ANÁLISE MENSAL - PME Dezembro/ 2015 Desemprego em 2015 encerra com média de 6,8% A taxa de desemprego brasileira, medida através da Pesquisa Mensal do Emprego (PME) do IBGE, encerrou dezembro com 6,9%. Esse é o segundo mês consecutivo de queda, o que não reflete uma recuperação do mercado de trabalho, e, sim, o fator sazonal da geração de vagas devido às festividades de final de ano. Essá é a maior taxa de desocupação para os meses de dezembro desde 2007, quando ficou em 7,4%. Vale destacar que, após atingir a mínima da série Gráfico 01
Fonte: IPCA/ IBGE. Elaboração Instituto Fecomércio-PE
Análise Mensal - PME- Dezembro/ 2015
histórica novamente em dezembro de 2014 (4,3%), inicia-se uma trajetória ascendente do desemprego com altas mensais consecutivas, reflexo de uma economia em desaceleração. O mercado, através do último relatório Focus do ano, espera uma queda da atividade de -3,71%. O mau momento também já contamina as expectativas para 2016 com o próprio governo esperando queda de -1,9%.
O resultado de dezembro fez com que em média o desemprego aumentasse em 2% em relação ao ano anterior - em 2015 a média ficou em 6,8% superior ao resultado de 2014, que ficou em 4,8%. Essá é a maior média desde 2009, quando a desocupação encerrou em 8,1%. A média anual havia iniciado um processo de queda com taxas cada vez menores desde 2003, alcançando, em 2014, a mínima histórica, segundo os dados em situação de pleno emprego.
Segundo o IBGE, a População Ocupada (POC) foi estimada em 23,3 milhões para o conjunto das seis regiões, refletindo estabilidade em relação a novembro e queda de -2,7% (menos 642 mil pessoas) na comparação com dezembro de 2014. Para o número de trabalhadores com carteira de trabalho assinada no setor privado (11,7 milhões), houve redução de 2,7% (329 mil pessoas a menos) no contingente, registrando a primeira queda anual em toda a série.
A perda do poder de compra das famílias provocada por uma inflação pressionada durante todo o ano de 2015, chegando a dezembro com o acumulado de 10,67%, segundo o IPCA/ IBGE - foi um dos principais motivos pela pressão no mercado de trabalho brasileiro. As famílias iniciaram um ajuste diante de uma nova restrição orçamentária. Com um poder de compra inferior aos anos anteriores, para manter o mesmo padrão de consumo, elas começaram uma redução nas despesas, principalmente as correntes, e inseriram mais um integrante da família no mercado de trabalho para elevação da renda.Esse movimento ajudou a pressionar a taxa, que sofreu pressão do aumento da procura de emprego e da redução de vagas devido à desaceleração econômica. A renda real da população ocupada recuou -5,8% de dezembro de 2014 (R$ 2.373,02) para dezembro de 2015 (R$ 2.235,50).
A Região Metropolitana do Recife (RMR) também se encontra com o mercado de trabalho em forte ajuste devido à crise econômica. Uma atividade em forte desaceleração fez com que a taxa de desemprego também assumisse trajetória crescente. Em dezembro de 2015 atingiu 10,0%, maior patamar para os meses de dezembro desde 2006, quando a desocupação ficou em 10,4%. O ano de 2015 encerra com média de 8,9%, acima dos 5 últimos anos e com 2,4% a mais que a taxa média de 2014, confirmando o difícil momento pelo qual passa a economia pernambucana. A expectativa é de um recuo em torno de 4% para o PIB, valor bem abaixo dos altos crescimentos vivenciados nos anos anteriores.
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Tabela 1 - Taxa de desocupação(%) - Região metropolitana do Recife
GRUPAMENTO DE ATIVIDADE DO TRABALHO PRINCIPAL
NOVEMBRO 2014
OUTUBRO - 2015
NOVEMBRO 2015
Indústria extrativa de transformação e produção de eletricidade, gás e água
3,3
4,4
5,4
Construção
6,1
8,0
9,4
Comércio, reparação de veículos automotores e de objetos pessoais e domésticos
2,7
4,9
3,6
Serviços prestados à empresa, aluguéis, atividade imobiliária e intermediação financeira
2,8
6,5
4,7
Administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde e serviços sociais
0,9
1,5
1,4
Serviços domésticos
1,6
5,3
3,5
Outros serviços
3,4
4,1
5,3
Fonte: Pesquisa Mensal do Emprego (PME) - IBGE. Elaboração Instituto Fecomércio-PE
Analisando por tipo de grupamento, verificase que o mais pressionado é o da Construção Civil (9,4%), que está com a taxa de desemprego próxima dos dois dígitos, muito em consequência da desaceleração e paralisação das grandes obras na região metropolitana. A Indústria de Transformação e os Outros Serviços também apresentaram alta entre novembro e dezembro - a primeira impactada pela queda da produção industrial em todo o país e que vem atingindo recordes negativos e levando a demissões. O Comércio e os Serviços foram impactados positivamente com o aquecimento do consumo verificado no final de ano, com a compra de presentes e o aumento da procura por
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serviços para as comemorações natalinas, refletindo em uma queda no desemprego, porém, em menor proporção que nos anos anteriores. A renda real na RMR foi estimada em R$ 1.657,50 no mês de dezembro de 2015, recuo de -3,5% em relação ao mesmo mês do ano anterior (R$ 1.716,86), afetada principalmente pela queda dos empregos na indústria, pois o setor carrega um maior nível de remuneração, e pela inflação acima dois dígitos em 2015.
REFERÊNCIAS GERÊNCIA DE INVESTIMENTOS/BANCO CENTRAL DO BRASIL. Focus – Relatório de Mercado Índice de Preço ao Consumidor Amplo (IPCA). Dezembro/2015. Pesquisa Mensal do Emprego (PME). Dezembro/2015.
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