Revista SIM! 63

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Arte

Um registro das fachadas do Recife Antigo

Design Diversas faces da criação nacional

Moda Três estilistas sobem ao altar com a SIM!

Cozinha gourmet Arquitetura posta à prova pelo sabor

Jardinagem Marcelo Kozmhinsky dá as dicas para verticalizar jardins

Construção Patologias e soluções para o concreto nas edificações do Recife

Madeira Boa O menejo sustentável como solução para o uso da madeira desde a construção civil até a produção de objetos

ARQUITETURA - DECORAÇÃO - DESIGN - ARTE - ESTILO A N O I X - N º 6 3 - D I S T R I B U I Ç Ã O D I R I G I DA




S U M Á R I O

MADEIRA BOA_p.36

Diretor Executivo Márcio Sena (marciosena@revistasim.com.br) Coordenação Gráfica e Editorial Patrícia Marinho (pmarinho@revistasim.com.br) Felipe Mendonça (felipe@revistasim.com.br) REDAÇÃO André Clemente (andre@miraimidia.com.br) Lívia Martins (livia@miraimidia.com.br) Maria Leopoldina (maria@miraimidia.com.br)

A sustentabilidade é o norte para projetos arquitetônicos, de interiores e de objetos para decoração.

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Revisão Fabiana Barboza (fabiana@revistasim.com.br) Consultoria Editorial Roberto Tavares Arquiteto Colaaborador Alexandre Mesquita

Mostra apresenta a amplitude do design brasileiro sob curadoria de Adélia Borges.

CAPA

Antes do grande SIM tem a procura pelo vestido ideal e três estilistas dão as dicas.

CASA COR PE_p.30

Operações Comerciais Márcio Sena (marciosena@revistasim.com.br) Eliane Guerra (81) 9282.7979 (comercial@revistasim.com.br) Assessoria Jurídica Aldemar Santos - O.A.B. 15.430 SIM! é uma publicação bimestral da MIRAIMÍDIA DESIGN E EDITORA LTDA

Rita Tristão fala com entusiasmo ao assumir a organização da mostra em 2009.

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ESTRUTURAL_p.46

Foto de Eudes Santana Detalhe do restaurante Papa Capim, projeto de Humberto Zírpoli.

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Diagnosticar a situação estrutural das edificações tem sido cada vez mais necessário.

Redação R. Rio Real, 49 - Ipsep - Recife - PE CEP 51.190-420 redacao@revistasim.com.br Fone / Fax: (81) 3471.3705 Comercial R. Bruno Veloso, 603 - Sl 101 Boa Viagem - Recife - PE CEP 51.021-280 comercial@revistasim.com.br Fone / Fax: (81) 3327.3639 Os textos e artigos assinados não refletem necessariamente a opinião da revista.



E D I T O R I A L

As novidades foram anunciadas e estão acontecendo. Buscando diversificar nosso conteúdo editorial, a partir desta edição contamos com três novas seções que estarão presentes em todas as próximas edições da SIM!. Na seção Entrevista, apresentamos a arquiteta Rita Tristão, responsável pela Casa Cor Espírito Santo, há 14 anos, e que em 2009 assume também o comando da Casa Cor Pernambuco. Mesmo estando em Vitória, ES, Rita se mostrou entusiasmada com a empreitada no Recife e aposta num resultado brilhante com a experiência que traz da mostra em Vitória e o apoio da organização em São Paulo. O paisagista Marcelo Kozmhinsky é nosso novo colaborador na seção Jardins e, a cada edição, irá nos apresentar tendências, dicas e curiosidades sobre o ganho de vida proporcionado pelo uso de plantas e flores na arquitetura. Na primeira, Marcelo nos fala da opção em verticalizar os jardins com o uso de painéis, uma técnica ainda nova em ambientes pernambucanos.

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Com a seção Cozinha Gourmet, a SIM! apresenta o delicioso link entre arquitetura e gastronomia mostrando o diferencial de espaços criados para cozinhar com prazer e praticidade. Inaugurando este espaço, Luciana Pimentel e Leila Calil servem iguarias da culinária árabe em uma recém inaugurada cozinha na Praça de Casa Forte, no Recife. Além disso, também mostramos uma boa novidade para os empresários da gastronomia, a inauguração da loja de utensílios profissionais, M.Cassab.

Voltando nossos olhos para os materiais utilizados nas edificações do Recife, abordamos a opção do eucalipto de reflorestamento como material ecologicamente correto, além das principais patologias que ocorrem no concreto de prédios públicos e residenciais e suas respectivas soluções através de obras de restauro e reforço estrutural. Finalizando, mostramos algumas das principais peças de design brasileiro expostas no Mam (Museu de Arte Moderna de São Paulo) sob curadoria de Adélia Borges. Uma verdadeira viagem pela diversidade e pela multidisciplinaridade da produção nacional. E, da exposição do fotógrafo de Eduardo Queiroga, mostramos algumas histórias do Recife Antigo retratadas nas paredes e nas fachadas da cidade. Em cada foto uma demonstração do que o tempo é capaz. Enfim, leia a SIM! Felipe Mendonça felipe@revistasim.com.br

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F I Q U E P O R D E N T R O

Wave Caddy Com design premiado internacionalmente, este guarda tudo facilita a organização e o transporte de vários objetos. Em formato de ondas, com divisórias internas, este objeto de linhas simples ganhou o “The Red Dot Design Award” (www.red-dot.de) e, hoje, faz parte do acervo do Red Dot Design Museum, na Alemanha. O Wave Caddy competiu com participantes de 49 países, com mais 11 mil inscritos, submetidos a um júri renomado, que analisou inovação, funcionalidade, longevidade, clareza de função e impacto no meio ambiente. Feito em polipropileno, pode guardar garrafas, revistas, brinquedos e muito mais. Suas divisórias internas facilitam a organização e evitam o barulho, por exemplo, quando os objetos são transportados. Na cor branca. Tamanho: 46,5 x 29 x 26,5 cm Dissapo | Fone: (11) 4191-4314.

Democrático na decoração Os imãs, antes vistos apenas como uso restrito, invadiram vários ambientes da casa. Com formas criativas, eles surgem como novidades. Na loja Diminuti, pode-se encontrar uma variedade interessante de imãs, em acrílico, no formato de borboleta, em madeira com arame fino trabalhado, em papel e também produzido com mola e resina. Os acessórios custam de R$ 12,75 a R$ 19,90. Diminuti | Rua 17 de Agosto, 823. Casa Forte – Recife – PE. | Fone: (81) 3268-1117. Fotos: Divulgação

Grupos de estudo Revista SIM!® - Edição 63

Observando a dificuldade em se discutir sobre a realidade das profissões de Arquitetura e Design, Alexandre Mesquita coordena um grupo de arquitetos e designers, que passa a se encontrar para debater essa questão contemporânea. Os locais de reunião são lojas das áreas citadas, como M.Cassab, e sempre discutindo um livro de Teoria da Arquitetura. O grande interesse é comentar e ouvir diferentes opiniões, buscando a interação com um campo não observado. Todos os profissionais da área podem participar. O próximo encontro será na loja Empório Beraldin e o assunto a ser discutido já foi definido: Tendências das feiras de Design, com destaque para Polônia e Stambul. Alexandre Mesquita | mesquitaita@gmail.com

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Fotos: Divulgação

Asa Branca lança o Freplace O Asa Branca Residence, em Gravatá, criou um fireplace, espaço adequado para o acendimento de fogueiras. O local é ponto de encontro para os condôminos que queiram curtir o clima frio da cidade. A área fica ao ar livre, com bancos de praça e é construída com tijolos refratários, capazes de suportar altas temperaturas sem sofrer alterações. O fireplace também é ideal para fazer luais ou reunir os amigos no período de São João. Asa Branca Residence | Via local da BR-232, Gravatá – PE | Fone: (81) 3465-4770.

