Revista Comércio & Cia Edição 42

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P U B L I C AÇ ÃO D O S I S T E M A F E CO M É R C I O M ATO G R O S S O D O S U L | A N O 7 | E D I Ç ÃO Nº 42 | M A R ÇO / A B R I L | 2018

Mães empreendedoras

DESIGNED BY PHOTODUET / FREEPIK

O universo de quem consegue aliar maternidade e negócio

IPF MS

Inovação

Negócios

Segmento de vestuário cresce mais de 28%

Lojas colaborativas são opções para redução de custos

Dívidas: renegociar ou não?




EXPEDIENTE

PRESIDENTE DA FECOMÉRCIO MS Edison Ferreira de Araújo DIRETORIA

EDIÇÃO Sato Comunicação contato@satocomunicacao.com.br Facebook: Sato Comunicação - Instagram: Grupo Sato

1° VICE-PRESIDENTE - José Alcides dos Santos

EDITORA-CHEFE - Luciana Modesto DRT/MS 142

2° VICE-PRESIDENTE - Adeilton Feliciano do Prado 1° SECRETÁRIO - Denire Carvalho

REPORTAGEM - Ana Lúcia Abrão DRT/MS 266, Fabiane Sato DRT/MS 042, Julio Mendes MTB/MS 1216 e Luciana Modesto DRT/MS 142.

2° SECRETÁRIO - Fabiano José Lopes

REVISÃO - Sato Comunicação

1° TESOUREIRO - Sebastião José da Silva

PUBLICIDADE - Comunicação Fecomércio/MS

2° TESOUREIRO - Valter Mario Silva Castro

FOTOS - Mário Bueno MTB/MS 166

SUPLENTES DA DIRETORIA Sueide Silva Torres; Roberto Rech; Ricardo Massaharu Kuninari; Carlos Roberto Bellin; Benjamin Chaia; Celso Casagranda

PROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO - EI • Elaboração de Ideias

CONSELHO FISCAL - EFETIVOS Oswaldo Fernandes; Luiz Tadeu Gaedicke; Carlos Queiroz de Almeida CONSELHO FISCAL - SUPLENTES Fábio Ângelo Bigolin; Jonas Chaves Júnior; Adilson Amorim Puertes

DIRETOR DE CRIAÇÃO - Wilson Matheus COMERCIALIZAÇÃO Departamento de Relações com o Mercado – FECOMÉRCIO MS Rua Almirante Barroso, 52, Bairro Amambaí, CEP: 79008-300 - Campo Grande/MS Fone: 67 3311-4440 / 3042-0112 | 67 99825-0112 / 99267-9267 comercialrevista@fecomercio-ms.com.br

SINDICATOS DA BASE FECOMÉRCIO/MS

SIND. COM. VARJ. DE AMAMBAI / SIND. COM. DE A PA R E C I D A D O TA B O A D O / S I N D. C O M . VA R J . AQUIDAUANA / SIND. COM. VARJ. CAMPO GRANDE / SIND. COM. VARJ. DE CORUMBÁ / SIND. DESPACHANTES NO EST. DE MS / SIND. COM. ATAC. E VARJ. DE DOURADOS / SIND. COM. VARJ. NAVIRAÍ / SIND. COM. VARJ. PARANAÍBA / SIND. COM. VARJ. PONTA PORÃ / SIND. REP. COM. AUTÔN. E EMP. DE REP. COM. MS / SIND. COM. VARJ. MAT. CONST. CG / SINDSUPER / SIND. VARJ. PROD. FARMACÊUTICOS DE MS / SIND. COM. VARJ. TRÊS LAGOAS / SIND. EMP. CENTRO DE FORM. CONDUT. DE VEÍCULOS DO MS / SIND. REV. VEÍC. AUT. DE CG / SIND. PROP. SALÕES DE BARBEIROS, CABELEIREIROS, INSTITUTO DE BELEZA DE MS / SIND. CO M. VA R J. D E N O VA A N D R A D I N A / S E AC/M S SINDICATO DA EMPRESAS DE ASSEIO E CONSERVAÇÃO DO ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL. SUPERINTENDENTE FECOMÉRCIO-MS Valmira Gomes Carvalho DIRETOR REGIONAL DO SENAC/MS Vitor Mello DIRETORA REGIONAL DO SESC/MS Regina Ferro

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Sugestões & Opiniões revista@fecomercio-ms.com.br

TIRAGEM DA REVISTA: 5.000 MIL EXEMPLARES


PALAVRA DO PRESIDENTE Entre os anos de 2010 e 2015, mais da metade dos novos negócios no país foram abertos por mulheres. Elas, que há tempo assumem cargos de direção e gerencial de empresas, se desafiam em novos caminhos: como empreendedoras. Mulheres que alinham carreira profissional com toda sua rotina e cuidados familiares - estas são as mães empresárias que você vai conhecer, aqui na Comércio&Cia. Nesta edição, também vamos evidenciar os novos desafios e oportunidades que a Reforma Trabalhista traz aos empresários. Como a desburocratização da rescisão dos contratos de trabalho e a nova forma de vínculo trabalhista, agora por meio dos contratos de trabalho intermitentes. Na área da economia empresarial, contamos com a palavra de especialistas e consultores que apresentam orientações sobre renegociação de dívidas, e ainda detalhes sobre o eSocial - o sistema que unifica o envio de informações pelo empregador em relação aos seus trabalhadores. E com o objetivo de mostrar as novas oportunidades de negócios em Mato Grosso do Sul, trazemos exemplos de como os nichos de mercado podem ser um bom investimento. E para quem inicia no empreendedorismo, mostramos como as novas organizações empresariais - a exemplo das lojas colaborativas - podem ajudar os pequenos investidores a entrarem no mercado. Esta inovação conta com o apoio do Sebrae/MS, da Fecomércio-MS e de setores governamentais com o objetivo de estimular a competitividade empresarial e alavancar a economia do Estado. Novos desafios mas com novas oportunidades - precisamos olhar para o futuro. Desejamos uma boa leitura.


NESTA EDIÇÃO

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CAPA

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IPF MS

Mães empreendedoras se unem para trocar experiências e fortalecer negócios.

Segmento de vestuário cresce mais de 28% em 10 anos no comércio.

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NEGÓCIOS Ajustar as contas é fundamental para o sucesso do negócio - saiba o momento certo para a renegociação .

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INOVAÇÃO Microempreendedores reduzem custos com criação de loja colaborativa.

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GESTÃO DE PESSOAS Delegar tarefas corretamente nas empresas traz bons resultados.

22

TECNOLOGIA

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GESTÃO DE NEGÓCIOS

18

Sistemas de automação proporcionam vantagens para empresas.

Inteligência competitiva: as informações de mercado como ferramentas essenciais para o sucesso dos negócios.

26

LEGISLAÇÃO Como o contrato de trabalho intermitente pode beneficiar empregado e empregador.

28

SEGMENTAÇÃO

32

SESC MS

Nichos de mercado: como vender para um público tão segmentado.

28 Saiba quais os serviços oferecidos e quem pode usufruir deles.


34

ENTREVISTA

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TURISMO

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ORIENTAÇÃO

Marcos Augusto Netto, presidente do Secovi-MS, fala sobre os sinais do mercado imobiliário para a retomada da economia.

Cidade Morena mostra seu potencial para segmento turístico.

Saiba mais sobre a homologação de acordos trabalhistas .

36 42

CRIATIVIDADE

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CENÁRIOS MS

Festas intimistas reduzem custos e garantem personalidade e maior proximidade dos anfitriões.

Nova Alvorada do Sul, cidade jovem.

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SENAC MS

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PASSO A PASSO

54

FECOMÉRCIO MS

41

Programa de Arquitetura e Design traz inovações ao mercado.

O que muda com o eSocial nas empresas.

34º CNSE traz debate sobre desafios pós-reforma.

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GESTÃO COMPETITIVA Nova economia traz mudanças para grandes e pequenas empresas.

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ARTIGO Turismo e Maturidade - Maturishow.


CAPA

FOTO: ALEXÍS PRAPPAS

Por: Luciana Modesto fotos: Mario Bueno

MÃES DA ALDEIA MATERNA QUE TAMBÉM CONTRIBUEM COM O PROJETO MAE - MATERNIDADE EMPREENDEDORA DA ALDEIA

O universo de quem consegue aliar maternidade e negócio Depois de conquistar cargos geralmente ocupados apenas por homens, o desafio foi chefiar seu próprio negócio. E os dados comprovam que as mulheres também estão preparadas para empreender. Segundo o Sebrae/MS, 50% dos novos negócios abertos entre 2010 e 2015 são de mulheres que resolveram abrir uma empresa. E essa evolução não é tão recente. Isso porque de acordo com a pesquisa Global Entrepreneurship Monitor (GEM), realizada pelo Sebrae Nacional, nos últimos 14 anos, o número de empresárias aumentou em 34%. Nesse universo, muitas gerenciam não apenas o empreendimento, mas a educação dos filhos. Cada vez mais as mães encaram a oportunidade de empreender buscando mais flexibilidade na rotina. Para a diretora-técnica do Sebrae/MS, Maristela de Oliveira França, a tecnologia foi a principal ferramenta facilitadora nessa missão. “Hoje a mãe empreendedora tem a acessibilidade da informação, que é infinita, e está online para empreender, para gerir seu negócio, resolver sua agenda”, afirma. DIRETORA-TÉCNICA DO SEBRAE/MS, MARISTELA DE OLIVEIRA FRANÇA

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FOTO: ALEXÍS PRAPPAS FOTO: ALEXÍS PRAPPAS

MÃES DO PROJETO MAE TROCAM EXPERIÊNCIA PARA SE FORTALECER NOS NEGÓCIOS

FERNANDA DE ARAÚJO COM OS FILHOS ENZO, CINCO ANOS E ANGELINA, TRÊS ANOS

Outro fator que tem contribuído para a consolidação das mães nesse mercado é a troca de experiências e a ajuda que cada uma delas tem prestado para outras mulheres. “Ultimamente tem aumentado a cooperação entre as empreendedoras. Elas entenderam que não precisamos mais competir com os homens e nem nos tornarmos heroínas", diz Maristela. Para a executiva, a mulher precisa deixar de lado a crença de que precisa de superpoderes para administrar a família e os negócios. “Quem busca sucesso, precisa, em primeiro lugar, ter humildade de saber que necessita de ajuda, buscar conhecimento para minimizar o risco de investir em algo que não traga retorno e conviver com empreendedoras que já estão nessa jornada, aprendendo não apenas com os acertos mas com os erros”, orienta. A necessidade de troca de aprendizado entre as mães foi o que motivou a criação do projeto MAE - Maternidade Empreendedora da Aldeia, pelas fundadoras do Aldeia Materna, que já prestava atendimentos com eventos de orientação e apoio sobre educação, saúde, entre outros temas. “Foi uma iniciativa que começou em 2013, com uma demanda da própria comunidade de mães da Aldeia, que encontraram no empreender uma nova fonte de renda”, conta uma das fundadoras do grupo, Fernanda de Araújo. As orientações vão de informações sobre abertura de empresa, até como otimizar os negócios. “Além disso, uma mãe sempre indica outra. Isso podemos chamar de economia da gentileza, pois mães estão conectadas a outras várias redes de contato que uma mãe empreendedora pode ampliar a partir do momento das trocas de indicações”, explica. O MAE possibilita ainda a exposição de produtos para que as empreendedoras tenham escoamento de sua produção ou divulgação do seu trabalho, e ainda viabiliza cursos e participações em feiras.

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CAPA

BÁRBARA E AS FILHAS ISADORA (ESQUERDA) E JULIA (DIREITA)

Quem também pensou em colaborar com as mães foi a jornalista Bárbara Vitoriano, idealizadora do Empreender Materno, criado há quatro anos. “Atualmente ele foca em mostrar para as mães empreendedoras o potencial da internet, sendo o negócio delas físico ou digital, em mostrar para elas o quanto podem crescer e transformar seus negócios, com a ajuda das redes sociais e da internet em geral”, explica Bárbara. Mãe de Júlia, de nove anos, e de Isadora, de quatro anos, Bárbara sabe bem como é a missão de empreender e estar presente na vida das filhas. “É um grande malabarismo. Não é fácil, nem simples e é preciso rede de apoio, tanto física quanto emocional”, diz. Além do marido, Adaylon, e de toda a família, a escola e grupos de mães têm sido a rede que ampara Bárbara constantemente. “É bom trocar ideias com outras mães que passam pelas mesmas situações”, conta a jornalista que está à frente de projetos em redes sociais como o Indiretas Maternas, o CG com Crianças, que leva junto a contadora Danila Lima, um blog e um canal pessoal no youtube. O empreendedorismo surgiu na vida de Bárbara quando engravidou da segunda filha. Até então, os projetos que tocava eram mais por hobby. “Queria e precisava ter mais controle sobre minha rotina de trabalho, ter flexibilidade para estar mais presente na vida das meninas, sem deixar a carreira de lado. Foi aí que fiz a transição do trabalho formal para me dedicar 100% aos projetos”, lembra. Barbará também vê na dedicação ao trabalho um exemplo que pode deixar para as

filhas e uma contribuição para a sociedade. “A verdade é que, depois que nos tornamos mães, vemos o mundo de outro jeito e queremos um mundo melhor para nossos filhos. Esse é outro motivador do empreendedorismo materno”. O conselho para quem arriscou aliar maternidade e empreendedorismo é contar com uma rede de apoio, principalmente nas férias escolares dos pequenos. Para a jornalista, essa ajuda pode ser fundamental porque a mãe que deseja fazer essa transição precisa ter em mente que uma empresa demanda tempo, trabalho e dedicação. Outra dica é investir no planejamento, não apenas da empresa, mas dessa nova fase.

BÁRBARA VITORIANO

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NAYARA, ALINE E DANIELA, À FRENTE DA LE PETIPOLÁ

Quem trocou a rotina puxada do trabalho para ter mais tempo com as filhas foi a arquiteta Daniela Shimabukuro, mãe de Amanda, de seis anos, e Fernanda, de quatro anos, que junto de Aline Rian, mãe de Miguel, de quatro anos, e a arquiteta Nayara Santiago, tocam a empresa Le Petipolá. Tratase de uma brinquedoteca que também promove festas infantis mais lúdicas, com brincadeiras que nem passam perto dos eletrônicos. "A ideia era montar um espaço onde os pais pudessem interagir com as crianças, sem brinquedos de plásticos, mas com atividades mais educativas e divertidas, que estimulassem a coordenação motora e visual e também a criatividade dos pequenos", explica Daniela. O planejamento para abrir o negócio durou um ano e meio e contou com consultorias da capital de São Paulo. Isso trouxe mais segurança para encarar o desafio lançado em agosto de 2017, com a abertura da empresa que hoje conta com arteeducadores e professores na equipe. Da vontade inicial de montar uma brinquedoteca, a empresa agregou novas ideias, como a promoção de festas e até mesmo de eventos corporativos como forma de promover atividades com os filhos de funcionários. Para que cada festa ou evento se torne especial e seja personalizado, a equipe faz um bate-papo com os pais e com a criança, para levantar cada detalhe importante para a família. As atividades

vão desde aulas de gastronomia para os pequenos a oficinas para que as crianças façam suas próprias lembrancinhas da festa. A inovação nos serviços já deixou Campo Grande para atender outros municípios próximos. A Diretora do Sebrae/MS observa que no mundo do empreededorismo feminino tem aumentado a cooperação das mulheres, aprendendo uma com as outras; há uma humildade de se buscar informações e de aprender com as outras empreendedoras que venceram. "A mulher quando acredita e descobre que tem potencial ela avança. O mundo dos negócios precisa da leveza feminina".

