A revista do comércio de Pernambuco | Ano II – nº 07 | Jan-Fev/2013
Bem-estar e beleza em alta Comércio do Recife na expectativa de um ano melhor e confiante na nova gestão municipal O projeto PortoLeve estimula o uso de bicicletas investindo na mobilidade com um toque de sustentabilidade Informe Fecomércio-PE |JAN/FEV 2013
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A força do setor de beleza
O
setor de beleza é o tema da reportagem de capa da primeira revista Informe Fecomércio-PE do ano, que está com novo projeto gráfico, após um ano de reformulação em seu projeto editorial. Atualmente, o segmento de beleza é um dos maiores mercados em expansão no Brasil, além de ser um dos setores que mais geram oportunidades de emprego, crescendo num ritmo muito mais rápido que o Produto Interno Bruto (PIB) nacional. Diante desse boom, a busca por profissionais capacitados para ingressarem nesse mercado de trabalho é um dos maiores desafios das empresas. Para acompanhar o ritmo desse crescimento acelerado, é preciso estar preparado. Com o objetivo de atender à demanda desse mercado em ascensão, o Sistema Fecomércio-PE, através do Senac, vem investindo cada vez mais em seus cursos na área de imagem pessoal. Está faltando mão de obra especializada no meio e o Sistema Fecomércio quer contribuir para o crescimento ainda maior do setor, formando profissionais diferenciados. O segundo melhor polo médico do Brasil, o do Recife, também é destaque nas páginas da nossa revista, com uma reportagem especial que aborda o nível da nossa rede hospitalar e da qualificação dos nossos médicos. A matéria fala também das dificuldades que o setor vem enfrentando na cidade, como a falta de mobilidade e segurança, os maiores desafios para o prefeito eleito do Recife, Geraldo Júlio. O projeto PortoLeve, iniciativa do Porto Digital, em parceria com o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação e o Governo do Estado de Pernambuco, ganha ênfase na edição da revista com os investimentos que foram realizados e os benefícios que trará para a cidade e para as pessoas. Um empreendimento que torcemos para dar certo e para transformar o Recife em um lugar mais sustentável. Uma boa leitura!
Josias Albuquerque Presidente do Sistema Fecomércio/Senac/Sesc-PE e vice-presidente da CNC presidencia@fecomercio-pe.com.br
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SUMÁRIO
O
mercado de bem-estar e beleza vem cada vez mais mostrando sua força. De 1996 a 2011, o setor viu seu faturamento passar de R$ 4,9 bilhões para R$ 29,4 bilhões. No que diz respeito à geração de emprego, o aumento foi de quase 10% neste mesmo período.
26 CAPA
A Revista do Comércio do Estado de Pernambuco Sede Provisória: Rua do Sossego, 264, Boa Vista, Recife, Pernambuco, CEP 50050-080 Tel.: (81) 3231.5393 - Fax: (81) 3222.9498 www.fecomercio-pe.com.br e-mail: imprensa@fecomercio-pe.com Presidente Josias Silva de Albuquerque
Santana; Dir. p/ Assuntos de Desenvolvimento Comercial Eduardo Melo Catão; Dir. p/ Assuntos de Crédito Michel Jean Pinheiro Wanderley; Dir. p/ Assuntos de Consumo Silvio Antonio de Vasconcelos Souza; Dir. p/ Assuntos de Turismo José Francisco da Silva; Dir. p/ Assuntos do Setor Público Milton Tavares de Melo Júnior; Dir. p/ Assuntos do Comércio Exterior Celso Jordão Cavalcanti. Conselho Fiscal - Efetivos: João Lima Cavalcanti Filho, João Jerônimo da Silva Filho, Edilson Ferreira de Lima
1º Vice-Presidente Frederico Penna Leal; 2º Vice-Presidente Bernardo Peixoto dos Santos O. Sobrinho; 3º Vice-Presidente Alex de Oliveira da Costa; Vice-Presidente p/ Assuntos do Comércio Atacadista Rudi Marcos Maggioni; Vice-Presidente p/ Assuntos do Comércio Varejista Joaquim de Castro Filho; Vice-Presidente p/ Assuntos do Comércio de Agentes Autônomos Severino Nascimento Cunha; Vice-Presidente p/ Assuntos do Comércio Armazenador José Carlos Raposo Barbosa; Vice-Presidente p/ Assuntos do Comércio de Turismo e Hospitalidade Júlio Crucho Cunha; Vice-Presidente p/ Assuntos do Comércio de Serviços de Saúde José Cláudio Soares; 1º Dir.-Secretário João de Barros e Silva; 2º Dir.-Secretário José Carlos da Silva; 3º Dir.-Secretário José Stélio Soares; 1º Dir.-Tesoureiro José Lourenço Custódio da Silva; 2º Dir.-Tesoureiro Roberto Wagner Cavalcanti de Siqueira; 3ª Dir.-Tesoureira Ana Maria Caldas de Barros e Silva; Dir. p/ Assuntos Tributários Diógenes Domingos de Andrade Filho; Dir. p/ Assuntos Sindicais José Manoel de Almeida Santos; Dir. p/ Assuntos de Relações do Trabalho José Carlos de
Sindicatos Filiados: Sind. do Comércio de Vendedores Ambulantes do Recife, Olinda e Jaboatão - Tel.: 3224.5180 Pres. José Francisco da Silva; Sind. do Comércio Varejista de Catende, Palmares e Água Preta - Tel.: 3661.0775 Pres. Sérgio Leocádio da Silva; Sind. do Comércio de Vendedores Ambulantes de Caruaru - Tel.: 3721.5985 Pres. José Carlos da Silva; Sind. dos Lojistas no Comércio do Recife - Tel.: 3222.2416 Pres. Frederico Penna Leal; Sind. do Comércio Varejista de Gêneros Alimentícios do Recife - Tel.: 3221.8538 Pres. José Lourenço Custódio da Silva; Sind. do Comércio Varejista de Produtos Farmacêuticos do Estado de Pernambuco - Tel.: 3231.5164 Pres. Ozeas Gomes da Silva; Sind. do Comércio Varejista dos Feirantes do Estado de Pernambuco - Tel.: 3446.3662 Pres. João Jerônimo da Silva Filho; Sind. do Comércio Varejista de Materiais Elétricos e Aparelhos Eletrodomésticos do Recife - Tel.: 3222.2416 Pres. José Stélio Soares; Sind. do Comércio Varejista de Garanhuns - Tel.: 3761.0148 Pres. João de Barros e Silva; Sind. do Comércio de Hortifrutigranjeiros, Flores e Plantas do Estado de Pernambuco - Tel.: 3252.1313 Pres.
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Alex de Oliveira da Costa; Sind. do Comércio de Jaboatão dos Guararapes - Tel.: 3476.2666 Pres. Bernardo Peixoto dos Santos O. Sobrinho; Sind. do Comércio Varejista de Maquinismos, Ferragens e Tintas do Estado de Pernambuco - Tel.: 3221.7091 Pres. Celso Jordão Cavalcanti; Sind. do Comércio Varejista de Petrolina - Tel.: 3861.2333 Pres. Joaquim de Castro Filho; Sind. dos Lojistas do Comércio de Caruaru - Tel.: 3722.4070 Pres. Michel Jean Pinheiro Wanderley; Sind. do Comércio de Autopeças do Estado de Pernambuco - Tel.: 3471.0507 Pres. José Carlos de Santana; Sind. dos Representantes Comerciais e Empresas de Representações Comerciais de Pernambuco - Tel.: 3226.1839 Pres. Severino Nascimento Cunha; Sind. das Empresas de Comércio e Serviços do Eixo Norte - Tel.: 3371.8119 Pres. Milton Tavares de Melo Júnior Conselho Editorial: Lucila Nastassia, Nilton Lemos, José Fernandes de Menezes, Luiz Kehrle, José Oswaldo Ramos Coordenação-Geral/Edição: Lucila Nastassia Reportagens: Ceça Ataídes, Kamila Nunes, Mariana Nepomuceno, Nilton Lemos, Patrícia Xavier, Tony Duda (Multi Comunicação); Tatiana Notaro Capa: André Marinho | Design/Diagramação: André Marinho Fotos: Agência Rodrigo Moreira Revisão: Laércio Lutibergue Impressão: Gráfica Flamar Tiragem: 7.000 exemplares
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6 Notas
Bicicletas levam inovação e mobilidade ao Centro do Recife
14 Economia em pauta
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Cinema aquece economia criativa
20 Jurídico em pauta
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Portos abertos para o setor automotivo
32 Que venha 2013
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Turismo rural é tendência e refúgio para mentes urbanas estressadas
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Lojistas pedem empenho na adoção de medidas de segurança no comércio
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Recife é a capital das franquias no NE
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Mercado atrai educação para interior do Estado
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48 Tributário em pauta
Aos poucos, vinho conquista paladar dos pernambucanos
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Recife se destaca como segundo melhor polo médico do Brasil
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NOTAS
Menos pedidos de falência
Rede Marriott chega ao Estado
Os pedidos de falência em todo o País recuaram 40,1% de janeiro para fevereiro, apurou a Serasa Experian. Foram 100 pedidos de falência contra 167 pedidos feitos em janeiro. O número de falências decretadas, por sua vez, subiu no segundo mês do ano, ao passar de 47 casos em janeiro para 53 em fevereiro. Para a Serasa, contudo, os decretos de falências "não refletem a conjuntura econômica atual, uma vez que a falência de uma empresa pode demorar até dois anos para ser decretada". Dos pedidos de falência de fevereiro deste ano, 64 foram de micros e pequenas empresas, 29 de médias e 7 de empresas de grande porte. (Fonte: Serasa Experian)
A Marriott International anunciou que seu novo empreendimento no Brasil será construído no Recife. Trata-se do Hotel Courtyard by Marriott, de 162 quartos. O projeto está sendo desenvolvido sob um acordo de gestão com a Rio Ave, reconhecida pelo alto padrão de seus empreendimentos, que pela primeira vez constrói para o setor hoteleiro. O investimento na obra é na casa dos R$ 50 milhões.
Suape e meio ambiente Como forma de aumentar o diálogo com os municípios vizinhos, o Complexo Industrial Portuário de Suape realizou uma reunião com o prefeito do Ipojuca, Carlos Santana, e seu secretariado. Durante o evento foi apresentado um panorama do órgão, abordando as principais atividades, com destaque para o Fórum Suape Sustentável. O projeto reúne diversas entidades (secretarias estaduais, empresas privadas, bancos públicos e representantes da sociedade) que, organizadas em grupos de trabalho, desenvolvem ações socioambientais, visando a uma gestão integrada e duradoura do território estratégico de Suape.
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Debate sobre hotéis sustentáveis O Conselho de Turismo da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) realizou em março um debate sobre a sustentabilidade na hotelaria. O painel abordou a preparação dos hotéis para se adequarem a normas de sustentabilidade e quais as exigências da certificação de hotéis verdes da ABNT no Brasil. Os palestrantes também apresentaram algumas iniciativas já existentes de hotéis sustentáveis. (Fonte: CNC)
Fecombustíveis apresenta Sindisoluções Durante reunião, o Conselho de Representantes da Federação Nacional dos Revendedores de Combustíveis e de Lubrificantes (Fecombustíveis) lançou o Sindisoluções, inovadora ferramenta de gestão sindical apresentada pela entidade na reunião. O Sindisoluções é um conjunto de produtos, serviços e soluções disponibilizado às empresas representadas pela Fecombustíveis e os seus sindicatos filiados (postos de combustíveis, revendas de gás, atacadistas e distribuidores de lubrificantes e transportadores revendedores retalhistas). Em um portal próprio na internet (www.sindisolucoes.com.br), ele oferece condições diferenciadas, por meio de parcerias firmadas entre a Fecombustíveis e as mais reconhecidas empresas fornecedoras e prestadoras de serviços do segmento. (Fonte: CNC)
Prêmio internacional A nova marca do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac) foi listada como uma das cem que se destacaram em 2012 pelo Rebrand Global Awards, um dos principais prêmios do mundo com foco no reposicionamento de marcas. O Senac foi lembrado na categoria “Notáveis” e figurou ao lado de marcas internacionais, como Starbucks e Gillette. A identidade visual do Senac foi desenvolvida pela agência Packaging Brands e foi apresentada ao público em 5 de agosto do ano passado. A marca exibe um avião de papel estilizado que aponta em direção ao futuro. (Fonte: CNC)
Crianças e jovens fora da escola No Brasil, 3,6 milhões de crianças e jovens entre 4 e 17 anos estão fora da escola. A maioria (2 milhões) tem entre 15 e 17 anos e deveria estar cursando o ensino médio. O deficit também é grande entre aqueles com idade entre 4 e 5 anos (1 milhão) que deveriam estar na educação infantil. Os dados foram divulgados no relatório De Olho nas Metas, do movimento Todos pela Educação (TPE). A entidade estabelece que, até 2022, 98% ou mais dos jovens e crianças entre 4 e 17 anos estejam matriculados e frequentando a escola. Para que essa meta seja cumprida, seria necessário que em 2011, ano referente ao levantamento, 94,1% dos brasileiros dentro da faixa etária estivessem na escola. O número atual corresponde a 92%. Em relação aos que ficam de fora, em números absolutos, o estudo os compara a toda a população uruguaia (cerca de 3,4 milhões de pessoas). (Fonte: Revista Exame)
Nova gestão municipal bem avaliada Segundo dados do Centro de Pesquisa da Fecomércio-PE (Cepesq), os empresários e gerentes do Recife estão muito otimistas em relação à nova gestão da prefeitura. Mais de 82% dos varejistas esperam que o novo prefeito do Recife seja melhor que o anterior, pouco menos de 15% acreditam que será igual e 2,16% admitem que será pior. Para os shopping centers, a expectativa municipal é ainda mais nitidamente positiva, com mais de 87% dos entrevistados contando com uma gestão melhor, 11,28% igual e nenhum registro de expectativa de piora para a nova gestão. Geraldo Júlio, prefeito do Recife
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Bicicletas levam inovação e mobilidade ao Centro do Recife Por Mariana Nepomuceno
A proposta é incentivar as pessoas a usar bicicletas para percorrer distâncias de pequeno percurso, contribuindo para a mobilidade urbana e promovendo um ambiente com um percentual menor de gás carbônico e de outros poluentes atmosféricos. As bicicletas cedidas pelo PortoLeve estão disponíveis para compartilhamento em dez estações distribuídas em pontos estratégicos do Bairro do Recife e dos bairros de Santo Amaro e Santo Antônio. “O sucesso tem sido bastante com o projeto PortoLeve que cobre
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Foto: Porto Digital/Divulgação
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ma alternativa para proporcionar mais mobilidade ao coração do Recife, convidando as pessoas a se deslocarem pelo Bairro do Recife, Santo Amaro e São José movidos a bicicleta. Unindo práticas saudáveis e estimulando esforços para tornar a cidade um lugar mais sustentável, o PortoLeve é um projeto que disponibiliza bicicletas leves e práticas para que qualquer pessoa possa ir de um ponto a outro da região central do Recife sem depender de carro. Com investimentos de cerca de R$ 6 milhões, a iniciativa é do Parque Tecnológico Porto Digital em parceria com o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação e o Governo do Estado de Pernambuco.