Arquiteto Homenageado A Galeria das Lonas lança a Linha Aalto, uma coleção de mobiliário para áreas externas e internas inspirada na obra do consagrado arquiteto e designer finlandês Alvar Aalto. O design das peças reflete a principal característica das criações do artista, que é considerado um clássico da modernidade por utilizar a madeira como elemento estrutural e estético, combinado à tramas de fibra sintética. Nacional e ecologicamente correta, a Linha Aalto é composta por poltronas, sofás, mesas de centro, mesas laterais e mesas de jantar, todas com traços retos em estruturas de madeira garapeira. Além das opções de cores da fibra sintética (branco, café, savana e areia), as poltronas e sofás possuem almofadas de assento e encosto removíveis e podem ser desenvolvidas em diversos tecidos disponíveis no catálogo da loja. Galeria das Lonas | Rua Domingos de Morais, 1708, São Paulo – SP | Fone: (11) 5549-8311 | www.galeriadaslonas.com.br

Aquário para humanos O artista plástico Maurizio Mancioli, ex-sócio da Business School São Paulo, lança um produto, no mínimo, curioso: o Acquabox, um grande aquário para seres humanos. Idealizado como uma convergência entre arte, design e bem-estar, a invenção visa proporcionar uma sensação única de “voar” em uma instalação em formato cilíndrico, cheia de água, para que as pessoas vivenciem o mundo social em gravidade zero. O Acquabox também foi desenvolvido para uso terapêutico. Os benefícios do elemento água podem ser maximizados em sessões de cromoterapia. Disponível em vários modelos, é possível escolher desde a tecnologia de emissões de bolhas e dispositivo para captar água da chuva, até fazer aquecimento solar. O acrílico da instalação, tradicionalmente cilíndrica, pode ser feita em diversos formatos. Casa Cor SP | Até 14 de julho | Av. Lineu de Paula Machado, 1075, Jockey Club, São Paulo – SP | Terça a Sábado, das 12h às 21h; Domingo, das 12h às 20h


F I Q U E P O R D E N T R O

Fotos: Divulgação

Novos racks A fábrica pernambucana Novo Projeto, que tem lojas no Recife, Salvador e Brasília, acaba de lançar uma elegante linha de racks e buffets. As peças, com mecanismo e acabamentos em alto padrão, possuem material de altíssima resistência. A estrutura diferenciada das peças permite ao usuário utilizar de forma eficaz os móveis, através de trilhos deslizantes. Um dos destaques é o rack Misura (foto), feito de material bastante resistente e que pode ser encontrado nas cores branco, preto e madeira natural. Novo Projeto | Av. Conselheiro Aguiar, 2088, Boa Viagem, Recife – PE | Fone: (81) 3466-2859 – 3327-0637 | www.novoprojeto.com.br.

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Light Design Portugal Ao completar trinta e cinco anos de atuação no cenário nacional brasileiro, a Light Design expande seus negócios para o mercado europeu e inaugura no o showroom da Light Design Lisboa, a 12º franquia da marca, que ficará sob a coordenação de Silvia Caetano, sócia-diretora da Light Design do Brasil. O projeto, assinado pelo arquiteto português João Góis, possui 200m² e funcionará como escritório luminotécnico, oferecendo toda estrutura para atender às necessidades dos profissionais de arquitetura, design de interiores, paisagismo e construtoras. Além disso, o espaço possui dois laboratórios demonstrativos, onde se poderá conhecer in loco as soluções luminotécnicas oferecidas pelas luminárias Light Design, as quais, para os projetos realizados no exterior, serão fabricadas em Portugal, conforme certificação da União Européia. Light Design Lisboa | LX Factory, Rua Rodrigues de Faria, 103, G2, Lisboa – Portugal | www.lightdesign.com.br

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Um luxo de maçaneta Com estilo tradicional e ao mesmo tempo arrojado, a Grip Set garante uma presença marcante e inovadora na decoração. Ideal para quem procura beleza, segurança e qualidade. O conjunto Grip Set proporciona o mais alto grau de sofisticação para portas de entrada e confere um toque de classe aos projetos mais exigentes. Do lado externo, apresenta uma imponente alça, estilo puxador, onde todos os componentes estão harmoniosamente integrados ao espelho, incluindo o cilindro IMAB embutido para dar maior segurança. Do lado interno, o acionamento é feito por maçaneta bola e tranqueta. O conjunto é composto por duas fechaduras tubulares, sendo um trinco e uma lingueta, com pino de aço reforçado. A fechadura do conjunto tem sua caixa estampada também em aço super reforçado, com componentes em latão forjado e molas em aço carbono. IMAB | Fone: (11) 4662.7500 | www.imab.com.br

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Pisos cimentícios e fachadas ventiladas A Solarium Revestimentos lança a linha Urbana, que aposta nas tonalidades do cinza ao preto e pode ser usada em revestimento externo e interno; a linha Sand, outra novidade, apresenta revestimentos com texturas que fazem alusão às areias finas, das costas brasileiras; e a linha Terra Viva que traz a mistura de tons de terra, além de uma grande beleza plástica. As três linhas são atérmicas e atinderrapantes.

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Além dos pisos, as fachadas ventiladas estão nas novidades da empresa. Tendência mundial e considerada “os pulmões prediais”, uma vez que acopladas ao revestimento de paredes, permitem a criação de um espaço vazio entre o prédio e a parede de vedação, o que resulta em ventilação contínua no sentido vertical. O seu uso oferece vantagens como: elevado desempenho hidrotérmico em qualquer estação do ano; melhoria no isolamento termo-acústico; minimização de perdas de calor no inverno; redução do uso de ar condicionado; diminuição da umidade na estrutura; além de facilidade de manutenção e limpeza. Solarium | www.solariumrevestimentos.com.br

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Fotos: Divulgação

Certificações ISO

LixoQLuxo!

