A revista do comércio de Pernambuco | Ano II – nº 11 | Set-Out/2013
Unidade do
Sesc Ler
leva qualificação para Goiana
Pernambuco registra aumento do mercado de festas infantis
O bom e velho boteco volta a estar na moda
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Goiana ganha maior Sesc do Estado
A
noite de 18 de outubro marcou a inauguração da maior e mais moderna unidade do Sesc Ler em Pernambuco, no município de Goiana. A obra que o Sesc entregou à cidade e à cultura do Estado de Pernambuco vai mudar completamente a vida da comunidade local e das áreas circunvizinhas, para melhor, muito melhor. A inauguração reuniu inúmeras autoridades, representantes de todos os poderes, da sociedade pernambucana, da imprensa e do clero. Mas, foi o povo da cidade que fez a diferença. Com um sorriso estampado no rosto, cada um mostrava a alegria de ter ganho um presente tão grande, não só no tamanho, mas, principalmente, no que ele vai trazer de benefícios para os goianenses. O Complexo Educacional de Goiana inclui uma praça de eventos, que homenageou o expedicionário Henrique Fenelon, dando-lhe o nome, pai de Aguinaldo Fenelon, autoridade maior de nosso Ministério Público; um Ginásio Olímpico, que recebeu o nome do desembargador Nildo Nery; um teatro que recebeu o nome do historiador da Academia Pernambucana de Letras (APL) Antonio Correia de Oliveira, goianense; um Museu de Arte Sacra, que recebeu o nome de Maximiano Campos, falecido poeta e pai do governador do Estado de Pernambuco, Eduardo Campos; um conjunto de 20 salas de aula, todas informatizadas; um restaurante para os alunos; um estádio de futebol com capacidade para 10 mil pessoas; uma quadra de futebol de areia, uma quadra de futebol soçaite; um parque aquático com três piscinas olímpicas, uma ciclovia e uma pista de cooper. O dono do mais tradicional restaurante da cidade, o Buraco da Gia, seu Luiz Moraes, foi o maior homenageado da noite, por ter dado nome a todo o Complexo Educacional do Sesc. Uma justa homenagem ao símbolo gastronômico do município. A reportagem de capa da revista Informe Fecomércio-PE não poderia ser outra. Uma boa leitura e até a próxima! Josias Albuquerque Presidente do Sistema Fecomércio/Senac/Sesc-PE e vice-presidente administrativo da CNC presidencia@fecomercio-pe.com.br
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SUMÁRIO
26 CAPA
Goiana recebe sétima unidade do Sesc Ler em Pernambuco
A Revista do Comércio do Estado de Pernambuco Sede Provisória: Rua do Sossego, 264, Boa Vista, Recife, Pernambuco, CEP 50050-080 Tel.: (81) 3231.5393 - Fax: (81) 3222.9498 www.fecomercio-pe.com.br e-mail: imprensa@fecomercio-pe.com
Wanderley; Dir. p/ Assuntos de Consumo Silvio Antonio de Vasconcelos Souza; Dir. p/ Assuntos de Turismo José Francisco da Silva; Dir. p/ Assuntos do Setor Público Milton Tavares de Melo Júnior; Dir. p/ Assuntos do Comércio Exterior Celso Jordão Cavalcanti. Conselho Fiscal - Efetivos: João Lima Cavalcanti Filho, João Jerônimo da Silva Filho, Edilson Ferreira de Lima
Presidente Josias Silva de Albuquerque 1º Vice-Presidente Frederico Penna Leal; 2º Vice-Presidente Bernardo Peixoto dos Santos O. Sobrinho; 3º Vice-Presidente Alex de Oliveira da Costa; Vice-Presidente p/ Assuntos do Comércio Atacadista Rudi Marcos Maggioni; Vice-Presidente p/ Assuntos do Comércio Varejista Joaquim de Castro Filho; Vice-Presidente p/ Assuntos do Comércio de Agentes Autônomos Severino Nascimento Cunha; Vice-Presidente p/ Assuntos do Comércio Armazenador José Carlos Raposo Barbosa; Vice-Presidente p/ Assuntos do Comércio de Turismo e Hospitalidade Júlio Crucho Cunha; Vice-Presidente p/ Assuntos do Comércio de Serviços de Saúde José Cláudio Soares; 1º Dir.-Secretário João de Barros e Silva; 2º Dir.-Secretário José Carlos da Silva; 3º Dir.-Secretário José Stélio Soares; 1º Dir.-Tesoureiro José Lourenço Custódio da Silva; 2º Dir.-Tesoureiro Roberto Wagner Cavalcanti de Siqueira; 3ª Dir.-Tesoureira Ana Maria Caldas de Barros e Silva; Dir. p/ Assuntos Tributários Diógenes Domingos de Andrade Filho; Dir. p/ Assuntos Sindicais José Manoel de Almeida Santos; Dir. p/ Assuntos de Relações do Trabalho José Carlos de Santana; Dir. p/ Assuntos de Desenvolvimento Comercial Eduardo Melo Catão; Dir. p/ Assuntos de Crédito Michel Jean Pinheiro
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Sindicatos Filiados: Sind. do Comércio de Vendedores Ambulantes do Recife, Olinda e Jaboatão - Tel.: 3224.5180 Pres. José Francisco da Silva; Sind. do Comércio Varejista de Catende, Palmares e Água Preta - Tel.: 3661.0775 Pres. Sérgio Leocádio da Silva; Sind. do Comércio de Vendedores Ambulantes de Caruaru - Tel.: 3721.5985 Pres. José Carlos da Silva; Sind. dos Lojistas no Comércio do Recife - Tel.: 3222.2416 Pres. Frederico Penna Leal; Sind. do Comércio Varejista de Gêneros Alimentícios do Recife - Tel.: 3221.8538 Pres. José Lourenço Custódio da Silva; Sind. do Comércio Varejista de Produtos Farmacêuticos do Estado de Pernambuco - Tel.: 3231.5164 Pres. Ozeas Gomes da Silva; Sind. do Comércio Varejista dos Feirantes do Estado de Pernambuco - Tel.: 3446.3662 Pres. João Jerônimo da Silva Filho; Sind. do Comércio Varejista de Materiais Elétricos e Aparelhos Eletrodomésticos do Recife - Tel.: 3222.2416 Pres. José Stélio Soares; Sind. do Comércio Varejista de Garanhuns - Tel.: 3761.0148 Pres. João de Barros e Silva; Sind. do Comércio de Hortifrutigranjeiros, Flores e Plantas do Estado de Pernambuco - Tel.: 3252.1313 Pres. Alex de Oliveira da Costa; Sind. do Comércio de Jaboatão dos Guararapes Tel.: 3476.2666 Pres. Bernardo Peixoto dos Santos O. Sobrinho; Sind. do
Comércio Varejista de Maquinismos, Ferragens e Tintas do Estado de Pernambuco - Tel.: 3221.7091 Pres. Celso Jordão Cavalcanti; Sind. do Comércio Varejista de Petrolina - Tel.: 3861.2333 Pres. Joaquim de Castro Filho; Sind. dos Lojistas do Comércio de Caruaru - Tel.: 3722.4070 Pres. Michel Jean Pinheiro Wanderley; Sind. do Comércio de Autopeças do Estado de Pernambuco - Tel.: 3471.0507 Pres. José Carlos de Santana; Sind. dos Representantes Comerciais e Empresas de Representações Comerciais de Pernambuco - Tel.: 3226.1839 Pres. Severino Nascimento Cunha; Sind. das Empresas de Comércio e Serviços do Eixo Norte - Tel.: 3371.8119 Pres. Milton Tavares de Melo Júnior Conselho Editorial: Lucila Nastassia, Nilton Lemos, José Oswaldo Ramos Coordenação-Geral/Edição: Lucila Nastassia Reportagens: Alynne Oliveira, Bruna Oliveira, Denise Vilar, Jorge Gomes, Lindalva Coelho, Maria das Candeias, Nilton Lemos, Thais Neves, Tony Duda (Multi Comunicação); Julliana Araújo, Julia Sette Capa: André Marinho Diagramação: André Marinho / Thiago Maranhão Fotos: Agência Rodrigo Moreira Revisão: Laércio Lutibergue Impressão: Gráfica Flamar / Tiragem: 7.000 exemplares Obs.: Os artigos desta revista não refletem necessariamente a opinião da publicação.
6 Notas
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12 Economia em pauta
13 Vamos dançar?
20 Jurídico em pauta
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24 Turismo em pauta
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34 Brincadeira é coisa séria
Artigo: O Brasil é o único certo?
Alimentação saudável em alta
Petrolina ganhou novas instalações do Sesc e do Senac Contribuição Sindical fortalece segmento do comércio de bens e serviços
36 Ouvidoria em pauta
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Intercâmbio de conhecimento
Inovação, um aliado para aumentar a eficiência no negócio Entrevista: José Carlos Elias
50 Tributário em pauta
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Comida de boteco é diferencial para atrair público
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O poder de conquistar clientes há mais de cem anos |5
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NOTAS
Lista de bilionários A revista Bloomberg divulgou sua lista anual dos 100 maiores bilionários do mundo, expondo algumas novidades. O empresário Eike Batista, que ano passado estava entre os 30 primeiros, desta vez não entrou no ranking. O brasileiro mais bem colocado é Jorge Paulo Lemann, no 28º lugar, seguido de Joseph Safra, que aparece na 80ª posição. No topo, Bill Gates retomou a liderança, desbancando o mexicano Carlos Slim. Lemann é sócio do fundo de private equity 3G Capital, dono da rede de lanchonetes Burger King e grande acionista da Ambev e da fabricante de catchup Heinz, entre outras empresas. Sua fortuna aumentou 14,7% este ano, para US$ 21,5 bilhões. Já Joseph Safra, do Banco Safra, viu sua riqueza crescer 17,9%, para US$ 13 bilhões. Dos 100 bilionários, 89 são homens e apenas 11 são mulheres. A idade média é de 67 anos e o bilionário mais novo é o fundador do Facebook, Mark Zuckerberg, de 29 anos – o mais velho é Karl Albrecht, de 93 anos. A riqueza conjunta de todo o ranking, de US$ 2,1 trilhões, representa 2,9% do PIB global.
Turismo levado ao Sudeste
A Prefeitura do Recife, por meio da Secretaria de Turismo e Lazer, em parceria com a Associação de Hotéis de Porto de Galinhas, Distrito Estadual de Fernando de Noronha e a operadora de viagens CVC, promove o Road Show Destinos Mais. O projeto foi dividido em duas etapas – São Paulo (outubro) e Minas Gerais (novembro). O principal objetivo dessa ação é capacitar agentes de viagens para possibilitar a venda efetiva desses destinos de Pernambuco. O treinamento dos profissionais de turismo será diferenciado, com a participação de atores que irão encenar os principais atrativos turísticos que envolvem Recife, Porto de Galinhas e Fernando de Noronha. A expectativa é atingir diretamente 50 profissionais, entre agentes de viagens, operadores e jornalistas especializados em turismo, em cada cidade.
Além dos campos de futebol Apesar de os clubes de futebol no Brasil serem famosos por administrar dívidas exorbitantes, as receitas dos times em 2012 atingiram um número impressionante, segundo o relatório do Itaú BBA. Com crescimento nominal de 32%, os clubes nunca tiveram acesso a tantos recursos como no ano passado. Desde 2010, os montantes aumentam de forma progressiva, em média de 29% ao ano. Dos 24 clubes brasileiros apontados no relatório da consultora, o Grêmio, o Atlético-MG, o Fluminense e o Botafogo apresentaram avanços consideráveis em relação ao crescimento da receita. (Fonte: Portal Revista Exame)
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Sistema do MTE passa a requerer certificação digital Empresas e sindicatos que utilizam as funções do Homolognet, sistema do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) para o cadastro de informações sobre rescisões contratuais, deverão adquirir o certificado digital no modelo ICP-Brasil para acessar a ferramenta. A decisão está contida na portaria do MTE n° 855 de 14 de junho e está valendo desde 16 de setembro. Implantado em 2010, o Sistema Homolognet é uma ferramenta que facilita o processo de homologação possibilitando, via internet, a elaboração de cálculos trabalhistas e a geração dos Termos de Rescisão e de Homologação, que serão utilizados como instrumentos de quitação das verbas devidas nas rescisões dos contratos de trabalho firmados por empregados com mais de um ano de serviço. A CNC e a Certisign, autoridade certificadora emitente dos certificados digitais, firmaram um convênio que permite às federações do comércio a comercialização dos certificados digitais, proporcionando agilidade e segurança na aquisição. (Fonte: CNC)
Famílias com dívidas aumentam
Comércio é destaque
O percentual de famílias que relataram ter dívidas com cheque pré-datado, cartão de crédito, cheque especial, carnê de loja, empréstimo pessoal, prestação de carro e seguro alcançou 62,1% em outubro de 2013, avançando em relação aos 61,4% observados em setembro, bem como em relação aos 59,2% de outubro de 2012. É o que revela a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), divulgada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Sobre as famílias com dívidas ou contas em atraso, o percentual seguiu a mesma tendência, aumentando em ambas as bases de comparação: o percentual de famílias inadimplentes alcançou 21,6% em outubro de 2013, ante 20,6% em setembro de 2013 e 20,5% em outubro de 2012. Já o percentual de famílias que declararam não ter condições de pagar suas contas ou dívidas em atraso e que, portanto, permaneceriam inadimplentes, também apresentou crescimento nas comparações mensal e anual, alcançando 7,3% em outubro de 2013. (Fonte: CNC)
O setor de comércio passou a ser o setor mais representativo entre as empresas de alto crescimento, segundo aponta a pesquisa Demografia das Empresas, divulgada nesta sexta-feira, 23 de agosto, pelo IBGE. O estudo mostra que, em 2011, 26,7% das empresas de melhor desempenho pertenciam ao setor. Em seguida aparecem as indústrias de transformação (23,3%) e construção (12,9%). De acordo com o estudo, empresas de alto crescimento são aquelas que empregam pelo menos dez trabalhadores e apresentam expansão de pessoal ocupado acima de 20% ao ano durante três anos. O IBGE levantou informações sobre 4,5 milhões de empresas em todo o país que, juntas, empregam 39,3 milhões de pessoas, com salário médio de R$ 1.578,27. (Fonte: CNC)
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Alimentação saudável em alta
Por Alynne Oliveira
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Brasil vem registrando um aumento significativo no consumo de produtos naturais. Segundo estudos realizados pela Euromonitor Internacional, empresa especialista em pesquisa de estratégia para mercados consumidores, a perspectiva é que o crescimento alcance cerca de 40% até 2014, chegando a registrar aumento acima do mercado tradicional. A pesquisa aponta como possíveis motivos desses números o desenvolvimento econômico da nova classe média, que está consumindo além de suas necessidades básicas e se tornando mais criteriosa nas suas escolhas alimentares; o aumento de doenças ligadas à má alimentação, como obesidade e diabete; e os avanços científicos na área, buscando determinar os benefícios de certos alimentos para a saúde. O estudo levou em consideração alimentos e bebidas diet, light, orgânicos, além de produtos específicos para as pessoas que têm intolerância a certos alimentos, como lactose e glúten. Seguindo o crescimento dos produtos saudáveis e visando à expansão da clientela, o comércio e a indústria estão cada vez
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mais investindo na produção de alimentos mais saborosos e com preços acessíveis para atender não só a quem possui intolerância, mas também àqueles que optaram por seguir uma dieta com a ausência destas substâncias. Algumas empresas já provam o sucesso neste ramo de alimentos saudáveis, como a Mundo Verde, criada em Petrópolis, Rio de Janeiro. A empresa tem atualmente 267 unidades franqueadas em todo o país e duas no exterior, segundo dados da Associação Brasileira de Franchising (ABF), atendendo por dia quase 45 mil clientes e liderando o setor na América Latina. Fora os produtos alimentícios, a Mundo Verde comercializa artigos relacionados ao bem-estar, como CDs e livros. Em Pernambuco, a empresa tem nove lojas e brevemente abrirá uma loja em Caruaru. Uma delas está localizada no Shopping Recife. “O aumento do público é grande, chega a quase 50%. A maioria ainda é de pessoas com intolerância a determinados alimentos, mas temos muitos clientes que compram produtos naturais para cuidar da saúde e também emagrecer”, conta a supervisora Vânia Lúcia Santos.
