ANÁLISE MENSAL - PME Setembro/ 2015 Taxa de Desocupação continua em 7,6% em setembro A taxa de desocupação brasileira, medida através da Pesquisa Mensal do Emprego (PME), do IBGE, manteve-se em 7,6% em setembro de 2015, mesmo valor do mês anterior. O resultado começa a ser influenciado pela contratação de temporários para as festividades do fim de ano, que se inicia setembro e tem um pico em novembro. Porém a manutenção da taxa não dá uma indicativo de que a pressão no mercado de trabalho brasileiro começa a desacelerar. Existe uma pressão forte para um aumento do desemprego, devido a uma entrada maior de pessoas em busca de trabalho, consequência de uma diminuição da renda disponível das famílias,
Gráfico 01
Fonte: IPCA/ IBGE. Elaboração Instituto Fecomércio-PE
Análise Mensal - PME- Setembro/ 2015
que obrigou mais membros a procurar emprego para manutenção da renda e nível de consumo, além de uma desaceleração econômica que afeta o nível de vendas e produção e acarreta em demissões. A taxa mensal é a maior desde setembro de 2009, quando o indicador ficou em 7,7%. A População Economicamente Ativa (PEA) apresentou um acréscimo de aproximadamente 1%, ou alta de 250 mil pessoas ofertando mão de obra em relação a setembro de 2014; já o número de desempregados aumentou 56,6%, o equivalente a 670 mil desocupados também na comparação anual.
O gráfico acima revela que a taxa de desemprego se comporta com altas menos bruscas, julho a setembro, de um mês para outro, o que não significa uma menor pressão, pois o último quadrimestre do ano é afetado pela contratação de temporários, minimizando, assim, os efeitos da desaceleração econômica no mercado de trabalho. A projeção do mercado hoje é de que a desocupação encerre em torno de 8,0%, com uma tendência de mais pressão em 2016, revelando uma expectativa de deterioração ainda maior para o ano seguinte. Segundo o IBGE, a População Ocupada (POC) foi estimada em 22,7 milhões para o conjunto das seis regiões, refletindo estabilidade na análise mensal e retração de 1,8% (menos 420 mil pessoas) na comparação com setembro de 2014. O número de trabalhadores com carteira de trabalho assinada no setor privado (11,3 milhões) não variou na comparação mensal e, frente a setembro do ano passado, caiu 3,5% (menos 409 mil pessoas). O rendimento médio real habitual dos trabalhadores foi estimado em R$ 2.179,80, ficando 0,8% menor que o verificado em agosto (R$ 2.196,54) e 4,3% abaixo do apurado em setembro de 2014 (R$ 2.278,58).
A Região Metropolitana do Recife (RMR) apresenta uma taxa de desocupação bastante preocupante, atingindo em setembro de 2015 percentual de 10,4% na população desocupada - segunda maior taxa entre as localidades da pesquisa, ficando atrás apenas da Região Metropolitana de Salvador (13,0%). Existe uma elevação brusca de um mês para o outro, que vem ficando em torno de 0,6%, sinalizando um maior impacto no mercado de trabalho devido à desaceleração econômica, ficando 2,8% acima da taxa brasileira. A RMR apresentou uma alta de 4,8% na PEA, com um acréscimo de 80 mil pessoas a mais em busca de emprego, enquanto que a População Desocupada apresentou crescimento de 62,5% na comparação anual e 5,2% na comparação mensal, equivalente a um aumento de 70 e 09 mil pessoas desempregadas, respectivamente. Já a POC recifense, segundo o IBGE, é estimada em 1,5 milhão de pessoas. O rendimento médio real habitual dos trabalhadores foi estimado em R$ 1.607,10, 1,9%, maior que o registrado em agosto (R$ 1.577,26) e 7,1% inferior ao obtido em setembro de 2014 (R$ 1.729,00). A redução da renda dos trabalhadores afeta diretamente a massa salarial e consequentemente o consumo, atingindo principalmente os setores de comércio e serviços.
Tabela 1 - Taxa de desocupação(%) - Região metropolitana do Recife
GRUPAMENTO DE ATIVIDADE DO TRABALHO PRINCIPAL
SETEMBRO 2014
AGOSTO - 2015
SETEMBRO 2015
Indústria extrativa de transformação e produção de eletricidade, gás e água
3,7
6,3
4,8
Construção
2,8
10,1
10,5
Comércio, reparação de veículos automotores e de objetos pessoais e domésticos
2,3
4,8
4,7
Serviços prestados à empresa, aluguéis, atividade imobiliária e intermediação financeira
4,6
5,4
5,0
Administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde e serviços sociais
1,5
1,5
1,3
Serviços domésticos
1,9
3,5
4,0
Outros serviços
3,7
5,6
4,5
Fonte: Pesquisa Mensal do Emprego (PME) - IBGE. Elaboração Instituto Fecomércio-PE
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Analisando por grupamento de atividade, verifica-se na tabela acima que para a RMR a maior pressão vem da Construção, que na região apresentou uma desmobilização de mão de obra considerável. Tal desmobilização está relacionada com a para de serviços na Refinaria Abreu e Lima e de investimentos públicos no interior o estado, o fim de grandes obras, como a construção da Fábrica da FIAT, e de investimentos privados, que são afetados pela queda na demanda das famílias. Até mesmo o setor de comércio e serviços, que tem como o mês de setembro o inicio de preparação para o aquecimento das vendas e uma maior contratação de funcionários, apresenta uma taxa de
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desemprego maior no comparativo anual, confirmando, assim, que 2015 terá, em relação a 2014, uma queda na geração de empregos para o último trimestre do ano. O momento ruim para contratação acaba afetando as pessoas mais jovens (18 a 24 anos), que, por terem menos experiência e apresentarem uma maior rotatividade em empregos, encontram mais dificuldades para entrar no mercado de trabalho, ficando, assim, com uma taxa de desocupação de 18,4% no Brasil e 23,0% na RMR, bem superior ao grupo de pessoas com idade entre 25 e 49 anos, que estão com desemprego em 6,3% e 9,1%, respectivamente.
REFERÊNCIAS Índice de Preço ao Consumidor Amplo (IPCA). Junho/2015. Pesquisa Mensal do Emprego (PME). Junho/2015.
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