Revista EBS 19ª Edição - Evento amigo da natureza

Page 1

19a Edição - Ano V - 2018 - R$ 30,00

MARKETING

TECNOLOGIA

NEUROCIÊNCIA

Marketing digital para promover seus eventos

Recursos Humanos High Tech

Neurociência em eventos


Compromisso de gerar relacionamentos e oportunidades de negรณcios.

Feira EBS

Speed Meeting

Congresso MICE Brasil


www.eventofacil.com.br

Revista EBS

EBS Buyers Club

Arena Experience


Expediente A Revista EBS – Evento Business Show é uma publicação de periodicidade trimestral, focada nos segmentos MICE e T&D, destina-se a promover a divulgação de informações aos profissionais atuantes nesses mercados. Av. Brigadeiro Faria Lima, 1713 | Cj. 63 6o andar | 01452-001 - São Paulo - SP (11) 3812-7363 www.eventofacil.com.br comercial@revistaebs.com.br

Especificações: Distribuição: Nacional Periodicidade: Trimestral Edição: 19 Título: Revista EBS www.revistaebs.com.br

Diretor e Editor Chefe Marcello Baranowsky Criação e Diagramação Wamberto Vanzo Marketing Daiana Moura EBS Buyers Club Larissa Ornellas Colaboradores Alexis Pagliarini José Salibi Neto Roberta Scalabrini jornalista - MTB: 0085427-SP

Editorial

Caro leitor, Entrego a você o fruto de mais um trabalho desenvolvido com muita dedicação pelo Grupo EventoFacil, a 19ª edição da Revista EBS – Evento Business Show, com conteúdos pertinentes e atuais dirigidos à toda cadeia produtiva dos segmentos MICE e T&D. Prova disso é o destaque de nossa capa, que traz a importância da sustentabilidade para o mercado – assunto atual para toda a sociedade. A matéria conta com depoimentos de quem já produz eventos amigos da natureza, além da participação de especialistas que abordam os benefícios e implementações de ações práticas. Com a presença cada vez maior dos brasileiros em eventos de inovação, falamos da importância da participação do país em grandes encontros, como a SXSW; trazemos ainda os bastidores do Rio2C, evento dedicado ao mundo do audiovisual, à música e às inovações, que aconteceu no Rio de Janeiro. A tecnologia também está na área de Recursos Humanos, como é apresentado na matéria “Recursos Humanos High Tech”, que aponta novidades e principais benefícios que auxiliam processos de seleção e gestão de pessoas. Já pensou em fazer o seu evento corporativo e incentivo em um Cruzeiro Fluvial? Conversamos com experts nesse assunto que nos apresentaram experiência únicas e exclusivas que podem impactar os seus clientes. Seguindo a linha de temas importantes, a representatividade também ganha destaque nesta edição, que fala da necessidade da diversidade e inclusão para o segmento MICE – e que, infelizmente, ainda são pouco aplicados em um mercado com grande poder transformador. A edição traz também assuntos como marketing digital na promoção de eventos, neurociência e turismo de experiência, além de uma entrevista exclusiva com José Salibi Neto, cofundador da HSM, empresa líder em Educação Executiva. É com muita alegria que distribuiremos em primeira mão essa edição da revista para todos os visitantes da 16ª EBS - Feira da Indústria dos Eventos Corporativos, Incentivos, Congressos, Feiras e Treinamentos & Desenvolvimento, realizada nos dias 06 e 07 de junho de 2018, no Centro de Convenções Rebouças, em São Paulo – SP.

Boa leitura!

Revista EBS - Evento Business Show é marca registrada junto ao INPI, em nome da EBS Feiras & Editora Ltda. Todos os direitos reservados. Os produtos e anúncios apresentados são de responsabilidade integral dos anunciantes. Divulgação Foto Capa: lassedesignen / Shutterstock.com

Marcello Baranowsky Diretor/Editor Chefe


Revista EBS . 19a edição . 2018 . www.revistaebs.com.br

08 Marketing

Marketing digital para promover seus eventos

12 Sustentabilidade

Evento amigo da natureza – Melhores práticas sobre sustentabilidade para o mercado de eventos

20 Segmento MICE

Eventos em cruzeiros fluviais

24 Tecnologia

Recursos Humanos High Tech

28 Inovação

Brasileiros como fonte de inovação

Foto: lassedesignen / Shutterstock.com

Sumário 34 Pingue Pongue

A gestão na 4ª Revolução Industrial com José Salibi

36 Experiência Foto: Jan Traid / Unsplash

Turismo de experiência

36

38 Artigo

Save the date e... reza Os eventos merecem ser encarados com mais seriedade

40 Neurociência

Neurociência em eventos

44 Diversidade

Evento feito por todos, para todos Divulgação: Freepik

32

Divulgação: Rio2C

Foto:Rogerio Resende/R2Foto

20

Rio2C cresce como evento de criatividade e inovação na América Latina

Divulgação Velle Representações

12

32 Bastidores

40

46 RH

Speed Meeting RH: Oportunidades para o setor

Anunciantes 2a Capa + 3a Página GRUPO EVENTOFACIL 06-07 GL EVENTS BRASIL 11 CENTRO DE CONVENÇÕES REBOUÇAS 17 HARD ROCK HOTELS 23 FANTASTIC BRINDES

27 JUST LED 29 ADVERBUM 31 HOFFMANN 35 TRIART 39 FACILITY DOC

41 ÓTIMA GRÁFICA 43 REFERÊNCIA GRÁFICA 3a Capa EBS BUYERS CLUB 4a Capa SPEED MEETING




Divulgação: Freepik

MARKETING

MARKETING DIGITAL PARA PROMOVER SEUS EVENTOS Descubra algumas ferramentas importantes para estratégias nesse mercado

8

www.revistaebs.com.br | 19a edição

teúdo da WCK, agência especializada em Inbound Marketing com objetivo em resultados. Porém, é importante um estudo para entender o público alvo antes de implementar ações nessa área. Saber quem é, o que ele gosta e, principalmente, o que ele quer ver em um evento.

Divulgação

O

marketing é uma área que possui diversas ramificações. A cada nova rede social ou aplicativo que possa aparecer, surge junto uma oportunidade para empregar esse conceito. No meio digital, sua atuação é abrangente e oferece possibilidades de aplicação que impactam o público alvo com ações inovadoras. Nesse âmbito digital, o marketing possui uma infinidade de ferramentas e estratégias que podem ser utilizadas no segmento de eventos corporativos, possibilitando uma atuação mais ativa na captação de novos clientes e participantes. “Não é mais possível impactar, engajar e atrair pessoas sem levar em consideração redes sociais, e-mails e tudo que precise de internet”, afirma Taynar Costa, Coordenadora de Con-

Taynar Costa, Coordenadora de Conteúdo da WCK

Assim, algumas ações de marketing digital ganham destaque no mercado MICE, auxiliando na promoção, captação e retenção de público para di-

ferentes segmentos. “Estratégias de marketing digital podem proporcionar maior conhecimento dos clientes e do mercado, ter uma comunicação e ações direcionadas e planejadas de acordo com o público, aumentar as taxas de conversão, dentre outras”, diz Felipe Schepers, COO do Opinion Box, empresa que oferece soluções de pesquisa de mercado online. Para o mercado de eventos, podemos citar diversas ferramentas, como pesquisas de avaliação para entender pontos de melhorias e resultados obtidos, por exemplo. “Diversas empresas no segmento de eventos têm surgido nos últimos anos e destaco dois focos: o de aplicativo para participantes dos eventos, permitindo uma experiência in loco e interações entre os promotores e os participantes, e o de gestão


INBOUND MARKETING Um dos termos mais conhecidos na área, o Inbound Marketing é responsável por atrair o interesse das pessoas por seu negócio – ou evento – voluntariamente. Com ele, é possível conquistar novos clientes e construir uma relação de confiança com o público através de conteúdos que fazem a diferença para sua área de atuação. “O foco do Inbound é atração por meio de entrega de conteúdo - e o que são eventos senão momentos de consumo de conteúdo. Então o InMKT deve ser usado para atrair e engajar com os participantes”, explica Taynar Costa. Através do Inbound Marketing é possível compartilhar informações relevantes para nichos específicos do mercado, conquistando espaço na comunicação com potenciais clientes de forma assertiva e direta. Assim, é possível atrair o público por meio das mensagens que são transmitidas em blogs e redes sociais, entre outros. SEO Quando pensamos em conteúdo, outro fator importante para ganhar visibilidade é o uso de SEO (Search Engine Optimization, ou otimização para mecanismos de busca, em tradução livre). Essa é uma das técnicas mais utilizadas para conseguir melhores resultados no ranking de pesquisas de plataformas como o Google. As otimizações podem ser feitas em blogs e sites, e ajudam a atrair tráfego e autoridade para uma página na web. A estratégia de SEO visa o máximo de exposição que você pode conseguir nas ferramentas de busca, considerando o número de conversão que pode oferecer – fator importante para esse trabalho. E-MAIL MARKETING Atualmente, o e-mail marketing é um dos meios mais eficientes para entregar a mensagem certa para as pessoas certas. Os materiais de conteúdo e comunicação produzidos seguindo as

MOBILE MARKETING – UMA TENDÊNCIA PARA EVENTOS Uma das ramificações da área que promete se desenvolver com o passar do tempo é o mobile marketing – visto o grande número de celulares espalhados pelo Brasil e no mundo. De acordo com um estudo mais recente realizado pela FGV (Fundação Getúlio Vargas), divulgado em abril de 2017, o Brasil possuía 198 milhões de smartphones em uso um crescimento de 17% na comparação com 2016. Na época, a expectativa era de que, até 2019, 236 milhões desses aparelhos estivessem em serviço. Podemos dizer que o mobile marketing surgiu já na década de 1990, quando as primeiras mensagens de SMS de empresas começaram a ser enviadas para consumidores. Hoje, o termo identifica as ações da área realizadas através dos smartphones. No mercado de eventos, o mobile marketing pode servir como estratégia diferenciada para ações, englobando desde a adaptação de sites para celulares, até a criação de um app exclusivo. “Ela pode e deve ajudar na experiência do participante no evento. Seja com um simples mapa dos expositores ou agenda de palestras, como algo mais avançado, incluindo um feed de tweets relacionados ao evento ou algo na linha mais de Social Sharing, como filtros em fotos para serem compartilhadas”, explica Ricardo Feldman, Sales Director for Latin America da Adjust, Mobile Measurement Company que unifica atividades de marketing em uma única plataforma.

A estratégia possibilita que uma marca ou evento esteja na palma da mão de seu público alvo, sempre que precisar. Por isso, é importante ficar atento à algumas práticas. “O maior cuidado que as empresas precisam ter é não ser invasivo. O truque para isso é ser relevante. Crie ações e interações que ajudem, melhorem a experiência do usuário”, aconselha Feldman.

Divulgação

Felipe Schepers, COO do Opinion Box

dicas de Inbound Marketing e SEO podem (e devem) ser distribuídos entre as listas de contatos através do e-mail. A principal vantagem é a assertividade sobre o impacto no público, com alcance previsto e retorno positivo. O mais importante é ter um mailing segmentado, quanto mais assertivo for o seu alvo, maior será o engajamento – quem recebe seu material tem interesse sobre informações e novidades do seu evento. Outro ponto é a possibilidade de explorar diferentes formatos de comunicação visual, com textos, links e diferentes elementos gráficos, entre outros. Além disso, o investimento é mais um diferencial do e-mail marketing. Com baixo custo para seu desenvolvimento e execução da estratégia, é uma opção para gerar grande volume de receita e retorno financeiro.

Ricardo Feldman, Sales Director for Latin America da Adjust, Mobile Measurement Company

Hoje, diversas ferramentas ajudam as empresas na hora de analisar ações e comportamentos realizados pelos consumidores em seus smartphones e outros dispositivos móveis. A possibilidade de dados a serem analisados é grande, desde um check-in no stand, até a abertura de um aplicativo para tirar foto ou selfie com o filtro criado especialmente para o evento. Vale ressaltar que todas essas ações podem ser trackeadas (ou seja, rastreadas), mas é necessário pedir autorização do usuário sobre informações relacionadas à privacidade de dados. “Esse tipo de app funciona muito bem para Meetup, mais uma prática que saiu do Vale do Silício para o mundo e consiste basicamente em encontros informais de pessoas que tem interesse sobre um assunto em comum que se encontram para debater alguns temas e fazer networking”, explica Ciro Ralfe, Supervisor de Mobile Marketing da ViajaNet e especialista em Marketing Digital e Mobile.

Divulgação

Divulgação

de venda, pré e pós para eventos, dando mais poder de informação aos consumidores”, afirma Schepers.

Ciro Ralfe, Supervisor de Mobile Marketing da ViajaNet

O mobile marketing se transforma em uma ferramenta ideal para eventos, pois é utilizado justamente no momento em que o usuário está se movimentando durante um encontro com profissionais da sua área, enquanto caminha pelos corredores de uma feira, por exemplo. Os dispositivos móveis são utilizados com maior frequência devido a sua pra19a edição | www.revistaebs.com.br

9


MARKETING

Divulgação

MOBILE MARKETING NO BRASIL Para Juliana Assunção, Founder e Chief Marketing Officer da RankMyApp, a comunidade de mobile marketing é extremamente carente no Brasil. Segundo ela, os poucos eventos de mobile marketing que existem no país são comerciais. “As pessoas vão aos eventos à procura de conteúdo e conhecimento, porque não existe isso de forma didática disponível no mercado”, afirma. Em comparação com outros países, o Brasil ainda precisa se desenvolver. “Lá fora é completamente diferente. Os eventos de mobile marketing são extremamente didáticos”, conta Juliana.

Juliana Assunção, Founder e Chief Marketing Officer da RankMyApp

A RankMyApp é uma startup early-stage focada em soluções para marketing digital orientada por tecnologia. Fundada no ano de 2015 e acelerada pela Startup Farm and Alchemist Accelerator, foi a criadora de um grupo no Facebook sobre mobile marketing. Com o crescimento do interesse, pequenos eventos começaram a ser realizados. Em 2016, ocorreu o primeiro Fórum Mobile Marketing Brasil, além de eventos pequenos voltados para profissionais da área. O Mobile Coffee é outro exemplo que atende os profissionais da área. Também realizado pela RankMyApp, o evento é menor se comparado ao Fórum, e apresenta tópicos específicos a cada edição. O encontro surgiu pela demanda de engajamento entre profissionais do mercado de mobile marketing no Brasil, que estão sempre em busca de conhecimento na área. A ViajaNet, uma das maiores agências online de viagens, contou com a ajuda da startup para conquistar mais posições na categoria “Viagens e Turismo”. De acordo com Ciro Ralfe, Supervisor de Mobile Marketing da ViajaNet, o trabalho teve o objetivo de aumentar a visibilidade do aplicativo da agência nas lojas, aumentar as instalações e melhorar também as avaliações dos usuá10 www.revistaebs.com.br | 19a edição

Dicas para aplicar o mobile marketing em eventos

1

Estude o público-alvo

2

Conteúdo relevante

3

Ferramentas

4

Testes e mais testes

É importante ser relevante, para que a resposta seja positiva. Conectar é a palavra de ordem.

Desenvolva materiais úteis para o público, com informações sobre evento, mercado e dicas, por exemplo.

Utilize ferramentas que ajudem a monitorar o impacto das estratégias.

É importante realizar testes antes de lançar o produto final para o consumidor. E mesmo depois do lançamento, continue testando, para melhorar ainda mais a experiência.

rios. “Em poucos meses, já vimos o resultado desse trabalho aumentando as instalações, a conversão na loja de apps, e diminuindo o volume de avaliações negativas do aplicativo”, diz. UM APP PARA SEU EVENTO Apesar de ser uma indústria relativamente nova, a indústria de apps já conta com diversas empresas especializadas em tecnologia que podem ajudar a sua empresa a impactar ações na área de eventos. “Você não precisa criar uma super equipe de tecnologia para começar a impactar os visitantes com ações mobile em seus eventos. Você pode contar com a experiência de empresas que têm produtos testados por milhares de usuários todos os dias”, afirma Ralfe. As soluções em aplicativos para eventos que já estão disponíveis no mercado vão além do simples perfil dos palestrantes – ou outras informações que costumam ser impressas em folders. “Se seu plano inclui dar um toque digital ao seu evento, você pode contar com funções simples como o cronograma do evento ou uma agenda personalizada, que deixa de ser simples e cria mais engajamento com o visitante quando ele recebe as notificações do app com algum lembrete de troca de

ambiente ou do início de uma apresentação, por exemplo”, diz o Supervisor de Mobile Marketing da ViajaNet. MOBILE MARKETING PARA EVENTOS NA PRÁTICA O mobile marketing auxilia diretamente o mercado de eventos com uma série de campanhas no antes, durante e após os encontros. Para Alessandro Ribas, CEO da Louyt, franquia espanhola especializada em mobile marketing, a técnica pode impactar o consumidor e conquistar o real engajamento ao mesmo tempo. “O mais importante é que, com o Mobile Marketing, o organizador tem a possibilidade de falar com o participante do evento de forma pessoal e direta. Podese, por exemplo, enviar um Storytelling com toda a programação do evento, incentivando a participação de todos em determinados eventos dentro do evento, ou até mesmo para promover promoções e gincanas”, exemplifica Ribas. A empresa conta com alguns cases no mercado de eventos, desde a divulgação e venda de inscrições por mobile marketing, até promoções e lembretes pré-eventos. A Louyt foi responsável por desenvolver uma ação para a Rede FTC de ensino no Salvador Shopping, na Bahia, com campanhas de divulgação, captação e pesquisa de satisfação por mobile com os participantes do evento, que contou com uma programação diversificada – incluindo feiras nas áreas de saúde e carreiras, palestras e exposições. Como resultado, a ação contabilizou mais de 3.850 mil visualizações em menos de 72 horas, com 500 captações por dia.

Divulgação

ticidade. Você tem em suas mãos uma câmera, encaminha a foto para o grupo de colegas, pode enviar por e-mail ou ainda publicar nas redes sociais.

Alessandro Ribas, CEO da Louyt

Segundo Ribas, há uma solução de wi-fi que permite o mapeamento de calor do evento, verificando o deslocamento das pessoas – tudo em tempo real. “Pode-se criar campanhas por geolocalização, ou seja, enviar informação ou promoções de acordo com o local que o inscrito estiver passando. Ou agradecendo a presença dele no momento em que este vá embora”, conta. O que não falta são possibilidades para o mercado.