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IPF MS Por Luciana Modesto Foto: Mário Bueno

a t l a Em SEGMENTO DE VESTUÁRIO CRESCE MAIS DE 28% EM 10 ANOS NO COMÉRCIO

O segmento do vestuário de Mato Grosso do Sul, nos últimos dois anos, tem sentido os reflexos significativos da instabilidade econômica, mas, apesar disso, possui um importante papel na indústria e comércio, que de 2006 a 2016 demonstrou sua expressiva participação no mercado. A avaliação é do Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento da Fecomércio-MS (IPF-MS). Segundo a economista do IPF-MS, Daniela Dias, nesse período, o número de empresas de produção e fabricação de artigos do vestuário cresceu 4,55%. No comércio, o número de empresas saltou de 4.047 em 2006 para 5.192 em 2016, detendo um crescimento de 28,29%. “O segmento de Moda, principalmente o de vestuário, é representativo no Estado. Se formos avaliar o comércio em geral, que soma 22.414 empresas, esse segmento representa 23,16% do total”, aponta Daniela.

DANIELA DIAS

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O setor é responsável por 6,79% do total de empregos gerados no comércio em geral. Segundo os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED), houve também uma evolução na geração de empregos, ao demonstrar um aumento de 45,22% para o comércio, saindo de 5.862 empregos em 2006 e atingindo 8.513 em 2016. Na fabricação, passou-se de 3.525 em 2006 para 4.042 postos de trabalho em 2016. Dentre os municípios que se destacam na geração de emprego para produção e fabricação de artigos do vestuário estão: Campo Grande, que concentra 46,17% do total de empregos do comércio e da indústria no Estado, seguido por Mundo Novo, com 9,55%, e Dourados, com 9,10%. No comércio, Campo Grande detém 37,52%, com 3.194 empresas, Dourados segue atrás com 10,76%, somando 916, e Ponta Porã, com 4,44%, representando 378 empregos. “Percebe-se a partir dessas informações a significativa representatividade do vestuário tanto no que diz respeito a produção, quanto ao comércio e, por isso, a necessidade de recuperação após a instabilidade econômica”, afirma. A economista ressalta que as empresas que obtiveram resultados positivos nesses últimos anos são justamente as que buscaram preparo, conhecimento e melhoraram os processos de gestão e atendimento. “Os vendedores precisam estar bem preparados para entender os gostos e preferências do consumidor, saber das tendências e oferecer dicas para quem está disposto a comprar”, aconselha. Daniela enumera outras estratégias como investir na fidelização dos clientes, buscar parcerias para participar de eventos ou mesmo promover eventos em lojas, se credenciar em aplicativos de vendas, e, quem sabe, ir além e ousar entrar no e-commerce, a venda digital que tem crescido exponencialmente e pode ser trabalhada em paralelo com as vendas físicas.


EMPRESA FOCA NA VENDA DE VESTUÁRIO E CAFÉ E INOVA AO ABRIR O NEGÓCIO EM UM CONTÊINER

Moda lucrativa e sustentável Em Naviraí, a empresária Isa Monteiro está à frente da Perpétua Café Brechó, com um ano de funcionamento. O ambiente aconchegante e o conceito de sustentabilidade são os grandes diferenciais da empresa, que aposta na venda de peças de vestuário seminovas, e ainda serve café e sobremesas no local. Hoje, além do apoio do marido Otávio, que colaborou na estruturação da loja, que funciona dentro de um contêiner, a empresa emprega 10 pessoas. Para fazer dar certo, Isa investiu em capacitação e conhecimento, antes mesmo de apostar no mercado da moda. “Nunca tive um sonho de montar um negócio, mas sempre tive aquela vontade de fazer, de realizar algo. Fiz o Empretec, do Sebrae/MS e senti que eu tinha uma veia empreendedora”, diz Isa. Em 2015, quando se mudou para Naviraí, começou a observar o mercado e a avaliar em qual segmento investir. “Fiz pesquisa de mercado, plano de negócios, consultoria de marketing, de recursos humanos, de visual merchandising e de layout de lojas. Mesmo o processo seletivo e a formação de equipe, fiz orientada por uma consultoria”, conta. Com toda essa bagagem e trabalhando dois meses com a equipe, antes de abrir o negócio, Isa acredita que fez uma escolha assertiva e espera crescer ainda mais.

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NEGÓCIOS Por: Ana Lucia Abrão Fotos: Divulgação/João Bertoche

DÍVIDAS

renegociar ou não? Como encontrar a melhor saída Muitos empresários têm dúvidas na hora de conduzir suas finanças, seja por inexperiência, pela incerteza do futuro, ou simplesmente por uma situação nova ou inesperada que surgiu. Os motivos são inúmeros, mas certo é que, todo empresário, vez ou outra, não tem certeza sobre o melhor caminho a seguir. O processo de renegociação, por exemplo, tanto de dívidas quanto de prazos, deixam dúvidas sobre como o empresário deve agir. Faltou dinheiro? Como é possível regularizar o pagamento? Qual a melhor estratégia para não descapitalizar no momento econômico delicado? De acordo com o consultor em gestão empresarial e capacitação gerencial do Sebrae Nacional, Antônio Carlos de Matos, a renegociação de dívida é sempre motivada pela necessidade de se alterar a forma de pagamento para gerir melhor os negócios. “Havendo disponibilidade de recursos pode ser interessante reduzir o prazo para pagamento se conseguir descontos. Já diante da falta de recursos ou a necessidade de aplicá-los em outra prioridade, uma alternativa pode ser esticar o prazo da dívida, postergando pagamentos ou reduzindo valores de parcelas”, observa. O consultor ressalta ainda que existem três tipos de dívidas a serem consideradas e, para cada caso, uma solução diferente. Quando são causadas por recursos aplicados em investimentos, há uma previsão de que gerem recursos mais do que suficientes para pagar o credor. “Se estes recursos foram tomados em bancos, certamente o bem em questão foi dado como garantia, neste caso cabe sempre negociar com o banco ajustes no formato de pagamento”. Já se a dívida é causada por uma compra a prazo, então é possível negociar

ajustamento com os fornecedores, mesmo em situações extremas. E existe ainda um terceiro tipo, considerado o pior de todos, que deve ser evitado a todo custo: o de tomar um empréstimo para pagar outras dívidas. “No dito popular: ‘abrese um buraco para tapar outro’, e o resultado é a perpetuação da situação de devedor. Ideal é negociar com o atual credor formas de viabilizar o pagamento”, justifica. Porém existe uma situação em que esse tipo de dívida pode ser vantajoso e precisa ser muito bem avaliado, que é quando o custo do serviço da nova dívida é menor do que o custo da anterior. “O mais importante é o senso de responsabilidade do devedor, dando aos credores certeza em receber. Com isso, não há realmente razão para desespero”. Uma alternativa à renegociação pode ser um novo investimento focado em aumentar o lucro da empresa, mas os riscos devem ser levados em consideração. Se o investimento não traz aumento de lucro ou sua preservação, ele deve ser desconsiderado. Mesmo uma empresa com dificuldade de sanar as dívidas pode ter como alternativa investir para geração de lucro, pois somente com lucro ou com dinheiro injetado pelos sócios é que se paga dívidas passadas sem criar novas. Outro ponto a ser observado é enxugar ao máximo os custos da empresa, e não somente em épocas de crise. “A empresa precisa buscar o ‘desperdício zero’. Empresa enxuta significa sem desperdício, sem ociosidade, todos os recursos utilizados com zelo. Isso é fundamental porque a margem de lucro unitária das empresas, principalmente a pequena e

Antônio Carlos de Matos

Gláucio Zanettin Fernandes

Consultor em Gestão Empresarial Capacitação Gerencial do Sebrae

Superintendente estadual do Banco do Brasil no Mato Grosso do Sul

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micro, é muito pequena, qualquer desperdício pode anulá-la. ” O consultor aponta que o desperdício pode estar em qualquer lugar, como no consumo de energia, água, comunicação, tempo, espaço mal aproveitado, desentendimentos entre pessoas, além dos tradicionais desperdícios de materiais. Uma opção para quem opta pela renegociação é procurar os bancos para saber o que eles podem disponibilizar nesses casos. Por exemplo, o superintendente estadual do Banco do Brasil no Mato Grosso do Sul, Gláucio Zanettin Fernandes, destaca que sua instituição sempre oferece alternativas compatíveis às necessidades dos clientes. Para isso, busca entender detalhadamente o fluxo de caixa e a situação econômica financeira de cada tomador para prover as melhores soluções financeiras disponíveis e específicas em

cada situação. “De acordo com a condição do cliente e mediante análise técnica de viabilidade, pode se estudar alternativa que possa apoiar a melhora de liquidez e até mesmo a redução de encargos para os clientes, como a portabilidade de crédito”, esclarece Fernandes. Assim, o empresário que pretende negociar deve procurar alguma agência do banco de seu interesse para avaliar as possibilidades. De acordo com o superintendente, os gerentes estão preparados para a oferta de consultoria, de linha de crédito adequada ao perfil do investimento ou necessidade de capital de giro dos clientes. “A tomada de recursos de forma compatível à finalidade do crédito, sem dúvidas, contribui para uma melhor gestão financeira e solidez das empresas”, ressalta.

Confira as orientações do consultor para identificar o que gerou essa situação e como se reorganizar para evitar que se repita Existe a dívida boa, quando o empresário busca recursos de financiamento para expansão e investimento. Geralmente é dívida de longo prazo, juros menores, carência no início, tal que dá tempo deste recurso gerar resultado com o qual se paga a dívida. E existe a dívida ruim, aquela gerada para pagar outra dívida. Isso ocorre em duas situações. Primeira, precisa pagar aos credores antes de receber dos clientes. À medida em que empresa cresce neste formato, uma hora se esgotam os recursos próprios e há a necessidade de buscar empréstimo de curto prazo, que não rende, não gera lucro, apenas alivia momentaneamente a pressão. É o que chamamos de má gestão do capital de giro, pode levar a empresa ao fracasso. A segunda situação é causada por prejuízo nas operações. A questão aqui é que nenhum empresário deveria aceitar prejuízo na empresa, não se aceita uma empresa com prejuízo. Exceto no início, no começo da vida da empresa, nos primeiros meses de funcionamento. Mas, infelizmente, é raro uma pequena empresa em que o gestor avalie mensalmente se o resultado foi positivo ou não. A maioria dos empresários tem o pensamento puramente financeiro de pagar e receber, ou seja, enxergam o saldo de caixa, mas nunca sabem se a operação é lucrativa. O lucro não é o resultado de pagar e receber, mas de direitos e obrigações, uma visão econômica. Lucro não significa dinheiro na mão, significa direitos maiores do que obrigações. O que faz a empresa não ter lucro? Com exceção de desvios e roubos, o que leva ao prejuízo é não vender o suficiente e continuar com o mesmo volume de despesas fixas. No “frigir dos ovos” é a falta de cobertura destas que leva a empresa ao prejuízo, por mais estranho que isto possa parecer. Senão, vejamos: o Custo Direto, por exemplo, que é o custo da mercadoria vendida no comércio (CMV), sempre será recuperado pelo preço de venda, não será ele que trará prejuízo. As Despesas Comerciais, representadas principalmente pelos tributos incidentes sobre as vendas, são pagas pelo cliente. A empresa não paga “imposto sobre a venda”, apenas recolhe e entrega ao fisco, quem paga é o cliente. Portanto, as despesas comerciais, os tributos incidentes sobre a venda também não levam a empresa ao prejuízo. Mas a terceira família de custos, que chamamos de Despesas Fixas, é de inteira responsabilidade do gestor. Se o que sobrar das receitas não cobrir as despesas fixas, a empresa terá prejuízo, se perdurar, levará às dívidas e, se perdurar muito, levará a empresa ao fracasso. Em crises ou fora delas, nas negociações e renegociações de dívidas, só há um foco: vender e cuidar das despesas fixas. Se sempre conseguir cobrir as despesas fixas, a empresa nunca terá prejuízo, nunca terá dívidas atrasadas por falta de recurso. O que sobrar, chamamos de lucro, que é a obrigação de qualquer empresa. Dívidas atrasadas, exceto de investimentos, são geradas por prejuízos, quando o dinheiro marcado para pagar fornecedores dos custos diretos, despesas comerciais, impostos e outros é desviado para pagar as despesas fixas, que pressionam mais, como a folha de pagamento. Significa que a estrutura da empresa custa mais do que as vendas podem cobrir.

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INOVAÇÃO Por: Júlio Mendes Fotos: Mário Bueno

SUE ELLEN E RAQUEL COMANDAM A LOJA COLABORATIVA

União que faz a diferença Conceito de lojas colaborativas traz benefícios para microempreendedores Diferentes empreendedores que oferecem seus produtos em um único local. Fundamentado nos princípios da economia coloraborativa, do compartilhamento e troca de serviços e produtos entre as empresas, a loja colaborativa surge como um novo modelo de negócio, mudando o perfil de negócios. A economia compartilhada está impactando diversas atividades produtivas, e no comércio não é diferente. “Em 2017, recebemos a visita de empreendedoras que queriam saber como a Federação do Comércio poderia contribuir para que diversas empresas, sediadas em um único endereço, pudessem operar comercialmente. Deste chamado, solicitamos apoio ao Sebrae/MS e ao Governo do Estado para

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que um negócio que estava surgindo pudesse ter amparo legal e tributário”, explica o presidente da Fecomércio-MS, Edison Araújo. Eram as empresárias Rachel Torok, da Nicos & Nica, e Sue Ellen Pereira, proprietária da Little Hero Kids, que na época estavam formando a Bananeira Kids, inaugurada em agosto de 2017. Por meio da economia colaborativa, o Bananeira Kids possibilitava a redução de custos fixos em comparação a uma empresa convencional. Além disso, oportunizava acesso mais ágil aos produtos e serviços disponibilizados coletivamente, algo que, se procurado pelo cliente individualmente, seria mais difícil. A ideia, já em prática, deu certo, e logo novas empresas chegavam para fomentar a parceria.


AS LOJAS COLABORATIVAS AJUDAM O EMPREENDEDOR QUE ESTÁ NO INÍCIO DE SEU NEGÓCIO

Rachel explica que os contratos com as demais lojas geralmente são temporários, podendo durar de três a seis meses. Para que esses pequenos empresários possam participam desse projeto, é preciso que se enquadrem nos pré-requisitos estabelecidos pelo empreendimento, como ser microempreendedor individual (MEI) formalizado, apresentar o histórico da empresa, ser do segmento infantil, entre outros itens. Ao usufruir o espaço da loja colaborativa, o expositor assina um contrato para saber o que ele precisa fazer enquanto estiver no local. “Divulgar a loja, trazer clientes, manter os produtos bem selecionados, repor produtos, tudo isso visando manter a qualidade da loja colaborativa”, comenta Sue Ellen. “Desde a inauguração da Bananeira Kids temos observado bons resultados. Inclusive, temos um grupo que é de mães empreendedoras. Percebemos que as mulheres e as mães estão empreendendo cada vez mais, porque a maternidade faz com que elas se reinventem”, observa. Atualmente, contando com sete microempreededores,

que até então vendiam apenas pela internet. São compartilhados, além do local físico, os custos gerais de aluguel, manutenção e divulgação dos produtos e serviços oferecidos. A loja possui departamentos em que cada espaço conta com móveis e adereços diferenciados para cada empresa. “A loja é como se fosse uma incubadora, uma mola propulsora para que os demais empreendimentos presentes cresçam e se empoderem. Durante o tempo em que permanecem aqui, fazemos um trabalho de divulgação para serem mais conhecidos e multiplicarmos a clientela. Dessa forma, um ajuda o outro”, analisa Rachel, que ressalta o sucesso entre o público e a boa procura por novos expositores. Outra vantagem, segundo Rachel, é que o empreendedor não precisa necessariamente ficar no local, já que existem as lojas-âncoras que administram o espaço. “O artesão, por exemplo, pode ficar em casa produzindo, tendo mais tempo para se dedicar, e deixar os produtos na loja, o que é um benefício para ele, que ainda está se estruturando”.