a região do Porto Digital. Dessa forma, esperamos que a ideia seja comprada pelas entidades públicas e ampliada para o restante da cidade”, afirma Francisco Saboya, presidente do Porto Digital. O sistema utilizado pelo projeto se chama Samba e atualmente disponibiliza bicicletas públicas para que as pessoas possam usar em trajetos de 300 a 900 metros em áreas urbanas adensadas. “Porém estamos desenvolvendo um novo sistema (Sambox), que possibilitará a disponibilização de estacionamentos eletrônicos (boxes eletrônicos) para que ciclistas possam guardar as próprias
bicicletas com segurança, em pontos estratégicos da cidade, como shoppings, estações de ônibus ou metrô, escolas, etc.”, afirmou Ângelo Leite, presidente da Serttel, empresa que desenvolveu o modelo da bicicleta. A viabilidade econômico-financeira do projeto vem da exploração de mídia móvel nas bicicletas e em tarifas pagas pelos usuários para uso do sistema. A cobrança da taxa paga pelo usuário é feita por cartão de crédito. O cliente pode realizar quantas viagens gratuitas quiser desde que não ultrapasse os 30 minutos em cada uma delas e respeite o intervalo de pelo menos
“Esperamos que a ideia seja comprada pelas entidades públicas e ampliada para o restante da cidade.” Francisco Saboya 15 minutos entre uma e outra viagem. O sistema funciona de domingo a domingo, das 6h às 22h. A disponibilidade de bicicletas e de vagas para devolução pode ser consultada pela internet ou pelo celular através da internet móvel www.portoleve.org, ou ligando para a Central de Atendimento ao cliente pelo telefone (81) 4062 8499. As estações de bicicletas compartilhadas são gerenciadas por computador com uso de energia solar e comunicação wireless. A liberação de bicicletas é feita por aplicativos inteligentes para telefone celular com suporte de dispositivos eletromecânicos de travamento e liberação. Cada estação dispõe de painel com instruções de uso e mapa com a localização das demais estações além de lâmpadas de sinalização. As estações estão situadas nos seguintes locais: Praça do Arsenal; Rua da Aurora; Cais do Apolo; Rua do Lima; Cais do Porto; Travessa do Bom Jesus; Praça Tiradentes; Livraria Cultura; Terminal de Passageiros de Santa Rita (São José); e Rua Bione, no prédio que abrigará um estacionamento virtual. Todas as bicicletas são padronizadas e possuem as seguintes características e itens de
segurança: quadro em alumínio; selim anatômico com ajuste de altura; pedais com refletores; guidão emborrachado; suporte personalizado para artigos pessoais; buzina tipo campainha; sinalização refletiva (dianteira e traseira); suporte de descanso; pino de engate e travamento; etiqueta eletrônica para identificação da bicicleta; câmbio de três marchas; para-lamas personalizados para publicidade. O modelo da bicicleta foi desenvolvido pela Serttel. ”A bicicleta Samba foi totalmente desenvolvida para ser utilizada no sistema publico de bicicletas. Ela tem características que induzem a um passeio em baixa velocidade, com conforto e segurança. As bicicletas são
100% fabricadas com material resistente a intempéries e são apropriadas para ficar 24 horas nas ruas, sob chuva e sol. Possuem quadro baixo, dando conforto a todos os tipos de usuários, altos e baixos, homens e mulheres”, assegura Ângelo Leite, presidente da Serttel. Os números atestam que o PortoLeve já caiu na rotina do recifense. “Com a implantação das dez estações e a oferta das cem bicicletas, nós tínhamos uma expectativa que aqui no Recife esse projeto atingiria uma marca de dois mil usuários em dois anos, e hoje vemos que atingimos quase mil usuários em apenas um mês de utilização. E isso é muito bom!”, comemora o presidente do Porto Digital, Francisco Saboya.
Sistema Samba adaptou projeto europeu à realidade brasileira O sistema Solução Alternativa para a Mobilidade por Bicicletas de Aluguel (Samba) é criação da empresa pernambucana especializada em mobilidade urbana Serttel. “Desde 2008, quando conhecemos o Sistema Velib de Paris, iniciamos um processo de desenvolvimento do projeto. Porém, buscamos fazer algo diferente, mais barato e com adaptação ao clima, infraestrutura e cultura brasileira. Uma das principais inovações do nosso sistema foi a concepção de um sistema de relacionamento com os usuários via telefone celular, evitando a emissão, distribuição e manutenção de cartões, tradicionalmente utilizados na Europa. Outra importante inovação foi a concepção de estações 100% sustentáveis, alimentadas por energia solar”, explica Ângelo Leite, presidente da Serttel. O Samba é composto por estações inteligentes, conectadas a uma central de operações via wireless. Pelo sistema, os clientes cadastrados podem retirar uma bicicleta, utilizá-la em seus trajetos e devolvê-la na estação onde fizeram a retirada ou em outra estação. Todas as estações possuem mecanismo de autoatendimento. O sistema foi lançado comercialmente em janeiro de 2009. Primeiro, foi implantado no Rio de Janeiro, nos bairros de Copacabana, Leblon, Ipanema e Lagoa. “Em Pernambuco, já contamos com dois sistemas implantados, ambos ainda em fase inicial (Recife tem dez estações; Petrolina, três estações). Pretendemos oferecer o serviço a outras prefeituras que tenham interesse em desenvolver a cultura da bicicleta como meio de transporte sustentável nas suas cidades”, conta Ângelo Leite.
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Aos poucos, vinho conquista paladar dos pernambucanos Por Patricia Xavier
O
consumo de vinho no Brasil ainda é baixo em comparação com os países do Mercosul e menor ainda se comparado com tradicionais produtores, como a França, o Chile e Portugal. No entanto, a bebida símbolo de alegria e comemoração vem ganhando mais e mais espaço na mesa do brasileiro.
Foto: Matthias Scharpf
O gerente comercial do Grupo Recife Mercantil (RM), Ricardo Gonçalves, confirma o aquecimento na comercialização de vinhos e espumantes nacionais. “Fechamos 2012 com vendas muito positivas. A procura por esse tipo de bebida só tem aumentado, seja pelo vinho de mesa ou fino”, afirma. De acordo com ele, os produtores da Serra Gaúcha e do Vale do São Francisco continuam investindo em qualidade, marca e preço competitivo, o que tem resultado em mais consumidores. “Os espumantes Terranova e Rio Sol, por exemplo, custam R$ 20. Já o vinho Miolo Reserva sai por R$ 27”, destaca.
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Com duas lojas no Recife e uma em Caruaru, a rede varejista espera crescer este ano cerca de
20%. “O mercado de vinhos em Pernambuco está crescendo, mas ainda engatinhando. A oferta de profissionais especializados no assunto, por exemplo, ainda é escassa”, observa Gonçalves. O sommelier Alexandre Santos concorda e reforça: “Assim como o restante do Brasil, Pernambuco tem um mercado de vinhos com um imenso potencial de crescimento, uma vez que o consumo per capita ainda é pequeno e o público consumidor ainda é muito restrito”. A deficiência em ter mão de obra qualificada, apontada por Gonçalves, gera oportunidade para que instituições de educação invistam em treinamentos e cursos. É o caso do Senac-PE, que prevê para este ano um aperfeiçoamento de 80 horas voltado para formar sommeliers. Enquanto a capacitação não acontece, a entidade oferece cursos rápidos de introdução ao mundo do vinho, enologia mundial, técnicas de degustação e enogastronomia (harmonização de vinho e comida). “Nesses módulos procuramos oferecer ao aluno conhecimentos que vão desde o aspecto mais básico, como definição e
classificação dos diferentes tipos de vinho, até a escola clássica e moderna, com aulas expositivas de degustação”, explica o coordenador pedagógico Bartolomeu Monteiro. Além de cursos rápidos, eventos e palestra, o Senac-PE conta com uma adega completa e ambiente criado para discutir o mundo dos vinhos. Uma grande novidade, ainda em desenvolvimento, é a instalação de uma unidade de enogastronomia em Petrolina, com auditório para 254 lugares, cozinha didática, lanchonete-escola, três salas de aula e laboratório de enologia. A previsão é que a unidade seja inaugurada no primeiro semestre deste ano.
Foto: Wynan Van Niekerk
DESAFIOS - Mesmo com crescimento nas vendas, o empresário Tiago Emery, que atua há 13 anos com comercialização de vinhos, diz que o consumo de vinhos no Brasil ainda é extremamente tímido. “Nos países europeus, o consumo passa de 30 l/ano por pessoa. Aqui, ficamos com algo em torno de 2,4 l/ano por pessoa e, destes irrisórios 2,4 l, infelizmente 80% são de vinhos de garrafão e apenas 20% são de vinhos finos, isto é, vinhos
“Assim como o restante do Brasil, Pernambuco tem um mercado de vinhos com um imenso potencial de crescimento, uma vez que o consumo per capita ainda é pequeno e o público consumidor ainda é muito restrito.” Ricardo Gonçalves
elaborados com uvas Vitis vinifera”. Ele acredita que o principal vilão para o consumo ser tão baixo no País é a exacerbada carga tributária. “Diferentemente do nosso país, a Europa tributa o vinho como alimento e não como bebida.” Para Alexandre Santos, Pernambuco tem mercado de vinhos com um imenso potencial de crescimento, uma vez que o consumo individual ainda é pequeno e o público consumidor ainda é muito restrito. “Temos que considerar aspectos muito positivos da região, como o
desenvolvimento econômico e crescimento da renda facilitando o acesso ao produto. A chegada de pessoas de outras regiões também é outro fator que acaba ajudando no aumento do mercado consumidor. Somado a isso temos o fato de Pernambuco ser uma região reconhecidamente produtora de bons vinhos com projetos ousados no Vale do São Francisco e um motivo de grande orgulho e interesse regional pela cultura do vinho. Porém, temos grandes desafios a superar, como a falta de informação dos próprios consumidores sobre a bebida, o que acaba gerando mitos e confusões; problemas de logística (mesmo sendo uma cidade portuária, algumas empresas trazem vinhos importados de outros Estados e aí caímos no mais grave de todos os problemas, que são os altos impostos, impostos sobre outros impostos, fretes e seguros de transporte exorbitantes)”. Embora enumerando tantos desafios, o sommelier acredita no Informe Fecomércio-PE | JAN/FEV 2013
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futuro deste mercado na região. “Tenho visto muitas adegas, lojas especializadas, restaurantes e winebars se multiplicarem nos últimos anos”, destaca. De olho no potencial do mercado e no aquecimento das vendas, o empresário Júlio Almeida inaugurou a DOC, que atua distribuindo e vendendo para
o consumidor final. Tendo como proposta oferecer rótulos diferenciados, a DOC inaugurou o braço distribuidor em outubro do ano passado e, dois meses depois, um showroom para o público conhecer melhor e degustar vinhos dos mais variados países. Nesse espaço, Júlio e mais outros três sócios expõem bebidas da Austrália, Nova Zelândia, África
Os estrangeiros que fazem sucesso Quando o assunto é vinho importado, o Grupo RM oferece uma extensa carta da bebida com rótulos do mundo inteiro. “Temos sete marcas de bebidas, sendo sete de vinho”, explica Ricardo Gonçalves, gerente comercial. No ranking dos rótulos mais vendidos no RM Express, os chilenos e argentinos lideram a preferência em virtude do Mercosul. No entanto, o mais procurado é o vinho português EA (Eugênio de Almeida), produzido pela Adega Cartuxa. “No ano passado comercializamos quase 8 mil unidades/mês”, diz Gonçalves, que atribui o sucesso do produto à colônia portuguesa presente em Pernambuco - a segunda maior do Brasil. A garrafa da bebida custa R$ 35. O empresário Tiago Emery, representante da Adega Alentejana, está otimista em relação a 2013. A expectativa é crescer algo em torno de 30%. Em 2012, o crescimento foi de 20% nas vendas.
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do Sul, entre outros, além de produtos correlatos ao vinho, como azeites, massas, molhos, carnes e queijos. “Estamos fazendo uma grande aposta nos vinhos argentino Kaiken e o chileno Errazuriz, que apresentam um custo-benefício muito atrativo”, revela, destacando que o preço praticado no Recife desses dois produtos é o mesmo da operação de venda em São Paulo devido à condição da DOC como parceira e distribuidora. “Com a oferta de produtos e de informação, a tendência é que as pessoas conheçam cada vez mais sobre vinhos e desmitifiquem a bebida. O consumo só tende a aumentar”, comemora.
ENTREVISTA| ALEXANDRE SANTOS Sommelier da Unidade de Hotelaria e Turismo do Senac-PE
Sommelier da Unidade de Hotelaria e Turismo do Senac-PE, Alexandre Santos acumula mais de dez anos de experiência. Nesta entrevista, o especialista dá algumas dicas de como comprar e degustar um vinho.
Informe Fecomércio: Quais são as principais dicas para escolher um bom vinho? ALEXANDRE SANTOS: O momento de comprar uma garrafa de vinho é sempre repleto de nuances pelo fato de envolver aspectos como o gosto pessoal. Outra questão é que cada vinho tem uma identidade, um estilo próprio e o desafio é justamente encontrar qual o estilo de vinho que mais lhe agrada. Para facilitar esse processo, é fundamental contar com ajuda de um profissional que, com base nas suas experiências, possa “diagnosticar” qual o tipo de vinho que você vai gostar mais. Quando não for possível ter esse tipo de consultoria, indico duas regras de ouro: 1 - Os vinhos mais velhos não são necessariamente melhores. Por isso evite comprar vinhos acima dos cinco anos da safra sem conhecê-los ou ter indicação confiável. Apenas vinhos especiais se tornam melhores após este período. 2 - O preço é outro fator importante que causa muita confusão na hora da escolha. Neste ponto é bastante difícil traçar regras fixas, mas em linhas gerais podemos classificar os vinhos por faixa de preço da seguinte forma: De R$ 10 a R$ 25 - vinhos com sabores simples, agradáveis e fáceis de beber. Ideais para o dia a dia e reuniões informais. De R$ 30 a R$ 45 - vinhos de sabores mais concentrados, às vezes com algum envelhecimento em barricas de madeira, o que torna o sabor mais sério. Recomendado para acompanhar uma boa refeição. De R$ 50 a R$ 100 - vinhos com nuances de sabor e aromas variados. São muito indicados para celebrar momentos especiais. Acima de R$ 100 – vinhos que exigem um determinado conhecimento do degustador para decifrá-lo, ler cada tonalidade, identificar reflexos de cor e aromas mais complexos. Estes vinhos devem ser escolhidos para serem as estrelas principais da ocasião.
