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Boletim Conjuntural Julho | 2022
1. CONJUNTURA NACIONAL
O Índice de Atividade Econômica para o Brasil (IBC-BR) divulgada pelo Banco Central registrou crescimento acumulado em 12 meses de 2,7% no mês de maio, segundo o gráfico 1, expressando desaceleração da atividade econômica no segundo trimestre.
Gráfico 1: Brasil: trajetória da atividade econômica – índice (%) de Atividade Econômica do Banco Central - Janeiro/2020 a Maio/2022 - Base: Mesmo período do ano anterior.
A taxa de câmbio mensal para julho de 2022 atingiu R$ 5,38 por dólar, mantendo uma sequência de alta desde maio de 2022, além de ser a maior desde fevereiro desde ano. A volatilidade continua e é marcada por incertezas internas: o risco fiscal elevado no Brasil prejudica o real e afasta os investidores.
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No Brasil, a PEC dos benefícios, cujo custo é alto, influencia negativamente a percepção do mercado, dado que aumenta o risco fiscal ao agregar novos gastos acima do teto. A mudança global da alta de juros proporciona um precaução e aversão a riscos nos investidores, uma vez que sustenta a ideia de recessão econômica generalizada e leva à saída de investimentos no mercados classificados como arriscado, que é o caso brasileiro.
Gráfico 2: Brasil: taxa de câmbio mensal (R$/US$) - média no período de janeiro/2020 a julho/2022*
Fonte: Banco Central do Brasil. Elaboração Ceplan (*) taxa de câmbio média dos dias úteis de julho, até o dia 19/07/2022.
Segundo o IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), a inflação brasileira tem sido fortemente impactada pela aceleração dos preços das principais commodities no mercado internacional, refletindo os efeitos da guerra no Leste Europeu sobre a produção e a comercialização de petróleo, gás e cereais, além do persistente descasamento entre a oferta e a demanda mundial de insumos industriais. Adicionalmente, os danos causados a diversas lavouras temporárias pelos eventos climáticos, no início do ano, e a retomada do setor de serviços, neste período póspandemia, completam este quadro de pressão inflacionária em 2022.
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De acordo com o IPCA, no acumulado em doze meses, até maio, a inflação no país registra alta de 11,7%. Já no acumulado do ano, até maio, a inflação medida pelo IPCA é de 4,8%, impactada pela alta tanto dos preços monitorados (2,5%) quanto dos preços livres (5,6%), refletindo os reajustes dos alimentos no domicílio (9,5%), dos bens industriais (5,9%) e dos serviços (3,8%). Nota-se, no entanto, que, mesmo diante de um contexto marcado por uma inflação corrente elevada e pela perspectiva de que pontos de pressão inflacionária, como petróleo, bens industriais e serviços, ainda se mostrem resilientes à queda, o cenário inflacionário projetado para os próximos meses vem se tornando mais favorável.
Segundo o IBGE, todos os nove grupos de produtos e serviços que compõem a pesquisa do IPCA obtiveram um resultado positivo para o mês de junho de 2022. No acumulado em 12 meses, a taxa de variação do IPCA acelerou para 11,89%, contra os 11,73% registrado no mês anterior, conforme o gráfico 3 a seguir.
A maior variação está relacionado ao grupo de Vestuário com alta de 1,67%; já o maior impacto foi proveniente do grupo de Alimentação e bebidas com 0,80%. O grupo Habitação, que havia registrado queda de 1,70% em maio, passou para alta de 0,41% em junho de 2022; os demais grupos ficaram entre o 0,09% de Educação e o 0,55% de Artigos de residência. Já a categoria de Serviços de saúde atingiu 2,2% mensal e acumulado no ano em 1%; a categoria Automóvel próprio chegou a 1,4% mensal, e acumulado no ano em 8,4%; e Combustíveis obteve redução no mês -1,2% devido ao efeito na mudança na alíquota de ICMS para os combustíveis, mas ainda acumula alta no ano de 7,5%.