Oportunidade de negócio para produtos especializados
Mesmo com a economia do as pessoas da necessidade de Brasil mostrando sinais de uma alimentação balanceada, desaceleração no ano passado, hoje as empresas investem na a nova tendência de consumo ampliação cada vez maior no ramo da classe média promete se e a tendência é a transformação consolidar no mercado à medida para um mercado de massa. O que milhões de brasileiros entram empreendedor que desejar atender nesta classe. Além disso, o maior este mercado pode encontrar bons acesso destas pessoas ao ensino números de crescimento e uma superior, portanto um maior nível oportunidade de negócio. de instrução, está ligado diretamente ao consumo de alimentos saudáveis. “O aumento do público é grande, Não adianta consumir chega a quase 50%.” determinado alimento se você desconhece os VÂNIA LÚCIA SANTOS benefícios deles. Essas mudanças sociais que interferem no país ampliam as oportunidades para as empresas que desejam investir no setor. O principal impulsionador deste setor é o rápido crescimento da classe média, mas também se deve à mudança e à preocupação do brasileiro em consumir produtos que proporcionem bem-estar e prolonguem a expectativa de vida de maneira saudável. Se antes a dificuldade era convencer
Além das lojas físicas, serviços diferenciados como a entrega em domicilio apontam como uma alternativa para a falta de tempo diária. Exemplo disso é o site Mercadinho Alegria, criado a partir de uma necessidade pessoal. Precisando consumir produtos sem lactose, ovo e soja por causa do filho que nasceu alérgico a esses alimentos, a proprietária MARINA MOURY FERNANDES teve dificuldades em encontrá-los nas prateleiras dos supermercados e visualizou uma oportunidade de negócio. Atualmente o site oferece produtos como bolos, pães, chocolates, biscoitos entre outros. Tudo nas opções sem lactose, glúten, ovo ou soja, e recentemente ampliou seu portfólio com produtos sem açúcar, para atender o público diabético. Além da novidade: um queijo à base de mandioca. A compra é feita no site e a entrega é realizada em até um dia útil na Região Metropolitana do Recife.
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Funcionando há quatro meses, a empresa já comercializa para todo o Brasil. Marina ainda alerta para a preocupação que deve existir entre os proprietários: a pesquisa sobre a indústria que produz os alimentos, verificando se elas compartilham o maquinário com os produtos tradicionais e se há funcionários específicos para realizar esta atividade, já que existem pessoas supersensíveis a lactose, glúten, etc. “Queremos abrir possibilidades, principalmente para
as crianças, além de divulgar, para que mais pessoas conheçam as doenças autoimunes”, conta. Sobre esse aspecto, está programada para novembro a 1ª Pedalada Informativa. Outra opção de produtos naturais é a criação de linhas próprias de produtos saudáveis por grandes redes varejistas. Algumas estão destinando uma distribuição semelhante à dada para as linhas convencionais. Segundo as empresas, como estes produtos estão sendo estocados
ENTREVISTA| KELLY FALCÃO NUTRICIONISTA
Existem benefícios em adotar uma alimentação isenta ou parcialmente isenta de glúten ou leite? A especialista em nutrição clínica Kelly Falcão explica quais os cuidados que se deve ter e a importância de uma dieta diferenciada. INFORME FECOMÉRCIO-PE - Qual a importância de uma dieta sem glúten e sem leite? KELLY FALCÃO - Quem sofre de doença celíaca, intolerância ao glúten, que consiste numa disfunção intestinal crônica com a alteração da mucosa do intestino delgado, deve optar por uma alimentação sem glúten, ou seja, isenta de trigo, aveia, centeio e cevada, o que exige um cuidado adequado na seleção dos ingredientes que serão consumidos. Embora essa dieta se destine particularmente às pessoas que sofrem desta doença, alguns apresentam sensibilidade ao glúten e se beneficiam com uma dieta isenta ou reduzida desta proteína, que pode reduzir o volume da circunferência abdominal; afinar a silhueta; diminuir a retenção de líquidos, favorecendo a sua eliminação; reduzir eficazmente as enxaquecas e as dores de cabeça; aliviar as dores articulares; aumentar os níveis de energia e de vitalidade; reduzir os problemas digestivos, tais como a diarreia, constipação, aerofagia e as dores abdominais; diminuir o desenvolvimento de inflamações das mucosas (garganta, ouvidos) e reduzir os estados depressivos e as alterações psíquicas. Assim como o glúten, a dieta isenta ou com quantidades
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e apresentados nas prateleiras dos supermercados, influenciam consideravelmente na compra. Além disso, a exposição correta desses alimentos ou bebidas junto com as versões tradicionais, e não mais em corredores exclusivos, leva a um aumento de cerca de 20% nas vendas. O efeito a longo prazo é a maior visibilidade destes produtos, já que muitos consumidores costumam “pular” as sessões de alimentos naturais, tornando as pessoas mais conscientes da disponibilidade desses produtos no mercado.
Você sabe o que é glúten? O glúten é uma proteína encontrada no trigo, cevada, aveia, centeio e malte, porém é o trigo a sua fonte mais consumida. Ele é responsável pela consistência elástica característica das massas à base de farinha. Segundo dados da pesquisa realizada pela Science Translation, cerca de 1% da população ocidental tem intolerância ao glúten, ou seja, não possui as enzimas que digerem esta proteína. Essas pessoas são chamadas de celíacas. No mercado há diversas opções para driblar a ausência do glúten na dieta, como farinha de coco, linhaça dourada, quinua, arroz integral ou branco, tapioca, fécula de batata e de mandioca. Desde 2003 existe uma lei, de número 10.674, que obriga os fabricantes a indicar na embalagem do produto se ele contém ou não glúten.
mínimas de leite também tem a sua importância para portadores de sensibilidade a esse alimento. O leite de vaca contém uma proteína chamada lactoglubulina, que não é digerida pelo nosso organismo e entra intacta na corrente sanguínea. O nosso sistema imunológico a identifica como um corpo estranho e inicia uma resposta imunológica e inflamatória. O leite também deve ser evitado por pessoas portadoras de doenças e alergias respiratórias, como rinite e bronquite, pois aumenta a produção de muco. Diferentemente da intolerância à lactose, causada pela falta da enzima “lactase”, responsável pela “digestão” do açúcar do leite (lactose e seus derivados), as reações alérgicas podem ocorrer imediatamente após a ingestão do agente alérgeno ou podem ser retardadas e levar dias para aparecer (o que em geral dificulta a identificação do agente agressor). Os sintomas mais comuns de uma reação alérgica à lactose são dores abdominais, gases (flatulência), sensação de inchaço, cólicas e diarreia. Neste caso, a dieta deve ser isenta de lactose, ou seja, sem leite e derivados ou preparações que a contenham.
milho, tapioca, amaranto e banana verde. Não consumir leite. Optar por leite de soja ou de arroz ou amêndoa. No caso dos queijos, consumir os à base de soja (como o tofu), e em relação aos iogurtes, algumas pessoas os toleram devido à fermentação destes produtos, outras não. Devem ser consumidos vegetais ricos em cálcio e magnésio, como brócolis, couve, espinafre e couve-folha, e peixes como sardinha. Além disso, ler os rótulos é fundamental.
Você tem notado um aumento no número de pacientes com estes problemas?
O mercado de nutrição (nutricionistas) também tem investido neste setor?
Tenho percebido um grande número de pacientes com sensibilidade ao glúten e/ou ao leite.
Sim. Hoje existem no Brasil alguns cursos de atualização e de pós-graduação com um foco maior nessa área.
Quais as principais dicas para eles?
Existe algum outro ponto que você gostaria de reforçar?
Consumir alimentos deve ser prioritário (tubérculos, frutas, verduras, frango, peixe, carnes magras, ovos) e não produtos alimentícios (industrializados). Em termos de cereais, farinhas, bolos e biscoitos, a farinha de trigo pode ser substituída por fécula de batata de arroz ou de
Não se deve retirar o glúten e/ou o leite de todas as pessoas. A dieta é individualizada, levando em consideração idade, hábitos alimentares, exames bioquímicos, doenças associadas e principalmente sinais e sintomas apresentados.
É fácil encontrar no Recife produtos sem glúten e sem lactose? Onde? Já foi mais difícil encontrar, mas hoje existem algumas lojas especializadas nesses produtos em alguns bairros, shoppings, padarias e supermercados. Você tem notado um aumento de locais com este tipo de produto? Sim. Tem-se investido nesses produtos.
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ECONOMIA EM PAUTA| VALDECI MONTEIRO
Consultor econômico do Centro de Pesquisa da Fecomércio-PE valdeci@ceplanconsultl.com.br
Mata Norte pernambucana:
oportunidades e desafios para o desenvolvimento de Goiana e entorno Pernambuco vem passando uma fase de dinamismo por causa de um importante bloco de investimentos. Segundo a Ceplan Consultoria, foram anunciados cerca de R$ 100 bilhões no período de 2007 a 2016, equivalentes a um pouco mais do valor do PIB de Pernambuco calculado para 2010 pelo IBGE. Alguns desses investimentos estão sendo direcionados para o Litoral Norte do Estado, com destaque para o município de Goiana, que sediará a nova unidade da Fiat no Brasil e que deverá atrair dezenas de empresas que comporão um importante polo automotivo, envolvendo também outros municípios do seu entorno. Goiana também se beneficia de outros investimentos, como o polo farmacoquímico, que terá como projeto âncora a Hemobrás; uma unidade de produção de vidros planos, do Grupo Cornélio Brennand (Companhia Brasileira de Vidros Planos); empreendimentos imobiliários, como Northville, Cidade Atlântica e Goiana Beach Life; e investimentos de porte em infraestrutura, entre os quais aeroporto, porto e estradas. Estes investimentos já estão gerando importantes efeitos na economia local, visíveis, por exemplo, na intensificação da urbanização. Além do setor imobiliário, observa-se a tendência de expansão das atividades comerciais e de serviços, com a consequente perspectiva de ampliação da geração de emprego e renda. No entanto, o município de Goiana e seu entorno enfrentam relevantes desafios para potencializar ainda mais a repercussão desse novo contexto econômico. Chama a atenção os dados do Censo de 2010 do IBGE: elevada taxa de analfabetismo (população de 15 anos ou mais de idade) na faixa de 18,6% em Goiana e 22,8% na Mata Norte; participação de apenas 22,6% da população com ensino médio completo em Goiana e 17,2% na Mata Norte; taxa de informalidade do mercado de trabalho de 39,8% da po-
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pulação ocupada em Goiana e 40% na Mata Norte; taxa de 56,6% da população ocupada que ganha até um salário mínimo por mês em Goiana e 60,8% na Mata Norte. O cenário que se desenha é, inevitavelmente, complexo no que diz respeito à inserção da população local em um ambiente que deverá, no médio e no longo prazo, passar por profundas transformações econômicas, sociais e culturais. Diante desse contexto, iniciativas públicas e do setor empresarial se tornam imprescindíveis para viabilizar um melhor aproveitamento local das oportunidades que surgirão. Nesta direção, antecipando-se à demanda socioprodutiva, o Sesc Pernambuco inaugurou recentemente um complexo educacional, esportivo e cultural no município de Goiana, cujo funcionamento ocorrerá de forma plena em 2014, quando a unidade terá capacidade para atender aproximadamente 1.000 alunos da educação infantil, do ensino fundamental e da educação de jovens e adultos, além de oferecer ampla área de lazer e recreação à comunidade local. Na dimensão produtiva, sintonizada com as possibilidades que se apresentam a Goiana e seu entorno, a Fecomércio Pernambuco dará início a um amplo estudo, que inclui a investigação de aspectos concernentes à internalização dos efeitos gerados pelos novos investimentos, em especial no que se refere ao atendimento, sobretudo pelos micros e pequenos negócios locais, da demanda das empresas que estão sendo implantadas na região. Esse esfoço envolverá ainda o mapeamento das oportunidades de negócios e de mão de obra, que levará à formulação de diretrizes visando apoiar as empresas locais a se tornarem fornecedoras diretas ou inidretas dos grandes empreendimentos que estão aportando na região, bem como a se estruturarem para atender à demanda agregada que se vislumbra a partir do efeito renda estimulado por esses projetos.