A Florense, primeira fábrica de móveis do Brasil a conquistar os dois certificados — ISO 9001 em 1997 e ISO 14001 em 2001 —, mais uma vez, foi aprovada pela DNV – Det Norske Veritas e recertificada nas duas normas. Para atingir esses objetivos, a Florense adotou procedimentos que vão desde o controle da origem, forma de extração e produção das matérias-primas, até a destinação final dos resíduos (100% reaproveitados em outros segmentos industriais). Seu parque industrial conta com um grande centro de acabamentos de móveis do Brasil, operando com processos ecologicamente corretos. Entre cuidados adotados pela empresa, estão equipamentos com menor consumo de energia, cabines e robôs de pintura com captação e depuração de solventes e uma estação própria de tratamento de efluentes, que permite tratar toda a água utilizada na fábrica e devolvê-la ao meio ambiente em sua forma pura. Florense | Av. Domingos Ferreira, 4264, Boa Viagem, Recife – PE | Fone: (81) 3302-3800

A coleção LixoQLuxo! chega ao Recife. São cinco novas bolsas para o dia a dia, incluindo uma unissex. O melhor: Todas as peças confeccionadas em reaproveitamento de lonas de campanhas publicitárias ou aparas da indústria gráfica, com parte da execução realizada por comunidades de baixa renda do Recife, capacitadas pela Lixiki. Ou seja, além do bem ambiental, de poder aumentar a vida útil desses materiais, os produtos ainda possuem um caráter de inclusão social, sem falar no luxo que é a peça final depois de passar pelas mãos de habilidosas costureiras. São bolsas, nécessaires, envelopes para laptops, pastas e porta-documentos. É a energia humana transformando o lixo em luxo. Para quem gosta de curtir a noite, a grife traz duas opções: uma bolsa redonda (Andréa), divertida, e uma versão poderosa de carteira (Aparecida). Para usar a qualquer hora, a grife oferece duas opções (Maria e Morgana), que ganham personalidade através das estampas feitas em composés de lona ou em lonas estampadas. E para quem achar estranho os nomes das peças, vale explicar: nesta edição, as bolsas homenageiam as pessoas que trabalham no dia a dia da empresa, seja na própria Lixiki ou nas comunidades. Lixiki | Rua Albino Meira, 140, Sala 8, Parnamirim, Recife – PE | Fone: (81) 3266-2873 | www.lixiki.com.br

Errata Na seção Fique por Dentro da edição anterior foi publicada a informação que a nova coleção da mesa de centro Sky é produzida pela Florense, quando na verdade a foto trata-se de um produto da Novo Projeto.


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Noivas

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No Brasil, anualmente, acontecem mais de oitocentos mil casamentos. Casar continua sendo um negócio lucrativo, pelo menos quando se trata do evento e de tudo que o dia D envolve. Igreja, luade-mel e bem-casados à parte, antes do “na saúde e na doença, na pobreza e na riqueza”, muitos são os passos para se chegar ao altar. Entre os que mais requerem tempo, dinheiro e bom gosto, está o vestido da noiva. Ele é, digamos, a festa à parte. São para ele que estão voltados todos os holofotes do grande acontecimento. Para que nada acabe em divórcio, a antes mesmo da cerimônia, as noivas procuram os estilistas meses antes da data marcada. Tecido, acabamento, bordado e detalhes são decididos com bastante antecedência e, não é raro, que muitas mudanças ocorram até o dia do sim.

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ELIANE MATOS

Há anos no mercado da moda, a estilista mineira Eliane Matos afirma que de uns dois anos para cá, percebeu o crescimento da demanda. “A

impressão que tive foi de que os estilistas estavam focados apenas nos convidados, sem valorizar a importância da grande estrela da ocasião, as noivas”, diz.

Por isso, o trabalho de Eliane é fazer com que o vestido seja cuidadosamente fabricado, com designer especial e detalhes únicos, para cada uma delas. A inspiração para conceber os modelos vem da mulher contemporânea, atenta às novidades da moda, mas sem deixar que as peças usadas por ela se tornem descartáveis.

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Para criar suas noivas, Eliane usa pedras e aplicações, que iluminam os bordados, trazendo requinte e sofisticação aos vestidos. Os bordados são todos artesanais, dando vida a peças únicas e personalizadas.


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A D O M

Paraibano de nascimento, desde criança, Ary Rodrigues tem contato com o mundo dos “panos”. Foi vendo sua mãe costurar que ele tomou gosto pelo mundo da moda e, não demorou muito para que ele desse vida ao seu próprio negócio. O talento criativo de Ary se desenvolveu em meio a uma cidade de médio porte, no interior da Paraíba, Campina Grande. Fato esse, que não foi empecilho para o estilista mostrar que sua moda, repleta de glamour e recortes ousados, podia tomar conta do mundo. Recentemente, Ary apresentou sua moda sofisticada para Paris e Lisboa, e foi recebido pela crítica e imprensa estrangeira com grandes elogios. A carreira teve início há dez anos, mas o desafio de fazer noivas começou há oito, quando bateu a vontade de aproveitar mais um nicho da profissão.

ARY RODRIGUES

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“Já tinha feito tudo, até figurino para teatro, mas deu vontade de trabalhar com noivas e fui em frente”, explica Ary. Para dar vida aos esfuziantes vestidos, o estilista trabalha com organzas, gazá de seda, musselina de seda e chiffon, isso quando o resultado final é o de uma peça com a silhueta mais fluida. Já quando o objetivo é um look mais sensual, a escolha é por cetins de ótimos caimentos e toques de seda. Para adornar as peças, são usados cristais e renda francesa. No mais, Ary curte brincar com tecidos, dar-lhes texturas diferenciadas, causando um resultado mais artesanal às noivas sofisticadas, modernas e ao mesmo tempo clássicas, que ele produz.

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Para compor seus modelos, Ary gasta em média 25 dias e diz que até a sua conclusão são feitas pesquisas e há muito bate-papo com a noiva. Muitas delas deixam em suas mãos o direito de fazer o que ele acha mais correto, outras, porém, opinam bastante. Com sutileza, Ary diz que consegue fazer da maneira que acha correto, usando de um profissionalismo ímpar e conseguindo acima de tudo um resultado perfeito, que as deixa encantadas.



A D O M

Mineiro da cidade de Barbacena, Márcio Costa começou sua carreira trabalhando com o pai em um frigorífico, mas foi na mãe costureira que o gosto pela costura se sobressaiu e passou a dominar o seu lado profissional.

“Ajudava meu pai, mas, à noite, juntava os retalhos das costuras da minha mãe e dava vida a colchas de retalhos”, relembra.

MÁRCIO COSTA

Logo em seguida, passou a fazer roupas sob encomenda, principalmente para candidatas de concursos de miss. Já como profissional da área de moda, Márcio mudou-se para a cidade de Maceió, em Alagoas e pouco depois, deu-se início a trajetória do renomado estilista de noivas. São 15 anos, produzindo, em média, dez vestidos por mês, para as principais moças casadoiras da Paraíba, Rio Grande do Norte, Alagoas e Pernambuco.

Fotos: Hugo Rodrigues

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Para conceber suas criações, Márcio diz que a primeira conversa é decisiva. “Em geral elas trazem uma foto de um vestido que foi usado pela mãe em seu casamento ou de algum modelo que viu e gostou. Eu escuto a opinião delas, da mãe e adapto às tendências atuais e ao tipo físico de cada uma. O maior prazer é realizar o sonho delas”, explica.

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Quando o assunto é tecido e forma, Márcio diz que hoje a preferência é por modelos mais secos e ajustados ao corpo. Os tecidos mais usados por ele são a renda chantilly e a Racine, umas das mais chiques, finas e de melhor caimento da alta-costura atualmente. Para dar o toque glamouroso, o uso de cristais e bordados é praticamente indispensável. O trabalho de Márcio envolve desde a conversa inicial com a noiva até o corte, o desenho, a escolha do tecido, o bordado, as provas (são feitas no mínimo três até a data do casamento) e ele vai pessoalmente vesti-las no dia “D”.

