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Entrevista
from Revista Fecomércio-BA Edição 34
by Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado da Bahia
Crédito: Gustavo Melo
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Clínio Bastos:
Eventos com até 1000 pessoas voltam a ser autorizados
por Lugana Olaiá
Com o avanço da vacinação no estado da Bahia, no dia 11 de setembro, o Governo estadual publicou um decreto autorizando realização de eventos e atividades com a presença de até mil pessoas. Diante desse cenário, o vice-presidente da Associação Brasileira dos Promotores de Eventos (ABRAPE), Clínio Bastos diz estar otimista, mas acredita que seja cedo pensar em Carnaval, pois um evento desse porte é planejado com muita antecedência.
Sistema Fecomércio-BA - Como tem sido planejada a retomada dos grandes eventos na cidade?
Clínio Bastos - A Associação Brasileira dos Promotores de Eventos (ABRAPE), participou de inúmeras reuniões técnicas, conjuntamente com outras Associações e representantes do Poder Público (Estado, Município e até o Ministério Público). Apresentamos diversos protocolos, na busca de critérios para o nosso retorno e principalmente, na busca de equidade para o tratamento do nosso setor em relação aos demais. Recentemente, mesmo atrasados, tivemos um passo importante que foi a liberação para realização de eventos de mil pessoas, no máximo, na Bahia.
SF - Você acredita que com o estágio atual do calendário de vacinação, já podemos pensar em eventos seguros para o último trimestre deste ano?
CB- Sim. Pela predisposição do Governo do Estado e da Prefeitura, esta retomada deverá ser gradativa, ampliando o número de participantes à medida que as condições sanitárias permitam, sinalizando que a partir de outubro já se possa ter eventos maiores.
SF - Salvador pode se preparar para eventos de fim de ano e Carnaval com controle, em espaços limitados, mas com o aval do Governo?
CB - Penso que seja prematuro se estabelecer qual o formato. Como empresários, principalmente de uma festa grandiosa como é nosso Carnaval, temos que trabalhar com muita antecedência. Claro, que atentos e acompanhando a situação sanitária do país, mas, otimistas de que o Poder Público e toda a sociedade vençam esta luta. E que possamos voltar e ter o nosso Carnaval.
SF - Os investidores da área de entretenimento já se mostram preparados e dispostos para este novo momento na cidade?
CB - A liberação da realização de eventos e a sua evolução gradativa são fundamentais para que os investidores, patrocinadores e empresários do setor possam avaliar as oportunidades e os riscos acerca da realização dos eventos. Sabemos que existe uma demanda reprimida, principalmente na Bahia, que tem em seus festejos uma identidade única no país. Porém, devemos ter a consciência de que, como está em nosso "DNA” o aglomerar e o celebrar, deveremos fazer desta retomada um exemplo de que a nossa volta é possível, desde que respeitando todas as normas e protocolos estabelecidos.
SF - Quais são as alternativas hoje para a sobrevivência financeira deste setor que está parado há cerca de 1 ano e meio?
CB - Nosso setor não teve alternativas significativas para minimizar os impactos da pandemia. Os nossos esforços no primeiro momento foram a elaboração do Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos (PERSE), com cinco pilares básicos: relação de consumo, manutenção dos empregos, crédito para sobrevivência das empresas, refinanciamento de dívidas fiscais e não fiscais e desoneração fiscal. O Programa foi aprovado em regime de urgência na Câmara Federal e no Senado, e já está contemplado na Lei 14.148/21, além de algumas Medidas Provisórias também editadas pela Presidência.
Seguramente, estas medidas foram importantes para minimizar os Impactos e criar as condições propícias para o nosso retorno. Lembrando que somos a única atividade que está paralisada há mais de 18 meses.
Na volta da sessão Legislativo, temos informações sobre três projetos de lei em debate na Câmara dos Deputados que podem afetar diretamente o setor do comércio de bens, serviços e turismo. Acompanhamos atentamente a tramitação e ouvimos lideranças políticas e sindicais sobre os temas.
Confira!
PLP 5/2021, de autoria do Dep. Efraim Filho – DEM/PB. O projeto prorroga o prazo de isenções e incentivos fiscais destinados às empresas do comércio até 2032. A aprovação do projeto é fundamental para a sobrevivência das empresas e manutenção de postos de trabalho.
O Estado brasileiro tem que fazer mais investimentos para a economia avançar, nesse momento de pandemia. A isenção de ICMS deve ser tratada de forma cirúrgica, porque em muitos casos é um estímulo à produtividade, à geração de empregos e renda e redução do preço dos alimentos. Nosso sistema tributário tem que ser progressivo, taxando especialmente as grandes fortunas. Os muito ricos são menos de 1% da população brasileira e, proporcionalmente, pagam menos impostos do que os pobres. Os impostos têm que ser mais diretos, onerando menos o setor produtivo e as mercadorias, para fazer justiça social a partir da progressividade”, afirma o Deputado Zé Neto (PT-BA).