SUSTENTABILIDADE

S

ustentabilidade é um conceito muito amplo, relacionado diretamente à todas as práticas de desenvolvimento econômico e material que respeitam o meio ambiente. É o uso de recursos naturais de forma inteligente, para que continuem a dar frutos – literalmente. O tema está cada vez mais presente nas discussões, das salas de aula até encontros internacionais. Em setembro de 2015, chefes de Estado, Governo e altos representantes mundiais se reuniram na sede das Nações Unidas, em Nova York, onde decidiram sobre os novos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável à nível global. Três dias após o encontro, os líderes apresentaram a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, plano de ação com o objetivo de erradicar a pobreza, proteger o planeta e garantir que as pessoas alcancem a paz e a prosperidade. De acordo com informações do PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento), o Brasil está progredindo na implementação da Agenda 2030. No ano passado, o país avançou sobre a formulação de políticas que estimulam a adoção dos 17 objetivos nos âmbitos Federal, Estaduais e Municipais. Sobre o tema, o Brasil conta ainda com a Política Nacional de Resíduos Sólidos, sancionada em 2010, após ficar cerca de 20 anos parada no Congresso Nacional. A lei conta com instrumentos que devem permitir o avanço do país no combate aos problemas ambientais, sociais e econômicos derivados da manipulação inapropriada de resíduos sólidos. O principal objetivo dessa política é a prevenção e redução da geração de resíduos, que podem ser feitas através de práticas de consumo sustentáveis 12 www.revistaebs.com.br | 19a edição

ECO-FRIENDLY EVENT Sustainability Best Practices for the Event Market Sustainability is a very broad concept, directly related to all economic and material development practices that respect the environment. It is the use of natural resources wisely, so they continue to grow fruits - literally. The theme is increasingly present in the discussions, from classrooms to international meetings. In September 2015, Heads of State, Government and senior world representatives met at United Nations Headquarters in New York where they decided on the new Sustainable Development Goals at the global level. Three days later, leaders presented the Agenda 2030 for Sustainable Development, a plan of action aimed at eradicating poverty, protecting the planet and ensuring that people achieve peace and prosperity. According to some information from the United Nations Development Program (UNDP), Brazil is progressing in the implementation of the Agenda 2030. Last year, the country advanced on the formulation of policies that stimulate the adoption of the 17 objectives in the Federal, State and Municipal. On this topic, Brazil also has the National Policy on Solid Waste, sanctioned in 2010,

after having stayed for about 20 years in the National Congress. The law has instruments that should allow the country to advance in the fight against environmental, social and economic problems arising from the inappropriate handling of solid waste. The main objective of this policy is the prevention and reduction of waste generation, which can be done through sustainable consumption practices combined with the instruments to encourage the recycling and reuse of remaining materials - with economic value and that can be reused - as well as the environmentally correct disposal of wastes that cannot be recycled. With the implementation of the National Solid Waste Policy, responsibility has been shared among all waste generators, including manufacturers and distributors, for example, to the citizens themselves.


Foto: lassedesignen / Shutterstock.com

combinadas aos instrumentos de incentivo à reciclagem e reutilização de materiais remanescentes – com valor econômico e que podem ser reaproveitados –, assim como a destinação ambientalmente correta de rejeitos que não podem ser reciclados. Com a implementação da Política Nacional de Resíduos Sólidos, a responsabilidade foi compartilhada entre todos os geradores de resíduos, incluindo desde fabricantes e distribuidores, por exemplo, até o próprio cidadão.

MAS, O QUE O MERCADO DE EVENTOS TEM A VER COM ISSO? A sustentabilidade, assunto presente em todos os setores, não fica de fora do mercado de eventos, que conta com a norma ISO 20121, desenvolvida para auxiliar a realização de todo tipo de encontro (empresarial, desportivo ou cultural, por exemplo) seguindo condutas sustentáveis. Ela foi criada para oferecer orientação e melhores práticas para o gerenciamento de eventos e controle de seu impacto social, econômico e

BUT, WHAT DOES THE EVENT MARKET HAVE TO DO WITH IT? Sustainability is not left out of the event market, which has the ISO 20121 standard, developed to assist in the realization of all kinds of meetings (business, sports or cultural, for example) according to sustainable conduct. It was created to provide guidance and best practices for event management and control of its social, economic and environmental impact - from water consumption and solid waste production to the employment rate and supplier selection. The standard serves as proof that the MICE market (Meetings, Incentives, Conferences and Exhibitions) is one of the agents of change for a more sustainable world. The ISO 20121 was

19a edição | www.revistaebs.com.br 13


SUSTENTABILIDADE

INFLUÊNCIA NO MERCADO DE EVENTOS O trabalho com práticas sustentáveis é essencial nesse mercado. Eventos sustentáveis são oportunidades das quais as organizações dispõem para demonstrar seu compromisso e responsabilidade com o meio ambiente. Além de criar momentos de troca de experiências para que as empresas possam mostrar como estão colaborando com o desenvolvimento sustentável, é uma forma de evidenciar a preocupação na busca por um mundo melhor para todas as pessoas. Hoje em dia, trabalhar ações eco-friendly nos eventos corporativos não é apenas uma tendência, mas uma necessidade – para a própria sobrevivência em um mercado cada vez mais competitivo. Isso porque a aplicação desse conceito no planejamento e produção de eventos possui impactos diretos na gestão de recursos destinados aos projetos. Quando falamos de práticas sustentáveis, o lema principal é fazer mais com menos, economizando dinheiro, energia, trabalho, materiais e insumos durante toda a organização. O Hacktown, festival de inovação e criatividade que acontece em Santa Rita do Sapucaí, em Minas Gerais, é um exemplo de evento que ocupa e se mistura com a cidade, considerando 14 www.revistaebs.com.br | 19a edição

Divulgação

ações sustentáveis. “O festival foi concebido considerando o ciclo de vida de tudo que é gerado por ele, com um olhar além do lucro e preocupado com todo o ecossistema que mobiliza. O foco é promover desenvolvimento da criatividade, efervescência intelectual e prosperidade, interligando ao máximo a cadeia de valor a fim de que todos os envolvidos saiam ganhando. Por isso há toda uma preocupação com a experiência do público, dos palestrantes, equipe e sobretudo com o impacto na cidade”, explica Ralph Peticov, co-fundador e Experience Design do evento.

Ralph Peticov, Co-fundador e experience designer na Hacktown Ralph Peticov, Co-founder and experience designer at Hacktown

Independente do porte, a produção de resíduos é inevitável em qualquer encontro. Assim, é importante a implementação de um estudo sobre o assunto desde seu planejamento, para que possam ser definidas ações que reduzam possíveis impactos ao ambiente. A Reed Exhibitions Alcantara Machado, principal marca mundial do mercado de feiras de negócios, está cada vez mais voltada para a implementação de ações de sustentabilidade nos eventos que promove. A Operação Reciclar, importante ação realizada na Feiplastic, mostra a reciclagem dos resíduos plásticos sob vários aspectos. “Todos os visitantes do evento têm a oportunidade de acompanhar o processo de reciclagem dos resíduos plásticos, aprendendo como eles são separados, moídos e granulados até a sua transformação em novos produtos como, por exemplo, vasos que serão distribuídos aos visitantes na forma de kits com terra e semente”, conta Michelle Zreik, Gerente de Compras da empresa. Os eventos devem ser motores de ati-

Divulgação

ambiental – desde o consumo de água e produção de resíduos sólidos, até a taxa de emprego e seleção de fornecedores. A norma serve como prova de que o mercado MICE (Meetings, Incentives, Conferences and Exhibitions, ou Encontros, Incentivos, Conferências e Feiras, em tradução livre) é um dos agentes de mudança para um mundo mais sustentável. A ISO 20121 foi elaborada com a contribuição de diversos representantes desse nicho, a fim de tornar os encontros práticos e úteis, apoiando os organizadores dos mais diversos eventos para a implementação da sustentabilidade em suas atividades. As regras são aplicadas para todos os integrantes da cadeia de eventos, incluindo os responsáveis, organizadores e fornecedores. Os benefícios vão além do bem ao meio ambiente, acrescentando ainda uma transparência sobre o planejamento com base sustentável, capaz de melhorar a imagem e reputação do encontro, bem como a geração de ganhos financeiros através da economia de gastos a longo prazo, por exemplo.

Michelle Zreik, Gerente de Compras da Reed Exhibitions

Michelle Zreik, Purchasing Manager at Reed Exhibitions

elaborated with the contribution of several representatives of this niche, to make the meetings practical and useful, supporting the organizers of the most diverse events for the implementation of sustainability in its activities. The rules apply to all members of the chain of events, including those responsible, organizers, and suppliers. The benefits go beyond good to the environment, while also adding transparency to sustainable-based planning that can improve the image and reputation of the meeting, as well as generating financial gains through long-term cost savings, for example. INFLUENCE ON THE EVENT MARKET Working with sustainable practices is essential in this market. Sustainable events are opportunities that organizations have to present their commitment and responsibility to the environment. In addition to creating moments of exchange of experiences so that companies can show how they are collaborating with sustainable development, it is a way of highlighting the concern in the search for a better world for all people. Nowadays, working eco-friendly actions at corporate events is not just a trend, but a necessity - for one's own survival in an increasingly competitive market. This is because the application of this concept in the planning and promotion of events have direct impacts on the management of resources destined to the projects. When we talk about sustainable practices, the main motto is to do more with less, saving money, energy, labor, materials and supplies throughout the organization. Hacktown, an innovation and creativity festival that takes place in Santa Rita do Sapucaí, Minas Gerais, is an example of an event that occupies and blends with the city, considering sustainable actions. "The festival was conceived considering the life cycle of everything that is generated by it, with a look beyond profit and concerned with the whole ecosystem that mobilizes. The focus is to promote the development of creativity, intellectual effervescence and prosperity, connecting the value chain as much as possible so that everyone involved wins. That's why there is a lot of concern about the experience of the audience, the speakers, the team and, above all, the impact on the city", explains Ralph Peticov, co-founder and Experience Design at the event. Regardless of the size, waste production is inevitable at any meeting. Thus, it is important to implement a study on the subject since its planning, so that actions can be defined that reduce possible impacts to the environment. Reed Exhibitions Alcantara Machado, the world's leading brand in the trade show market, is increasingly focused on implementing sustainability actions in the events it promotes. Operation Recycle, an important action carried out in Feiplastic, shows the recycling of plastic waste in various aspects. "All visitors to the event have the opportunity to follow the process of recycling plastic waste, learning how they are separated, ground and granulated until their transformation into new products, such as pots that will be distributed to visitors in the form of kits with land and seed", says Michelle Zreik, the company's Purchasing Manager. Events should be engines of sustainable attitudes, so that the actions presented there do not die. The good old "legacy of the event", which allows the participants to take what they experienced for their day to day.


Divulgação

UMA PEDRA NO CAMINHO Apesar da importância do tema, um dos principais desafios é a conscientização e aplicação da cultura no mercado de eventos. A prática demanda motivação com todos os envolvidos antes, durante e depois da realização de qualquer acontecimento social. “O grande desafio é pensar em recurso, pensar a sustentabilidade como investimento, e não apenas como uma ação pontual, como economia. Acho que esse é o grande desafio, porque a nossa taxa de conversão é baixa. Apesar de muitas pessoas solicitarem orçamento, poucas fecham. Isso porque as pessoas conseguem entender que o investimento, talvez com um músico famoso, por exemplo, possa trazer mais pessoas para o evento, do que uma grande ação de sustentabilidade. E não é verdade. Uma grande ação de sustentabilidade dá repercussão, traz pessoas ao evento”, diz André Amaral, CEO da EcoGreens, empresa que cria soluções sustentáveis que fortalecem o setor de Econegócios.

André Amaral, CEO da EcoGreens

André Amaral, CEO at EcoGreens

Muitas pessoas não conseguem ver a sustentabilidade como uma responsabilidade socioambiental. Além disso, o tema é um investimento que traz retorno na economia de gastos para qualquer tipo de evento – do encontro corporativo de pequeno porte, até grandes festivais que reúnem milhares de pessoas. Para Daniel Biondi, diretor da FAR Agência, responsável por planejar, criar e realizar ações promocionais e eventos corporativos com foco nos resultados, o principal desafio é a sustentabilidade não estar presente na pauta principal dos projetos, além da preocupação sobre o aumento nos custos. “Existem iniciativas simples, como a separação de resíduos do evento, que praticamente não gera custos e representa uma boa contribuição. E também

‘escolhas sustentáveis’, como optar por realizar o evento em um local que permita aos participantes utilizarem o transporte público, o que exige apenas que a agência que estiver auxiliando no desenvolvimento do evento apresente boas opções com esse perfil”, conta. Divulgação

tudes sustentáveis, servir para que as ações ali apresentadas não morram. O bom e velho “legado do evento”, que permite aos participantes levarem o que vivenciaram para o seu dia a dia.

Daniel Biondi, Diretor da FAR Agência Daniel Biondi, Director at FAR Agência

Mas a procura por eventos sustentáveis está crescendo. Há uma demanda por novos formatos e possibilidades para encontros corporativos, com iniciativas que buscam a construção de um mundo melhor. “Muitos de nossos clientes têm interesse em soluções viáveis para aplicar em seus eventos. E alguns deles fazem questão de divulgar aos participantes os esforços realizados neste sentido, para que seja ampliada a conscientização, através de exposição em totens, descrição nos materiais de divulgação, ou mesmo através da leitura de um manifesto na abertura do evento”, afirma Biondi. Segundo ele, sempre é feito um estudo do propósito e dinâmica para cada caso, onde são identificadas possibilidades para o desenvolvimento de um planejamento condizente de acordo com a demanda. “É importante destacar que a sustentabilidade pode ser tratada de diversas maneiras, com maior ou menor ênfase, e está acessível a todos”, diz. COMO FAZER UM EVENTO SUSTENTÁVEL? A sustentabilidade pode ser um importante palco de visibilidade nesse meio, desde práticas estabelecidas no planejamento, até temas para palestras e debates. Para o CEO da Ecogreens, os eventos conseguem difundir o assunto para um número maior de pessoas. “A nossa missão é propagar a sustentabilidade. E percebemos que, nos eventos, conseguimos dar grande voz ao tema – seja a empresa mostrando que ela é sustentável, ou as pessoas experimentando a sustentabilidade. E em contato com novas tecnologias, conseguimos conscientizar um maior número de pessoas. Então um evento acaba sendo

A STEPPING STONE Despite its importance, one of the main challenges is the awareness and application of culture in the event market. Practice demands motivation with all involved before, during and after the completion of any social event. "The greatest challenge is to think about resources, to think of sustainability as an investment, and not just as a punctual action, as an economy. I think that's the big challenge because our conversion rate is low. Although many people request a budget, few close. This is because people can understand that the investment, perhaps with a famous musician, for example, could bring more people to the event, than a great action of sustainability. And it is not true. A great action of sustainability gives repercussion, brings people to the event", says André Amaral, CEO of EcoGreens, a company that creates sustainable solutions that strengthen the business sector. Many people fail to see sustainability as a social and environmental responsibility. In addition, it’s an investment that brings return on cost savings for any type of event - from the small corporate gathering to large festivals that bring together thousands of people. For Daniel Biondi, CEO at FAR Agency, responsible for planning, creating and conducting promotional actions and corporate events focused on results, the main challenge is sustainability not being present in the main agenda of the projects, besides the concern about the increase in costs. "There are simple initiatives, such as the separation of waste from the event, which practically does not generate costs and represents a good contribution. And also 'sustainable choices', such as choosing to hold the event in a place that allows participants to use public transportation, which only requires that the agency that is assisting in the development of the event presents good options with this profile", he tells. But the demand for sustainable events is growing. There is a demand for new formats and possibilities for corporate meetings, with initiatives that seek to build a better world. "Many of our customers are interested in workable solutions to apply to their events. And some of them are keen to inform participants of the efforts made in this regard, so that awareness is increased, through exposure in totems, description in the materials of dissemination, or even through the reading of a manifesto at the opening of the event", says Biondi. According to him, there is always a study of the purpose and dynamics for each case, where possibilities are identified for the development of a planning according to the demand. "It is important to emphasize that sustainability can be treated in many ways, with greater or lesser emphasis and is accessible to all”, he explains. HOW TO MAKE SUSTAINABLE EVENT? Sustainability can be an important stage of visibility in this environment, from established planning practices to topics for lectures and debates. For the CEO of Ecogreens, events can spread the word to more people. "Our mission is to spread sustainability. And we realize that, at events, we can give a big voice to the theme - whether the company shows that it is sustainable, or people are experiencing sustainability. And in contact with new technologies, we have been able to raise awareness of more people. So, an event ends up

19a edição | www.revistaebs.com.br 15


Luanna Duarte, Coordenadora do Núcleo de Projetos do Centro Sebrae de Sustentabilidade

Luanna Duarte,Project Coordinator at Project Center from Sustaintability Sebrae Center

Após a coleta de todos os dados necessários, é possível definir ações eficazes com base no inventário de emissões de GEE (Gases de Efeito Estufa). Na maioria das vezes, os impactos gerados por eventos estão relacionados com a produção e destino de resíduos sólidos, transporte de participantes e equipe, além de logística de materiais. “Os dados levantados vão auxiliar a construção de estratégia que será adotada antes, durante e depois do evento. Por exemplo, se o evento for realizado em um local fora do centro urbano, a organização pode colocar pontos de carona solidária, usar sistema de transporte com vans, entre outros”, diz Luanna. A aplicação de soluções sustentáveis depende também da comprovação de um custo acessível e, além disso, da produção de resultados positivos para a imagem e reputação das marcas e empresas – que melhoram os negócios e o relacionamento com seus consumidores. Para Márcio Mendes, CEO do Grupo Mega Share e Diretor de Marketing e Eventos da Abraps (Associação Brasileira de Profissionais pelo Desenvol16 www.revistaebs.com.br | 19a edição

Márcio Mendes, Diretor de Marketing e eventos da Abraps Márcio Mendes, Marketing Director and Events at Abraps

vimento Sustentável), o maior desafio é saber que, mesmo sendo boas práticas, soluções sustentáveis não podem ser apenas enfeites em eventos. “Sustentabilidade é um processo e, como tal, precisa de objetivos claros, envolvimento de todos, ferramentas de mensuração e comunicação de resultados para buscar a melhoria contínua”, declara. Mendes acredita que nenhum evento se justifica se não possuir processos sustentáveis para sua produção. Segundo ele, em um futuro próximo não existirão eventos sem responsabilidade ambiental. “E esta afirmação vale a partir de agora. O futuro dos eventos é serem sustentáveis, e isso será uma extensão do propósito que as marcas e empresas possuem com a sustentabilidade e expressarão os compromissos que possuem com o desenvolvimento sustentável”, afirma. A UBM, uma das principais organizadoras de eventos B2B no mundo, procura aumentar a conscientização sobre questões sustentáveis entre seus fornecedores, clientes e proprietários de espaços para eventos. “No final de 2017, lançamos um novo conjunto de indicadores de performance (KPIs) de sustentabilidade para todos os nossos eventos. A área de foco inclui engajamento de partes interessadas, gerenciamento de materiais e resíduos, redução de carbono, compras, doação de caridade, saúde, segurança e dados de eventos”, conta Alexandra Goto, Diretora de Marketing da UBM Brazil. Divulgação

Divulgação

um ótimo e grande mercado para a nossa missão”, conta André Amaral. Antes de começar a aplicar soluções de sustentabilidade, é preciso uma pesquisa completa, incluindo capacidade de cooperativas de recicladores e aterro sanitário, por exemplo. Essas são apenas algumas das informações importantes para a implementação de ações na área, que demanda estudo e planejamento. “Para realizar um evento sustentável, é preciso levantar as principais características do evento, como sua duração, a quantidade de participantes esperada, necessidade de materiais, equipamentos ou produtos que possam ser absorvidos pelo fornecimento local, inclusive com relação à destinação dos resíduos sólidos”, explica Luanna Duarte, coordenadora do Núcleo de Projetos do Centro Sebrae de Sustentabilidade, responsável pelos inventários dos eventos do Sebrae MT.