Ao longo dos vários anos dedicados a tudo que envolve o dia mais importante da vida de uma mulher, Márcio lembra de um fato inusitado que marcou o início da sua vida profissional “Uma moça de São Paulo viu uma criação minha feita em torçal e miçanga na revista Manequim, de muitos anos atrás, e me mandou uma foto sua junto com as medidas, para que eu confeccionasse o seu vestido de casamento. Eu fiz, mandei para ela e ficou perfeito. Ary Rodrigues www.aryrodrigues.com Eliane Matos Moda Internacional Praça Professor Fleming, 30 – Jaqueira, Recife - PE Fone: (81) 3268.1203 Márcio Costa Rua Professor Julio Ferreira de Melo, 756, apto 602 – Boa Viagem, Recife – PE Fone: (81) 3326.7771


N G I S E D

Brasil de Design mundial Se a contemporaneidade dilui as fronteiras, o design é, por definição, a atividade em que elas se interpenetram, em projetos em que a inventividade se põe a serviço de um cotidiano e de um mundo melhores para todos nós

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Fotos: Divulgação

Nami Wakabayashi, Anel Oi, 2003

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Marcos Roismann, Estojo Faber Castell, 2006

O que se entende por multidisciplinaridade? Digamos que, numa visão bem ampla, seria o fato de unir várias questões e poder transmiti-las em um só contexto. Cada parte tem seu potencial, mas juntas, geram um novo conceito. No caso de uma exposição em Design, compreende-se a possibilidade de cada objeto exibido possuir além da sua função prática, de percorrer também caminhos ora de arte, ora de pesquisa tecnológica, em modos de produção diferenciados que, hoje, vão do artesanal ao industrial em escalas gigantescas. Possibilitando esta percepção de como o Design atravessa o cotidiano das pessoas, o Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM/SP) recebe a exposição “Design brasileiro hoje: fronteiras”, com curadoria de Adélia Borges, jornalista e curadora especializada em design, além de diretora do MAM/SP de 2003 a 2007.

A mostra busca mostrar a relevância global e a multidisciplinaridade inerente ao design produzido atualmente no país por meio de peças utilitárias com as mais diferentes vocações, de móveis a objetos, equipamentos, veículos, acessórios, livros, embalagens, luminárias, vinhetas e apresentações para televisão e cinema, etc. Adélia comprova que o Brasil possui uma posição assegurada no cenário internacional. “O design brasileiro vê a ampliação de suas fronteiras, criando aberturas para a descoberta de olhares diferenciados em todos os cantos do Brasil. A criação nesta área deixa de ser algo restrito às grandes metrópoles ou trazido do exterior”, destaca. A mostra é de projetos do século 21, de maneira a exibir um momento em que o design no Brasil avança como nunca. Internamente, assiste-se à expansão da prática da atividade, que vem se disseminando por praticamente todos os Estados do país. No cenário internacional, há um crescente reconhecimento e inserção do design brasileiro, com mérito em atributos como invenção e criatividade.

“Nesta seleção, a idéia não é fazer um ranking dos melhores, muito menos de traçar um panorama exaustivo de uma produção que é vasta e plural”, palavras da curadora. “O que se busca é mostrar a amplitude e variedade de um campo que vem se desenvolvendo e profissionalizando cada vez mais por todo o país”, completa. Na exposição, ao lado das famosas sandálias Melissa, desenhadas pelos irmãos Campana, figuram as bijuterias de borracha de autoria de Marzio Fiorini. A vassoura Noviça, produzida pela Bettanin e criada por Liane Schames Kreitchmann, se junta à lavadora de roupas desmontável Superpop, de Chelles e Hayashi Design. Frequentemente, profissionais de outros campos de atuação cruzam a fronteira do design: o artista Guto Lacaz emprestou sua inventividade para a Tok Stok na forma do porta-revistas Zig Zag; a identidade visual do Colégio Vera Cruz ficou a cargo de Alexandre Wollner, um dos mestres em elementos de marcas e identidade visual; o arquiteto Isay Weinfeld é representado na mostra pela fruteira de sua criação, entre outros.


N G I S E D

Pernambuco mostra

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Na exposição, Pernambuco aparece com quatro expositores. Lira Arquitetos e Joana Lira trazem o Carnaval do Recife: É um grande trabalho de ilustração, identidade, cenografia e sinalização urbana. O desafio é mostrar a festa mais importante da cidade traduzida em expressão visual. O carnaval foi dividido em oito pólos. Cada um com uma característica visual, vinculada a uma manifestação, como frevo, caboclinhos, maracatu e mangue beat. Partindo da ilustração de Joana Lira, o projeto desenvolve uma linguagem gráfica em que alguns elementos visuais se mantêm (como as máscaras que formam a marca oficial da festa) e outros mudam a cada ano. Em 2008, o tema foi uma homenagem ao artista plástico pernambucano Abelardo da Hora.

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Alexandre Wolner precisa criar a identidade visual do Colégio Vera Cruz, que acabava de estender sua atuação ao nível superior. Para esta evolução, o designer buscou a essência histórica do termo Vera Cruz, desde a Europa Ocidental, o lastro do seu trabalho. O número quatro perpassa todo o projeto. Uma cruz tem quatro pontas, as palavras Vera e Cruz têm quatro letras cada e a escola tem quatro instituições subordinadas a um guarda-chuva. A construção do sinal parte de um quadrado dividido em quatro módulos verticais e horizontais, que por sua vez, podem ser divididos no mesmo sentido sucessivamente, para definir os pontos referenciais da sua construção. Alexandre esclarece que, na linguagem do design, este procedimento é um programa de linguagem do comportamento visual de uma instituição empresarial.

Tipos do Acaso expõe todo o movimento cultural dos anos 90 na região metropolitana do Recife, o Mangue beat. Partindo disso, os designers Solange Coutinho, Miguel Sanches, Márcia Maia, Moema Cruz e Buggy compuseram os 26 ícones mais representativos do movimento, como a antena parabólica fincada na lama, o caranguejo a alfaia e a rabeca. Eles foram trabalhados e transformados em quatro conjuntos de fontes tipográficas digitais, que podem ser livremente instalados em qualquer computador para a produção de objetos artesanais, estampas, anúncios, marcas, placas, sites, filmes, etc. Uma proposta que integra tradição e renovação. O melhor é que disponibiliza a cultura local para os interessados. A exposição “Narrativas em madeira e muro – presença da Xilogravura popular nas obras de Samico e Derlon” apresentou os trabalhos de dois artistas pernambucanos que se inspiram na Xilografia popular: o consagrado gravador Gilvan Samico e o jovem grafiteiro Derlon. O Cartaz da mostra da ZoluDesign evidencia a contraposição entro o tradicional/erudito e o contemporâneo/pop. No verso, há a possibilidade de picotar o papel e transformá-lo em um jogo educativo, utilizado pelos educadores do museu e pelos professores.



N G I S E D

Moda Antônio Bernardo está com o seu Anel Puzzle Mix e Colar e brinco satélite. No primeiro, partes simétricas se encaixam, duas a duas. A última peça a ser colocada trava o anel. A combinação de ouro branco, amarelo, rosa 18 quilates torna ainda mais evidentes as peças desse quebra-cabeça tridimensional.

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O colar e o brinco Satélite dispensam qualquer tipo de cravação (técnica de prender pedra em metal, tradicionalmente usadas em joalheria) através de um original sistema de encadeamento de módulos de ouro. As pedras — aqui, quartzo incolor — ficam soltas dentro deles, o que resulta numa jóia com movimento e leveza.