Vamos dançar? Mercado de dança em Pernambuco em pleno crescimento Por Nilton Lemos
O
mercado de dança de uma forma geral vem crescendo muito, mas diversos profissionais da área ainda não se registraram, o que acaba dificultando uma posição oficial deste segmento cultural em Pernambuco. Segundo o Sindicato dos Artistas e Técnicos em Espetáculos de Diversões no Estado de Pernambuco (SatedPE), de um total de 150 dançarinos cadastrados no Sated-PE, cerca de 30 estão sindicalizados. Em Pernambuco, existem de dois mil a três mil profissionais de dança (em geral), de acordo com a presidente do sindicato. Esse levantamento informal também nos revela cerca de 50 escolas de dança no Recife, sendo
mais de 20 especializadas em dança de salão. Além disso, há mais de 200 espaços alternativos que promovem a atividade no Recife e Região Metropolitana, como academias de ginástica, casas de festa e condomínios. Uma das formas de tentar consolidar o mercado de dança no Estado é através de eventos e apresentações sistemáticas. Foi com esse mote que surgiu na década de 90 e com grande sucesso o projeto Dançando na Rua, que durou sete anos consecutivos, com apresentação de variados estilos de dança nos bairros todas as quintasfeiras. Este ano o projeto foi incorporado ao Recife Antigo de Coração
e vem resgatando o prazer do pernambucano em assistir a belos espetáculos de dança. A Praça do Arsenal, no Recife Antigo, está ficando pequena para o grande público que tem ido prestigiar o evento. “Essa é a oportunidade de os grupos dos vários estilos de dança colocar em prática os trabalhos que estão sendo desenvolvidos. Esta é uma oportunidade que estava faltando no nosso Estado”, diz uma das pioneiras da dança de salão em Pernambuco e coordenadora do projeto, Andrea Carvalho. Segundo a bailarina, antigamente nosso Estado tinha vários eventos de dança, mas, mesmo com a diminuição do número de eventos, é constante o crescimento Informe Fecomércio-PE | SET/OUT 2013
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no número de praticantes de dança nas escolas e grupos pernambucanos. “Sem espaços como este acabamos perdendo muitos talentos para o eixo SulSudeste. Com esse crescimento, toda a cadeia sai lucrando. São empregos gerados na confecção de figurinos, cenários, trilhas sonoras, etc.”, ressalta Andrea, lembrando que “O Dançando na Rua é o maior Pernambuco já chegou a baile ao ar livre do mundo.” figurar no terceiro lugar do ranking nacional de ANDREA CARVALHO dança, mas que hoje deve ocupar a sétima ou a oitava posição. “O Dançando na apresentações de dançarinos, Rua é o maior baile ao ar livre do grupos de escolas de dança e mundo”, vibra Andrea Carvalho. orquestras. “O retorno positivo da inclusão da dança entre as nossas De acordo com o secretário ações, visando proporcionar um de Turismo do Recife, Felipe melhor lazer ao ar livre para a Carreira, o Dançando na Rua tem população, já é bem visível, com contribuído bastante para aquecer o aquecimento do mercado e a o mercado da dança de salão no aprovação do público presente em Recife, bem como da música, todas as edições do Dançando na ampliando a agenda de shows e Rua”, explica o secretário.
Além disso, a Secretaria de Cultura acabou de promover a 18ª edição do Festival Internacional de Dança do Recife, de 21 a 31 de outubro. Foram 27 espetáculos, espalhados em alguns pontos da cidade, para difundir ainda mais a dança no Recife. Fora as apresentações, o festival também contou com a realização de cinco oficinas pedagógicas, voltadas para dança de salão, dança contemporânea, dança de rua, artistas iniciantes na dança e profissionais ligados às áreas de circo e teatro, além de um seminário sobre dança popular. “A Prefeitura do Recife está atenta e sensível para atender aos anseios da população. A dança é uma excelente forma de lazer, além de fazer bem à saúde. Sem dúvida, está nos nossos planos envolver ainda mais o segmento em nossos projetos”, finaliza Carrera. Com a demanda aumentando, os empresários acabaram investindo em locais para se colocar a dança em prática. Além dos tradicionais Clube das Pás e Black-Tie, o Recife ganhou o espaço Open Dance, em Boa Viagem. “Eu, como praticante de dança, sentia falta de um lugar com conforto para dançar, por isso tive a ideia de abrir o espaço”, conta
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especificamente para os adeptos da dança, hoje são quatro. O crescimento do número de praticantes tem ajudado neste impulso”, reforça Fernanda, dona da loja Diz que Dança, que funciona há dez anos em Casa Amarela.
“Antes eram só duas lojas voltadas especificamente para os adeptos da dança, hoje são quatro.” FERNANDA MODESTO
Zuila Correia Dutra, proprietária do Open Dance, que está aberto há pouco mais de um mês. Segundo ela, o espaço tem capacidade para 350 pessoas e, mesmo não tendo atingido a lotação máxima durante seus primeiros dias de atividade, a procura cresce. “Tivemos noites com 40 pessoas, mas já chegamos até a ter 120 pessoas dançando na casa”, conta. Atualmente o espaço abre nas quintas, sextas e sábados, com orquestras, DJs e banda com ritmos caribenhos. COMÉRCIO – Com mais de 20 anos de vivência no mundo da dança, trabalhando com lojas especializadas no ramo, Fernanda Modesto sabe das dificuldades de se manter neste mercado. “Antes eram só duas lojas voltadas
Segundo a empresária, o balé, por exemplo, é uma dança considerada elitista, mas vem ganhando forte difusão em várias camadas sociais. “Hoje muitas escolas estão colocando a prática do balé para seus alunos, seja na Zona Sul ou nas escolas de Nova Descoberta e de outros bairros da Zona Norte”, explica ela, frisando que, para se manter neste mercado, é necessário buscar fornecedores de qualidade e tentar praticar um preço justo.
Balé volta à cena Uma vida dedicada ao balé. Esse é o caso da professora e proprietária da Escola Endança, em Casa Forte, Fátima Guimarães, 46 anos. Desde os 6 anos de vida ela frequenta as aulas de balé. “Minha paixão começou cedo, vendo minha irmã dançar. Aos 6 anos passei a ter aulas, mas foi por
volta dos 9 anos, ao assistir pela TV o espetáculo Gisele, que a paixão bateu forte ”, diz Fatinha, como é carinhosamente conhecida. Depois de ganhar bolsas para estudar a dança no Recife e no Rio de Janeiro, além de ter passado 23 anos dedicados às aulas na escola Studio de Danças, resolveu dar um tempo. “Mas a demanda existia, foram muitos pedidos para voltar a dar aulas e eu, no fundo, também tinha o desejo de desenvolver meu projeto”, lembra. Foi aí que surgiu a Escola Endança. São seis anos de existência e muitos frutos colhidos. “Nesse pouco tempo de estrada, já conseguimos ter duas alunas aceitas pelo tradicional balé Bolshoi”, ressaltou orgulhosa. Fatinha tem notado o crescimento constante pelas turmas de balé, mas muito desse público acaba sendo cíclico, entra e sai da escola, não mantendo uma regularidade. Segundo ela, muitos dos novos alunos acabam sendo da turma iniciante adulto. “São pessoas com idade superior a 20 anos, chegando até mais de 52 anos, que nunca tiveram tempo ou que já fizeram dança há muitos anos”, explica a professora. Ao fim de casa ano a Escola Endança faz sempre um espetáculo especial, que começou no Teatro Valdemar de Oliveira e que hoje lota os mais 2.300 lugares do Teatro Guararapes, no Centro de Convenções.
30 dançarinos estão sindicalizados, 150 dançarinos estão cadastrados Pernambuco deve registrar hoje de dois a três mil profissionais de dança (em geral). Um levantamento informal registra cerca de 50 escolas de dança no Recife, sendo mais de 20 especializadas em dança de salão. FONTE: Sindicato dos Artistas e Técnicos em Espetáculos de Diversões no Estado de Pernambuco (Sated-PE)
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Comida de boteco é diferencial para atrair público
Caldinho, arrumadinho, linguiça e queijos para petisco. É em iguarias como essas que muitos estabelecimentos apostam e as incluem no cardápio para agradar ao paladar dos clientes
Por Tony Duda
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BODEGA de Véio
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les são estabelecimentos simples, sem muito luxo e sem investimento em publicidade, mas atraem públicos variados que buscam jogar papo fora, saborear um bom petisco e molhar a garganta com uma cerveja bem gelada. Lá muitos clientes preferem comer em pé mesmo ou se sentar a uma mesa colocada na calçada do estabelecimento e fazer o pedido direto no balcão. Sem muitas formalidades. O dono já sabe até o nome de muitos clientes e como gostam de serem atendidos. São os chamados botecos que, durante o dia, funcionam como uma pequena mercearia, comercializando de um tudo, mas do fim da tarde em diante, principalmente nos fins de semana, o
estabelecimento ganha mais uma cara de bar, também servindo comes e bebes de pratos regionais. Tudo em um mesmo local. E é esse ambiente que vem atraindo muita gente da cidade, inclusive políticos, artistas e nomes da sociedade, e até mesmo turistas de outros Estados e de fora do país. Um desses negócios de sucesso é a chamada Bodega de Véio, que há mais de 30 anos funciona na Rua do Amparo, em Olinda. Quem entra lá nem imagina que possa encontrar tanta coisa. Nas prateleiras tem feijão, arroz, charque, farinha, enlatados, produtos de limpeza e de higiene, além de outros itens mais pitorescos, como raspa-coco, baleadeira, candeeiro, lâmpada e pá. Tem ainda bebidas nacionais e importadas, uísque de todos os tipos e uma variedade de cerveja, sem falar de espumantes e champanhes.
Sem cardápio definido, os clientes encontram opções variadas de frios, lombo de boi defumado com pimenta-do-reino, picanha defumada, salames variados, azeitona recheada, queijo gorgonzola e queijo-do-reino. “A gente faz o prato na hora”, diz Edival Hermínio da Silva, mais conhecido como Véio, apelido que ele herdou ainda criança. Novos negócios – O negócio familiar deu tão certo que, há cerca de um ano e meio, foi inaugurada uma filial em Serra Negra, no município de Bezerros, no mesmo formato da sede. Os planos não param por aí. A intenção de Edival agora é abrir mais outros dois pontos com esse mesmo perfil nos próximos anos. Um deles provavelmente na região de Casa Forte ou Graças, no Recife, e outro em Porto de Galinhas, no município de Ipojuca. O segredo do sucesso ele tem na ponta da língua. “É uma graça de Deus, porque é um lugar tão comum como outro qualquer. As coisas vão acontecendo naturalmente e a propaganda acaba sendo de boca a boca”, resume Véio. Sempre otimista, ele diz que gosta muito do que faz. “Sempre acredito que amanhã será melhor que hoje”, completa.
Foto: Armando Artoni
“Aqui vem gente do mundo inteiro” Outro case que também atrai
muita gente é a Mercearia Nabuco, no bairro de Parnamirim, na capital pernambucana. Com mais de 40 anos de atuação no mercado, Artur Araújo, mais conhecido como seu Artur, é quem está à frente do negócio tradicional. Lá todos da
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BAR do Neno
família colocam a mão na massa para o negócio funcionar bem. Assim o serviço acaba sendo mais que personalizado. “Aqui vem gente do mundo inteiro. A gente quer morrer no balcão”, brinca a esposa de seu Artur, Dalva Araújo, que faz questão de preparar algumas das iguarias servidas aos clientes. Ela conta que, entre as preferências do público, estão o cachorroquente de charque, a carne de sol, a salada de bacalhau e o sarapatel de bode. E não para por aí. Há ainda sete variedades de uísque, pastel de bacalhau e de carne e outras iguarias. De tudo um pouco e preparado na hora com muito capricho para agradar a todos que batem à porta. Os clientes se sentem tão à vontade que, se deixar, o estabelecimento não tem hora para fechar. Quando se pergunta qual o segredo do negócio, Dalva logo informa que nem ela mesma InformeFecomércio-PE Fecomércio-PE||SET/OUT SET/OUT2013 2013 18 | Informe
sabe. “As pessoas chegam e gostam daqui do ambiente”, afirma Dalva. No entanto, ela adianta que o tempero dos pratos, o ambiente descontraído e o carisma de seu Artur certamente contribuem para atrair tanta gente.
