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Passos Certos

Passos Certos

Pouco mais de um ano após os primeiros casos de COVID-19 registrados no Brasil, o cenário econômico é de desafios, em termos de negócios. Na Bahia, o setor de serviços, diretamente afetado pela pandemia desde o último ano, registrou queda de 1,8% em fevereiro, na comparação com o mês anterior. E se os segmentos mais otimistas projetavam condições favoráveis de desenvolvimento, frente à crise, o ritmo ainda insuficiente para garantir a cobertura da maior parte da população, em termos de imunização, revela que, de uma forma geral, todas as atividades continuam sendo impactadas pela crise sanitária. Segundo análise da Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI), no 1° bimestre do ano, o estado já apresenta retração de 13% nas atividades econômicas.

No encontro online, do qual participaram José Gomes, superintendente do Banco do Nordeste, Eduardo Lima, superintendente do Banco do Brasil, Rychard Fully, superintendente da Caixa Econômica, Agenor Martinelli Braga, diretor de desenvolvimento de negócios do DesenBahia, Vitor Lopes, gerente da Unidade de Acesso ao Crédito do Sebrae-BA e Carlos Andrade, presidente da Fecomércio, os representantes dos principais bancos públicos e da Agência de Fomento do Estado da Bahia apresentaram as linhas de crédito

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Linhas de crédito para micro e pequenas empresas no enfrentamento à crise

por Ana Maria Simono

Para manter o empreendimento – diante de um conjunto complexo de mudanças, diminuição da capacidade de compra das famílias, queda nas vendas e aumento da inflação – muitas empresas buscam no crédito a forma de manter o funcionamento, a renda e os empregos. Mas quais são as linhas disponíveis e como acessá-las, garantindo um recurso que possa ser aplicado em favor do negócio no momento de crise?

O crédito para micro e pequenas empresas – e as diferenças da liberação do recurso na pandemia – foram discutidos em uma live exibida no último dia 19, resultado da parceria entre Sebrae Bahia, Fecomércio, FAEB, FIEB, FCDL, FACEB, Desenbahia, Banco do Nordeste, Banco do Brasil, Caixa, UFBA e SUDENE.

voltadas a micro e pequenas empresas que podem favorecer um posicionamento estratégico dos negócios frente à crise.

“Quem conseguir se organizar melhor agora vai sair na frente quando tivermos uma retomada, um momento de bonança no futuro”, destaca Eduardo Lima, do Banco do Brasil – instituição que ampliou em 20%, segundo o superintendente, a carteira de crédito para micro e pequenas empresas, no último ano. Com a Caixa Econômica, não foi diferente. Com um fundo especialmente direcionado a micro e pequenas empresas, o FAMPE, em parceria com o Sebrae, o banco oferta condições especiais de crédito assistido, além de outras linhas voltadas ao setor produtivo. “Se somarmos as linhas emergenciais e linhas com recurso do banco, foram mais de 50 bilhões somente destinados às micro e pequenas empresas. 300 mil micro e pequenas empresas foram beneficiadas, durante a pandemia, com os empréstimos da Caixa”, salienta Rychard Fully.

Superintendente do Banco do Nordeste, José Gomes também enfatizou as taxas atrativas oferecidas para que empreendimentos possam atravessar a crise. “Nesse momento de dificuldade, o Banco do Nordeste vem atuando fortemente com o maior programa de microcrédito da América Latina”, observa. Segundo ele, o objetivo é fazer com que as empresas possam manter suas atividades. E Agenor Martinelli Braga, da Desenbahia, lembra que a liberação de recurso contempla também o pequeno empreendedor. “A Desenbahia é uma agência de fomento. Nosso campo de atuação é somente no estado da Bahia. Temos o Credibahia, programa de microcrédito, que está hoje em 170 postos do interior e na capital baiana, e a determinação do governador foi para que a gente ampliasse esse microcrédito”, pontua.

Vitor Lopes, do Sebrae-BA, acrescenta que o Serviço de Apoio a Micro e Pequenas Empresas do Estado da Bahia acompanha as ações de instituições financeiras em todo o país para levar informações que contribuam para o crescimento do negócio, atuando com o objetivo permanente de fazer os empreendedores irem sempre mais longe.

Nosso papel é trabalhar com qualificação empresarial para que o empresário seja bemsucedido na aplicação

do recurso”, finaliza Vitor Lopes.