Divulgação

SUSTENTABILIDADE

Alexandra Goto, Diretora de Marketing da UBM Brazil Alexandra Goto, Marketing Director at UBM Brazil

A Playcorp, empresa que atua nas áreas de marketing promocional e eventos há mais de 30 anos, tem em sua política a aplicação de ações de sustentabilidade nos eventos que promove. “Desde 2010, começamos a aplicar

being a great and great market for our mission, "says André Amaral. Before starting to apply sustainability solutions, a thorough research is needed, including capacity of recyclers cooperatives and landfill, for example. These are just some of the important information for implementing actions in the area, which requires study and planning. "To carry out a sustainable event, it is necessary to raise the main characteristics of the event, such as its duration, the expected number of participants, the need for materials, equipment or products that can be absorbed by the local supply, including with regard to solid waste disposal", explains Luanna Duarte, coordinator of the Projects Center of the Sebrae Center for Sustainability, responsible for the inventories at Sebrae MT events. After collecting all the necessary data, it is possible to define effective actions based on the inventory of GHG emissions (Greenhouse Gases). Most of the time, the impacts generated by events are related to the production and destination of solid waste, transportation of participants and staff, and material logistics. "The data collected will help build strategy that will be adopted before, during and after the event. For example, if the event is held in a location outside the urban center, the organization may place carpool points, use a transportation system with vans, among others", concludes Luanna. The application of sustainable solutions also depends on the proof of an affordable cost and, in addition, the production of positive results for the image and reputation of the brands and companies - that improve the business and the relationship with its consumers. For Márcio Mendes, CEO of the Mega Share Group and Director of Marketing and Events for Abraps (Brazilian Association of Professionals for Sustainable Development), the biggest challenge is to know that, even though it is good practices, sustainable solutions cannot be just embellishments at events. "Sustainability is a process and as such it needs clear objectives, involvement of all, measurement tools and communication of results to seek continuous improvement", he says. Mendes believes that no event is justified if it does not have sustainable processes for its production. According to him, soon there will be no events without environmental responsibility. "And this statement holds true from now on. The future of events is to be sustainable, and this will be an extension of the purpose that brands and companies have with sustainability and express their commitments to sustainable development, "he says. UBM, one of the leading B2B event organizers in the world, seeks to raise awareness of sustainable issues among its suppliers, customers and event space owners. "At the end of 2017, we launched a new set of sustainability performance indicators (KPIs) for all of our events. The focus area includes stakeholder engagement, materials and waste management, carbon reduction, procurement, charitable donation, health, safety, and event data", affirms Alexandra Goto, Marketing Director, UBM Brazil. Playcorp, active in promotional marketing and events for more than 30 years, has in its policy the application of sustainability actions in the events it promotes. "Since 2010, we have started to implement solutions related to the proper disposal of waste in our large events, such as the Anhangabaú Valley Cup Twist, which in 30 days served 350,000 people



SUSTENTABILIDADE

Divulgação

teriais, como tecidos, doados pelo Hospital das Clinicas da Faculdade de Medicina de Botucatu. Divulgação

soluções relacionadas ao descarte adequado de resíduos em nossos eventos de grande porte, como, por exemplo, na Torcida da Copa do Vale do Anhangabaú, que em 30 dias atendeu 350 mil pessoas e gerou 61 toneladas de lixo, que foram separados adequadamente por ONGs e depois encaminhados para seus devidos destinos”, explica Fernando Elimelek, CEO da Playcorp.

Augusto Cesar Albano, Superintendência Técnica na FAMESP Augusto Cesar Albano, Technical Superintendence at FAMESP

Fernando Elimelek, CEO at Playcorp

Segundo Elimelek, as empresas podem começar com iniciativas básicas. “Medidas simples podem ser tomadas, como incluir lixeiras para os diferentes tipos de materiais, uso de copos e demais utensílios não descartáveis e descarte correto dos resíduos”, diz. A empresa, responsável pela comercialização e execução do Natal e Réveillon na Avenida Paulista, em São Paulo, investe em processos sustentáveis. “A última edição do Réveillon na Paulista teve uma ação de neutralização de carbono patrocinada e, como compensação, houve o plantio de 5 mil árvores no Parque Ecológico do Tietê”, diz. A Famesp (Fundação para o Desenvolvimento Médico e Hospitalar) aplica ações sustentáveis nos eventos que promove. De acordo com Augusto Cesar Albano, da Superintendência Técnica da instituição, práticas relevantes para com o meio ambiente agregam valor aos encontros realizados. “A Famesp, em seus eventos, sejam eles corporativos ou simples solenidades, aplica diversas estratégias sustentáveis, tais quais a não utilização de papel, como ficha de inscrição (hoje totalmente informatizada), não distribuição de blocos de anotações (enviamos o material por e-mail), contratação de coffee break orgânico de produção local, utilização de equipamento para iluminação com Led, separação de lixo em orgânico e reciclável, como também plantio de árvores nos eventos”, afirma. A Famesp adquire ainda ecobags fabricadas pelo Projeto Girassol, que tem como objetivo a educação e geração de renda para mulheres jovens e adultas através do aprendizado, confecção e comercialização de produtos artesanais, que utilizam sobras de diferentes ma18 www.revistaebs.com.br | 19a edição

As empresas que fornecem materiais para o mercado de eventos também levam o tema sustentabilidade a sério. Com clientes preocupados com o destino dos resíduos e materiais utilizados em feiras e congressos, por exemplo, é necessário aplicar as soluções que protejam o meio-ambiente. “Nós temos metas de sustentabilidade em todas as partes do processo. Usamos materiais reutilizáveis para montagem, comunicação visual em bases de tecidos que são impressos por sublimação (que é um processo sustentável), nossos sistemas permitem transportes de carros pequenos que consomem menos combustível, e temos um processo de logística reversa eficiente para a destinação correta de resíduos, além de nosso comprometimento social. Todo resíduo do nosso processo é atóxico e reciclado”, conta Marcelo Chanoft, diretor da TES Cenografia, empresa líder no Brasil em cenografia e comunicação visual com tecido tensionado impresso em grandes formatos para eventos. Ainda de acordo com o executivo, a empresa também doa os tecidos para o Grupo Primavera, que retira garotas carentes das ruas e ensina o ofício de se fazer bonecas de pano artesanais. Divulgação

Fernando Elimelek, CEO da Playcorp

Marcelo Chanoft, Diretor da TES Cenografia Marcelo Chanoft, Director at TES Cenografia

O importante é que o tema da conscientização, da sustentabilidade e da responsabilidade sejam inseridos desde o planejamento do evento, para que possam ser implementados corretamente e gerar resultados reais. “Se conseguimos atuar desde o planejamento,

and generated 61 tons of garbage, which were properly separated by NGOs and then sent to their proper destinations”, shares Fernando Elimelek, CEO of Playcorp. According to Elimelek, companies can start with basic initiatives. "Simple measures can be taken, such as including dumps for different types of materials, use of cups and other non-disposable utensils and correct waste disposal", he says. The company, responsible for the marketing and execution of Christmas and New Year's Eve at Avenida Paulista, in São Paulo, invests in sustainable processes. "The last edition of New Year's Eve in Paulista had a carbon neutralization action sponsored and, as compensation, there were 5,000 trees planted in the Tietê Ecological Park", he tells. Famesp applies sustainable actions to the events it promotes. According to Augusto Cesar Albano, from the Technical Superintendence of the institution, practices relevant to the environment add value to the meetings held. "Famesp, in its events, whether corporate or solemnities, applies various sustainable strategies, such as not using paper, as registration form (now fully computerized), no distribution of notebooks (we send the material by e-mail), hiring organic coffee break from local production, use of equipment for lighting with Led, separation of garbage in organic and recyclable, as well as planting trees at events", he says. Famesp also acquires ecobags manufactured by Projeto Girassol, whose objective is education and income generation for young and adult women through the learning, confection and commercialization of handmade products, which use leftovers from different materials such as fabrics donated by the Hospital das Clinics of the Faculty of Medicine of Botucatu. Companies that provide materials for the event market also take sustainability seriously. With clients concerned about the destination of waste and materials used in fairs and congresses, for example, it is necessary to apply solutions that protect the environment. "We have sustainability goals in all parts of the process. We use reusable materials for assembly, visual communication on fabric bases that are printed by sublimation (which is a sustainable process), our systems allow small car transports that consume less fuel, and we have an efficient reverse logistics process for the correct destination of waste, in addition to our social commitment. All waste from our process is non-toxic and recycled", says Marcelo Chanoft, director of TES Cenografia, a leading Brazilian company in scenography and visual communication with tensioned fabric printed in large formats for events. Still, according to the executive, the company also donates the fabrics to the Primavera Group, which removes needy girls from the streets and teaches the craft of making handmade cloth dolls. It is important the awareness, sustainability and responsibility be inserted from the planning of the event, so that they can be implemented correctly and generate real results. "If we can act from the planning stage, we can make sure that the event does not generate any residue. Everything that is generated can be reused, reused or destined in a correct way", explains Ricardo Oliani, new business developer of Rede Resíduo, which has more than 10 years of experience in waste management with participation and organization of forums and events in the area.


Divulgação

podemos fazer com que o evento não gere nenhum resíduo. Tudo que é gerado pode ser reaproveitado, reutilizado ou destinado de forma correta”, explica Ricardo Oliani, desenvolvedor de novos negócios da Rede Resíduos, que possui mais de 10 anos de experiência na gestão de resíduos com participação e organização de fóruns e eventos na área.

ração a gás, entregamos 37.771 mudas de árvores como compensação ambiental – uma das maiores ações desse tipo já feita na cidade nos últimos anos - e realizamos a coleta das caçambas no São Paulo Expo e destinamos para um transbordo licenciado e credenciado pelos órgãos competentes, onde realizamos a segregação dos resíduos para a reciclagem, evitando a destinação para aterros e contribuindo para o meio ambiente”, conta Daniel Galante, Diretor de Operações do São Paulo Expo.

Ricardo Oliani, New Business Developper at Rede Resíduos

SUSTENTABILIDADE TAMBÉM É INVESTIMENTO Ações de sustentabilidade vão além dos impactos positivos promovidos para o meio ambiente e, para as empresas, o retorno não é apenas econômico. “A conta não é só financeira, sobre o quanto vou deixar de gastar em energia elétrica, por exemplo, se gerar minha energia com placa solar. A conta é o quanto vou gerar de mídia espontânea, quando engajar as pessoas com a minha marca”, explica o CEO da Ecogreens. “Nós temos clientes que ganharam três prêmios internacionais com ação nossa. Então mostramos que o resultado não está em comprovar a preocupação com a sustentabilidade, de conscientizar as pessoas, da economia que você vai ter, de diminuir esse impacto. É um resultado de trazer pessoas para você, de mostrar o que você está fazendo e trazer um retorno de marketing”, inclui André Amaral. REESTRUTURAÇÃO E PREOCUPAÇÃO AMBIENTAL Administrado pelo grupo francês GL Events desde 2016, o São Paulo Expo passou por uma reestruturação que conta com medidas sustentáveis em diversas ações. “Temos um sistema de reuso e aproveitamento de água de chuva que é filtrada e bombeada para uma caixa d’água elevada, sendo utilizada nas descargas e lavatórios dos banheiros. Fazemos uso de luzes de LED, que estão distribuídas no pavilhão, estacionamento e nas novas vias de acesso. Além disso, ampliamos nossa capacidade de geração de energia, por meio da implantação de uma usina de coge-

Divulgação

Ricardo Oliani, Desenvolvedor de novos negócios da Rede Resíduos Daniel Galante, Diretor de Operações do São Paulo Expo

Daniel Galante, Operations Director at São Paulo Expo

A GL Events colocou toda sua expertise para a aplicação de soluções sustentáveis no espaço, que é um dos responsáveis por colocar a cidade na rota dos principais eventos da América Latina – recebendo grandes feiras, exposições, congressos, eventos corporativos e sociais. “O São Paulo Expo não teve qualquer dificuldade em se alinhar com a questão da sustentabilidade, principalmente porque a multinacional segue a política ‘Think Green’, portanto um dos princípios norteadores do complexo sempre foi a promoção da sustentabilidade em todas as suas dimensões”, explica Galante. UM HORIZONTE MAIS VERDE Em outros países, a sustentabilidade é uma realidade bem mais consistente no mercado MICE. Diversas feiras internacionais já seguem um modelo de montagem diferente das realizadas no Brasil, com estandes mais simples, menor investimento financeiro e padrões semelhantes entre os expositores, o que propõe um menor impacto socioambiental. Essa é apenas uma tendência para o setor nos próximos anos. A implementação de eventos com responsabilidades sustentáveis tende a crescer com a ajuda da aplicação de normas, relatórios e, principalmente, a conscientização de todos os envolvidos nesse mercado. Quanto mais empresas e eventos aplicarem ações em prol do meio ambiente, mais o conceito de sustentabilidade estará visível e poderá sensibilizar o grande público.

SUSTAINABILITY IS ALSO AN INVESTIMENT Sustainability actions go beyond the positive impacts promoted for the environment and, for companies, the return is not only economic. "The bill is not only financial, about how much I will stop spending on electricity, for example if I generate my energy with solar plate. The bill is how much I will generate from spontaneous media when engaging people with my brand", points out CEO of Ecogreens. "Some of our clients won three international awards with our actions. So, we showed that the result is not to prove the concern with sustainability, to make people aware of the economy you will have, to reduce that impact. It's a result of bringing people to you, of showing you what you're doing and bringing a return on marketing", proposes André Amaral. RESTRUCTURING AND ENVIROMENTAL CONCERN Managed by the French group GL Events since 2016, the São Paulo Expo has been through a restructuring that counts on sustainable measures in several actions. "We have a system of reuse and use of rainwater that is filtered and pumped into a raised water tank, being used in the discharges and lavatories of the bathrooms. We use LED lights, which are distributed in the pavilion, parking lot and in the new access ways. In addition, we expanded our energy generation capacity through the implementation of a gas cogeneration plant, we delivered 37,771 tree saplings as environmental compensation - one of the largest actions of this type in the city in recent years - and carried out the collection of the buckets at the São Paulo Expo and we are destined for a transshipment licensed and accredited by the competent agencies, where we carry out segregation of waste for recycling, avoiding landfills and contributing to the environment", says Daniel Galante, director at São Paulo Expo. GL Events has placed all its expertise to the application of sustainable solutions in space, which is one of the responsible for putting the city in the route of the main events of Latin America - receiving big fairs, exhibitions, congresses, corporate and social events. "São Paulo Expo had no difficulty in aligning itself with the issue of sustainability, mainly because the multinational follows the 'Think Green' policy, therefore one of the guiding principles of the complex has always been the promotion of sustainability in all its dimensions”, explains Galante. A GREENER HORIZON In other countries, sustainability is a much more consistent reality in the MICE market. Several international fairs already follow a different assembly model than those carried out in Brazil, with simpler stands, less financial investment and similar standards among exhibitors, which proposes a lower environmental impact. This is only a trend for the industry in the coming years. The implementation of events with sustainable responsibilities tends to grow with the help of the application of standards, reports and, mainly, the awareness of all those involved in this market. The more companies and events implement actions in favor of the environment, the more the concept of sustainability will be visible and may raise awareness among the attendees.

19a edição | www.revistaebs.com.br 19


SEGMENTO MICE

Eventos em cruzeiros fluviais Cruzeiros fluviais são ideais para o segmento corporativo e de incentivo

O

Divulgação - Velle Representações

s cruzeiros vêm ganhando cada vez mais visibilidade no mercado de eventos corporativos. Dentro dessa categoria, a opção de cruzeiros fluviais tem crescido nos últimos anos, especialmente pelos serviços oferecidos para a realização de diferentes encontros, como reuniões e atrações de entretenimento para equipes. O aumento na procura está ligado diretamente ao número de turistas que optam por conhecer lugares remotos, ainda que a modalidade seja pouco explorada no Brasil. “Embora o país tenha uma enorme variedade de rios navegáveis, diversidade de fauna e flora e lindas paisagens, os cruzeiros fluviais são pouco difundidos e ainda não ganham

20 www.revistaebs.com.br | 19a edição

o merecido destaque”, afirma João Araújo, diretor comercial da João Araújo Promoção e Venda, empresa que representa comercialmente a Australis, companhia de cruzeiros de expedição com 25 anos de experiência na navegação pelos canais ao extremo sul da Patagônia chilena e argentina. A modalidade fluvial é uma experiência por si só. Apesar de não dispor de grandes espaços para eventos, o grande diferencial para grupos de incentivo ou corporativos com alguma agenda de trabalho é o charter do navio. Isso porque o financiamento é totalmente viável, em uma opção onde esteja tudo incluso e que as empresas possam customizar qualquer espaço do barco, roteiro ou as próprias atividades externas.


se desenvolvendo como um todo, especialmente no Brasil, embora ainda pouco explorado. O país apresenta grande potencial por sua ampla bacia hidrográfica, além de paisagens e a diversidade cultural, ingredientes importantes para a modalidade. “O Iberostar Grand Amazon é uma das poucas opções no Brasil e o primeiro e único navio-hotel na Amazônia brasileira. Além de oferecer um hotel 5 estrelas flutuante, a bordo do Iberostar Grand Amazon os hóspedes têm a oportunidade de se aventurar por uma floresta que ainda possui pontos intocados pelo homem, agregando segurança, conforto e luxo a essa experiência”, explica Jamila Garavito, Coordenadora de Grupos & Eventos da Iberostar, que realiza roteiros all inclusive pelos rios Negro e Solimões. Por ser muito recente, o mercado segue em sua evolução e trabalhando na divulgação do conceito, com o objetivo de aumentar sua visibilidade entre o público – especialmente por seu potencial no país.