Quando o assunto é etiqueta, o que fazer e não fazer na hora de degustar um vinho? Percebo que as pessoas pecam mais pelo excesso de rituais e trejeitos do que pela falta de domínio de alguma técnica de degustação. O vinho é uma bebida que exige mais atenção da parte do degustador do que regras e rituais de serviço. Num restaurante, por exemplo, um profissional fará a abertura da garrafa e oferecerá um pequeno gole para que seja provado. Esta “prova” deve ser feita de forma breve, evitando que os demais convidados fiquem assistindo a um interminável ritual de avaliação do vinho. Quando o evento for em casa, recomenda-se que o anfitrião prove os vinhos antes de servi-los. Quais as gafes mais comuns? Geralmente a coisa mais desagradável no mundo do vinho são as pessoas que não conseguem dosar os discursos em eventos sociais variados. Existem os pseudoconhecedores, que gastam um bom tempo discursando sobre conhecimentos vinícolas que ele verdadeiramente não têm; os “enochatos”, grandes conhecedores e apaixonados por vinhos, mas que não conseguem falar de outra coisa senão de suas degustações e aventuras etílicas em tom professoral; e por último o “do contra”, que é avesso completo ao mundo do vinho e não permite o mínimo de conversa sobre a riqueza da bebida. Portanto, evitando esses comportamentos e não exagerando na dose, naturalmente você será um agradável e bom degustador de vinhos. Saúde!!! Informe Fecomércio-PE |JAN/FEV 2013
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ECONOMIA EM PAUTA |LUIZ KEHRLE
Consultor econômico do Cepesq / Fecomércio-PE kehrle@gmail.com
O que o varejo ganha com a queda no preço da energia
A
disponibilidade de energia a custo módico foi por muito tempo um propulsor da economia brasileira, especialmente da industrialização. No Nordeste, vimos durante décadas a Chesf avolumar-se em seu papel de geradora de energia, que, através de distribuidoras estatais, chegava aos consumidores a preços compatíveis com as possibilidades de um mercado ainda incipiente. Todavia, o mau uso do sistema energético estatal, que se tornou bode expiatório das políticas anti-inflacionárias e vítima da má gestão pública, associou-se à ideologia do dia e a necessidades de caixa para justificar o redesenho de todo o sistema, de modo que hoje o quadro reverteu-se: a energia brasileira tornou-se cara para o padrão internacional, por conta de um processo de privatização que fomentou avanços, mas foi míope quanto ao preço que a energia chegaria ao consumidor. Mais uma vez a fórmula se repetiu: o Estado, neste caso o sistema energético, ajustou-se a expensas da sociedade. Desde 24 de janeiro último as contas de energia elétrica foram reduzidas por causa da Lei nº 12.783/2013, que promoveu a renovação das concessões de transmissão e geração de energia que venciam até 2017, e das medidas provisórias 591/2012 e 605/2013. A redução média será de 20,2% para os consumidores de baixa tensão, o mínimo são 18%, e para os de alta tensão pode chegar a 32%. O comércio se beneficia diretamente porque como consumidor terá sua conta reduzida. Mas também se beneficiará indiretamente. Primeiro porque a renda disponível da população aumentará e assim haverá mais dinheiro para outras compras. Como a demanda por energia é inelástica, a queda do preço deverá provocar um pequeno aumento do consumo e a maior parte do ganho irá para outros gastos, ou será poupado. Depois, com a
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redução do preço de um insumo importante, o custo de produção também declina e, em um mercado com bom grau de competição, os preços dos produtos industriais e dos serviços intensivos em energia devem cair. Também há o ganho indireto devido ao efeito anti-inflacionário. A inflação está na mira do Banco Central e, se ameaçar ficar fora da banda, certamente os juros serão aumentados e medidas de estímulo ao consumo serão no mínimo postergadas. Além disso, para a redução do preço da energia foram retirados dois encargos que elevavam pouco a conta, embora não se tenha mexido nos tributos que realmente pesam, o ICMS recolhido pelo governo estadual e o PIS e o Cofins pelo governo federal. Como sempre, repete-se a receita, agora com as empresas pagando a conta do ajuste. O comércio deve lutar para que a redução paulatina desses impostos torne-se um tema da próxima campanha para presidente e governador, que parece já ter começado. Um ponto que poderia deixar os nordestinos, especialmente os pernambucanos, com um pé atrás em relação à medida seria uma possível perda financeira ou mesmo de autonomia da Chesf. Em um debate recente, do qual fui um dos debatedores, o presidente da empresa afirmou que não foram diminuídos nem a autonomia nem os poderes e as perdas financeiras serão temporárias, devendo ser compensadas por investimentos financiados com as indenizações recebidas. Mesmo que tais perdas acontecessem, os ganhos de competitividade da indústria nacional, que inclui a nordestina, e o aumento do bem-estar dos consumidores poderiam justificar a medida. Mas, como nas palavras do próprio presidente da empresa, nada disso aconteceu, só existem razões para apoiar a medida e outras que venham a contribuir para a queda do preço da energia.
Foto: Divulgação
Cinema aquece economia criativa Por Mariana Nepomuceno
E
m apenas dez dias em cartaz nos cinemas do país, o filme O Som ao redor, do cineasta e crítico de cinema Kléber Mendonça Filho, foi visto por 30 mil pessoas. A marca impressiona, ainda mais pelo tema que aborda. O Som ao redor utiliza a chegada de um grupo de vigilantes a uma rua de Setúbal para falar de temas espinhosos para a classe média do Recife e do Brasil: preconceito, resquícios de coronelismo, isolamento e medo.
Conduzido com elegância e argúcia, o filme arrebatou prêmios em vários festivais do Brasil e de outros países. Além dele, outros dois filmes made in Pernambuco colecionam milhas e prêmios em circuitos similares, chegando a dividir o troféu de melhor filme no Festival de Brasília – Eles voltam, de Marcelo Lordello, e Era uma vez eu, Verônica, de Marcelo Gomes. O aquecimento do setor tem incentivado ainda mais o fortalecimento da economia
criativa no Estado. Mas existem outros ingredientes na composição deste sucesso. A profissionalização do setor, o incremento da política cultural do Governo do Estado e o esforço das duas últimas gerações de cineastas estão por trás da guinada do audiovisual pernambucano. O número de espectadores do filme O Som ao redor também reflete o impacto que o cinema feito aqui tem provocado não só Informe Fecomércio-PE | JAN/FEV 2013
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na formação de público para o cinema nacional, mas também na movimentação da economia local. Rodado integralmente no Recife, utilizando Setúbal, na Zona Sul, como uma das principais locações, a película foi feita com investimento de R$ 1,8 milhão. De acordo com a produtora executiva do filme, Emilie Lesclaux, cerca de 30% deste orçamento custearam a equipe e o elenco, formados por mais de 130 profissionais. O dado é equivalente ao de Era uma vez eu, Verônica, cujo orçamento girou em torno de R$ 2 milhões. No período de filmagens, que durou de três a cinco meses, foram gerados cerca de 70 empregos diretos e de 200 indiretos. “O mercado cresceu muito nos últimos anos, seja para cinema ou para produção de conteúdo para TV. O fator decisivo para dar visibilidade a essa produção foi o fortalecimento e o aperfeiçoamento do edital do Funcultura”, analisa João Vieira Jr., um dos sócios da REC, produtora de Era uma vez eu, Verônica, lançado no final de 2012 e ainda em exibição, e de Tatuagem, longametragem de Hilton Lacerda, que ganha as telas em 2013. João Vieira Jr. lembra também que o momento atual é fruto da trajetória iniciada na década de 90, que permitiu o lançamento de O Baile Perfumado e colocou em relevo nomes que batalharam pelo cinema no Estado. Ele destaca Cláudio Assis, Marcelo Gomes, Lírio Ferreira e Paulo Caldas como alguns dos grandes colaboradores desse processo. A nova geração de cineastas mantém a mobilização e também participa de forma ativa da construção contínua da política
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cultural de Pernambuco. Hoje, o Funcultura possui um edital específico para o audiovisual com recursos separados do edital lançado para as demais linguagens. O deste ano dispõe de R$ 11,5 milhões. “Em cada ano fazemos uma avaliação junto com o setor para otimizar o edital do Funcultura Audiovisual. Trabalhamos em cogestão, em parceria”, afirma Carla Francine, coordenadora de audiovisual da Secretaria de Cultura de Pernambuco. Para divulgar o edital, o governo promove oficinas por todo o Estado. A verba estadual permite que os projetos ganhem corpo para sair do papel. “Conseguimos captar de 20% a 30% do orçamento com o Funcultura. A partir disso, conseguimos montar um planejamento financeiro para buscar recursos com outras fontes, editais nacionais, de
outros Estados e coproduções internacionais”, conta João Vieira Jr. O Cine PE, uma das maiores mostras em número de público do Brasil, por exemplo, possui 80% de seu financiamento vindo do governo. “O Funcultura é responsável pela movimentação da economia criativa no Estado. Sem o edital e sem outros incentivos governamentais, o festival seria inviável”, comenta a diretora do Cine PE, Sandra Bertini. A maior parte do dinheiro investido pelo Governo de Pernambuco e captada em outras instituições retorna para o Estado. “Os profissionais daqui se prepararam bem, tanto os de produção quanto os de arte, figurino. O nosso desafio são os equipamentos, que são concentrados no Rio de Janeiro e em São Paulo. Mas é até importante que seja assim, por causa do custo. Os equipamentos mais caros ficam
lá até pela quantidade de produções que são realizadas lá. Isso acontece também em outros países como a Argentina e os Estados Unidos”, explica João Vieira Jr. Ele mantém uma expectativa positiva sobre o Porto Mídia, iniciativa do Porto Digital voltada para a economia criativa e que pode trazer
frutos para o audiovisual. O Porto Mídia deverá oferecer laboratórios, treinamento e capacitação para profissionais, com apoio da Secretaria de Ciência e Tecnologia de Pernambuco (Sectec) e do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) do Governo Federal.
Setor equilibra colaboração mútua e profissionalismo Antes os jovens que desejavam trabalhar com cinema faziam graduação em publicidade ou jornalismo. Hoje, Pernambuco já oferece vários cursos voltados para o audiovisual, incluindo a graduação de cinema na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Isso é uma demonstração não só do crescimento do setor, mas também de sua formalização.
empreste suas competências ao projeto do outro. “É um diferencial, pois apesar de termos selos e produtoras diferentes, há um sentimento de grupo muito forte. Isso é notado e visto como ponto positivo pelos profissionais de outros Estados.”
Para João Vieira Jr, os cursos de graduação ligados ao setor contribuem para o debate estético do que é feito aqui. Nas filmagens de Era uma vez eu, Verônica, foi feito um convênio com a UFPE para que estudantes estagiassem nos departamentos do filme. “Batalhamos pela formalização dos contratos, pelos pagamentos em dia dos profissionais, com valores que estejam de acordo com as tabelas dos sindicatos”, afirma.
Algumas funções técnicas exigem capacidade de dar soluções seguras e rápidas, requisitando profissionais de fora. “Sempre trazemos do Rio de Janeiro ou de São Paulo o maquinista-chefe e o eletricista-chefe. Pela quantidade de produções de lá, eles acabam adquirindo mais experiência. Utilizamos equipamentos caros que são alugados, não podemos arriscar. Se o diretor precisar virar a câmera e rodar uma tomada com ela de cabeça para baixo, temos que ter um maquinista que consiga operar essa ação com eficiência”, explica João Vieira Jr.
Mannu Costa, professora da UFPE, sócia da produtora Plano 9 e produtora executiva de Eles voltam, valoriza o clima de colaboração mútua existente entre quem trabalha com cinema por aqui, que permite que um profissional
Um dos integrantes da equipe de produção do longa Boa sorte, meu amor, dirigido por Daniel Aragão, Gustavo Montenegro fala do perfil específico que alguns profissionais precisam ter. “Existem funções na área da produção em que o
feeling é muito mais importante do que uma formação propriamente dita. O set de filmagem oferece experiências que não são possíveis de se vivenciar em um curso”. Embora o cinema produzido em Pernambuco ainda corra por fora do circuito comercial e tenha valorizado mais o trabalho autoral dos diretores, apostando em contar boas histórias com ousadia e criatividade, o professor do Centro de Ciências Sociais Aplicadas da UFPE André Leão acrescenta um detalhe no perfil local que vai além dos incentivos financeiros à produção audiovisual e insufla a vontade de estar mais próximo do cinema. “Pernambuco e, mais especificamente, o Recife, por ser muito cosmopolita, estão sempre antenados nas novidades e o cinema é uma rica fonte delas. Exemplos desta influência se evidenciam, por exemplo, na adoção de tendências de moda e de novas tecnologias.” Informe Fecomércio-PE |JAN/FEV 2013
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ENTREVISTA | EMILIE LESCLAUX Produtora executiva da Cinemascópio
Emilie Lesclaux divide com Kléber Mendonça Filho a batuta da produtora Cinemascópio. Além de curtas e longas-metragens, a Cinemascópio é responsável também pelo Janela Internacional de Cinema, evento que traz para o Recife, entre outras atividades, oficinas e mostras de filmes em circulação pelo país. O premiado longa O Som ao redor também saiu da cabeça de Kléber e ganhou forma com a produção de Emilie.
Informe Fecomércio: Pernambuco já dispõe de condições de receber todas as etapas de produção e finalização de um filme? Se não, o que falta? Emilie Lesclaux: Uma grande parte do processo pode hoje ser realizado em Pernambuco, inclusive o de finalização. Temos estúdios de mixagem e profissionais que oferecem serviços de correção de cor e finalização. Há exemplos recentes de filmes rodados, montados e mixados no Recife. Tudo isso, é preciso que fique claro, se trata de filmes rodados em digital e finalizados no novo formato DCP. Para filmar e/ou finalizar em 35mm, ainda é necessário realizar algumas etapas no Rio ou São Paulo, ou fora do Brasil, pois no Recife não existem laboratórios para revelar ou fazer o transfer para 35mm, nem estúdio de mixagem certificado pela Dolby. Mas com a progressão rápida da projeção digital e as mudanças tecnológicas, essas etapas não são mais imprescindíveis. Filmes como As Hipermulheres, de Leonardo Sette, Carlos Fausto e Takumã Kuikuro, e Boa sorte meu amor, de Daniel Aragão, foram finalizados em DCP no Recife e foram exibidos em festivais internacionais
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com alto padrão de projeção. No caso do O Som ao redor, acho que 80% do filme foram finalizados no Recife, e o resto no Rio e nos Estados Unidos. Acho que há ainda erros cometidos nos processos, pois é tudo muito recente, mas os progressos são rápidos e a dependência em relação ao Sudeste é cada vez menor. Os profissionais possuem formação/ capacitação adequada? O mercado tem se profissionalizado ou impera a “brodagem” e o improviso? Quais são os maiores desafios para produzir cinema aqui? E para distribuir o que é produzido? Sem dúvida, existem hoje em Pernambuco profissionais muito competentes. É totalmente possível realizar um filme apenas com profissionais locais. O que acontece é que nem sempre esses profissionais estão disponíveis, e em período de campanha política, por exemplo, fica muito difícil contar apenas com técnicos locais. Mesmo não tendo muitos cursos de cinema aqui, as pessoas adquiriram experiência fazendo filmes ao longo dos anos, e muitos profissionais pernambucanos são chamados hoje para trabalhar em produções do país inteiro.
