contratando sinal maior do que o equipa-

WELLINGTON DE PAULA BOGADO, PROPRIETÁRIO DA VILLA DA INFORMÁTICA

58

COMÉRCIO & CIA MAIO / JUNHO 2018

mento comporta, o que significa desperdício de dinheiro”, explica. Outros itens merecem atenção: um computador com pelo menos cinco gigabytes de memória, uma boa placa de vídeo, uma impressora multifuncional (para escanear e imprimir documentos), nobreak, roteador e uma linha de telefone fixo complementam a lista de compras. Com tudo funcionando, a próxima dica é quanto à manutenção. Na avaliação de Bogado, a assistência aos equipamentos deve ser feita por especialistas. O empresário alerta que é comum funcionários tentarem “arrumar” algum problema no computador ou no roteador, por exemplo, e acabarem piorando a situação. “É preciso orientar os funcionários sobre ações que parecem simples, mas fazem toda a diferença na vida útil da máquina. Uma das mais importantes é ligar e desligar corretamente. Quando o usuário desliga o equipamento no botão ou tira da tomada, pode queimar o disco rígido ou algum outro componente. O correto é sempre seguir as etapas de desligamento com o mouse, pois até o sistema operacional pode ser corrompido por picos de energia”, observa. Outra dica importante é sobre os downloads que devem ser feitos com cuidado e atenção, evitando sempre sites pouco conhecidos e que 'camuflam' vírus e programas espiões conhecidos como spywares. Estes últimos podem, no mínimo, deixar a máquina lenta ou em casos mais graves, coletar informações sobre uma ou mais atividades realizadas em um computador. Bogado adverte quanto ao roteador, que controla e distribui o sinal de internet na empresa. Conforme a explicação feita pelo profissional, é preciso colocar senha no equipamento, pois o vírus também pode entrar pelo dispositivo DNS. “O usuário não tem como saber se um site é malicioso e, enquanto navega, pode abrir caminho para a instalação de spywares altamente perigosos, que coletam informações de senhas e dados internos da empresa”, pontua. Com as impressoras, o técnico afirma que os cuidados devem ser tomados no manuseio, com atenção para o atolamento de papel e a entrada da tinta do cartucho, que pode ressecar e entupir, prejudicando assim a qualidade da impressão. Cuidando do manuseio correto e investindo na manutenção preventiva dos equipamentos, o empresário pode economizar, e muito, evitando trocas ou novas aquisições. “Como todo equipamento eletrônico, os computadores e notebooks precisam de assistência para prolongar sua vida útil. A limpeza frequente, pelo menos uma vez ao ano, evitará o aquecimento da máquina e a queima de componentes internos. Estes cuidados devem ser redobrados com os notebooks, que são mais vulneráveis ao acúmulo de poeira e superaquecimento quando manuseados em ambientes não comerciais”, reforça o profissional.


SERVIÇOS Augusta Life Store Rua 15 de Novembro, 214 - Sala 01 - Centro Campo Grande - MS Telefone: (67) 3201-2520

Oka Fast Fit Rua Marquês de Pombal, 1711 Campo Grande - MS Telefone: (67) 99918-0806

Automobi www.automobi.com.br Rua Brasil 205, Monte Castelo Campo Grande - MS Telefone: (67) 3222-9600

Osvaldo Serviços de Refrigeração Rua Adélia, 138, Bairro Moreninha 2 Campo Grande -MS Telefone: (67) 99198-0081

Bar Velfarre Rua José Antônio Pereira, 1002 - Centro Campo Grande - MS Telefone: (67) 3253-8163 Bar Capim Guiné Rua Antônio Marquês, 537 - Tiradentes Telefone: (67) 99981-5272 Campo Grande a Tiracolo www.campograndeatiracolo.com/ Telefone: (67) 3349-1620 / 99985-1074 Falarte - Centro de Desenvolvimento da Comunicação Humana www.falarte.com.br Telefone: (67) 3213-5946 / 99980-1311 Gatito Milk Shake Rua da Divisão 434, Jardim Parati Campo Grande - MS Telefone: (67) 98109-5468 Julieta Moda Íntima Rua Euclides Cunha, 942, sala 3 Campo Grande - MS Telefone: (67) 98111-0089 Julyana Oshiro - Psicóloga Telefone: (67) 99964-5805 Junior Mohr - Fotógrafo Telefone: (67) 98119-0681 Junior Achievement Mato Grosso do Sul Avenida Mato Grosso, 1661, Centro Campo Grande - MS Telefone: (67) 3389-5474 Living Lab MS Rua Brasil, 205, Monte Castelo Campo Grande - MS Telefone: (67) 3389-5411 Lucro Ideal Rua Princesa Izabel, 390, Jardim dos Estados Campo Grande/ - MS Telefone: (67) 99667-5668 Marithê Santos Lopes - Fotógrafa Telefone: (67) 99272-3777 Nícolas Carrelo - Fotógrafo Telefone: (67) 99645-1970

Palhas do Vini Instagram: @palhasdovini Telefone: (67) 98105-4268 Prefeitura Municipal de Aparecida do Taboado Rua Elias Tolentino de Almeida, nº 4098 - Jardim São Bento Aparecida do Taboado - MS Telefone: (67) 3565-8100 Pizzaria e Restaurante Recanto Avenida Presidente Vargas, 4146 Aparecida do Taboado - MS Telefone: (67) 3565-1224 Restaurante Delírio Fit Rua Antônio Maria Coelho, 4430. Campo Grande - MS Telefone: (67) 9944-1101 Sebrae Avenida Mato Grosso, 1661, Centro Campo Grande - MS Telefone: 0800-570-0800 Sesc Cultura Avenida Afonso Pena, 2270 Campo Grande - MS Telefone: (67) 3311-4458 Senac - Unidade Turismo e Gastronomia Avenida Antonio Maria Coelho, 3368 - Jardim dos Estados Campo Grande - MS Telefone: (67) 3312-6260 Sindicato dos Comerciantes de Aparecida do Taboado (Sindivarejo) Rua Carlos Alves Ferreira, nº 928 – Centro Aparecida do Taboado - MS Telefone: (67) 3565-2993 Soft Depilação Rua São Bento, 150 - Jardim São Bento Campo Grande - MS Telefone: (67) 3222-4939 Taís Miglioranza Atelie Instagram: @taismiglioranzaatelie Telefone: (67) 99144-3310 Villa Informática Rua Grêmio, 100, Jardim Panamá Campo Grande – MS Telefone:(67) 3213-1687/ 99294-6398

COMÉRCIO & CIA MAIO / JUNHO 2018

59





Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.