Pesquisa conjuntural 1 e 2 trimestre 2014

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BOLETIM CONJUNTURAL BOLETIM COMÉRCIO VAREJISTA DE PERNAMBUCO: 1º E 2º TRIMESTRES DE 2014 1. INTRODUÇÃO Este documento representa um dos produtos definidos no âmbito do Contrato de Prestação de Serviços firmado entre o Instituto Fecomércio-PE e a CeplanMulticonsultoria, datado de 01 de setembro de 2014. Tem por objetivo principal subsidiar a elaboração da “Agenda do Comércio”, síntese em que é apresentado o desempenho do Varejo ao longo do ano de 2014 – objeto de outros produtos – e em que estarão descritas as principais diretrizes de atuação dos empresários varejistas de Pernambuco. A análise do desempenho trimestral do Varejo em Pernambuco, apresentada a seguir, foi elaborada a partir da sistematização de dados secundários acerca da atividade varejista do Brasil e dos principais estados do Nordeste. Além disso, foram realizadas consultas junto aos empresários do Varejo, em caráter específico – através de entrevistas e questionários semiestruturados – e também de forma geral, em fóruns de discussão tais como as últimas edições das reuniões de diretoria de que tomam parte os presidentes de sindicatos patronais do Varejo, filiados à Fecomércio-PE. O objetivo foi o de chancelar os indicadores apresentados e, quando fosse o caso, realizar as adequações qualitativas pertinentes. As indicações feitas pelos empresários foram antecedidas de uma contextualização acerca da dinâmica econômica brasileira, tema da segunda seção deste documento. À parte esse enfoque mais amplo, foram apresentados, além dos indicadores nacionais, os resultados da Bahia e do Ceará, que permitem realizar comparações sobre a evolução do varejo no Nordeste. Os principais determinantes da conjuntura vigente são descritos na terceira e na quarta seções, em que se dá ênfase ao desempenho do Varejo de Pernambuco nos trimestres correspondentes, realizando a análise, inclusive, ao nível dos segmentos. De posse desses resultados, a identificação da percepção empresarial – tema de outros produtos definidos pelo referido contrato – foi orientada no sentido de capturar os aspectos que dificultaram o desempenho observado ao longo do ano que, conforme se referiu anteriormente, constitui tema deste produto, que é finalizado com um aporte metodológico, em que também é apresentada a lista de entrevistados.

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2. CONTEXTO NACIONAL E REGIONAL A economia brasileira vem apresentando, desde o 2º trimestre de 2013, desaceleração em termos de Produto Interno Bruto (PIB). De acordo com o Gráfico 1, a variação trimestral do PIB chegou a ser negativa no 2º trimestre de 2014, em relação ao mesmo período de 2013 (- 0,9%). Gráfico 1 – Brasil: taxa de crescimento do PIB trimestral (base: mesmo período do ano anterior), em % – 2010.1 a 2014.2

Os fatores explicativos dessa tendência podem ser observados através das informações da Tabela 1. Considerando os setores de atividade econômica, merece destaque o fato de que o PIB da Indústria apresentou, nos primeiros seis meses deste ano, uma queda de 1,4% ante o ano passado, ao passo que a Agropecuária (1,2%) e os Serviços (1,1%) tiveram desempenho positivo, porém insuficiente para dinamizar a economia brasileira na primeira metade de 2014. No caso da Indústria, a referida queda na produção pode ser associada às expectativas negativas dos empresários, dada a variação de -6,8% da Formação Bruta de Capital Fixo, “gasto” que ilustra a realização de investimentos produtivos na economia (Tabela 1). No caso dos Serviços, que também incluem as atividades de Comércio, o resultado positivo, porém tímido, do PIB no semestre se deveu ao arrefecimento do Consumo das Famílias (2,1% no primeiro semestre de 2014 em relação ao mesmo período de 2013), expresso nas cada vez menores taxas de variação semestral apresentadas na Tabela 1. Tabela 1 – Brasil: taxa de crescimento do PIB semestral (base: mesmo período do ano anterior), em % – 2010.1 a 2014.1 Setor de Atividade

2010

2011

2012

2013

2014

Agropecuária

8,1

1,2

-3,0

12,4

1,2

Indústira

14,6

2,9

-1,2

1,1

-1,4

Serviços

6,0

3,8

1,6

2,2

1,1

PIB a preços de Mercado

9,0

3,8

0,7

2,7

0,5

Consumo das famílias

7,3

5,8

2,5

2,7

1,7

Consumo da administração pública

4,6

2,7

2,7

1,6

2,1

Formação bruta de capital fixo

28,5

7,5

-3,0

5,0

-6,8

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Setor de Atividade

2010

2011

2012

2013

2014

Exportação de bens e serviços

10,7

5,2

1,7

0,5

2,3

Imortação de bens e serviços

39,6

14,1

3,8

7,6

-0,6

Fonte: Contas Nacionais Trimestrais - IBGE. Elaboração CEPLAN.

