Análise mensal pme jan 2015

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ANÁLISE MENSAL - PME Janeiro/ 2015 Desocupação cresce em janeiro de 2015 A taxa de desocupação, divulgada através da Pesquisa Mensal do Emprego (PME) pelo IBGE, atingiu 5,3% para o total das regiões metropolitanas que fazem parte da mostra - esse valor é 1 ponto percentual maior que o resultado de dezembro. A taxa também teve crescimento na comparação anual, já que em janeiro de 2014 o índice havia atingido 4,8%. Assim, encerra-se a tendência de queda verificada nos meses de janeiro, no período entre 2009 e 2014. Em números absolutos, segundo o IBGE, a população desocupada foi estimada em 1,3 milhão de pessoas - aumentou 22,5% frente a dezembro (237 mil pessoas a mais) e 10,7% em Gráfico 01

Fonte: IPCA/ IBGE. Elaboração Instituto Fecomércio-PE

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relação a janeiro de 2014 (125 mil pessoas a mais); já a população ocupada (23 milhões) caiu 0,9% em relação a dezembro (menos 220 mil pessoas) e ficou estável na comparação com janeiro de 2014. A população não economicamente ativa (PEA) foi estimada em 19,3 milhões, mantendo-se estável em relação a dezembro e crescendo 2,9% frente a janeiro de 2014 (mais 551 mil pessoas). É interessante destacar o crescimento que vem tendo a PEA. Isso significa que as pessoas estão entrando no mercado de trabalho, o que acaba pressionando a taxa de desemprego para cima, já que mais pessoas buscam ocupação.


A Região Metropolitana do Recife (RMR) apresentou taxa de desemprego de 6,7% em janeiro, valor acima do mês anterior, quando ficou em 5,5%, e abaixo do mesmo mês do ano anterior, quando a desocupação atingiu 7,4%. A população desocupada foi estimada em 113 mil pessoas, 21,5% maior que em dezembro de 2014 (93 mil pessoas) e -11,0% menor que em janeiro do ano anterior (127 mil pessoas). A RMR apresenta resultado inverso da taxa total com queda na comparação anual.

Analisando a taxa por grupamento de atividades, verifica-se que, na comparação mensal, a única atividade que teve crescimento no número de ocupados foi a de Serviços, as demais tiveram queda, com mais acentuação no aumento da desocupação verificada no setor de Construção. Anualmente apenas Construção e Outros Serviços tiveram aumento na taxa de desempregados.

Tabela 1 – Variação (%) no número de pessoas ocupadas por grupamento de atividades GRUPAMENTO DE ATIVIDADE DO TRABALHO PRINCIPAL

JANEIRO - 14

DEZEMBRO - 14

JANEIRO - 15

Indústria extrativa de transformação e produção de eletricidade, gás e água

4,5

3,3

3,6

Construção

4,2

6,1

6,8

Comércio, reparação de veículos automotores e de objetos pessoais e domésticos

3,0

2,7

2,9

Serviços prestados à empresa, aluguéis, atividade imobiliária e intermediação financeira

4,4

2,8

2,7

Administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde e serviços sociais

1,3

0,9

1,2

Serviços domésticos

3,4

1,6

2,4

Outros serviços

3,5

3,4

4,1

Fonte: PME/ IBGE. Elaboração Instituto Fecomércio-PE

Por gênero, é constatado um aumento no desemprego feminino bem maior que o masculino na comparação mensal - enquanto que para os homens o índice foi de 5,0% para 5,3%, o da mulher apresenta um crescimento bem mais forte, indo de 6,1% para 8,3%. Destaque para a variação brusca na taxa das mulheres, 2,2% de um mês para outro, reflexo do início de um ano bastante difícil, em que o mercado de trabalho entra em desaceleração e atinge com maior impacto os grupos mais frágeis, como as mulheres e os mais jovens. Por idade, o desemprego continua atingindo de maneira mais forte a população jovem, abaixo dos 24 anos de idade, que apresenta taxa de 33,1% para idade entre 15 e 17 anos e

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17,3% para os que estão entre 18 e 24 anos. As pessoas ocupadas com idade entre 25 e 49 anos apresentam taxa de desemprego em 5,5%, e na comparação mensal e anual os resultados foram de crescimento de 0,5% e redução de 0,8%, respectivamente. O maior desemprego dos jovens é reflexo também de uma população que ainda estuda e apresenta maior nível de rotatividade no emprego. A população ocupada da RMR apresenta rendimento real médio em janeiro de 2015 de R$ 1.590,80, ante R$ 1.569,92 no mesmo mês do ano anterior, com crescimento de 1,3%. O crescimento da renda ainda vem se destacando comparado às outras regiões. No comparativo mensal, por exemplo, a região metropolitana


do recife apresentou crescimento real de 1,5%, enquanto que o rendimento para as todas as regiões foi de 0,4%. “A PME trás os reflexos das medidas iniciadas pelo governo no quarto trimestre de 2014, políticas essas que têm como objetivo ajustes macroeconômicos e a criação de um ambiente com crescimento sustentável a partir de 2016; porém, esses ajustes, alcançados através de aumento da taxa básica de juros, restrição do crédito, aumento de tarifas, além do momento atual de inflação e câmbio pressionados, tornam o ano de 2015

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bastante difícil, reduzindo as projeções de investimento dos empresários e consequentemente o número de criação de vagas. A situação atual é bastante difícil para os setores, que segundo as últimas pesquisas convivem com crescimento bastante modesto ou até recuo dos índices. Toda essa conjuntura começa a ser captada pelo mercado de trabalho, e refletido no aumento da desocupação e da população economicamente ativa, que são as pessoas que ofertam mão de obra ao mercado - estes aumentos acabam pressionando ainda mais a taxa.”


REFERÊNCIAS CONFEDERAÇÃO NACIONAL DO COMÉRCIO DE BENS, SERVIÇOS E TURISMO. Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (ICF). CONFEDERAÇÃO NACIONAL DO COMÉRCIO DE BENS, SERVIÇOS E TURISMO. Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (ICEC). CONFEDERAÇÃO NACIONAL DO COMÉRCIO DE BENS, SERVIÇOS E TURISMO. Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor.

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EXPEDIENTE - FECOMÉRCIO-PE Presidente: Josias Silva de Albuquerque Diretora-executiva do Instituto Fecomércio: Brena Castelo Branco Economista: Rafael Ramos Designer: Nilo Monteiro Revisão de Texto: Aleph Consultoria Linguística



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