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Gráfico 3: Brasil: taxa (%) de variação do IPCA acumulado em 12 meses - período de jan/2020 a jun/2022
Fonte: Sistema Nacional de Índices de Preços ao Consumidor/IBGE. Elaboração Ceplan.
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central aumentou a taxa básica de juros para 13,25% ao ano no mês de junho de 2022, conforme o gráfico 4, dando continuidade ao combate à inflação, o que, segundo a autoridade monetária, deve se manter até que se consolide o processo de desinflação, além da ancoragem das expectativas em torno de suas metas.
O Copom ressalta que, em seus cenários para a inflação, permanecem fatores de risco em ambas as direções. Entre os riscos de alta para o cenário inflacionário e as expectativas de inflação, destacam-se (i) uma maior persistência das pressões inflacionárias globais; e (ii) a incerteza sobre o futuro do arcabouço fiscal do país e políticas fiscais que impliquem sustentação da demanda agregada, parcialmente incorporadas nas expectativas de inflação e nos preços de ativos. Entre os riscos de baixa, ressaltam-se (i) uma possível reversão, ainda que parcial, do aumento nos preços das commodities internacionais em moeda local; e (ii) uma desaceleração da atividade econômica mais acentuada do que a projetada.
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De acordo com o gráfico 5, a taxa de desocupação foi estimada em 9,8% no trimestre móvel referente aos meses de março a maio de 2022, registrando variação de -1,4 ponto percentual em relação ao trimestre de dezembro de 2021 a fevereiro de 2022 (11,2%). Na comparação com o mesmo trimestre móvel do ano anterior, março a maio de 2021, quando a taxa foi estimada em 14,7%, o recuo foi de 4,9 pontos percentuais.
No trimestre de março a maio de 2022, havia aproximadamente 10,6 milhões de pessoas desocupadas no Brasil. Este contingente apresentou variação de -11,5%, ou seja, menos 1385 mil pessoas frente ao trimestre de dezembro de 2021 a fevereiro de 2022, ocasião em que a desocupação foi estimada em 12,0 milhões de pessoas. No confronto com igual trimestre do ano anterior, quando havia 15,2 milhões de pessoas desocupadas, esta estimativa apresentou variação de -30,2%, significando uma redução de 4.594 mil pessoas desocupadas na força de trabalho.
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O rendimento médio real habitualmente recebido em todos os trabalhos pelas pessoas ocupadas foi estimado em R$ 2.613 no trimestre de março a maio de 2022, registrando estabilidade frente ao trimestre de dezembro de 2021 a fevereiro de 2022. A massa de rendimento real habitualmente recebido em todos os trabalhos pelas pessoas ocupadas foi estimada, para o trimestre móvel de março a maio de 2022, em R$ 249,8 bilhões de reais, e quando comparada ao trimestre móvel de dezembro de 2021 a fevereiro de 2022 apresentou variação de 3,2%, ou seja, mais R$ 7,8 bilhões. Também, frente ao mesmo trimestre do ano anterior, houve aumento de 3,0%, o que representa um acréscimo de R$ 7,2 bilhões na massa de rendimentos.
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6: Brasil: taxa (%) de variação da massa de rendimentos real do trabalho das pessoas de 14 anos janeiro/2020 a maio/2022 (trimestre móvel)
De acordo com o Novo Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), o emprego celetista no Brasil apresentou crescimento em maio de 2022, registrando saldo de 277.018 postos de trabalho. Esse resultado decorreu de 1.960.960 admissões e de 1.683.942 desligamentos. O estoque, que é a quantidade total de vínculos celetistas ativos, em maio de 2022 contabilizou 41.729.858 vínculos, o que representa uma variação de +0,67% em relação ao estoque do mês anterior. No acumulado do ano de 2022, foi registrado saldo de 1.051.503 empregos, decorrente de 9.693.109 admissões e de 8.641.606 desligamentos (com ajustes até maio de 2022).
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Em maio de 2022, as 27 Unidades Federativas registraram saldos positivos. As UF com maior saldo foram: São Paulo: +85.659 postos (+0,67%); Minas Gerais: +29.970 postos (+0,68%); Rio de Janeiro: +20.226 postos (+0,61%); As Unidades Federativas com menor saldo foram: Sergipe: +855 postos (+0,30%); Roraima: +494 postos (+0,75%); Amapá: +334 postos (+0,46%).