Comida tradicional benfeita Prato de entrada ou principal, a comida de boteco já provou que tem espaço garantido na mesa não só de botecos, mas também de estabelecimentos com outros perfis. Um deles é o Fiteiro Bar, que funciona há mais de dez anos no bairro de Parnamirim, no Recife, e tem entre as pedidas do cardápio caldinho, arrumadinho, frango a passarinho, coxinha de galinha, gratinado de charque e carne de sol, além de empada com sabores diversos. “É o perfil da nossa casa oferecer comida de boteco”, garante o gerente do
estabelecimento, Sérgio Lopes. Na opinião dele, são o hábito e a tradição do pernambucano em apreciar a comida regional que fazem com que os clientes procurem esse tipo de prato na hora de juntar os amigos ou a família para um momento de descontração. Sérgio informa que, além de oferecer os petiscos no estabelecimento, o empreendimento disponibiliza um bufê com comida de boteco para festas e eventos. O tradicional Bar do Neno também aposta nesse tempero regional para agradar ao público e por isso realiza até festivais temáticos, com temperos de outros Estados, incorporando novos pratos ao cardápio. “Isso movimenta a casa. Sem falar que os clientes gostam de um local descontraído, despojado e de uma comida tradicional benfeita”, adianta o proprietário, Lula Sampaio, como gosta de ser chamado. Na opinião dele, o cliente acaba pedindo opções para beliscar e saborear uma boa bebida para iniciar a conversa. Mas muitas vezes o petisco acaba virando o prato principal. Além
do cardápio variado, o outro diferencial do Bar do Neno é o atendimento. “O cliente quer se sentir à vontade, ser atendido com time e até mesmo conversar com o garçom sobre coisas do dia a dia”, comenta.
o público atribui notas e elege a melhor iguaria, considerando critérios como sabor e criatividade na elaboração do tira-gosto, qualidade do atendimento, serviço de bebidas e higiene do local. Paralelamente ao evento, o festival criou pela primeira vez um concurso universitário, incluindo no circuito a Faculdade dos Guararapes (FG) – integrante da rede internacional de universidades Laureate – para selecionar receitas de alunos do curso de gastronomia. O objetivo da iniciativa é também abrir as portas do mercado aos novos talentos, fazendo a ponte entre empresas e futuros profissionais. Seis duplas passaram pelo crivo de uma banca de botequeiros renomados, formada por chefs de cozinha, empresários e experts no assunto. O foco era eleger o melhor petisco elaborado com ingredientes locais,
Cultura influencia o prato
Para o diretor executivo da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes de Pernambuco (Abrasel-PE), Valter Jarocki, cada Estado, cada lugar tem seus petiscos, suas iguarias. Basta viajar por aí para conferir os mais diferentes paladares. “O diferencial é o valor agregado regional, a cultura que influenciará os ingredientes do prato”, distingue. A gastronomia tem tanto peso na atração de pessoas e na geração de negócios que uma pesquisa do perfil dos turistas, realizada em 2012 pelo Recife Conventions & Visitors Bureau, aponta que 45,2% dos turistas que visitam Pernambuco destacam a culinária como um dos atrativos que mais lhe agradam, logo depois da hospitalidade e dos atrativos naturais.
tendo em vista a valorização da culinária pernambucana. Incentivo – Criado em 2004, o Roda de Boteco surgiu em Vitória (ES) com a proposta de incentivar a gastronomia de boteco, resgatar a boemia e a cultura brasileira. Sucesso na capital capixaba e nas cidades de Colatina (ES), Brasília (DF) e Caruaru (PE), o evento já reuniu, nos locais onde foi realizado, cerca de 230 botecos, premiando 45 deles. Ao longo dos nove anos de história e das 21 edições já concluídas, serviu 567 petiscos a mais de 3 milhões de “botequeiros” do Espírito Santo, Pernambuco e Distrito Federal, contando com a colaboração de mais de 650 garçons desses lugares. No Recife, o Roda de Boteco surgiu em 2005 e é realizado pela Ecos Eventos, com apresentação da cerveja Devassa e o apoio da Prefeitura do Recife – Secretaria de Turismo e do Senac-PE.
Criado para eleger o melhor bar, o melhor boteco e o melhor atendimento do Recife, Jaboatão dos Guararapes e Olinda, o Festival Roda de Boteco já está na sétima edição, realizada em outubro deste ano, e reúne 20 estabelecimentos participantes. Petiscos foram criados especialmente para o evento e os clientes é quem são os jurados. Após provar os petiscos criados exclusivamente pelos estabelecimentos participantes,
Foto: Armando Artoni
Festival elege melhor boteco
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JURÍDICO EM PAUTA| JOSÉ ALMEIDA DE QUEIROZ
Consultor da presidência do Sistema Fecomércio-PE almeidajaq@hotmail.com
Ação regressiva acidentária A Advocacia-Geral da União (AGU) vem sucessivamente obtendo êxito em ações regressivas acidentárias em que as empresas descumpriram as normas de segurança e higiene do trabalho, quando comprovadamente ocorrerem negligência de normas de proteção ao trabalho pelos empregadores. A Ação Regressiva visa à garantia ao INSS em receber a restituição dos valores gastos com o segurado acidentado, envolvendo o pagamento de benefício, despesas com medicamentos e internação hospitalar. O ordenamento jurídico brasileiro, no campo constitucional e legal, protege o trabalhador a fim de lhe garantir condições em ambiente de trabalho saudável e seguro. A Constituição Federal, no inciso XXII, artigo 7º, consagra esse direito, reforçado pelos artigos 120 e 121 da Lei nº. 8.213/91, que estabelece a possibilidade da proposição da ação regressiva acidentária contra o empregador do segurado prejudicado. A ocorrência de um acidente de trabalho nunca estará totalmente descartada, surgindo então a necessidade de haver regramento específico para normatizar a matéria, a fim de reparar os eventuais prejuízos que o trabalhador possa vir a sofrer em razão das condições do ambiente de trabalho ou da falta de fornecimento de equipamento de proteção individual (EPI).
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O professor Miguel Horvath Júnior define a ação regressiva acidentária como uma obrigação de natureza indenizatória, visando reparar o dano causado ao trabalhador pelo empregador ou por terceiro. O direito de regresso do INSS tem natureza própria, independentemente de o trabalhador ter ajuizado ação de indenização por danos morais e materiais contra o seu empregador. Entendemos que a responsabilidade do empregador, no caso de ação regressiva acidentária, será subjetiva, havendo necessidade de se provar o dolo ou culpa na ocorrência do acidente do trabalho, ou ainda se foi descumprida norma de segurança, higiene e saúde do trabalho.
SALA de enologia
Petrolina ganhou novas instalações do Sesc e do Senac Por Denise Vilar e Lindalva Coelho
Unidades foram inauguradas no fim de outubro e oferecem equipamentos modernos para uso e capacitação dos moradores da região
O
município de Petrolina, junto com outras cidades do Sertão, destaca-se como polo de desenvolvimento de Pernambuco. A região detém um dos maiores PIBs do Estado e tem forte atuação no setor de serviços, na fruticultura e na produção de vinhos. Esses fatores contribuem para a geração de emprego e renda, provocando uma grande procura por mão de obra qualificada. Para atender à demanda por capacitação e dar mais opções
de entretenimento e lazer para a população, o Sistema Fecomércio/ Senac/Sesc-PE inaugurou, nos dias 24 e 25 de outubro, as novas instalações do Sesc e do Senac em Petrolina. A proposta, segundo o presidente do Sistema Fecomércio/ Senac/Sesc-PE, Josias Albuquerque, é oferecer mais cursos para que as pessoas possam aproveitar as oportunidades de emprego e assim fortalecer a economia. “A região tem forte potencial turístico e uma culinária própria, sendo referência para o Sertão de Pernambuco e da Bahia”, ressalta. Informe Fecomércio-PE | SET/OUT 2013
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Centro de enogastronomia Aproveitar a vocação gastronômica é uma das alternativas de desenvolvimento. Por isso o Senac vai contar com mais espaço para ofertar novos cursos. Com investimento de R$ 2,5 milhões, o Centro de Enogastronomia Empresário José de Souza Coelho tem 1,5 mil metros quadrados de área construída, dispõe de auditório com capacidade para 270 lugares, cozinha didática, lanchonete-escola, cinco salas de aula e sala de enologia, ambiente preparado para receber os cursos de bartender e barista, além de ter toda a infraestrutura para cursos relacionados ao estudo do vinho. De acordo com Maria Erismar Cavalcante, gerente da unidade, o novo espaço traz muitos benefícios, principalmente para o público que deseja se aperfeiçoar ou ingressar neste mercado de trabalho. “Vamos oferecer inicialmente os cursos de sommelier e básico em vinhos”, adianta Erismar. Os cursos visam formar profissionais especializados em vinhos, cervejas ou outros tipos de bebida, com conhecimento em assuntos relacionados aos
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serviços deste segmento. O Senac Pernambuco também vai oferecer novos cursos da área de turismo, como camareira em meios de hospedagem, recepcionista de eventos e gestor de pequenos hotéis e pousada. Com a ampliação, a instituição vai aumentar o número de atendimentos, passando de 2,2 mil para mais de 3 mil pessoas ao ano.
Sesc ampliado
Na área de entretenimento e lazer, o Sesc Pernambuco ganha ambientes mais modernos. O Teatro Dona Amélia foi
reinaugurado com equipamentos de som e iluminação modernos, além do palco, que ganhou dimensões maiores. A casa agora conta com novo mobiliário, oferece 345 lugares e está adaptada à acessibilidade, com disponibilidade de lugares apropriados para obesos e espaços para cadeirantes, além de permitir pessoas com deficiência visual acompanhadas de cão-guia. Durante o período de reforma, o Sesc-PE continuou a oferecer espetáculos em locais alternativos e abertos da cidade, além de utilizar a sala de dança da unidade local. “Por ter o único teatro da cidade, agora o Sesc volta a oferecer ao público e a grupos locais um espaço adequado, com programação sistemática e com qualidade diferenciada para o consumo de cultura”, comemora Jailson Lima, supervisor de cultura da unidade. Jailson informa que a agenda do teatro já está cheia até o fim deste ano, com espetáculos de dança e teatro. O Ginásio de Esportes Marco Antônio Maciel passou por reformas, com a substituição do
JOSIAS Albuquerque (centro) inaugurando o Teatro Dona Amélia
piso em madeira da quadra por um piso sintético de última geração. A unidade também teve ampliação da subestação de energia. Outra novidade foi a instalação do Restaurante dos Comerciários Oscar Sobral (Ioiô), com espaço para 256 pessoas sentadas. O local funciona no horário do almoço (das 11h às 14h) e do jantar (das 18h às 20h30) de segunda a sexta-feira. De acordo com Hednilson Silva, gerente da unidade, a expectativa inicial é de 700 atendimentos por dia. O serviço é aberto à população e aos comerciários com carteirinha do Sesc, a preço diferenciado. Sobre a inauguração e as reformas, Hednilson ressalta que o Sesc buscou melhorar a qualidade do atendimento e das instalações, sempre pensando nos usuários. O investimento foi em torno de R$ 3,7 milhões. Sesc – A unidade do Sesc foi inaugurada em 1991 e dispõe também de salão de festas,
biblioteca, parque aquático com três piscinas, três lanchonetes, salão de jogos e sala de TV, além de oferecer cursos de dança, balé, canto, ginástica, judô, natação, hidroginástica, capoeira, musculação e futsal. Dentro das atividades educativas, estão curso pré-vestibular, educação de jovens e adultos (EJA), preparatório para concursos, educação infantil,
além de um excelente trabalho com grupos da terceira idade. Na área de cultura, a unidade é responsável pelo fomento da arte e pela formação de plateia na região, com cursos e atuação em várias linguagens, como dança, artes plásticas, teatro e música. Senac – Instalada no município de Petrolina em 1998, a unidade do Senac oferece diversos cursos de capacitação profissional e inserção no mercado de trabalho. Entre eles, cursos direcionados às áreas de gestão, moda, turismo e gastronomia. Entre as principais capacitações, estão os cursos de cabeleireiro, manicure, depilação e massagista; em informática e comunicação, os destaques são os cursos de operador de computador, montador e reparador de micro e AutoCAD 2D. Quando o assunto é gestão e moda, os cursos mais procurados são os de auxiliar administrativo, auxiliar de recursos humanos, recepcionista, costureiro, técnico em enfermagem, técnico em radiologia e técnico em secretariado.
GINÁSIO de Esportes Marco Antônio Maciel
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TURISMO EM PAUTA| EDUARDO COSTA CAVALCANTI
Presidente da ABIH-PE e coordenador da Câmara Empresarial de Turismo da Fecomércio-PE
Tarifas hoteleiras na Copa do Mundo O anúncio por parte de algumas autoridades governamentais referente à exploração das tarifas hoteleiras, durante a Copa do Mundo de 2014, preocupou mais aos empresários hoteleiros do que ao próprio governo, pois sabemos da existência da Lei da oferta e da procura, que não foi criada por nenhum hoteleiro e sim pela economia de mercado. Estão querendo nomear um culpado sem fazer uma análise da real situação e comparando os valores cobrados num período de baixa estação com o período de altíssima estação, e isso deve ser levado em consideração, atentando para as melhores temporadas de cada região: no Recife e Olinda no Carnaval (imagine que o Galo da Madrugada coloca mais gente no Recife em apenas um dia do que o período da Copa do Mundo e da Copa das Confederações juntas), no litoral Sul, o réveillon e as férias de verão; Gravatá e Caruaru no São João; em São Paulo, devemos comparar com a Fórmula 1; no Rio de Janeiro com o Carnaval, assim, chegamos mais perto da realidade. É necessário analisar também outro fato bastante importante que é o custo Brasil. O principal item no custo da hotelaria é a folha de pagamento e sobre ela incide mais de 100% de encargos socias. Outro item que pesa muito é a conta de energia. E só de ICMS incide 25%. A Embratur passou a monitorar os preços depois da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, em junho do ano passado. À época foi verificado um aumento abusivo nas diárias dos hotéis, comprovando-se que a culpa não foi dos hotéis, e sim do mark up de mais de 60% cobrado por uma pequena agência de turismo que ganhou a licitação para organizar o evento, sem ter a menor condição pra isto.