Ao quadro de baixo crescimento econômico nos dois primeiros trimestres do ano, combinado com a retração no consumo e no investimento, deve-se acrescentar que a inflação tem variado de forma persistente em torno ao “teto” da meta definida pelo Banco Central, influenciada pela alta no preço dos alimentos. Nessa conjuntura, empresários e consumidores adotaram uma postura prudencial quanto ao futuro, refletido no pragmatismo acerca da segunda metade de 2014. A prudência envolve as incertezas que rondavam a economia, bem como as definições das “regras do jogo político” a partir de 2015, que só serão conhecidas após as eleições presidenciais de outubro. Para os empresários, “repetir as vendas de 2013” passou a ser considerado um bom resultado neste ano. 3. DESEMPENHO DO COMÉRCIO VAREJISTA EM PERNAMBUCO Diante do contexto de desaceleração econômica e de expectativas pouco otimistas, o Comércio varejista teve desempenho comprometido. De acordo com as informações do Gráfico 2, há uma clara desaceleração em termos de variação do volume de vendas do Varejo Ampliado (que considera os segmentos de Materiais de Construção e Veículos e autopeças) entre o 1º trimestre e o 2º trimestre de 2014, mais pronunciada no Brasil, cujo volume de vendas entre abril e junho chegou, inclusive, a decrescer (-1,8%). Gráfico 2 – Brasil, Pernambuco, Bahia e Ceará: variação trimestral do volume de vendas do comércio varejista ampliado, em % - 1° Trim. 2014 e 2° Trim. 2014

Fonte: Pesquisa Mensal de Comércio - IBGE. Elaboração Ceplan Multi.

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Os resultados apresentados no Gráfico 2 refletem, sobretudo, o comportamento do poder de compra das famílias. A persistente pressão inflacionária fez com que parcela maior dos salários fosse comprometida com a aquisição de uma mesma cesta de consumo. No caso da Região Metropolitana do Recife – cujo rendimento médio mensal do trabalho é o menor entre as demais regiões metropolitanas do país – a magnitude da renda permite afirmar que a inflação, sobretudo de alimentos, inibiu as compras de outros produtos. Os impactos da desaceleração da economia brasileira também podem ser verificados pela ótica dos empregos. No setor industrial, com destaque para o setor automobilístico, a retração levou aos chamados lay offs (paralisações na produção de algumas fábricas) e, em alguns casos, a demissões de trabalhadores em virtude da interrupção por tempo indeterminado das atividades. Em Pernambuco, o início da desmobilização do contingente de trabalhadores envolvidos na etapa de construção e implantação de grandes empreendimentos, como a Refinaria Abreu e Lima, também provocou redução no ritmo de vendas do comércio. O comprometimento do poder de compra e perspectivas negativas quanto ao emprego fizeram com que as questões relacionadas ao crédito para consumo também afetassem o desempenho das vendas. A oferta de crédito por parte das instituições financeiras se tornou mais seletiva e verificou-se a cobrança de taxas de juros mais altas, face ao endividamento das famílias e, em alguns casos, à inadimplência. Diante disso, os consumidores passaram a realizar ajustes na gestão financeira, optando por saldar débitos e sanar dívidas, reduzindo, portanto, parcela da renda que seria destinada para consumo. Também é válido mencionar a influência de fatores “exógenos” sobre a atividade comercial. Entre eles, as manifestações de rua ocorridas em junho e, sobretudo, os recessos decorrentes da realização da Copa do Mundo de Futebol impactaram de forma importante o Varejo (sobretudo o tradicional), provocando desaquecimento ainda maior das vendas e, em alguns casos, mudanças nos hábitos de consumo das famílias. Ainda de acordo com o Gráfico 2, é importante salientar que os principais estados do Nordeste tem apresentado desempenho melhor que o restante do Brasil, muito embora a tendência de desaceleração das vendas também tenha sido verificada na região. Essa sustentação de um patamar diferenciado resulta de um crescimento econômico regional superior ao do resto do país. As vendas no varejo da Bahia sofreram a maior desaceleração nas vendas entre o 1º e 2º trimestre de 2014. Por outro lado, o Ceará teve o melhor desempenho. Cabe analisar, desde uma perspectiva geral, os fatores que determinaram o comportamento das vendas em Pernambuco nos dois primeiros trimestres de 2014. Nos dois primeiros trimestres do ano (período de janeiro a junho), o Varejo Ampliado e o Varejo em Pernambuco apresentaram taxas de crescimento acumuladas de, respectivamente, 3,8% e 5,7%, conforme ilustrado no Gráfico 3. Gráfico 3 – Pernambuco: variação acumulada do volume de vendas do Varejo Ampliado e do Varejo, em % (janeiro a junho de 2014)