Os saldos da Indústria de transformação, da construção civil e de diversos tipos de serviços mostraram-se expressivos. O estoque cresceu 2,6% acompanhando o desempenho do nível de atividade. Construção Civil, Serviços educacionais, artes e cultura, e atividades profissionais e técnicas foram os segmentos que apresentaram maior variação de estoque.
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Tabela 1: Brasil: emprego formal por grupos de atividades – Maio/2022
CNAE 2.0 Seção Saldo Janeiro a Maio 2022
Estoque Dez/2021 Maio/2022 Variação (%)
Agropecuária 49.245 1.681 1.730 2,93%
Indústrias extrativas 6.134 237 243 2,59%
Indústria de transformação 155.055 7.214 7.369 2,15% Serviços de utilidade pública 13.592 477 491 2,85%
Construção 155.507 2.308 2.464 6,74% Comércio 13.862 9.586 9.600 0,14% Transporte, armazenagem e correio 64.704 2.423 2.488 2,67%
Informação e Comunicação 41.080 1.058 1.099 3,88%
Alojamento e alimentação 70.265 1.756 1.826 4,00%
Saúde humana e serviços sociais 64.138 2.634 2.698 2,44% Educação 137.209 1.750 1.888 7,84% Artes, cultura, esporte e recreação 12.749 239 252 5,33%
Ativ. Admin. e serviços complementares 104.834 5.120 5.225 2,05%
Ativ. profissionais, científicas e técnicas 61.544 1.323 1.384 4,65%
Ativ. financeiras, de seguros e relacionados 18.713 883 901 2,12%
Atividades Imobiliárias 5.443 170 176 3,19%
Admin. pública, defesa e segur. social 29.429 797 826 3,69%
Outros serviços 48.004 1.023 1.071 4,69%
Não Informado -4 0 0 0,00% Total 1.051.503 40.678 41.730 2,58%
Fonte: Novo Caged-SEPRT/ME. Elaboração Ceplan. Nota: * Série com ajustes.
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No caso do varejo ampliado, maio de 2022, comparado a maio de 2021, foi negativo em 0,7%, trajetória similar ao varejo: primeiro resultado negativo após três meses consecutivos no campo positivo (0,3% em fevereiro, 5,3% em março e 1,6% em abril de 2022). O acumulado do ano, até maio de 2022, foi de 1,0% e os últimos doze meses apresentam crescimento acumulado de 0,3%, conforme o gráfico 7 abaixo.
No caso das atividades do comércio varejista ampliado, a categoria Veículos e motos, partes e peças, apresentou variação de -0,2%, enquanto Material de Construção teve queda de 1,1% na passagem de abril para maio de 2022; Veículos e motos, partes e peças registrou aumento de 0,8%, enquanto Material de Construção recuou 7,7% entre maio de 2021 e maio de 2022.
O setor de Hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo apresentou queda de 0,5% nas vendas frente a maio de 2021, contra aumento de 4,1% em abril de 2022, frente a abril de 2021. A atividade de Móveis e eletrodomésticos apresentou queda de 12,6% nas vendas frente a maio de 2021, segunda queda consecutiva (-8,7% em abril de 2022, frente a abril de 2021).
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Gráfico 7: BRASIL: taxas (%) de variação do volume de vendas do COMÉRCIO VAREJISTA AMPLIADO – período maio/2021 a maio/2022
Fonte: PMC/IBGE. Elaboração Ceplan.
No confronto com igual mês do ano anterior, sem ajuste sazonal, o total do volume de serviços assinalou 9,2% em maio de 2022. No indicador acumulado de janeiro a maio deste ano, o volume de serviços mostrou expansão de 9,4% frente a igual período de 2021. Por outro lado, a taxa anualizada, indicador acumulado nos últimos doze meses, ao passar de 12,8% em abril para 11,7% em maio de 2022, assinalou perda de ritmo pelo segundo mês consecutivo, uma vez que apontava alta de 13,6% em março de 2022.