Eu diria que não existem mais desafios do que em outra região do país, inclusive temos recursos públicos que muitos Estados invejam. Para captar recursos de empresas, talvez seja mais fácil morar no eixo Rio-São Paulo, por ter mais proximidade com as sedes das grandes empresas, nesse sentido podemos nos sentir ainda um pouco isolados. A distribuição é realmente o maior desafio, a meu ver, para uma produção independente (quando falo independente, me refiro ao sistema da Globo Filmes). O mercado exibidor continua dominado pelas grandes produções de Hollywood e da Globo, e é muito complicado achar um espaço para um filme que não se encaixe nesse perfil. No caso do O Som ao redor, tivemos a sorte de nos associar a uma distribuidora muito parceira, e acho que juntos fizemos escolhas estratégicas em termos de divulgação e espaços para exibir o filme. E contamos com uma recepção muito boa do filme em termos de festivais e de imprensa, que deu um empurrão importante ao filme. Quantas pessoas/ profissionais são mobilizadas para uma produção? Qual o percentual que é destinado à contratação de pessoal? Depende muito do tipo de produção e de filme. Os dois longas de ficção que produzi tiveram perfis bem diferentes: o primeiro, O Som ao redor, foi feito com R$ 1,8 milhão, foi uma produção relativamente grande, com mais de 130 profissionais entre equipe e elenco, que representam mais ou menos 30% do orçamento. No caso de Permanência, de Leonardo Lacca, fizemos o filme com R$ 400 000,00, por volta de 40 pessoas,
e nesse caso os salários representam a metade do orçamento, pois os gastos de produção e arte são bem menores. No O Som ao redor, eram 60 locações; em Permanência, 15. O mercado do audiovisual de Pernambuco já consegue segurar profissionais aqui ou ainda fica muito em defasagem em relação ao eixo Rio–São Paulo? Eu acho que consegue segurar cada vez mais, na verdade alguns profissionais estão voltando para o Recife. Por causa do Edital de Audiovisual do Governo de Pernambuco, que vem se consolidando em termos de recursos desde sua criação em 2008, há um número crescente de produções de curtas, longas e produtos para TV no Estado. Mas é claro que a quantidade no Rio e São Paulo é ainda bem maior, também por causa do mercado de publicidade. De qualquer forma, acho que hoje é cada vez mais fácil morar em qualquer lugar e trabalhar no país inteiro, e até no exterior. Como está o mercado para as produtoras? Além do aquecimento na época das campanhas eleitorais, o mercado cinematográfico já começa a ser visto como filão? No nosso caso, trabalhamos apenas com cinema, sem publicidade ou campanhas eleitorais. Produzimos curtas e longasmetragens, projetos que nos interessam no sentido puramente artístico, seja os dirigidos por Kleber ou por realizadores que admiramos, como Leonardo Lacca, Leonardo Sette, Tião, Juliano Dornelles... E, claro, fazemos o Janela Internacional de Cinema do Recife, que cresce a cada ano. No entanto, olhando em volta, creio que o cinema já é sim um filão, não apenas pelo prestígio que a produção pernambucana tem tido no Brasil e no exterior, mas também pelos editais nacionais e o local, do Governo de Pernambuco.
Falando agora sobre o Janela Internacional de Cinema. Quais os principais desafios para manter o festival? Algumas produtoras questionam a rigidez do financiamento governamental, que dificulta a associação com empresas privadas. Vocês percebem como essa questão? O desafio é continuar crescendo mantendo a identidade do festival, conseguir mais recursos para desenvolver muitas ideias que temos para o futuro e garantir uma certa estabilidade ao Janela. Por enquanto não conseguimos ter uma equipe o ano inteiro, muita coisa poderia começar em janeiro e isso não acontece por falta de estrutura financeira. Os recursos sempre chegam muito tarde e de maneira irregular, o que dificulta o nosso trabalho. O patrocínio do Governo do Estado de Pernambuco, ou através da Lei Rouanet, não nos impede de nos associar a diferentes tipos de parceiros. A rigidez para mim vem da burocracia, dos mecanismos de execução dos orçamentos e de prestação de contas. Isso engessa muito o processo e precisa ser melhorado.
É viável manter uma produtora focada exclusivamente em cinema? São poucas as produtoras que conseguem, a maioria só garante uma estabilidade financeira com outras atividades, pois nada garante o sucesso comercial de um filme. Mas acho que temos conseguido um equilíbrio interessante dentro da nossa produtora para poder viver fazendo o que mais amamos de diferentes maneiras, mesmo se isso representa uma quantidade de trabalho considerável e menos “dinheiro”. Mas temos nos saído muito bem, creio.
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JURÍDICO EM PAUTA| JOSÉ ALMEIDA DE QUEIROZ
Consultor da presidência do Sistema Fecomércio-PE almeidajaq@hotmail.com
Projetos de lei
Vários projetos de lei tramitam na Assembleia Legislativa do Estado de Pernambuco. Na nossa avaliação, dois desses projetos se destacaram em razão dos seus objetivos e das justificativas apresentadas pelos seus autores, os quais passamos a enfocar: o Projeto de Lei Ordinária nº. 635/2011, do deputado Vinícius Labanca, propõe a obrigatoriedade de criação de um espaço família nos mercados, hipermercados, shopping centers e demais estabelecimentos. Na sua justificativa, o parlamentar assim se posiciona: “A finalidade do presente Projeto de Lei é destinar um espaço para a família, que apresente condições adequadas de acesso a homens e mulheres que se encontrem acompanhados de crianças, além de segurança, privacidade, salubridade e higiene. São poucos os estabelecimentos que contêm esses espaços com fraldários ou sanitários infantis, e ainda, na maioria destes, apenas se localizam em banheiros femininos, excluindo os pais, que hoje em dia estão tão presentes na vida dos filhos, quer do auxílio à mãe, quer do próprio atendimento à criança. Além disso, o espaço reservado nos banheiros femininos não proporciona a troca ou amamentação da criança de modo prático e rápido, sendo necessária a criação de um ambiente agradável, onde mães possam amamentar suas crianças com privacidade, silêncio e que possibilite aos pais ou responsáveis a higienização das suas crianças.”
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Outro Projeto de Lei Ordinária, o de nº. 1.187/2012, apresentado pelo deputado Ricardo Costa, estabelece que torne obrigatório os estabelecimentos comerciais tipo shopping centers, com mais de 100 lojas, colocarem à disposição dos clientes, serviços de pronto-socorro médico. O parlamentar apresentou como justificativa o seguinte: “Atualmente é notória a predileção da população pelos shopping centers, como grandes centros de comércio e lazer, sendo frequentados por milhares de pessoas diariamente. Como toda grande concentração de pessoas nas diversas faixas etárias e com os mais variados problemas de saúde, torna-se necessária uma assistência médica adequada, a fim de prestar os primeiros socorros, sendo comum intercorrências de saúde nos grandes centros de compras, exigindo dessa forma, atendimento imediato devidamente aparelhado, para posterior condução, nos casos mais complexos, às unidades médicas de referência no Estado de Pernambuco. Como exemplo, citamos as casas de shows e estádios de futebol que já utilizam o pronto atendimento médico e ambulatorial, para posterior remoção dos pacientes em casos de maior complexidade. O Estado tem o dever, em nome do interesse público e como responsável pela licença e autorização dos empreendimentos privados, de cobrar a esses estabelecimentos segurança para os usuários e impor determinadas condições, visando assegurar e preservar a saúde da sociedade”.
Foto: Volks/Divulgação
Portos abertos
para o setor automotivo
Por Tatiana Notaro
Terminais de Suape e do Recife recebem operações de veículos e reforçam a condição de polo logístico do Estado
A
posição geográfica de Pernambuco no mapa o faz um ponto de congruência entre os demais Estados do Nordeste, uma área estratégica para instalação de fábricas e centros de distribuição (CDs). Aliados a essas vantagens, estão os portos de Suape e do Recife, terminais aquaviários de grande porte, com estrutura para recepção e pátios de armazenagem que completam os elementos que fazem de Pernambuco um grande polo logístico do País. Esse conjunto de vantagens trouxe para Pernambuco operações de duas grandes montadoras - General Motors (GM) e Volkswagen – que desembarcam veículos em
Suape. As atividades da GM começaram em 2010; em seguida, em julho de 2012, a Volks anunciou que também usaria o terminal pernambucano para aportar suas frotas importadas do México. “A movimentação de veículos, em geral, necessita de condições operacionais superiores às das demais cargas. Logo, a operação de montadoras como GM, Volkswagen e, no futuro, Fiat, conhecidas pelo rigor na qualidade dos produtos e nos processos, pode ser considerada como um selo de qualidade para um porto”, considera o coordenador de Desenvolvimento de Negócios do Complexo Industrial Portuário de Suape, Leonardo Cerquinho. Informe Fecomércio-PE | JAN/FEV 2013
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Foto: Divulgação
O gestor argumenta que as operações com veículos reforçam a condição de Pernambuco como centro distribuidor. “A existência de fluxos logísticos eficientes é seguramente um aspecto valorizado pelas montadoras quando decidem pela localização de um novo investimento produtivo. Logo, a operação de importação, além de um negócio portuário, se configura também como uma política estratégica de atração de novos empreendimentos”, avaliou. A demanda tornou o pátio de veículos de Suape, atualmente com capacidade de armazenamento de cerca de dois mil carros, insuficiente. No fim do ano passado, por causa dessa falta de espaço em Suape, o porto do Recife entrou no negócio: recebeu 207 veículos da Volks com a mesma finalidade de aporte, armazenamento e posterior distribuição. A receita estimada na operação foi de R$ 30 mil e
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a montadora alemã já afirmou que usará o terminal sempre que necessário. “Os portos do Recife e de Suape se complementam”, argumenta o gerente de Negócios do Porto do Recife, Carlos Vilar. “Em alguns momentos, cargas consolidadas em um terminal podem operar no outro. No caso da operação de veículos, por exemplo, é necessário espaço”, diz. Por outro lado, a questão de falta de espaço no pátio para atender à demanda de veículos em Suape já está em trâmite de terminar. Segundo Leonardo Cerquinho, as obras começam em meados de março e o pátio deve estar operacional em outubro, com capacidade estática aproximada de 2,6 mil veículos. Segundo o gerente executivo de Logística da Volkswagen do Brasil, José Ricardo Chiarello, a montadora decidiu realizar embarques vindos do México e Argentina com o objetivo de aprimorar o abastecimento dos
mercados da Região Nordeste. “Iniciamos em agosto de 2012 e o plano é movimentar cerca de 5.000 veículos por ano. O foco está no ganho de agilidade da operação para abastecer os mercados do Nordeste, reduzindo o tempo de viagem e a entrega dos veículos aos seus respectivos clientes”, comenta. O segundo pátio público deverá ter quatro hectares e, como a demanda do setor automotivo no Estado certamente tem e terá uma curva crescente, com aumento de rotas, um terceiro projeto já é pensado. Ainda sem calendário, o terceiro pátio público em Suape deverá ter até quatro vezes o tamanho do atual. Neste caso, no pátio serão feitos o desembaraço e a nacionalização do automóvel. De lá, os veículos sairão para venda nas concessionárias. Vale lembrar que, para incentivar as montadoras, embora elas tenham total interesse em suas operações em Pernambuco,
pelos benefícios estruturais e de logística, as operações dependem do credenciamento da empresa no Programa de Desenvolvimento do Setor Automotivo (Prodeauto), que concede desoneração de 95% de crédito presumido do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). Chiarello diz ainda que esse tipo de desembarque envolve cerca de 30 pessoas, entre estivadores, amarradores, motoristas, coordenadores e agentes de navio e de solo. “Como em todas as operações da Volkswagen, a qualidade é primordial e, assim como acontece nos demais portos onde atuamos, montamos uma estrutura para realizar as inspeções e preparações necessárias para a distribuição às 80 concessionárias da marca na região”.
Operações Receber veículos contribui para a receita final do Porto do Recife, cuja maior vocação são as operações com granéis sólidos, das quais vem a maior parte da receita do ancoradouro. De acordo com Carlos Vilar, o ancoradouro urbano é o terceiro na operação com cevada, por exemplo. Ele comenta que a armazenagem de veículos em pátio alfandegado, ainda que importante para o Estado, pode deixar de ser uma prioridade para o terminal, que pretende ampliar a gama de produtos aportados. Como veículos ocupam muito espaço na armazenagem, é possível que deem espaço para cargas de projeto destinadas aos empreendimentos em obras na Zona da Mata Norte do Estado, como a fábrica da Fiat, a
Companhia Brasileira de Vidros Planos (CBVP) e a Empresa Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia (Hemobrás). “Como nós retomamos as operações com contêineres, não temos espaço suficiente para armazenamento. Atendemos à demanda da Volks em dezembro, de 220 carros, mas pedimos que eles acelerassem a retirada dos veículos porque estávamos aguardando um carregamento de contêineres”, disse.
Receber veículos contribui para a receita final do Porto do Recife, cuja maior vocação são as operações com granéis sólidos. Sobre as operações com veículos, Vilar explica que a maior fonte de receita vem da armazenagem em pátio alfandegado, cujo cálculo é de 0,22% sobre o valor do produto a cada 10 dias. Por exemplo: nesse primeiro lote de 207 veículos da Volks, o rendimento foi de R$ 30 mil, pelos cálculos do gestor. Já a operação de descarga rende menos: a tarifa é de R$ 5 por carro. Vilar acrescenta que o terminal de passageiros do Porto do Recife também rende boa receita ao terminal. A tarifa média é de R$ 18. “Fazendo um cálculo com a quantidade média de passageiros em alta temporada (do fim de outubro
ao início de março), em torno de 80 mil, o cálculo chega a R$ 1,4 milhão”, calcula. Do outro lado, o ancoradouro recifense aguarda a finalização dos trâmites de alfandegamento de outros três pátios, condição para receber cargas vindas do exterior, que deve ser finalizada em 30 dias. Em janeiro, a Volks voltou a sondar o Recife para receber outro carregamento de veículos, em torno de 500 carros. “Hoje teríamos espaço no pátio 5, o único atualmente alfandegado”, ressaltou o gerente. Suape, apesar de ser um porto maior e com condições de recepção de cargas mais abrangentes, também precisou fazer mudanças estruturais para se adequar às operações com veículos. “As alterações realizadas no pátio de veículos tiveram como objetivo o aumento da capacidade do pátio, para comportar a operação da Volkswagen e também atender aos padrões de qualidade da montadora alemã”, explica Cerquinho. A estrutura, ele diz, passou a contar com câmeras OCR (de reconhecimento óptico de caracteres), controles de acesso e placas indicativas de velocidade. “Além disso, foram realizadas manutenções e melhorias nas cercas e pintura do pátio. Uma equipe da Volkswagen da Alemanha esteve em Suape e aprovou as alterações realizadas, estando, portanto, o porto em conformidade com os padrões internacionais da empresa”, afirmou Cerquinho.
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Recife se destaca como segundo melhor polo médico do Brasil Por Kamila Nunes
Empresas de sucesso apontam os investimentos na área de saúde e os pontos a se melhorar na cidade que carrega esse título
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ível internacional. Médicos com qualificação. Rede hospitalar e estrutura de diagnóstico no mesmo patamar das cidades europeias. Esse é o segundo melhor polo médico do Brasil. E é aqui, no Recife. É o que garante Assuero Gomes, coordenador de Marketing e Comunicação do grupo Unimed Recife, que tem mais de 1.800 médicos cooperados e emprega mais de 2.500 colaboradores. Para acompanhar o ritmo do mercado e estar sempre atuante, a Unimed tem investido na qualificação profissional. “Queremos manter o nível dos nossos médicos cooperados,
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trabalhando a responsabilidade socioambiental e procurando trazer o que há de melhor da medicina em termos de humanização e tecnologia para os mais de 180 mil clientes”, comenta. A Unimed oferece serviços de urgência e emergência em hospitais próprios e centros médicos. O coordenador identifica que o polo médico recifense esbarra na falta de mobilidade urbana e segurança. No entanto, o caminho para o Recife se destacar ainda mais, segundo ele, é expandir a qualidade com os clientes, cooperados e colaboradores. “Nossos planos de investimentos futuros é continuar investindo
Robalinho lembra que os investimentos na área de saúde, para os próximos anos, serão significativos em biotecnologia, genética e em tecnologia da informação com ênfase na nanotecnologia. “A instalação da Hemobrás em Goiana e a provável vinda da Novartis, com uma unidade para a produção de vacinas, servirão de estímulos para o polo médico do Recife”, opina.
forte em tecnologia médica, capacitação dos profissionais e capacidade das unidades”, conta. Para ele, a qualidade do atendimento médico e hospitalar é o que faz do Recife um polo de destaque. O gerente médico Guilherme Robalinho, do Real Hospital Português, que foi fundado ainda em meados do século XIX, concorda que a infraestrutura urbana do Recife não acompanhou o desenvolvimento cultural e econômico da cidade. “Os serviços públicos municipais nos setores de mobilidade e saneamento básico, por exemplo, necessitam melhorar”, argumenta. Ele acredita que parcerias entre os entes públicos e a iniciativa privada devem ser consolidadas. “É importante para o Recife e seu polo médico a parceria com as universidades e a ampliação da rede de hospitais públicos realizada, recentemente, pela gestão estadual da saúde”, conta.