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Entre 2005 e 2010 as tarifas dos hotéis do Recife alcançaram as menores diárias de toda a história e ninguém demonstrou a menor preocupação. Nos últimos 15 anos, cerca de 20 hotéis pernambucanos fecharam sua portas em razão da crise que enfrentava o turismo do Estado nos últimos cinco anos. Por meio de um trabalho integrado do trade turístico com a Empetur, Secretaria de Turismo de Pernambuco e a do Recife, foram realizadas ações planejadas de marketing e atualmente já temos mais de 20 hotéis em construção com inauguração prevista para 2014. O objetivo é oferecer serviços de qualidade para atrair os turistas depois da Copa, de maneira sustentável e constante. A operadora oficial credenciada pela Fifa para comercializar a hotelaria durante a Copa do Mundo, a Matsh, encontra-se no Brasil desde 2007, visitando, negociando e contratando hotéis. Estimando-se os custos desta operação, será que se justifica um mark up de 48% sobre as tarifas propostas pela hotelaria? Se o turista procurar outra operadora ou agência de turismo o mark up será de 10 a 20%, pois conseguimos remover uma cláusula no contrato em que os hotéis não poderiam vender direto cobrando menos do que os valores cobrados no site oficial. Sim, temos que aproveitar a grande movimentação da Copa para “vender o Brasil” ao mercado internacional. Além de os hotéis contarem com equipes treinadas e com qualidade padrão Fifa, o Governo deve garantir a infraestrutura prometida, uma vez que um grande engarrafamento ou mesmo um assalto a um turista pode prejudicar muito a imagem do país.
Contribuição Sindical fortalece segmento do comércio de bens e serviços A contribuição sindical colabora não só com o fortalecimento do segmento, mas também cumpre um papel social de extrema importância, incentivando a geração de emprego e renda para a população. Além disso, é por meio da representatividade sindical patronal que o ramo do comércio de bens e serviços defende os interesses do setor, com o objetivo de fortalecer o empresariado. As empresas têm até o dia 31 de janeiro para reafirmarem seu compromisso com a entidade representativa e efetuar o pagamento da contribuição sindical em parcela única, sem juros e multa.
visam atender a todas as empresas do segmento, indistintamente. “A cada conquista de uma representação sindical, todos ganham. São beneficiadas as empresas ligadas ao setor e a sociedade como um todo, já que os sindicatos também cumprem um papel social de extrema importância”, destacou. Além disso, um movimento sindical forte é essencial para a organização coletiva da sociedade civil e para a defesa dos princípios éticos e democráticos. É a contribuição sindical que colabora para a manutenção das ações dos sindicatos, federações e confederações. Parte do valor também é destinada ao Governo Federal, sendo a arrecadação destinada ao Fundo de Amparo ao Trabalhador e ao Seguro Desemprego.
De acordo com o presidente da Fecomércio-PE, Josias Albuquerque, as ações das entidades sindicais
Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo Coordenação Financeira e Contábil e-mail: cncdf@cnc.com.br
NOTAS 1. As firmas ou empresas e as entidades ou instituições cujo capital social seja igual ou inferior a R$ 21.372,00 estão obrigadas ao recolhimento da Contribuição Sindical mínima de R$ 170,98, de acordo com o disposto no § 3º do art. 580 da CLT (alterado pela Lei nº 7.047, de 1º de dezembro de 1982);
Tabelas para cálculos das contribuições Sindicais vigentes a partir de 1º de janeiro de 2014. TABELA I Para os agentes do comércio ou trabalhadores autônomos, não organizados em empresas (item II do art. 580 da CLT, alterado pela Lei nº 7.047 de 1º de dezembro de 1982), considerando os centavos, na forma do Decreto-Lei nº 2.284/86.
2. As firmas ou empresas com capital social superior a R$ 227.968.000,00 recolherão a Contribuição Sindical máxima de R$ 80.472,70, na forma do disposto no § 3º do art. 580 da CLT (alterado pela Lei nº 7.047 de 1º de dezembro de 1982);
30% de R$ 284,96 Contribuição devida = R$ 85,49 TABELA II Para os empregadores e agentes do comércio organizados em firmas ou empresas e para as entidades ou instituições com capital arbitrado (item III alterado pela Lei nº 7.047 de 1º de dezembro de 1982 e §§ 3º, 4º e 5º do art. 580 da CLT).
3. Base de cálculo conforme art. 21 da Lei nº 8.178, de 1º de março de 1991, e atualizada de acordo com o art. 2º da Lei nº 8.383, de 30 de dezembro de 1991, observada a Resolução CNC/SICOMÉRCIO Nº 028/2013;
VALOR-BASE: R$ 284,96
LINHA
CLASSE DE CAPITAL SOCIAL (em R$)
01
de 0,01 a 21.372,00
02
ALÍQUOTA %
PARCELA A ADICIONAR (R$)
Contr. Mínima
170,98
de 21.372,01 a 42.744,00
0,8%
-
03
de 42.744,01 a 427.440,00
0,2%
256,46
04
de 427.440,01 a 42.744.000,00
0,1%
683,90
05
de 42.744.000,01 a 227.968.000,00
0,02%
34.879,10
06
de 227.968.000,01 em diante
Contr. Máxima
80.472,70
4. Data de recolhimento: - Empregadores: 31/JAN/2014; - Autônomos: 28/FEV/2014; - Para os que venham a se estabelecer após os meses acima, a Contribuição Sindical será recolhida na ocasião em que requeiram às repartições o registro ou a licença para o exercício da respectiva atividade; 5. O recolhimento efetuado fora do prazo será acrescido das cominações previstas no art. 600 da CLT.
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Goiana recebe sétima em Pernambuco Por Denise Vilar
A unidade tem escola, museu, teatro, ginásio, campo de futebol oficial e uma infraestrutura completa de lazer 26 | Informe Fecomércio-PE | SET/OUT 2013
O
Sistema Fecomércio/Senac/Sesc em Pernambuco inaugurou, no dia 18 de outubro, a sétima unidade do Sesc Ler no Estado, no município de Goiana, Zona da Mata Norte, com atividades esportivas e recreativas em diversos pontos da unidade e descerramento da placa em cerimônia no centro cultural. “Temos que investir na qualificação de um polo que está para receber uma série de investimentos que, além de reestruturar a região, vão dar uma nova dinâmica na economia de Pernambuco”, ressalta o presidente do Sistema Fecomércio/Senac/Sesc-PE, Josias Albuquerque. O projeto fica localizado num terreno de 54 mil metros quadrados, doado pela prefeitura, na Rua do Arame, Centro, e beneficiará toda a comunidade com serviços de educação, cultura, saúde, lazer e assistência. O investimento foi de aproximadamente R$ 35 milhões, financiado pelo Departamento Nacional do Sesc. A unidade foi inaugurada com mais de mil usuários goianenses cadastrados, sendo mais de 900 comerciários e dependentes. O complexo educacional, esportivo e cultural conta com dois blocos de educação para alunos da educação
infantil, do ensino fundamental e da educação de jovens e adultos. São 18 salas de aula, com laboratório de informática, biblioteca, refeitório, ludoteca e parque para os alunos. A unidade contempla ainda um centro cultural com 291 lugares e com estrutura para receber espetáculos, apresentações musicais, exibição de filmes, palestras e congressos, em um espaço adaptado à acessibilidade, com disponibilidade de lugares apropriados para obesos e espaços para cadeirantes, além de aceitar pessoas com deficiência visual acompanhadas de cãoguia. O Sesc Ler Goiana também sedia um museu de arte sacra e tem uma praça de eventos externa e um pátio de carretas. Com a chegada do equipamento à Goiana, a população passa a ter acesso também a um estádio de futebol oficial, preparado para receber jogos nacionais e com capacidade de público de 6.100 lugares, quadras de futebol-soçaite e futebol de areia e quadra poliesportiva, ginásio de esportes coberto com capacidade para duas mil pessoas, pista de cooper, ciclovia, bicicross e um parque aquático com três piscinas: infantil, semiolímpica e térmica.
unidade do Sesc Ler
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Foram contratados mais de 100 profissionais, selecionados no último processo seletivo do Sesc Pernambuco, para a unidade funcionar este ano. Eles vão atuar nas áreas administrativa, de educação, esportes, recreação, cultura, nutrição, trabalho com grupos, serviços gerais, entre outros. O número de contratações deve aumentar em 2014, quando a unidade estiver em pleno funcionamento e com o ano letivo em curso. A unidade já formou um grupo na área de assistência, que começou a desenvolver atividades sociais e de saúde com mais de cem idosos. A chegada do Sesc também possibilita ao Senac a realização de cursos usando a estrutura da unidade. O município sedia já a partir de outubro dois cursos gratuitos oferecidos pelo Senac na área de saúde, para turmas de cuidador infantil e Cuidador de Idoso. As aulas serão realizadas na carreta de saúde do Senac Móvel e serão ministradas até janeiro de 2014. Com a inauguração no município de Goiana, o Sesc homenageia o empresário Luiz Moraes Oliveira, proprietário do restaurante Buraco da Gia, como patrono desta grande obra, que vai contribuir para o desenvolvimento da cidade.
Exposição Marcas da Fé inaugura Museu de Arte Sacra
O museu da unidade do Sesc Ler Goiana será inaugurado com a exposição Marcas da Fé, que exibe cerca de 60 peças de arte sacra produzidas por artistas populares pernambucanos, de acervo próprio e de colecionadores. Além das obras de artistas como José Veríssimo, Marcos Siqueira, Chico Santeiro e Serginho, mestre da arte popular, a exposição abriga uma pequena mostra das obras do Museu de Arte Sacra de Goiana, acervo cuja guarda está sendo repassada ao Sesc. As obras ficarão expostas permanentemente na unidade, abertas à visita pública, em instalações adequadas para sua preservação. Para cuidar de todo o acervo, visando preservar a história local e devolver o acesso à população, o Sesc contratou um museólogo e um restaurador. Haverá ainda monitores preparados para contar a história das peças e oferecer cursos de restauração dentro da própria unidade do Sesc, ensinando a população local a cuidar da sua história para o futuro.
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Sesc Ler Goiana Luiz Moraes de Oliveira Nascido em 8 de julho de 1924, Luiz Moraes de Oliveira, mais conhecido como Luiz da Gia, morou 30 anos no Rio de Janeiro e trabalhou como camelô e varredor de rua. Veio a Goiana para testemunhar o casamento do irmão e se apaixonou pela irmã da noiva, Maria Pereira de Oliveira. Voltou de vez para Goiana e comprou uma venda, onde passou a funcionar o Buraco da Gia. O restaurante, conhecido internacionalmente, serve frutos do mar e já recebeu personalidades de todo o país, como Juscelino Kubitschek, Gilberto Freyre, Assis Chateaubriand e Chacrinha. A principal atração do local são os caranguejos adestrados, que seguram copos para os clientes, abrem garrafas e podem carregar carrinhos de cerveja ao comando de seu Luiz. Luiz Moraes de Oliveira é cidadão ilustre de Goiana e já recebeu o título de cidadão e de embaixador da cidade.
Centro Cultural Antônio Corrêa de Oliveira Nascido em Goiana em 25 de junho de 1927, Antônio Corrêa de Oliveira Andrade Filho cursou direito na Universidade Federal de Pernambuco. Foi secretário da Cooperativa Agropecuária de Goiana, presidente da Sociedade Rural de Goiana e o primeiro presidente eleito do Sindicato dos Plantadores de Cana de Pernambuco. É titular da cadeira nº 17 da Academia Pernambucana de Letras, da qual foi diretor de arquivo, vice-presidente e presidente. Exerceu ainda cargos públicos, tendo sido delegado de polícia, vereador e deputado estadual. Na Assembleia Legislativa, presidiu várias comissões e integrou a mesa diretora como terceiro secretário, terceiro vicepresidente e presidente. Foi conselheiro, corregedor, vice-presidente e presidente do Tribunal de Contas do Estado de Pernambuco no período de 1982 a 1997. Publicou os trabalhos “Falas da Província”, em 1977, “Escravos, Abolição, Goiana”, em 1978, e “João Alfredo”, em 1988.
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Praça de Eventos Henrique Fenelon de Barros
Museu de Arte Sacra Maximiano Campos Nascido no Recife em 19 de novembro de 1941 e falecido em 1998, Maximiano Accioly Campos foi poeta, ficcionista e cronista brasileiro da geração 65. Escreveu romances, contos, novelas, ensaios e poesia. Entre eles, o romance “Sem Lei nem Rei”, sua primeira obra, é o mais conhecido. Cursou direito na Universidade Católica de Pernambuco e foi superintendente do Instituto de Documentação da Fundação Joaquim Nabuco, além de secretário de Turismo, Cultura e Esportes do Recife em 1987 e 1988. Casou-se com Ana Arraes, com quem teve dois filhos: Antônio Campos, advogado, e Eduardo Campos, atual governador de Pernambuco.
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Nascido em 26 de maio de 1923 e falecido em 29 de maio de 1997, o expedicionário Henrique Fenelon de Barros incorporou voluntariamente as Forças Armadas do Brasil, em novembro de 1942, aos 18 anos. No mesmo ano, alistou-se como soldado da Força Expedicionária Brasileira. Foi para a Itália, onde se distinguiu como herói, fazendo parte da tropa que se encarregava de reconhecer a posição dos alemães em campo de guerra. O Exército Brasileiro, reconhecendo sua bravura, condecorou-o com uma medalha de herói e com a patente de oficial. Ao voltar da Itália, foi recepcionado pelo povo com honras e comemorações, que contaram até com discurso do então pároco de Goiana, Fernando Passos. Desligou-se do Exército e casou-se com Maria José de Barros, conhecida como dona Lia Fenelon, com quem teve oito filhos. Foi funcionário público municipal de 1945 a 1963 e federal de 1963 a 1966. Em 1961 foi eleito vereador de Goiana.