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Na comparação com igual mês do ano anterior, o volume do setor de serviços, ao avançar 9,2% em maio de 2022, conforme o gráfico 8, registrou a décima quinta taxa positiva seguida. O resultado deste mês trouxe expansão em quatro das cinco atividades de divulgação e contou ainda com crescimento em 62,0% dos 166 tipos de serviços investigados.
Entre os setores, o de transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio (12,5%) e o de serviços prestados às famílias (39,0%) exerceram as principais contribuições positivas sobre o volume total de serviços, impulsionados, em grande medida, pelo aumento de receita das empresas pertencentes aos ramos de transporte rodoviário de cargas; transporte aéreo de passageiros; rodoviário coletivo de passageiros; e navegação de apoio marítimo e portuário;, no primeiro ramo; e de restaurantes; hotéis; serviços de bufê; e atividades de condicionamento físico, no último. Os demais avanços vieram dos serviços profissionais, administrativos e complementares (9,6%) e de informação e comunicação (4,0%).
Em contrapartida, a única taxa negativa do mês ficou com o setor de outros serviços (-4,0%), pressionado, especialmente, pela menor receita oriunda de recuperação de materiais plásticos; administração de bolsas e mercados de balcão organizados; corretores e agentes de seguros, de previdência complementar e de saúde; e atividades de apoio à agricultura.
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Gráfico 8: BRASIL: taxas (%) de variação do volume de vendas dos SERVIÇOS – período maio/2021 a maio/2022
Fonte: PMS/IBGE. Elaboração Ceplan.
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2. PERNAMBUCO: DESEMPENHO DO COMÉRCIO VAREJISTA E SERVIÇOS
Divulgado pela Agência Estadual de Planejamento e Pesquisas de Pernambuco (Condepe/Fidem), o PIB pernambucano apresentou uma variação de 0,7% no PIB em relação a janeiro até maio de 2022 quando comparado ao mesmo período de 2021, ficando abaixo dos 2,1% registrados pelo IBC-Br.
A agropecuária contribuiu positivamente no resultado do PIB do Estado, não tendo problemas relacionados com os fatores ambientais (tempo). Já na indústria, o resultado negativo é reflexo de diversos segmentos, como a indústria automobilística que sofreu queda em Pernambuco, tanto em função da desaceleração no comércio quanto das chuvas que atingiram o Estado, principalmente na região metropolitana, do segundo trimestre.
Gráfico 9: Pernambuco: taxa (%) de variação acumulada do PIB no ano - maio/2022
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Segundo os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), Pernambuco no acumulado do ano Pernambuco é um dos dois estados do País que ainda apresentam saldo negativo entre as demissões e admissões com carteira assinada, ficando atrás apenas de Alagoas ao longo dos primeiros cinco meses deste ano, conforme a tabela 2 a seguir.
Pernambuco registrou um saldo de 6.508 novos postos de trabalho no mês de maio de 2022. O número só foi inferior ao mês de maio do ano passado, quando foram registrados 7.810 novos postos. O comércio vem melhorando lentamente o saldo de contratações, que é puxado pelos segmentos Automotivo e Atacadista, mas o Varejo ainda impacta negativamente.
A Retomada dos serviços tem efeito positivo na contratação de mão de obra terceirizada, refletindo nas Atividades administrativas e complementares. A Sazonalidade do complexo sucroenergético segue afetando os números do emprego formal no primeiro semestre (saldo seria de +15,8 mil sem as atividades de cultivo da cana e fabricação de açúcar).