De acordo com Ricardo Alves, da Velle, o mercado brasileiro é o mais importante dos cruzeiros fluviais na América Latina, apresentando crescimento expressivo. “Com todo o apoio das companhias que representamos e comercializamos, nos últimos três anos crescemos em média a ordem de 50% ao ano. Estamos muito gratos pela ótima aceitação do produto pelos turistas brasileiros que gostam de se relacionar com outros viajantes e trocar experiências além de conhecer mais a cada viagem”, diz. OPORTUNIDADE PARA O SEGMENTO MICE O cruzeiro fluvial é uma ótima opção para o segmento MICE, pois trata-se de um produto exclusivo e com facilidade para fretamento. O Iberostar Grand Amazon oferece essas e outras comodidades para eventos corporativos e de incentivo. “Além disso, há a possibilidade de realizarem reuniões privadas em nosso salão Lua, que comporta até 148 pessoas. É possível também oferecer aos

amazonas

Experiência Australis

Divulgação: Iberostar

CRUZEIROS FLUVIAIS NO BRASIL O mercado de cruzeiros fluviais está

Australis pelos canais da Patagônia

Divulgação: Australis

MARÍTIMO X FLUVIAL A diferença entre os cruzeiros marítimos e fluviais vai além das águas onde navegam – em alto mar ou rios, respectivamente. De início, podemos citar a capacidade de passageiros. Enquanto o cruzeiro marítimo suporta cerca de 4 mil pessoas, o fluvial é mais intimista, com capacidade de aproximadamente 150 pessoas. Assim, o espaço físico também é uma diferença. Como os rios apresentam curvas e outros possíveis obstáculos naturais, as embarcações apresentam um porte menor. As dimensões seguem um padrão, com aproximadamente 110 metros de comprimento e quatro decks, contra 300 metros de comprimento e 18 decks dos cruzeiros marítimos. Essa desigualdade de proporções das embarcações é necessária também para acomodar as atrações oferecidas, como cassinos e piscinas (no caso de navios para o alto mar), ou espetáculos mais intimistas (em navios menores). Para compensar a falta de atividades a bordo, os cruzeiros fluviais prezam pelo destino, especialmente com excursões. Normalmente, são realizadas atividades como caminhadas e visitas a pontos turísticos, opções ideais para entreter os colaboradores.

Divulgação: Australis

Esse tipo de cruzeiro oferece oportunidades culturais e gastronômicas que fazem a diferença na experiência dos usuários. “Nas rotas da França, por exemplo, programações especiais levam os hóspedes a visitar vinícolas e a degustação de vinhos, seja em Borgonha ou em Provença. E tudo já previamente agendado pelas companhias, para que a vivência da viagem seja completa”, explica Ricardo Augusto Alves, diretor executivo da Velle, bureau especializado em Marketing e Vendas com serviços personalizados, dedicados a empresas de grande expansão no turismo e com interesse em posicionar suas marcas no mercado brasileiro. “Nesse tema de vinhos, por exemplo, a AmaWaterways está ampliando a cada ano seus Wine Cruises, os cruzeiros de vinhos que, nas várias rotas, não apenas visitam vinícolas como levam a bordo especialistas para palestras e orientação geral sobre vinhos e região visitada, além de degustações especiais”, conta Alves.

Iberostar Grand Amazon no Brasil

19a edição | www.revistaebs.com.br 21


Divulgação - Velle Representações

SEGMENTO MICE

Programações especiais como visitas a vinícolas e degustação de vinhos

grupos lanchas privativas, aproximando estes colaboradores durante as excursões oferecidas dentro de nosso sistema all-inclusive. Oferecemos também reserva em nosso restaurante Kuarup, além de atrações e entretenimento diário”, conta Jamila. O Kuarup, principal restaurante do navio, funciona em forma de buffet e a la carte. Além dos pratos internacionais, como a “Lagosta à Thermidor”, servida no jantar do comandante, são oferecidos também pratos regionais elaborados a base de peixes e vegetais da Amazônia, tais como tambaqui, pacu, pirarucu e tucunaré (que são assados, fritos ou cozidos), incluindo o tacacá, o caldo de piranha e outros. Presente na Europa e América do Norte, a Australis oferece, além do impecável serviço de A&B, uma infraestrutura perfeita para a realização de eventos a bordo. ”Todo o navio é personalizado com a marca da empresa para receber o evento, desde banners, panfletos e equipe treinada para fazer do evento um sucesso. Esse segmento é muito explorado pelo mercado Europeu e Americano com a Australis. No Brasil, estamos também desenvolvendo, junto com as agências de viagens de incentivo, capacitações especificas para inserir a Australis no portfólio dos mesmos em licitações solicitada pelas empresas”, diz João Araújo. O diferencial da modalidade para grupos corporativos e de incentivo é o charter do navio (seu fretamento). Financeiramente, a opção se torna viável por incluir serviços e a possibilidade de customização da embarcação – como o preço de cruzeiro é inclusivo, não há custos adicionais. Os hóspedes têm 22 www.revistaebs.com.br | 19a edição

ainda a possibilidade de visitar várias cidades durante a viagem, bem como a oportunidade de provar a culinária da região. “Eu vejo que, sempre que uma empresa premia ou leva seus pares para um evento fora do habitual, eles querem que os participantes tenham a experiência de integração maior entre seus pares. E isso um fluvial pode oferecer, sem dúvida alguma”, conta Ricardo Alves. Principais destaques dos cruzeiros fluviais:

1

O “ponto alto” do produto é o destino;

2

A Experiência a bordo é diferente, já que os navios são menores. Os barcos acomodam no máximo 196 passageiros, como é o caso do Ama Magna, da Ama Waterways, que será lançado em 2019;

3

Pela maioria dos roteiros, é possível navegar por trechos estreitos, muitos com passagens por pontes e eclusas que são verdadeiras obras de arte da engenharia;

4

Todos os tours contam com guias locais, sendo que alguns lugares oferecem tours extras e opcionais;

5

Durante o cruzeiro, os passageiros têm entretenimento local, equipe altamente treinada e com grande conhecimento no destino;

6

E o principal: Por não balançar, o passageiro não sente que o navio se movimenta.

Fonte: Velle Representações

EXPERIÊNCIAS PELO MUNDO Em outros países, os cruzeiros fluviais são modalidades bem disseminadas, principalmente por oferecer a possibilidade de criar roteiros que não seriam possíveis por terra. Na Europa, por exemplo, é possível fazer a rota do rio Danúbio, que durante séculos foi o responsável por integrar o continente. Já em Dürnstein, no chamado Vale do Wachau, na Áustria, é possível visitar alguns lugarejos pitorescos que não possuem rotas terrestres. O maior mercado é o Americano, dominante em todos os roteiros, seguido pelo Europeu, que é focado em destinos da Ásia e África. Nessa história, o Brasil ainda é tímido entre as opções de rotas, apesar de sua importância fluvial. De acordo com Ricardo Alves, alguns destinos são mais procurados por brasileiros na Europa e Ásia. Entre eles, estão os rios Reno, com percurso pela região norte de Amsterdã e Basiléia, e o Danúbio, com sua magnitude entre Alemanha, Áustria, Hungria e Romênia, até chegar ao Mar Negro. “Na Ásia, o Rio Mekong, onde navegamos no Camboja e Vietnã, é uma experiência extraordinária que nos convida a conhecer a cultura local totalmente vinculada a ecologia muito dependente do Rio”, conta. Na América do Sul, a procura também é alta. “Os roteiros mais procurados são os de quatro noites nos Fiordes da Terra do Fogo, que partem de Punta Arenas, no Chile, com destino a Ushuaia, na Argentina. E o roteiro Exploradores da Patagônia, que parte de Ushuaia, com destino a Punta Arenas, também de quatro noites”, diz João Araújo. FUTURO O cruzeiro fluvial e de expedição é uma promessa para o futuro, especialmente pelo crescimento do mercado de ecoturismo. Isso porque, cada vez mais, pessoas estão valorizando passeios que misturam conhecimento, experiência e emoção. As companhias de viagem já estão se preparando para o futuro através de atualizações e implementação de novidades para diferenciar seus produtos a cada ano. As saídas não são apenas temáticas e veiculadas em determinadas estações do ano, mas incluem destinos específicos para o público, como gastronomia e programas de bem-estar. Para o mercado MICE, a modalidade segue como tendência para encontros corporativos, assim como viagens de incentivo para colaboradores.



Divulgação: rawpixel / Unsplash

TECNOLOGIA

Recursos Humanos High Tech Presente em diversas áreas, a tecnologia promete auxiliar nos processos de seleção e gestão de pessoas

24 www.revistaebs.com.br | 19a edição

sempre, mas os desafios tendem a mudar com o passar dos anos. Segundo estudo publicado em março de 2017 pela CB Insights, empresa americana de pesquisa e análise de dados, foram investidos US$ 2.2 bilhões no segmento em 2016 (isso à nível global). Com a chegada da 4ª Revolução Industrial, a tecnologia transformou todos os meios de produção, crescendo a demanda por produtos mais rápidos e objetivos. “Esse fator reflete diretamente no modelo tradicional de gerir as empresas e em todos os setores do mercado de trabalho. Então a tecnologia está presente em grande parte dos setores das empresas, inclusive no RH e, nesse sentido, a novidade

são as chamadas ‘HR techs’. O termo é utilizado para empresas que visam propor soluções aos problemas ligados a recrutamento e outros desafios no que diz respeito a gestão de pessoas”, explica Mônica Hauck, cofundadora da Solides, empresa de RH e gestão comportamental.

Foto: Henrique Santos

N

os últimos anos, os avanços tecnológicos têm apresentado impacto direto em nosso ambiente profissional e pessoal. A área de Recursos Humanos, assim como qualquer outra, conta com o auxílio cada vez maior da tecnologia em seus processos. Desde a seleção de candidatos até a análise de perfil dos colaboradores, diversas soluções já estão disponíveis no mercado. Com foco mais estratégico para as companhias, a área de recrutamento e seleção está recebendo atenção especial e investimento em gestão de pessoas. A necessidade pela busca de profissionais competentes e que possam aderir à cultura da empresa é a mesma de

Mônica Hauck, Cofundadora da Solides


Marcello Porto, Diretor de Produtos da LG Lugar de Gente

Divulgação

A transformação do setor de Recursos Humanos através da tecnologia está apenas começando. Podemos destacar diversas práticas que evoluíram com o tempo, desde a divulgação de vagas em redes sociais e aplicativos, passando pela gestão de todo o processo seletivo e interação com candidatos, até chegar na avaliação para alinhamento do perfil comportamental com a cultura da empresa e gravação de entrevistas através de plataformas de vídeos. “Parte destas mudanças envolve a otimização das etapas do processo através do uso de tecnologia e outra parte já aproveita o uso de algoritmos e inteligência artificial para garantir processos com melhores resultados, tanto em relação à economia de tempo, quanto em relação à escolha dos perfis e experiência dos envolvidos no processo”, conta Luiz Eduardo Drouet, diretor da ABRH-SP (Associação Brasileira de Recursos Humanos).

Luiz Eduardo Drouet, Diretor da ABRH-SP

Entre os impactos positivos da informatização do RH podemos citar a agilidade, precisão, facilidade opera-

Isabella Botelho, CEO da Pin People

A plataforma, criada em 2014, é baseada em inteligência artificial, que cruza e monitora dados para melhorar o clima e aumentar a produtividade dos colaboradores no ambiente de trabalho. Ela nasceu da inquietude dos próprios sócios, por não acreditarem ou não estarem felizes sobre a forma com que o processo de gestão de pessoas era feito. No mundo corporativo, esses procedimentos continuam a seguir o mesmo padrão de trinta anos atrás. Porém, a busca por inovação tende a aumentar em um futuro próximo. Isso porque o uso da tecnologia para a seleção está ligado diretamente à automatização de processos, ainda manuais em sua grande maioria, especialmente nos departamentos de RH. Nesse caso, os profissionais se deparam com a dificuldade em tornar o setor mais estratégico. “No futuro, será inconcebível a não utilização da tecnologia da informação, inteligência artificial da indústria 4.0 e de tudo que vem com ela para otimizar as ações para fazer com que o homem tenha uma operação muito mais focada naquilo que representa a sua possibilidade de trabalhar de uma forma mais

estratégica e menos manual, fazendo com que ele tenha muito mais tempo hábil para realizar as ações necessárias”, diz Márcia Gravalos, Diretora de Comunicação na AGERH (Associação dos Gestores de RH) e Consultora de Gestão Humana na Infinitho – Desenvolvimento Humano e Organizacional.

Divulgação

cional, organização e planejamento nos processos de seleção de colaboradores. Ainda assim, o uso de ferramentas, aplicativos e mídias deve ser mais explorado pelo setor. “Existem vários processos de gestão de colaborador que podem ser automatizados. Mas o grande ponto das tecnologias é como elas podem trazer mais inteligência nesse processo. Acredito que, dentro de gestão de colaboradores, nós sabemos que tem descida de clima, engajamento, feedback, avaliação de performance, então isso gera dados para as empresas no final do dia. Mas elas não conseguem conectar todas essas respostas, então é importante ter uma tecnologia para a área de gestão de colaborador, que pode facilitar a aplicação desses processos”, explica Isabella Botelho, CEO da Pin People, plataforma online que utiliza a tecnologia para ajudar empresas e candidatos a se encontrarem.

Divulgação

Divulgação

Para Marcello Porto, diretor de Produtos da LG Lugar de Gente, empresa de soluções em gestão de pessoas, as empresas estão se conscientizando cada vez mais sobre como uma contratação errada custa caro – tanto pelo retrabalho, quanto pela perda de investimento no colaborador. “Nesse sentido, a evolução da tecnologia é fundamental, pois vem permitindo que o RH supere esses desafios, realizando essa atividade em novos formatos, menos subjetivos e muito mais alinhados ao negócio, através da aplicação de games corporativos, entrevistas por vídeo chamada e integração com redes sociais, por exemplo”, diz.

Márcia Gravalos, Diretora de Comunicação na AGERH

PRINCIPAIS BENEFÍCIOS Com o auxílio da inteligência artificial e algoritmos, é possível garantir melhores resultados durante o processo seletivo, através da escolha assertiva sobre os perfis e experiências dos envolvidos na seleção. Uma das tendências na área é o uso de People Analytics, método que coleta, organiza e analisa informações a respeito do comportamento e desenvolvimento dos funcionários, contribuindo na tomada de decisão da empresa, antecipando tendências. “Através de uma solução de people analytics, ou seja, de análise de dados, o RH conseguirá cruzar informações e extrair insights importantes, como quais são as competências presentes nos colaboradores de maior performance da organização, que tipos de perfis mais contribuem para o turnover, dentre outros dados. Com essas informações em mãos, ficará mais fácil mapear que tipo de talento a companhia quer atrair e quais candidatos se aproximam do perfil da vaga”, diz Marcello Porto. O SAP SuccessFactors é um dos softwares de gerenciamentos de talentos mais conhecidos no mundo, com uma plataforma que integra módulos para os gestores, permitindo a avaliação, acompanhamento e gestão de carreiras, por exemplo. Com diversas funcionalidades, o SuccessFactors oferece soluções para uma experiência integrada, a fim de identificar pontos fortes e fracos em uma equipe, impulsionando produtividade e faturamento. “Em 2011, um amigo e consultor da SAP veio nos visitar e contou sobre os projetos e a projeção que o SAP SuccessFactors teria em alguns anos. Nosso sócio, Mário Cabral, entendeu mais sobre este universo, montou um time, capacitou esse time e iniciamos 19a edição | www.revistaebs.com.br 25


TECNOLOGIA

Rudá Pereira da Costa, Analista de Marketing da SOU

“Os benefícios passam pela otimização de tempo, redução do número de pessoas envolvidas e de outros investimentos com terceiros, mas o principal é o aumento da precisão nas avaliações dos perfis e, consequentemente, atração de pessoas. Valorizando o aspecto humano dos processos envolvendo pessoas e potencializando esses processos através da tecnologia, as empresas poderão reduzir aspectos subjetivos na avaliação de candidatos e colaboradores, trazendo inteligência para a área e gerando melhores resultados para as organizações”, diz Drouet, diretor da ABRH-SP. RECRUTAMENTO ONLINE Nessa área, uma modalidade que vem ganhando espaço é o recrutamento online. Seu principal benefício é a agilidade que confere ao processo de seleção de candidatos, além da promessa de otimizar a contratação. Para Mônica Hauck, ser assertivo na contratação de colaboradores é um dos maiores desafios dos gestores. “Além de todos os transtornos em decorrência da substituição de um profissional que não se adaptou ao ambiente ou ao ofício, ainda custa caro para as empresas. E por isso, a tecnologia vem sendo protagonista na otimização e automação dos processos do setor de recursos humanos. Ela já vem sendo empregada para identificar o perfil comportamental dos candidatos com bons resultados, aumentando a assertividade, diminuindo a rotatividade, reduzindo o tempo e do custo da operação”, afirma. 26 www.revistaebs.com.br | 19a edição

A tecnologia ajuda o setor com processos que ainda são manuais e dificultam ações estratégicas. O aumento pela procura e aplicação de tecnologias no processo seletivo aponta para uma tendência crescente. Algumas empresas já aplicam essas soluções há algum tempo, através de testes on-line, jogos interativos entre participantes, contato com altos executivos, e até o retorno sobre o resultado dos processos seletivos. Porém, é importante tomar cuidado para que o processo não se transforme em algo impessoal demais. “O contato pessoal é fundamental. É a garantia que estamos realmente falando da mesma pessoa cujos dados foram analisados via tecnologia. Pessoas sempre podem surpreender. A justiça e a humanização devem estar presentes”, explica Tania Moura, VP Executiva da ABPRH (Associação Brasileira de Profissionais de RH).

Divulgação

Divulgação

os trabalhos de consultoria do SAP SuccessFactors como plataforma de gestão de talentos”, explica Rudá Pereira da Costa, Analista de Marketing da SOU, empresa que tem a missão de desenvolver pessoas por meio da tecnologia. A tecnologia oferece diversos benefícios para a área de recursos humanos, tanto para a empresa contratante, quanto para os candidatos – que, mais do que nunca, precisam acompanhar as tecnologias em um mercado competitivo.