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INOVAÇÃO

Apoio Para atuar de forma legal, com o apoio da Fecomércio-MS e do Sebrae/MS teve início um processo consultivo da legislação junto ao Governo do Estado, por meio da Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar (Semagro). “Esse modelo de negócio que começa a crescer em Mato Grosso do Sul aparece como uma solução para um grupo de empreendedores que até então só vendiam seus produtos pela internet. Além de dinamizar o processo de comercialização dessas empresas, a loja colaborativa colabora para que a economia continue girando, com emprego e renda para a população”, afirma o secretário Jaime Verruck, titular da Semagro. Segundo o superintendente de Indústria, Comércio, Turismo e Serviços da Semagro, Bruno Gouveia, esse modelo de loja colaborativa, existente nos grandes centros, é uma opção para empreendedores que estejam no início de seus

projetos. “Aponto esse modelo como uma solução para o processo de comercialização e giro da economia e é importante para o Estado apoiar esse tipo de iniciativa”. Bruno explica ainda que por se tratar de várias lojas em um único espaço físico é necessário resolver a questão burocrática, como os CNPJs. Para isso, o assunto está em fase de discussão junto à Secretaria de Fazenda (Sefaz). Ele também ressalta que a proposta da loja colaborativa vai ao encontro das ações já desenvolvidas pelo Governo por meio do Programa Estadual de Apoio aos Pequenos Negócios (PROPEQ). “Há diversos empreendimentos em Mato Grosso do Sul que propõe inovações na gestão, a Fecomércio-MS tem como política apoiar o desenvolvimento de novos negócios que possam impactar positivamente a economia e, neste aspecto, ao receber a demanda de um grupo de empresárias oferecemos o nosso total apoio”, comenta a superintendente da Fecomércio-MS, Valmira Carvalho.

Dicas do Sebrae Cada loja colaborativa tem suas próprias políticas para a seleção de expositores. Os principais aspectos que devem ser observados na escolha de uma loja colaborativa são: Conheça a loja colaborativa. Observe o movimento do local em dias e horários diferentes. Avalie o público consumidor dessa loja. Observe o perfil dos expositores. Converse com quem já participa desse modelo de negócio. Assim, será possível verificar a compatibilidade dessas características com o seu negócio. Conquiste o cliente: a partir do perfil do público consumidor da loja colaborativa é possível elaborar estratégias para conquistar o cliente. Defina onde e como seu produto será exposto. Escolha cuidadosamente o espaço que seus produtos vão ocupar na loja. O ideal são nichos médios. Evite misturar segmentos diferentes quando expuser o seu produto. Isso pode atrapalhar a comunicação com o cliente. Procure valorizar o seu produto, diferenciando-se na organização e na decoração. Informe-se sobre as responsabilidades no caso de furto ou possíveis problemas com os produtos. Verifique se o responsável pela venda conhece bem o produto para que a falta de informação não prejudique o negócio. Monitore as suas vendas. Muitas lojas colaborativas fornecem o serviço de acompanhamento das vendas por meio de um sistema online. Com isso, é possível verificar o estoque, saber quais são os produtos mais comercializados e conhecer o gosto dos clientes. Implante melhorias. Por meio do sistema de acompanhamento é possível saber quais produtos não apresentam boas vendas, o que pode ser ocasionado por uma série de fatores. Com esses dados, é possível analisar o produto, fazer melhorias e modificações e verificar a aceitação do mercado. As lojas colaborativas possibilitam o profissional testar seus produtos e a aceitação deles no mercado. Fique atento ao custo mensal da loja colaborativa. Valor devido ao lojista (proprietário da loja colaborativa), envolvendo as seguintes despesas, entre outras: aluguel do box/espaço compartilhado; taxas de comissão sobe as vendas; despesas de manutenção; e despesas com pessoal.

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GESTÃO DE PESSOAS Por: Júlio Mendes

Você sabe delegar tarefas? Direcionar e monitorar a tarefa delegada é fundamental para que uma empresa possa crescer

A delegação de tarefas é, sem dúvida, um importante instrumento de gestão. O crescimento de uma empresa passa pela correta delegação de tarefas entre os colaboradores da organização. Tudo isso parece muito simples, mas que para seja feita de forma eficaz, algumas orientações podem auxiliar líderes e empresários de forma geral. A psicóloga Lamis Kabad, explica que, para que todos os colaboradores trabalhem como um time, cada um com sua responsabilidade e todos em busca do mesmo objetivo, determinar um foco é fundamental. Por isso, os treinamentos técnicos e comportamentais são importantes para potencializar o desempenho dos funcionários da empresa. Ela destaca que a atitude pró-ativa de cada membro é o componente que faz diferença nos resultados. Mas, como delegar as tarefas de forma mais eficaz? Uma das dicas repassadas pela psicóloga é descrever as funções mais detalhadamente, elencando quais as atribuições da equipe como um todo e as individuais. Podem ser realizadas avaliações de desempenho e devolutivas individuais, com sincero retorno do que se pode melhorar e de quais comportamentos devem ser mantidos. “Reuniões para melhoria de processos organizacionais, com objetivo de superar as expectativas dos clientes, bem como organogramas, funcionogramas e fluxogramas auxiliam neste papel”, orienta. E para que o colaborador entenda o que deve ser feito e até que ponto deve chegar, podem ser feitas reuniões semanais com assuntos definidos. Para isso, é possível trabalhar sobre as expectativas dos clientes e disponibilizar ao colaborador um manual de procedimentos ou elaborar um material de “passo a passo”, por exemplo. Lamis afirma que o cliente e os colaboradores são os melhores orientadores do que pode ser melhorado em uma empresa. Segundo a especialista, práticas de sucesso no Brasil e no mundo, assim como as tendências de mercado, também são imprescindíveis para melhorar a performance dos colaboradores. No caso de tarefas delegadas com prazos específicos, ela orienta a respeito da necessidade de analisar a demanda. O ideal é que a meta seja repassada ao colaborador por escrito, para que posteriormente os resultados sejam cobrados. “Atualmente, não basta bater a meta, é preciso superar as expectativas. Um planejamento estratégico irá facilitar neste trabalho”, assegura. O resultado final do trabalho pode ser influenciado, tanto de forma positiva, como de forma negativa, dependendo da maneira como a tarefa foi direcionada. “Motivação é imprescindível. O reconhecimento do trabalho bem feito é parte importante deste processo. Promover ações de qualidade de vida para os colaboradores, pois, quem trabalha satisfeito e com perspectivas de crescimento e aprendizado, trabalha feliz e produz com qualidade”, pontua.

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TECNOLOGIA Por: Júlio Mendes

NEGÓCIO AUTOMATIZADO Sistemas de automação trazem benefícios para empresas

sistema, além de ter informações centralizadas para prever quando é necessário fazer uma nova compra ou saber como está o fluxo de caixa. De acordo com a especialista, é importante ter estas informações de forma rápida, segura e precisa, e, para quem atua no ramo de comércio e serviços, a ferramenta traz vantagens. “Esses dados indicam onde podem ser feitas melhorias e traçar estratégias para seu negócio”, comenta.

FOTO: DIVULGAÇÃO CENTRO UNIVERSITÁRIO ANHANGUERA DE CAMPO GRANDE

Processos organizados e mapeados pelo gestor são de fundamental importância para qualquer tipo de n e g ó c i o, i n d e p e n d e n te m e n te d e s e u p o r te. Informações como quais produtos mais vendem, volume diário e mensal de venda, contas a pagar e receber, trocas, transferências, devoluções, movimentações de caixa, prazos, entre outros itens, precisam estar sob o controle do empresário. Uma das formas de organizar tudo isso é por meio da automação comercial. Os equipamentos de automação comercial possibilitam melhorias nas funções gerenciais, auxiliam na produtividade dos colaboradores e controlam possíveis erros e fraudes. Para o empresário, isso significa mais rentabilidade e competitividade para seu negócio. O atendimento ao cliente também passa a ser mais veloz por meio desses sistemas, diminuindo filas, por exemplo. Segundo a professora mestre Marcela Onizuka, coordenadora do curso de engenharia de controle e automação, do Centro Universitário Anhanguera de Campo Grande, quando se faz o uso de tecnologia para a gestão de um negócio, fica mais fácil para o gestor ter uma visão geral dos resultados do seu comércio, por meio de relatórios e informações, todos gerados pelo

MARCELA ONIZUKA

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Para empresas que tenham interesse em usar essa tecnologia, é preciso consultar um engenheiro de controle e automação ou uma empresa especializada em comércios de produtos voltados a automação comercial. Assim, é possível estudar seus processos e encontrar a melhor solução para cada comércio. “A empresa pode fazer a integração do caixa e do estoque e, com isso, podem ser feitas a verificação e o 'controle de furos', isto é, se as vendas realizadas e os pagamentos recebidos conferem”, explica. Marcela cita como exemplo o monitoramento de um posto de combustível, em que o registrado em bomba deve ser o mesmo do fechamento do caixa. Ao ocorrer algum erro ou divergências de informações, o sistema emite um alerta para que se verifique e se localize possíveis falhas. Outro exemplo de aplicação comercial do sistema de automação é no monitoramento de estoque, em que o usuário recebe alerta no caso de o nível mínimo de produtos ser alcançado. Em Campo Grande, a Fazenda Pontal das Águas adotou sistemas de automação justamente para potencializar sua produção e, consequentemente, gerir melhor seus negócios. Há 15 anos no mercado, o empreendimento atua no segmento do turismo rural e conta ainda com uma fábrica de produção de leite e também de pães, bolos, queijos, requeijões, entre outras iguarias típicas do meio bucólico. De acordo com a proprietária, Margareth Mello, todas as ferramentas utilizadas potencializam a oferta de seus principais serviços: o lazer e o turismo voltados para toda a família. “Oferecemos para os visitantes essa vivência rural, onde o turista passa o dia conosco, das 8h às 17h, podendo participar de diversas atividades, como a trilha ecológica, ordenha, banho de cachoeira, entre outros”, destaca.

Para que tudo isso seja feito de forma eficiente, a empresária adotou sistemas de gerenciamento. Todos os gastos, entradas e saídas, lista de produtos, são registrados de forma computadorizada, em que ela tem acesso a gráficos, que permitem uma fácil leitura de tudo o que é realizado no local. “Foi uma necessidade fazer isso. Toda a nossa compra é registrada no sistema informatizado. Acredito que a principal vantagem com isso é uma melhor tomada de decisão, pois consigo gerenciar os gastos de forma mais precisa”. O trabalho realizado na leiteria da fazenda também conta com processos automatizados. “O manejo é mecanizado, temos toda uma linha de processos para ter um leite de qualidade, passando pela ordenhadeira. E dentro da fábrica de pães e bolos não é diferente. Nossos colaboradores utilizam esses sistemas dentro da produção, com máquinas modernas. Cada produto tem uma linha diferente”, diz.

MARGARETH MELLO

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GESTÃO DE NEGÓCIOS Por: Ana Lucia Abrão Fotos: Mário Bueno

Quando a inteligência entra na competição Não basta ter a informação, é necessário saber utilizá-la da melhor maneira Um novo termo está movimentando o mundo dos negócios. Trata-se da inteligência competitiva, que é a transformação de dados interessantes para a empresa em informações que nortearão a tomada de decisões mais assertivas da gestão empresarial, com foco na condução dos negócios, baseadas nos melhores conhecimentos. De acordo com o educador e consultor do Sebrae/MS, o economista Ademar Ângelo de Carvalho, a economia está alicerçada na informação e na tecnologia da informação que, quando são bem utilizadas, tornam-se matérias-primas no processo de gestão da informação para a criação de estratégias. “O mercado é muito volátil e está em constante mudança. Quem tem informações têm poder”, aponta. Traçar uma boa estratégia envolve um bom conhecimento do mercado em que o empresário está inserido, assim como do seu público alvo. Carvalho ressalta que é importante conhecer bem o ambiente interno da própria empresa (forças e fraquezas) e o ambiente externo (oportunidades e ameaças) para então destacar os pontos de melhorias necessárias. “Isso fará com que a empresa leve vantagem sobre a concorrência. ” E é nesse ponto que a inteligência competitiva entra.

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Os indicadores de resultados são fundamentais para avaliar a caminhada e as metas alcançadas e devem ser utilizados com o planejamento, de acordo com o objetivo da empresa. O consultor acrescenta que todos os dados e informações são importantes para a elaboração do Planejamento Estratégico e devem ser devidamente analisados e interpretados, proporcionando conhecimentos para a empresa na busca dos resultados esperados. “Um bom planejamento estratégico deve evidenciar o passo a passo em um Plano de Ação para cada área da empresa, atribuindo o que fazer, para que fazer, quando fazer e quem fazer”. Um ponto importante é que a inteligência competitiva é uma ferramenta válida para empresas de qualquer porte. Tanto o grande e médio empresário quanto o pequeno e micro podem fazer uso dela. Para isso, é necessário que o empresário tenha senso de organização. “Uma grande parcela deles não se preocupa em montar uma estrutura organizada, mesmo que simples. Um organograma simples, que tenha a área meio (administração e finanças) e a área fim (produção, comercialização, marketing e qualidade), com definição de cargos, atribuições, salários, perfis para os cargos e mecanismos de controle, é o recomendado. ”

Inteligência competitiva e inovação Carvalho avalia que, muitas vezes, os empresários de micro e pequenas empresas acabam atuando como um “faz tudo”, até por uma necessidade de contenção de custos. “O tempo dele é muito caro e seria melhor contratar bons auxiliares para essas tarefas, sobrando mais tempo para ele pensar em formas inovadoras de administrar a empresa e os negócios. ” No momento em que o empresário organiza os dados, transforma em informações e aplica seus conhecimentos, ele consegue traçar estratégias para modificar e inovar no jeito de fazer negócio, tornando-se mais competitivo nas áreas de gestão, produtos, processos, marketing e estrutura organizacional. De acordo com o consultor, o Guia para a Inovação do Sebrae orienta que inovação é a introdução de novidade ou aperfeiçoamento no ambiente produtivo ou social que resulte em novos produtos, processos ou serviços. Nas organizações empresariais, a inovação tem três propósitos: criar diferencial, neutralizar a concorrência e aumentar a produtividade. Um produto, processo ou método de gestão pode ser considerado inovador se é novo para a empresa, ainda que seja lugar comum no setor de negócio, na concorrência ou em outros negócios.

Como aplicar a inteligência competitiva - Dicas do consultor

Trabalhar os fluxos formais e informais de informações. Pensar quais dados são mais importantes para o seu negócio. Organizar a estrutura da empresa: estrutura organizacional (organograma), recursos humanos (capital intelectual), e infor mação (reunião dos dados, infor mação e conhecimento). Registrar, organizar dados e aplicar conhecimentos para interpretar o conjunto de informações sobre o negócio. Exemplo: volume de vendas/faturamento (diário, mensal, anual), itens mais vendidos, opinião dos clientes sobre vários aspectos, empresas parceiras, concorrentes, fornecedores, perfis de consumo, indicadores econômicofinanceiros e sociais, etc. Traçar um passo a passo. Isso proporcionará traçar estratégias de atuação para melhoria dos resultados conforme as metas que se quer alcançar.