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Os irmãos Fernando e Humberto Campana expõem a Melissa Campana. A produção, em plástico reciclado injetado, é em altas séries. O gesto manual permanece no projeto da linha de sandálias que Fernando e Humberto Campana produziram para a Melissa. São três coleções, em várias cores, tipos de plástico (inclusive, em texturas diferentes) e tipos de produtos (sapatilha, salto alto, tênis, bolsa, etc.) Detalhe: as sapatilhas são os produtos mais baratos com a assinatura dos Campana e, rapidamente, se difundiram mundo afora. Levar peças com características manuais para as pessoas é uma característica marcante destes irmãos.

O conceito que guia o trabalho de Mana Bernardes começa pela escolha dos materiais. Bolas de gude, rede de embalar limão, palitos de madeira, corda de polietileno, PET e grampos são descolados do seu local original, ou resgatados do lixo, para compor delicados e inventivos brincos, colares e anéis dos Adornos Corporais. O desfecho fica com a usuária, que pode aumentar ou diminuir a peça, fazendo um novo formato para o corpo.


A Superpop é a única lavadora vendida para ser montada em casa. O formato, da Chelles e Hayashi Design, é uma grande vantagem na hora da estocagem e economiza 40% na logística do produto. O projeto também eliminou partes desnecessárias, o que permite, por exemplo, lavar certa quantidade de roupas com pouquíssima água. Trata-se de um produto semi-automático (tanquinho), destinado ao público de baixa renda, sem perda de qualidade do serviço.

Sustentabilidade

A NóDesign destaca que pequenas alterações funcionais podem fazer uma grande diferença no uso de alguns objetos. Para facilitar a vida de pessoas de acordo com a forma em que secam suas roupas, surge o cabide Quará, que leva a roupa do varal direto para o roupeiro, além de evitar o amontoado nos varais. Já o Zig-Zag facilita na hora de guardar roupas de golas estreitas ou abotoadas.

Cascas de coco, arroz, babaçu, mamona e dendê que anteriormente seriam descartados transformam em placas de pastilhas, prensadas e aglomeradas. A proposta de aproveitar matérias-primas naturais para produção de outros produtos é fruto de um trabalho pioneiro de Eduardo Queiroz em Alagoas. Em várias aplicações, superfícies de móveis e revestimentos de paredes, os seus Pastilhados de Cascas podem substituir a madeira.

Soluções da indústria

O lema da Mídia Ecoduca é: “Baixo impacto social e alto impacto sensorial”. Fred Gelli aproveitou as folhas secas caídas nas ruas para desenvolver uma nova mídia. As folhas recebem inscrições por corte a laser, sem uso de tintas e sem danos ao ambiente. Após o uso, devem ser simplesmente devolvidas à natureza. O projeto estreou no convite para o Workshop “Designing Naturally”, realizado por Gelli no 55º festival de Publicidade de Cannes, França, e pretende empregar o design como ferramenta para ajudar as pessoas a repensarem sua relação com o planeta.


N G I S E D

A intensidade e os efeitos da luz na Linha Bossa de luminárias são alterados com o movimento de colocar o refletor para cima ou para baixo, permitindo mudar a luz de direta para indireta, e vice-versa. A movimentação é feita sem uso de pêndulo, pois o anteparo exerce a função de contrapeso, o que garante a limpidez do projeto. É feito em alumínio repuxado com acabamento em branco texturizado, preto texturizado e titânio. Usa lâmpada incadescente ou halógena. A linha de Fernando Prado já foi premiada nacional e internacionalmente, entre eles o 4th Gold Award, em Hannover.

O processo natural de produção de Ladrilhos Hidráulicos ganha um aperfeiçoamento técnico com este trabalho, que altera os mecanismos de cura, a massa e o tratamento da superfície, visando aumentar a dureza e diminuir a absorção do material. Uma inovação é a paleta de cores cítricas e muitos desenhos. As infinitas possibilidades tornam o produto de João Grillo, talvez, um dos mais inovadores no processo de customização em série, tão em voga nos dias de hoje.

Decoração

Revista SIM!® - Edição 63

É por meio destas múltiplas possibilidades que o design vem saindo das pranchetas especializadas para as prateleiras de lojas de todos os tipos e segmentos, provando que o design brasileiro alia praticidade, beleza e inovação ao cotidiano, como define Adélia Borges.

Exposição “Design brasileiro hoje: fronteiras” Curadoria: Adélia Borges Museu de Arte Moderna – MAM/SP Visitação: até 28 de junho de 2009 (11) 5085-1300 www.mam.org.br

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A T S

Divulgação

E

N

T

R

E

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I

RITA TRISTÃO

Revista SIM!® - Edição 63

Depois de 14 anos à frente da Casa Cor ES, Rita Tristão assume, também, a organização da Mostra no Estado de Pernambuco.

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Minha visão de Pernambuco no quesito decoração ainda é muito pré-matura. Andei pesquisando essa área e vi produções maravilhosas. Recife tem escolas grandiosas na arquitetura e decoração.

Qual a história de Rita Tristão na arquitetura e na Casa Cor? Bom, sou arquiteta, nasci em Vitória/ ES. Eu estou no mercado de arquitetura há mais de 20 anos. Dessa minha carreira, 10 anos foram de atuações no Rio de Janeiro/RJ, então, muito do meu trabalho foi feito na capital carioca e, à frente do projeto Casa Cor no Espírito Santo, estou há 14. Acho maravilhoso e acredito na proposta do projeto. Como surgiu a proposta de assumir, também, a casa cor PE? Eu faço parte da Casa Cor e a Casa Cor é uma grande família. Com a saída da Mônica Ayub, me chamaram pra conversar e, pelo meu know-how e meu trabalho realizado no Espírito Santo, onde o projeto vem crescendo bastante, fizeram o convite. Aceitei o desafio, estou bastante entusiasmada. Qual a sua análise do mercado de Decoração na região? Minha visão de Pernambuco no quesito decoração ainda é muito pré-matura. Andei pesquisando essa área e vi produções maravilhosas. Recife tem escolas grandiosas na arquitetura e decoração. Nesta questão, ainda não fiz um comparativo com Vitória, que é minha referência. Pelo que já estudei, tenho certeza que será um evento muito bonito. Mas, acima de tudo, acho Recife muito parecido com Vitória na forma em que as pessoas se relacionam, acho interessante... como lidam com o trabalho, com praia, com a vida... gosto muito do Recife.

Como será a administração do evento pernambucano paralela à organização da Casa Cor ES? Minha maior força será aplicada à organização da Casa Cor PE. Como a minha equipe de Vitória/ES está comigo há muito tempo, já temos a metodologia e já sabemos como proceder. Assim, o caminho para o resultado final fica mais tranquilo. Para o Recife, vou estar sempre na cidade pra acompanhar o processo de planejamento até o período de realização da mostra. A Casa Cor PE sob sua organização vai trazer alguma novidade? Nós ainda não definimos todos os pontos. O que posso adiantar é que o tema central do evento será “Sustentabilidade”. Teremos duas homenagens: uma é a Burle Marx, com matéria para o livro oficial da Casa Cor e, talvez, um espaço institucional. Outra homenagem, e mais local, é a Janete Costa, cujo filho, Mário Santos, terá um ambiente destinado a ela. Estamos tentando fechar o espaço físico. Vimos alguns lugares, mas nada está certo. Qual a sua expectativa para a Casa Cor PE? Eu tenho certeza que o resultado será brilhante. O presidente geral da família Casa Cor estará na abertura do evento. Toda a organização de SP está comigo nesse desafio. Estou acreditando muito. Adorei a receptividade das pessoas, do Recife. Será entrega e empenho totais para o sucesso da Casa.