Fonte: Pesquisa Mensal de Comércio - IBGE. Elaboração Ceplan Multi.

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No 1º trimestre (janeiro-março) de 2014, o ritmo das vendas chegou a se situar em patamar consideravelmente superior àquele observado no mesmo período de 2013, em função do dinamismo ocorrido em fevereiro. Na verdade, esse foi um resultado que refletiu o aumento do número de dias úteis no referido mês, em função da realização do Carnaval no mês de março. Neste mês, além do feriado carnavalesco, é válido ressaltar que o ritmo de vendas apresentou considerável declínio em função do desaquecimento provocado pelo pagamento de impostos e taxas diversas, algumas das quais reajustadas. No 2º trimestre (a partir de abril), a variação acumulada das vendas apresentou leve reação no caso do Varejo, declinando em relação ao acumulado entre janeiro e março no caso do Varejo ampliado. Entre janeiro e maio, observa-se uma tendência de retomada das vendas, que não se confirma em junho, uma vez que a taxa acumulada de crescimento volta a se reduzir em relação ao período imediatamente anterior (Gráfico 3). 4. DESEMPENHO TRIMESTRAL POR SEGMENTOS A análise da variação trimestral do volume de vendas ao nível dos segmentos que compõem o Varejo permite realizar observações adicionais sobre o desempenho do 1º e do 2º trimestre de 2014 em Pernambuco, o que pode ser feito através do exame da Tabela 2 a seguir. Tabela 2 – Brasil, Pernambuco, Bahia e Ceará: variação trimestral do volume de vendas, por segmentos do comércio varejista, em % - 2014 Pernambuco Segmentos do Comércio 1º Trim.

2º Trim.

VAREJISTA

5,6

5,7

VAREJISTA AMPLIADO(1)

5,7

2,1

Combustíveis e Lubrificantes

10,3

-0,4

Hipermercados e Supermercados

1,4

2,4

Tecidos, Vestuários e Calçados

3,5

2,3

Móveis

9,7

15,3

Eletrodomésticos

9,1

13,5

Farmácia e Perfumaria(2)

27,0

21,2

Livraria e Papelaria(3)

4,0

3,7

Informática, Comunicação, Mat. e Equip. de Escritório

3,7

-1,2

Outros Artigos de uso pessoal e doméstico

4,8

14,4

Veículos, Motocicletas, partes e peças

1,7

-6,5

Material de Construção

20,0

3,4

Fonte: Pesquisa Mensal de Comércio – IBGE. (1) Inclui veículos e materiais de construção, além dos demais segmentos do varejo; (2) Trata-se de artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumarias e cosméticos; (3) Corresponde a livros, jornais, revistas e papelaria.