ADEMAR ÂNGELO DE CARVALHO

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LEGISLAÇÃO Por: Ana Lucia Abrão

Desdobrando a Reforma Trabalhista Trabalho intermitente: uma nova forma de contratação A nova legislação trabalhista, que está em vigor desde 11 de novembro de 2017, trouxe muitas mudanças à Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Entre elas, uma nova modalidade de contrato: o trabalho intermitente. Porém, ficam muitas dúvidas sobre em que momento usar esse tipo de contrato e em quais situações ele é favorável. Em primeiro lugar, é preciso saber que o trabalho intermitente consiste em uma modalidade de contratação em que empregador e empregado firmam um contrato de trabalho, com subordinação, mas com alternância de períodos, ou seja, o trabalhador é convocado para trabalho em períodos determinados, convencionando o prazo para a convocação prévia, o valor da remuneração por hora (que não poderá ser inferior ao valor correspondente da hora do salário mínimo), e o devido registro na CTPS. De acordo com o gerente de Relações Sindicais da Fecomércio-MS, Fernando Camilo Carvalho, existem várias atividades de prestação de serviços que são ocasionais ou sazonais e, anteriormente, o empregador se obrigava a não contratar o mesmo trabalhador para estas ocasiões, face à caracterização de contrato de prestação continuada, gerando direitos e obrigações pela intermitência da prestação de serviços. “Com esta modalidade, o empregado passa a ter uma expectativa de trabalho, devidamente registrado, com todas as garantias, enquanto estiver à disposição do empregador, e o empregador tem à sua disposição a mão-de-obra, pagando e tendo encargos apenas pela prestação dos serviços”, explica o gerente. Ou seja, enquanto o empregado garante seu direito a férias, 13º salário e outros benefícios, o empregador se assegura de que pode convocar aquele determinado funcionário, que ele já conhece e confia, para o trabalho sempre que precisar e de que os chamados

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“vínculos empregatícios” não vão ocasionar um futuro processo trabalhista, pois já estão definidos pelo contrato. Com esta modalidade, o empregado pode estar vinculado a vários contratos simultaneamente, pois não precisa estar todo o tempo à disposição do empregador. A empresa tem um tempo estipulado de antecedência para convocar o trabalhador, que pode aceitar ou não (por exemplo, caso esteja trabalhando para outro empregador), e caso recuse, isso não implica em ruptura contratual. Após o comunicado, o empregado tem um dia útil para responder à oferta do empregador, e o silêncio será entendido como recusa daquela oferta específica. Caso seja aceito, tanto empregado quanto empregador que deixe de cumprir o combinado fica obrigado a pagar uma multa de 50% dos valores a serem pagos pelo período de convocação. Ao final de cada período de trabalho, o empregado tem direito à remuneração equivalente, férias proporcionais com acréscimo de um terço, décimo terceiro salário proporcional, repouso semanal remunerado, além dos adicionais legais e recolhimento dos depósitos de Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) e da Previdência - Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), na forma da lei. A princípio, todas as categorias podem utilizar essa modalidade de contrato, porém, na prática se espera que ela seja utilizada de fato por empregadores que tenham atividades sazonais. Por exemplo, os promotores de eventos de qualquer natureza, casas de diversões, empresas de eventos, além dos serviços de plantio e colheita na área rural. “No comércio varejista, as promoções sazonais podem ensejar este tipo de contrato, já que temos várias datas tais como: Páscoa, Dia das Mães, Dia dos Namorados, Dia das Crianças, fim de ano, e outras datas comemorativas”, exemplifica o gerente.



SEGMENTAÇÃO Por Luciana Modesto Foto: Mário Bueno

Nicho de mercado: diferencial e oportunidade de vendas Como vender para um público tão segmentado

ISABELLA ZANCHETTA, À FRENTE DO NEGÓCIO QUE LEVA O SOBRENOME DA FAMÍLIA

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Para ter sucesso em vendas, a lista de habilidades, competências e cuidados é infinita. Do bom atendimento ao preço justo, passando por estar atento à concorrência, fazer uma boa gestão da empresa e motivar sempre os funcionários, o desafio é sempre a busca por novos consumidores, mantendo a fidelidade dos atuais. Agora, imagine para um segmento extremamente especializado? Quando um produto ou serviço é focado em um público diferenciado, a lista de estratégias é ainda maior. O empreendedor que quer apostar nesse tipo de negócio precisa saber bem em qual terreno está pisando. O consultor do Sebrae/MS, Celso Fabrício Correia de Souza, orienta que o primeiro passo é realizar uma pesquisa. “Isso vai possibilitar ao empresário avaliar a entrada de um novo produto no mercado. O empreendedor que tem uma base científica, com dados relevantes, vai evitar perdas futuras ou gastos extras”, recomenda. Segmentado ou não, alguns itens devem ser pensados na abertura de uma empresa. Desde a escolha do local, dos canais de divulgação do produto ou serviço e o preço a ser praticado, o consultor elenca o que pode fazer a diferença no mercado. “Ter pessoas de atendimento com qualificação e especialização no segmento, pensar em estratégias diferenciais, estar preparado para o 'amanhã' e investir em pesquisas de mercado, sejam elas de absorção, imagem ou satisfação para ter o retorno do público e, se for o caso, traçar novos caminhos para o sucesso empresarial”, aconselha. Se a segmentação tão específica dá resultados, a empresária Isabella Zanchetta pode provar que sim. A empresa Zanchetta Calçados, a antiga Pé de Anjo, especializada em calçados com numeração maior, já está presente há 25 anos em Campo Grande. Há quatro, a família Zanchetta assumiu o negócio que é focado em vender sapatos femininos, de numeração 40 a 45, e masculinos, de 44 a 50. Isabella conta que a empresa veio para a família como uma paixão à primeira vista. O negócio era de um amigo em

CELSO FABRÍCIO CORREIA DE SOUZA, CONSULTOR SEBRAE/MS

EMPRESA NASCEU PARA ATENDER TODOS OS TAMANHOS E FOCOU NO PLUS SIZE PARA VENDER MAIS

comum que já tinha outra empresa e queria vender a Pé de Anjo, e chamou a irmã de Isabella, a Bruna, que é corretora e advogada, para realizar a venda. Mas quando a família foi conhecer a loja (as irmãs e os pais, Francisco e Fátima), todo mundo se apaixonou. “Era um nicho de mercado totalmente específico e que ninguém se prontificava em trabalhar. A gente 'vestiu a camisa' de uma classe que é minoria e que ninguém dá muita atenção, de um público carente e que muitas vezes é maltratado em outras lojas”, lembra Isabella, que conta que o fato de muitos na família sentirem na pele a dificuldade de encontrar sapatos plus size foi determinante para investir na empresa. Encarar uma loja diferenciada tem seus desafios. Um deles, segundo Isabella, é encontrar fornecedores. “No começo fui de 'porta em porta', nas feiras de calçados pelo país para tentar negociar”, diz. Como poucas indústrias fabricam, é uma verdadeira caça ao tesouro encontrar variedades e acompanhar os lançamentos para um público que também gosta de estar na moda.

PARA CONQUISTAR OS CLIENTES, A ESTRATÉGIA É BUSCAR NOVIDADES QUE ESTEJAM ENTRO DA MODA

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SEGMENTAÇÃO

FUGINDO DO PADRÃO PRETO BÁSICO E CORTE RETO, PEÇAS SÃO VARIADAS NAS CORES E ESTAMPAS

O plus size também é o foco da loja Unna Plus, com especialidade em moda feminina, há cinco anos na capital. A consultora de Moda e gerente de vendas Cris Di Cássia conta que a mãe, Doreni Santos, proprietária da empresa, sempre viveu uma luta contra a balança e não encontrava roupas com facilidade. “Como Campo Grande era carente em lojas especializadas nesse segmento, ela decidiu investir um pouco, mas continuávamos vendendo tamanhos pequenos. Com o passar do tempo fizemos uma análise e descobrimos que mais de 80% das clientes vestiam numeração maior que 44. Então decidimos focar só no plus”, afirma. Para chegar aos clientes, a divulgação é feita nos canais habituais de qualquer negócio mas é a propaganda pessoal que garante a movimentação. “A comunicação é feita através de vários canais de marketing, como mala direta e redes sociais, mas a principal divulgação é feita por nossos clientes no boca a boca”, diz. Claro que para que um cliente possa divulgar uma loja, sua experiência de compra precisa ser marcante. Na Unna Plus, Cris investe em estratégia para isso. “O bom atendimento, com vendedoras treinadas, horário diferenciado, atendimento na casa da cliente e instalações físicas com acessibilidade, como banheiros para cadeirantes, rampa de acesso e provadores amplos”, destaca. O treinamento das vendedoras, por exemplo, é um dos grandes diferenciais. “Nossas funcionárias ajudam as clientes dando dicas que valorizam seu corpo”. E, por fim, o produto foge do padrão 'preto básico e corte reto', com a loja oferecendo peças com diversas estampas, cortes e cores.

EMPRESA DE CALÇADOS MAIORES ESTÁ HÁ 25 ANOS NO MERCADO

CRIS DI CÁSSIA

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EMPRESA ATENDE UM PÚBLICO BEM SEGMENTADO HÁ 9 ANOS

RESTAURANTE MORENA GOURMET

Outro segmento que encontrou um nicho bem específico foi o de alimentação. Para quem tem restrições alimentares, ir a um restaurante comum, para o público em geral, e ficar escolhendo os pratos que pode ou não consumir, nem sempre é tão agradável. No Restaurante Morena Gourmet o cliente pode saborear de tudo sem essa preocupação. “Focamos na alimentação sem glúten, sem lactose e em pratos funcionais”, diz André Pereira Faria, que administra o empreendimento ao lado da esposa Gisleika, que é nutricionista. A receita de ter um negócio tão segmentado deu certo para o casal, já que são nove anos de mercado. As dificuldades, no começo, são comuns a muitos empreendedores. “Dificuldade em adquirir matériaprima e mão de obra, além da elevada carga tributária”, ressalta. Mas a persistência do casal foi o ingrediente fundamental para o negócio permanecer aberto e gerar resultados. Outros itens também entraram no cardápio, como investir em um bom atendimento, com foco nas especificidades desse tipo de cliente, além de oferecer qualidade e segurança. A divulgação é feita pelas redes sociais, mas o grande resultado vem assim como em muitas empresas tão segmentadas, pela indicação de amigos e clientes. E, por isso, mais do que oferecer um bom produto e atendimento, surpreender o cliente de nichos específicos é garantia de sucesso.

ANDRÉ E A ESPOSA GISLEIKA

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SESC MS Por: Júlio Mendes Fotos: Comunicação Sesc MS

BENEFÍCIOS QUE TRAZEM MAIS QUALIDADE DE VIDA Saiba se você também tem direito aos serviços oferecidos pelo Sesc Descontos, facilidades e principalmente ganhos em qualidade de vida. Há 70 anos, o Sesc desenvolve e promove diversas atividades, não apenas para os trabalhadores do comércio, mas também para quem atua na área de serviços, como em empresas voltadas para as áreas de turismo, educação e saúde. O empresário que atua nesses ramos, tem a opção de oferecer a seu funcionário uma extensa gama de benefícios, como restaurante, escola, atividades físicas, odontologia, entre outros. A analista de relacionamento do Sesc MS, Carla Barbosa, explica que, muitas vezes, o empresário não se dá conta de que sua empresa é contribuinte para o setor do Comércio de Bens e Serviços. “A maioria deixa a parte documental com um contador e essa informação acaba se perdendo. Por isso, estamos fazendo um trabalho de divulgação para as empresas que têm direito aos benefícios que o Sesc oferece”, pontua. Agências de turismo, escolas privadas, hospitais particulares, são algumas das que podem ter acesso às facilidades oferecidas pela entidade. “Toda empresa que tenha arrecadação para o comércio de bens, serviços e turismo, está apta. Até times de futebol e pessoas que trabalham em igrejas, por exemplo, têm esse direito”, elenca Carla. Para os trabalhadores que têm dúvidas se podem ou não usufruir dos serviços oferecidos pelo Sesc, Carla explica que há um canal de comunicação com operadores aptos a prestarem quaisquer tipos de informações. “O que define se a pessoa pode ou não ter direito aos serviços é o ramo de atividade. Se for uma empresa que confecciona produtos, por exemplo, o ramo é indústria. Nosso Call Center, inclusive, orienta e direciona os profissionais que tiverem esse tipo de dúvida para a entidade correta”, explica. Na avaliação da diretora regional do Sesc em Mato Grosso do Sul, Regina Ferro, as empresas garantem o funcionamento, crescimento e manutenção do Sesc, e isso é revertido em

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forma de ações voltadas para o bem-estar e qualidade de vida dos trabalhadores, seus familiares e comunidade em geral, ampliando as possibilidades para a população. “Temos décadas de trabalho em parceria com setores da sociedade em ações educativas que valoriza o encontro entre pessoas de diferentes faixas etárias e condições sociais. Temos como uma de nossas prioridades levar ações culturais, esportivas e de lazer como uma forma de promover a convivência social e a cidadania”, enfatiza. Regina também destaca que o reconhecimento do alcance dessa política pode ser percebido pela expressiva frequência dos trabalhadores e seus familiares em cada unidade Sesc em Mato Grosso do Sul e pelas inúmeras manifestações positivas expressadas pelas lideranças dos mais diversos segmentos da sociedade, dentre elas, o poder público em suas diferentes instâncias, formadores de opinião e imprensa. Para ela, isso é fruto da responsabilidade social e da contribuição do empresariado do comércio de bens, serviços e turismo no estado do Estado, renovando o compromisso firmado para a construção de uma sociedade mais digna, humana e equilibrada.


Resultados que animam Em 2017, o Sesc MS alcançou resultados interessantes, que comprovam a eficácia do trabalho desenvolvido em todas as esferas. Na área da educação, foram beneficiados um total de 1.570 alunos em 80 turmas nas modalidades de Educação Infantil, Ensino Fundamental, Educação de Jovens e Adultos e Educação Complementar. O PCG – Programa de Comprometimento e Gratuidade, contemplou 391 alunos, representando 25% do total atendido, sendo 273 em Campo Grande e 118 em Três Lagoas.

Já no setor da saúde, foram promovidos atendimentos odontológicos a 12.400 pessoas, 2.206 consultas nutricionais e 125.000 atendimentos em educação em saúde. Na atividade de alimentação, 245.000 refeições e 95.000 lanches foram oferecidos.

No lazer, foram atendidos 7.850 alunos em 109 turmas, nas atividades de Musculação, Pilates, Circuito Funcional, Alongamento, Bike in Door, Jump, Ginástica Mix, MMA, Ritmos e Zumba, além das atividades de quadra – iniciação esportiva, futsal, vôlei e basquete. Ao todo, foram realizadas 5.258 avaliações e reavaliações físicas. Nas competições, 7.074 atletas estiveram envolvidos e, na atividade de recreação, 250 crianças foram beneficiadas.

Na cultura, 370 mil pessoas tiveram acesso a apresentações artísticas nas modalidades de cinema, teatro, dança, literatura e artes visuais. Foram realizadas 86 turmas voltadas ao desenvolvimento artístico-cultural, beneficiando 1.028 alunos. E na atividade de biblioteca, mais de 18 mil empréstimos de livros foram feitos. O PCG – Programa de Comprometimento e Gratuidade, do Sesc Lageado, contabilizou 75.585 atendimentos e 410 alunos contemplados para os cursos de Desenvolvimento Artístico-Cultural, com aulas de violão, ballet, canto e coral, e percussão. Já no Sesc Corumbá, um total de 118 alunos foram contemplados para o curso de Viola Caipira.

E, por fim, na área da assistência, foram atendidos 212 idosos. O Sesc MS também realizou oficinas de higiene e manipulação de alimentos, beneficiando 172 pessoas. A entidade recebeu e distribuiu, ainda, 825 mil quilos de alimentos, o que beneficiou 1.853 instituições.

