Os Ferreiros da Régua e a Modernização da Indústria de Moagem Pré-Industrial no Douro Felicidade Moura Ferreiro
I - A indústria moageira em Portugal nos iní-
António
cios do séculoXIX
Liverpool» (SANTANA 1988:
Julião da Costa «Consul Geral 67/68)
Portugues em
que, com os seus
sócios João Baptista Angelo da Costa e João Pedro de
o
Portugal
oitocentista
era
marcadamente
mais
Carvalho «negociantes desta Praça, emprehenderam
um
comercial que industrial, daí não ser de estranhar que os
grande
inventores ou introdutores de novos processos ou maqui-
Sucesso. Este estabelecimento
nismos no ramo da indústria sejam, em grande
parte,
quatro pedras para moer grão; de um engenho de serrar
É
o caso
madeira, e outro para descascar arroz e cevada, reduzin-
estrangeiros ou imigrados e seus descendentes.
estabelecimento,
que
tem
no sitio
do
Bom
consta de um moinho de
dos Ratton, dos Playart, dos Clamouse e dos Maurinello
do-a a forma em que he conhecida pelo nome de ceva-
entre outros. A indústria da moagem foi uma das primei-
dinha
ra a ser modernizada da
máquina
no nosso país, através da utilização
a vapor.
Apesar
Portugal datar de 1821
da sua introdução
já anteriormente
(11,
em
se tinham
feito alguns projectos no sentido de aplicar a sua força à in-dústria de moagem, do
papel.
mas irifeoliz'mente nunca pcissaram -
Predominou
entre
nós a apresentação
inventas sem efeitos económicos
dignos de registo, tra-
isto movido
por uma grande
máquina de vapor da força de quarenta cavallos. Além disso consta de uma officina de serralharia e de uma fundição
de metaes, em que se acha empregada
pequena maquina densador» (idem).
uma
de vapôr de alta pressão, sem con.r,
-
Não obstante a presença destes sinais que consti-
de
dução clara da escassa ligação entre a ciência e a técni-
de França; tudo
tuíam o que de mais inovador acontecia no campo da farinação
em Portugal, a conclusão que se retira deste não pode senão apontar
ca vivida em Portugal. Não obstante o aumento do con-
percurso
sumo de farinhas causado pelo aumento da população
dominância
da capital e pela pressão do mercado brasileiro,
te todo este período que se estende até aos anos 40 do
resse causado
pela actividade
de farinação
molde a suscitar mudanças no panorama cado pelo peso das formas tradicionais Neste contexto salientam-se importância,
o inte-
não foi de
nacional
mar-
as iniciativas de maior
tais como a de Diogo Ratton 121 e a do barão
do Sobra I 131, o primeiro,
«proprietário
século XIX. Apesar do vapor estar já a ser aplicado, não se verificou a progressiva substituição
de moagem.
de hum terreno e
para a acentuada
dos moinhos e da estrutura moageira duran-
força motriz. A utilização
nos moinhos da nova
desta nova fonte de energia
podia, quando muito, representar um instrumento subsidiário
das moagens hidráulicas,
isto é, eram movidas
praia junto ao calvário de Santo Amara» pretendia edifi-
alternada mente por uma roda hidráulica e por outra a
car em 1817 «na mesma praia huns moinhos de fabricar
vapor na estiagem, mantendo desta forma as característi-
farinhas
por maquinismos,
cujo
cas de uma pequena indústria, que funcionava de modo
d'agoa»
(SANTANA
67/68);
ambicioso,
1988:
pretendia o privilégio
nas de vapor, nos moinhos
impulso
seja a vapor
o segundo,
mais
«p.? o uzo das machi-
e embarcações»,
conforme
idêntico às moagens tradicionais
do passado. Como se
pode ver, as experiências de utilização do vapor não significaram um recuo da moagem tradicional. Pelo contrá-
de 19 de Janeiro de 1819 (idem). Também
rio, durante esta fase, que se estende grosso modo até
em 1819 Antonio Julião da Costa tinha mostrado a sua
meados do século XIX, assistiu-se a um crescimento no
requerimento
intenção de estabelecer em Lisboa uma máquina de des-
número dos moinhos e a uma integração por parte des-
cascar arroz,
tes de novas técnicas que visavam um melhor aproveita-
«unindo-lhe
engenhos
de moer trigo,
e
vários outros, por processo novos e até agora não prati-
mento da força hidráulica,
cados em Portugal, dando moção a estas maquinas hum
necessidades mais acentuadas de consumo de farinhas.