S N I D R

Verticalizando o verde

J

A

O paisagismo, como fonte de amenizar o peso do ambientes, se adapta à realidade das grandes cidades e reaparece em telas decorativas

Você já pensou em ter um jardim em casa, apartamento, clínica ou escritório e simplesmente não encontrou espaço apropriado?

Fotos: Felipe Mendonça

A solução está nos jardins e painéis verticais. Os quadros vivos e muros ecológicos são a última novidade para quem tem o sonho de ter um jardim e ainda não o possui por falta deste espaço.

Marcelo Kozmhinsky

Já que as antigas residências com quintais, pomares e jardins colossais foram e ainda estão sendo substituídas por condomínios residenciais, a novidade está tomando conta das cidades, onde há verticalização das construções, cujo espaço verde nas áreas comuns é reduzido e jardineiras e varandas são limitadas.

marckoz@hotmail.com

Além de apartamentos, essa modalidade de paisagismo tem sido a grande saída para as fábricas, clínicas, escritórios, etc., que estavam em busca de resgatar aquele ar bucólico da vida campestre e integrá-lo aos seus espaços de convivência nos grandes centros comerciais.

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O desejo de transformar os ambientes em áreas aconchegantes favorece o contato com a natureza, dá vida à decoração, valoriza e humaniza o ambiente e traz o verde para a área de convívio familiar, social e de trabalho.

Existem muitas possibilidades e técnicas para se ter um painel verde. Os paisagistas são as pessoas que podem orientar a melhor forma e modelo de escolher um jardim vertical e adequá-lo ao seu ambiente. A implantação é simples, assim como a manutenção. Os cuidados serão com as regas e a adubação. Para a área externa, recomendamos atenção aos fatores que limitam muitas espécies a serem utilizadas, como a quantidade de luz solar e os ventos que incidem sobre o local escolhido. Muitas plantas causam efeitos visuais distintos nesses muros, às vezes, dão a impressão de uma colcha de retalhos magnificamente ornamentada. Se for para a área interna, como salas, varandas e hall, os mesmos fatores determinarão o paisagismo a ser utilizado, sendo acrescida a preocupação com o ar condicionado, que não é apreciado pela maioria das plantas. Ainda para o interior, recomendamos vegetação de sombra e de meia sombra, tais como samambaias e avencas, que andavam esquecidas pelos paisagistas e estão na moda novamente. O painel com fibra-de-côco é outra ótima opção, e pode ser usado às placas de madeira de demolição. Outras sugestões: chifre-de-veado, bromélias, columeias, orquídeas, peperômias e planta-batom.

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A P C

A

Madeira boa

Eudes Santana

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A preocupação com o meio ambiente e com todos os conceitos que envolvem a sustentabilidade devem fazer parte de um projeto arquitetônico. Muitas obras poderiam ser mais baratas e funcionais se a cultura e o material locais fossem utilizados no projeto, por exemplo.

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A P A C

Hugo Rodrigues

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Nos últimos tempos, fala-se exaustivamente da importância da produção sustentável. Para resumir, entende-se que este tipo de projeto é baseado no uso dos recursos disponíveis na natureza para atender às necessidades de sobrevivência do homem e que, ao mesmo tempo, preserve o planeta para gerações futuras com atitudes sustentadas por um tripé: soluções ecologicamente corretas, socialmente justas e economicamente viáveis. Uma parcela de arquitetos e engenheiros ao redor do planeta levanta esta bandeira verde. Preocupados com os impactos que as obras acarretam ao meio ambiente, estes profissionais propõem uma reformulação nos padrões construtivos atuais. No entanto, aqui no Brasil, segundo Pery Bennett, arquiteto e coordenador do curso de arquitetura

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da Ulbra, o quesito sustentabilidade ainda é tratado de maneira discreta em todos os tipos de projetos. “Essa preocupação já existe, mas é incipiente. Para isso, há vários motivos. Dentre os principais, podemos apontar a falta de conhecimento por parte dos profissionais e da própria sociedade, que não cobra deles um projeto mais inteligente, por desconhecer os benefícios que pode ter com uma edificação sustentável”, relata o arquiteto. “Ainda contamos, também, com o custo elevado de determinados materiais e técnicas construtivas, a falta de uma gama maior de fornecedores de produtos de viés sustentável”, justifica. Um produto que é base de muitas produções sustentáveis é a madeira. O material pode passar por um processo

legal, ou não, para chegar à obra. O conceito “madeira ecológica” consiste no desenvolvimento de produtos que tenham, como matéria prima essencial, a madeira originária de projetos de reflorestamento e manejo florestal, reduzindo o desmatamento e a pressão pela retirada de madeiras nobres nativas de nossas matas. “Na questão ‘tempo’, fazendo um comparativo entre os tipos de madeira, uma árvore do tipo nativa, como a maçaranduba, que cresce de uma plantação involuntária, dura de 400 a 800 anos para ficar disponível para corte, o que se torna inviável para ser manejada, já que o capital não retornaria. No caso do Eucalipto, quando manejado, fica apto ao corte entre 10 e 20 anos”, explica Olinto Vitor, distribuidor de madeira de reflorestamento.



A P A C

O restaurante Papa-capim Boa Viagem é um exemplo do uso de madeira de reflorestamento. Humberto Zirpoli, arquiteto responsável pelo projeto do restaurante, destaca que o resultado mostra explicitamente o forte engajamento da construção com a questão sustentável.

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Eudes Santana

“Foi uma grande parceria com a madeira reflorestada. Se o restaurante for observado por partes, a madeira está presente fortemente. Os detalhes do corrimão, a aplicação dele na escada, que também merece um destaque já que é uma montagem bem aplicada, bem planejada”, reforça Humberto.

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Eudes Santana

A sustentabilidade é muito perceptível após a conclusão da obra. O visual deixa claro, apesar da alta tecnologia aplicada. O custo de operação é menor quando os itens de perfil sustentável aplicados são maiores. A começar pelo visual externo, uma das metas do projeto era desenvolver uma estrutura que já tivesse identificação com a região, com sombra e que aproveitasse a ventilação natural, o que gerou uma economia em relação às áreas e aos equipamentos de ar condicionado. O arquiteto destaca que o lugar ratifica a importância da incorporação de espécies alternativas ao processo de escolha e especificação da madeira empregada nas atividades da arquitetura.

O restaurante está localizado no Bairro de Boa Viagem, Zona Sul do Recife. Delimitando todo o lugar, a madeira de reflorestamento foi tratada para atender todos os espaços. Está nas colunas e vigas, para a composição dos salões, nos caibros, na escada, assoalho, portas, janelas, pérgolas, forro do telhado, além de toda a formação de mesas e nos detalhes das colunas, para um efeito decorativo. O interno e externo são arrematados com plantas verdes naturais para completar o ar de natureza. A iluminação revela um visual noturno maravilhoso.


A C

A

P

Fotos: Hugo Rodrigues

“Tudo é fruto do respeito ao ecossistema. O que se busca é estimular a essência da responsabilidade ambiental. Assim, o trabalho influencia na redução do ritmo das agressões ao meio ambiente”, finaliza Olinto.