Tem direito ao Sesc Confira abaixo a relação de atividades contribuintes do Sesc relacionadas ao código CNAE (Código Nacional de Atividade Econômica) e FPAS (515, 566, 574 e 647). O código FPAS 515 compreende: Comércio atacadista; Comércio varejista; Agentes autônomos do comércio; Comércio armazenador; Turismo e hospitalidade; Estabelecimento de Serviço de Saúde; Comércio transportador, revendedor, retalhista de óleo diesel, óleo combustível e querosene (exceto quanto aos empregados envolvidos diretamente na atividade de transporte);

Empresa de processamento de dados, escritório PJ, consultório PJ curso livre, laboratório PJ, consórcio, autoescola, locações diversas, partido político, empresa de trabalho temporário, empresas de factoring; Tomador de trabalhador avulso (contribuição sobre a remuneração de trabalhador avulso vinculado ao comércio).

Call Center - Para mais informações, os interessados podem entrar em contato por meio do telefone (67) 3311-4300.

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ENTREVISTA Por: Ana Lúcia Abrão Fotos: Mário Bueno

Marcos Augusto Netto Presidente do Sindicato da Habitação de Mato Grosso do Sul (Secovi-MS)

Mercado imobiliário retoma crescimento Alta no setor é reflexo da melhora da economia nacional O mercado imobiliário no Brasil é um dos grandes sinalizadores da retomada da economia do País. Apesar de ter sentido a recessão dos últimos anos, o setor já mostra sinais de recuperação e, que, consequentemente, impulsiona toda uma cadeia produtiva envolvendo a construção civil. A revista Comércio & Cia conversou com o presidente do Sindicato da Habitação do Mato Grosso do Sul (SecoviMS), Marcos Augusto Netto, para contextualizar a retomada deste segmento e seus impactos na economia. O Secovi-MS é o sindicato patronal que representa as empresas de compra, venda, locação e administração de imóveis e edifícios em condomínios residenciais e comerciais do Estado e tem como missão “defender os interesses econômicos e sociais do mercado imobiliário de Mato Grosso do Sul, desde a produção do lote até a administração das moradias”. Há 34 anos no mercado imobiliário, 20 deles à frente da Presidência do Secovi-MS, Netto é corretor de imóveis, advogado e empresário, sócio proprietário da empresa Nova Cap Imóveis Ltda. É também membro da Câmara Brasileira de Comércio e Serviços Imobiliários da Confederação Nacional do Comércio (CBCSI), representante da Câmara Brasileira de Comércio e Serviços Imobiliários na Câmara da Indústria Imobiliária (CBCSI/CNC - CII/CBIC) e conselheiro há 30 anos do Conselho Municipal de Desenvolvimento Urbano (CMDU) de Campo Grande.

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Qual é o panorama atual do cenário imobiliário em Campo Grande e no Estado? O Brasil está saindo de uma crise de 2015, 2016, com uma recessão de quase 8%. Em 2017, conseguiu dar uma respirada, ou seja, pelo menos deixamos de olhar para o fundo do poço e já começamos a olhar para cima. A previsão é de que tenha tido um crescimento de 1,1% em 2017, segundo as estimativas de especialistas, e isso para o mercado imobiliário já é positivo. Só que esse crescimento ocorreu basicamente no final do ano, no último semestre. Até o início do primeiro semestre, ainda estávamos derrubados com a recessão que houve.

Quais são as perspectivas para 2018? Para este ano, se mantiver a previsão de crescimento em torno de 2%, com taxa de juro da Selic em torno de 6 a 6,5% como está sendo anunciado, será muito positivo para o mercado imobiliário. Muitos investidores estavam com o dinheiro aplicado, porque era um excelente negócio ter aplicações em torno de 10 a 14%. Com as previsões que estão sendo anunciadas, esse dinheiro terá que vir para o mercado, e geralmente ele vem para o setor imobiliário, porque é um setor que está entre os melhores investimentos, principalmente para o pessoal mais conservador. Aplicar na bolsa é coisa para especialistas, então a maior parte das pessoas procura imóveis, que são um ativo real.

Qual é o cenário para Campo Grande e para o MS? Campo Grande tem uma vantagem, mesmo com essa queda de aproximadamente 15% no preço do imóvel que tivemos nesses últimos anos de recessão, a longo prazo, quem investiu aqui nos últimos 20 a 25 anos não teve prejuízo. O mercado imobiliário campo-grandense é muito bom. Além disso, é uma cidade boa, agradável, então tudo isso conta como elementos positivos.

M a to G ro s s o d o S u l te m u m a particularidade de ter sua força no agronegócio e, ao mesmo tempo, nas rendas dos funcionários públicos federais, estaduais e municipais e no comércio. A indústria começou a ter um peso agora e apareceu na balança. E quem segurou o País nesses últimos anos foi o agronegócio, indiscutivelmente, o que reflete em todos os ramos da economia. Essa composição fez com que o nosso Estado sentisse menos a recessão, principalmente em vista de outros, que estão praticamente quebrados.

Qual é o papel do financiamento imobiliário para o setor? Esse é um ponto fundamental. Existe uma previsão de que os bancos ampliem o crédito. Isso significa que, com a taxa de juros mais baixa, o dinheiro dos bancos também tem que vir para o mercado, e o melhor crédito que existe é o imobiliário, porque ele é o mais seguro, já que tem o imóvel como garantia. Além disso, ele passa a ter uma fidelidade do cliente de cerca de 20 a 30 anos, que é o prazo do crédito imobiliário, em que ele pode vender cartão de crédito, seguro, etc. O banco passa a ter uma relação comercial com aquele cliente, e isso é muito importante para ele. Recentemente, o financiamento da Caixa Econômica Federal sinalizou uma melhora, voltando a financiar 70% do valor do imóvel usado. Isso mostra uma preocupação do governo com o crédito imobiliário, um reconhecimento de que se cortar ou dificultar o crédito imobiliário, o mercado sente. A energia que faz circular o mercado imobiliário é o financiamento. Temos excelentes pessoas para a construção, construtoras, engenheiros, arquitetos, pedreiro, carpinteiro, equipes de primeira. Nossos materiais são de primeira linha, não precisamos importar praticamente nada, 99% dos materiais usados no Brasil são nacionais, temos custos relativamente bons de construção de imóveis. Então, produzir imóvel não é dificuldade. A dificuldade é colocar esse

imóvel no mercado e fazer com que as pessoas tenham condições de comprar. E o que proporciona isso é o financiamento. Diversas pesquisas apontam que a prioridade do brasileiro é realizar o sonho da casa própria. Isso mostra que essa vontade do brasileiro só fica encolhida, mas que quando ele tem a oportunidade, batalha para ter seu imóvel.

O mercado imobiliário é um dos grandes sinalizadores da recuperação da confiança do consumidor. Como está a projeção para os próximos meses? Quando você tem elementos compostos como a inflação baixa, taxa de juros em torno de 6 a 7%, uma perspectiva de crescimento de no mínimo 2%, e ao mesmo tempo uma oferta maior de crédito imobiliário, esse setor tem uma capacidade de resposta bem rápida, então ele deve começar a se movimentar. Já percebemos isso agora no início de 2018, empresas que estavam com projetos parados já começaram a se mexer, já estão começando a buscar viabilização do financiamento e do empreendimento, o que mostra que o mercado já está se movimentando novamente. As vendas estão voltando, lentamente, mas estão crescendo em vez de diminuir. Não podemos esquecer que ainda há um estoque grande de imóveis com as construtoras, e elas precisam vender, então é um bom momento para quem quer comprar, porque a oferta grande pode proporcionar bons descontos. Uma das características do setor é que quando a cadeia produtiva da construção civil imobiliária começa a se deslocar, vem puxando uma série de outros segmentos, por exemplo a prestação de serviços, e trazendo com ela impostos, renda, tributos, empregos. Além disso, o setor está otimista com a nova legislação trabalhista, que traz segurança jurídica tanto para o empregado quanto para o empregador. São todos elementos muito positivos, contribuindo para a retomada do crescimento da nossa economia.

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TURISMO Por: Júlio Mendes

Campo Grande mostra potencial para turismo, unindo modernidade e tradição 36

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FOTO: MARIO HADA - FUNDAÇÃO DE TURISMO DE MS


TURISMO

FOTO: ACERVO FUNDTUR MS

A Capital sul-mato-grossense é conhecida por ter ares de “cidade do interior”, mas mostra certo contraste ao apresentar abundante crescimento e paisagens singulares. Com grande diversidade de pontos turísticos, Campo Grande traz, entre os atrativos, a possibilidade de contato mais próximo com a fauna, em que capivaras, araras, tucanos, quatis e outros animais silvestres, podem ser observados nas nove praças e 10 parques públicos. Em meio a tanta diversidade, novos investimentos estão previstos para potencializar o setor. Segundo a presidente do Campo Grande Destination, Melissa Tamaciro, a Capital vive um momento bastante eufórico com a retomada da política de

CAMPO GRANDE - MONUMENTO CARRO DE BOI

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fomento ao turismo. Um dos objetivos da entidade é atuar na captação de eventos técnico-científicos, de negócios e culturais para atrair mais turistas. No entanto, antes de sair a campo, é fundamental entender qual a capacidade que a capital do Estado tem no momento para essa demanda. Com base nisso, foi possível traçar algumas ações para 2018. “Formatamos a listagem de 72 prospects compostos de entidades de classe e autoridades profissionais nos mais variados segmentos (saúde, indústria criativa, exatas, etc) para desenvolver nossa aproximação para estimular a ponte com os eventos nacionais itinerantes, com foco naqueles que ultrapassem mais de 3 edições de realização e tenham público médio entre 800 e 1.500 pessoas”, destaca Melissa. Outra ação importante que já está implementada é a coleta de dados dos eventos futuros agendados para a cidade, por meio da criação de um calendário único de eventos. “Conseguimos a colaboração das entidades que possuem cadeira no Conselho Municipal de Turismo para promover mensalmente esse estudo no preenchimento do nosso formulário digital de monitoramento”, afirma. Desta forma, todo ou qualquer promotor ou entidade interessada em realizar um evento poderá contar com auxílio do Campo Grande Destination para que a tomada de decisão na escolha de datas de realização sejam mais assertivas evitando dispersão de público e/ou saturação dos leitos na rede hoteleira. Para Melissa, atualmente, há um ativo no comportamento do turista que é extremamente favorável para a cidade. Segundo ela, o conceito de “experiência” do viajante abriu um vasto leque a se explorar. “Se de um lado ainda sentimos necessidade de


FOTO: COMUNICAÇÃO SESC MS

MORADA DOS BAÍS

duração de artistas regionais, como Jorapimo e Conceição dos Bugres, além das exposições de curta duração. Ao percorrer as salas onde estão abrigadas as obras, há um espaço dedicado exclusivamente para Lídia Baís. Seus pertences, relíquias, mobiliários, telas, retratos e até um manuscrito escrito por ela, e que depois foi impresso como livro, estão expostos aos visitantes. Ainda há vários museus espalhados pela cidade que possibilitam vivenciar a cultura local. Entre eles, estão o MIS (Museu da Imagem e do Som), Museu das Culturas Dom Bosco, Museu de Arqueologia da UFMS, Marco (Museu de Arte Contemporânea), Museu de Medicina de Mato Grosso do Sul, Museu José Antônio Pereira, entre outros.

FOTO: JÚLIO MENDES

equipamentos em Campo Grande, do outro lado temos características culturais peculiares que nos facilitam uma entrega de vivência gastronômica única com o sabor do nosso sobá (iguaria encontrada exclusivamente aqui), avistar araras azuis estando dentro do carro num trajeto urbano, percorrer o circuito das cervejarias artesanais, provar diferentes sabores no corredor gastronômico da Bom Pastor, ir ao shopping e em 5 minutos sentir o cheiro de mata nativa no Parque dos Poderes, viver um dia de campo numa fazenda há 30 minutos do centro da cidade”, analisa. De fato, são muitos os atrativos. Para quem busca contato com a natureza, há as praças Cuiabá (Cabeça de Boi); da República (Praça do Rádio); Vilas Boas (Praça do Peixe); Oshiro Takemori; Lúdio Martins Coelho; dos Imigrantes; Ary Coelho; Belmar Fidalgo e das Araras. Os parques são outro destaque da cidade que comporta o Poder Legislativo do Estado em uma vasta área verde, denominada Parque dos Poderes. Há ainda o Parque Ecológico do Sóter; Ayrton Senna; Prosa; Anhanduí; Cônsul Assaf Trad; Jaques da Luz; Mata do Segredo e Antônio Albuquerque (Horto Florestal). Outro ponto bastante conhecido da Capital é a Morada dos Baís. Localizado na esquina da avenida Afonso Pena com a avenida Noroeste, no centro da cidade, o prédio mantém viva parte da história da Cidade Morena e, hoje, ajuda a propagar a cultura regional, sendo administrado pelo Sesc MS. Atualmente, cerca de 300 pessoas por dia passam pelo espaço, que conta com intensa programação cultural aberta ao público, incluindo exposições, teatro, cinema, música, cursos de artes e várias intervenções. No local, há exposições de longa

HORTO FLORESTAL

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TURISMO

Feira Central une cultura e gastronomia Campo Grande também dá show ao unir a tradição com a gastronomia típica. Um exemplo dessa explosão de sabores e diversidade cultural é a Feira Central de Campo Grande, também chamada de “feirona”. O local é um dos pontos mais visitados. Para a presidente da Associação da Feira Central e Turística de Mato Grosso do Sul (Afecetur), Alvira Appel Soares de Melo, a Feira representa a união de várias culturas. “Na feira, temos os orientais, índios de diversas tribos urbanas, famílias bolivianas, ou seja, é um encontro de países e estados brasileiros, com suas diversas culturas, que faz com que sejamos reconhecidos como 'Pátria de Todos', reunindo todas as nações em uma só, cada uma com sua expressividade. A Feira é um encontro popular, onde as famílias podem circular com segurança e tranquilidade”, argumenta a presidente. Por conta de tamanha representatividade junto à população, foi apresentado em Brasília (DF), no final do mês de fevereiro, uma solicitação para registro da Feira Central de Campo Grande como Patrimônio Imaterial Brasileiro. O documento protocolado no Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) foi resultado de um trabalho técnico que envolveu o Sebrae/MS, por meio de consultorias. Com isso, uma equipe do Iphan irá analisar a possibilidade de reconhecimento, colocando a feira da Capital como a primeira

do Centro-Oeste neste patamar. Na avaliação da secretária de Cultura e Turismo de Campo Grande, Nilde Brum, esse ato é de extrema importância para o reconhecimento da cidade. “A Feira Central faz parte da história de Campo Grande, materializando o quanto é uma cidade hospitaleira. É muito importante e justo o que o registro da feira como Patrimônio Imaterial Brasileiro seja concretizado”, declara. Influenciada pela presença dos japoneses, que emigraram em massa para a cidade no começo do século XX, a Feira Central traz, entre os destaques da culinária, pratos já tradicionais, como o sobá: um ensopado de macarrão com carne, omelete e cheiroverde que fez tanto sucesso entre os campo-grandenses, que não apenas acabou sendo incorporado à gastronomia local, como também recebeu o reconhecimento, pela Prefeitura de Campo Grande, como Patrimônio Cultural Imaterial da Capital até festival dedicado ao prato. O yakisoba, que combina legumes e verduras com macarrão e carne, também faz sucesso entre os visitantes. Mas os sabores não terminam aqui. A feira oferece de tudo, com opções para todos os gostos, desde o tradicional espetinho de carne com mandioca, até a tapioca com sabores doces e salgados. As lojinhas de artesanato e comércio de produtos típicos também encantam quem por ali passa, com sugestões que englobam peças de roupas, pinturas, acessórios de decoração, entre outros.