O 1º vice-presidente da Fecomércio-BA e presidente do Secovi, Kelsor Fernandes, espera que o Senado possa corrigir esse ponto e alterar as regras sobre os lucros e dividendos. “Vale ressaltar a importância de criar medidas mais justas para os contribuintes, sobretudo para as empresas que trabalham com regime de Lucro Presumido. A nova tributação proposta pode, ainda, afastar investidores do Brasil, em claro desestímulo ao empreendedorismo”, completou.
Não há dúvidas que a aprovação do PL 3461/2019 poderá criar grandes transtornos para os condomínios, aumentando consideravelmente o rol de obrigações tributárias e financeiras que não estão obrigados hoje, mas passariam a responder como se pessoa jurídica fossem. Isso implicaria num aumento dos preços dos aluguéis, assim como as condominiais e também valores dos apartamentos”, concluiu Kelsor Fernandes 1º vice-presidente da FecomércioBA e presidente do Secovi.
PL 2337/2021, de autoria do Poder Executivo Federal. O texto proposto altera regras do imposto de renda tanto para pessoa física, como para pessoa jurídica. Um ponto de grande relevância é a taxação em 15% dos lucros e dividendos, que pode prejudicar as empresas do setor.
PL 3461/2019, de autoria do Senador Fernando Bezerra – MDB/PE. A medida proposta torna os condomínios pessoas jurídicas, o que trará mais burocracia e aumento de custos.
FECOMÉRCIO-BA MOVIMENTA OS ECOSSISTEMAS DE INOVAÇÃO EM TRÊS MUNICÍPIOS
Feira de Santana, Vitória da Conquista e Lauro de Freitas são os primeiros municípios a participarem do Workshop de Planejamento do Ecossistema de Inovação – Definindo os setores estratégicos e o mapa de atores, promovido pela Fecomércio-BA e Sebrae, nos dias 24, 26 e 31 de agosto.
O objetivo desses Workshops é fomentar o ecossistema de empreendedorismo e inovação desses locais, fortalecendo a competitividade das empresas, principalmente do segmento MPE do comércio. Participaram dos três eventos online, representantes de instituições públicas e privadas, do ambiente acadêmico e da sociedade civil organizada. A coordenadora do Inovacom, Maria Medeiros, acredita que, “após a conclusão dos workshops espera-se alavancar o conceito de governança e ampliar as estratégias de intervenção no ecossistema e o Plano de Intervenção”.
GT BAHIA DO PROJETO VAI TURISMO, DA CNC, DÁ INÍCIO AOS TRABALHOS
A Fecomércio-BA organizou a primeira reunião virtual do Grupo de Trabalho no mês de agosto, para integrar o projeto Vai Turismo – Rumo ao Futuro, movimento nacional criado pela CNC. O objetivo é conectar representantes de instituições diretamente ligadas ao turismo, para construir políticas públicas que estimulem o desenvolvimento sustentável dos destinos turísticos brasileiros, especialmente no pós-pandemia.
A coordenadora da CET – Câmara Empresarial do Turismo da Fecomércio-BA, Avani Duran, abriu os trabalhos do primeiro encontro, que teve a finalidade de sensibilizar e engajar o grupo em torno das questões a serem trabalhadas. O objetivo final será a construção de um único documento, com as contribuições de todos os estados, contendo sugestões de políticas públicas e ações prioritárias para o turismo brasileiro, para o período 2022/2026. O documento será entregue pela CNC aos candidatos à presidência do país.
Para fomentar as sugestões do grupo, foi passado um vídeo da professora Clarissa Gagliardi (USP) sobre o tema central (Políticas Públicas) que trouxe dados e principais indicativos do turismo brasileiro no contexto mundial. O próximo evento será em setembro, com o tema: O Papel do Empresariado na Governança de Destinos Turísticos. No dia 20/10, às 10h, será a vez da oficina: Pensar e escrever juntos as recomendações de políticas públicas para o Estado da Bahia.
Entre os presentes estiveram representantes da Abav-BA, Aviação Águia Branca Viação, Abrasel, Abrajet, Aeroporto Salvador, Abre, Abrape, Abrasce, Conselho Baiano de Turismo, Secretaria de Turismo de Camaçari, Central do Carnaval, Salvador Bahia Destination, Sesc, Senac, Sebrae, Transalvador e Uneb.