engenho de vapôr da força de trinta cava lias» (SANTANA
A explicação para o atraso português na introdução do vapor e, por consequência, na tardia criação de unida-
1984: 246). Porém, a primeira máquina a vapor aplicada à indústria de moagem só começaria
o que permitiu responder às
verdadeiramente
nar em 1821. A sua introdução
a funcio-
deveu-se realmente
a
des fabris de produção
neste sector, encontra-se, entre
outros factores, nos problemas decorrentes da conjuntura de instabilidade política vivida no País na primeira metade
55
do século XIX, e no aumento da industrialização que tor-
de 1819 a 1820. Aqui encontramos, por exemplo, referên-
nou Portugal mais dependente do exterior, pois necessita-
cias a diversos produtos que iam e vinham do e para o
va de mais matéria-prima, de mais combustível e de mais
Douro, demonstrando que, paralelamente ao negócio dos
trigo para alimentar os operários que iriam trabalhar nelas.
vinhos, os Ferreiras comercializavam outros produtos, quer
destes novos
do litoral quer do próprio Douro, e ainda de outros países,
engenhos foram também quase sempre comerciantes ou
como por exemplo do Brasil e da França. Os produtos mais
No Porto os principais
introdutores
negociantes. Entre eles estavam as firmas que negocia-
comercializados iam desde o azeite, a sardinha, a aguarden-
vam em grande, nomeadamente no vinho do Porto, como
te, o bacalhau,
a dos famosos Ferreiras que nos inícios de Oitocentos
demonstrada por António Bernardo Ferreira por este último
resolvem construir em Vila Nova de Gaia engenhos de
produto contribuiu, em parte, para a primeira tentativa de
à madeira e à farinha. A preocupação
moer cereais, com destino à Régua, e cujo funcionamen-
desenvolvimento da indústria de moagem no Douro, através
to era feito por meio de uma bomba hidráulica.
da modernização dos seus engenhos. O seu objectivo seria então pegar no milho, no trigo e no centeio e fazer a sua própria farinha, a qual seria depois comercializada ou transfor-
/I - As actividades económicas dos Ferreiro da
mada em biscoito. Para a realização desta obra, então única
Régua
no seu género, foi contratado um estrangeiro, de seu nome Benoit Forment, muitas vezes designado na correspondência
A firma da família Ferreira é ainda hoje conhecida por
como artista ou mestre, o qual terá sido incumbido da tarefa
ter sido umo das melhores casas comerciais portuguesas
de fazer os riscos e os modelos e dirigir a construção dos
de vinho do Porto e de outros produtos ao longo do sécu-
engenhos no Douro. Para a sua concretização foram igual-
lo XIX.Dentre os seus elementos mais importantes destaca-
mente contratados um grande número de oficiais especiali-
se António Bernardo Ferreira que, em associação com o
zados, como
seu tio e depois sogro José Bernardo Ferreira, consegue
importação de material de construção de boa qualidade,
fazer prosperar a sua firma, tornando-a numa grande casa
como madeira do Brasil e pedras alveiras de França.