PROTOCOLO DO PEDIDO DE REGISTRO DA FEIRA CENTRAL COMO PATRIMÔNIO CULTURAL IMATERIAL BRASILEIRO NO IPHAN SEDE BRASÍLIA

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ORIENTAÇÃO Por: Júlio Mendes

MUDANÇAS NA RESCISÃO Consultor da Fecomércio-MS explica as alterações na obrigatoriedade da homologação e atuação das Câmaras de Conciliação Em vigor desde o dia 11 de novembro de 2017, a Reforma Trabalhista, que altera a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), modernizou as relações entre empresários e colaboradores, garantindo segurança jurídica para processos que há muito eram utilizados no mercado de trabalho. Para a Fecomércio-MS, a reforma estabelece direitos e deveres de forma objetiva permitindo que as empresas tenham mais competitividade. Entender as alterações que os novos artigos da Lei trouxeram e utilizar a sua aplicabilidade na prática ainda requer atenção. Um dos pontos que acarretam em dúvidas é a rescisão do contrato de trabalho. A homologação já não se faz necessária, explica o consultor jurídico da Federação, Fernando Camilo. "A atual legislação desburocratiza o processo, trazendo maior agilidade na rescisão do contrato de trabalho". Para dar mais segurança jurídica aos empresários, a homologação de acordos trabalhistas pode ser feita com o apoio do sindicato empresarial, por meio das Câmaras de Conciliação e Arbitragem. Camilo explica que a Lei 9.958/2000 introduziu no sistema trabalhista as Comissões de Conciliação Prévia, que podem fazer conciliação, bem como a arbitragem no que se refere ao contrato de trabalho. Segundo o consultor, os sindicatos que passaram a fazer parte destas comissões, introduziram em seus instrumentos coletivos a obrigatoriedade de que possíveis conflitos levados à Justiça do Trabalho, os chamados dissídios, sejam submetidos à comissão prévia. “Somente após a certidão de não conciliação, podem ser objeto de interposição de instância”, argumenta. A composição das comissões são paritárias, com participação de, no mínimo, dois titulares e dois suplentes, um representando os empregados e o outro os empregadores. Podem ser introduzidas por empresa ou grupo de empresas, ou ser de cunho inter-sindical, e tem o poder de quitar os haveres a elas submetidos, após ata devidamente assinada.

Durante a vigência da lei, foram criadas várias comissões de conciliação prévia, entretanto, com decisão emanada pelo Egrégio Tribunal Superior do Trabalho, as demandas passaram a não serem obrigatórias à pré-conciliação. Da mesma forma, as decisões da Justiça do Trabalho foram, em parte, no entendimento de que estas comissões não detinham o papel finalístico no dissídio, esvaziando assim, as iniciativas das entidades sindicais. Assim, poucas são as comissões que permanecem atualmente. O artigo 611-B, da Lei 13.467/2007, diz que as entidades sindicais ou grupo de empresas, poderão na forma da lei criar Núcleos de Conciliação e Arbitragem, com a obrigatoriedade da tentativa de conciliação. Quanto a Arbitragem, também as partes elegem os membros paritários credenciados pelas entidades sindicais para determinar os parâmetros finais do dissídio. “Qualquer acordo na área de trabalho, efetuado diretamente entre o empregado e o empregador, ressalvado da rescisão contratual por acordo, não terá valor de quitação perante o judiciário trabalhista”, analisa.

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CRIATIVIDADE Por: Ana Lucia Abrão

Quando o menos é mais, e o íntimo do anfitrião pode ser compartilhado em cada detalhe com os convidados, o sentido de uma comemoração recebe outro significado. O intimismo, que vem da literatura como uma temática que traz os sentimentos mais profundos do autor ou da personagem, chega à vivência social por meio do compartilhar um momento íntimo e singular. Assim, o que era considerado um constrangimento para o anfitrião, o corte de nomes da lista de convidados, hoje, segue como atitude de apenas privilegiar pessoas para aquela situação, por assim dizer, intimista. De acordo com a produtora de eventos Anna Laura Gabinio, um dos motivos das festas intimistas, ou afetivas, como ela chama, estarem se tornando cada vez mais comuns é o fato de que, assim, os anfitriões podem dedicar mais atenção a cada convidado. “As pessoas começaram a enxergar o quanto é gostoso comemorar entre os mais chegados, pois assim aproveitam mais os seus convidados”, avalia. Além disso, outro motivo óbvio é a redução de custos, essencial em tempos de instabilidade econômica. Optar por um formato menor é um jeito de fazer a festa acontecer. De casamentos a baile de debutantes e até festas de firma, qualquer comemoração pode ser realizada nesse formato. A dificuldade maior fica por conta daqueles que têm uma família numerosa ou uma grande quantidade de bons amigos. “Entre

os critérios a serem levados em consideração está o de que festa íntima é festa pequena, portanto em muitas situações, pessoas queridas acabam sendo cortadas da lista”, explica. E se esse ponto é considerado uma desvantagem, mas as vantagens se sobressaem: em uma festa intimista, os anfitriões podem dar mais atenção aos convidados e curtir melhor o momento, além de poder personalizar melhor a comemoração. Os mini eventos são uma forma charmosa e intimista de celebrar e comemorar com aqueles que a gente mais gosta de ter por perto”.

ANNA LAURA GABÍNIO - PRODUTORA DE EVENTOS

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GRANDES FESTAS DÃO LUGAR A COMEMORAÇÕES MAIS PERSONALIZADAS E INTIMISTAS

Para os profissionais do ramo, é uma oportunidade, pois as festas grandes vão continuar acontecendo, grandes salões, com muitos convidados, sempre vai haver quem prefira o tradicional. “Percebo que hoje existe a nova proposta que são as intimistas, mas as antigas e grandes comemorações continuam existindo e mais fornecedores na área de eventos aqui no Estado vêm surgindo também”, aponta. E as festas menores também contratam. “Não é porque uma festa será realizada para até 100 convidados que ela não vai precisar de uma boa música, um buffet de qualidade, decoração personalizada, porém executada por quem entende, além de um assessor e cerimonialista de eventos, que fará o planejamento e a organização de cada detalhe, que talvez o contratante não consiga observar ou não tenha tempo de cuidar”, explica Anna Laura. A ideia é que, mesmo a festa sendo em um formato reduzido, tenha a mesma qualidade que se espera em um tradicional evento grande. A advogada Sofia Neo Dal Moro fez essa escolha para o seu casamento, que teve pouco mais de 60 convidados, em setembro do ano passado. Segundo ela, a opção foi tanto pela questão financeira quanto pelo fato de que assim poderia aproveitar melhor a festa com as pessoas mais próximas. Com a redução de convidados, o casal pôde contratar os melhores serviços, com ótima qualidade, e o resultado foi uma festa

excelente. “Como foram apenas 68 convidados, pude investir priorizando a qualidade sobre a quantidade”. Os comentários dos convidados após a festa comprovam que a escolha foi acertada. “A opinião geral foi de que a festa estava maravilhosa. A comida muito boa, clima bom, decoração impecável, estavam todos à vontade e puderam aproveitar tudo”, conta a noiva.

SOFIA E PIETRO OPTARAM POR UMA FESTA MAIS ÍNTIMA E ACONCHEGANTE

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CENÁRIOS MS

FOTO : ASSESSORIA DE IMPRENSA DE NOVA ALVORADA DO SUL

Por: Ana Lucia Abrão Fotos: Divulgação

Nova Alvorada do Sul, cidade jovem Aos 26 anos, o jovem município é sinônimo de desenvolvimento e esperança Com a população estimada em pouco mais de 20 mil pessoas, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Nova Alvorada do Sul está a 329 quilômetros da Capital, Campo Grande. O município foi criado em 26 de outubro de 1991 e instalado em 1 de janeiro de 1993 e fica no caminho entre a Capital e a grande Dourados, proporcionando rota de passagem para um grande número de viajantes. De acordo com o prefeito do município, Arlei Silva Barbosa, a atual gestão contribui para o crescimento e melhoria do comércio atraindo novas empresas para gerar benefícios no comércio. Como exemplos, Barbosa cita a empresa de telemarketing que emprega 200 pessoas, uma cerealista na cidade e uma fábrica de sofás. “Contribui com a mão de obra em implantação de mais 50 vagas no mercado de trabalho”, relata. Diversas parcerias complementam os benefícios à população, como o Guardião Mirim, realizada entre a Polícia Militar e a prefeitura, o Bombeiro Colégio Militar, junto ao Governo do Estado, e outras como a Banda Mirim Municipal e a Orquestra de Violão, que está em fase de implementação. As iniciativas do Sesc em relação à saúde das mulheres, atuando principalmente na prevenção, o que diminui a demanda nos postos de saúde e hospital, também são citadas como referência “Ações como essas melhoram a qualidade de vida e

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previnem os índices de violência e criminalidade”, destaca. Outras ações realizadas pela gestão do poder executivo atual são a aquisição de seis ônibus para que os universitários pudessem se deslocar a Campo Grande e Dourados, o investimento no parque do centro da cidade, um novo posto, três creches, pré-escola de quatro a cinco anos, além da continuidade das parcerias já existentes. “São ações que impactam diretamente na vida das pessoas que precisam trabalhar e também para que as empresas se instalem no município”, pontua o prefeito.


FOTO : ASSESSORIA DE IMPRENSA DE NOVA ALVORADA DO SUL FOTO VÍDEO: WWW.NOVAALVORADADOSUL.MS.GOV.BR

Para o presidente da Associação Comercial e Industrial de Nova Alvorada do Sul (Acinas), José Luiz Marques de Almeida, a economia de Nova Alvorada do Sul pode ser considerada estável. “Mantém-se um cenário promissor, baseado na garra e na coragem dos empreendedores. No nosso entender, a peculiaridade é o conjunto de economia existente em nosso município: agricultura, pecuária, indústria, poder público, comércio e prestadores de serviços fixos e temporários em geral”, afirma. Almeida destaca a boa visão dos lojistas como um dos motivos para o fortalecimento do comércio, que, entendendo o momento crítico pelo qual passa o País, buscam atrair seus clientes com promoções e preços baixos. Como o carro chefe da economia local é a produção de álcool no município e região, o início da safra 2018 causará um aquecimento do comércio e prestação de serviços, pois, além dos funcionários diretos, conta também com agregados que vêm para a cidade

por ocasião da safra. Almeida esclarece que a Associação tem procurado estabelecer um diálogo associativista com seus membros nos últimos dez anos para, assim, amadurecer ideias e juntos superarem tanto os obstáculos rotineiros quanto os imprevistos. “A diretoria tem trabalhado em busca de parcerias com grandes empresas, setor bancário, poder público local e, via Faems, o Sebrae e poder público estadual, além do Sindicato Rural e Simted, no sentido de fortalecer e viabilizar benefícios para as empresas associadas, seus colaboradores, funcionários públicos e população em geral”. Os comerciantes do município, em geral, estão otimistas. É o caso de Marcos José Hereck. Proprietário da Bom Gosto Confecções, há 10 anos no mercado, ele acredita que a demanda hoje é por produtos com preços acessíveis, sem deixar de lado a qualidade. Mas, segundo ele, o maior diferencial sempre será o atendimento. O empresário conta que os

PRESIDENTE DA ACINAS, JOSÉ LUIZ MARQUES DE ALMEIDA, EM ENTREGA DE PRÊMIOS

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CENÁRIOS MS funcionários da sua loja frequentemente participam de treinamentos e palestras, sempre buscando as novidades do mercado. Hereck observa que ao longo dos dez anos em que está à frente da Bom Gosto, houve uma mudança de característica do comércio local, que no início era mais voltado a atender aos viajantes da rodovia, com praticamente todo o comércio localizado na avenida perimetral, chamada Antônio Diniz Gonçalves, paralela à BR-163, que corta o município. Já nos últimos cinco ou seis anos, o comércio iniciou um processo de migração para o centro, para atender a população local mesmo. “Um centro mais moderno, com prédios novos, maiores, voltados a atender a necessidade de uma cidade que tem tudo para crescer”, analisa. O comércio em torno da rodovia se voltou ao mercado de peças e serviços, para atender a necessidades dos veículos e carretas que atravessam o município. Para o proprietário, existe uma percepção de melhora da economia, que depende também do desenvolvimento do município, com novos investimentos e instalações de empresas. “Como empresário, acredito muito no potencial do município, e invisto bastante, inclusive construindo um prédio novo para a loja. Nossa expectativa é de que a médio e longo prazo Nova Alvorada do Sul desponte novamente como uma das cidades que mais crescem no Estado”. Já há praticamente 20 anos no mercado, a Enigma Papelaria e Presentes é conduzida pela empresária Lorete Tirloni. O negócio foi a solução encontrada na época para manter a renda da família. Desempregada e com dois filhos, Lorete teve a ideia de abrir uma pequena loja, onde começou a vender artigos para papelaria e também bordados e crochês que ela mesma produzia. “Naquela época, contávamos com uma pequena loja com uma quantidade restrita de produtos. Com o tempo conseguimos conquistar a credibilidade de nossos clientes e fomos crescendo aos poucos mesmo diante de tantos obstáculos”. De 1998 para cá, muita coisa aconteceu no município, que gerou diversos impactos no crescimento da loja. A loja já mudou de local três vezes para poder atender melhor os clientes e amigos. “Nosso principal meio de fidelização é o bom atendimento. Acreditamos que proporcionar toda a atenção necessária ao cliente e manter sempre um sorriso no rosto é fundamental para que o cliente se sinta confortável e confiante, e que possa regressar mais vezes. Outro meio de

LORETE TIRLONI

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fidelização é a qualidade e o bom preço de nossos produtos, assim como manter a loja sempre com novidades”, conta Lorete. Para os períodos de instabilidade, a alternativa que Lorete encontrou foi atrair o cliente com preços um pouco inferiores e a divulgação dos produtos. Economizar internamente também é importante, comprando somente o necessário de acordo com a demanda das vendas. “O período de crise não é fácil nem para o empreendedor e nem para o consumidor final. Tudo se resulta em um efeito dominó: se o consumidor está sem condições para comprar, não teremos capital para aderir a novos produtos e assim sucessivamente”. A empresária revela que atualmente há uma percepção de recuperação da economia, ainda que seja em passos lentos. “A expectativa para o futuro é o crescimento de nossa região e de todo comércio local”, acrescenta. Mais recente no comércio, porém também com muita experiência no segmento em que atua, está o empresário Amauri Vieira de Almeida. De representante comercial em uma empresa de joias, Almeida resolveu abrir sua própria loja, a Princess Relojoaria. Apesar das dificuldades pelas quais já passou nesses quatro anos como empresário, Almeida nunca pensou em desistir. Na sua trajetória, passou por grandes empresas e sempre aproveitou as oportunidades de se aperfeiçoar, fazendo cursos. Além disso, nos anos de trabalho adquiriu também o aprendizado do dia a dia, no corpo a corpo mesmo, de entender o que o cliente deseja. Em sua loja em Nova Alvorada do Sul, ele tem vários exemplos de pessoas que sempre retornam ao seu estabelecimento, fato que ele atribui ao bom atendimento, variedade e qualidade de seus produtos. “Você procura entender o cliente no que ele precisa. Não vejo motivo para vender uma peça caríssima para alguém se posso mostrar uma opção mais em conta, mas que faça com que esse cliente sempre volte para comprar outras. A pessoa vai ter uma peça bonita e de qualidade, porém com um valor mais baixo, e em breve retorna para comprar mais coisas, seja para uso próprio, seja para presentear alguém”. Nos tempos mais difíceis, a maneira que Almeida encontrou para se manter no mercado foi cortar custos e ter sempre promoções para os clientes. “Sempre acreditei no amanhã. Se eu tiver que 'comer pelas beiradas' hoje vou, devagar, posso dar um passo bem pequeno, ou às vezes nem conseguir dar esse passo, mas eu estou aqui, eu não desisto”, complementa.