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Tabela 2: Pernambuco: emprego formal por grupos de atividades - maio/2022
CNAE 2.0 Seção Saldo Janeiro a Maio 2022
Estoque Dez/2021 Maio/2022 Variação (%)
Agropecuária -6.323 60.525 54.202 -10,45%
Indústrias extrativas 45 1.669 1.714 2,70%
Indústria de transformação -12.890 196.879 183.989 -6,55%
Serviços de utilidade pública 269 22.407 22.676 1,20% Construção 3.418 67.055 70.473 5,10% Comércio -1.531 306.025 304.494 -0,50%
Transporte, armazenagem e correio 1.360 65.896 67.256 2,06% Informação e Comunicação 841 24.922 25.763 3,37% Alojamento e alimentação 1.904 59.227 61.131 3,21%
Saúde humana e serviços sociais 1.290 94.553 95.843 1,36% Educação 3.859 58.415 62.274 6,61%
Artes, cultura, esporte e recreação 269 7.261 7.530 3,70%
Ativ. Admin. e serviços complementares 5.134 183.558 188.692 2,80%
Ativ. profissionais, científicas e técnicas 609 40.882 41.491 1,49%
Ativ. financeiras, de seguros e relacionados 67 17.523 17.590 0,38%
Atividades Imobiliárias 169 4.779 4.948 3,54%
Admin. pública, defesa e segur. social -262 45.714 45.452 -0,57%
Outros serviços 1.329 34.453 35.782 3,86%
TOTAL -443 1.291.743 1.291.300 -0,03%
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As vendas no varejo restrito para Pernambuco permanecem em queda e distante da média nacional que também foi negativa (-0,2%). No varejo restrito mensal para Pernambuco, quando comparado com o mesmo mês no ano anterior, o resultado foi negativo e em torno de -7,0%; já no acumulado no ano foi em torno de -5,5%, conforme o gráfico 10 acima.
Em relação aos principais concorrentes regionais, Pernambuco ficou à frente, porém, continua com um comportamento similar ao da Bahia, que registrou saldo negativo em ambos os indicadores sendo de -7,4 para o indicador mensal e -3,7% para o acumulado no ano; já para o Ceará o cenário é contrastante: 6,1% para o indicador mensal e 7,5% para o acumulado no ano, ou seja, o Ceará continua com um ritmo acima da média nacional, destacando-se dos seus concorrentes regionais.
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No caso do varejo ampliado, Pernambuco também possui um desempenho negativo ficando longe de seus concorrentes regionais e da média nacional tanto para o indicador mensal como para o acumulado no ano, conforme o gráfico 11. Com relação aos seus concorrentes regionais, o Ceará continua registrando bons resultados dentro do cenário nacional para ambos os indicadores; já a Bahia possui um comportamento similar ao de Pernambuco com uma queda mais fraca.
Gráfico 11: Brasil, PE, BA e CE: variação (%) do volume de vendas do VAREJO AMPLIADOmaio/2022
Fonte: PMC/IBGE. Elaboração Ceplan.
Com relação ao volume de vendas no comércio varejista ampliado, no indicado acumulado no ano, e em comparação com o mesmo período de 2021, seis segmentos tiveram índices positivos, conforme o gráfico 12. A categoria equipamentos e materiais de escritório, informática e comunicação continua liderando a lista de itens no primeiro lugar com 42,8%, seguido de Livros, jornais, revistas e papelaria com 11,0%, de tecidos, vestuário e calçados com 8,4%. A maior queda, desta vez, ocorreu no setor de móveis e eletrodomésticos (-24%), seguido pelo segmento de materiais de construção tiveram o segundo pior resultado (-14,4%).
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Gráfico 12: PE: variação (%) do volume de vendas no comércio varejista ampliado do acumulado no ano por SEGMENTO DO VAREJO - maio/2022
Fonte: PMC/IBGE. Elaboração Ceplan.
Com relação ao volume de vendas dos Serviços em maio de 2022, Pernambuco (8,9%) ficou muito próximo da média nacional (9,2%) no indicador mensal, e no acumulado no ano, Pernambuco (14,3%) ficou acima da média nacional (9,4). Em comparação com os seus principais concorrentes regionais, Pernambuco se sobressai modestamente em relação a Bahia em ambos os indicadores, porém fica muito distante do Ceará, que eleva a média nacional.
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Gráfico 13: Brasil, PE, BA e CE: variação (%) do volume de vendas dos SERVIÇOSmaio/2022
Fonte: PMS/IBGE. Elaboração Ceplan.