Banco do Brasil (BB)

Opções de crédito com recursos próprios e também a partir da adesão ao programa governamental

Assista o evento completo no YouTube

• Pronampe (linha de crédito do Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte): Até 36 meses para pagar, carência de 8 meses, encargos de 1,25% a.a. + Selic; • Linhas de capital de Giro: Até 36 meses para pagamento e condições facilitadas;

• Linha de crédito voltada ao Comércio Exterior.

Banco do Nordeste (BNB) Caixa Econômica Federal Desenbahia

Linhas especiais de capital de giro e de investimento

• FNE: condições especiais – capital de giro com possibilidade de carência e até 36 meses para pagamento;

• Taxas de juros oscilando entre 5 e 5.5% a.a. (para micro e pequenas empresas) e de 4.5 a 5% a.a. (no caso de operações de investimento);

• FUNGETUR: recursos do Fundo Geral do Turismo voltado ao segmento, com três linhas de finalidade (investimento, aquisição de bens e capital de giro) – a empresa precisa ser cadastrada no Cadastur;

• Crediamigo – programa de microcrédito produtivo orientado (acesso facilitado e orientação financeira). • FAMPE (Fundo de Aval para as Micro e Pequenas Empresas): fundo financeiro complementar aos pequenos negócios – liberação de até R$ 25 mil de acordo com o porte da empresa – taxa de 1.19% ao mês. Para ter acesso, é necessário ter pelo menos 12 meses de faturamento comprovado;

• FUNGETUR: voltado ao segmento de turismo – capital de giro de até 60 meses, taxa média de 5% a.a. + Selic (empresa precisa ser cadastrada no Cadastur);

• Microcrédito produtivo orientado;

• Microcrédito para empresas de pequeno porte (taxas de 0,57% ao mês e até 60 meses para pagar);

• Crédito rural.

• Fontes de financiamento e acesso às linhas de crédito: Fundo de Desenvolvimento Social e Econômico (Gov. do Estado), FINEP (recursos de inovação), Desenbahia (recursos próprios), FUNGETUR (Ministério do Turismo) e repasses do BNDES;

• Credibahia (voltado ao micro e pequeno empreendedor): programa de microcrédito do Governo do Estado da Bahia operacionalizado pela SETRE e Desenbahia, em parceria com o Sebrae e as prefeituras municipais – juros de 1,8% ao mês - Prazo de até 12 meses, sem carência, para investimento fixo, e de até 6 meses para capital de giro, sem carência.

SOS Cultura

Oolhar pelo social sempre norteou o nosso trabalho por Salvador. Num difícil cenário com tantas restrições que nos foram impostas pela COVID-19, o apoio irrestrito à população mais vulnerável da nossa cidade se tornou ainda mais urgente e necessário para enfrentar os desafios de uma crise econômica que impacta diretamente na vida de nossos cidadãos.

Desde o início da pandemia, tenho falado sobre a necessidade de fortalecer a assistência social no nosso Município. Disse, inclusive, que esse trabalho seria fundamental para a sobrevivência das pessoas em situação de pobreza. E graças à dedicação integral da equipe da Prefeitura de Salvador ao longo desses 13 meses, a capital baiana se tornou referência nacional nas ações de proteção aos cidadãos. Já são mais de R$ 71 milhões pagos aos trabalhadores informais através do Salvador Por Todos, e quase 2 milhões de cestas básicas e 720 mil refeições distribuídas gratuitamente. E, em março deste ano, ampliamos ainda mais o alcance das nossas ações.

A nossa cidade sempre teve uma veia cultural muito marcante. Pensando nas pessoas que trabalham com eventos, inclusive os sociais, criamos o SOS Cultura, que vai beneficiar trabalhadores do setor cultural com o valor de R$1.100. Além dos recursos próprios da Prefeitura, contamos com o apoio da Ambev, que doou R$1,2 milhão para o programa. Vale ressaltar que a iniciativa, apesar de voltada para o setor cultural, pertence ao âmbito da assistência social, já que só serão contemplados aqueles que realmente estiverem em situação de vulnerabilidade social. Definimos que esse benefício vai contemplar três categorias: os trabalhadores da área da cultura cadastrados pela Fundação Gregório de Mattos (FGM); os trabalhadores da área de eventos e eventos sociais cadastrados na Empresa Salvador Turismo (Saltur), bem como aqueles que prestam serviços como “holding” para grandes organizações de eventos; e os trabalhadores do Centro Histórico cadastrados na Secretaria de Cultura e Turismo (Secult) do município.