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Olinto completa que esse processo é a solução do mundo. Está há pouco tempo no Brasil e favorece a diminuição do desmatamento de madeiras nativas, que desestabilizam a emissão de carbonos. “Em Pernambuco, ainda falta a maturidade para perceber que o manejo florestal é positivo, inclusive, financeiramente. Na Zona da Mata do Estado, há muitas plantações de cana-de-açúcar e que rende metade do lucro do eucalipto por hectar/ano, considerando gastos desde adubo ao preço de venda com o consumidor final. E é 100% ecologia”, alerta Olinto.

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A minimização de impactos ao meio ambiente dá-se durante a construção, por exemplo, através do uso de materiais de baixa emissão de carbono durante a sua fabricação (tijolos e telhas cerâmicas, janelas de ferro ou madeira, etc.), utilização de materiais regionais e mão-de-obra local. Esses dois últimos fatores também contribuem para reduzir a emissão de carbono, pois reduz o uso de transporte rodoviário.


Como a madeira de manejo florestal cresce rápido, fica muito propícia a ataque de inseto. Por isso, é tratada em usina para ser imunizada. Essa tecnologia não vai até o cerne (centro do tronco), pois é tão rígido que não absorve o tratamento. Todo este processo é para aumentar a durabilidade da peça. Outra saída para potencializar a utilização da madeira é o que se conhece de mais moderno na “grande arquitetura”. A Madeira Laminada Cortada (MLC) é o resultado de um processo tecnológico industrial, onde blocos são formados com a colagem de várias laminas da madeira. “Coisas fantásticas podem ser feitas com MLC. Desde pequena decoração até grandes peças arquitetônicas, como colunas. A maior vantagem é que

abrevia ainda mais o uso da madeira. Com esse tratamento, que pouca gente tem, a madeira pode ser cortada ainda mais rápido, em seis anos”, destaca Olinto Victor. Serviço Humberto Zírpoli Arquitetura Av. Conselheiro Aguiar, 1472, sala 108, Boa Viagem, Recife. (81) 3465.9040 Olinto - Madeira Ecológica Av. Conselheiro Aguiar, 226, Pina, Recife. (81) 3075.3000 / 9714.6970 Papa Capim - Boa Viagem Rua Jack Ayres, 288, Boa Viagem, Recife (81) 3326.6150 Coordenação do curso de Arquitetura da Ulbra Arquiteto Pery Bennett (51) 3477.9113


artigo

Desenvolvimento sustentável exige obras duráveis Renato Giusti

O presidente Washington Luís,

ção de Crescimento (PAC), que pre-

O presidente Luiz Inácio Lula da Sil-

na década de 1920, já vislum-

vê uma soma de R$ 58,3 bilhões

va, que há pouco tempo comparou

brava uma integração nacional ao

para rodovias, ferrovias, portos,

o momento vivido pelo País com os

afirmar que “governar é construir

aeroportos e hidrovias, entre 2007 e

anos dourados de JK, já não aposta

estradas”. Na época, previa-se um

2010. Deste total, R$ 33,4 bilhões

na blindagem da economia brasilei-

grande potencial de crescimento em

deverão ser aplicados na malha ro-

ra, mas também não espera que o

infra-estrutura logística e a direção

doviária, em construção, adequação,

Brasil sofra fortes conseqüências,

a ser seguida por outros presiden-

duplicação e recuperação de 45 mil

tes. Tempos depois, nos anos 50,

como no passado.

quilômetros de estradas.

Juscelino Kubitschek, considerado um dos mais bem-sucedidos governantes do Brasil, voltou a usar a emblemática frase de Washington Luís, referindo-se ao surgimento da indústria automotiva e ao crescimento do País, que marcaram os “anos dourados” da era JK. Passado mais de meio século, o Brasil ainda busca solucionar velhos problemas de infra-estrutura, principalmente no que se refere à logística. Maior prova disso são os investimentos anunciados pelo Governo

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Federal para o Programa de Acelera-

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Mais uma vez, no entanto, podemos assistir a mudanças.

Permanece o otimismo, mas com cautela. O fato é que desde Washington Luís

A crise econômica deflagrada nos Estados Unidos alastra-se a cada dia, e o Brasil, que vem atravessando um período de crescimento e estabilidade bastante significativo, não deve ficar imune aos efeitos que já atingem, inclusive, grandes potências mundiais.

Só não se sabe em que grau e quando.

até Lula, o déficit na infra-estrutura do País persiste. Dados do Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes (DNIT), por exemplo, apontam que dos cerca de 1,7 milhão quilômetros de rodovias nacionais, apenas 170 mil quilômetros estão pavimentadas. Isto numa nação que tem nas rodovias um dos principais meios de escoamento da produção nacional. Outro fato que


salta aos olhos é o péssimo esta-

índice mundial, que está entre 25%

construção é a duplicação da BR-

do de conservação da maioria das

e 30%.

101 Nordeste, maior rodovia nacio-

estradas, à exceção das rodovias pedagiadas.

nal em extensão do País, que liga o No passado, com a tecnologia disponível na época, homens de visão

Rio Grande do Norte ao Rio Grande do Sul. Serão 398 quilômetros de

Se existe tanto por fazer, vontade

pavimentaram estradas importantes

política e recursos, a pergunta que

em concreto e suas boas condições

se faz é: por que não planejar e exe-

de tráfego perduram até hoje, como

cutar obras para durar 20 anos ou

a rodovia Caminho do Mar, datada

mais, sem precisar de novos investi-

de 1923, que foi estratégica para o

mentos em manutenção?

transporte de mercadorias entre São

Exemplos bem-sucedidos não fal-

Paulo e o Porto de Santos, a rodovia

tam, aqui e no Exterior, e a en-

Estamos falando em pavimento em

Itaipava/Teresópolis, de 1928, na

genharia brasileira tem expertise

concreto que, ao contrário dos pro-

região serrana do Rio de Janeiro,

suficiente para executar projetos

blemas comumente encontrados nas

e outras como a via Anhanguera e

dos mais sofisticados e duráveis

estradas com tráfego intenso, pe-

a via Dutra. Atualmente, um dos

sado e canalizado, tem alto grau de

símbolos máximos da engenharia

do mundo. Precisamos encarar a

resistência, não sofre deformação,

brasileira, a rodovia dos Imigrantes

como trilhas de roda e buracos. No

(SP), com sua primeira pista conclu-

Brasil, somente cerca de 4 mil qui-

ída em 1970 e a segunda em 2002,

lômetros de estradas foram constru-

tem o trecho de serra pavimentado

ídos com a tecnologia do cimento,

em concreto que até hoje não sofreu

ria continuará na pauta das pendên-

o que equivale a aproximadamente

manutenções corretivas.

cias nacionais, figurando como um

entre os estados de Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte.

questão de uma vez por todas, independentemente das dificuldades do momento – que sempre existirão –, caso contrário a infra-estrutura viá-

dos entraves ao desenvolvimento

2,5% das rodovias pavimentadas. Muito pouco, se comparado com o

pavimento de concreto, no trecho

A mais recente grande obra em

sustentável do País.

Renato Giusti é engenheiro e presidente da Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP)


A base dos nossos edifícios

CONSTRUÇÃO

As construções são elementos que se depreciam. O cuidado é necessário porque envolve vidas. Cada material colocado é um dia de história que é somado ao conjunto da edificação.