Tania Moura, VP Executiva da ABPRH

TECNOLOGIA NA GESTÃO DE PESSOAS Além dos processos de seleção, a tecnologia é grande aliada na gestão de pessoas. Ou seja, também está diretamente ligada à retenção dos talentos já existentes, na estruturação do sistema e em outros pontos igualmente importantes para o setor. “O futuro da tecnologia não será apenas em função da seleção, mas também da retenção, da gestão de pessoas como um todo, que caminha para uma estratégia própria. Assim como a mudança de mindset para um novo design thinking, que possibilite acompanhar o que vem acontecendo em termos de inteligência artificial e a indústria 4.0, sem perder aquela essência do homem em sua capacidade de criar, inovar, comunicar e se relacionar, além de aprender e ensinar uns com os outros, de forma global e responsável”, afirma Márcia Gravalos. Na gestão de pessoas, a tecnologia pode ser uma ferramenta de integração entre equipes quando alinhada às estratégias da empresa, consolidando as bases de trabalho, apresentando resultados positivos entre os colaboradores

e, consequentemente, para a própria empresa. “Quando falamos de gestão de colaboradores, acho que vai mais além, que é trazer inteligência para tudo que você está aplicando para o seu colaborador. Nós gostamos de falar que dentro de gestão de colaboradores é a experiência do seu colaborador. Que tipo de perfil ele está respondendo? Que sinais ele está dando de que está feliz ou não, e quais são as variáveis de impacto disso? E você, empresa, o que pode fazer para mudar? Se você souber onde tem maior chance de você ter uma mudança da insatisfação dos colaboradores, isso é ótimo para o RH”, explica Isabella Botelho. O FUTURO DA TECNOLOGIA NO RH Os desafios na área de Recursos Humanos devem continuar e, com o desenvolvimento tecnológico, novas funções e possibilidades prometem aparecer para auxiliar os profissionais da área durante suas tarefas. “O futuro se apresenta com muitas novidades no curto prazo. Desde implantação de BI, alocação de profissionais dedicados especificamente na análise destes dados para desenho de soluções e produtos on demand, até a parceria com startups de HR Techs e outros fornecedores de soluções de tecnologia. A mudança na legislação trabalhista e a implantação do e-social são fatores que tem demandado melhor tecnologia de todas as organizações para as questões fundamentais da gestão de pessoas. São ainda minoria as empresas que já possuem tecnologia diferenciada para educação, gestão de desempenho e carreira, por exemplo, e estas estão à frente neste desafio, estando mais preparadas para o novo mercado e toda a mudança que já bate à porta”, explica Tania Moura. Nesse futuro próximo, as novas tecnologias devem otimizar ao máximo todos os processos de gestão de pessoas, funcionando como complemento e peça importante para que as organizações aproveitem o máximo de seus recursos. Apesar de todos os avanços tecnológicos, ainda não é possível prever o futuro – com a exceção de possíveis estimativas, é claro. Mas não é necessário o uso de qualquer artifício nessa área para saber que, em um futuro próximo, a tecnologia estará cada dia mais presente em cada etapa de nossas vidas.


19a edição | www.revistaebs.com.br 27


Divulgação: Pixabay

INOVAÇÃO

Brasileiros como fonte de inovação País aumenta presença em encontros da área, além de receber eventos e importantes conferências internacionais

I

novação é a palavra-chave para as pessoas e empresas que procuram um diferencial competitivo no mercado. O conceito, em si, pode sofrer alterações dependendo de sua aplicação, mas segue a premissa de apresentar novas ideias em diferentes setores da indústria, englobando novos mercados, modelos de negócios ou métodos organizacionais, por exemplo. Nos últimos anos, os setores que apresentam maior intensidade e aplicações tecnológicas estão crescendo no Brasil. O país já conquistou mercados externos 28 www.revistaebs.com.br | 19a edição

e até a liderança em alguns nichos, competindo à nível global sobre exportações de produtos e serviços de TICs (Tecnologias da Informação e Comunicação), por exemplo, bem como produtos e serviços para a área de saúde. Diversos setores apresentam um ambiente fértil para o desenvolvimento de inovação e tecnologias, como é o caso das startups, empresas com modelos de negócios inovadores e escaláveis, baseados em pesquisa e tecnologia. Esse cenário, aliás, está em ebulição no Brasil. De acordo com a LAVCA (Latin

American Private Equity & Venture Capital Association), organização sem fins lucrativos e com atuação na América Latina, os recursos aportados em startups brasileiras vêm crescendo cerca de 30% ao ano desde 2011, superando a marca de U$ 1,3 bilhão em um período de cinco anos. “Quando entramos nos setores ligados à Economia Criativa, tais como audiovisual, música, design, games, arte, moda, entre outros, também identificamos o desenvolvimento de muitos produtos e serviços inovadores. No


Brasil, este segmento é forte e diversificado, conta com reconhecimento internacional e tem potencial para atingir um espaço ainda maior no mundo. E é extremamente importante economicamente: o PIB da economia criativa brasileira somou US$ 47 bilhões em 2015, valor equivalente a 2,64% do PIB brasileiro total”, afirma Márcia Nejaim, Diretora de Negócios da Apex-Brasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos). O país possui um potencial muito maior do que o mostrado ao mundo atualmente e, ao participar de encontros com os principais players da inovação e criatividade, assim como investidores, caminha para ser conhecido muito além das definições tão disseminadas pelo Carnaval e futebol. Segundo Valter Pieracciani, sócio-fundador da Pieracciani Desenvolvimento de Empresas, o Brasil é um país heterogêneo, mas há um ecossistema de inovação robusto em formação, abrangendo novos espaços de coworking, movimentos empresariais de engajamento com startups – inclusive internacionais –, plataformas de engajamento, agências de fomento e outros elos. “Este ecossistema tem ganhado cada vez mais a atenção do mundo. Há, por exemplo, interesse de investidores internacionais por startups brasileiras. Há também interesse dos chineses e de outras partes do mundo. O fato de Elon Musk [empreendedor e dono das empresas Tesla e SpaceX], o maior inovador de nossos tempos, estar operando no Brasil (Minas Gerais), deveria ser visto por nós como algo representativo”, afirma.

em abrir centros de PD&I no Brasil. “A atração deste tipo de investimento para o país gera inovação, tecnologia e qualificação da mão de obra para a indústria nacional. A Apex-Brasil já atendeu, nos últimos anos, várias multinacionais que hoje têm centros no Brasil, como a IBM, Elanco, Intel, Qualcomm, Lenovo, Microsoft, Boeing, EADS e General Electric (GE)”, conta Márcia Nejaim. A iniciativa deve melhorar os incentivos para a inovação no país, que, por enquanto, são menores do que deveriam. “Com o país em desenvolvimento e em função dos baixos índices de competitividade que temos, deveríamos correr e investir muito mais do que fazemos atualmente para podermos nos manter com competitividade global. Em especial, a Lei do Bem, que subsidia atividades de pesquisa e desenvolvimento, é um incentivo que poderia ser triplicado”, afirma Pieracciani. Essa medida, segundo ele, traria imediatamente tração para a inovação. “O financiamento dos bancos públicos para a inovação também precisa ser dinamizado e ampliado, com mecanismos de crédito novos e que permitam, a quem arrisca e inova, obter recursos para isso”, acrescenta.

AÇÕES DE INOVAÇÃO Diversas organizações já têm consciência sobre a importância da inovação para o desenvolvimento do país e dos próprios brasileiros. Algumas soluções são aplicadas nesse sentido, como a “Gestão da Inovação – Inovar para Competir”, do Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas). A ação foi criada para proporcionar desenvolvimento de competências que ajudem na compreensão de conceitos relativos à inovação e processos de gestão da inovação dos participantes, conscientizando sobre a importância do tema para a competitividade no mercado. Tecnologia e inovação são assuntos presentes em vários segmentos da economia trabalhados pela Apex-Brasil. Com atuação em mais de 80 setores, por meio de projetos de promoção de exportações, a agência trabalha para que empresas com produtos e serviços inovadores encontrem espaços no mercado internacional. “Também atuamos na internacionalização de empresas e startups e na atração de investimentos estrangeiros diretos (IED) para o Brasil. No caso da atração de IED, nosso foco é em em-

INCENTIVOS PARA A ÁREA Ainda com um ecossistema não comparável ao dos principais países, como Inglaterra e Alemanha, o Brasil deve ter esse cenário alterado dentro dos próximos anos. Em dezembro de 2017, o Governo Federal decretou a criação da Sala de Inovação do Poder Executivo. A iniciativa tem o objetivo de definir estratégias e coordenar ações de atração de centros e projetos de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I) de grandes empresas, assim como a instalação de novos centros de pesquisa em tecnologia no país. A Apex-Brasil integra o Comitê Gestor da Sala de Inovação ao lado de diversos órgãos governamentais, e tem a função de ser o ponto focal para o atendimento a empresas estrangeiras interessadas 19a edição | www.revistaebs.com.br 29


INOVAÇÃO presas estrangeiras e em projetos que oferecem inovação tecnológica e novos modelos de negócios, fortalecem as cadeias de suprimentos industriais, têm impacto direto na criação de emprego nacional ou melhoram o volume e a diversidade das exportações brasileiras”, afirma Márcia. A Apex-Brasil contribui ainda pelo posicionamento da marca Brasil. Atualmente, esse trabalho está organizado por meio da campanha Be Brasil, que busca promover a imagem do país como um parceiro de negócios confiável para o mundo. “Nesta campanha, destacamos os atributos de inovação, criatividade, sustentabilidade e diversidade, todos presentes na produção brasileira”, acrescenta a diretora de negócios da agência. É importante destacar que inovação não está ligada somente à tecnologia, mas sobre uma nova forma de gerir negócios, que agregue mais valor durante todo o processo de gestão e serviços de uma empresa. EVENTOS DE INOVAÇÃO Um dos componentes essenciais para a inovação é o contato entre profissionais e o matchmaking – reunindo pessoas e empresas com um objetivo comum. Assim, os eventos são uma opção interessante para o mercado de inovação, oferecendo um contato pessoal, imprescindível para difundir e promover ideias que buscam inovar em diversas áreas. Os brasileiros estão ganhando destaque nos principais eventos de inovação do mundo, como o SXSW (South by Southwest), que acontece em Austin, nos Estados Unidos, e reúne os principais nomes do mercado, discutindo temas como tecnologia e inovação. O evento conta com a participação expressiva dos brasileiros, especialmente com a ajuda de projetos como o Brazil Inspires The Future, da Lynx, agência especializada em marketing de causas, em parceria com a Storymakers. “Sabemos que as empresas brasileiras estão lidando com grandes desafios globais de uma forma inovadora e criativa, mas como mostrar? Para isso que, conhecendo as empresas e o festival, nós pensamos em criar o Inspires the Future, onde o nosso propósito é justamente esse, de compartilhar com o mundo o modo como nós estamos lidando com desafios globais de uma forma inovadora e criativa”, diz Wal Flor, sócia-diretora da Lynx e ideali30 www.revistaebs.com.br | 19a edição

Eventos que promovem inovação No Brasil, alguns eventos são promovidos para incentivar a inovação. Os encontros possibilitam que as empresas estejam antenadas com as novas discussões e possam verificar se suas estratégias, modelos de negócios, produtos e serviços estão adequados, assim como possíveis adaptações e melhorias necessárias. Listamos alguns dos principais, que acontecem todos os anos no Brasil.

1

Campus Party

Considerada a maior experiência tecnológica do mundo, a Campus Party é um festival de inovação, criatividade, ciência, empreendedorismo e universo digital. Em sua última edição, em São Paulo, reuniu mais de 130 mil pessoas.

2

Intercon

3

Wired Festival

4

PICNIC Brasil

5

Conferência Ethos 360o

6

O Intercon é outro evento que aborda temas como inovação, criatividade, tecnologia e desenvolvimento web. Com 14 edições em seu histórico, conta com uma lista de profissionais líderes de agências e iniciativas digitais entre os participantes.

Referência sobre inovação e criatividade, o Wired Festival apresenta diversas experiências tecnológicas, além de palestras e workshops gratuitos em dois dias de evento.

O PICNIC, maior festival de inovação e criatividade da Europa, é relativamente novo no Brasil. Com a primeira edição realizada em 2016, tem o objetivo de ser uma plataforma para pensar soluções em conjunto e propor mudanças através da criatividade.

Realizada pelo Instituto Ethos desde 1999, a conferência é uma das maiores do gênero na América Latina, abordando temas como inovação, tecnologia e sustentabilidade.

QCon SP

O QCon SP é uma conferência internacional de desenvolvimento de software profissional, voltada a líderes técnicos, arquitetos, gerentes de TI e desenvolvedores sênior, disseminando o conhecimento e inovação para comunidades de desenvolvedores.

zadora do Brazil Inspires The Future. Logo em seu início, o projeto levou algumas empresas brasileiras para o principal palco de economia criativa do mundo no SXSW, com nomes como Ambev, Embraer e Natura, para discussões sobre temas diversos, incluindo futuro inteligente, design e impacto social, por exemplo. A presença dessas organizações foi importante para, além de representar o país, promover a conexão com empresas de todos os lugares do mundo. Uma oportunidade para incentivar a criação de novas soluções, conceito ligado diretamente com a premissa da inovação. Para Wal Flor, é importante desmistificar a característica do brasileiro de se encaixar na cultura do vira-lata – ou seja, de não valorizar o que é brasileiro. “Às vezes, a gente não se acha capaz de estar apto a um festival como esse. Temos uma relevância? Temos algo importante para contribuir, compartilhar? A maioria das empresas tem”, afirma. Este ano, a Apex-Brasil apresentou uma delegação recorde de brasileiros durante o SXSW, com presença expressiva nesse festival, responsável por definir cenários e tendências em tecnologia, inovação e branding nos mais diversos setores econômicos. “Levamos 77 empresas brasileiras, um número 500% maior do que quando começamos a apoiar a participação no festival, em 2014. Tivemos uma presença maciça do Brasil também por meio de ações de marketing e da participação de empresas brasileiras nos painéis e discussões do evento. Com isso, conseguimos reforçar a nossa posição de protagonistas no mundo em termos de Economia Criativa”, diz Márcia Nejaim. As empresas brasileiras que participaram do SXSW em 2018 fecharam US$ 129,9 milhões em negócios, além de firmar contatos com potenciais compradores, investidores e parceiros. UM FUTURO BRILHANTE PARA INOVAÇÕES O Brasil está caminhando para um amadurecimento do sistema de inovação graças ao aumento no interesse dos brasileiros pelo empreendedorismo – além do interesse cada vez maior por parte dos investidores e fundos corporativos a respeito do que vem sendo desenvolvido no país. Com um processo contínuo de melhoria dos instrumentos de apoio públicos e privados, as perspectivas são otimistas para os próximos anos.



Apenas na última edição, encontro foi responsável por gerar cerca de R$ 200 milhões

O

Rio Creative Conference, também conhecido por Rio2C, é um evento dedicado ao mundo audiovisual, à música e às inovações, responsável por oferecer oportunidades de negócios e capacitação para agentes que atuam nessas áreas. Como um desdobramento do RioContentMarket, evento destinado à indústria audiovisual com sete anos de história, o Rio2C contou com mais de mil empresas participantes no encontro realizado na Cidade das Artes, complexo cultural localizado na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro. O evento alia diversão e negócios, oferecendo um conteúdo ampliado e alguns diferenciais, como palestrantes de nível global, networking e experiências para o público final. Inspirado no SXSW (South by Southwest), conjunto de festivais de cinema, música e tecnologia realizado anualmente em Austin 32 www.revistaebs.com.br | 19a edição

(EUA), o evento oferece uma imersão com a curadoria de três áreas (audiovisual, música e inovação) para garantir que o conteúdo e as interações com público aconteçam de forma orgânica e conectada. O encontro apresentou algumas mudanças quando comparado com o RioContentMarket. “Além da ampliação da conferência e do mercado, que passam a englobar música e inovação, o Rio2C (versão ampliada do RCM) se estende durante o fim de semana com uma programação dedicada ao público final”, explica Rafael Lazarini, idealizador e CEO do Rio2C. CURADORIA O evento conta com a curadoria geral de Carla Esmeralda, especialista em consultoria para o desenvolvimento de projetos culturais e de programas audiovisuais.

Divulgação: Rio2C

Rio2C cresce como evento de criatividade e inovação na América Latina

Foto:Rogerio Resende/R2Foto

BASTIDORES

Seguindo a importância das tendências, do estímulo do diálogo e a conexão entre opiniões de profissionais de diferentes setores, o Rio2C tem o objetivo de ampliar o conceito de interatividade, apresentando e representando as possibilidades narrativas e de negócios – identificando as tendências de mercado. Na área de inovação, o evento trouxe especialistas para debater possíveis futuros de diversos temas, como inteligência artificial, educação e entretenimento, entre outros. O assunto se conectou ainda com a música e o audiovisual, reunindo diversos profissionais, incluindo produtores independentes, artistas, influenciadores, empreendedores, investidores e startups, por exemplo. O Rio2C totalizou um público jovem de 40 países, interessados em tecnologia, jogos, música, vídeos e filmes. O evento abordou uma anatomia profunda sobre conteúdo, com foco prin-


cipal sobre os negócios no setor audiovisual, analisando acordos, tendências de mercado e estimulando a reflexão sobre distribuição de encomenda de conteúdo no ambiente digital, bem como outros assuntos pertinentes à área. Na XR Arcade, localizada no piso térreo da Cidade das Artes, experiências em diferentes formatos foram oferecidas aos visitantes, como documentários e animações em 2D e 3D, por exemplo. Em uma conexão entre inovação e audiovisual, era possível vivenciar experiências em realidade virtual e aumentada, através de dispositivos VR e AR. O Rio2C também apresentou uma programação recheada para os fãs de games. Durante dois dias, a Game Zone ofereceu uma programação intensa, variada e interativa, com a presença de profissionais do cenário, como Wendell Lira e Rafifa. Além de uma área destinada aos jogos eletrônicos e realidade virtual, o Rio2C apresentou diversos shows durante o Festivalia, reunindo oito dos maiores festivais brasileiros independentes nos dias destinados ao público geral. Alguns dos principais nomes do cenário musical atual marcaram presença, como Karol Conka e o rapper Emicida. O evento buscou impulsionar a indústria da música, conectando executivos, jornalistas, influenciadores, bandas e artistas em sessões de pitching (apresentações curtas, com o objetivo de despertar interesse sobre projetos a possíveis investidores). Alguns assuntos também foram abordados durante o Ri2C, como produção e promoção da música, serviço de streaming, bandas e marcas, entre outros. ESTRUTURA O complexo cultural Cidade das Artes foi o local escolhido para receber o Rio2C. Inaugurado em janeiro de 2013, o espaço dispõe da Grande Sala, com capacidade para 1250 pessoas, além de um sofisticado Teatro de Câmara, com 450 lugares, galeria de arte, Sala de Música Eletroacústica, salas multiuso, salas de ensaio e espaçosos camarins integrados a um lounge de convivência. Áreas externas cobertas e jardins completam as possibilidades para a realização de diferentes tipos e formatos de eventos, acomodando o público de exposições, bailes, espetáculos abertos, entre outros. A V3A foi a responsável pela pro-

dução do evento, incluindo o processo de seleção de fornecedores parceiros. “A V3A já tinha uma sinergia estratégica com o Rafael Lazarini em outros projetos. No início de 2017, fomos com ele para Austin para visitar e analisar o SXSW, evento que serviu de benchmark para a grande transformação que fizemos com o Rio Content Market. Transformar um evento que já tinha sete anos de história consolidada foi ao mesmo tempo um desafio, mas também uma grande oportunidade”, conta Alexandre Moreira, diretor de operações da empresa. “Somos uma empresa muito arrojada, criativa e inovadora. Com isso, a V3A se tornou um parceiro estratégico de grande relevância para o Rio2C. Além disso, somos uma empresa com grande reputação entre os fornecedores que precisavam estar juntos com a gente nesse grande desafio de transformação”, diz. DIFERENCIAL, LUCROS E FUTURO O Rio2C reuniu 32 países participantes, além de 2.400 mesas de negociação e 650 projetos apresentados. “Nosso principal diferencial como evento de mercado são as rodadas de negócios e os pitchings. Consideramos como a principal ação do período pré-evento a inscrição dos players e produEstrutura e Equipamentos