Hoje o hospital emprega aproximadamente 4.500 pessoas e conta com mais de 50 empresas parceiras em diversas áreas de prestação de serviços em saúde. Mesmo com 157 anos de história, o gerente acredita que o hospital se mostra como uma instituição moderna, eficiente e, considerada por pesquisas de opinião, líder no setor. “Investimos na modernização e ampliação da área construída, em equipamentos modernos, na qualificação e requalificação dos funcionários”, comenta.
Ele garante que o Hospital Português continuará modernizando as instalações e adquirindo novos equipamentos, como feito recentemente, com a inauguração do novo Edifício São João de Deus, com 220 leitos, bloco cirúrgico e um dos mais modernos centros de oncologia do Nordeste, além da aquisição de quatro novos tomógrafos e duas ressonâncias magnéticas para o setor de Diagnóstico por Imagem e a ampliação da residência médica. “Hoje, em parceria com os governos estadual e federal, já somos credenciados em geriatria, ortopedia, clínica médica e nefrologia e em breve iniciaremos a de UTI e, por fim, a consolidação do Instituto de Ensino e Pesquisas”, conclui.
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FOTO: George Doyle / Thinkstock
Bem-estar,
bom negócio Por Tatiana Notaro
Beleza, estética e equilíbrio formam um mercado em curva ascendente que fatura bilhões por ano
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roporcionar bem-estar e beleza é um excelente negócio que movimenta bilhões de reais por ano e norteia um setor cuja balança comercial, à revelia das condições gerais da indústria, tem invejável equilíbrio. Segundo dados da Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (Abihpec), o segmento cresceu 10% nos últimos 16 anos e, entre 1996 e 2011, viu seu faturamento passar de R$ 4,9 bilhões para R$ 29,4 bilhões. Entre 1994 e 2011, teve alta média de quase 10% no número de empregos gerados. Interessante apontar que esse cenário é estimulado pelo aumento da longevidade do brasileiro – vivendo mais, busca-se maior qualidade de vida e meios de estender a juventude (mais exatamente, a aparência jovem). Tem também a ver com a participação feminina no mercado de trabalho (são elas as maiores consumidoras do setor, então seu poder aquisitivo tem significativo impacto) e com a evolução dos produtos, que tendem a apelar para sensações além da beleza – aliam estética e equilibro, bemestar e sentimentos. Esse desenvolvimento é comprovado por números: a
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FOTO: Valentina Jori
média de crescimento do mercado de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos é de 10% ao ano (a.a.), acima do índice do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro (de 3,1% a.a.) e do setor industrial (2,5% a.a.). Bom destacar também que, nos últimos cinco anos, os preços dos produtos desse setor cresceram menos que a inflação. Especialmente os itens de higiene pessoal. No período, o Índice de Preços ao Consumidor variou 29,4%, enquanto que os preços de produtos de higiene, 17,5%. Já os produtos de beleza ficaram, em média, 14,3% mais caros. Hoje, segundo a Abihpec, existem 2.305 empresas atuando no mercado brasileiro de produtos de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos. Delas, 20 são de grande porte, a exemplo da Natura. Na Região Nordeste, Pernambuco é o Estado que mais concentra empresas do setor, com 62 - entre elas, a Rishon Cosméticos. No topo da lista está São Paulo, com 936; o Rio de Janeiro vem em segundo, com 223. Esse é um negócio tão promissor que atraiu gigantes industriais como a Bombril, que apostou no lançamento da Bril Cosméticos, ano passado, com investimentos da ordem de R$ 5 milhões. Pouco antes, adquiriu parte da marca Ecologie, por R$ 15 milhões. Essas empresas são alimentadas por consumidores ávidos. Em relação ao mercado mundial de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos, conforme dados do Euromonitor de 2011, o Brasil ocupa a terceira posição geral, entre dez países, em uma lista encabeçada pelos Estados Unidos. No mercado de perfumaria e desodorantes, no entanto, o País é liderança. É ainda o segundo em produtos para cabelo, para higiene oral, masculinos, infantil, proteção solar. “Um produto é mais do que seus benefícios funcionais. Ele abre oportunidade para que as pessoas estabeleçam melhores relações entre si”, argumenta a gerente de Marketing da Natura para o Norte e Nordeste,
Mariana Amazonas. Ela comenta que as linhas de produtos da empresa somam a utilidade propriamente dita ao conceito “Bem estar bem”. “Nossos produtos pretendem ir além do benefício cosmético, buscam atuar como ampliadores de consciência, levando bem estar”, completa, dizendo que a Natura desenvolveu ao longo dos anos uma abordagem “mais integral” para seus itens. Essa receita inclui “aprofundamento do conhecimento das ciências da sustentabilidade, da sociobiodiversidade e das experiências sensoriais”. “Essas estratégias também incluem explorações de inovação em novos territórios do conhecimento ligados a percepções e comportamentos e aos rituais de cada grupo de pessoas.” Informe Fecomércio-PE |JAN/FEV 2013
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Em outras palavras, quando põe nas prateleiras um novo produto, a Natura agrega a ele uma abordagem maior, “o potencial do toque físico associado ao tratamento cosmético”. “Desde 2006, estruturamos a área de Ciências do Bemestar e Relações, que está focada em pesquisas que integram as dimensões individuais, comportamentais, culturais e sociais de bem-estar. A área desenvolveu a massagem A Descoberta do Vínculo, de Natura Mamãe e Bebê, e o gestual de avós e netos de Natura Vôvó”, explica Mariana. É uma forma diferente de relacionar-se com o público consumidor. Raciocinando dessa forma, as empresas de cosméticos não só criaram uma evolução no segmento, mas atenderam a uma necessidade declarada do próprio consumidor. “Depois de ampliar em mais de 200% as pesquisas e estudos realizados nos últimos três anos, a Natura priorizou a captura de informações e insights do consumidor por meio de canais mais imediatos e diretos”, diz referindo-se às redes sociais. “Todas as manifestações são registradas e analisadas,
apoiando desde a inovação de produtos até o entendimento da relação entre as consultoras e seus clientes.”
Em Pernambuco O Nordeste é uma das áreas do País que mais se beneficiam com o aumento do poder aquisitivo da classe C. Fácil explicar: havia (e ainda há) uma grande demanda reprimida desses consumidores que agora, ganhando mais, podem e querem comprar mais e melhor. O foco da pernambucana Rishon é esse mercado de nichos, segundo a diretora da empresa, Marcelle Sultanum. “Dessa forma, evitamos uma concorrência direta com empresas multinacionais e com tantas outras que surgem a cada dia, tornando o mercado de massa cada vez mais agressivo”, comenta. Marcelle conta que a Rishon tem grande abrangência no mercado (em todos os Estados do Nordeste, Pará, Paraná e iniciando trabalho em São Paulo e Rio de Janeiro, além de parceiros na Itália, África do Sul e Portugal), mas que linhas específicas, como aquelas que tratam cabelos que sofrem com sol, piscina, mar e processos químicos, acabam sendo uma grande fatia do consumo no Nordeste. “Temos tratamentos à base de queratina, cauterizações e produtos com proteção UV que deixam nossas consumidoras nordestinas bem satisfeitas”, diz.
No coração Não só de grandes nomes nacionais vive esse mercado. Aliás, se sentimento é um ponto crucial no negócio, os salões de beleza estão na frente da fila quando o assunto é fidelidade. Quando começou, em 1988, ser cabeleireira era um acaso na vida de Jucelma Sampaio, mas foi o ofício que ajudou nas finanças domésticas, sustentou quatro filhas, uma neta e sua autoestima
Foto: Rishon/Divulgação
“Temos tratamentos à base de queratina, cauterizações e produtos com proteção UV que deixam nossas consumidoras nordestinas bem satisfeitas.” Marcelle Sultanum 28 | Informe Fecomércio-PE | JAN/FEV 2013
Jucelma bem lembra que não sabia sequer pegar em uma tesoura quando recebeu o convite de um amigo da família, que trabalhava no então famoso salão Fígaro, no Recife. Foram dois anos empregada fazendo cortes e maquiagens até Jucelma perceber que poderia ter um negócio próprio. “Essa é uma área que requer reciclagens frequentes”, ensina a cabeleireira. “Estou sempre fazendo cursos, indo para congressos e me atualizando. É necessário.” Por conta da confiança atrelada ao ofício, não raramente o cabeleireiro é um socorrista. “Já tive que dar jeito em danos causados por alisamento e pintura. Antigamente, usavam-se 70% de formol em alisamento. Era muito comum cabelo caindo ou partindo porque a técnica não tinha sido adequada”, relembra. Para ela, a capacitação profissional e a gestão são cruciais para o negócio, mesmo que ele seja um pequeno salão. “É preciso usar de fato produto que você diz usar. É a confiança do cliente que precisa ser cultivada. Ao lado disso, precisa estar sempre em busca de melhorias, ou o salão morre”, receita. Aliás, esses argumentos são confiáveis e atestados pelos fiéis frequentadores do Salão D’Lu. “Kátia chegou aqui com um corte de cabelo errado, com 15 anos. Era um daqueles cortes em camadas, repicado. Discretamente, eu perguntei: ‘Posso dar umas camadas no teu cabelo?’ Ela confia até hoje por causa desse corte. Agora ela já é mãe e eu corto o cabelo das filhas dela.” A beleza é comprovadamente um negócio que depende de fidelidade, como diz a cabeleireira, mas exige condições de gestão. “Essas pessoas se tornam empresárias por uma questão de subsistência, achando que vão simplesmente ganhar dinheiro”, alerta o gestor de projetos do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), Thiago Suruagy. Foi por essa demanda, pela necessidade de saber como guiar as finanças do negócio, que o Sebrae, segundo
Foto: Senac/Divulgação
profissional. No salão no bairro de Areias, ela recebe clientes fiéis, gente que atravessa a cidade pela confiança em seus serviços.
Com o auxílio do Sebrae, alguns negócios escaparam da falência ou passaram a ter uma margem de lucro maior.
Suruagy, implantou em 2010 um projeto para atender ao segmento. Hoje, 120 salões são atendidos pela ação, que já contemplou totais 400 empresários da Região Metropolitana do Recife (RMR). “Temos um caso de uma empresária do bairro da Torre que não tinha dinheiro sequer para pagar os funcionários e estava enfiada em dívidas. Ela nos procurou e começou a se estruturar. Em 2012, o faturamento dela cresceu 40%”, exemplifica. De acordo com o gestor do Sebrae, a maior parte desses profissionais entende da parte técnica do negócio – corte, maquiagem... –, mas não tem qualquer noção de gestão financeira ou de pessoas. “São os dois principais gargalos”, conta. “Nós os conscientizamos de que eles precisam ser líderes para gerir a equipe”. Como resultado, Suruagy aponta que, com o auxílio do Sebrae, alguns negócios escaparam da falência ou passaram a ter uma margem de lucro maior. “Os fornecedores são muito incisivos na hora da venda, por exemplo, então ensinamos os empresários a não comprar mais do que o necessário. O dinheiro dele fica mais em caixa, menos no estoque”, ensina. Além das consultorias, o Sebrae promove a Rodada de Oportunidades, uma chance de pôr donos de salão e fornecedores em negociações proveitosas para ambos.
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ENTREVISTA| MARIANA AMAZONAS Gerente de Marketing do Norte e Nordeste da Natura
Informe Fecomércio: O que busca o consumidor que pretende “comprar” bem-estar? Mariana Amazonas: Hoje o consumidor está cada vez mais exigente e busca produtos de empresas social e ambientalmente responsáveis. Além disso, com o dia a dia cada vez mais atribulado, as pessoas buscam experiências que vão além dos benefícios funcionais dos produtos. Na Natura, o bem-estar é um conceito mais amplo. Nossa razão de ser é criar e comercializar produtos e serviços que promovam o bem-estar/ estar bem. Quando falamos de “bem-estar”, estamos nos referindo à relação harmoniosa, agradável do indivíduo consigo mesmo, com seu corpo. E o “estar bem” é a relação empática, bem-sucedida, prazerosa do indivíduo com o outro, com a natureza da qual faz parte, com o todo.
De que forma a Natura investe para estar vinculada a essa questão de bem-estar? A inovação está no centro da criação de valor para a Natura e permeia todos os pilares estratégicos da companhia. Ela se expressa em nossos produtos, modelos comerciais, sistema de gestão e na forma como transformamos os desafios socioambientais em oportunidades de aprendizado e suporte para o desenvolvimento sustentável. Para nós, o sentido
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da inovação é criar um fluxo de experiências de bem estar bem que ultrapassem as expectativas de nossos públicos. A preocupação em enfatizar as relações humanas, que mais tarde evoluiria para o conceito “bem estar bem”, inspirou a criação de alguns dos pioneiros produtos da Natura que abordam o potencial do toque físico associado ao tratamento cosmético. Desde 2006, estruturamos a área de Ciências do Bem-estar e Relações, que está focada em pesquisas que integram as dimensões individuais, comportamentais, culturais e sociais de bem-estar. De início focados na mensuração do bem-estar individual por meio de técnicas objetivas e subjetivas, os pesquisadores da Natura, hoje, lidam com uma perspectiva ampliada, integrando também os aspectos culturais e sociais que levam o indivíduo a estar bem em suas interações com o outro e com o mundo.
Quais as mudanças que precisaram ser acompanhadas pela marca para deixar de ser simplesmente uma indústria cosmética e atrelarse ao bem-estar? Sempre fomos atrelados a este fator, desde nossa concepção. Consideramos estar diante de uma grande oportunidade para transformar e aprimorar a qualidade do relacionamento que estabelecemos
Foto: Divulgação
“A preocupação em enfatizar as relações humanas, que mais tarde evoluiria para o conceito “bem estar bem”, inspirou a criação de alguns dos pioneiros produtos da Natura que abordam o potencial do toque físico associado ao tratamento cosmético.”
com nossos consumidores. Para reafirmar a liderança e aumentar a relevância da marca, um dos caminhos escolhidos pela Natura foi o de aprofundar sua percepção sobre os anseios e necessidades dos consumidores, incluindo a identificação de demandas específicas de determinados públicos. As pessoas sabem o que querem, mas também anseiam por aquilo que ainda não conhecem.
