4 minute read
Especial
from Revista Fecomércio-BA Edição 34
by Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado da Bahia
Vacinação como estratégia de marketing
Empresas oferecem descontos para vacinados contra a Covid-19
Advertisement
por Jaciana Bianck
Fritz Paixão, empresário e CEO da marca Clean New
Varejistas e empresas estão oferecendo descontos em produtos e serviços para pessoas que se vacinaram contra a Covid-19, no Brasil. A proposta foi inspirada em ações realizadas nos Estados Unidos e visa incentivar a vacinação, em especial da população mais jovens, além de ser uma estratégia de posicionamento das marcas.
As promoções acontecem em várias cidades do país e estão presentes em diversos setores, vão desde alimentos, vestuário até serviços de limpeza. Entre as primeiras empresas que aderiram à ação no Brasil, está a Clean New, rede de higienização e blindagem de estofados, que possui sua matriz na cidade de Salvador. O empresário baiano e CEO da marca Clean New, Fritz Paixão explica como surgiu a ideia de implementar a propostas nas franquias brasileiras, ele diz “Moro nos Estados Unidos, em Miami. Como aqui a vacinação começou primeiro e os americanos não têm uma cultura tão forte de vacinação como os brasileiros, as empresas começaram a oferecer descontos para que a população se vacinasse. Observei então, que essa proposta também poderia ser implementada no Brasil, logo adaptamos e inicializamos esse processo de descontos em todas as nossas franquias brasileiras. Assim, incentivamos a vacinação, principalmente o público mais jovem”. No setor alimentício, a hamburgueria soteropolitana Bravo Burguer e Beer, também aderiu à promoção recentemente. Conforme o sócio proprietário e criador da rede, Rafael Zacarias, os descontos além de incentivarem a imunização, são uma boa estratégia de marketing para a imagem e posicionamento da marca.
O CEO Fritz Paixão ainda comenta que a Clean New obteve um acréscimo de 10% no faturamento desde o início da ação e incentiva que mais empresas implementem em seus negócios “Quanto mais pessoas se vacinarem melhor. Então, na minha opinião, quando mais empresas aderirem à proposta também será melhor, tanto relacionado a saúde pública quanto para a parte econômica” disse. Segundo os dois empresários as ofertas devem permanecer enquanto a situação pandêmica não melhorar no país.
Rafael Zacarias, sócio proprietário e criador da Bravo Burguer e Bee
Upskilling digital é essencial para o futuro do comércio
Apandemia impactou profundamente diversos setores e forçou uma aceleração da transformação digital. Um levantamento realizado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) no ano passado mostrou que o setor industrial (43%) foi o mais afetado, seguido pelo comércio (35%) e serviços (30 %).
Com a orientação dos órgãos de saúde para o isolamento social, muitos negócios sofreram por não ter a estrutura necessária para funcionar remotamente. Com as portas fechadas e o receio dos consumidores de deixar as suas casas, foi preciso se adaptar a essa nova realidade de vendas e atendimentos virtuais com rapidez. E esse foi só o primeiro passo. Data analytics, business intelligence, IOT e inteligência artificial são temas que devem ser cada vez mais intrínsecos ao cotidiano das empresas nos próximos anos.
Aquelas empresas que já possuíam uma cultura forte de aprendizado e já caminhavam na direção da transformação digital demonstraram maior capacidade de se adaptar e foram as que aproveitaram a pandemia como oportunidade. O chamado digital mindset fez a diferença. Já os negócios de mindset fixo tiveram maior dificuldade.
As ferramentas estão sempre em evolução. Hoje temos uma, mas amanhã surge outra e depois outra. A transformação digital é um caminho sem volta e que só tende a acelerar. No entanto, essas mudanças trazem à tona um problema: o gap digital. As ferramentas se tornam disponíveis numa velocidade maior do que as pessoas levam para saber utilizá-las. Por isso o digital upskilling, ou a capacitação para o digital, se faz tão necessário e urgente. Como essa evolução só irá acelerar, se a sua empresa ou a sua equipe não se adaptar à revolução digital, seu negócio correrá riscos de ter a competitividade diminuída ou até mesmo de não sobreviver.
O digital upskilling não é apenas treinar sua equipe para operar um programa. Trata-se de mudar a mentalidade, de fazer com que o time abra os olhos para o mundo de oportunidades que essa cultura digital traz consigo. Se as pessoas não estiverem preparadas para trabalhar com uma ferramenta nova e extrair dela os melhores resultados, ela não fará diferença.
Mudar o mindset é um processo gradativo, e que deve ter como centro sua estratégia de negócios e as pessoas. Nesse processo, é preciso antes de tudo definir “o que eu quero ser?”. A partir disso os gestores farão a análise das competências dos seus empregados e do que falta para então preparar as pessoas com as habilidades necessárias para chegar onde se deseja. O estudo Hopes and Fears 2021 da PwC revelou que muitos empregados (39%) pensam que é provável que seus trabalhos se tornem obsoletos em cinco anos. No entanto, temer o progresso não é a solução. Mas se perguntar: Como eu uso essa automação de processos e funções a meu favor? O dado me dá a informação do cliente, mas quem vai conhecer o cliente sou eu. A pergunta não é se eu vou perder meu emprego, mas como posso usar o dado para ser mais eficiente. E é isso que o seu time precisa entender: que a tecnologia avança, mas são as características humanas que fazem a diferença.
Luciano Sampaio
é sócio da PwC Brasil e líder na Região Nordeste