pedreiros, carpinteiros e ferreiros, além da
exportadara de vinhos para a Europa e América do Sul. Quando morre, sucede-lhe António
Bernardo Ferreira
4,
descrito como sendo um homem inteligente e com vistas
IV - A modernização
largas para a política e para o comércio. Além de possuir
Vaiado
dos moinhos da Quinta do
interessesno Porto, tinha também neqócios em Vila Nova de Gaia e na Régua. Embora habitualmente vivesse nesta
l'j, I 1
I
,
\
por ser construídos em Vila
última povoação, possuía os seus escritórios naquela cida-
Nova de Gaia, mas destinavam-se a ser transportados em
de, de onde Bento Alexandre de Oliveira Dias, seu empre-
barcos rabelos para a Quinta do Vaiado, perto da Régua,
gado e homem de inteira confiança, lhe comunicava dia-
onde se encontrava em construção a casa para os ditos
riamente através das suas cartas o que pela cidade se pas-
engenhos e ainda
sava, constava e dizia, quer de negócios, quer de política,
Bento Alexandre de Oliveira
mantendo assim o seu patrão sempre actualizado.
descrição desses engenhos,
o armazém
para o pão ou farinha.
Dias faz-nos uma pequena dizendo-nos
o seguinte: «Vi
ontem de tarde trabalhar as 42 rodas, de que se compõem
i,1 ,I I, 1
Os engenhos começaram
os três engenhos de moer, colocadas
11I - A modernização dos moinhos dos Ferreiro da Régua
ao seu engenho de 4 pedras; esta obra está completamente acabada,
Os documentos existentes no Arquivo
em seus lugares,
acabadas, e movidas pelos pés de três oficiais, cada um
Histórico da
bomba,
faltando
só o crivo, peneiras,
no que se trabalha,
masseira e
porem ainda levará algum
Casa Ferreiro, localizado nas suas instalações da zona ribei-
ternpo P'». Tratava-se, sem dúvida, de um grande empreen-
rinha de Vila Nova de Gaia, são uma importante fonte de
dimento,
informação para a compreensão da economia, da política
bomba
e da sociedade do século XIX, tanto do nosso país como
Bernardo Ferreira «Mr. Forment que se não esqueça de
além fronteiras. No entanto, para o presente estudo, selec-
juntar aos engenhos os crivos e peneiras para 4 rodas e a
cionamos unicamente a documentação referente à corres-
bomba para dar água com a mesma roda que faz traba-
pondência trocada entre os dois amigos, isto é, de um lado
lhar os enqenhosv'".
as cartas de António Bernardo Ferreira e do outro o copia-
tenciam aos engenhos estavam já a ser transportados
dor de Bento Alexandre de Oliveira Dias, no período que vai
barco com destino à Régua.
56
cujo
principal
hidráulica,
elemento
propulsor
era
uma
da que nos fala desta vez, António
Nesta fase alguns materiais que perpor
Esta evolução tecnológica leva-nosa pensarno porquê da não utilização do vapor como fonte de energia para fazer accionar os engenhos do Douro, numa época
dividas acumuladas, algumas
das quais
obras feitas nos armazéns e no engenho Em algumas das suas cartas
se referiam
a
da sua fábrica.
Bento Alexandre
de
em que este tinha há muito dado os primeirospassosem
Oliveira Dias aborda também o problema
Inglaterra
construção dos engenhos, o qual se devia ao facto
da
fora. Segundo Bento Alexandre de Oliveira Diasa máqui-
maior parte dos oficiais irem montar
do
na a vapor era já utilizada em Portugal,ou pelo menos
Borgesficando apenas «só três nas suas obras,
para as ir
acabando corn vagar» . Mas, o maior problema
residia no
e começava a ganhar terreno por essaEuropa
conhecida
a sua utilização por estrangeiros.Estaideia
vem referenciada
no seu copiador em respostaa uma
da lentidõo
os engenhos
facto de a pessoa que dirigia as obras dos engenhos do tal
carta de Antonio Bernardo Ferreira, na qual diz o seguin-
Borges ser a mesma que dirigia
te: «( ... ) a proibição
BernardoFerreira, ou seio. Benoit Forment, causando
veio publicado
das farinhas diz-se, masainda o não
e ainda quando assimse]o,é paratirarem
toda a vantagem,
os dous que alcançaram o privilegio
exclusivo das maquinas de vapôr, por 14 annos; o que escandaliza,
é serem estrangeiros»mA utilizaçãodo vapor
na
flitos entre eles e contribuindo
as obras
de António con-
para o atraso da obra quer
de um quer de outro. Um ano depois, em 1820, malas
engenhos
come-
çaram a funcionar, iá eram alvo de polémica.