Na FGM serão contempladas quase 77 atividades cadastradas em 2020. Entre elas, trabalhadores ligados às áreas de dança, artes plásticas e circo, entre outras. Um detalhe importante: na FGM, é possível identificar quem já entregou seus documentos. Na Saltur, os critérios também são palpáveis. Mas, de modo geral, na área de eventos, como geralmente as pessoas trabalham para alguma organização como “holding” – e como são elas que pagam os tributos, foi preciso que elas também validassem o cadastro dos trabalhadores perante o município. Com todos esses critérios, buscamos garantir que o benefício chegue para quem realmente precisa, em um universo de seis mil trabalhadores. Isso demonstra que a Prefeitura de Salvador não fechou e nem fechará os olhos para esse segmento, que é fundamental também para o desenvolvimento socioeconômico da nossa cidade.

Ana Paula Matos

é vice-prefeita e secretária de Governo de Salvador

REPRESENTANTES DA FECOMÉRCIO-BA DISCUTEM SOBREVIVÊNCIA DAS ATIVIDADES ECONÔMICAS NO CENÁRIO DA COVID-19 NA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA

O presidente da Fecomércio-BA, Carlos de Souza Andrade, o coordenador da Câmara de Assuntos Tributários da Fecomércio-BA (CAT) e advogado, Bruno Branco e o economista Guilherme Dietze participaram de uma audiência pública virtual da Assembleia Legislativa da Bahia (Alba) para debater a sobrevivência do setor econômico no cenário atual de pandemia. A reunião foi conduzida pelo presidente da Comissão Especial para Avaliação dos Impactos da Pandemia da COVID-19, deputado Angelo Almeida (PSB). Outros deputados que compõem a assembleia também estiveram presentes na reunião, como Tiago Correia (PSDB), Mirela Macedo (PSB) e Maria Del Carmen (PT).

O consultor econômico da Fecomércio-BA, Guilherme Dietze, apresentou dados de perdas significativas para o setor do comércio, indústria, serviços e turismo. O acumulado de março de 2020 até fevereiro de 2021 no setor de serviços, segundo o economista, é de - 16%, a indústria apresentou queda de 9,4% e turismo, 42%, ao longo da pandemia. Carlos de Souza Andrade fez a abertura da audiência e reforçou que o comércio é o setor que mais passa por dificuldades neste período. Andrade declarou ainda que reconhece os incentivos financeiros concedidos pelos governos Federal, Estadual e Municipal, no que se refere ao crédito para os empresários, mas ressaltou que não foi suficiente. Do ponto de vista tributário, o coordenador da CAT, Bruno Branco, mostrou a importância de renovar para maio a prorrogação do ICMS.

SÉRIE DE OFICINAS SOBRE DRAMATURGIAS

Nos meses de maio e junho o Sesc Bahia realizará a edição 2021 do Sesc Dramaturgias – projeto que oferece oficinas de Leituras Dramatizadas, Escrita Dramatúrgica, Dramaturgia do Ator, da Dança, da Luz e do Circo, entre outras, com o objetivo de valorizar a relação de artistas, profissionais e iniciantes, com as diferentes esferas e possibilidades da dramaturgia. Ao todo serão oito oficinas gratuitas, realizadas em plataformas on-line, e ministradas por profissionais renomados da área das artes cênicas residentes em diferentes estados como Bahia, Minas Gerais, Paraíba, Piauí e São Paulo. Acesse as redes sociais do Sesc Bahia e saiba mais:

@sescba facebook.com/sescbahia

Retomada das atividades econômicas e os desafios da 2ª onda da COVID-19

O que dizem lideranças políticas e empresariais após a reabertura do comércio na capital baiana e na região metropolitana

por Ana Maria Simono

Com o agravamento da crise sanitária, no Brasil, e um descompasso entre a velocidade de vacinação e a propagação do vírus, o movimento pela vida, na pandemia, exigiu das pessoas o efeito contrário à palavra em carga semântica: impôs pausa e isolamento. E se a interrupção de atividades foi necessária para preservar vidas, em termos de saúde pública, no quesito economia, descortinou vulnerabilidades, assimetrias, e trouxe desafios aos pequenos, médios e grandes empresários. Como manter as vendas aquecidas, os empregos, a renda e o fluxo de caixa, abrindo caminhos para uma curva ascendente, em projeções econômicas, diante do contexto da maior queda do PIB brasileiro dos últimos 24 anos?