Ginásio de Esportes Nildo Nery dos Santos Nildo Nery dos Santos nasceu em 19 de novembro de 1934 na cidade de Goiana. Cursou direito na Faculdade de Direito do Recife e viajou para a Europa em 1958, onde teve experiência no Max Planck Institut, na Alemanha, e no Sistema Penitenciário Europeu, especificamente de Portugal, da Espanha, da Alemanha e da Itália. O desembargador, agora aposentado, já exerceu muitos cargos no Estado de Pernambuco, entre eles o de desembargador-presidente da 2ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE); desembargador-presidente da Seção Criminal do TJPE; vice-presidente e presidente do TJPE. Foi ainda diretor-geral da Escola Superior da Magistratura de Pernambuco; diretor adjunto da Escola Nacional da Magistratura e professor convidado da UFPE e da Unicap. É presidente e idealizador da Associação Beneficente Criança Cidadã (ABCC), organização gestora da Orquestra Criança Cidadã Meninos do Coque e do Espaço Criança Cidadã Dom Helder Câmara.
Estádio de Futebol José Dionísio do Carmo (em memória) Nascido em 9 de outubro de 1957 e falecido em 10 de janeiro de 2012, José Dionísio do Carmo, carinhosamente chamado por todos de “Pó”, trabalhou como pedreiro e casou-se aos 17 anos de idade com Maria José Firmino do Carmo, conhecida como dona Zezita, com quem teve dois filhos: Alex Fabian e Alexandra Firmino do Carmo. Morador da Rua do Arame por 36 anos, José Dionísio fundou o Fluminense Futebol Clube em 1979. Foi tricampeão goianense nos anos de 1998, 2003 e 2005. À medida que o time foi crescendo, iniciou o trabalho com as categorias de base, priorizando crianças e adolescentes. Criou uma escolinha de futebol e levou o Fluminense para representar o município no Campeonato Pernambucano sub-13, sub-14 e sub-15. Foi técnico da seleção de Goiana sub-16 e do Íbis Sport Club.
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ARTIGO| JOSÉ PASTORE
Professor de Relações do Trabalho da FEA-USP e membro da Academia Paulista de Letras
L O Brasil
i na revista Veja de 9 de outubro de 2013 uma importante reportagem, fundada em depoimentos de técnicos e de vários presidenciáveis, em que fica clara a armadilha na qual o Brasil se meteu. Logo de início a matéria destaca: “Um país pode crescer por algum tempo apenas estimulando o crédito e a criação de empregos. Mas o enriquecimento real só será possível se cada um dos trabalhadores produzir um valor individualmente por meio da incorporação de novas técnicas, do aprendizado e dos ganhos de eficiência”. Citando Paul Krugman, a reportagem ainda destaca: “A produtividade não é tudo, mas, no longo prazo, é quase tudo” (A chave é aumentar a eficiência). Eduardo Campos, presidenciável, foi mais direto e defendeu a meritocracia como essencial para o bom funcionamento do setor público e da economia como um todo. Virei a página da mesma revista e vi outra reportagem mostrando o Sindicato dos Professores do Rio de Janeiro combatendo abertamente a meritocracia no panfleto intitulado “Vamos dizer não às gratificações por produtividade e à avaliação” (afronta ao mérito).
é o único certo?
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Não é a primeira vez que os sindicatos brasileiros duziu um sistema de bônus vinculado ao desempese opõem à produtividade. Nossos dirigentes sindicais, nho que permite aos mestres ganharem um adicional com raras exceções, querem remuneração desvinculaquando melhorarem o desempenho dos alunos probleda de desempenho. Na cultura do politicamente inmáticos. correto, muitos vão mais longe ao combater as escolas Inúmeras outras cidades americanas vêm adoque premiam os bons alunos, sob o argumento de que tando esse estilo de negociação coletiva. E não é só isso discrimina os demais. E assim vai se propagando nos Estados Unidos. Na Coreia do Sul, a prefeitura de o liberô geral em que os mestres Seul acaba de negociar um contrafingem que ensinam e os alunos to coletivo com os professores na fingem que aprendem. mesma direção. A medida recebeu Enquanto isso, a produtivitotal apoio da população e está leEm todas as categorias, dade da nossa economia continua vando outras prefeituras a adotaos sindicatos repudiam baixa e estagnada. No caso do Rio rem o mesmo mecanismo. os sistemas de avaliação de Janeiro, a greve dura mais de 60 No Brasil tudo é feito para dias e prejudica 600 mil alunos. desprezar e até combater o mérito. com base em critérios Tudo porque os sindicalistas não Em 2012, o país amargou uma greobjetivos. Isso conspira querem um plano de carreira bave de professores do ensino supecontra a qualidade seado no desempenho. E não têm rior que durou quase quatro meses. dos serviços públicos, vergonha de dizer que são contra o Durante a paralisação falou-se basmérito. É um absurdo! tante nos percentuais de aumento impede o crescimento da Tratando-se da conduta dos salarial, mas não se tocou na quesprodutividade e eleva o custo sindicatos dos países mais avantão do desempenho dos profesunitário do trabalho. çados, em setembro do ano passores e muito menos na eventual sado, uma greve de sete dias dos vinculação do aumento salarial ao professores de Chicago terminou progresso comprovado dos alunos. com um acordo em que o governo A ausência de referência ao municipal concordou em conceder um aumento saladesempenho no trabalho tem sido a tônica das nerial atrelado a um mecanismo de pontuação pelo qual gociações coletivas do nosso setor público. Em todas professores passam a ser hierarquizados em níveis de as categorias, os sindicatos repudiam os sistemas de desempenho. Os mal classificados farão cursos para avaliação com base em critérios objetivos. Isso conspimelhorar a sua performance e, se não melhorarem, sera contra a qualidade dos serviços públicos, impede o rão substituídos por mestres mais capazes. crescimento da produtividade e eleva o custo unitário Em novembro de 2012, em Newark (Estado de do trabalho. É algo que me intriga. Será que o mundo New Jersey), o contrato coletivo dos professores introtodo está errado e o Brasil é o único certo?
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Brincadeira é coisa séria Casas e bufês de festas infantis se tornam cada vez mais especializadas e movimentam mercado no Estado Por Thais Neves
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omemorar o dia do aniversário dos filhos é um momento especial e único. Por isso, os pais não medem esforços e não fazem economia quando o assunto é organizar a festa de seus pimpolhos. Hoje as casas de festas infantis estão cada vez mais especializadas e profissionais. O setor apresenta crescimento médio de 30% ao ano. A alta no consumo e a ascensão da classe C são alguns dos fatores responsáveis pelos números positivos.
Em Pernambuco, a realidade não é diferente. Os bufês e casas se espalharam pelo Recife e viraram febre e sinônimo de bom gosto. O empresário Marlos Costa gastou R$ 7 mil com a festa de 1 ano de seu João Gabriel, para 150 convidados, e diz que a praticidade foi o fator principal que o fez optar por essa alternativa. “Eu tenho uma vida muito corrida, por isso falta tempo para organizar essas comemorações em casa. Indico o serviço pelo fato de tudo ser muito claro e objetivo e você não precisa se preocupar com nada: atendimento, acesso, limpeza, banda, etc. Não nos arrependemos e até já contratamos a casa para o ano que vem”, declara o empresário. Raquel Lafayette, proprietária do Amarelinha Buffet Infantil,
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Raquel Lafayette
já percebeu que o cliente busca resolver tudo em um só lugar e oferece pacotes personalizados. “Nós temos um mix de produtos e fornecedores terceirizados. O pacote básico (mínimo contratado) contempla o valor do aluguel do espaço e o bufê em parceria com a Casa dos Doces. Mas ainda oferecemos opções que incluem decoração, lembrancinhas, recreação, foto, filmagem e todos os outros serviços para deixar a festa completa”, explica. Graças a essa diversidade de serviços, o setor tem grande potencial de geração de empregos e oportunidades. A fotógrafa Nathália Carvalho sempre se
interessou pelo mundo infantil e diz que o mercado na cidade tem crescido bastante. “Faz um ano que comecei a trabalhar profissionalmente com fotografia para aniversários de criança e hoje as festas infantis representam 90% da minha demanda de trabalho mensal. Cobro R$ 500 por quatro horas de cobertura, mas também ofereço serviços como foto-livro e fotografia instantânea (estilo polaroid), que servem de lembrança para os convidados”, explica. Mizack da Silva trabalha com teatro de bonecos há 15 anos e informa que as casas de festas funcionam como parceiras. “Com
o surgimento dessas empresas, nós profissionais liberais ganhamos mais oportunidades. As empresas perceberam que podíamos oferecer um serviço a mais para os clientes, o que acabou virando uma soma boa”, comemora. O animador trabalha com uma equipe de dez pessoas e, em média, faz 20 apresentações por mês.
Concorrência pede diferencial Com o aumento da demanda e o mercado em ascensão, as empresas precisam investir em diferenciais para atrair os clientes. Segundo Raquel Lafayette, o bom atendimento garante o boca a boca positivo. “Além da divulgação, nós do Amarelinha investimos permanentemente na qualificação dos nossos profissionais e sempre trazemos novidades em entretenimento”, completa. “Começamos a imprimir nossa marca com o Cine 6D, simulador com projeção de filmes em 3D e efeitos especiais. Este ano, inauguramos o bufê em um espaço fixo no Recife. Além disso, temos atrações que envolvem toda a família. Pais e filhos brincam juntos em grande parte dos
Ruben Manoel
nossos brinquedos”, explica. O Amarelinha Buffet Infantil tem projeção de 25 festas por mês e faturamento de R$ 100 mil. À frente da Perylampo, casa especializada em decoração, as sócias Adriana e Mariana Perylo trabalham com apliques de módulos e programação visual personalizados. “Além da variedade de formas de trabalho, utilizamos material diferenciado que nos possibilita criar bonecos em tamanho real, tornando esse sonho de pais e filhos mais divertido e inesquecível”, diz Adriana. “Nossos cenários são projetados com meses de antecedência, por meio de muitas pesquisas, viagens e estudos. Para nós, os detalhes fazem a diferença, afinal são eles que tornam a festa única e cada aniversário mais especial”, explica Mariana.
Mizack da Silva
De acordo com Ruben Manoel, o projeto exclusivo para uma casa de festa é o principal diferencial. Esse é o caso da
Cambalhota. “O espaço é aberto e tem pé direito de 12 metros. Isso faz com que a poluição sonora não estresse as crianças e a circulação do vento não fique prejudicada. Além dos jogos, a brinquedoteca é sucesso entre as crianças de até 7 anos. O local tem brinquedos educativos, lápis de cor, livros e cadernos para desenhar”, informa Ruben.
Tendências – temas clássicos não saem de moda Quando se fala em decoração, os temas tradicionais como fazendinha, jardim, circo e safári ainda são os campeões de pedidos. “Há sempre uma procura pelos clássicos como Mickey, super-heróis e princesas, mas há também por temas de filmes e desenhos de TV por assinatura, como os do Discovery Kids e da Nickelodeon. Além disso, atualmente existe grande procura pelo estilo provençal (móveis com desenhos clássicos)”, explica Raquel Lafayette. Segundo a empresária Rochelle Porto, proprietária da Conto de Festas, as mesas com itens de decoração e doces com identidade visual exclusiva também fazem sucesso entre os clientes. Informe Fecomércio-PE | SET/OUT 2013
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OUVIDORIA EM PAUTA| JOSÉ FERNANDO PONTES SOARES
Ouvidor do Sesc-PE fsoares@sescpe.com.br
Ouvidoria, ferramenta estratégica de gestão nas modernas empresas Quem já não ouviu o dono de um ponto comercial dizer enfático: “Aqui quem manda é o freguês!” O atual significado desse refrão popular é sem dúvida, para o bom empresário, o que mais interessa para o êxito do seu negócio: atender aos desejos do seu cliente, manter a fidelidade do consumidor. A empresa moderna seja do comércio, indústria ou serviços tem como principal foco a satisfação do cliente. Por outro lado, quanto mais se desenvolve, maior a dificuldade do relacionamento direto do empresário com os seus clientes. A complexidade dos negócios no mundo globalizado, que exige informações precisas, comunicação rápida, como suporte das decisões gerenciais, leva os empresários a delegar atribuições para manter e ampliar as relações com o seu público consumidor. Atualmente as empresas de médio ou grande porte possuem setores voltados para a pesquisa de opinião e atendimento dos desejos e necessidades dos consumidores de seus produtos ou serviços. Através dos Serviço de Atendimento ao Consumidor (SAC), Centro de Relacionamento com os Clientes (CRC) e serviços correlatos, as empresas transformam os clientes em colaboradores da sua administração. Os serviços responsáveis pelo atendimento às dúvidas, críticas ou reclamações dos consumidores ou clientes, são importantes fontes de informação e apoio à gestão dos negócios. Ao ouvir as manifestações dos clientes, é possível resolver de imediato alguns problemas pontuais e zelar pela imagem da empresa. Mesmo assim, tais serviços de atendimento têm suas limitações para melhoria dos processos de trabalho na gestão empresarial, pois se orientam por padrões de atendimento predefinidos para solução das manifestações individuais e rotineiras dos consumidores. As melhores organizações oferecem uma justa e
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equilibrada representação dos interesses dos cidadãos. É o que pretendia o Congresso da Suécia quando, no início do século XIX, concebeu a figura do ombudsman, um representante dos cidadãos, eleito para defender seus interesses junto ao Governo. Aquele cargo público evoluiu ao longo do tempo até se transformar no atual ouvidor, nas instituições públicas ou privadas. A ouvidoria na sua moderna concepção no Brasil é o serviço que atende aos legítimos interesses dos cidadãos no ambiente em que atua de forma democrática, representativa e geradora de valor. É um componente organizacional com a missão de ser interlocutor entre os clientes e a instituição, um importante agente na melhoria dos processos de trabalho da administração. A ouvidoria, na busca da ampliação dos canais de atendimento e da fidelização dos clientes, acolhe as manifestações deles ainda não atendidas ou solucionadas pela administração, agindo de forma independente e isenta, com caráter pedagógico e estratégico para a gestão da organização. É a última instância para a solução administrativa dos conflitos, com ação mediadora e autônoma dentro da empresa, permitindo maior rapidez na busca de resolução junto aos gestores. A ouvidoria, mais do que um simples diferencial estratégico, deve ser parte da organização, capaz de não apenas analisar as manifestações, mas recomendar e redirecionar o rumo de decisões, com imparcialidade, legalidade e conduta ética. Para que a ouvidoria cumpra o seu importante papel na instituição, deve ter atuação pautada na transparência, imparcialidade e discrição, observando as normas que possibilitam o equilíbrio nas relações com seus clientes e funcionários, garantindo um atendimento digno, compatível com os elevados princípios e valores da cidadania.