1100m 600m 2

2

construída em domos

de palco construído

100m

2200m

2

de painel de led

500m

2

de tenda

200

+

experiências de realidade virtual

8

salas para apresentação de palestras e debates com sonorização e projeção Fonte: V3A

2

impressão de lona

7

+ km de cabo

100%

da área disponível da Cidade das Artes utilizada

70

contêineres locados

tores de conteúdo que participarão do mercado”, diz o CEO do Rio2C. O evento também foi aberto ao público final, com shows, games e a possibilidade de interação com realidade virtual – uma tendência para o mercado MICE. Apenas em sua última edição, a realização do Rio2C gerou um impacto de R$ 200 milhões na economia do Rio de Janeiro. “A organização da edição de 2019 tem como foco a consolidação do Rio2C como maior evento de criatividade e inovação da América Latina. Para tal, nossa visão é garantir que o evento tenha ainda mais relevância para o setor audiovisual e ao mesmo cresça em termos de conteúdo, audiência e negócios nas áreas de música e inovação”, afirma Lazarini. AÇÕES SUSTENTÁVEIS Como um evento importante e de grande porte, o Rio2C também realizou ações sustentáveis para minimizar impactos ambientais gerados durante sua realização. O projeto atuou com os principais pilares, sendo eles: minimização dos impactos ambientais, inclusão social e geração de trabalho e renda. Para a gestão de resíduos, os fornecedores de cenografia e alimentação foram responsáveis pela destinação de refugos. Entre as principais práticas na área, houve ainda o treinamento de equipes de fornecedores e staff, bem como o planejamento e coordenação da gestão de resíduos sólidos gerados. Durante o Rio2C, algumas ativações auxiliaram o evento a ser mais sustentável, como copos e canudos consignados para o público e uma Tech Trash, lixeira especial para o descarte de resíduos eletroeletrônicos. RIO2C EM NÚMEROS O evento abrangeu oito dias de montagem e dois para desmontagem – de acordo com a V3A, esse tempo aumentará em 2019, passando para dez dias de montagem e cinco de desmontagem. Para alimentar a demanda de energia durante o Rio2C, foram locados três grupos de geradores (360, 400 e 500 Kvas, totalizando 1260 Kvas), além da energia utilizada da Cidade das Artes. Aproximadamente 2 mil pessoas estiveram envolvidas direta ou indiretamente no evento, incluindo 70 produtores, 75 fornecedores e 50 organizadores. Entre o público, oito mil participantes compareceram na conferência, e dez mil no festival. 19a edição | www.revistaebs.com.br 33


PINGUE PONGUE

A gestão na 4ª Revolução Industrial

REVISTA EBS: Hoje, qual a principal dificuldade para os profissionais alcançarem seu potencial máximo? JOSÉ SALIBI NETO: A principal dificuldade é que as pessoas não sabem seu potencial. A maioria delas não sabe exatamente até onde podem se desenvolver. Por outro lado, as empresas tratam seus funcionários dentro de um grupo. São raras as empresas que fazem um trabalho individual de desenvolvimento, de coaching, para saber até onde essa pessoa pode se desenvolver. Há uma falta de conhecimento dos dois lados. É necessário não só um trabalho de desenvolvimento personalizado, de coaching, mas também do próprio presidente da empresa, que precisa estar consciente de que a pessoa, focada no negócio, também é consciente sobre o que tem de fazer para tirar o máximo de todos para que a empresa possa crescer. REVISTA EBS: Quais são os principais desafios da gestão de pessoas nas organizações? SALIBI: Os principais desafios hoje são: trazer o potencial máximo das pessoas e também treiná-las para uma nova maneira de pensar em um mundo voltado à tecnologia. Há casos de empresas, como a Blockbuster, Nokia e Kodak, que tinham pessoas maravilhosas em seu comando, em termos de formação, mas não entenderam as mudanças causadas pela tecnologia. Hoje, muito do que a gente fala, e destacamos no livro “Gestão do Amanhã”, com um capítulo inteiro, é sobre as novas habilidades dos líderes. REVISTA EBS: Como deve ser o futuro da área de gestão de pessoas? SALIBI: Não é possível ter cem por cento de certeza, mas uma aproximação. A primeira fase é saber se o faro das pessoas que estão cuidando das empresas, o diretor de recursos humanos 34 www.revistaebs.com.br | 19a edição

e o presidente, se eles têm essas habilidades necessárias para competir em um mundo gerido pela tecnologia, ou se as habilidades deles são de um mundo linear, mais velho, que só veem o mundo pelo trabalho em equipe, pela inspiração. É importante o trabalho de inspirar as pessoas, o trabalho de gestão de conflitos. O mais complicado é esse próximo passo. Não adianta uma cabeça velha em um mundo novo. REVISTA EBS: Como está o cenário da liderança das empresas no país hoje em dia? SALIBI: Não é muito bom. O Brasil não tem, hoje, à nível mundial, empresas referências no mundo. Principalmente na área de tecnologia. É preocupante, pois nós estamos com empresas de um mundo mais velho. As empresas que estão vindo para o Brasil, como Facebook, Amazon e Uber, já se capacitaram de uma maneira diferente, eles têm profissionais com uma outra cabeça. A tendência é que muitas empresas acabem sendo engolidas. A Amazon está chegando fortemente ao Brasil, na área de varejo. Os varejistas brasileiros que estavam acostumados com esse ambiente terão de correr rápido agora. REVISTA EBS: O que podemos esperar para a área em 2018? SALIBI: O que podemos esperar, não sei. Mas o que as pessoas podem fazer pela própria empresa e por elas mesmas. Elas precisam aprender a se educar, estarem mais conectadas com o mundo. A escola de negócios está obsoleta também; os profissionais precisam sair mais da empresa, visitando empresas que estão na crista da onda. A solução não está nas empresas ou nas escolas. Isso porque estão surgindo novas formas de liderança, fazer negócios, pensar em estratégias. Isso, infelizmente, não vai ser ensinado na escola. As empresas devem ir para esses centros, viajar mais, estar em contato, fazer uma avaliação da cabeça de cada um dos executivos para ver se eles têm perfil para competir na nova era. REVISTA EBS: Como surgiu a ideia para o livro “Gestão do Amanhã”? SALIBI: Eu e o Sandro (Magaldi) tra-

balhamos juntos na HSM. Eu sou um dos fundadores, ele foi diretor comercial, depois nós nos separamos, mas sempre mantivemos contato. A gente foi conversando e uma das coisas que nos intrigava era a história da gestão e como ela é contada hoje. Vendo esse mundo onde só se fala em tecnologia, na 4ª revolução industrial, a integração do mundo biológico, físico e digital, isso é muito novo, não há nem material para aprender. Começamos a voltar no tempo para ver o que aconteceu que originou novos pensamentos de gestão. Depois que fizemos a linha do tempo da gestão, da invenção da máquina à vapor até a 4ª revolução industrial, nós vimos que tínhamos um livro nas mãos. REVISTA EBS: Como a indústria 4.0 afeta diretamente a gestão? SALIBI: Ela tem tudo a ver. A 4ª revolução industrial nasceu de uma vez. Só que, como o mundo da tecnologia cresce cada vez mais rápido, essas ciências estão aumentando cada vez mais. Muitas outras ciências estão vindo junto, que são computação na nuvem, biotecnologia, neurociência, enfim. Então, o que acontece? Vivendo nesse mundo de tantas possibilidades, se você não tiver gente com uma cabeça completamente capacitada para fazer a ligação sobre o que a Inteligência artificial tem a ver com a gestão, por exemplo, a empresa vai ficar para trás. Esse é o grande impacto na gestão: todas essas ciências juntas. Por exemplo, a robótica impacta as empresas, porque muitas das tarefas serão feitas, consequentemente, por robôs. E como é que faz? Gestão de equipes de robôs? São grandes mudanças, e tudo a ver com gestão.

Divulgação

José Salibi Neto, cofundador da HSM, empresa líder em Educação Executiva, comenta sobre a gestão das empresas durante a 4ª Revolução Industrial. Nesta entrevista, o executivo aborda os desafios e dicas para o setor, além de seu livro “Gestão do Amanhã”, escrito em conjunto com Sandro Magaldi.

José Salibi Neto, Cofundador da HSM


19a edição | www.revistaebs.com.br 35


Foto: Jan Traid / Unsplash

EXPERIÊNCIA

Turismo de experiência Tendência do mercado oferece atrativos para segmento MICE

O

turismo, por si, já é considerado uma experiência. Mas, neste caso, a experiência fica por conta do modo como um roteiro da viagem é pensado e apresentado. Hoje em dia, é possível conhecer diversos lugares sem sair de casa, graças a ferramentas como Google Street View – você vai à Nova York, ao Monte Andino, às Pirâmides do Egito e muitos outros lugares imagináveis. Normalmente, a escolha final do destino é considerada de acordo com as avaliações de outros que ali estiveram. Assim, é preciso se diferenciar para que aquele momento seja por algo sem igual, diferente do que vimos na tela do computador. É nesse momento que entra o turismo de experiência, uma opção para vivenciar algo que vai além do convencional – entre destinos e roteiros de pontos turísticos. A criação de experiências que aproximem o visitante da cultura local vem crescendo com o passar dos anos, especialmente no segmento de turismo de aventura e natureza, que são feitos em regiões propícias para uma proximidade com a realidade local. “No entanto, as vivências locais estão cada vez mais presentes em diversos destinos, onde é possível realizar atividades que proporcionam mais interação, seja produzindo uma peça de barro, colhendo uvas em uma vinícola ou produzindo peças de artesanato com índios”, diz Guilherme Eduardo dos Santos, diretor da Apino Turismo, empresa de turismo que conta com uma equipe multidisciplinar, especializada em desenhar viagens de lazer ou negócios. 36 www.revistaebs.com.br | 19a edição

Com o objetivo de garantir recordações únicas, a modalidade é direcionada especialmente para o viajante experiente, que já conhece muitos destinos e procura por algo diferente. De acordo com dados divulgados pelo Ministério do Turismo, o público que procura esse tipo de experiência tem idade entre 35 e 50 anos, pertencentes às classes A ou B. O estudo de caso realizado pelo órgão foi desenvolvido para identificar o comportamento dos turistas em viagens do tipo, com levantamento aprofundado sobre suas impressões a respeito dos destinos, bem como suas motivações e expectativas. “O turismo de experiência acompanha a tendência mundial da inclusão do consumidor na feitura do serviço que ele consome, garantindo o protagonismo e a interação. Para viajantes mais experientes e exigentes, a experiência é fator obrigatório. Porém, para países nos quais os viajantes ainda são iniciantes e o setor representa parcela menor na economia, o tradicional ainda é válido – conforme o tempo passa, o desejo pela experiência surge”, afirma Bruno César Rodrigues Manhães, docente do Senac São Paulo. É essencial ser criativo para desenvolver experiências inesquecíveis e ricas em conhecimento, atendendo essa demanda crescente do mercado. É preciso ativar as emoções do cliente para, assim, gerar uma relação douradura com a empresa. Viagens de incentivo de colaboradores, por exemplo, consideram a experiência como ponto importante para despertar os sentidos, sentimentos, pensamentos e ações.


Durante o desenvolvimento do turismo de experiência, algumas preocupações são levadas em consideração, mas o diretor da Apino Turismo destaca a principal. “Que todos os envolvidos ganhem. Que a experiência contribua para o local como fonte de renda, e para o cliente como aprendizado”, afirma Santos. TURISMO DE EXPERIÊNCIA NO BRASIL No Brasil, esse tipo de produto é bem aceito, especialmente pelo público estrangeiro, que procura conhecer outras experiências dentro de um país tão diverso e rico culturalmente como o nosso. A importância desse nicho no mercado foi identificada há alguns anos e conta com ações pelo desenvolvimento. Em 1999, o Ministério do Turismo propôs uma parceria com o Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) e o Instituto Marca Brasil para o desenvolvimento do Projeto Economia da Experiência. O plano foi criado sob a meta de aplicar o conceito da economia da experiência em conjunto com diversos empreendimentos turísticos de micro e pequeno portes, a fim de auxiliá-los sobre questões de inovação e potencial emotivo das vivências oferecidas aos turistas. Já em 2006, o Ministério do Turismo, também em parceria com o Sebrae, criou o Tour da Experiência. O projeto nasceu com o objetivo de desenvolver os destinos alinhados com conceitos da economia da experiência – ou seja, da promoção e venda de oportunidades únicas, capazes de criar emoções memoráveis para os consumidores. “É óbvio que cada país, região, comunidade, tem suas especificidades. Se analisarmos o tema do turismo de massa, de grande escala, então não

há grandes diferenças, pois as grandes companhias turísticas ultrapassam fronteiras com suas propostas e pacotes. Se analisarmos novas configurações de turismo em comunidades específicas, então veremos muitas diferenças. Me refiro às práticas de turismo que estão sendo desenvolvidas em comunidades menores, de caiçaras, ribeirinhos, indígenas, de desenvolvimento local, em pequenas cidades dos interiores, entre outras”, diz Alexandre Panosso Netto, professor livre-docente e coordenador do Mestrado em Turismo da EACH-USP, autor do livro Turismo de Experiência, em conjunto com Cecilia Gaeta, professora doutora em educação no Senac São Paulo. O Brasil conta com alguns destinos principais e bem conhecidos desse segmento, como a Costa do Descobrimento, Belém, Serra Carioca, Bonito e Região da Uva e do Vinho. E as perspectivas para o futuro são positivas. “Existe uma previsão para o Brasil, pelo menos para este ano, de um crescimento de 2,5 a 3% e, até 2022, pelo menos uns 10%. Isso porque o brasileiro, hoje, já tem experiência e demanda de viagens feitas para ele”, conta Manhães. ENTENDA O QUE O CLIENTE QUER É importante entender quais são os desejos dos clientes para criar uma experiência positiva. Esse é um assunto amplamente discutido no mercado de viagens e turismo, pois a experiência vai depender de quem é o viajante. “Se ele é exigente, se tem experiências em viagens e consegue comparar viagens que oferecem uma melhor ou pior experiência. Cada viajante terá uma experiência diferente do outro, mesmo que esteja consumindo o mesmo produto do sistema turístico. A experiência, por ser fator também subjetivo, nos impõe

Diferenças entre o turismo tradicional e o turismo de experiência Turismo Tradicional

Turismo de Experiência

Apresenta características funcionais

Tem foco na experiência do consumidor

É orientado pelo produto e pela concorrência

É orientado para oferecer experiências de forma integral e exclusiva

Entende que as decisões de consumo são racionais

O turista é visto como consumidor racional e emocional

As ferramentas utilizadas são quantitativas e verbais

As ferramentas são multidisciplinares e bastante variadas

Fonte: Sebrae (2015)

esta categorização. Obviamente que a qualidade do produto turístico é um dos pontos chaves do tema. E me refiro ao produto turístico em sentido lato”, explica Panosso. O docente destaca três tendências para o mercado, incluindo a busca por experiências autênticas, diferentes do que foi vivido até então, a fuga do cotidiano massacrante da vida diária e a tentativa de encontrar realização com atividades e experiências fora de casa. DEFINA UM PLANO DE IMPLEMENTAÇÃO Após o estudo sobre seu público, o próximo passo é desenvolver um plano de implementação. Para que o turismo de experiência realmente aconteça, deve-se levar em consideração alguns elementos, como comunicação, lugares e pessoas, utilizados em conjunto para potencializar o envolvimento dos participantes com o destino. Um dos primeiros passos é o desenvolvimento de uma comunicação interna e externa eficiente, que consiga despertar o interesse do turista sobre os atrativos culturais. Ligado diretamente a esse item, podemos citar a identidade visual, que permite a identificação de marcas e utilitários, capazes de gerar reconhecimento. Nessa etapa, é essencial utilizar a tecnologia como aliada. Através de ferramentas, podemos oferecer interatividade com conteúdos, onde o turista consegue ter um contato mais próximo sobre o ambiente que irá visitar. Porém, nada será tão vital quanto as pessoas. Esse é um elemento chave do turismo de experiência, pois elas são as responsáveis por proporcionar interação, acolhimento e compartilhar suas histórias e vivências dentro da cultura local. Para isso, é importante que todas sejam bem treinadas e alinhadas com cada conceito de experiência que é ofertado ao turista. Uma forma eficiente de integrar esses elementos é organizar um evento. Através de uma festa ou reunião, é possível incorporar componentes que ofereçam aos presentes um gostinho sobre a experiência que os espera no destino. Na prática, pode-se oferecer a gastronomia local, artesanatos, decoração, ou até vestimentas típicas. A principal dica para o setor é fazer com que o turista se envolva com a experiência, engajando e emocionado cada pessoa com algo que ela nunca irá esquecer. 19a edição | www.revistaebs.com.br 37


ARTIGO

Save the date e... reza

por Alexis Pagliarini Quem organiza eventos no Brasil tem sempre um frio na espinha quando precisa se assegurar da presença de convidados às suas atividades. Principalmente quando os eventos são dirigidos a convidados especiais, sem pagamento de inscrição. Há um péssimo hábito de confirmar presença facilmente e depois simplesmente não comparecer. Foram até importadas umas palavrinhas mais chiques para tentar sensibilizar os convidados a comparecer. É o tal do Respondez S’il Vous Plait (RSVP), o anglicismo Save the Date e outros termos estrangeiros. Tudo para garantir presença daquele convidado desejado. Mas, não adianta, a quebra sempre existe. Com a mesma facilidade com que há a confirmação, há o “furo”. Eu trabalhei anos e continuo em organizações que coordenam muitos eventos. E o problema recorrente é como dimensionar espaço, logística, alimentos e bebidas e logística em geral, tendo como pano de fundo esse comportamento. E se todos que confirmaram comparecerem? Com que quebra de público devemos trabalhar? Se dimensionarmos para menos, teremos de lidar com uma possível falta de lugares, de alimentos e bebidas e de tudo mais. Se dimensionarmos para cima, temos cadeiras vazias, sobra de alimentos e bebidas e aquela indesejada sensação de que o evento não foi bem-sucedido. Difícil! 38 www.revistaebs.com.br | 19a edição

Trago esse tema para essa reflexão porque estou no meio de um roadshow pelo Brasil. O roadshow prevê eventos para convidados em número limitado. No primeiro, de uma série de dez, quebramos a cara. Fomos bastante rigorosos no limite de convidados e tivemos quase 40% de faltantes. Isso arrasa qualquer planejamento. Nos eventos seguintes, convidamos mais gente do que a capacidade estipulada e estamos conseguindo equacionar, tendo o bom problema de lidar com um pequeno overbooking. Um organizador de uma plataforma muito bem-sucedida de eventos dividiu comigo os seus tropeços nessa gestão de convidados x presença. Um desses eventos é de puro business networking. Provedores de serviços pagam uma cota para estar no evento, que tem como convidados prospects, potenciais contratantes desses serviços. O evento é num resort bacana, com tudo pago para os convidados. A única obrigação desses felizardos convidados é cumprir uma pequena agenda de rápidas reuniões, restritas a uma parte do dia, com os provedores patrocinadores. Justo, não é? Você curte uma bela viagem, mas tem de dedicar uma pequena parte do seu tempo àqueles que pagaram suas despesas. E não é que alguns faltavam a esses compromissos...