Atuando diretamente para preservar a economia local e assegurar o emprego dos trabalhadores, entidades representativas do comércio baiano e lideranças políticas uniram esforços contra a COVID-19. Para manter abertos os estabelecimentos – que tiveram funcionamento suspenso durante o mês de março e cujas atividades vêm sendo retomadas desde o dia 5 de abril – a Fecomércio-BA, a CDL Salvador e a FCDL Bahia intensificam o trabalho de conscientização. Presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado da Bahia, Carlos de Souza Andrade calcula que o plano de reabertura das atividades poderia ter saído mais cedo pelos municípios, mas destaca também a importância das ações para evitar o contágio e garantir o cuidado em saúde à população.

“O mais importante agora é fazer uma corrente para frente, pensando no dia de amanhã, e continuar trabalhando com nossos colaboradores reforçando as medidas de segurança e prevenção”, ressalta o presidente da Fecomércio, que lança, junto à Câmara de Dirigentes Lojistas de Salvador e à FCDL Bahia, uma campanha pela responsabilidade coletiva. “Reabrir foi fundamental para garantir a sobrevivência das empresas e dos empregos, e nossa atenção, no momento, é para manter essa abertura, por isso a campanha ‘Manter o Comércio Aberto Depende de Você’”, enfatiza Alberto Nunes, presidente da CDL.

Alberto Nunes (CDL)

Medidas de estímulo econômico

Para resistir à crise e reverter a queda da arrecadação em condições para o desenvolvimento, Salvador anunciou, paralelamente ao plano de reabertura escalonada das atividades do comércio, uma série de medidas que incluem redução de impostos, acesso facilitado ao crédito, investimento em capacitação profissional, fortalecimento do setor de inovação e economia criativa, além de apoio aos pequenos negócios. “(...) a nossa capital se destaca nacionalmente ao lançar um plano de retomada das atividades econômicas, que veio acompanhado de um conjunto de medidas emergenciais para colaborar com o setor produtivo”, afirma o prefeito Bruno Reis (DEM).

O pacote de incentivos chega no mesmo momento em que a 1ª rodada de pagamentos do auxílio emergencial 2021. O montante, para beneficiários da Bahia, vai totalizar R$2,9 bilhões, gerando impacto no varejo. Outra medida que deve garantir fôlego para pequenas e médias empresas no estado – aponta Carlos Andrade – é a liberação, pela Caixa Econômica Federal, de uma linha de crédito de R$1,2 bilhão para o setor de turismo, um dos pleitos pelos quais a Fecomércio-BA, juntamente com outras entidades representativas, vinha lutando.

A retomada econômica é incentivada ainda com editais municipais para empreendedores e startups. A renovação das parcerias deve representar cerca de R$2,3 milhões investidos no segmento. “A nossa expectativa é conseguir acelerar o aquecimento da economia e garantir empregos atuais, abrindo caminho também para que surjam novas oportunidades de negócios em Salvador nos próximos meses”, observa o Chefe do Executivo Municipal, Bruno Reis, sobre o que se espera, em termos de crescimento e projeção econômica para o futuro, na capital baiana.

PACOTE DE R$ 89 MILHÕES PARA A ECONOMIA

CredSalvador: Acesso ao microcrédito facilitado para profissionais liberais, cooperativas, associações de pequenos empreendedores, MEI´s e MEs;

Prorrogação do pagamento da Taxa de Fiscalização do Funcionamento (TFF), cujo vencimento seria em 30/05, para parcelas a serem pagas de forma parcelada em 30/09, 30/10 e 30/11.

Isenção das taxas de vistoria cobradas anualmente a taxistas, mototaxistas, motoristas do transporte escolar e vans de turismo;

Desconto de 50% na outorga onerosa para o setor da construção civil;

Prorrogação automática dos alvarás de funcionamento, alvarás sanitários e licenças ambientais dos setores econômicos, exceto os essenciais;

Prorrogação, por mais 6 meses, do prazo final de vigência de Certidões Negativas de Débito (CNDs) tributárias válidas;

Reabertura, por mais 3 meses, do prazo de adesão ao Proturismo, que oferece desconto de 40% no IPTU a empreendimentos do setor de hotelaria e hospedagem;

Adiamento do prazo de pagamento do Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISS);

Incentivos fiscais ao setor de tecnologia; Ampliação de abrangência da Área de Proteção Cultural e Paisagística do Centro Antigo (APCP) e benefícios fiscais previstos;

Postergação para pagamento do Termo de Viabilidade de Localização (TVL) em parcela única;

Redução do valor da Taxa de Licença de Localização (TLL) em 50% para empresas de pequeno porte;

Investimento de R$ 44 milhões em iniciativas de apoio financeiro à população;

Investimento de R$ 16 milhões em programas de capacitação profissional e cursos profissionalizantes.