Foto: sinkdd / Foter.com / CC BY-NC-ND
Inovação
Um aliado para aumentar a eficiência no negócio Novas tecnologias estão sendo criadas para atender às necessidades do varejo, mas é importante saber utilizar e tirar proveito, senão podem gerar mais custos que benefícios Por Tony Duda
J
á imaginou usar o celular para captar clientes que estão passando na frente do seu estabelecimento ou estejam do outro lado da calçada olhando alguma vitrine? Ou então adotar outra solução tecnológica para melhorar processos internos com menor tempo e custo? Quem sabe utilizar alguma plataforma para aumentar o relacionamento com os clientes na pré ou pósvenda? Seja um negócio familiar ou uma grande rede varejista, a tecnologia pode ser uma aliada para facilitar processos internos, divulgar ainda mais os produtos e serviços, estreitar o relacionamento com a clientela e alavancar os
negócios. Hoje em dia já existem à disposição do mercado e das empresas inúmeras soluções que oferecem esse tipo de serviço tanto para estabelecimentos físicos como eletrônicos. A questão é saber qual delas se encaixa e atende ao tipo de negócio. Um aplicativo made in Pernambuco e que vem sendo experimentado inicialmente em shoppings do Recife e de São Paulo promete ser um aliado para aumentar os negócios de muitos lojistas. Trata-se da Ubee, que usa uma tecnologia de localização para identificar e enviar anúncios a aparelhos smartphones que operam em determinada área.
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André Ferraz
Na prática, a solução não tem acesso a nomes ou dados pessoais dos proprietários do celular. Apenas mapeia e envia a comunicação, que pode ser uma promoção, um anúncio ou até mesmo um convite para visitar a loja. A forma como essa informação vai chegar até o possível cliente – banner ou notificação – é o lojista quem escolhe. Mas tudo isso só é possível se o celular tiver instalados aplicativos com tecnologia compatível. E mais: a solução ainda consegue saber se a pessoa que usa o celular entrou, nos últimos meses, em uma loja de sapatos ou de chocolate. Desse modo, é possível ter uma ideia dos interesses e ajudar a empresa a direcionar os anúncios. Essa tecnologia também permite ao lojista saber quantas pessoas receberam a informação e quantas foram até o estabelecimento respondendo ao estímulo virtual. Por enquanto, a Ubee – que integra o parque tecnológico do Porto Digital – está sendo executada de maneira experimental com dez empresas parceiras de Pernambuco e de São Paulo. “Mas a partir
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Eiram Simis
do EventPlatz, do próximo ano “Facilitamos a empresa embarcada queremos aumentar no Porto Digital, ou o mapeamento localização e a seja, pertencente ao de outros pontos exibição desses território do parque comerciais além espaços para que eles tecnológico. de shoppings, se tornem ainda mais bem como captar Segundo Eiran, a clientes em lucrativos.” ideia da plataforma outros Estados EIRAM SIMIS surgiu quando ele e comercializar ensinava a matéria no varejo e em empreendedorismo empresas de e percebeu salas de aula sem aplicativos”, adianta o fundador, uso durante um longo período. André Ferraz. Até quando precisava organizar Facilitamos a localização algum evento, sentia na pele a Outra iniciativa é o site dificuldade. Foi quando ele se EventPlatz, que identifica juntou a um irmão e resolveu criar possíveis locais disponíveis para uma solução que facilitasse a vida a realização de eventos, reuniões, de quem busca um espaço e, ao encontros e treinamentos. Por mesmo tempo, gerasse negócios meio da plataforma, é possível para quem tem um local ocioso. encontrar o espaço, checar o valor Isso foi possível executar por e a estrutura, além de entender meio de um programa da empresa as regras do estabelecimento e C.E.S.A.R., que apoia funcionários fazer a reserva. Geralmente são no desenvolvimento de produtos ambientes ociosos de restaurantes, e serviços. Os irmãos chegaram salas de instituições de ensino a visitar alguns estabelecimentos e outros locais que podem ser para sondar mercado e entender as ocupados por terceiros quando necessidades. não estiverem sendo utilizados para a sua finalidade. “Facilitamos Em pouco mais de um mês e a localização e a exibição desses ainda funcionando meio que de espaços para que eles se tornem maneira experimental, o programa ainda mais lucrativos”, diz já tem cadastrados mais de 20 Eiran Simis, sócio fundador estabelecimentos de quatro
Estados: Pernambuco, Sergipe, São Paulo e Minas Gerais. “Alguns locais eu busquei, mas outros chegaram espontaneamente para fazer o cadastro”, diz Eiran. Ele acrescentou que os planos envolvem a expansão dos negócios para outros Estados.
Ideal é adequar necessidade com perfil do negócio
Para Abraham, a utilização de novas técnicas pode aumentar a eficiência no setor, auxiliar a atuação do gestor e as atividades dos funcionários e até facilitar a comunicação e o relacionamento com o cliente. No entanto, ele faz uma ressalva: é importante que as empresas e seus funcionários saibam utilizar e tirar o melhor proveito da tecnologia. Do contrário, ela pode não ter o resultado esperado. Pior: se a empresa não souber utilizar bem a tecnologia ou não tiver estrutura que suporte tal inovação, ela pode resultar em custo e não em benefício. “Tecnologia mal aplicada pode levar à falência. O ideal é adequar a necessidade com a capacidade e o perfil do negócio”, resume Abraham.
Apesar dos avanços na área de tecnologia da informação, o gerente-geral de inovação da Secretaria de Ciência e Tecnologia do Estado de Pernambuco, Abraham Sicsu, adianta que ainda há muito o que se fazer. Principalmente por causa da dinamicidade e da participação do varejo na economia. Segundo ele, é preciso haver ainda mais programas e ações estruturadas Ele dá como exemplo o fato de entre governo e setor privado, uma empresa familiar além de capacitações utilizar uma mesma da mão de obra. ferramenta que “Realizamos “Tecnologia mal uma grande rede encontros para aplicada pode levar usa. Para reduzir debater, discutir e as falhas, a dica de planejar o tema, à falência. O ideal é mas há muito o adequar a necessidade Abraham é, na hora de escolher a solução, que explorar na com a capacidade e o buscar orientação área. O mundo de consultores com perfil do negócio.” acadêmico a Federação do também pode ABRAHAM SICSU Comércio do Estado ajudar”, pontua.
Abraham Sicsu
de Pernambuco (Fecomércio-PE) e o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae).
Fábrica de inovação
O Centro de Informática da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), por exemplo, é uma verdadeira “fábrica” que produz soluções e inovações. Assim como nas histórias em quadrinhos, alunos dessa unidade de ensino são como o personagem professor Pardal, que inventa, cria e recria novidades para o mercado. De acordo com Geber Ramalho, professor de inovação e empreendedorismo, nos últimos anos já foram criadas mais de 50 empresas que nasceram entre as quatro paredes da instituição de ensino e depois ganharam corpo no mercado. “Todo semestre alunos criam aplicativos”, adianta Geber. Ainda segundo o professor, o desenvolvimento de um produto ou solução começa com a necessidade. É ela quem vai orientar a criação e os ajustes necessários a serem feitos antes de o produto ser colocado em prática. “Há muita inovação a se fazer para o varejo tradicional e também para o eletrônico”, defende Geber.
Geber Ramalho
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Intercâmbio de conhecimento Investir em parcerias é o que instituições de Pernambuco têm feito para melhorar a qualidade do processo de ensino-aprendizagem em diversas áreas. Por Lindalva Coelho
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m mundo interligado onde a troca de informações e experiências ultrapassa barreiras geográficas e o conhecimento é um bem comum. Essa poderia ser uma definição genérica do conceito de globalização e, apesar de não ser novidade, tem ganhado força no segmento acadêmico, cujas instituições têm investido em projetos e parcerias visando melhorar a qualidade do processo de ensino-aprendizagem. O Senac é uma das instituições de Pernambuco que têm aplicado esse conceito em variadas áreas, como na área de idiomas, em que firmou parceria com a Canadian College,
instituição de ensino localizada em Quebec, no Canadá, para trazer às salas de aula um novo modelo de plataforma de ensino utilizado naquele país. Com a parceria, a instituição canadense disponibiliza seu sistema de ensino cujas aulas são presenciais e contam com vários recursos tecnológicos. O professor usa uma TV inteligente para passar o conteúdo e o aluno pode acessar, de qualquer dispositivo móvel, todo o material didático por meio de um programa com login e senha, substituindo os livros utilizados atualmente. O programa vai possibilitar que o professor monitore de forma on-line o desenvolvimento dos estudantes. Com isso, espera-se que o instrutor Informe Fecomércio-PE | SET/OUT 2013
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“É mais do que a elaboração de pratos, é o aprofundamento em vários aspectos porque os alunos vão conhecer e resgatar a cultura do Estado, aprender mais sobre gastronomia e passarão a ter outra visão política e social sobre estes espaços.” possa dar feedbacks mais rápidos aos alunos, otimizando o tempo de aula. Na primeira fase, a plataforma será empregada nos cursos de Inglês para iniciantes, o SMRT English (Student Media Relevant Training). De acordo com Mauricea Oliveira, gerente da Unidade de Idiomas do Senac, o uso dessa nova plataforma trará muitas vantagens, como maior agilidade no acompanhamento do aprendizado e inserção no mundo digital. “Além disso, vamos promover a preservação do meio ambiente, com a diminuição do uso do papel para privilegiar uma ferramenta que grande parte dos alunos já tem, como tablets, notebooks, entre outros”, explicou a gerente.
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SANDRA MARINHO
Outra parceria firmada pelo Senac envolve a área de gastronomia. Por meio de um convênio com o instituto italiano I.P.S.E.O.A. Carlo Porta, as duas instituições realizarão em conjunto projetos de excelência na formação profissional nos setores de enogastronomia, recepção turística e promoção de eventos. A ação é dividida em três etapas: pesquisa acerca da gastronomia de cada país, elaboração de cardápio baseado na cultura regional de cada local e intercâmbio entre os alunos dos dois países. A primeira fase contempla 54 alunos do curso de Tecnologia
em Gastronomia da Faculdade Senac, divididos em três grupos de 18 estudantes, que estudarão três diferentes ecossistemas de Pernambuco e depois vão elaborar menus específicos com ingredientes e produtos oriundos de cada um deles. O primeiro grupo já iniciou o trabalho de estudo tendo o manguezal como referência; O segundo terá a mata atlântica como foco e o terceiro grupo abordará a Caatinga, único ecossistema exclusivamente brasileiro. Para participar do projeto os alunos foram selecionados via edital interno e passaram por um processo que
consistiu em prova de idiomas, podem estudar em diversas redação e entrevista. instituições do grupo educacional em todo o mundo. Segundo a coordenadora da Faculdade Senac, Sandra Para os alunos, a FG oferece Marinho, esta será uma um programa de intercâmbio oportunidade ímpar para os em três modalidades: regular, na estudantes da instituição. “É mais qual o estudante pode escolher do que a elaboração de pratos, cursar, fora do país, um semestre é o aprofundamento em vários ou um ano de curso com as aspectos porque os alunos vão mesmas disciplinas oferecidas conhecer e resgatar a cultura pela instituição em Pernambuco, do Estado, aprender mais sobre como se estivesse assistindo às gastronomia e passarão a ter outra aulas aqui no Brasil; intercâmbio visão política e social sobre estes de curta duração (um mês de espaços, valorizando a preservação aulas) e a terceira modalidade é do meio ambiente”, disse ela. ofertada diante da demanda, que tem como principal diferencial a O cardápio baseado no manguezal personalização do curso conforme será apresentado no final do ano as necessidades dos alunos. de 2013. Os dois outros grupos apresentarão os resultados em março e junho de 2014, respectivamente. Após a “Além de ganhar na etapa de apresentação dos aprendizagem, o estudante menus, os melhores pratos serão escolhidos por uma conhece outra cultura e volta comissão e integrados à com outra visão de mundo.” Expo Milano, maior evento da gastronomia mundial, GUILHERME BERLIM que acontecerá em Milão de 1° de maio a 31 de outubro de 2015.