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Entre os estabelecimentos do Varejo, as vendas evoluíram positivamente e apresentaram tendência de melhoria no 2º trimestre nos segmentos hipermercados e supermercados (1,4% e 2,4% no primeiro e no segundo trimestre, respectivamente), móveis (9,7% e 15,3%), eletrodomésticos (9,1% e 13,5%) e outros artigos de uso pessoal e doméstico (4,8% e 14,4%), de acordo com a Tabela 2. Todos os demais experimentaram redução no ritmo de expansão das vendas entre o 1º e o 2º trimestre, muito embora o segmento de Farmácias e Perfumarias – em função da diversificação do mix de produtos oferecido nas lojas, em especial nas mais modernas e que são controladas por grandes redes – tenha tido, no 2º trimestre de 2014, uma expansão de 21,2% em relação ao mesmo período do ano passado (Tabela 2) No caso do Varejo Ampliado – que incorpora, além dos segmentos do Varejo, o de veículos, motocicletas, partes e autopeças, além de materiais de construção – é importante salientar que as variações de 5,7% no 1º trimestre e de 2,1% no 2º trimestre foram determinadas, principalmente, pelo comércio automotivo e, neste, pelas vendas nas concessionárias (Tabela 2). De fato, as vendas do segmento de “veículos, motocicletas, partes e autopeças” foram de, respectivamente, 1,7% e -6,5% no 1º e 2º trimestre de 2014 (Tabela 2). Caberia ressalvar, no entanto, essa desaceleração: composto por empresas de naturezas diversas, tais como concessionárias de veículos, concessionárias de motocicletas, oficinas mecânicas, centros automotivos e equipadoras de veículos, o segmento teve empresas que, certamente, se desempenharam de forma distinta – e até positiva – em termos de vendas. Se as revendedoras de veículos enfrentaram dificuldades, sobretudo no 2º trimestre, as equipadoras e centros automotivos registraram vendas bem acima da média verificada para o segmento, segundo relato de representantes do segmento. No caso dos estabelecimentos de materiais de construção, é importante mencionar a desaceleração nas vendas ocorrida em março e que teve continuidade ao longo de todo segundo trimestre: de fato, após apresentar crescimento de 20% no 1º trimestre de 2014 em relação ao mesmo período no ano passado, as vendas variaram tão somente 3,4% no 2º trimestre (Tabela 2). Esse resultado expressa não apenas a desaceleração de obras importantes no estado (relacionadas à implantação de novos empreendimentos), como também a redução no ritmo de construção de edifícios residenciais e de pequenas reformas. Por outro lado, alguns segmentos vêm realizando ajustes no emprego: casos de ‘informática, comunicação, material e equipamentos de escritório’ (-13,2%), ‘móveis’ (-1%) e ‘eletrodomésticos’ (0,1%) (Tabela 1). Excetuando-se ‘móveis’, trata-se de um movimento relacionado ao encarecimento dos produtos comercializados, alguns dos quais importados, e também ao fim dos efeitos positivos associados aos estímulos creditícios proporcionados pelo Governo para a aquisição de linha branca (eletrodomésticos). Por venderem menos, os empresários desses segmentos têm utilizado menor contingente de pessoas nas lojas.

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5. SÍNTESE A despeito da desaceleração ocorrida entre o 1º e o 2º trimestre de 2014, é importante destacar que as vendas no acumulado do ano – isto é, considerando o período de janeiro a julho e a ele acrescentando agosto – se situam em patamar superior àquele verificado em 2013, em quase todos os segmentos. O Varejo Ampliado apresentou crescimento acumulado de 1,6% entre janeiro e agosto de 2014, em relação ao mesmo período do ano anterior, enquanto o Varejo cresceu 3,7% (Gráfico 4). Gráfico 4 - Pernambuco: variação acumulada no ano do volume de vendas, por segmentos do comércio varejista (em %). Base: igual período do ano anterior

Fonte: Pesquisa Mensal de Comércio-IBGE. (1) Trata-se de artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumarias e cosméticos; (2) Corresponde a livros, jornais, revistas e papelaria; (3) Inclui veículos e materiais de construção, além dos demais segmentos do varejo.

De acordo com o Gráfico 4, considerando os segmentos do Varejo, os estabelecimentos de Farmácia e perfumaria (20,5%), Outros artigos de uso pessoal e doméstico (8,2%), Eletrodomésticos (7,5%) e Móveis (7,4%) cresceram acima da média verificada para o Varejo. Por outro lado, Combustíveis e lubrificantes (3,1%), Livraria e Papelaria (2,8%) e Tecidos, vestuário e calçados (2,2%) tiveram uma expansão do volume de vendas inferior àquela apresentada pelo Varejo. É interessante destacar que os Hipermercados e Supermercados (-0,1%) e as lojas de Informática, comunicação, material e equipamento de escritório (-0,2%) foram os únicos segmentos do Varejo cujos respectivos volumes de vendas declinaram, em termos acumulados, no comparativo com o mesmo período de 2013 (Gráfico 4). No primeiro caso, um resultado que pode ser associado, sobretudo, ao encarecimento dos preços dos alimentos e consequente impacto sobre o poder de compra das famílias, mas também a aspectos relacionados ao cultivo hortifrutigranjeiro – que foi submetido a intempéries climáticas em várias partes do país – e entraves logísticos. No que se refere às vendas de informática, oscilações cambiais terminaram