SENAC MS Por: Ana Lucia Abrão Fotos: Mário Bueno

Com a realização de cursos e consultorias, Senac MS traz novas propostas aos profissionais do Estado O Visual Merchandising é uma tendência que veio para ficar no varejo. Uma boa definição é dizer que ele estrutura o espaço comercial pelo ponto de vista do consumidor, se utilizando para isso do design, layout e disposição dos produtos. O objetivo é fazer com que o local tenha uma personalidade própria e, com isso, influenciar positivamente na decisão de compra dos clientes e em novas oportunidades de negócio, estimulando o consumo. Mais do que a estrutura física propriamente dita, o Visual Merchandising leva em consideração o comportamento do consumidor e seus hábitos de consumo. Existem diversas pesquisas que apontam a importância de um bom visual de vendas para o sucesso do comércio. De acordo com estudos realizados pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), a aplicação de melhorias no Visual Merchandising da loja e vitrines ajudam a ampliar as vendas em até 40%. É com o objetivo de auxiliar o empresário que pretende ter sucesso em seu negócio e melhorar suas vendas que o Senac traz o Programa Senac Arquitetura e Design. Além das consultorias, o Programa engloba também cursos voltados aos profissionais que já estão no mercado de trabalho e precisam agregar novos conhecimentos e aos acadêmicos, futuros arquitetos e designers de interiores, assim como a visualização de um segmento que está se abrindo e crescendo rapidamente. São cursos rápidos, com média de duração de duas semanas e conteúdo específico e pontual para quem quer se aperfeiçoar na área. Para os que querem profissionalização, há também a opção do curso Técnico em Design de Interiores,

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com duração de cerca de um ano. Essa é apenas uma das áreas de atuação do Senac entre diversas outras áreas de formação de profissionais. De acordo com a consultora em educação responsável pelo programa, Valeska Ferreira, o Senac está constantemente buscando novas áreas de atuação. “Quando começamos a atender o segmento comercial com consultorias de layout e visual merchandising, principalmente em Campo Grande, começamos a observar essa demanda por profissionais mais especializados, que tivessem mais conhecimento sobre design de interiores em ambientes comerciais. Havia uma gama de empresas sendo atendidas e um número reduzido de profissionais para atuar nesse segmento”, aponta Valeska. Ao longo de 2017 foram realizadas diversas consultorias de Visual Merchandising, que englobam uma série de serviços de arquitetura e design. Valeska explica que atualmente as consultorias estão cada vez mais customizadas, seja por demanda do próprio cliente que procura o Senac, seja por iniciativa da equipe comercial que realiza um diagnóstico dessa empresa. “As necessidades do cliente podem ser as mais diversas: desde a elaboração de uma vitrine para uma data temática, como Dia das Mães, até as mais complexas, como elaboração de estrutura de fachada ou um novo layout para o espaço da loja, por exemplo. Existem casos em que o cliente está montando um novo negócio e já quer que o Senac desenvolva todo o design do ambiente. Nós realizamos toda a consultoria e apoio para esse empreendedor”. Os consultores de Visual Merchandising credenciados pelo Senac MS são profissionais que trabalham na área de arquitetura, design, interiores e que fazem a elaboração da consulto-


ria de acordo com o que a empresa necessita. “Viemos atendendo nessa área de arquitetura e design nos segmentos mais diversos. No ano passado por exemplo, atendemos desde loja de material de construção, até supermercado, pet shop, lojas de grãos a granel ou de produtos naturais, negócios que têm uma necessidade de elaborar o melhor design para o cliente circular pela loja, uma vitrine mais atrativa, os melhores pontos para expor cada produto, diferenciar a forma de disposição desses produtos. Todas essas ações fazem parte da nossa consultoria”, define Valeska. Segundo a consultora, esse é um mercado que vem crescendo. As consultorias já são realizadas há três anos, com um aumento ano após ano de 40 a 50% em números de empresas com consultorias executadas. “É uma área em que vale a pena o profissional investir, afinal, o consumidor de hoje não quer mais só comprar, ele quer ter uma experiência de compra, que tem muito a ver com a qualidade do atendimento que ele recebe, mas também com o espaço em que ele está inserido durante o momento da compra, e empresariado, o próprio comércio também já vem se buscando isso.” Hoje não basta ser um profissional de design ou um arquiteto, precisa entender de comportamento do consumidor, de fluxo de negócio, do comércio, do varejo, que é justamente a expertise do Senac, explica Valeska. “Esse é o profissional que estamos formando dentro do Programa. Não é só o arquiteto do projeto, da organização, mas também aquele que vai entender do fluxo do negócio e do comportamento do consumidor, para poder então propor novas ideias para aquele determinado espaço de comércio”. A consultora aposta em um crescimento ainda maior deste mercado de experiência de compra por meio do design, do ambiente, e do espaço. “Um ambiente agradável, com a iluminação adequada, onde os móveis tenham a altura ideal para o produto que está sendo exposto, com um local para o cliente fazer a experimentação da roupa, do calçado ou do alimento, tudo isso compõe a experiência de compra do cliente.”

O Programa

Grosso do Sul (UFMS) e atualmente é conselheiro suplente do CAU/MS, existe uma grande necessidade de cursos e workshops que abordem experiências reais, em um sentido prático, tanto na arquitetura e design quanto em outras áreas da prestação de serviços. “Profissionais e acadêmicos querem qualificação para atuar no mercado, buscar um bom posicionamento e evitar erros. Temos hoje uma grande quantidade de alunos e profissionais buscando experiência, mas bem poucas oportunidades de treinamento e estágio”, afirma. O arquiteto conta que, em paralelo à sua atuação profissional, sempre esteve ligado à universidade e ao ensino de arquitetura, e que houve uma convergência natural com a missão do Senac ao ser convidado para participar da iniciativa. “Fiquei realmente entusiasmado com as possibilidades do programa, ele vem ao encontro às demandas por capacitação técnica, derivadas do crescimento de Campo Grande e do desenvolvimento do Estado”, avalia. Para ele, o grande diferencial desta proposta é trazer a realidade do mercado através de cursos práticos, com conhecimentos que o aluno pode aplicar imediatamente no seu dia a dia. O programa é constituído por três grandes pilares: arquitetura de varejo, com os cursos focados em arquitetura e design de ambientes comerciais, em que são trabalhados temas como luminotécnica, visual merchandising, layouteria, vitrine, etc; interiores, com motes nas áreas de revestimento, composições de cor para ambientes internos mais focados na área de design e finalmente projetos, que corresponde à área mais técnica, com cursos que o Senac já ofertava tradicionalmente, como ferramentas e softwares como autocad e sketch up, além de novos temas como croquis em arquitetura e acessibilidade. Além desses, que são os cursos rápidos de aperfeiçoamento, com uma carga horária média de 30 a 40 horas (uma a duas semanas), o Senac oferece também o Técnico em Design de Interiores, um curso de formação técnica profissional em que o pré-requisito é apenas o ensino médio completo. Com uma carga horária mais extensa, de 800 horas (cerca de um ano), o aluno já sai formado como técnico em design, podendo fazer os novos aperfeiçoamentos e entrar nesse mercado.

A partir da percepção de crescimento do mercado e da escassez de profissionais que pudessem atender a essa demanda, o Departamento Regional MS passou a buscar temas que estivessem em falta no mercado do MS e que se adequassem à realidade do Estado. Segundo Valeska, o Senac firmou parceria com o Conselho de Arquitetura e Urbanismo (CAU/MS) para buscar áreas técnicas que contemplassem esses profissionais e que também pudessem atender esse mercado que está em expansão. Outra contribuição de grande importância para a construção desse projeto foi a do arquiteto Rubens de Camillo, um expoente com grande expertise e know how na área. Segundo Camillo, que já foi professor do Curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal do Mato O ARQUITETO RUBENS DE CAMILLO

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SENAC MS

A EMPRESÁRIA DÉBORA CHARRO, PROPRIETÁRIA DA LOJA

A GREEN PRODUTOS NATURAIS FOI UMA DAS LOJAS ATENDIDAS PELO SENAC

Na prática A empresária Débora Ribeiro Charro, proprietária da Green Produtos Naturais, viu na consultoria de Visual Merchandising do Senac uma oportunidade de melhorar ainda mais sua empresa. “Fizemos um diagnóstico pontuando algumas alterações que gostaríamos de fazer, o que poderíamos melhorar dentro do que já fazíamos”. Enquanto estava no processo de consultoria, surgiu a oportunidade de mudar a loja para uma sede própria, o que gerou uma reformulação desde o zero. “Fizemos esse trabalho desde o estoque seco, que são os produtos embalados, o

estoque refrigerado, que fica na câmara fria, até a frente da loja. Foi um trabalho de reformulação mesmo, de adaptar toda a empresa”, destaca Débora. “O acompanhamento me deu o suporte desde o administrativo, que é a parte de organização, até a apresentação dos produtos dentro da loja mesmo, a disposição dos produtos na prateleira, toda a dinâmica que se precisa ter ao entrar na empresa. No setor de alimentos, quais são as combinações a fazer, em que locais os produtos que possuem um custo mais alto devem ficar. Todo o estudo realizado na consultoria, utilizei de fato na empresa. Para mim, foi fundamental”, avalia a empresária. Antes da Green Produtos Naturais, Débora já tinha uma certa intimidade com o mercado alimentício. Seu pai, o comerciante Jamil Charro, já está há mais de 50 anos nesse mercado, e hoje, é coproprietário da empresa, dando a Débora o suporte e a experiência de mercado necessária para o negócio ir adiante. Após a realização da consultoria, eles perceberam claramente um aumento nas vendas, os clientes satisfeitos com o visual da empresa, com o posicionamento dos produtos, com o auto atendimento, entre outros pontos.

INTERIOR DA GREEN, REFORMULADA APÓS PASSAR PELA CONSULTORIA DE VISUAL MERCHANDISING DO SENAC

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• Iluminação para Ambientes Comerciais • Vitrinismo para o Varejo • Visual Merchandising para o Varejo de Moda

• Composição e Cor para Ambientes Internos • Projetos de Móveis Planejados • Materiais de Acabamento para Ambientes

• Desenho Arquitetônico • Google SketchUP • Autocad 2D • Revit Archicteture • Acessibilidade e Desenho Universal • A Técnica dos Croquis na Arquitetura

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Passo a Passo Por: Luciana Modesto Foto: Mário Bueno

nas empresas Ferramenta traz modernidade na gestão de recursos humanos Menos burocracia, mais eficiência e maior segurança. Essas são as vantagens do Sistema de Escrituração Digital das Obrigações Fiscais, Previdenciárias e Trabalhistas eSocial, que passa a ser utilizado pelas empresas neste ano. A tecnologia vai eliminar o grande volume de dados fiscais, previdenciários e trabalhistas que eram enviados aos órgãos governamentais. Para se ter uma ideia, atualmente, cada empresa gera, em média, 15 documentos e alguns precisam de cópias impressas. Diminuindo o volume de informações e unificando os dados, as empresas vão, certamente, reduzir tempo e recurso para esse tipo de gestão. E como se trata de uma novidade, as dúvidas são muitas. É obrigatório? Quanto tempo as empresas têm para se adequar? O que acontece para aquelas que aderirem? E o que de fato vai mudar? Para cada pergunta, uma resposta que precisa de atenção dos empresários. Por isso, a revista Comércio & Cia traz, nesta edição, um passo a passo dos principais questionamentos, comuns aos empreendedores e profissionais que lidam com a gestão de recursos humanos. Quem colabora, trazendo mais esclarecimentos sobre o E-Social é o contador Rodrigo Diniz, com especialidade em Controladoria. RODRIGO DINIZ

1. O que é o eSocial? É o Sistema de Escrituração Digital das Obrigações Fiscais, Previdenciárias e Trabalhistas, instituído por decreto governamental (nº 8373/2014), voltado para os empregadores. Foi criado para facilitar a comunicação ao governo, de forma unificada, de todas as informações relativas aos trabalhadores, como vínculos, contribuições previdenciárias, folha de pagamento, comunicações de acidente de trabalho, aviso prévio, escriturações fiscais e informações sobre o FGTS. 2. Quem precisa aderir e qual o prazo? É obrigatório? Sim, é obrigatório, mas será implantado em etapas. Desde 1º de janeiro de 2018, a obrigatoriedade vale para os empregadores e contribuintes que tiveram faturamento apurado, no ano de 2016, superior a R$ 78 milhões. Essas têm até julho para

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se adequarem e podem gerar guias de pagamento no sistema antigo, mas deverão abastecer o eSocial com as informações sobre seus funcionários. A segunda etapa será a partir do dia 1º de julho de 2018, aos demais empregadores, independentemente do valor de faturamento anual, que vão se adaptando até janeiro de 2019. Entre julho de 2018 e janeiro de 2019, as empresas abastecerão o eSocial com informações, mas emitirão as guias pelo sistema antigo. 3. Como vai funcionar esse sistema? As empresas, na prática, deixam de preencher aqueles livros de papel, formulários e guias impressos que, com o tempo, podem ter informações perdidas, e passam a alimentar um sistema digital. As informações ficam ainda mais seguras e isso não vai representar nenhum custo para a empresa. Um


único banco de dados vai reunir todas as informações que eram separadas em até 15 tipos de documentos diferentes, sejam de obrigações fiscais, previdenciárias e trabalhistas. O acesso pode ser feito no portal que é bem intuitivo, ou seja, de fácil preenchimento. Além disso, inúmeras informações sobre como preencher cada campo estão descritas dentro do portal. 4. Quais as vantagens do eSocial? Com menos tempo para esse tipo de gestão, as empresas vão ganhar em produtividade, isso porque o eSocial passa a subsidiar a geração de guias de recolhimentos do FGTS e todos os demais tributos, com o cálculo correto. Menos dor de cabeça, já que não haverá risco de cálculos incorretos. E de quebra, pode gerar uma outra grande economia já que, isso, as empresas deixam de pagar tributos que não deviam.

de janeiro, justamente para que as empresas possam se familiarizar com o novo sistema. Para os erros cometidos, o contribuinte poderá retificar, mas deve ficar atento ao prazo para que não sejam aplicadas as penalidades de atraso, como era antes da informatização do sistema. Não há ainda cobrança de multas para a empresa que não aderir ao sistema de forma imediata. No entanto, o processamento e quitação das obrigações rotineiras da empresa para com a administração federal ficará praticamente inviável, se ela não se adequar ao eSocial.

5. Se for preenchido incorretamente, o que acontece? O governo já disponibilizou uma versão teste desde o início

6. Dentro de uma empresa, quem deve ser o responsável pela inserção no sistema? Dentro de uma grande empresa, geralmente é o setor contábil, trabalhando em conjunto com recursos humanos, que cuida dessa gestão. Algumas empresas terceirizam esses serviços e, nesses casos, é recomendável que procurem profissionais habilitados e devidamente registrados nos conselhos competentes.

Saiba quais documentos passarão a ser enviados pelo sistema digital:

Confira o cronograma de implantação do eSocial:

GFIP Guia de Recolhimento do FGTS e de Informações à Previdência Social CAGED Cadastro Geral de Empregados e Desempregados para controlar as admissões e demissões de empregados sob o regime da CLT RAIS Relação Anual de Informações Sociais LRE Livro de Registro de Empregados CAT Comunicação de Acidente de Trabalho CD Comunicação de Dispensa CTPS Carteira de Trabalho e Previdência Social PPP Perfil Profissiográfico Previdenciário DIRF Declaração do Imposto de Renda Retido na Fonte DCTF Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais QHT Quadro de Horário de Trabalho MANAD Manual Normativo de Arquivos Digitais Folha de pagamento GRF Guia de Recolhimento do FGTS GPS Guia da Previdência Social

Cadastro do empregador e tabelas: Grandes Empresas*: janeiro / 2018 Demais Empresas*: julho / 2018 Órgãos Públicos: janeiro / 2019 Dados dos trabalhadores e seus vínculos com as empresas(eventos não periódicos): Grandes Empresas*: março / 2018 Demias Empresas*: setembro / 2018 Órgãos Públicos: março / 2019 Folha de pagamento: Grandes Empresas*: maio / 2018 Demias Empresas*: novembro / 2018 Órgãos Públicos: maio / 2019 Substituição da GFIP (guia de informações à Previdência Social) e compensação cruzada: Grandes Empresas*: julho / 2018 Demias Empresas*: janeiro / 2019 Órgãos Públicos: julho / 2019 Dados de segurança e saúde do trabalhador: Grandes Empresas*: janeiro / 2019 Demias Empresas*: janeiro / 2019 Órgãos Públicos: julho / 2019 *Empresas com faturamento anual maior que R$ 78milhões *Inclusive micro, pequenas e MEIs que tenham empregados

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FECOMÉRCIO MS Por: Júlio Mendes

Congresso debate desafios pós-reforma 34º CNSE É PREPARADO PARA ENCANTAR PARTICIPANTES O Centro de Convenções de Bonito (MS), a 298 km de Campo Grande, sedia entre os dias 23 e 25 de maio, o 34º Congresso Nacional de Sindicatos Empresariais do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNSE). O evento é planejado como oportunidade para se discutir a sustentabilidade dos sindicatos e federações empresariais frente à Reforma Trabalhista, em vigor desde novembro de 2017.