Impacto na região metropolitana

Assim como Salvador, a região metropolitana acompanha, desde o dia 5 de abril, a reabertura de shoppings, comércio de rua, casas de materiais de construção, salões de beleza, academias, hotéis, autoescolas, bares e restaurantes. “(...) as discussões entre administrações da RMS e da capital têm sido muito produtivas e sintonizadas. Resguardadas pequenas diferenças em um ou noutro ponto, diria que temos uma unidade de ações”, pontua a prefeita de Lauro de Freitas, Moema Gramacho (PT).

Os comerciantes, entretanto, ainda esperam – aponta a presidente do Sicomércio Camaçari – um fluxo maior para alavancar as vendas. “O comércio abriu, mas as pessoas estão mais resguardadas. O movimento nas lojas não veio com força, como muitas pessoas vinham esperando. Até o momento, na região de Camaçari, Dias D´Ávila, Lauro de Freitas e Simões Filho, o que estava apresentando maior demanda era o setor de materiais de construção, farmácias e supermercados. Os outros segmentos continuam fracos e não devem reaquecer tão logo”, avalia Juranildes Araújo.

Moema Gramacho, prefeita de Lauro de Freitas

Foto: cedida pela assessoria (Supcom-Lauro de Freitas)

Para apoiar os negócios e empreendimentos nos setores mais impactados pela crise sanitária, a Prefeitura de Lauro de Freitas – que teve uma queda de arrecadação de 40% no repasse do Simples Nacional –, também estabeleceu medidas de fomento à economia, que incluem, segundo a gestão, a atração de empreendimentos de grande porte para a cidade, a assinatura de termos de cooperação técnica, parcerias com o Governo Estadual em ações e programas de qualificação profissional, implantação do Espaço Colaborar (voltado à inovação), estímulo à economia solidária, prorrogação das datas para pagamento de impostos como o IPTU e o TFF, retirada de juros e multas de parcelas vencidas em março de acordos realizados com a gestão, prorrogação das parcelas do Programa de Regularização de Débitos (PRD), criação de aplicativo gratuito para vendas de produtos online dos variados segmentos, no município, conectando prestadores de serviços e clientes, além de implantação do 1° SAC Empresarial do estado da Bahia, para atendimento especializado a microempreendedores individuais, microempresas e empresas de pequeno porte.

“Lauro de Freitas tem um histórico de crescimento econômico acima da inflação em períodos de normalidade, mas isso acaba sendo impactado negativamente em função da pandemia. Ainda assim, o primeiro trimestre de 2021 foi melhor do ponto de vista econômico do que o ano de 2020, mas os impactos desta segunda onda na economia só deverão ser sentidos a partir de abril”, salienta a prefeita Moema Gramacho.

uma reabertura e uma fase difícil. Sabemos que só sairemos dessa fase juntos, por isso, nosso papel é estimular um consumo consciente e seguro”, finaliza.

Superintendente do Parque Shopping Bahia, empreendimento da Aliansce Sonae, em Lauro Freitas, que nasceu no contexto das transformações provocadas pela pandemia, em março de 2020, Thiago Cunha diz que as expectativas são realistas, em termos de vendas, mas ressalta que a avaliação dos primeiros dias de retomada é positiva. “Ainda estamos consolidando nossa operação, nossa comunicação com a região do Litoral Norte da Bahia. Mas, quando comparamos com a primeira reabertura, que aconteceu em julho do ano passado, já sentimos um movimento melhor, seja nas lojas físicas, seja no nosso drive-thru, que continua funcionando”, explica o superintendente, que reforça a importância das medidas preventivas e da vacinação.

“(...) Na medida em que a vacinação avançar e os índices de contágio, ocupação de leitos e mortes forem caindo, as operações vão se normalizar. Já vivemos um fechamento,

Thiago Cunha (superintendente do Parque Shopping Bahia)

Olhando para o futuro

Juranildes Araújo, Sicomércio Camaçari

Apesar de um ambiente ainda desafiador, em números gerais, o comércio varejista da Bahia voltou a crescer, puxado principalmente pelo mercado imobiliário e pelo setor de materiais de construção (que aumentou em 23,2% as vendas, no 2° mês do ano), – aponta o levantamento Fecomércio, com base em dados do IBGE. Outra notícia positiva veio do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério da Economia: entre admissões e demissões, o saldo foi positivo, neste início de ano, com geração, em fevereiro, de 18.993 postos de trabalho com carteira assinada no estado.