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por encarecer o preço de produtos e equipamentos importados, inibindo as vendas. No Varejo ampliado, cujas vendas variaram 1,6% entre janeiro e agosto de 2014 relativamente ao mesmo período de 2013, observa-se que os estabelecimentos de Material de Construção, mesmo em uma conjuntura de redução do ritmo de obras em geral, tiveram uma expansão do volume de vendas bem acima da média do segmento, da ordem de 7,2% (Gráfico 4). Assim, depreende-se que o fraco desempenho do Varejo ampliado se deveu ao segmento de veículos, motocicletas, partes e peças, que apresentaram variação de -4,6% no acumulado das vendas entre janeiro e agosto de 2014, em relação ao mesmo período de 2013. Conforme destacado na seção anterior, esse é um resultado que “esconde” importantes diferenciações ao nível dos segmentos, sobretudo quando se considera a composição heterogênea em termos das empresas que dele fazem parte. Em suma, o que se pode apontar nos dois primeiros trimestres do ano é a tendência de desaceleração das vendas em Pernambuco, nos principais estados do Nordeste e no país como um todo. Entre os fatores que definiram esse comportamento, caberia destacar a retração na economia, em especial na indústria; a pressão inflacionária; a queda no poder de compra das famílias; a elevação de taxas de juros para o consumo; o endividamento e inadimplência de consumidores; a instabilidade cambial; e o quadro de incertezas para 2015. Além desses fatores “econômicos”, condicionantes exógenos, como as greves, manifestações, recessos e feriados (alguns dos quais em função da realização da Copa do Mundo de Futebol) completaram o quadro de dificuldades observado na primeira metade de 2014. 6. METODOLOGIA A realização do estudo sobre a dinâmica das atividades dos setores do comércio de bens, serviços e turismo de Pernambuco, especificamente para os trabalhos de acompanhamento do desempenho trimestral do varejo, com vistas a identificar os principais desafios do setor para 2015, teve por base a realização de 18 entrevistas semiestruturadas nos meses de outubro e novembro de 2014 junto a empresários e dirigentes institucionais de segmentos representativos do varejo pernambucano (ver Quadro de Entrevistados a seguir). Quadro de empresários e dirigentes de instituições representativas do varejo entrevistados Entrevistado

Segmento Varejista

Empresa

Cargo Institucional

José Ivanildo C. Cavalcanti de Moraes

Combustíveis e Lubrificantes

Organização de Petróleo Shopping Ltda. - Posto Tancredo Neves

Conselheiro do Sindicombustível de Pernambuco

Djalma Farias Cintra

Hipermercados e Supermercados

Grupo Bonanza

Rudi Marco Maggioni

Alimentos - Frutas

Grupo Cantu

Vice-Presidente para Assuntos do Comércio Varejista da Fecomércio

Eduardo Melo Catão

Tecidos, Vestuário e Calçados

Lojas Cattan

Diretor para Assuntos de Crédito da Fecomércio

Fernando Clemente Filho

Móveis e Eletrodomésticos

Ponto de Promoção

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Entrevistado

Segmento Varejista

Empresa

Cargo Institucional

Ozeas Gomes da Silva

Farmácias e Perfumarias

Farmácia Quatro Cantos

Vice-Presidente para Assuntos do Comércio de Serviços de Saúde da Fecomércio / Presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Produtos Farmacêuticos do Estado de Pernambuco

Bernardo Peixoto dos Santos O. Sobrinho

Livros, jornais, revistas e papelaria

Livraria e Papelaria MEC

2º Vice-Presidente da Fecomércio / Presidente do Sindicato do Comércio de Jaboatão dos Guararapes

Francisco José Mourato da Cruz

Equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação

Din@mica

Diretor para Assuntos Sindicais da Fecomércio

José Carlos de Santana

Veículos, motocicletas, partes e peças

Grupo JHM

Diretor para Assuntos de Relações do Trabalho da Fecomércio / Presidente do Sindicato do Comércio de Autopeças do Estado de Pernambuco