De quanto tempo para cá a empresa percebe (se há) uma mudança de percepção do consumidor em relação ao produto - quando passou a buscar além da beleza? Desenvolvemos pesquisas constantes para conhecer e entender o consumidor. A mais recente apontou que 28% dos consumidores têm um nível de consciência mais elevado. No ato da compra, ele valoriza muito mais o benefício coletivo e de longo prazo. A mudança mais perceptível é que a preservação do meio ambiente está na ordem do dia. Cada vez mais as pessoas se preocupam com impacto ambiental, economia de água, preservação das florestas e mais recentemente redução das emissões de carbono por causa do aquecimento global. O consumidor está mais preocupado e também mais consciente. E isso, sem dúvida, está causando este movimento de valorização de produtos sustentáveis, de baixo impacto ambiental. Esta é uma excelente notícia, mas ainda é um movimento que está começando. Nós vemos isso com alegria, mas também como um grande desafio. Porque sabemos que a magnitude
e complexidade das questões do desenvolvimento sustentável existem uma abordagem muito mais ampla e radical do que vem sendo feito até hoje. É um grande desafio criar produtos a partir da combinação do conhecimento científico com o conhecimento popular, estruturar novas cadeias de negócio e ainda conversar o patrimônio natural e gerar oportunidades para pequenas comunidades. Tudo é mais complexo. Porque temos que respeitar o ciclo da natureza para a compra de matéria-prima e garantir que elas sejam extraídas e cultivadas de forma sustentável. Além disso, buscamos sempre ter uma relação transparente com nossos consumidores e municiá-los de informações para que possam realmente praticar o consumo consciente. Um exemplo disso é a tabela ambiental, que incorporamos na embalagem de nossos produtos e o incentivo ao uso de refil, em média 30% mais barato que o produto regular, que também vai incentivar o consumidor a praticar o consumo consciente
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Que venha 2013 Comerciantes locais esperam incremento nas vendas deste ano Por Patrícia Xavier
O
varejista da Região Metropolitana do Recife está otimista para 2013. Essa foi a conclusão do levantamento realizado pelo Centro de Pesquisa (Cepesq) do Instituto Fecomércio, que ouviu 416 empresários e gerentes em áreas do comércio tradicional e nos principais shopping centers. “Mais de 90% esperam crescimento, contra menos de 5% que admitem uma possível queda no faturamento. A opinião de empresários e gerentes reflete em parte o ânimo dos varejistas, que normalmente são propensos a
acreditar que os bons resultados vão continuar mesmo quando as vendas de fim de ano são pouco expressivas”, explica Luiz Kehrle, consultor da Fecomércio. A expectativa do consultor é que o varejo cresça em torno de 6%, baseado no crescimento do PIB de Pernambuco, que deve ficar em torno de 4,5% a 5%. O também consultor da Fecomércio, José Fernandes de Menezes, aposta em dias melhores. “2013 será positivo para o comércio e isso é fato”,
sentencia. Em sua avaliação, o pesquisador elenca o consumo e a geração de emprego como dois aspectos importantes que vão contribuir para esse cenário. “Vale salientar, porém, que um crescimento saudável deve ser pautado em torno de investimento produtivo para ser mais robusto. As projeções para o emprego continuam aquecidas e o PIB do Estado deve crescer mais que o do Brasil”, completa. De acordo com dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), Pernambuco foi o Estado que mais criou postos de trabalho em 2012. No total foram mais de 46.571 novos empregos gerados. Mais de um terço dessas oportunidades foi gerado no Recife (18.687 novas vagas).
“As projeções para o emprego continuam aquecidas e o PIB do Estado deve crescer mais que o do Brasil.” José Fernandes de Menezes
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“O segundo semestre de 2012 foi ruim, mas 2013 promete ser melhor.” Roberto Wagner Cavalcanti
Máquinas, Viena Diesel, Veneza Trading, Veneza Locações, Mega Máquinas, Polar e Divepe Automóveis.
DIAS MELHORES - O proprietário da Palma Máquinas e Ferramentas, Roberto Wagner Cavalcanti, é um exemplo de empresário que não colheu bons frutos em 2012, mas espera por dias melhores este ano. Há 28 anos no mercado de distribuição e revenda para construção civil, industrial e mecânica em geral, o empresário diz que o saldo não foi muito positivo. “Tivemos muitos feriados no ano passado e isso contribuiu para a baixa do faturamento. Já este ano, grande parte vai cair no fim de semana. De uma forma geral, esperamos crescer de 10% a 15% em relação a 2012, que por sua vez foi menor 12% se comparado a 2011 - considerado um dos melhores anos por causa dos investimentos na Refinaria Abreu e Lima e no Porto de Suape”, relembra. Para
Cavalcanti, os investimentos que estão sendo feitos na Mata Norte de Pernambuco vão contribuir e muito para impulsionar os negócios da sua empresa. Enquanto uns se recuperam de um ano fraco para o bolso, outros comemoram crescimento e se preparam para voos ainda mais altos. É o caso da empresa pernambucana Grupo Veneza, com mais de 30 anos de mercado e na lista dos grupos empresariais do Nordeste que mais expandiram seus negócios nos últimos anos. Com uma rede de atuação local e no Estado de São Paulo, o grupo opera nos segmentos de transporte, construção e agronegócio, por meio das empresas Veneza Diesel, Veneza
O presidente do Conselho do Grupo Veneza, Marcos Melo, não divulga o percentual de crescimento para este ano, mas garante que será significativo. “Estamos apostando muito em 2013, principalmente com a entrada de mais uma empresa no grupo”, revela o executivo, referindo-se à Mega Máquinas, que vai ficar responsável pela comercialização exclusiva de equipamentos para a área de construção civil no Brasil. Para a nova operação, o Grupo Veneza escolheu como parceira a marca norte-americana John Deere líder mundial na produção de equipamentos agrícolas e florestais e uma das maiores fornecedoras de produtos e serviços para construção, jardinagem e irrigação. Duzentas máquinas já estão no Brasil, custando entre R$ 200 mil e R$ 1 milhão. Como diferencial, a Mega Máquinas vai apostar na eficiência no atendimento ao cliente, agilidade nas reposições de peças originais, serviço especializado e oficina móvel. A expectativa da empresa é que sejam vendidas mil unidades este ano. Informe Fecomércio-PE | JAN/FEV 2013
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Turismo rural é tendência e refúgio para mentes urbanas estressadas Por Kamila Nunes
Foto: Acervo Sebrae
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Foto: Flávio Costa
A
atividade turística no campo vem sendo descoberta pelos nordestinos, em especial, pelos pernambucanos, segundo a Associação Pernambucana de Turismo Rural e Ecológico (Apeturr), nos últimos anos. Para a associação, o crescimento do setor no Estado ainda é discreto, levando Hotéis fazenda de Pernambuco estão caindo no gosto dos turistas em consideração o potencial de produtos diferenciados por regiões. pernambucanos ou de Estados desenvolvimento do turismo rural “Viajar pelo nosso interior vizinhos. “Embora nossa curva mais uma possibilidade de renda é experimentar um turismo de crescimento seja ascendente “economicamente viável” para diferente, com cheiro de terra ao longo dos anos, ainda a grande suas propriedades. É no Agreste e mato, que nos leva a interagir maioria dos pernambucanos que se concentra o maior número com a natureza. É conhecer desconhece o produto”, conta. de associados da Apeturr. Segundo a riqueza da cultura popular O turismo rural é, segundo ela, a Associação, Gravatá é hoje um pernambucana, experimentar diferenciado, pois proporciona destino consolidado e que atrai sabores que encantam o paladar, vivências e atividades diversas, o desenvolvimento do setor para viajar pela nossa história, passar por como o turismo equestre, verde, o município e para as cidades do lugares e paisagens encantadoras, histórico-cultural, agroturismo, de entorno. ter um roteiro religioso e poder aventura, esportivo, pedagógico, ver conjuntos arquitetônicos contemplativo, de lazer e de Para Luciana, a grande divulgação maravilhosos”, defende Luciana eventos. No entanto, 2012 foi um da BR-232 feita pela Empetur, Petribu, presidente de Apeturr, ano atípico. “Alguns associados tanto na área gastronômica instituição que existe desde 2002 vivenciaram uma queda na como na cultural, é fator de e começou com apenas 12 sócios. procura. Acreditamos que a seca desenvolvimento e fortalecimento Hoje, esse número cresceu. São que nosso Estado atravessa tenha na região. A política de 23 equipamentos turísticos rurais contribuído para este fato”, interiorização da Secretaria de associados e somente há pouco argumenta. Turismo na gestão de Eduardo tempo vem ganhando maior Campos também tem sido visibilidade. Mesmo assim, muita gente fundamental para o aquecimento vem investindo nesse ramo de e dinamismo na vida do interior. De acordo com dados da negócio. A grande maioria dos “Pernambuco, antes conhecido associação, 80% dos turistas engenhos e fazendas que operam pela beleza de suas praias e pelo rurais de Pernambuco são no nosso interior enxerga no Carnaval, hoje oferece muito
mais: histórias, tradições, cultura, gastronomia, clima, belezas naturais, ecologia e preservação ambiental.” Investir é preciso O Sebrae Pernambuco, que está presente em todas as ações da Apeturr, também é um parceiro para quem tem interesse em abrir um negócio na zona rural. São oferecidas informações, orientações
e capacitações para entrar no mercado e concorrer de maneira organizada e profissional. Mas, para Luciana, o primeiro passo para o empreendedor é gostar muito da vida rural e de receber pessoas. Além do Sebrae-PE, a Associação conta também com apoio da Secretaria de Turismo do Estado de Pernambuco, da Empetur
e da Fundarpe. Os interessados em se cadastrar na Associação podem visitar o site www.apeturr. com.br ou ligar para o telefone (81) 9101.3510. “É necessário apresentar o equipamento, pagar uma pequena taxa de adesão, assinar o contrato de integrante e pagar a mensalidade, que é calculada de acordo com o porte do empreendimento”, conclui.
ENTREVISTA |PABLO FARIAS Diretor Comercial do Hotel Fazenda Engenho Pedra do Rodeadouro
Pablo Farias é um jovem empresário de pouco mais de 20 anos, que já sabe reconhecer o potencial do Interior do estado. Ele trabalha como diretor comercial do empreendimento da família, o Hotel Fazenda Engenho Pedra do Rodeadouro, em Bonito, Pernambuco. A cidade de Bonito, a 136 km do Recife, é um destino turístico conhecido pelas cachoeiras de tamanhos e intensidades diferentes. Informe Fecomércio: Há quanto tempo você descobriu o turismo rural? PABLO FARIAS: Conheço, valorizo e acredito no turismo rural desde que foi implantado no estado. Sempre frequentei essa atividade turística, apesar de ser nova. Há quanto tempo existe o Hotel Engenho Pedra do Rodeadouro? O Hotel Fazenda Engenho Pedra Rodeadouro já funciona há 8 anos. E quando concluirmos as obras de expansão, nós vamos entrar numa nova atividade turística: substituindo o hotel fazenda por eco resort.
rural ficou fácil. Foi só um detalhe que fortaleceu ainda mais a proposta do hotel. Qual a diferença do turismo rural para o turismo tradicional, principalmente, aquele que envolve o nosso estado, que é voltado para as praias? A proposta é diferente, os frequentadores do turismo rural são fiéis e voltam sempre. A diferença entre o turismo rural e o turismo litorâneo está justamente nos pequenos detalhes que muitas vezes não são reconhecidos pelos turistas. O turismo rural é uma atividade que beneficia a própria comunidade rural, com rendimentos revertidos para o agricultor e tem o compromisso com o desenvolvimento social interligando a possibilidade de geração de emprego e renda para a comunidade. Você acredita que o turismo rural é uma tendência? Qual o diferencial desse tipo de turismo? Sim, o diferencial é o contato direto que o turista ou excursionista (no caso de faculdades e escolas) tem com a vida na fazenda, se integrando aos hábitos locais. Costumamos dizer que é o refúgio para as mentes saturadas do estresse urbano. Qual o investimento inicial nesse tipo de negócio?
Por que você escolheu a zona rural para abrir um negócio? Primeiramente, já conhecendo e sabendo o potencial que o município de Bonito tem para a atividade, a escolha pela zona
O investimento varia de acordo com cada empreendimento, mas com as linhas de crédito, que os bancos disponibilizam com taxa de juros baixa ajuda muito os novos empreendedores rurais.
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Recife é a capital das franquias no NE Com pelo menos 28 redes, cidade é considerada maior polo de empresas franqueadoras na região, ocupando 7º lugar no ranking brasileiro Por Tony Duda
O
Recife concentra a maior quantidade de empresas franqueadoras do Nordeste. É daqui de onde partem muitos idealizadores, que resolvem abrir um negócio próprio para se tornar um empreendedor e expandir sua marca por aí afora. Um projeto que ganha corpo através da adesão e abertura de novas unidades. Muitas vezes se trata de um sonho antigo, que é colocado em prática por meio de uma franquia. Só para se ter ideia desse mercado, dados da Associação Brasileira de Franshising (ABF) dão conta de que a capital pernambucana tem pelo menos 28 redes de marcas variadas. Tal potencial confere ao Recife a sétima posição no ranking brasileiro de franquias. São iniciativas nas mais diversas áreas. Entre elas, joias e bijuterias, alimentação, odontologia, vestuário, educação e treinamento, medicamentos e beleza, móveis e decorações, entretenimento, empréstimos e pagamentos. Quem embarcou nesse modelo de empreendimento e está satisfeita é a empresária e franqueada da marca paulista de roupas infantis TIP TOP, Carla Fam. Desde a infância, por cultura familiar, ela tinha vontade de ter o próprio negócio. Pensou partir para uma franquia, até por conta da estrutura e orientação constante que uma rede oferece, o que ajuda muito a quem opta pelo primeiro negócio. Mas faltava um clique que despertasse nela exatamente qual tipo de franquia ela apostaria. Quando engravidou, percebeu que não havia nenhuma loja focada principalmente no público infantil que tivesse um mix mais completo. Foi quando ela viajou para os Estados Unidos e lá se deparou com algumas unidades voltadas para bebês e primeiros passos. Eram lojas que continham roupas práticas do dia a dia e
a preço justo. Pronto! Era o estalo necessário para ela cair em campo. Carla logo lembrou que, no Brasil, a TIP TOP era a marca mais conhecida de bebês e que a empresa estava iniciando o modelo de franquias. Não teve dúvidas: entrou em contato e abriu a primeira loja da marca, no Nordeste, em sociedade com o marido, Oscar Oliveira. Referência - “Escolhemos a TIP TOP porque ela atendia alguns pré-requisitos que tínhamos estabelecido: marca reconhecida no mercado, referência no segmento, solidez financeira, estrutura, organização da franqueadora e profissionais competentes e experientes em seu quadro. E como ela é um dos negócios da TDB TEXTIL, isso nos deixou seguros para investirmos”, afirmou Carla. Informe Fecomércio-PE |JAN/FEV 2013
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Hoje, a marca existe há 60 anos no País – a primeira franquia foi inaugurada em 2008 – e a rede já conta com 66 lojas no território nacional. Só em Pernambuco são cinco, sendo quatro no Recife e uma em Caruaru.
Segredo do negócio Para tocar os negócios e driblar a concorrência, o casal diz que
o segredo é prestar atenção na movimentação do mercado, pesquisar, focar no público-alvo, buscar novidades, oferecer custobenefício e, principalmente, ouvir o cliente. Afinal, na maioria das vezes, ele dá dicas preciosas, sem perceber. Acima de tudo, para eles, o suor e empenho do franqueado são os principais responsáveis pelo sucesso do negócio.
Além dos desafios na empresa, no dia a dia, o casal também está atento para separar horário de trabalho e vida conjugal. “Nos policiamos muito para não conversamos sobre negócios a todo momento, principalmente no fim de semana e à mesa, no momento de refeições. Não é fácil, mas descobri que é possível e mais produtivo”, conta Carla.