Benoit
estava pois limitada aos tais doius estrangeiros, não se
Formentque, por motivos de doença,
sabendo ao certo qual ou quais as suas nacionalidades.
da Régua,recusava-se a voltar lá com medo de ser assas-
se tinha ausentado
Porém, o privilégio exclusivo do seu usoapenaspor estran-
sinado; a população agitara-se,
geiros, não permitia aos portuguesestirar proveitodessa
guiam manter a ordem, os oficiais
os soldados
não conse-
reclamavam
nova fonte de energia, tão importante para o desenvolvi-
salários, e até os próprios vizinhos invejcvorn
mento industrial do País.
tudo_f~ziam para a destruir, «metendo
No entanto, cremos que a utilizaçãodo vapor camo forma de energia não teria sido tão proveitosa,em terras
a obra
pedras
e
entre os
dentes das rodas, soltando rezisto (sic) às aguas, soltando-o ao trigo nas moagens, ele». Perante tal cenário
durienses, como aquela da bomba hidráulica,poisestauti-
destruição dos engenhos era inevitável
lizava a água como forma de energia, que alémde abun-
tanto quanto se sabe, nunca chegaram
a
e, infelizmente,
a ser recuperados.
dante era gratuita, possuindo ainda a vantagemdeseadap-
Bempodemos lamentar este infeliz episódio
tar a lugares perdidos e pobres, onde não seriafácil nem
vez não ter passado de um projecto
lucrativo fazer chegar modemas formasde energia,poisexi-
tantos outros, e que, se tivesse vingado,
giriam o recurso a técnicas especializadase distantes.
contribuído para o desenvolvimento
Mais adiante, e continuando a analisara correspon-
os seus
por mais uma
falhado
a [untor a
teria com certeza
de uma das zonas
mais pobres e atrasadas do país.
dência trocada entre os dois amigos, apercebemo-nosque mais alguém estaria a construir outros engenhostambém em Vila Nova de Gaia, apenas referido como Borges.
Doe. 1 1819 Agosto, 25, Porto - Bento Alexandre
Uma das hipóteses mais prováveis apontam paraAntônio
Dias escreveo António Bernardo Ferreiro.
José Borges comerciante do Porto, que era proprietário
Arquivo Histórico A. A. Ferreiro, Copiador,
desde 1802 de uma fábrica de pão e biscoitoe alguns
curs; regular. (Fls. 104/105
de Oliveira
1819,
cópia,
)
armazéns sitos na freguesia de Miragaia. Eracasadoem segundas sobrinha
núpcias com D. Mariana da Rocha Soares, de Francisco da Rocha Soares, proprietárioda
Porto25 d'Agosto de 181 9 Sr.António Bernardo Ferreira - Régua
Fábrica de Louça de Miragaia. Curiosamentea suafábrica de pão e biscoito foi também consideradana époco
Tenhopresenteo seu favor de 22 do corrente,
como sendo um «estabelecimento
singular e o primeirono
seuconteudo, tenho em sua resposta a dizer-lhe que ama-
em Portugal» Em 1818, terá mesmofeito um con-
nhã parte para essa Mr. Forment, com quem pode combi-
género
trato no sentido de fornecer pão de munição às tropas estacionadas
no Porto, bem como fornecer pão bronco
e certo do
nar tudo quanto lhe seio necessario por ele remeterei dous bilhetesda lotaria que de conta de Vm.ce (... ).Yi ontem de
aos doentes do Hospital Militar. A fábrica era constituída
tarde travalhar as 42 rodas, de que se compõem
os três
por cinco fornos, oito armazéns e oito [oqosde pedrasde
engenhosde moer, colocadas em seus lugares, acabadas,
moer, não se dizendo, no entanto, em que cansistiaa força
e movidaspelos pés de três oficiais, cada um ao seu enge-
motora. A partir de 1820 começou a sentirdificuldadesem
nho de 4 pedras; esta obra esta completamente
escoar os seus produtos, e mais tarde, por volta dos anos
faltando só o crivo, peneiras, masseira, e bomba,
30, foi obrigado a hipotecar todos os seus bensdevido a
se travalha, porem ainda levará algum tempo
acabada, no que
(... ). 57
Doe. 5
Doe. 2 1819 Outubro, 2, Porto - Bento Alexandre de Oliveira
1820 Abril, 09, Porto - Bento Alexandre
Dias escreve a António Bernardo Ferreiro.
