ANÁLISE MENSAL - PME Agosto/ 2015 Taxa de desocupação continua trajetória de alta A taxa de desocupação brasileira, medida através da Pesquisa Mensal do Trabalho (PME), do IBGE, alcançou 7,6% em agosto de 2015 e continua com a trajetória de alta iniciada em janeiro de 2015. O resultado é maior que julho de 2015 e agosto de 2014, quando o desemprego atingia taxas de 7,5% e 5,0%, respectivamente. É também o maior nível de desemprego verificado para os meses de agosto desde 2009, quando o índice atingiu 8,1%. A projeção em relação ao desempenho da economia nos próximos meses não é das melhores, o que acaba afetando a confiança dos agentes - famílias e empresários. No primeiro existe um movimento de pessoas entrando no mercado de trabalho para manter Gráfico 01
Fonte: IPCA/ IBGE. Elaboração Instituto Fecomércio-PE
Análise Mensal - PME- Agosto/ 2015
o padrão de consumo, que vem se reduzindo mensalmente devido à alta dos preços; no segundo existe um ajuste, pois os empresários para sobreviver precisam reduzir as despesas na mesma proporção em que as vendas caíram, resultando muitas vezes em demissão. Esses dois fatores pressionam a taxa de desemprego, aumentando a procura e reduzindo as vagas. A População Economicamente Ativa (PEA) apresentou um acréscimo de aproximadamente 1%, ou alta de 221 mil pessoas em busca de emprego em relação ao mesmo mês do ano anterior; já o número de desempregados aumentou 52,1%, o equivalente a 636 mil desocupados.
O gráfico acima revela uma clara curva ascendente em todos os meses do ano de 2015, é uma sequência de alta da taxa consecutiva que acende um alerta para a situação do mercado de trabalho brasileiro, que no momento atual, de grande desaceleração econômica pode culminar com um desemprego próximo dos 10%. Segundo o IBGE, a População Ocupada (POC) foi estimada em 22,7 milhões para o conjunto das seis regiões, refletindo estabilidade na análise mensal e retração de 1,8% (menos 415 mil pessoas) na comparação com agosto de 2014. O número de trabalhadores com carteira de trabalho assinada no setor privado (11,3 milhões) ficou estável na comparação mensal. Em relação a agosto de 2014, apresentou retração de 3,8 % (menos 445 mil pessoas). O rendimento médio real habitual dos trabalhadores foi estimado em R$ 2.185,50. Esse resultado foi 0,5% maior que o registrado em julho (R$ 2.174,49) e 3,5 % inferior ao obtido em agosto de 2014 (R$ 2.264,62). A Região Metropolitana do Recife (RMR) apresenta uma taxa de desocupação com as mesmas características da brasileira. Com início de alta em janeiro de 2015, agosto apresentou uma taxa
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de desemprego preocupante e a segunda maior de todas as regiões da pesquisa (9,8%) - o resultado do mês de agosto foi superior a julho de 2015 e agosto de 2014, que apresentaram taxas de 9,2% e 7,1%, respectivamente. Assim como para o Brasil, o índice de desemprego também é o maior para agosto desde 2009, quando ficou em 10,9%. A RMR apresentou uma alta de 1,7% na PEA, com um acréscimo de 29 mil pessoas a mais em busca de emprego, enquanto que a População Desocupada apresentou crescimento de 40,7% na comparação anual e 7,5% na comparação mensal, equivalente a um aumento de 12 e 50 mil pessoas desempregadas. Já a POC recifense, segundo o IBGE, é estimada em 1,5 milhão de pessoas. O rendimento médio real habitual dos trabalhadores foi estimado em R$ 1.572,70, 2,1% menor que o registrado em julho (R$ 1.605,87) e 5,5% inferior ao obtido em agosto de 2014 (R$ 1664,88), os dados, portanto, apontam que a RMR sofre um impacto maior, que está se refletindo na deterioração do mercado de trabalho, com reflexos na redução da renda dos trabalhadores, na massa salarial e consequentemente no consumo, afetando principalmente os setores de comércio e serviços.
Tabela 1 - Taxa de desocupação(%) - Região metropolitana do Recife GRUPAMENTO DE ATIVIDADE DO TRABALHO PRINCIPAL
AGOSTO - 2014
JULHO - 2015
AGOSTO - 2015
Indústria extrativa de transformação e produção de eletricidade, gás e água
4,0
5,1
6,3
Construção
6,9
10,9
10,1
Comércio, reparação de veículos automotores e de objetos pessoais e domésticos
2,5
3,0
4,8
Serviços prestados à empresa, aluguéis, atividade imobiliária e intermediação financeira
3,7
3,6
5,4
Administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde e serviços sociais
1,0
1,8
1,5
Serviços domésticos
3,4
5,6
3,5
Outros serviços
3,5
3,8
5,6
Fonte: Pesquisa Mensal do Emprego (PME) - IBGE. Elaboração Instituto Fecomércio-PE
Analisando por grupamento de atividade, verifica-se na tabela acima que, para a RMR, apenas os Serviços domésticos apresentaram uma queda mensal, porém, ainda é superior ao nível verificado no mesmo mês do ano anterior. A maior desaceleração nos setores industriais reflete as atuais taxas de desemprego, que continuam sendo as maiores entre as atividades, principalmente na Construção Civil, que ainda apresenta índice superior a 10%. É importante destacar a alta abrupta no Comércio e nos
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Serviços prestados às empresas, saindo de 3,0% para 4,8% e de 3,6% para 5,6%, respectivamente. Isso se deve à queda no consumo das famílias. Conforme já falado anteriormente, com a renda disponível cada vez menor e com perspectivas de deterioração na economia afetando o nível de emprego, elas reduzem o consumo e afetam a demanda principalmente desses dois setores, obrigando os empresários a reduzirem custo e se adequarem ao novo nível de vendas, resultando em fechamento de vagas.
REFERÊNCIAS Índice de Preço ao Consumidor Amplo (IPCA). Junho/2015. Pesquisa Mensal do Emprego (PME). Junho/2015.
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EXPEDIENTE - FECOMÉRCIO-PE Presidente: Josias Silva de Albuquerque Diretora-executiva do Instituto Fecomércio: Brena Castelo Branco Economista: Rafael Ramos Designer: Nilo Monteiro Revisão de Texto: Aleph Consultoria Linguística