Imersão cultural

Nisso, o tema “Sindicalismo Pós-reforma Trabalhista – Novos Desafios” é um dos atrativos do CNSE, que proporcionará aos participantes, ainda, a oportunidade de refletir como a competência da qualidade em gestão pode contribuir para o dinamismo das novas relações institucionais.

Logo na chegada, a culinária se fará presente com a chipa, chá mate e o tereré. E durante os três do Congresso, estão programadas apresentações de grupos típicos das culturas libanesa, paraguaia e japonesa evidenciando a miscigenação dos principais povos que contribuíram para a colonização de Mato Grosso do Sul. A ambientação do espaço do Centro de Convenções também deve receber adornos que remetam aos costumes das diversas regiões do Estado, como o Pantanal, por meio dos elementos da comitiva pantaneira.

Por meio de palestras, talkshow, plenárias e debates, o encontro promete despertar a consciência empresarial para o espírito de solidariedade, o que representa um passo importante para construção de uma relação sólida e de respeito mútuo entre capital e trabalho dentro do atual cenário social e econômico do Brasil. De acordo com o presidente do Sistema FecomércioMS e do Sindivarejo Campo Grande, Edison Araújo, este será um importante momento de aprendizado e discussão. “As Federações do Comércio de todo o País têm ações comuns, mas também há as particularidades de cada região. Conhecê-las e debatê-las amplia nossa atuação. Além disso, o evento traz muita inovação, o que é bastante pertinente ao cenário atual”, finaliza.

Os participantes do Congresso serão convidados a uma imersão cultural sul-mato-grossense durante os três dias da programação do evento. Do receptivo à decoração, estarão elementos que despertem os sentidos aos visitantes.

“Acreditamos que podem o s a l i a r e s s e m o m e nto importante de aprendizado e de discussão, sobre os temas inerentes ao sindicalismo empresarial com causas como a da reforma trabalhista, e ainda difundir a cultura sulmato-grossense, suas raízes, seu povo e seu modo único”, explica Edison Araújo.

Inscrições As inscrições disponíveis no portal cnse.com.br estão abertas para lideranças sindicais patronais e executivos de sindicatos empresariais e, nesta edição, também receberá gestores e empresários do setor terciário.

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GESTÃO COMPETITIVA Por: Luciana Modesto

Digital e colaborativa Nova economia traz mudanças para grandes e pequenas empresas

O atual sistema econômico em todo mundo está em colapso. Segundo pesquisa da Global Footprint Network, para atender a disputa acirrada de crescimento, tem-se utilizado 50% a mais dos recursos que o planeta é capaz de regenerar. A competição desenfreada também gerou um outro resultado: de acordo com estudos da Gallup Poll, empresa americana de pesquisa de opinião, 70% das pessoas no mundo estão desmotivadas e infelizes. Todo esse cenário impulsionou o surgimento de uma nova economia, em que a matemática do quanto mais se produz, mais se consome, dá lugar a empresas e organizações trabalhando de forma colaborativa e pensando no bem-estar coletivo. A avaliação é de Leandro Jesus, empreendedor e cofundador da EloGroup, empresa de consultoria e tecnologia com atuação nacional e reconhecida por seguidos anos como umas das melhores empresas para se trabalhar no Brasil e na América Latina pelo instituto Great Place to Work (GPTW). “Se a economia não consegue garantir o bem-estar de todos nós de maneira harmoniosa, não pode ser considerada bem-sucedida”, alerta Leandro, que é autor do livro Exploradores de um mundo em transformação: conduzindo organizações na travessia para uma nova era. Segundo o autor, os avanços tecnológicos e as consequentes mudanças de valores e comportamentos das pessoas trouxeram um impacto significativo na produção, distribuição e consumo de bens e serviços. Por um lado, há uma tendência para o compartilhamento de ativos, ênfase ao acesso em vez da posse, consumo consciente e maior preocupação das pessoas com questões sociais e ambientais. Por outro lado, surgem a cada dia novas tecnologias digitais com potencial de reduzir drasticamente os custos de energia, transporte, mão-de-obra e recursos materiais. “A nova economia que está surgindo é digital, colaborativa, descentralizada e abundante. E o melhor, busca o bem-estar coletivo ao invés do favorecimento de alguns poucos atores”, explica Leandro. Com o progresso tecnológico e a democratização da informação e conhecimento, consumidores e cidadãos ficam mais exigentes em relação às empresas com quem interagem. “Acredito, assim, que as empresas do século 21 precisarão operar com um propósito que traga significado às pessoas, entregar experiências positivas para seus

clientes, habilitar a realização de talentos e vocações no ambiente de trabalho e, ainda, gerar impacto positivo para sociedade e meio ambiente”, analisa. O cenário é desafiador para os empresários, que precisarão ser mais conscientes de seu papel nesse mundo em transformação. Iniciativas como as que o MS Competitivo dissemina em Mato Grosso do sul, entre elas o Modelo de Excelência da Gestão, convergem para este novo contexto, uma vez que estimulam as organizações a avaliarem de forma constante o seu negócio, implementarem melhorias e mudarem os rumos se necessário. Esse momento de transição, segundo o autor, deve motivar a exploração e busca de novos caminhos. Nisso, os novos negócios podem ter papel relevante na nova economia, em comparação com as organizações tradicionais, se conseguirem ser mais ágeis, enxutos e descentralizados. As empresas que surgem agora precisam ser relevantes para seus clientes, colaboradores e para a sociedade como um todo. Leandro aponta que as empresas e organizações tradicionais podem ter mais dificuldades nesse novo contexto, por conta de suas estruturas mais burocráticas e sua gestão focada no crescimento e lucro. “Por isso, precisam se reinventar, abrir espaço para novos arranjos e formas de atuação. Não creio em fórmulas mágicas, mas penso que o ponto de partida está na mudança de mentalidade da liderança e na busca por um propósito maior”, aconselha. Tradicionais ou novas, as empresas precisam estar atentas a uma nova geração que surge. “Quando falo de uma nova civilização, me refiro à própria evolução da espécie humana, de nossa forma de viver em sociedade. As tecnologias que vêm por aí têm um potencial incrível de mudar nossa vida para melhor”, diz. Para Leandro, o momento atual pode ser tão ou mais impactante até mesmo que o surgimento da energia elétrica ou da imprensa escrita. Essa transição ainda pode ocorrer e as empresas podem aproveitar essa fase para se adequarem. Atualmente, o 'velho' e o 'novo' sistema econômico coexistem e a maioria da população trabalha e vive na economia tradicional. “É justamente por isso que entendo ser importante despertar a consciência das pessoas, para que possamos nos preparar para esse momento de transformação e acelerar o advento dessa nova economia”.

Podemos ajudar na melhoria da Gestão da sua Organização

SAIBA COMO 56

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Fone: 67- 3211.5333 | e-mail: contato@mscompetitivo.org.br Facebook: Instituto MS Competitivo | www.mscompetitivo.org.br



ARTIGO

Turismo e Maturidade MaturiShow Há algumas décadas, uma revolução social silenciosa e contínua vem acontecendo no Brasil, é a revolução da longevidade, uma vez que a adoção de um estilo de vida saudável, a melhoria das condições sócio-econômicas e a evolução da medicina, possibilitam ao ser humano uma vida mais longa. Segundo fontes do IBGE o aumento da expectativa de vida no Brasil passou de 62 anos, em 1980, para 76 anos, em 2016. A população idosa cresceu 16% frente a 2012, chegando atualmente a quase 29 milhões de pessoas com mais de 60 anos. A estimativa é que em 2030 chegarão a 41,50 milhões de pessoas, alcançando 18% da população. A Organização Mundial de Saúde define como prioridade a formulação de planos de ação para o bem estar da maturidade e estabelece como metas a promoção do envelhecimento ativo, através de três pilares: saúde, participação e segurança. Diante disso a Regenold Viagens e Eventos abraçou a defesa deles e colabora para ampliar o conhecimento, tornando público e desenvolvendo atividades para reunir esse segmento tão especial. A empresa organiza viagens em grupo para a terceira idade com o acompanhamento de uma equipe especializada e atenta, percorrendo o Brasil, o mundo e os mares. São roteiros culturais, históricos temáticos, ecológicos, de águas termais, lazer, etc. Agregamos aos grupos de viagens, pessoas de diversas regiões do País. Essas viagens realizadas pelo mundo afora, criam vínculos de amizade entre os participantes e para que esse vínculo seja uma corrente prazerosa, criamos uma “confraria” que se reúne para um bom papo, ouvir músicas, dançar ou acima de tudo trocar um afetuoso abraço. Idealizamos também o Maturishow - Encontro Mercosul da Maturidade, onde o principal objetivo é o de integrar as pessoas com mais de 50 anos, proporcionando momentos únicos de compartilhamento de experiências e qualidade de vida. Já estamos preparando a próxima edição do evento, que acontece anualmente, na cidade de Bonito/MS. A nona edição será no período de 20 a 23 de setembro 2018. Participam associações da terceira idade, caravanas, grupos de várias partes do País como Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Paraná, Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro, Mato Grosso do Sul, Goiás, Paraíba, Ceará e de países como Argentina, Bolívia e Paraguai. Mais de quatro mil pessoas já participaram desse grande encontro da maturidade. Desde sua primeira edição o evento tem algumas atrações fixas, como a Mostra de Talentos, momento especial em que as pessoas da maturidade exibem seu talento com apresentações de canto, dança, poesia e dublagem. A programação é intensa e extensa, com atividades como

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dançaterapia, oficinas de sustentabilidade, workshops, bailes temáticos e passeios turísticos. Anualmente seus inúmeros participantes, movimentam a economia da cidade, beneficiando todo o trade turístico, como hotéis, restaurantes, atrativos, além do comércio em geral. O Maturishow já está consagrado como um marco para a “maturidade” do Mercosul, bem como para o calendário turístico-cultural do Estado de Mato Grosso do Sul. Nessa minha trajetória de 20 anos voltados a realizar atividades com a terceira idade, já passaram em meus cuidados mais de 50 mil idosos, através de eventos, viagens, faculdade da terceira idade, aulas de dança, palestras, projetos sociais e entretenimento. Isso me deixa imensamente feliz. Hoje reflito: diante de todos os feitos, percebo que estou sempre aprendendo e vivenciando com fatos novos, a cada dia uma nova descoberta e emoção. Gosto de ressaltar fatos marcantes que vivenciamos nesse trajeto, por exemplo, reencontro de amigos de infância após dezenas de anos, laços de amizade que se formam e outros que se fortalecem, cura de depressão, desafetos que o saber ouvir transforma-se em laços fraternos, curiosidades por novas descobertas, ânsia pelos prazeres da vida, percepção do colorido da idade e por que não grandes paixões, namoro e até casamento. Como empresária e idealista, meu projeto de vida é cada vez mais executar um trabalho com o amor e a dedicação que me move, unindo com as necessidades do mundo corporativo. Tenho muitos planos, como por exemplo, que a cada edição do Maturishow se supere, tanto na programação como no número de participantes. Meu intuito também é transformar Mato Grosso do Sul numa referência em turismo para a terceira idade, com roteiros diferenciados e específicos a esse público. Nossa missão é o estímulo ao turismo de qualidade, segurança e respeito à maturidade. Para participar de nossas atividades entre em contato pelos telefones (67) 3044-7474 ou 99971-8525. Site: www.viajandoemgrupo.com.br

Leila Regenold È graduada em Letras, pós graduada em Gerontologia Social e em Turismo e Lazer com ênfase para a Terceira Idade; proprietária da Empresa Regenold Viagens e Eventos – única do Estado de MS especializada no público sênior. Produtora de eventos e projetos culturais.


SERVIÇOS 3D Contábil Rua Estevão Casal Caminha, nº306, Jardim Vilas Boas Campo Grande - MS Telefone: (67) 3029-8030 / (67) 3029-8031

Museu de Arte Contemporânea – Marco Rua Antônio Maria Coelho, 6000 – Parque das Nações Indígenas Campo Grande - MS Telefone: (67) 3326-7449

Ademar Ângelo de Carvalho Telefone: (67) 99982-2007 / (67) 3324-5829

Museu de Medicina de Mato Grosso do Sul Rua da Liberdade, 512 – Vila Santa Dorotheia Campo Grande - MS Telefone: (67) 3025-5036

Anna Gabinio Eventos eventosannagabinio@gmail.com Telefone: (67) 98177-3035 Associação Comercial e Industrial de Nova Alvorada (Acinas) Rua Duair João de Barcelos. 64 Centro Nova Alvorada do Sul - MS Bananeira Kids Rua Raul Pires Barbosa, 1260, sala 5, Bairro Chácara Cachoeira Campo Grande - MS Telefone: (67) 98129-8155 Superintendência Estadual do Banco do Brasil www.bb.com.br Avenida Afonso Pena, 2202 Telefone: (67) 3389-1400 Bom Gosto Confecções Rua Cassiano Leal Pael, 434 Nova Alvorada do Sul - MS Empreender Materno www.empreendermaterno.com.br contato@empreendermaterno.com.br Telefone: (67) 9811-5772 Enigma Papelaria e Presentes Avenida Antônio Diniz Gonçalves, 974 - Centro Nova Alvorada do Sul - MS

Museu José Antônio Pereira Avenida Guaicurus, s/n – Jardim Monte Alegre Campo Grande - MS Telefone: (67) 3314-3181 Museu Lídia Baís Avenida Noroeste, 5140 – Centro Campo Grande - MS Telefone: (67) 3311-4460 Pontal das Águas BR-262, Km 312 Campo Grande-MS Telefone: (67) 3344-1033 Perpétua Café e Brechó Avenida Dourados, 512 - Centro Naviraí - MS Telefone: (67) 3461-7526 Prefeitura Municipal de Nova Alvorada do Sul Avenida Irineu de Souza Araújo, 1121 Nova Alvorada do Sul - MS Princess Relojoaria Rua Dona Francisca Stradiotti, 1221, Sala 02 - Jd. Eldorado Nova Alvorada Do Sul - MS

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Sebrae MS Avenida Mato Grosso, 1661 - Centro Campo Grande - MS Telefone: 0800 570 0800 Sindicato da Habitação de Mato Grosso do Sul (Secovi-MS) Rua da Paz, 1054 Campo Grande - MS Telefone: (67) 3326-5203 Unna Plus Rua da Paz, 468 - Jardim dos Estados Campo Grande - MS Telefone: (67) 3044-0128 Zanchetta Calçados www.zanchettacalcados.com.br Rua Barão do Rio Branco, 1612 Campo Grande - MS Telefone: (67) 99262-2838

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PRESIDENTE DA ACINAS, JOSÉ LUIZ MARQUES DE ALMEIDA, EM ENTREGA DE PRÊMIOS


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