escreve a António
Arquivo Histórico A. A. Ferreiro, Copiador,
Arquivo
1819,
cópia,
Bernardo
Histórico
de Oliveira
Dias
Ferreira
A. A. Ferreira,
Copiador,
1820,
cópio,
curs; regular
curs; regular. (Fls. 122/123 )
Porto 9 d' Abril de 1820
Porto 2 di Outubro de 1819 Sr. António Bernardo Ferreiro - Régua
Sr. António
Bernardo
Ferreira - Regoa
Tenho presente os seus favores de 28, e 29 do corrente,
Tenho presente o seu favor de 5 do corrente,
por mão do João Moço (...). Quanto aos seus engenhos
responder.
(... ). Falei a Mr. Forment; o receio
ainda não estão acabados, porque estando a casa n'essa
plesmente
atrasada, e querendo o Borges montar os seus engenhos,
alterada,
foram para ló a maior parte dos oficiais, e ficaram
receio, é desculpavel
só três
o tinha
nas suas obras, para as ir acabando com vagar, porem
Vrn." mandou
creio que assim mesmo, até o dia 20 do corrente estarão
ao momento
conheci,
de ser assasinado,
obrigado
a que vou
a abandonar
a todo o homem;
prender, já se achavam
que sim-
por essa gente a obra;
este
os soldados
que
soltos, e na Régua,
da suo saida, e protestando
vingar-se;
de todo acabados, e prontos paro poderem ir para cima,
aqui o facto, bem dagado
do que lhe farei aviso, logo que assim suceda (... ).
to a voltar, uma vez que tenha perfeita segurança dual;
contudo,
Doe. 3
dias;
nem o estado
1819 Agosto, 2, Regoa - António Bernardo Ferreira para
obrigações
Bento Alexandre de Oliveira Dias. Arquivo Histórico A. A. Ferreira, cartas, 1819,
original,
da sua saude lhe permite,
esta ausencia
que vierão
ele diz, que o ofi-
por pagar de cima (sic), tem-
me feito uma perfeito montaria,
e tem levado os seus gridestas algumas
tem vindo dizer, que fica mal à sua reputação
Régua 2 de Agosto de 1819
nem as
par escrito a tempos com o Borges
durante
tos, a pessoas serias, que os apoiam;
Sr. Bento Alexandre de Oliveira Dias
indivi-
cial que ai ficou tem que fazer, e que ele lhe determinara; os oficiais,
curs; regular.
(sic), e simples; ele está pron-
não pode fazer, sem que passem quinze
contraidas
lho consentem;
eis
lhe
este
pagamento;
nas
mesmas
me
o demorar-
circunstancias
Amigo e Sr.depoi~ de ter escrito a Vm." pelo correio para
encontra
a familia
do oficial,
remeter algum dinheiro pelo partador João Moço (... ). Mr.
mesada
de 1 :800
semanal,
Formentque se não esqueça de juntar os engenhos os cri-
ordem.
vos e peneiras para 4 rodas e a bomba para dar água
inveja
com a mesma roda que faz travalhar os engenhos
tinha feito com que muitos fossem a esse sitio, com o
(... ).