O crescimento dos empregos contribuiu também para o aumento da intenção de consumo das famílias, cuja alta, em março, foi de 2,1% – o que, com a reabertura das atividades do comércio –, instituições do setor esperam que seja revertido em vendas e maior dinamismo para a economia local. Mesmo após a 8ª alta consecutiva, no entanto, o índice segue em

Bruno Reis (Prefeito de Salvador)

Foto: Betto Jr.

87,2 pontos, abaixo de 100, revelando que as famílias ainda não estão satisfeitas.

No balanço final – apontam as principais lideranças políticas e econômicas – é a vacinação a medida mais efetiva e de maior impacto no enfrentamento à crise. “É a vacina, não tem outro jeito. A vacina é que vai ser a solução, então o governo tem que avançar com as vacinas”, comenta a presidente Juranildes Araújo. O presidente da CDL Salvador concorda. “Sobre as expectativas de recuperação econômica, vai depender muito do retorno à normalidade com a aceleração da vacinação em massa. Enquanto a pandemia não estiver controlada, teremos dificuldades”, conclui Alberto Nunes.

Enquanto os governos municipais e estadual unem esforços para ampliar a cobertura, em imunização, o cumprimento às medidas preventivas – reforça Bruno Reis – é fundamental. “Além do compromisso e o empenho da classe empresarial com o cumprimento dos protocolos estabelecidos, contamos com a conscientização da população, usando máscaras, higienizando as mãos e mantendo o distanciamento”, reitera.

A vacina é que vai ser a solução”

- presidente do Sicomércio Camaçari e Região

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BA

Reestruturação e Recuperação Empresarial: como fazer?

Não existe fórmula correta para uma reestruturação empresarial bem-sucedida. Portanto, vamos falar aqui sobre o caminho para garantir a sobrevivência do negócio, manter os postos de trabalho, a participação de mercado, a carteira de clientes, a reputação e, por fim, a recuperação da empresa.

O primeiro passo é a aceitação do cenário de dificuldade. Parece óbvio, mas não é. Muitos empresários insistem em negar uma situação desfavorável, acreditando que tudo se ajustará. Não vai! É preciso procurar ajuda especializada para, então, mergulhar nos indicadores da empresa. Advogados, Contadores e Administradores são agentes importantes neste momento de tudo ou nada.

Uma análise comparativa dos últimos três anos da empresa é o ponto de partida para, então, ser implacável com qualquer despesa. Empresas morrem por uma gestão ineficiente dos custos, sobretudo os fixos, além de confundir, rotineiramente, faturamento com resultado ou lucro. Sim, faturar muito não é sinônimo de saúde financeira, operacional ou empresarial.

O próximo passo é olhar para sua receita. Muitas empresas insistem em disponibilizar serviços, ou manter um mix de produtos que pouco contribuem para uma melhor performance. É preciso entender qual a margem de contribuição de cada um deles na composição do seu faturamento. Feito isto, chegou a hora de selecionar os credores por prioridade e preparar um plano de negociação adequado à sua real capacidade de pagamento. Esteja ciente do que você pode fazer para pagar sua dívida. Existe, também, um mecanismo judicial a seu favor caso algum credor ofereça resistências desarrazoadas, ou ações judiciais lhe sujeitem a riscos de bloqueios e penhoras. Desde 2005, a lei 11.101/2005, conhecida como Lei de Recuperação Judicial, Extrajudicial e Falências é um relevante instrumento de proteção. Em dezembro de 2020 ela sofreu uma significante alteração e trouxe inovações, garantindo à empresa devedora a possibilidade de um prazo maior de proteção com suspensão de execuções, penhoras, bloqueios em conta, além de novas formas de financiamento. Trouxe também um tratamento tributário diferenciado para empresas em recuperação judicial, com previsão de parcelamentos especiais e aumento do limite para a apropriação de prejuízos fiscais.

Washington Pimentel

é especialista em Dívida, Reestruturação Empresarial e Recuperação Judicial Dito tudo isso, percorrer o caminho de assumir as dificuldades, procurar ajuda especializada, revisar números, ser mais eficiente na gestão de serviços e produtos, com um bom plano de reestruturação e com uma lei de recuperação que protege sua empresa – este é o somatório de ferramentas necessárias para superar a crise.

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