No mês de maio de 2022 para Pernambuco, em relação ao volume de vendas, no indicador acumulado no ano e por atividades de serviços, os serviços prestados às famílias seguem liderando o desempenho entre todos os segmentos. Os serviços de informação e comunicação, por sua vez, seguem sendo o único segmento específico com desempenho aquém da média geral do setor, conforme o gráfico 14.
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Gráfico 14: PE: variação (%) do volume de vendas acumulado no ano por ATIVIDADE DOS SERVIÇOS - maio/2022
Em relação as atividades turísticas, Pernambuco segue a retomada do crescimento, porém menos intensa que a média nacional, tanto no indicador mensal quanto no acumulado no ano, registrando, respectivamente, 25,2% e 38,3%, conforme o gráfico 15.
Em relação aos principais concorrentes regionais, o Ceará continua liderando a retomada do Turismo em 2022, registrando 69,6% no indicador mensal e 63,6% no acumulado no ano, seguido da Bahia, com 45,8% no mensal e 47,2% no acumulado do ano.
O avanço da vacinação, feriados de Páscoa e Tiradentes estimularam o faturamento do Turismo computado. Transporte aéreo e terrestre, serviços de hospedagem e de alimentação em alta. Atividades culturais, recreativas e esportivas também retomam em maio de 2022.
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Gráfico 15: Brasil, PE, BA e CE: variação (%) do volume de vendas das ATIVIDADES TURÍSTICAS - maio/2022
Fonte: PMS/IBGE. Elaboração Ceplan. Nota: recorte especial de atividades relacionadas ao turismo
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3. SÍNTESE E PERSPECTIVAS
3.1. BRASIL
Melhoria do avanço dos indicadores de atividades da economia e do mercado de trabalho estão caminhando juntas, segundo os dados mais recentes. O setor de Serviços continua liderando a recuperação, mas retomada deve se normalizar passado o efeito do avanço da vacinação;
Inflação inibe crescimento da massa de rendimentos e impacta negativamente o desempenho do comércio ampliado. A Inflação deve perder força com mudanças tributárias e queda no preço do petróleo, mas previsão de Selic é de estabilidade até o final do ano. A Inflação mundial leva bancos centrais a elevar os juros, afetando cambio e bolsas;
Guerra da Ucrânia continua impactando mercados de energia e de alimentos: os preços das matérias primas agrícolas, como o trigo, milho e a semente de girassol, continuam altas, dado a intensificação e prolongamento do conflito entre Rússia e Ucrânia, uma vez que são os principais exportadores desses produtos a nível internacional.
Tensão institucional aumenta com a proximidade das eleições. PEC dos benefícios sociais vai injetar dinheiro na veia da economia melhorando o consumo: ela destina recursos para reforçar o programa Alimenta Brasil, Auxílio Brasil, vale gás de cozinha; criação de auxílios aos caminhoneiros e taxistas, além de financiara a gratuidade de transporte coletivo para idosos e compensar os estados que concederam créditos de ICMS para produtores e distribuidores de etanol.
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3.2. PERNAMBUCO
Economia pernambucana desacelerou no segundo trimestre, apresentando desempenho abaixo da média nacional no acumulado do primeiro semestre.
Destaque positivo nos serviços e na agropecuária, mas dados detalhados do comércio continuam mostrando dificuldades no setor (nas vendas e no emprego formal). Indústria sente reflexo de desaceleração no comércio e também dos efeitos das chuvas na RMR.
BIBLIOGRAFIA
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IBGE. Pesquisa Mensal do Comércio. Maio/2022.
IBGE. Pesquisa Mensal do Serviços. Maio/2022.
IBGE. Sistema Nacional de Índices de Preços ao Consumidor. Maio/2022.
IBGE. Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua. Maio/2022.
MTP. Novo Caged. Maio/2022.
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EXPEDIENTE FECOMÉRCIO-PE
Presidente: Bernardo Peixoto
Designer Gráfico: Nilo Monteiro
EXPEDIENTE CEPLAN-PE
Jorge Jatobá | Economista
Tania Bacelar | Economista
Ademilson Saraiva | Economista
Denys Pereira (estagiário)
Julio Vasconcelos (estagiário)