O francês
rodas,
1819 Setembro, 08, Porto - Bento Alexandre
de Oliveira
Copiador,
1819,
cópia,
curs; regular. (Fls. 110/111)
dez, quem
obrigação,
sabe,
tambem,
isto é feitores
Sr.António Bernardo Ferreiro - Régua
que
ele, e que
desejo
ao
era evitado
e crassa estupi-
não sabiam
dispostos
os empregados
e moleiros,
dentes das
de que assim suceda;
que os moleiros
todos
nessa,
soltando-o
disto
por falta de energia, talvez
[h] a muita
entre
nada
uma
por sua
aos vizinhos
pedras
e que os vão muito
que finalmente
Porto 8 de Setembrode 1819
metendo
nas moagens
disse-me
tambem,
e acusava
o rezisto (sic) às aguas,
pelos seus feitores,
Dias escrevea António Bernardo Ferreiro Arquiva Histórico A. A. Ferreiro,
trigo
de arruinar, soltando
e que eu suspendi
disse-me
com a sua obra
destino
Doe. 4
que ai ficou, qüetlnho
se
mostravam
da sua
a rouba-lo,
e
seus n' esse lugar, um desinteresse,
pelos seus interesses, um desleixo pelas suas obrigações, Tenho presente os seu favores de 5 do
corrente
(... ).
que se não é serem ladrões,
e consentirem
ser do meu dever não lhe ocultar
no furto; eu
Cumprirei a sua ordem das pedros alveiras; e não posso
julguei
dizerquando chegarõoas de Fronça, porque isso depende
para que Vm.ce, sem partir, as observe, e achando-as
estas coisas, ver-
.j
i
I
I
da brevidadedo navio para esta; a proibição
das farinhas,
diz-se, mas ainda o nõo vejo publicado e ainda assim seja, é para tirarem toda a vantagem,
quando
os dous que
alcançaram o privilegio exclusivo das maquinas
de vapôr,
por 14 anos; o que escandalizo, é serem estrangeiros.
58
dadeiras fazer o que lhe parecer, proibindo
principalmen-
te a entrada franca de gente nos seus engenhos lhos não arruinem; perdoará
finalmente,
para que
tenho sido muito extenso,
a seca, na certeza, de que os meus desejos são
de que Vm.".,
e tudo o que lhe pertence prospere
(... ).
Bibliografia
Notas 111
Em requerimento
1 8 19, António belecer
mondado
juliôo
do Costa
praticados
nho de vapor
de maior
no
Constituintes
Português
e de outro
[ínonceiros
decreto
de
Castelo
1822.
esteve
ligado
engenão
um enge-
por ser instalado
o qual vem
Extraordinórias
e
de fia-
Venceslau
por
com [oono
daquela
vila. Os seus descen-
os títulos de visconde
Mario
do
Nobreza
de
António
prima,
Bernardo
Antónia
Ferreira
Adelaide
(I B 12-1844)
Ferreiro
(1811-18961,
o « Ferreirinha
do Régua>, a qual mais tarde,
meiro
se tornaria
marido,
agrícola
do Douro.
dentes criaram (Casa
António Agosto 101
com suo
mais conhecido
como
após a morte do seu pri-
administradora
da maior casa
dois anos após o sua morte, os descen-
a Companhia
de
de
Carta
Agrícola
e Comercial
dos Vinhos do Porto
Alexandre
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de Oliveira
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descendente
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Sobrei,
dentes
12 de Julho de
Portuguesa>,
I Q barão
de Almeida Cruz
dos
de chapéus,
«unindo-Ihe
e não só uma mos duas, como se veriem
Annões da Sociedade Pramotoro do Indústria Nacional. Imprensa Nacional, 1822. Primeiro onno.
novos até agora
acabou
de
o intento de esta-
(sici o estas máquinas
De facto,
(1765-18221,
nacionais
O título de
!lI
-Diório
por processos
moção
potência
do Noção
Industrial
ção
r arroz,
texto de apreciação,
referenciado
111
de descasco
de trinta cavalas>.
uma máquina pelo
dando
de 4 de Outubro
afirmam
e vários outras,
em Portugal,
por aviso
e seus sócios
em Lisboa uma máquina
nhos de moer trigo,
fico
consultar
/
Sousa Brito
dência de Francisco António Borges: Descendência Sousa 8rito'. In Geneo/ogia,
de
descen-
Francisco
informações históricas, documentos,
de
(otogra-
Fios.PortoAlegre.
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