A alegação era a de que perderam a hora, dormiram demais, não estavam muito bem... E o organizador não podia dar uma bronca naqueles convidados VIPs. Para tentar corrigir esse problema, o organizador decidiu sortear um carro entre aqueles que cumpriam integralmente sua agenda de reuniões. E ainda assim tinha gente que faltava. Sabe o que resolveu? Foi uma abordagem emocional. O organizador decidiu dar uma bolsa de estudos a menores carentes. Mas a bolsa só seria garantida se todos cumprissem a agenda de reuniões. Funcionou! Ninguém queria ser culpado pela perda de oportunidade dos estudantes. Outro fato que me parece bem brasileiro é a decisão em cima da hora. O organizador fica com o coração na mão até as vésperas do evento e, de repente, uma avalanche de inscrições (quando é sucesso). Haja coração! Como diria o filósofo Galvão Bueno. Ah! E tem a questão do horário. Acostumados com o hábito do atraso, o organizador marca o início meia hora antes para dar uma margem para os atrasados. E quem chega na hora é penalizado. Com raras e honrosas exceções, se você chegar pontualmente a um evento, corre o risco de presenciar os últimos ajustes da organização. Os eventos são uma atividade econômica muito importante, gerando milhares de empregos. Merecem ser encarados com mais seriedade. Então, fica a dica: quando for convidado para um evento, faça da sua confirmação uma atitude pensada e planejada. E, se confirmar, apareça! E no horário!

Divulgação

Divulgação: Kyle Glenn / Unsplash

Eventos são atividades importantes e merecem ser encarados com mais seriedade

Alexis Pagliarini, Diretor Superintendente da FENAPRO Artigo publicado no PROPMARK



Divulgação: Freepik

NEUROCIÊNCIA

Neurociência em eventos Como o conhecimento neurocientífico pode auxiliar as atividades do setor

N

40 www.revistaebs.com.br | 19a edição

os últimos anos, a neurociência vem ganhando mais espaço e campos de aplicação. Responsável por estudar o sistema nervoso e suas funcionalidades, auxilia diversos setores, incluindo áreas como educação e negócios. Essa ciência consiste no estudo e análise de estruturas, processos de desenvolvimento,

mecanismos moleculares e aspectos fisiológicos, por exemplo, a fim de identificar possíveis alterações que possam ocorrer durante a vida do ser humano. A aplicação do conhecimento neurocientífico está avançando no mundo e no Brasil – mesmo ainda sendo considerado uma novidade para a maioria da população. Muitos ainda não conhecem


Divulgação

suas funções, mas esse cenário promete mudar nos próximos anos. “Como pioneira no país, a Forebrain pode acompanhar um crescimento gradual nesse mercado. Hoje a carteira de clientes e os estudos dentro do país são muito representativos, trazendo grandes marcas representantes de diversos segmentos da indústria e agências”, afirma Ana Carolina Souza, co-CEO da Forebrain, empresa brasileira pioneira em pesquisa de Neuromarketing. Isso mostra que, apesar da diminuição nos investimentos de pesquisa nos últimos dois anos, ainda é possível notar avanços e a importância do país na área. “O Brasil é um país de destaque em neurociência, inclusive à nível mundial”, conta Dra. Carla Tieppo, professora da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo.

Ana Carlolina Souza, co-CEO da Forebrain

Divulgação

De acordo com a especialista, o país exporta muitos pesquisadores. Isso porque os profissionais formados aqui acabam migrando para outros centros de pesquisa no exterior, com o intuito de desenvolver mais seus estudos. “O mais importante aqui no Brasil é que a gente aprenda a diferenciar o joio do trigo. Porque tem muita gente dizendo que faz ou que conhece neurociência, mas são pessoas querendo se aproveitar dessa onda, do momento de euforia em relação ao tema”, alerta.

Carla Tieppo, professora da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo

APLICAÇÃO EM EVENTOS Uma vez que a neurociência auxilia no entendimento sobre o comportamento da mente, o estudo pode trazer muitos benefícios para o mercado de eventos, pois suas metodologias são capazes de fazer a análise e interpretação implícita dos consumidores quando os mesmos estão em contato com diferentes ações de marketing, por exemplo.

“Para eventos, podemos avaliar questões relacionadas à patrocínio, por exemplo (sua marca está patrocinando o evento certo? O evento está de acordo com os conceitos e imagem associados a ela?), tudo isso através de uma metodologia conhecida como TIA, ou seja, Teste Implícito de Associação. Também é possível analisar a experiência do evento em si, avaliando a resposta atencional das pessoas através de um equipamento chamado Eye Tracking Glasses, que mede para onde as pessoas estão olhando enquanto participam do evento”, explica Ana Carolina. A neurociência pode ser aplicada em diversos setores, uma vez que ajuda a compreender o modo como processamos as informações. Assim, é importante motivar a área de eventos a olhar essa possibilidade para, além de entender o comportamento humano, melhorar a experiência dos participantes. “Até hoje, os estudos têm mostrado que as pessoas, ao gastar dinheiro com experiências, se sentem mais recompensadas do que quando compram um bem material. Eventos são experiências, então, quando entrar nessa área de percepção de como o cérebro reage à experiência, o mercado irá crescer muito. O benefício é grande, e não só em termos econômicos, mas em benefício acadêmico também, pois é a compreensão do comportamento humano e como o cérebro se comporta e processa informações”, conta Camila Campanhã, psicóloga e neurocientista, professora da Pós-Graduação em Neurociência e Psicologia do Mackenzie. Junto com outras áreas, como a psicologia e neuromarketing, a neurociência é capaz de ajudar a descobrir como as pessoas entendem as mensagens e estímulos do ambiente. Se um evento apresenta muitos elementos e estímulos, o cérebro não consegue computar todas as informações, o que é um risco sobre a experiência das pessoas em uma feira, por exemplo. “Você sempre sai com a sensação de que deixou de fazer coisas importantes, que deveria ter se organizado melhor, ou se sente incomodado por ter de escolher uma palestra entre três que estão acontecendo ao mesmo tempo. É aquela sensação de falta, de que não aproveitou muito bem o evento, mas porque temos uma limitação cognitiva de informação”, diz Camila, que explica ainda que a limitação cognitiva impede o cérebro de permanecer focado e sustentar a atenção sobre algo por muito tempo. 19a edição | www.revistaebs.com.br 41


Camila Campanhã, professora da Pós-Graduação em Neurociência e Psicologia do Mackenzie

Dra. Bruna Velasques, professora da UFRJ e colaboradora do INA

MARKETING SENSORIAL: CINCO SENTIDOS PARA OS EVENTOS O marketing sensorial consegue atuar juntamente com a neurociência, uma vez que está ligado diretamente às experiências e tem o objetivo de torná-las inesquecíveis, fazendo com que clientes e visitantes voltem ao seu evento, por exemplo. De acordo com a Euromonitor (2017), no relatório “Megatrend Analysis: Putting the Consumer at the Heart of Business”, os consumidores continuarão a buscar cada vez mais experiências de compra até 2030. Essa tendência, denominada Experience More, tem impacto direto no mercado de eventos. O marketing sensorial estimula os cinco sentidos (visão, audição, olfato,

tato e paladar) como parte da estratégia de diferenciação e posicionamento, capazes de trabalhar no consumidor todo o potencial mental e, assim, comunicar de forma mais clara e natural a mensagem do marketing. “No caso de eventos, o qual envolve muita experiência de compra e consumo, o marketing sensorial é fundamental, onde o maior desafio é tornar tangíveis elementos de marca intangíveis (que não podem ser tocados). Para os eventos, o segredo está nos pequenos detalhes”, explica Mariana Munis, professora de Marketing da Universidade Presbiteriana Mackenzie de Campinas. De acordo com o Instituto Millward Brown, empresa de pesquisa líder e global, especializada em pesquisas de propaganda, comunicações de marketing, mídia e brand equity, o sentido mais estimulado atualmente nos eventos continua sendo a visão. Porém, a tendência é de que o olfato e audição sejam melhores trabalhados em um futuro próximo. A busca por algum tipo de experiência positiva se sobrepõe à vontade de possuir um item. Mesmo na compra de bens duráveis, o cliente espera a experiência como parte do pacote para que efetue a compra. Assim, os eventos precisam pensar em como podem gerar personalização e melhorar a relação com seus clientes, bem como proporcionar experiências únicas com o auxílio do marketing sensorial. “Com o marketing sensorial em eventos, as empresas podem criar experiências envolventes, inesquecíveis e memoráveis. Com isso, há posteriormente uma maior indicação de novos clientes para confecção de novos eventos, já que os convidados se sentiram tão bem e querem vivenciar tudo isso novamente”, ressalta Mariana.

Reprodução: www.eds.fr

Divulgação

NEUROMARKETING Com o passar dos anos, os estudos sobre neurociência se desenvolveram de tal maneira que criaram ramificações da área para segmentos de atuação variados, como neuromarketing, neuroeconomia e neurociência organizacional. “Dentro da área de neuromarketing, as pesquisas podem ser aplicadas em diversos tipos de ações de marketing, como comunicação publicitária, merchandising, branding e desenvolvimento de produto”, explica Ana Carolina, da Forebrain. Para o mercado de eventos, o neuromarketing pode ser implementado desde o início dos projetos. Com a ajuda de um consultor com formação na área, é possível ajudar a equipe a inserir os conceitos de neurociência comportamental e cognitiva em todo o processo – desde a concepção, até a execução do evento. Segundo a Dra. Bruna Velasques, professora da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) e colaboradora do INA (Instituto de Neurociências Aplicadas), o neuromarketing pode contribuir para o setor de eventos de duas formas. “Uma é aperfeiçoando a área de divulgação e construindo formas de aproximar o público-alvo; outra é pensando nos profissionais que trabalham nos eventos. Essas estratégias envolvem construção de material de divulgação e estruturação do ambiente baseados em conceitos de cognição, emoção e adequação motora. Além de conceitos de

planejamento que podem ser inseridos, sempre levando em consideração o que se conhece em relação ao funcionamento cerebral”, afirma. A área está em desenvolvimento e tem muito a oferecer. Algumas empresas já perceberam isso e aplicam pesquisas com base nas neurociências para construir estratégias de marketing para seus produtos e serviços. “Como uma área em desenvolvimento (não só o neuromarketing, mas a própria neurociência) muitas perguntas sobre os processos básicos precisam ser respondidas, além das questões éticas que são pouco faladas, como a possibilidade de manipulação do público”, ressalta Dra. Bruna.

Divulgação

Divulgação

NEUROCIÊNCIA

42 www.revistaebs.com.br | 19a edição

Mariana Munis, professora de Marketing da Universidade Presbiteriana Mackenzie de Campinas

Durante o planejamento, é importante pensar em todos os detalhes que possam impactar positivamente a experiência dos presentes, através do mapeamento de toda a jornada dos participantes antes, durante e depois do evento.



DIVERSIDADE

Divulgação: Ollyy / Shutterstock.com

Evento feito por todos, para todos A representatividade é um tema importante que merece atenção e pode trazer benefícios para a sociedade

H

oje em dia, diversidade e inclusão são temas emergentes no meio corporativo. É difícil uma empresa que não sinta a necessidade de falar sobre o assunto. Um dos motivos que leva essas organizações a tratar dessas questões, tão importantes e atuais, é o reconhecimento de que um ambiente diverso é mais criativo e saudável, além de agregar valor ao negócio. O assunto é relevante e deve estar cada vez mais presente na sociedade. Os eventos, como encontros sociais, são ambientes propícios para a promoção da igualdade entre todos os participantes, independente do setor ou cargo que desempenham. Para que isso seja possível, é necessário que os organizadores prezem para que o evento tenha acessibilidade universal ou esteja o mais próximo possível da ABNT NBR 44 www.revistaebs.com.br | 19a edição

9050, norma sobre acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos. Os profissionais de eventos devem ainda atender a LBI, Lei Brasileira de Inclusão, que entrou em vigor em janeiro de 2016. “Essa lei exige que eventos sejam acessíveis para pessoas com deficiência, por exemplo. O que quer dizer isso? Que, ao conduzir um evento público, os organizadores terão de providenciar um intérprete de libras, porque o evento pode ser aberto para pessoas surdas que se comunicam em libras. Eles devem providenciar áudio descrição das apresentações e vídeos, porque pode ter pessoas cegas que queiram participar do evento, se ele for aberto”, explica Ivone Santana, consultora de diversidade e sustentabilidade e fundadora do Instituto Modo Parités, negócio social 2.5 que faz uma ponte entre os interesses

sociais e corporativos, com o objetivo de incluir a diversidade, especialmente pessoas com deficiência no mercado de trabalho. No caso de eventos fechados, deve-se verificar se existe alguém no público que precise de algum recurso, como acessibilidade arquitetônica, para que a pessoa com baixa mobilidade consiga chegar no espaço – incluindo o palco, no caso de um palestrante que use cadeira de rodas, por exemplo. Além disso, é importante que o mercado de eventos incorpore a diversidade como visão estratégica, incluindo profissionais diversos nas próprias agências, indo contra o ideal errôneo aplicado há anos em muitas feiras e exposições pelo mundo. “Em um contexto onde as grandes empresas estão começando a ampliar a sua estratégia de diversidade e inclusão, agências de eventos que não estiverem aptas começarão a perder clientes. Além disso, estarão vulneráveis, pois em um contexto onde cada vez mais as pessoas


estão atentas e atuantes nessa questão, o risco de ocorrer situações que em um cenário anterior seriam consideradas normais e atualmente são consideradas um grande absurdo é imenso”, diz Liliane Rocha, CEO e Fundadora da Gestão Kairós, consultoria que oferece soluções e serviços sustentáveis para indivíduos, empresas e comunidades. Em eventos, tanto corporativos quanto de lazer, as empesas têm buscado desenvolver iniciativas sobre a gestão de pessoas. O tema diversidade faz parte, não somente pela responsabilidade social, mas pelos ganhos na performance e desempenho organizacional. “Promover a diversidade é fundamental para que as empresas criem oportunidades iguais para todos e se tornarem mais sustentáveis e responsáveis. Acredito que a diversidade tem que ser vivida e incorporada de verdade nas corporações, pois o grande diferencial está na diversidade de talentos, de competências e de vivências de cada um. Afinal, ninguém é igual a ninguém, e é nessa diferença que está a grande riqueza da diversidade, que traz inovação e agrega valor para as empresas”, afirma Fabiana Duarte de Sousa Ventura, psicóloga, pedagoga, consultora na área de empregabilidade e idealizadora do Projeto Simbora Gente, que tem o objetivo de favorecer o desenvolvimento da pessoa, a convivência na diversidade, estimular a busca do autoconhecimento e da autonomia de jovens com a deficiência intelectual. DIVERSIDADE NA PRÁTICA A representatividade de diferentes grupos no meio corporativo, incluindo o mercado de eventos, é algo valioso e que melhora o ambiente profissional em vários aspectos. Mas essa visão ainda está em desenvolvimento entre as organizações. Enquanto algumas não tratam do tema, outras promovem poucas ações, sem muito compromisso de transformação. Porém, temos casos em que o assunto já é tratado entre as prioridades. A KPMG, rede global de firmas independentes que prestam serviços profissionais de Audit, Tax e Advisory, é uma dessas organizações que abraçaram a diversidade. “As ações internas visam sensibilizar os nossos grupos e, na verdade, justamente em trabalhar com todos os pilares. Por exemplo, para as mulheres nós temos um workshop para discutir carreira, seções de treinamento sobre networking, um programa

51,5% 54%

da população são mulheres dos brasileiros são pretos ou pardos

24%

da população têm algum tipo de deficiência

10%

dos brasileiros são LGBTI

Dados: IBGE

Fonte: Radioagência BdF

de mentoring, temos a divulgação das nossas pesquisas internas, métricas de salários, promoção, contratação. Então temos uma série de ações”, conta Patrícia Molino, Líder do Comitê de Inclusão e Diversidade da KPMG no Brasil. Segundo ela, o desafio para a implementação da representatividade é grande, especialmente pela consciência das próprias pessoas. “Acho que é uma jornada. As barreiras são a falta de tempo e o desconhecimento. E eu acho que tem uma outra barreira também, que é o achismo. Você faz duzentas pesquisas, tem os dados, conversa com o grupo, mas aí tem alguém que acha alguma coisa, e o que ele acha invalida todo o trabalho. Então tem o achismo, a homofobia, o machismo também”. Isso acontece porque é muito comum as pessoas acreditarem que já conhecem o tema por conviver e transitar na sociedade. Mas não há uma reflexão mais profunda sobre os impactos e reflexos que isso traz no grupo como um todo. A diversidade precisa estar na pauta das empresas, incluindo em seus eventos corporativos. “Ela possibilita um novo olhar, uma visão mais abrangente e plural dos negócios, o que pode resultar em uma melhoria significativa no clima organizacional, proporcionando espaços para reflexões além de estabelecer um clima organizacional saudável, respeitoso, criativo e inovador”, diz Fabiana. Para Liliane Rocha, os profissionais das agências de eventos devem estar capacitados sobre o tema, compreendendo sua importância. “Além disso, atuar com profissionais especialistas em diversidade para ampliar a capacitação das equipes é fundamental. Uma vez que esses profissionais sendo líderes inclusivos, ou seja, pessoas que em suas respectivas funções valorizam a diver-

sidade, certamente disseminarão esses conhecimentos em suas ações”, afirma. PRINCIPAL DESAFIO O principal desafio sobre inclusão e diversidade ainda é a falta de conhecimento, que leva à falta de empatia e impede o despertar para que exista uma necessidade em termos de representatividade em todos os espaços – algo essencial em uma sociedade tão diversa como a brasileira. “Nós temos, no Brasil, 45 milhões de pessoas com deficiência. Mas vemos muito pouco essas pessoas. Essa falta de convivência, que começa desde as escolas, os espaços sociais, o mercado de trabalho, ela gera uma impressão distorcida de que o padrão de beleza é aquele padrão de modelo, que é jovem, branco e bem-sucedido. Então o principal desafio é o reconhecimento de que isso é uma distorção da sociedade, nós segmentarmos os grupos por esse grupo branco, é uma visão distorcida. Se a gente quer uma representatividade da sociedade, nós precisamos incluir os públicos diversos”, destaca Ivone. De um modo geral, trabalhar com a diversidade e pluralidade é desafiador. Para a idealizadora do Projeto Simbora Gente, temos que ser agentes de transformação. “Apesar de toda essa liberdade de expressão, o preconceito ainda toma proporções gigantescas e, mesmo que grande parte das pessoas reprovam este comportamento, algumas, infelizmente, se identificam com ele. Ainda não há compreensão de que a educação é o ponto inicial para a mudança, que precisamos ensinar que somos diferentes e devemos respeitar e não apenas lidar com isso”, declara Fabiana. MERCADO DE EVENTOS MAIS REPRESENTATIVO A diversidade está presente em vários níveis e formas de discussão, desde a questão do seu valor para as empresas, até como obrigação legal. Assim, é de responsabilidade dos planejadores de eventos a remoção de possíveis barreiras, evitando a discriminação em diferentes tipos de encontros, considerando vários aspectos sobre a diversidade – incluindo acessos necessários, linguística, etnia, opção sexual, dentre diversos outros. Essa é uma questão de dever cívico, e o mercado MICE pode desempenhar um papel importante e transformador, especialmente sobre a conscientização da importância da representatividade. 19a edição | www.revistaebs.com.br 45