Esta modalidade, segundo Guilherme Berlim, gerente do International Office, departamento da FG que coordena as parcerias com outras instituições de ensino fora do país, é ideal para grupos de estudantes que tenham interesses comuns, como alunos de uma mesma turma, sendo, inclusive, uma opção de investimento para quem está se formando e quer ter novas experiências, substituindo um baile de formatura. Guilherme informa ainda que o intercâmbio “agrega mais porque, além de ganhar na aprendizagem, o estudante conhece outra cultura e volta com outra visão de mundo”. Ao todo, cerca de 90 alunos já viajaram pelo programa ofertado pela Faculdade Guararapes, desde 2008, dentro da Rede Laureate, formada por mais de 70 instituições, que oferecem cursos presenciais e online, atendendo 780 mil estudantes em 29 países.
Diferencial
A Faculdade Guararapes (FG) também tem investido na troca de experiências. Criada há 11 anos, a instituição faz parte do grupo Laureate Brasil, integrante da rede global de ensino superior Laureate International Universities, que oferece mais de 40 cursos nos níveis superior de tecnologia, graduação e pósgraduação, com um programa de intercâmbio para alunos e professores. Por meio da Laureate International Universities, eles
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Informe Fecomércio-PE | SET/OUT 2013
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Informe Fecomércio-PE | SET/OUT 2013
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ENTREVISTA| JOSÉ CARLOS ELIAS Assistente de compras governamentais do Sebrae-PE
A Como micros e pequenas empresas devem se preparar para entrar no mercado de gestão pública Por Bruna Oliveira
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presença de microempresas no mercado está evoluindo cada vez mais, e um setor promissor é o público. Apesar desse crescimento, é necessário se preparar para enfrentar a concorrência de igual para igual. Segundo dados do Sebrae, 92,2% das empresas nacionais são compostas pelas microempresas, mas, ainda assim, elas representam apenas 20% do PIB nacional. Órgãos públicos têm tomado medidas para ampliar a participação dos microempreendedores nas licitações de gestão pública municipal, como a Prefeitura do Recife, com o lançamento do Programa de Compras Governamentais. Por isso, visando preparar essas empresas para a área pública, a revista Informe Fecomércio-PE convidou o assistente de compras governamentais do Sebrae-PE, José Carlos Elias, para responder a algumas perguntas e assim tirar dúvidas do leitor interessado no assunto.
INFORME FECOMÉRCIO-PE: Quais são os passos que as micros e as pequenas empresas devem dar para vender produtos ou serviços a órgãos públicos? JOSÉ CARLOS ELIAS: O primeiro passo que as micros e as pequenas empresas devem dar é preparar um portfólio com seus produtos. Em seguida, o ideal é visitar os setores de compra dos órgãos públicos para apresentar esse portfólio e abrir caminho para as negociações. Ao oferecer o contato, as empresas fortalecem a imagem competitiva no mercado. Outro passo importante é se cadastrar nos portais de compra do Governo Federal para receber informativos sobre os processos de licitação, pois com essas informações as empresas podem se preparar melhor para enfrentar a concorrência.
necessária. É essencial manter esses documentos em mãos para não ter surpresa na hora do processo. Ou seja, a preparação prévia pode ser um diferencial. Em relação à concorrência, há desvantagem das micros e das pequenas empresas em relação às de grande porte? Por quê? Existe sim. Suponhamos que a microempresa queira disputar uma licitação para oferecer produtos, canetas, por exemplo. A desvantagem está no volume de produção, uma vez que a grande empresa tem rotineiramente uma produção de 200 mil canetas e a microempresa, apenas 50 mil. Apesar dessa desvantagem, alguns órgãos estão aplicando artifícios nos contratos de licitação para incentivar a participação das micros e das pequenas empresas.
Como deve ser o planejamento em processos licitatórios?
Quais são esses incentivos?
Para planejar a participação em algum processo de licitação, é importante, não só para as micros e as pequenas empresas, mas também para o mercado em geral, pegar editais anteriores e, a partir daí, fazer um estudo dele e se antecipar levantando a documentação
Os órgãos podem optar pela licitação exclusiva, que é um desses incentivos, pois o valor do capital da empresa é delimitado em até 80 mil reais para que ela participe do processo licitatório. Isso privilegia a participação das pequenas empresas. Outra forma é a licitação com
cotas reservadas, em que 30% do valor do contrato têm que ser destinados às empresas de pequeno porte. Ou seja, a grande empresa, mesmo que ganhe a licitação, é obrigada a contratar a micro ou pequena empresa para atender a essa exigência. Há ainda um benefício em relação à documentação: caso a microempresa esteja com o documento vencido, é dado um prazo de quatro dias para que seja feita a legalização. E sobre o investimento em capital humano, como deve ser a qualificação de pessoal para esse tipo de prestação de serviço? O empresário precisa ver que tudo é uma oportunidade de negócio. Sendo assim, montar uma equipe de compras é uma boa ação, pois você acaba se especializando para esse tipo de disputa. Por isso é interessante participar de cursos sobre licitação pública, como o oferecido pelo Sebrae.
Serviço: Para informações sobre o curso de licitação pública, acesse www.sebrae.com.br.
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SET/OUT 2013 Informe Fecomércio-PE | JUL/AGO 2013
O poder de conquistar clientes há mais de cem anos De pequeno armazém a primeira home center no Recife, a Ferreira Costa consolida o sucesso no mercado
Por Maria das Candeias
Guilherme Ferreira Costa
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O
sonho de um futuro melhor trouxe ao Recife, em 1876, o imigrante português João Ferreira da Costa e os irmãos mais velhos, Francisco e Júlia Ferreira da Costa. A família nem fazia ideia, mas começava a escrever uma história de sucesso. Oito anos depois, eles abriram em Garanhuns, Agreste do Estado, a empresa Ferreira Costa. Com a chegada da ferrovia, em 1887, o trem trouxe mais progresso para a cidade e região, e o pequeno armazém de secos e molhados fundado por João cresceu e passou a importar da Europa ferramentas e implementos agrícolas para atender às necessidades do mercado local. O pequeno comércio seguia promissor. Nos anos de 1920, João Ferreira Costa Filho, que herdou do pai o espírito empreendedor, assumiu o controle dos negócios e a família Ferreira Costa fez com que a empresa se tornasse pioneira na comercialização de novos produtos e na inserção de novas tecnologias. Eles passaram então a fornecer aos clientes materiais de construção, utilidades para o lar e os primeiros rádios. Quase três décadas depois, a história se repete e o comando da empresa é passado para o próximo sucessor, o jovem Cyro
Ferreira da Costa, neto de João Ferreira da Costa, que assume expandindo os negócios. Cyro traz um novo conceito para a empresa: a implantação da diversidade de produtos comercializados, baseada nas lojas de magazine, além do autosserviço e do lançamento de vendas a prazo e no carnê.
Pioneira no setor Guilherme Ferreira Costa, bisneto de João Ferreira da Costa e diretor da empresa, acredita que o sucesso dos 129 anos da empresa se deve à preocupação com o cliente. “Desde o início nós oferecemos uma vasta gama de produtos e serviços e o melhor atendimento aos clientes, além de zelar pela qualidade e praticidade. Esse objetivo vem acompanhando as gerações que comandam a Ferreira Costa”, conclui o empresário. No fim da década de 1980, a empresa foi pioneira na implantação do primeiro home center no Recife, ampliando sua rede de atendimentos e de produtos, desde materiais para casa e construção até grandes plataformas de vendas. A primeira loja totalmente informatizada do Nordeste foi instalada em Garanhuns, operando no sistema de autosserviço. Expansão no mercado A instalação da loja no Recife
se deu em 1995 no bairro da Imbiribeira. O sucesso foi tanto que a Ferreira Costa ultrapassou as fronteiras do Estado, chegando em 2008 a Salvador, onde foi inaugurado o maior home center do Brasil. A filial da Bahia tem 11 mil metros quadrados de área de venda, quatro pisos, 700 vagas de estacionamento e mais de 60 mil itens para construir e reformar, incluindo utilidades para o lar, decoração e iluminação, máquinas e equipamentos, eletrodomésticos e centro automotivo. No ano passado, Cyro Ferreira da Costa, junto com seus filhos e netos, que representam a terceira, a quarta e a quinta geração da família à frente dos negócios, abriram as portas de mais uma loja, a segunda unidade no Recife, no bairro da Tamarineira. Os planos não param por aí. A ideia é continuar expandindo a rede com novas lojas em outros Estados, além de modernizar e ampliar as lojas atuais. “O maior desafio é seguir conquistando clientes”, conta Cyro. “Nosso objetivo é continuar oferecendo um vasto mix de produtos de qualidade, fazendo jus ao slogan ‘Aqui você encontra’. Além disso, disponibilizar ao cliente uma gama de serviços agregados, como lista de presentes, clube do profissional e clube de compras”, reforça o empresário.
Informe Fecomércio-PE | SET/OUT 2013
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TRIBUTÁRIO EM PAUTA| LUIZ RODRIGUES
Assessor tributário da Fecomércio-PE luisrodrigues@alradvocacia.com.br
Combate aos crimes contra a ordem tributária, a ordem econômica e as relações de consumo no Estado O Estado de Pernambuco, através do Decreto 21.618, de 30 de julho de 1999, instituiu o Programa Permanente de Combate aos Crimes contra a Ordem Tributária. Recentemente, o programa foi alterado e ampliado pelo Decreto 39.886, de 7 de outubro de 2013, para alcançar também os crimes contra a ordem econômica e contra as relações de consumo, devendo ser desenvolvido e implementado conjuntamente pela Secretaria da Fazenda, pela Secretaria de Defesa Social e pela Procuradoria-Geral do Estado, em articulação com o Ministério Público Estadual. Para tanto, a autoridade fiscal que no transcurso da ação fiscal identificar indícios de ato ou fato que possa ser caracterizado como crime contra a ordem tributária, contra a ordem econômica ou contra relação de consumo, obrigatoriamente comunicará ao Ministério Público Estadual. Vale ressaltar que, entre outras formalidades, a autoridade fiscal deverá informar ao Ministério Público Estadual a identidade e a qualificação de pessoa física a quem possa ser atribuída a prática de eventual delito penal, bem como a sua relação com a empresa ou com o autuado ou notificado, que possa ter concorrido para a prática do ilícito, mesmo que por intermédio de pessoa jurídica; tenha tido ou devesse ter conhecimento do fato; direta ou indiretamente, participe ou tenha participado do capital da pessoa jurídica infratora ou dela tenha sido seu administrador ou profissional responsável pela escrituração contábil e fiscal ao tempo do crime contra a ordem tributária cometido; administre ou tenha administrado de fato a empresa, ao tempo do ilícito penal, comprovadamente ou mediante indícios irrefutáveis, bem como exerça ou tenha exercido a atividade econômica, ainda que formalmente os atos e negócios tenham sido realizados por terceiros, ou de qualquer forma tenha tirado proveito da conduta ilícita. A informação não será enviada para o Ministério Público Estadual se a autoridade fiscal entender e fundamentar que o ato tido como infração fiscal tenha decorrido de erro material escusável, decorrente, por exemplo, de caso fortuito ou prática não reiterada; ou de interpretação da legislação tributária de forma divergente daquela adotada pela autoridade fiscal, desde que fundamentada em entendimento juridicamente razoável que não permita vislumbrar manobras procrastinatórias ou atuação de má-fé; e não seja o ato ou fato qualificado como crime contra a ordem tributária. A propósito, a Lei Federal 8.137, de 27 de dezembro de 1990, define os crimes contra a ordem tributária, contra a ordem econômi-
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ca, contra as relações de consumo e respectivas penas, sucintamente exemplificados a seguir: (i) Pena - reclusão de dois a cinco anos, e multa: omitir informação, fraudar a fiscalização tributária, falsificar ou alterar nota fiscal, fatura, duplicata, nota de venda, ou qualquer outro documento relativo à operação tributável; elaborar, distribuir, fornecer, emitir ou utilizar documento que saiba ou deva saber falso ou inexato; negar ou deixar de fornecer, quando obrigatório, nota fiscal ou documento equivalente, relativa à venda de mercadoria ou prestação de serviço, efetivamente realizada, ou fornecê-la em desacordo com a legislação. (ii) Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e multa: fazer declaração falsa ou empregar outra fraude, para eximir-se, total ou parcialmente, de pagamento de tributo; deixar de recolher tributo ou contribuição social, descontado ou cobrado, na qualidade de sujeito passivo de obrigação; utilizar ou divulgar programa de processamento de dados que permita ao sujeito passivo da obrigação tributária possuir informação contábil diversa daquela que é, por lei, fornecida à Fazenda Pública. (iii) Pena - reclusão, de dois a cinco anos e multa: abusar do poder econômico, dominando o mercado ou eliminando, total ou parcialmente, a concorrência mediante qualquer forma de ajuste ou acordo de empresas; (iv) Pena - detenção, de dois a cinco anos, ou multa: vender ou expor à venda mercadoria cuja embalagem, tipo, especificação, peso ou composição esteja em desacordo com as prescrições legais, ou que não corresponda à respectiva classificação oficial; divisão em partes de bem ou serviço, habitualmente oferecido à venda em conjunto; junção de bens ou serviços, comumente oferecidos à venda em separado; sonegar insumos ou bens, recusando-se a vendê-los a quem pretenda comprá-los nas condições publicamente ofertadas, ou retê-los para o fim de especulação; induzir o consumidor ou usuário a erro, utilizando-se de qualquer meio, inclusive a veiculação ou divulgação publicitária; vender, ter em depósito para vender ou expor à venda ou, de qualquer forma, entregar matéria-prima ou mercadoria, em condições impróprias ao consumo. Assim, é de fundamental importância que os empreendedores e gestores atentem bem para a adequada condução do seu negócio e para o adequado registro das suas operações, atrelado ao cumprimento das obrigações tributárias, sob pena de enfrentar os dissabores apropriados para aqueles que cometem crimes contra a ordem tributária, sem descuidar também da necessária atenção para não cometer crimes contra a ordem econômica e contra as relações de consumo.
ANÚNCIO FLAMAR
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