Iniciativa quer ganhar mercado Quem também aposta na ampliação dos negócios por meio de franquia é o empresário Ecio Costa, um dos sócios da Mais Sorriso, primeira rede pernambucana de franquia em Odontologia. Criada em 2010, a partir de uma iniciativa de cirurgiões-dentistas e empresários, a empresa tem como proposta inovar o mercado odontológico da região, gerando novas oportunidades de trabalho para os profissionais da área exercerem a ocupação e, ao mesmo tempo, serem donos do próprio negócio. Outro público-alvo são investidores. “Por ser uma franquia originada no Nordeste, os franqueados não precisam se deslocar para o Sudeste para adquirir o negócio e fazer o treinamento de pessoal. Além disso, o mercado nordestino tem particularidades que as estruturas presentes no mercado odontológico em outras praças não conseguem captar, tornando a nossa franquia bastante competitiva”, disse Ecio.
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Estratégia Para expandir os negócios, a estratégia da rede é buscar franqueados empreendedores, muitas vezes através de participação em feiras, congressos e jornadas e oferecer todo o knowhow e soluções aos interessados para oferecer aos clientes serviços de qualidade, com preços acessíveis, realizados por profissionais preparados e em um ambiente confortável.
Hoje, a rede conta com quatro unidades no Estado: duas próprias – sendo uma na cidade de Toritama e outra em Santa Cruz do Capibaribe – e duas franqueadas – uma em Barra de Jangada e outra no Derby. “Também estamos com uma unidade em Casa Amarela, que está em desenvolvimento e logo será inaugurada”, adiantou o empresário.
Jardinaria prepara terreno para ampliar mercado
“A demanda é crescente e tem aumentado a procura por itens e iniciativas voltadas à natureza, ao cuidado com o meio ambiente”, garante Múcio, que também atua na área de seguros. No planejamento, na prospecção para a abertura das unidades franqueadas, constam as cidades de São Luís (MA), Teresina (PI), Fortaleza (CE), Natal (RN), João Pessoa (PB), Maceió (AL), Aracaju (SE), Salvador (BA), Barreiras (BA), Feira de Santana (BA), Campina Grande (PB) Caruaru (PE) e Petrolina (PE).
Foto: Jardinaria/Divulgação
Enquanto uns aderem a uma marca, outros resolvem lançar um modelo próprio no mercado e apostam na criação de uma rede. Com negócios em artefatos para jardim e objetos de decoração de ambientes internos e externo, o empresário Múcio Novaes quer transformar seu empreendimento em franquia e levar o conceito de natureza e paisagismo pelo Nordeste. A intenção dele é que sejam abertas, pelo menos, 13 unidades franqueadas até 2015, em capitais e cidades da região com mais de 300 mil habitantes. Atualmente, a empresa familiar tem cinco anos de mercado e conta com duas lojas próprias, sendo uma no bairro de Casa Forte – a sede - e outra em Boa Viagem, no Recife. Ambas levam o nome de Jardinaria, que comercializa produtos e desenvolve projetos de paisagismo e implantações de áreas verdes para imóveis residenciais e empresariais.
Loja virtual A expectativa de Múcio também é lançar, ainda este ano, uma loja virtual para a comercialização de produtos que atendam ao mercado brasileiro. De forma piloto, a ideia inicial é trabalhar com 16 produtos, em quatro categorias. Além do mix nacional, a proposta também é importar itens, principalmente do sudeste asiático, para atender à demanda. Hoje, cerca de 80% dos produtos comercializados nas duas unidades atuais vêm de São Paulo.
Outros 20% são obtidos na região parte desses itens é produzida em uma sementeira própria, instalada no município de Moreno – distante 27 quilômetros do Recife. Os planos do empresário não param por aí. Conforme o crescimento do mercado, está prevista ainda a instalação de uma central de distribuição na capital pernambucana para abastecer as lojas, além do fortalecimento na estrutura de suas lojas próprias.
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ENTREVISTA | CLÁUDIA BITTENCOURT Diretora-geral do Grupo Bittencourt
Claudia Bittencourt é a sócia fundadora e atual Diretora Geral do Grupo BITTENCOURT. Administradora de Empresas com especialização em Estratégia Competitiva pela FGV e em Marketing pela ESPM. Fez carreira como executiva de um grande Grupo ligado à Indústria de Fertilizantes e em 1985 fundou a BITTENCOURT Consultoria, empresa com foco em gestão de negócios e processos. No ano de 1999 reposicionou a companhia com uma consultoria especializada em redes de negócios e franquias.
Informe Fecomércio: Quais são os motivos para o Nordeste e, em especial, o Recife serem destaque na área de franquias? ClÁudia Bittencourt - Recife sempre se destacou como polo empresarial. De início, em razão dos incentivos governamentais para a região. Depois, pelo próprio crescimento oriundo do turismo, do poder de compra da população e da entrada de negócios de outros Estados, que enxergaram no Nordeste uma forma de expandir os negócios e criar barreira para a concorrência.
Foto: Grupo Bittencourt/Divulgação
O mundo globalizado despertou na população o desejo de consumo por produtos e serviços até então não explorados nestas regiões e pela busca de oportunidades para empreender. Associado ao desenvolvimento do sistema de franquias no Brasil, houve ampliação da visão dos empreendedores locais para criar negócios para atender à demanda existente e explorar outros mercados fora do Nordeste, usando o sistema de franquias.
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Qual a expectativa para o setor este ano? O setor de franquias vai enfrentar desafios este ano. O não crescimento do PIB no nível esperado e o pouco investimento do Governo em infraestrutura podem deixar os empresários mais cautelosos. Por outro lado, os investidores também tendem a esperar a situação melhorar para realizar os investimentos necessários em seus negócios ou para investir em empreendimentos existentes, como franquias por exemplo. O crescimento do setor deve se manter ou ficar entre 12% e 13%. E há mercado aqui na região? Pode haver saturação, assim como ocorre em Estados como SP? No Nordeste ainda existem bastantes oportunidades para o franchising. Setores como serviços especiais e que oferecem comodidade e conveniência para a população ainda tem muito espaço para crescer. Entre eles, segmentos como o de alimentação saudável, clínica de estética e beleza. E o interior do Estado? O interior tem sido um caminho para o desenvolvimento regional dos empresários, que também utilizam o sistema de franquias para expandir seus negócios nos mercados próximos, onde há melhor controle e condição para acompanhamento. Qual o valor médio para aderir a uma franquia? Os valores de investimento inicial em franquia variam muito conforme o segmento e modelo de negócio. Porém, os negócios de franquias variam desde as microfranquias - com valores até R$ 50.000 -, assim como mais de R$ 1 milhão para negócios de varejo e serviço. O importante para quem quer entrar em uma franquia é combinar o valor que tem para investir com o segmento que o atrai mais. Daí para frente, é fazer contas e analisar a estrutura da franqueadora. E qual o tempo de retorno de investimento? O prazo de retorno do investimento varia de negócio a negócio. Existe um número “mágico” no franchising em que se fala num retorno de capital ideal nos negócios franqueados, que varia de 24 a 36 meses, o que não é uma verdade, e sim premissas que variam de acordo com o tipo de negócio, segmento,
investimento inicial e um fator de grande influência nesse retorno: a capacidade de operação e de gerar resultados do franqueado e o suporte da empresa franqueadora. Qual a diferença entre abrir um negócio próprio e uma franquia? A grande diferença entre abrir uma franquia e abrir um negócio independente está no aprendizado que o franqueado vai usufruir, sem passar pela experiência que o franqueador passou ao longo dos anos para aprender a operar, gerenciar e ganhar dinheiro com seu negócio. Quais benefícios e vantagens para quem opta por uma franquia? O empreendedor já entra em um negócio que foi testado, onde existem padrões definidos para a operação, sistemas e processos de gestão consolidados e um apoio constante, incluindo programas de capacitação fornecidos pelo franqueador, enquanto durar a relação contratual com esse franqueado. Isso permite ao empreendedor conhecer todas as variáveis que levam o negócio a obter sucesso e as que podem dar errado, antes mesmo de entrar no negócio. Portanto, as chances de erros são muito pequenas. Quais cuidados que o franqueado precisa ter com esse tipo de negócio? Investir em uma franquia não é algo que se pode decidir da noite para o dia. Exige do empreendedor um período de dedicação na análise desse negócio e nos aspectos que envolvem o sistema de franquia formatado: desde conhecer a empresa franqueadora até uma operação de franquia da marca em funcionamento e uma profunda avaliação das projeções de resultado dessa operação. A pessoa que deseja aderir a um negócio franqueado deve considerar como uma das principais análises para a sua decisão os aspectos financeiros do negócio. O interessado deve conhecer valor do investimento inicial, projeções de resultados, quadro de pessoal e custos com salários e encargos, além de evolução do fluxo de caixa, necessidade de capital de giro e ponto de equilíbrio. É importante verificar ainda o ponto comercial.
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Lojistas pedem empenho na adoção de medidas de segurança no comércio Por Ceça Ataídes
T
emerosos com a violência na cidade, os lojistas do Centro do Recife – comércio tradicional – têm que recorrer à aquisição de aparatos tecnológicos, como câmeras de segurança, e à contratação de segurança privada para combater a criminalidade, trazendo mais tranquilidade para a loja e para os clientes. Cansado de roubos de mercadorias ou de carteiras e assaltos às lojas, o empresariado aposta principalmente na adoção de sistemas de monitoramento para coibir a prática. A expectativa é que a nova gestão da prefeitura possa reduzir os assédios de marginais, que ocorrem até mesmo à luz do dia. Em uma pesquisa da Federação do Comércio de Bens, Serviço e Turismo do Estado de Pernambuco (Fecomércio-PE) realizada na primeira quinzena deste ano com empresários e gerentes de lojas do comércio local, a segurança ficou como o segundo item apontado pelos entrevistados para que sejam feitos investimentos do setor público. Uma fatia de 32,93% de um total de 416 pessoas ouvidas no Recife pediu mais segurança para lojistas e clientela. A pesquisa foi realizada em áreas do comércio tradicional e nos principais shopping centers da cidade.
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Gilberto Martins, gerente da Marcos Roupas
Gilberto Martins, gerente da loja de roupas masculina Marcos Roupas, disse que concorda com a pesquisa e que não há segurança no local onde funciona a loja, na Praça Maciel Pinheiro, no Centro da cidade. “Os assaltos são constantes e em plena luz do dia. À noite, a praça se torna um ponto de drogas e prostituição”, registra. Ele também se queixa da morosidade do atendimento da Polícia Militar aos chamados dos lojistas. “Existe uma guarita funcionando aqui na porta, o que não evita assaltos e furtos às lojas.” A opinião de Fabiano Oliveira, gerente da loja Figueiras Calçados,
filial da Rua do Hospício, não é muito deferente. Ele disse que, antes do Carnaval deste ano, duas lojas na mesma rua foram assaltadas antes do meio-dia. “A filial da Figueiras Calçados na Avenida Conde da Boa Vista foi assaltada no ano passado e os marginais conseguiram fugir tranquilamente”, conta ele. Fabiano Oliveira comentou que, com o Pacto pela Vida, programa do governador Eduardo Campos, que investiu fortemente na modernização das polícias e em outras ações na área de defesa social, houve uma redução nos índices de criminalidade, “mas ainda está muito longe de haver segurança para o comércio”.
Localizada na Avenida Conde da Boa Vista, a loja Luzitânia Moda Intima é constantemente assediada por trombadinhas, que andam na extensa via atrás da prática de pequenos furtos. O gerente da empresa se queixou também da desorganização urbana. “O prefeito tem que rearrumar o comércio. Há muita sujeira, camelôs que invadem as ruas, concorrendo com as lojas. Temos que contratar seguranças que ficam na porta da loja para evitar a invasão de marginais”, declara o gerente. O presidente do Sistema Fecomércio-PE, Josias Albuquerque, reconhece a deficiência da segurança no comércio. Ele disse, no entanto, que existe um esforço do Governo do Estado, e agora também da Prefeitura do Recife, em garantir condições seguras de se trabalhar. De acordo com Josias, além da segurança, a mobilidade também precisa de ajustes para que ocorra melhoria no fluxo de logística comercial. “Nas ruas da cidade,
Principais ações do prefeito para melhorar o comércio no Recife - opinião de empresários (%)
Reduzir carga tributária
43,51
Melhorar a segurança
32,93
Melhorar transporte público
25,72
Organizar o comércio informal
23,56
Limpeza da cidade
21,63
Melhorar o escoamento das chuvas
há uma invasão de carros e os pedestres não têm como andar. Sem falar que as calçadas estão muito esburacadas. O problema é muito sério”, comenta o presidente da Fecomércio-PE. Fabiano Oliveira, gerente da Figueiras Calçados
13,94
Mas ele está otimista quanto à melhoria futura tanto para a segurança quanto para a mobilidade urbana no Recife. “O prefeito está empenhado em solucionar os graves problemas. Quero conclamar às entidades sindicais que se engajem nas iniciativas para o bem comum, para que as dificuldades sejam superadas.” O presidente da Fecomércio-PE revelou que vai articular um encontro entre o prefeito Geraldo Júlio e um grupo de empresários para conversar sobre estes temas e poder conhecer e apoiar as iniciativas, dentro do programa da nova gestão municipal, que viabilizem a solução destas pendências e tragam benefícios reais para o varejo. “Temos que estar todos comprometidos para que essas providências sejam adotadas”, concluiu. Informe Fecomércio-PE |JAN/FEV 2013
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FOTO: Djair Pedro / SDS
ENTREVISTA | WILSON DAMÁZIO Secretário Estadual de Defesa Social
Secretário de Defesa Social afirma que índices de crimes no comércio têm diminuído significativamente O secretário estadual de Defesa Social, delegado Wilson Salles Damázio, em entrevista, fala sobre o tema e afirma que, entre os municípios brasileiros, “não é o Recife a cidade onde a população se sente mais insegura”.
INFORME FECOMÉRCIO: Em pesquisa da Fecomércio realizada no começo deste ano, uma fatia de 32,93% dos empresários e gerentes de lojas locais pede mais segurança ao novo prefeito do Recife. Qual a sua opinião sobre a demanda? Existe um clima de insegurança no comércio?
Wilson Damázio está à frente da pasta desde abril de 2010 (numa segunda gestão consecutiva), tendo como um dos objetivos promover a defesa dos direitos do cidadão e da normalidade social, através dos órgãos e mecanismos de segurança.
WILSON DAMÁZIO: Em pesquisas nacionais, o tema segurança é a maior preocupação em quase todas as capitais. Inclusive não é o Recife a cidade onde a população se sente mais insegura. A população de São Paulo, por exemplo, se sente mais insegura do que a recifense. Na capital pernambucana, embora a preocupação com segurança exista, as pesquisas indicam que este número vem sendo reduzido ano a ano. Com o Pacto pela Vida, a redução dos crimes contra a vida e contra o patrimônio vem ensejando uma melhoria da percepção das pessoas e do comércio em relação à segurança.
Com relação à segurança no comércio referente a arrombamentos e assaltos a estabelecimentos comerciais, o secretário considera que os índices desse tipo de crime têm diminuído significativamente depois do relançamento em 2012 do programa Patrulha dos Bairros. A revista Informe Fecomércio-PE conversou com o secretário Wilson Damázio. Confira, a seguir, a entrevista na íntegra.
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Assaltos e arrombamentos a estabelecimentos comerciais são constantes em toda a Região Metropolitana do Recife e interior. Como os comerciantes devem proceder para terem mais segurança? Como recorrer à polícia? Após o relançamento do programa Patrulha dos Bairros, em agosto de 2012, vemos que o índice desse tipo de crime tem diminuído significativamente. Hoje é fácil acionar a polícia através do Centro Integrado de Defesa Social (190) ou diretamente com as viaturas que patrulham as áreas, como é o caso da Patrulha do Bairro.
