CENTRO DE
PESQUISA
DO COMÉRCIO RELATÓRIO MENSAL DA PESQUISA CONJUNTURAL DO COMÉRCIO VAREJISTA DA RMR, ANO VIII - Nº 94
Comércio da RMR cresce no primeiro trimestre e prenuncia um ano de bons resultados Pontos a destacar Março foi um mês de resultados muito positivos para o varejo da Região Metropolitana do Recife (RMR). Puxado pelo excelente desempenho das vendas de automóveis, o faturamento do comércio em geral cresceu 20,24% em relação a março de 2009 e 17,28% na comparação com fevereiro. O bom desempenho no mês não se restringiu ao mercado automotivo. Todos os ramos que compõem o índice Fecomércio-PE cresceram na comparação com março do ano passado. Em relação a fevereiro livrarias e papelarias foi o único com variação negativa, o que não representa um mau resultado, sendo somente uma decorrência do ciclo dos seus negócios, que tem picos em janeiro e fevereiro. Os bons indicadores do mês dão continuidade a uma forte recuperação do comércio varejista em relação ao início de 2009, afetado pela crise à época. No primeiro trimestre de 2010 as vendas acumuladas do comércio em geral cresceram 18,30% em relação ao mesmo período no ano anterior e mais de 5% se comparado com fevereiro, sob influência das vendas de automóveis, que aumentaram fortemente no ano em curso, especialmente em março, período final dos incentivos decorrentes da política de renuncia fiscal. A massa salarial aumentou muito em março e no trimestre, acompanhando o desempenho das vendas. Em relação a fevereiro o aumento foi pequeno, mas na comparação com mesmo mês de 2009 aumentou cerca de 12%, quer se incluam ou não as concessionárias de veículos. No acumulado do ano os resultados são muitos semelhantes, também crescendo cerca de 12%. O emprego no comércio tem refletido o bom desempenho das vendas. A queda de 1,5% sobre fevereiro representa somente a já esperada dispensa de uma parte da mão de obra temporária contratada no final do ano. Na comparação com março do ano passado registrou-se um crescimento de cerca de 5%. No acumulado do trimestre houve um aumento de cerca de 6,5%, em parte decorrente da absorção de grande parte da mão de obra contratada para o fim do ano. Esses bons resultados deixam claro que o varejo no primeiro trimestre de 2010 superou completamente as dificuldades registradas no início de 2009, aumentando seu faturamento, a massa salarial e o emprego, sinalizando mais um ano de forte crescimento.
PROGNÓSTICO O aumento de preços no primeiro trimestre de 2010 alcançou 2,06%. Como o centro da meta inflacionaria é 4,5% no ano, um aumento da taxa básica da SELIC na próxima reunião do COPOM é praticamente certo. É muito provável que os juros subam 0,75, que é a aposta dominante no mercado, no momento. Confirmada a perspectiva de crescimento do PIB superior a 5,5% em 2010, os preços continuarão a ser pressionados durante o ano, de modo que o aumento dos juros deve continuar nas reuniões seguintes, até que as pressões inflacionárias se estabilizem. É provável que o ano se encerre com uma taxa SELIC próxima a 12%, muito superior aos atuais 8,75%. O acréscimo da taxa SELIC deve levar ao aumento dos juros ao consumidor e a uma redução do atual ritmo das vendas do comércio. Deve acrescer-se ao aumento dos juros o fim da política de renúncia fiscal, de modo que embora alto o crescimento no primeiro semestre deverá ser um pouco menor do que o registrado no primeiro trimestre. Todavia a perspectiva é de mais um ano de boas vendas no varejo e a nossa previsão é que em 2010 aumentem mais de 10%.
MARÇO/2010
PESQUISA CONJUNTURAL