Marcos Santana

Veículos, motocicletas, partes e peças

Centrocar

GleydsonZarzar

Veículos, motocicletas, partes e peças

Auto Nunes

Joaquim de Castro Filho

Veículos, motocicletas, partes e peças

Vice-Presidente para Assuntos do Comércio Varejista da Fecomércio / Presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Petrolina

Celso Jordão Cavalcanti

Material de construção

Diretor para Assuntos do Comércio Exterior da Fecomércio / Presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Maquinismos, Ferragens e Tintas do Estado de Pernambuco

Frederico Penna Leal

Comércio Varejista

2º Vice-Presidente da Fecomércio / Presidente do Sindicato dos Lojistas no Comércio do Recife

Presidente do Sindicato dos Lojistas do Comércio de Caruaru / Diretor do Bureau de Serviços Contábeis e Gestão Empresarial do Nordeste BCNE

Michel Jean Pinheiro Wanderley

Comércio Varejista

Milton Tavares de Melo Júnior

Comércio Varejista

Diretor para Assuntos do Setor Público da Fecomércio / Presidente do Sindicato das Empresas de Comércio e Serviços do Eixo Norte

Walace Carvalho

Comércio Varejista

North Shopping Caruaru

Hipólito Gervásio Filho

Veículos, motocicletas, partes e peças

Motorac-Honda / Autorac

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A primeira etapa do estudo compreendeu a análise do desempenho do volume de vendas das atividades varejistas no 1ª e no 2º trimestre de 2014, tomando como referência o mesmo período de 2013. Em seguida, procedeu-se à realização de entrevistas semiestruturadas. Como primeira abordagem apresentou-se um Gráfico (com informações da Pesquisa mensal de Comércio do IBGE) contendo informações gerais sobre a variação percentual nos trimestres e também acumulada no ano do volume de vendas para o conjunto dos segmentos que englobam o comércio varejista e o varejo ampliado. O mesmo também se fez em r elação a segmentos específicos do varejo. O objetivo dessa ação foi chancelar as estatísticas e as variações indicadas no acompanhamento trimestral, de modo que os empresários afirmavam se os números, de fato, refletiam a evolução do que ocorreu em 2014, tanto no varejo e varejo ampliado quanto nos segmentos específicos. Caso os entrevistados não confirmassem os números indicados, deveriam apontar quais seriam as variações mais aproximadas. Em seguida os entrevistados relacionaram, por ordem de importância, tanto os fatores positivos quanto os de forma negativa (principais problemas) que influenciam esses resultados. Essas observações, quando pertinentes, foram incorporadas neste relatório. Diante do atual quadro do comércio varejista e varejo ampliado em Pernambuco, os representantes dos segmentos do varejo (empresários e dirigentes de instituições que os representam) foram solicitados a sugerir que ações deveriam ser tomadas visando melhorar o desempenho do comércio e a quem caberia a responsabilidade pelas mesmas (órgãos de classe ou poder público - Governo Federal, Governo Estadual ou Governo Municipal). Esse material constitui produto adicional do contrato ora em vigência. Por fim, independente da conjuntura econômica, foi perguntado se teriam algumas observações adicionais que julgassem importantes destacar, relacionadas ao comércio varejista e varejo ampliado ou para segmentos específicos. Na etapa seguinte essas entrevistas foram sistematizadas e apresentadas de forma preliminar na Reunião Mensal da Fecomércio, onde estavam presentes representantes de todos os segmentos do varejo pernambucano. Após a apresentação os resultados foram validados, permitindo a elaboração do relatório trimestral sobre a percepção empresarial do cenário setorial.

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Fecomércio-PE Rua do Sossego, 264, Boa Vista, Recife-PE, Cep: 50050-080 Tel.: (81) 3231.5393 | Fax: (81) 3222.9498 Presidente: Josias Silva de Albuquerque Instituto Fecomércio-PE Centro de Pesquisa (Cepesq) Av. Visconde de Suassuna, 114, Santo Amaro, Recife-PE, Cep: 50050-540 Tel.: (81) 3231.6175 | Fax: (81) 3423.3024 E-mail: lailze.leal@fecomercio-pe.com ou urbano.nobrega@fecomercio-pe.com Diretor executivo: Oswaldo Ramos Equipe técnica: Lailze Santos e Urbano da Nóbrega Economistas responsáveis: Tania Bacelar, Osmil Galindo e Fábio Oliveira Revisão: Laércio Lutibergue Design: Daniele Torres e Thiago Maranhão

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