André Marinho /Thiago Maranhão
Os comerciantes devem investir em segurança privada? Que tipo de segurança? Da mesma forma que os bancos e escolas investem em segurança privada, os comerciantes que sentirem essa necessidade devem contratar um profissional capacitado para realizar um levantamento das suas necessidades e orientá-los para implantar um sistema (projeto) que atenda àquela demanda. O problema da criminalidade é consequência de vários fatores, como falta de educação de qualidade, política eficiente de combate ao uso de drogas (adolescentes roubam e até matam para obter dinheiro para comprar drogas) e falta de leis mais duras no país. Qual a sua opinião? O problema das drogas não atinge apenas as classes menos favorecidas da sociedade. Com frequência, são noticiados crimes bárbaros cometidos por pessoas de classe A e B. Quanto às leis, elas existem, basta que os órgãos competentes tenham condições (estrutura) para aplicá-las. O que está sendo feito em Pernambuco para dar mais segurança aos comerciantes e clientes? Há projetos em desenvolvimento ou efetivamente postos em prática? Não apenas para os clientes e comerciantes, mas para toda a população do Estado, o governo tem investido maciçamente em segurança, contratando novos policiais e capacitando todo o efetivo; melhorando as instalações dos seus órgãos operadores; renovando a frota; investindo em tecnologia, como a instalação de câmeras nas ruas; relançando e ampliando a Patrulha do Bairro; lançando programas de prevenção realizados pela SDS e outras secretarias, entre outras ações. Existe uma política governamental especifica para dar ocupação aos jovens, evitando a desocupação deles nas ruas e o uso de drogas? O Governo do Estado criou o programa Atitude nas Ruas para atuar diretamente com aquelas pessoas que estão dominadas pelo vício das drogas e em situação de vulnerabilidade. Este programa será duplicado durante este ano de 2013. Existe algum projeto ou ação do governo para tornar as cidades mais seguras? Todo esse conjunto de medidas informadas acima tem o objetivo de tornar as cidades mais seguras, e com a parceria com os novos governos municipais investindo na área social temos certeza de que continuaremos propiciando uma condição de vida melhor para o pernambucano e todos os que aqui residem ou nos visitam.
Rua Dr. Manoel Borba, 68, Centro, Garanhuns, Pernambuco, CEP: 55.295-020 Tel./Fax: (81) 3761.0148 E-mail: scvgaranhuns@yahoo.com.br Informe Fecomércio-PE | JAN/FEV 2013
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Mercado atrai educação para interior do Estado Nos últimos anos, surgiram diversos polos universitários públicos e privados em várias cidades pernambucanas para oferecer a formação de profissionais e evitar a saída de estudantes para outros municípios Por Tony Duda
FOTO: Favip/Divulgação
A
chegada de novas empresas e a movimentação de diversos setores da economia estão mudando o cenário da educação e da formação de mão de obra no interior do Estado. São indústrias, prestadoras de serviço, projetos ligados ao setor agrícola e redes varejistas que expandem seus negócios a cidades pernambucanas, fazendo com que haja procura, na localidade, por profissionais habilitados para executar as atividades. E é exatamente esse dinamismo que tem orientado as instituições de ensino a criarem cursos que atendam à demanda do mercado. “Por isso é preciso que haja a presença da educação para se ter uma mão de obra mais qualificada e que também promova a cidadania”, afirma José Ricardo Diniz, consultor na área da educação e pós-graduado em gestão empresarial. Segundo ele, que também é presidente do Sindicato das Escolas Particulares de Pernambuco (Sinepe), nos últimos anos ocorreu a implantação de diversos polos universitários públicos e privados em várias
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Campus da Favip em Caruaru
cidades interioranas. Entre elas estão Caruaru, Vitória de Santo Antão, Belém de São Francisco, Petrolina, Serra Talhada e Arcoverde. A intenção é tentar suprir um pouco essa necessidade, inclusive de pessoas que moram no entorno de cidades vizinhas a esses polos. De acordo com José Ricardo, toda essa infraestrutura educacional criada acabou evitando a saída de muitos jovens, que até então precisavam deixar a terra natal e se
mudar para outra cidade em busca de estudo e trabalho. Agora muitos deles acabam fazendo carreira em seu local de origem. A Faculdade de Ciências Aplicadas e Sociais de Petrolina (Facape), por exemplo, recebe estudantes principalmente de Pernambuco, Bahia e Ceará. No total, ela oferece oito cursos de graduação e seis de pós-graduação para atender 3,4 mil alunos desses três Estados. “Além dos jovens, há muita gente que já está no mercado de
FOTO: Facape/Divulgação
trabalho e resolve voltar aos bancos da faculdade para fazer uma graduação ou pós”, adianta Rinaldo Remígio Mendes, presidente da Autarquia Educacional do Vale do São Francisco – entidade mantenedora da Facape. Novos cursos Segundo Rinaldo, no próximo semestre deste ano começarão a funcionar mais três novos cursos: bacharelado em serviço social, tecnologia em gestão da informação e tecnologia em sistema para internet. Os planos da Facape envolvem ainda a criação de um centro universitário para garantir maior autonomia na criação de cursos e titulação de professores. Outras novidades, a médio e longo prazo, são a implantação do curso de medicina e a disponibilidade de cursos a distância.
Reconhecimento destaca esforço Não é só na capital que a área de educação ganha destaque. Em Caruaru, por exemplo, a Faculdade do Vale do Ipojuca (Favip) teve o curso de arquitetura e urbanismo reconhecido, ano passado, pelo Ministério da Educação (MEC) como o melhor de Pernambuco e o quinto do Norte/Nordeste. A instituição de ensino obteve a nota 4. “Este resultado reflete o trabalho sério que temos feito na Favip. Estamos colhendo o fruto da dedicação de nossos professores, colaboradores e alunos”, comemora a diretora-geral da Favip, Mauricélia Vidal. Ela acrescenta que, em seis anos de funcionamento, o curso de
arquitetura e urbanismo tem contribuído na organização não só do espaço construído de Caruaru, mas também no desenvolvimento de um ambiente que permita uma melhoria da qualidade da população da mesorregião do Agreste de Pernambuco. Com 15 cursos de graduação, sendo dez no modelo tradicional e outros cinco de curta duração, a Favip conta com dois campus e também investe na educação continuada oferecendo 17 opções de pós-graduação. Com atuação local, mas com olhar para o mundo, a Favip integra agora a DeVry Brasil, que faz parte do DeVry Inc., um dos maiores grupos educacionais norte-americanos, com mais de 80 anos de atuação, que está presente em 40 países e conta com mais de 125 mil alunos no mundo. A Facape também colhe seus méritos. Ano passado, a instituição de ensino recebeu o selo OAB Recomenda, que confere qualidade no ensino na área jurídica. Recebeu também a Comenda Paulo Freire, do Conselho Estadual de Educação, como prêmio de destaque na gestão.
Cursos técnicos também ganham espaço No site do Ministério da Educação, há credenciadas pelo menos 104 instituições de ensino superior em Pernambuco. Mas não é só o ensino superior que participa da formação e do preparo da mão de obra para o mercado de trabalho. O consultor na área da educação José Ricardo Diniz também cita a importante atuação das escolas técnicas de nível médio – são 16 unidades no total no Estado – e os cursos de formação do Sistema “S”, envolvendo o Serviço Social do Comércio (Sesc) e o Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac). Mesmo com todo esse aparato educacional, o Estado ainda é carente de mão de obra e gente mais qualificada. Tanto que ainda há casos em que profissionais de outros Estados ou até mesmo de fora do Brasil são recrutados para preencher vaga e atender às necessidades da empresa. Ocorreu por exemplo em Goiana, na fábrica da Fiat, e nas recentes seleções de pessoal para Suape, na qual sobraram vagas.
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TRIBUTÁRIO EM PAUTA | LUIS RODRIGUES
Assessor tributário da Fecomércio-PE luisrodrigues@alradvocacia.com.br
O consumidor e o direito à informação dos tributos embutidos na compra
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o fim do ano de 2012, mais precisamente no dia 10 de dezembro, foi editada a Lei Federal 12.741, dispondo sobre medidas de esclarecimento ao consumidor acerca dos impostos que incidam sobre mercadorias e serviços objetos do seu desejo de compra e, por consequência, alterando o Código de Defesa do Consumidor para inserir como direito básico do comprador a obrigatoriedade da informação dos tributos incidentes. A informação do tributo incidente que influenciar na formação do preço de venda deverá constar do documento fiscal ou equivalente, separadamente, em relação a cada produto ou serviço, por ocasião da venda, podendo o valor ser informado por aproximação, o que resultará na informação da totalidade dos tributos federais, estaduais e municipais. Assim, deve constar do documento fiscal ou equivalente o ICMS, o ISS, o IPI, o PIS e a Cofins incidentes sobre a operação de venda, e o IOF, a Cide, bem como os tributos vinculados à importação, se for o caso. Tais informações em termos percentuais sobre o preço de venda ou em valores monetários poderão ser fornecidas em meio impresso, em painel afixado em local visível ou, ainda, em qualquer outro meio eletrônico disponibilizado ao comprador no âmbito do estabelecimento. Na mesma linha, se as despesas com pessoal envolvido no processo forem alocadas ao serviço ou produto,
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deve ser informado no documento fiscal ou equivalente o valor da contribuição previdenciária correspondente aos empregados e ao empregador. Ressalte-se que a informação relativa ao IOF é restrita aos produtos financeiros e, quando não for exigida para a operação a emissão de documento fiscal, a informação pode ser feita através de tabelas expostas no estabelecimento. Destaque-se a determinação da lei de que os valores dos tributos podem ser informados por aproximação e que, adotada tal opção, mesmo que apurados sobre cada operação, esses valores poderão ser calculados e fornecidos, semestralmente, por instituição nacional reconhecida como idônea voltada primordialmente à apuração e análise de dados econômicos. Portanto, a lei está amparada pelo nobre e constitucional princípio de bem informar e prestar esclarecimentos ao consumidor sobre os impostos que paga ou suporta, conforme determina o artigo 150 da Constituição Federal. Sem entrar no mérito da discussão conceitual quanto a tributos, impostos e contribuições sociais, o fato é que a norma veio preencher uma lacuna no que concerne a direito constitucional básico do consumidor. A falta da informação nos termos exigidos constantes dos dois primeiros artigos da lei remete às sanções administrativas previstas no Código de Defesa do Consumidor. Aqui, sem considerar outros possíveis aprimoramentos da norma, poderia ter sido determi-
Ilustração: André Marinho
nada sanção administrativa específica, pois remeter simplesmente e de modo amplo e genérico para aplicação das sanções administrativas previstas no título I, capítulo VII do CDC dará margem a interpretações as mais diversas pelos órgãos fiscalizadores e, consequentemente, resultar em possíveis abusos na lavratura de autos de infração ou até de medidas policiais que darão origem a igual quantidade de processos no contencioso administrativo ou judicial, sem considerar os transtornos desnecessários causados aos operadores do varejo, especialmente. Não resta dúvida de que é de difícil implementação para o comércio varejista, especialmente no ramo com diferenciada gama de produtos sujeitos a diversos tributos com diferentes alíquotas e formas de cálculo, mesmo considerando que a lei tem previsão de informar a carga tributária por aproximação, desde que respaldado o cálculo por instituição renomada e de reconhecida idoneidade. Em apertada análise, entendemos que, mais importante do que a alternativa ou flexibilidade do cálculo por aproximação, será conceder um prazo maior para o segmento do varejo se adequar às exigências da nova norma, especialmente os segmentos que comercializam produtos diversificados sujeitos a diferentes tratamentos quanto à apuração dos tributos, o que já é fruto do nosso complexo sistema tributário.
Nesse diapasão, é muito importante uma adequada e cautelosa regulamentação para a sua operacionalização, sem esquecer a exiguidade de tempo. Seis meses parece pouco, mesmo considerando os documentos fiscais emitidos por sistemas eletrônicos, que precisarão de adequações. Assim, se fazem necessários o envolvimento direto e uma atuação firme das entidades de classe representativas do comércio e de serviços para que a regulamentação da lei torne possível a sua aplicação regular e sem maiores transtornos para a classe, sem deixar de atender ao princípio constitucional da informação ao consumidor. Por outro lado, o propósito é bom e é inegável a perspectiva positiva para os setores econômicos vinculados à produção e ao comércio, desde que bem explorada e capitalizada a oportunidade de expor para a sociedade em geral a alta carga tributária imposta pelo governo e embutida nos preços repassados para o consumidor. Se bem conduzida pelas entidades de classe, por exemplo, uma campanha de conscientização do consumidor pode criar um fator que motive alertar o governo a dar um basta na gana de arrecadar cada vez mais, sem contrapartida adequada em benefício da comunidade consumidora, e ainda promover a tão esperada reforma simplificadora do nosso sistema tributário. Informe Fecomércio-PE | JAN/FEV 2013
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Fórum permanente dos Sindicatos de Representantes Comerciais do Nordeste discute políticas para o setor Por Ceça Ataídes
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om apoio do Sistema Fecomércio/Sesc/SenacPE, o Recife sediou no dia 14 de dezembro de 2012, no salão de eventos do SenacPE, o quinto Fórum Nacional Região Nordeste, compreendendo os Estados do Piauí, Maranhão, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe e Bahia. O evento contou com a presença do presidente do Sistema Fecomércio-PE, Josias Albuquerque, e do presidente do Sindicato dos Representantes Comerciais de Pernambuco (Sircope), Severino Cunha (anfitrião do fórum), que, juntamente com a sua diretoria, deu as boas-vindas aos participantes, iniciando os trabalhos às 8h30 do dia 14. “Foi um evento bem-sucedido. O professor Josias antecipou sua volta de viagem ao Rio de Janeiro para prestigiar o encontro”, comemorou o presidente do Sircope, Severino Cunha. Coube ao presidente regional do fórum, Joaquim Maia Júnior, coordenar os trabalhos, falando do objetivo de fortalecer a participação dos representantes comerciais dentro da conjuntura socioeconômica do país. Em seguida, foi dada a
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palavra ao Dr. José Almeida de Queiroz, assessor do presidente e também multiplicador do Serviço de Gestão Sindical (SGES), que foi um dos principais colaboradores para a realização do encontro. A multiplicadora do Ceará, Amanda Feitosa, também focou as ações do SGES, mostrando detalhes da exitosa experiência daquele Estado, que servirá de exemplo para os demais Estados do Nordeste. O presidente do Sistema Fecomércio-PE, Josias Albuquerque, saudou os visitantes, empolgando a todos com a demonstração das ações da Fecomércio, do Sesc e do
Senac no Estado de Pernambuco e se colocando à disposição dos representantes comerciais no pleito do curso de gestão a distância. O primeiro horário foi encerrado para o almoço servido pelos alunos do curso de culinária do Senac-PE, seguido de distribuição de brindes, ficando o segundo horário para os debates. Terminados os trabalhos, o presidente do fórum, Joaquim Maia Júnior, agradeceu a importante acolhida, informando que o próximo encontro será de 15 a 17 de maio deste ano na cidade de Curitiba, no Paraná.
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UMA NOVA MARCA. A COMPETÊNCIA DE SEMPRE . A marca do Senac está presente em todo o Brasil e faz parte da vida de milhares de brasileiros que buscam, na formação profissional, uma oportunidade de crescimento e realização pessoal. Eles se transformam e ajudam o país a se transformar para melhor, como a nova marca do Senac. pe.senac.br
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facebook.com/senacpe
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