Divulgação

RH

Speed Meeting RH: Oportunidades para o setor Profissionais de RH e T&D agora contam com uma ferramenta para otimizar o seu tempo

A

s rodadas de negócios promovidas pelo Grupo EventoFacil têm sido oportunidades perfeitas para promover o networking e negócios entre compradores e fornecedores do segmento MICE (meeting, incentives, conferences and exhibitions). Dominando a expertise, o grupo analisou outros mercados que poderiam se beneficiar, o segmento de RH e T&D foi eleito como o segundo a ser trabalhado. O objetivo do Speed Meeting RH é otimizar o tempo dos responsáveis pela contratação de produtos e serviços para RH e T&D, atendendo suas demandas pontuais e trazendo novidades e soluções para o seu dia a dia, priorizando o networking com potenciais fornecedores. Para 2018, a proposta é promover seis Speed Meeting RH regionais, começando por São Paulo, em março e depois Alphaville em abril, ambos realizados com muito sucesso. Com uma pausa para a realização da 16ª Feira EBS – Evento Business Show, o maior evento no Brasil, dirigido ao mercado de eventos corporativos, incentivos e treinamentos, que aconteceu nos dias 06 e 07 de junho no Centro de Convenções Re46 www.revistaebs.com.br | 19a edição

bouças; retomando em agosto no Rio de Janeiro e também Campinas, em setembro novamente em São Paulo e encerrando a programação focada para RH, em Curitiba. SPEED MEETING RH SÃO PAULO Realizado no Espaço de Eventos RochaVerá, administrado pela Forental; o espaço está localizado nas regiões de Pinheiro e Berrini, um reduto que abriga mais de 80% das empresas multinacionais que operam no Brasil. O Speed Meeting RH São Paulo contou com a presença de grandes empresas, além de fornecedores de diferentes setores, como softwares para gestão de pessoas, treinamento vivencial, premiação e incentivo, streaming, espaços para treinamentos, coaching, team building, seguros e benefícios, mobilidade corporativa, entre outros. Participaram dessa edição 41 empresas compradoras de produtos e serviços dos segmentos de RH e T&D. Entre os compradores presentes estiveram: Arcadis Brasil, Atento Brasil, Camil, CGI Group, Chiesi Farmacêutica, COFCO International, Columbia Trading, Confidence Câmbio, Dia Brasil, Drogaria São Paulo, Dxc Technology, E-Commerce


Divulgação

Divulgação

Divulgação

Speed Meeting RH Alphaville

EBS Buyers Club Café São Paulo (esq.) e Alphaville (dir.)

Brasil, Edp Renováveis, Eisa - Empresa Interagrícola S/A, EY Brasil, Ferrero, General Motors, Grupo CCRR – Colacril, Grupo Formitex, Grupo Telefônica | Vivo, Grupo Zapvivareal, Hypera Pharma, Isdin Farmacêutica, KPMG, Liquigás, Lobo & De Rizzo Advogados, Lock Engenharia, Marjan Farma, Melitta Do Brasil, Moove, Oxíteno S/A, Raízen, Samsung, Scania, Sistran, Somos Educação, Stratura Asfaltos, Telium Comunicação, Track&Field, Unival Válvulas e Conexões, Volkswagen. Segundo Marisa Vido, da empresa Ferrero, o evento promoveu atualização sobre as novidades no mercado, além de trazer conhecimento sobre novas opções de fornecedores recorrentes de RH. “O modelo é muito interessante para fazer contatos com potenciais fornecedores e também para trazer novas ideias, pois, além de novas parcerias, temos a oportunidade de trocar informações com os demais participantes, agregando positivamente nosso know-how”, afirmou Paula Benvenuti, do setor de Recursos Humanos da Confidence Câmbio. Para ela, o evento proporcionou, em um único encontro, a oportunidade de ampliar o networking e solucionar algumas demandas. Daniela Martins, coordenadora de representantes da Canetas Crown, empresa participante como fornecedora na rodada de negócios, também elogiou o encontro. “Adorei as empresas presentes, são empresas de grande porte, com muito potencial de compra dos nossos produtos. Os compradores foram bem receptivos com nossos produtos, se interessaram bastante pela nossa apresentação”, disse. Entre as empresas de treinamento vivencial estava a Escape 60, de escape games (ou jogos de fuga). “A partici-

pação foi importante para nós por permitir que apresentássemos o nosso projeto para diversas empresas em um mesmo ambiente e que aprofundássemos as possibilidades de uso de nossa dinâmica para parceiros que já se utilizam de nossos serviços”, explica José Roberto Szymonowicz, diretor comercial da Escape 60. Para o executivo, o Speed Meeting consegue agilizar o contato direto entre fornecedor e comprador. “A mensagem rápida e explicação eficaz permite ao comprador identificar potencial para aprofundar o relacionamento e conhecer novos segmentos de mercado”, disse Szymonowicz. SPEED MEETING RH EM ALPHAVILLE Em Abril, foi a vez de Alphaville receber a edição do Speed Meeting RH, realizado no Blue Tree Premium Alphaville. A região foi escolhida pela importância e por localizar grandes empresas nacionais e internacionais. Entre as empresas compradoras presentes estiveram: Air Liquide Brasil, Chilli Beans, Dacarto Benvic, Dasa, Easynvest, Freudenberg Group, Gemalto Do Brasil, Grupo Tpc – Columbia, Grupo Tpv - Tech Technology, Hartmann Bace Healthcare, Hospitalis, Ingresso Rápido, Mary Kay Brasil, Mitsuba Corporation, Movile, Mtel Tecnologia, Osram Do Brasil, Panini Brasil, Siegwerk Do Brasil, Teva Farmacêutica, UBM Brazil, Valvugás, Veolia Brasil, Wacker Indústria Brasil, Warner Bros, Yokogawa. EBS BUYERS CLUB CAFÉ Após cada edição do Speed Meeting RH, foi realizado também o EBS Buyers Club Café, dirigido aos associados do EBS Buyers Club e convidados. Sempre no período da tarde, os presentes

puderam participar de jogos corporativos, uma novidade para o encontro. 'Em São Paulo, o jogo foi o “Caravelas – Descobrindo a América”, aplicado pelo GAR – Grupo Azevedo Ramirez. Mais de 80 profissionais de rh e treinamentos puderam vivenciar a experiência, enfrentando alguns desafios durante a atividade. O objetivo do jogo foi o desenvolvimento de habilidades, a fim de entender as necessidades dos envolvidos no segmento corporativo, e que cada um dos participantes pudesse levar os conceitos desenvolvidos para seu dia a dia. Em Alphaville, o jogo escolhido foi o “Chicago”, também aplicado pelo GAR. Nele, os participantes puderam trabalhar algumas competências importantes para o dia a dia, tudo de maneira experiencial e lúdica. Entre as habilidades trabalhadas durante o jogo está o planejamento e tomada de decisão em um ambiente sob pressão, bem como a melhoria na qualidade da execução e maximização de resultados. Os jogos corporativos foram bem avaliados pelos participantes. Segundo Thais Santos Oliveira, rh da CSU CardSystem, que participou do EBS Buyers Club Café em São Paulo, destacou a que o evento possibilitou a promoção do trabalho em equipe. “As negociações, comissões e atenção no jogo trouxe aprendizado não só para a dinâmica, e sim para qualquer planejamento que realizarmos”, afirmou. RODADAS DE NEGÓCIOS PELO BRASIL Outras edições do Speed Meeting MICE também serão realizadas no segundo semestre, estão na agenda do Grupo EventoFacil os destinos Rio de Janeiro, Campinas, Curitiba, Belo Horizonte, Porto Alegre e São Paulo. 19a edição | www.revistaebs.com.br 47


EBS BUYERS CLUB

Associados Fornecedores FORNECEDORES PARA EVENTOS Ábacos Soluções em Automação

(11) 3393-8830

www.abacos.com.br

Agendas Pombo

(11) 4613-3535

www.agendapombo.com.br

All In Eventos

(11) 2361-5144

www.allineventos.com.br

Alumipac

(43) 3336-4070

www.alumipac.com.br

Atual Victória

(11) 3969-0482

www.atualseguranca.com.br

Azul Locadora

(11) 3439-7700

www.azullocadora.com.br

Caderno Inteligente

(11) 3565-0360

www.cadernointeligente.com.br

Canetas Crown

(11) 3665-1010

www.crownbrindes.com.br

Cross Host

(11) 4332-6142

www.crosshost.com.br

CS Brazil

(11) 3280-8004

www.csbrazil.com.br

De Passaporte

(11) 4003-3639

www.depassaporte.com.br

Dexpo

(11) 4133-1920

www.dexpo.com.br

Divicenter

(11) 4991-4141

www.divicenter.com

Doity Plataforma de Eventos

(82) 3034-0909

www.doity.com.br

Elo Brindes

(11) 2262-9811

www.elobrindes.com.br

Escape 60

(11) 5102-2728

www.escape60.com.br

Escrita - Canetas Crown

(11) 3665-1010

www.escritapen.com.br

Eventmobi

(11) 4933-1600

www.eventmobi.com

Facilitydoc

(11) 5811-0788

www.facilitydoc.com.br

Fantastic Brindes

(11) 3901-5526

www.fantasticbrindes.com.br

Five Transportes

(11) 2338-3883

www.fivetransportes.com.br

Grupo Forte Locação e Eventos

(11) 2221-9524

www.grupofortele.com.br

Hoffmann

(11) 3813-7000

www.hoffmann.com

Inovattore Design

(11) 4755-4754

www.inovattore.com.br

Jaguar Segurança

(11) 4307-1929

www.jaguarbombeiros.com.br

Just Led

(11) 3858-4119

www.justled.com.br

Kontrip

(11) 4007-2667

www.kontrip.com.br

Moblee

(48) 3236-0049

www.moblee.net

Ótima Gráfica

(41) 3661-2828

www.otimagrafica.com.br

Pampa Tradução e Interpretação

(11) 3507-1057

www.pampaconsultoria.com

R1 Solutions

(11) 5585-2241

www.r1solutions.com.br

SAB

(11) 2039-1146

www.sabrazil.com.br

Self Storage

(11) 5541-9478

www.selfstorage.com.br

Senac-SP

(11) 4090-1030

www.sp.senac.br

The Casting

(11) 3999-3000

www.thecasting.com.br

Triart Estandes e Eventos

(11) 3123-3772

www.triart.com.br

Um2 Brindes

(11) 2950-2926

www.um2.com.br

Vale Presente

(11) 2050-3811

www.valepresente.com.br

Viva! Experiência

(11) 5525-3281

www.vivaexperiencias.com.br

Yazo

(43) 3315-7447

www.yazo.com.br

DESTINOS MICE Balneário Camboriú

(47) 3367-8122

www.secturbc.com.br

Bento Gonçalves Convention Bureau

(54) 3452-3297

www.bentoconvention.com.br

Búzios Convention

(22) 2623-3260

www.visitbuzios.com

Escritório Comercial do Peru no Brasil

(11) 5095-2627

www.escritoriodoperu.com.br

Floripa CVB

(48) 3222-4904

www.floripaconvention.com.br

Foz do Iguaçu

(45) 2105-8140

www.pmfi.pr.gov.br

Fundação de Turismo Mato Grosso do Sul

(67) 3318-7600

ww.turismo.ms.gov.br

Ilhas Seychelles

(11) 2367-3170

www.globalvisionaccess.com

48 www.revistaebs.com.br | 19a edição


EBS Buyers Club DESTINOS MICE Mônaco

(11) 2367-3170

www.globalvisionaccess.com

Noruega

(11) 2367-3170

www.globalvisionaccess.com

Peru

(11) 5095-2627

www.escritoriodoperu.com.br

Porto de Galinhas CVB

(81) 3552-1205

www.portodegalinhas.org.br

Prefeitura Municipal de Campinas

(19) 2116-0438

www.campinas.sp.gov.br

Recife CVB

(81) 3328-8301

www.recifecvb.com.br

Santos & Região CVB

(13) 3232-5080

www.visitesantoseregiao.com.br

Secretaria de Turismo de Balneário Camboriú

(47) 3367-8122

www.secturbc.com.br

Secretaria de Turismo de Campinas

(19) 2116-0438

www.campinas.sp.gov.br

Secretaria de Turismo de Espírito Santo

(27) 3636-8020

www.turismo.es.gov.br

Secretaria de Turismo de Minas Gerais

(31) 3915-9594

www.turismo.mg.gov.br

ESPAÇOS PARA EVENTOS Alice Vitória Hotel

(27) 3331-1144

www.gruponeffa.com.br/alicevitoriahotel

Atlantica Hotels

(41) 3340-4024

www.atlanticahotels.com.br

Casa Grande Hotel Resort & Spa

(13) 3389-4000

www.casagrandehotel.com.br

Centro de Convenções de Vitória

(27) 3335-4600

www.centrodeconvencoesvitoria.com.br

Centro de Convenções Rebouças

(11) 3898-7850

www.convencoesreboucas.com.br

Centro de Eventos Padre Vitor Coelho de Almeida

(12) 3104-2560

www.a12.com/eventos

Club Med

(11) 2126-9600

www.clubmed.com

Enotel Convention Spa Porto de Galinhas

(81) 3552-5500

www.enotel.com.br

Expo Center Norte

(11) 2224-5959

www.expocenternorte.com.br

Expoville Centro de Convenções e Exposições

(47) 3029-0699

www.expoville.com.br

Forental

(11) 4301-4000

www.forental.com.br

Fundaparque

(54) 3455-6700

www.fundaparque.com.br

GJP Hotels

0800 600 8088

www.gjphotels.com

GL Events Brasil

(11) 5067-1717

www.glbr.com.br

Global Hospitality Services

(11) 3564-2481

www.g-h-s.com

GS1 Brasil

(11) 3068-6229

www.gs1br.org

Hangar - Convenções e Feiras da Amazônia

(91) 3344-0100

www.hangarcentrodeconvencoes.com.br

Hard Rock Hotels All Inclusive Experience

(11) 99839-1083

www.rcdhotels.com

HB Hotels

(11) 3674-3040

www.hbhotels.com.br

Malai Manso Resort Iate Golf Convention & Spa

(65) 3054-4001

www.malaimansoresort.com.br

Parque de Eventos e Desenv. Bento Gonçalves - Fundaparque

(54) 3455-6702

www.fundaparque.com.br

Pavilhão Bienal São Paulo

(11) 5576-7637

www.pavilhao.bienal.org.br

Rede Beach Hotéis

(11) 3361-2077

www.beachhoteis.com.br

Riocentro

(21) 2441-9100

www.riocentro.com.br

Royal Palm Hotels & Resorts

(19) 2117-8002

www.royalpalm.com.br

SP Aventura

(11) 3368-4110

www.circuitonetas.com.br

Termas de Jurema Resort Hotel

(44) 3518-3100

www.termasdejurema.com.br

Transamerica Expo Center

(11) 5643-3000

www.transamericaexpo.com.br

UCCHL Espaço para Eventos

(11) 5843-5092

www.ucchl.com.br

Velle Representações

(11) 3285-4437

www.velle.tur.br

Villa di Mantova Resort

(19) 3824-8400

www.villadimantova.com.br

Windsor Hotéis

(21) 2195-7800

www.windsorhoteis.com

GASTRONOMIA PARA EVENTOS Fogo de Chão

(11) 5095-8977

www.fogodechao.com.br

Maria Honos Gastronomia

(27) 3254-6409

www.gruponeffa.com.br/MariaHonos2015

19a edição | www.revistaebs.com.br 49


FEIRAS & EVENTOS

Agenda Confira a agenda com alguns dos principais eventos neste período que acontecem no Brasil e no mundo.

08—09/05

08—11/05

14—15/05

ProXXima

Travelweek São Paulo

VTEX DAY 2018

São Paulo, Brasil evento.proxxima.com.br

São Paulo, Brasil www.iltmlatinamerica.com

São Paulo, Brasil vtexday.vtex.com

14—16/05

15—16/05

15—17/05

Experiential Marketing Summit

ABRH Rio

IMEX

São Francisco, EUA emsummit.eventmarketer.com

Rio de Janeiro, Brasil www.abrhrj.org.br

Frankfurt, Alemanha www.imex-frankfurt.com

16—18/05

22—24/05

CONOTEL

Tecnomultimídia Infocomm

Fortaleza, Brasil www.conotelbrasil.com.br

São Paulo, Brasil www.tecnomultimidia.com.br

São Paulo 08h30–13h00

6–7 junho 2018 Centro de Convenções Rebouças www.congressomicebrasil.com.br

07—08/06

20—22/06

Superlógica Xperience

Festival de Turismo das Cataratas

Campinas, Brasil xperience.superlogica.com

Foz do Iguaçu, Brasil www.festivaldeturismodascataratas.com

25—27/06

04/07

04/07

Expotel

RD On The Road

LAMEC

São Paulo, Brasil www.expotel.com.br

São Paulo, Brasil www.rdontheroad.com

São Paulo, Brasil www.mpilamec.com.br

Evento Business Show

São Paulo 13h30–19h00

6–7 junho 2018 Centro de Convenções Rebouças

www.feiraebs.com.br

Rodada de Negócios

RH

MICE

Rio de Janeiro

Rio de Janeiro

09h30–12h30

8 agosto 2018

Prodigy Hotel Santos Dumont

www.speedmeeting.com.br

50 www.revistaebs.com.br | 19a edição

Rodada de Negócios

14—16/08

09h30–12h30

9 agosto 2018

Prodigy Hotel Santos Dumont

www.speedmeeting.com.br

Conarh São Paulo, Brasil www.conarh.org.br



As rodadas de negócios do segundo semestre de 2018. O Speed Meeting é a rodada de negócios que proporciona o contato frente a frente entre compradores e fornecedores do mercado de eventos corporativos, incentivos, congressos, feiras e rh/treinamentos.

MICE–RH2018 REGIONAL

Rio de Janeiro

Agosto

Campinas

Agosto

São Paulo

Setembro

Curitiba

Setembro

Belo Horizonte

Outubro

Porto Alegre

Outubro

São Paulo

Novembro

EBS BUYERS CLUB CAFÉ

Café

Evento paralelo exclusivo para compradores convidados e visitantes. www.cafe.ebsbuyersclub.com.br

www.speedmeeting.com.br


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.