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DELEGA, NÃO CRESCE”

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PROJETO PILOTO

PROJETO PILOTO

Juranildes Araújo

APONTE

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Mulher, empresária, esposa, mãe, avó, primeira mulher a ocupar o cargo de 3ª vice ­presidente da Fecomércio ­BA e atual coordenadora da Câmara da Mulher Empresária da entidade. Juranildes Araújo é tudo isso e mais. Dona de um olhar aguçado para os negócios, nesta entrevista ela compartilha um pouco da sua história e de como passou de uma menina que fazia bonequinhos para vender no Mercado Modelo, aos oito anos de idade, à dona de empresas de sucesso, palestrante e consultora. Cheia de energia, ela está sempre à procura do próximo projeto. Por isso, lançou o podcast “A Dona do Olhar Aguçado”, no qual entrevista outras empreendedoras. Sua extensa trajetória no mundo dos negócios e do associativismo vai ganhar vida em forma de biografia, em novembro. Até lá, conheça mais sobre sua história.

Conte um pouco da sua trajetória no empreendedorismo.

Eu entrei no mundo dos negócios muito cedo, ainda criança. Na época, não sabia o que era empreender, mas na realidade eu estava empreendendo. Comecei aos oito anos fazendo bonequinhos para vender na feira, aos 10 eu já costurava para mim e para a família toda. Aos 20 anos, fui trabalhar no Polo Petroquímico de Camaçari e enxerguei um nicho bom para mim. Então criei uma confecção em casa para produzir fardas para as empresas do Polo e fiz isso por 20 anos. Passei de um funcionário a 300. Comecei fabricando uma peça por dia e cheguei a produzir 30 mil peças por mês.

Como mulher, como você observa essa posição de liderança? O que te inspira para ocupar esse lugar?

A mulher precisa ser ousada para poder estar onde ela quiser. Eu vim para esse mundo empresarial com o intuito de devolver para a sociedade tudo o que eu aprendi, na academia e dentro das mi ­ nhas empresas. O que me inspira é que eu acredito que as mulheres têm que lutar por esse lugar e alguém precisa começar. A mulher tem que estar na política, tem que ser deputada, prefeita, vereadora, superintendente de empresa, tem que ser tudo o que ela quiser. No momento que uma mulher ocupa um cargo de liderança, outra olha e começa a entender que também pode.

Qual característica sua você acha que foi essencial para você estar hoje no lugar que ocupa? Ousadia. Persistência. Resiliência. Eu não uso na minha vida a palavra medo, eu uso cuidado. E humanização. Em tudo o que você faz, em todo lugar que você está, tem que ter humanização. O meu crescimento vem também a partir do momento que eu começo a ensinar outras pessoas a fazerem o que eu sei fazer. Quem não delega, não cresce. Você precisa aprender a delegar em qualquer lugar, não só na sua empresa, mas na instituição que você dirige. Esse olhar é a virada de chave.

Qual legado você pretende deixar como coordenadora da CME?

Pretendo levar para as mulheres a mensagem de que elas não precisam ser CLT, mas que elas podem montar seu próprio negócio, ganhar seu dinheiro e dizer, com orgulho, “eu tenho o meu, eu sou dona do meu nariz, sou dona da minha empresa. Eu não vou bater ponto para ninguém. Eu vou querer que pessoas venham bater ponto para mim” e que ela também prepare essas pessoas para que no futuro elas possam estar no meu lugar.

Hoje, o que te dá mais orgulho?

Uma das coisas que mais me dá orgulho é transformar a vida de mulheres. Quando elas chegam para mim e dizem “você me motivou. Eu estava lá ‘embaixo’, agora eu estou com um negócio” isso me deixa extremamente feliz.

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