Em 27 de novembro de 2007, entrava em vigor a Lei Ordinária 13.340, que regulamenta a obrigatoriedade na questão de vistorias em edifícios residenciais e comerciais no Estado de Pernambuco.

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Segundo o deputado Augusto Coutinho, autor do projeto de lei, era necessário o estabelecimento de regras básicas para a realização de serviços de vistorias periciais nos projetos arquitetônicos e, consequentemente, executar ações de manutenção na prevenção e correção de problemas. “Não importa se a obra é pública ou privada, a lei deve ser seguida para o bem de todos. Esse alerta é importante porque é uma questão a menos para se preocupar”, justifica o deputado.

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Ilustração: Henrique Pereira

A lei também destaca a participação de proprietários e usuários dos espaços. “Eles têm direito de verificar as condições do lugar, principalmente, no estado de conservação de sua estrutura, além de detalhes, como instalações de água e esgoto, componentes de fachadas do prédio. É direito do morador, ainda, solicitar uma vistoria técnica para comprovar a solidez e segurança de forma pericial”, completa o Augusto Coutinho. De maneira criteriosa, essa vistoria dará ênfase a itens como fundações, pilares, lajes, instalações elétricas e hidráulicas, sistemas de combate a incêndio, elevadores, escadas, geradores, climatizadores. Tudo observando a segurança e funcionalidade. Uma questão relevante é que as vistorias técnicas só podem ser executadas por pessoas (físicas ou jurídicas) devida-

mente registradas no Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia de Pernambuco (Crea-PE), com base na Associação Brasileira das Normas Técnicas (ABNT). O presidente do Crea-Pe, José Mário de Araújo Cavalcanti, destaca que deve existir muita responsabilidade na execução destes trabalhos, e ser registrado no CREA dá uma segurança aos usuários de que o profissional está acobertado pelo órgão que rege a classe. “Nossa avaliação define quem está apto e conhece os procedimentos necessários para efetuar esta ação, como conhecer os prazos para vistorias, que são de cinco anos para edificações residências com até 20 anos de construção e três anos para as que têm mais de 20 anos e para edificações públicas e comerciais”, orienta José Mário. Márcio Barbosa de Aguiar, da Jatobeton Engenharia, empresa especializada na área de recuperação e reforços de estruturas em concreto, destaca que é importante conhecer bem os procedi-

mentos a serem tomados, tanto de mecanismos práticos de reparos quanto à questões oficiais exigidas pela lei. “Nós sabemos que um laudo pericial das condições do edifício deve ser enviado ao CREA, para registro, por exemplo”. O CREA também envia uma cópia do documento ao órgão da prefeitura que regula as construções, pois ele é quem fiscaliza e aplica possíveis penalidades. Márcio Aguiar destaca a maior incidência de patologias em edifícios. “Dentre os problemas estruturais enfrentados por nossa equipe técnica, os mais recorrentes são os danos provocados pela ação agressiva do meio ambiente, por incêndio, falhas executivas, solucionados com o aumento da capacidade de carga de estruturas através de reforço, contenção de encostas, concretagens especiais, aplicação de concreto projetado, concreto fluído, concretos poliméricos, concreto submerso, microconcreto, concreto de grouting, tratamento de concreto aparente, aplicação de revestimentos protetores e refratários, impermeabilizações, reforço de fundações, entre outros” exemplifica.


CONSTRUÇÃO

Ponte Duarte Coelho São 120m de comprimento por 25 m de largura. Uma das principais pontes do Recife e extremamente relevante para o sistema viário da cidade. A Ponte Duarte Coelho estava passando por um processo de deterioração. Armando Carneiro, engenheiro civil da EMLURB, juntamente com a Jatobeton, trabalham diretamente desde outubro na recuperação desta ponte que tem 60 anos de construída.

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Na primeira análise técnica, foram observadas três grandes patologias na construção: 1. Destacamento do Concreto: É o problema mais geral do projeto. Acontece quando o ferro começa a oxidar e, consequentemente, resulta em um aumento do ferro da armadura da ponte. Como o concreto não é flexível, sofre fissuras. A partir daí, o tempo só agrava a situação. Com a exposição dessas armaduras, há facilidade para a penetração dos agentes agressivos. O aço corrói e reduz consideravelmente a resistência da estrutura.

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“Para a prefeitura, foi um caso pensado com muita delicadeza. Realmente, o caso era grave. Todos os anos, a ponte é o centro do bloco carnavalesco Galo da madrugada e, nessas condições, talvez não fosse possível habilitá-la no período de folia. Além disso, pela ponte, passam 100 linhas de ônibus diariamente”, destaca Armando. 2. Pouco cobrimento da armadura: É o espaço entre a armadura e a forma de aço. O ideal seria de 1,5 cm. Foi observado um erro no processo executivo e estava com 5 mm, o que facilita a ação dos agentes agressivos, no caso, os cloretos (sais de maneira geral). 3. Aparelhos de apoio (pontos agravados): Esses elementos são os responsáveis pela movimentação sobre a ponte, ou seja, o projeto não é uma estrutura rígida. Os aparelhos ficam entre os blocos de fundação e os pontos de apoio das vigas principais e formam o conjunto que dá a flexibilidade da ponte.

Armando Carneiro analisa uma falha de projeto em relação a essa terceira patologia. “A parte de baixo da construção está dentro da margem de oscilação do nível da água, ou seja, quando a água sobe, molha os rodilhos de aço. Já há muita oxidação na área e o aparelho de apoio perdeu sua função”, completa. Para a recuperação, foram previstas as seguintes metodologias: o primeiro passo foi o apicuamento (remoção da camada externa do concreto) das superfícies de concreto das lajes, vigas e transversivas. Em seguida, o concreto passa por um corte, pois, ao apicuar, as barras ficam descobertas para a avaliação do percentual de perda do aço e receberem o tratamento adequado (as barras com perda de mais de 10% de aço, devido ao óxido, são recompostas pois perderam resistência). Depois dessa etapa, faz-se furos no concreto para preenchimento dos espaços e recomposição das armaduras, a limpeza das estruturas para aplicar o inibidor químico de corrosão.


“O último passo grande antes do acabamento é a aplicação de concreto nas superfícies das vigas, lajes e transversivas, deixando o material com FCK (resistência do concreto) de 35 Mpa (Unidade de resistência), espessura de 4 cm e adição de 10% de microssílica por metacaulim”, resume Armando Carneiro.

O acabamento nas áreas projetadas é o procedimento seguinte. O processo é finalizado com o reforço da estrutura com groute; injeção sob pressão com microcimento em trincas e vazios; trocas dos materiais de apoio de macacos hidráulicos para recuperar as vigas das áreas dos rodilhos de aço.

O custo foi orçado em R$ 5.397.000 e tinha previsão para encerrar em junho, mas, devido a condições adversas no decorrer do projeto, teve o prazo prorrogado.


CONSTRUÇÃO

Edifício residencial Outro projeto que passa por recuperação é um edifico residencial no Bairro de Boa Viagem, Zona Sul do Recife, onde houve reação Álcali-Agregado (RAA), que, no concreto, conduz a estrutura a um quadro patológico identificado por expansões indesejáveis, perda de resistência e alteração das propriedades mecânicas. “A RAA pode ser resumida como um tipo de degradação que afeta o concreto através de um fenômeno de dilatação, causada pela reação química que se processa entre os agregados reativos da mistura do concreto e os álcalis de Sódio (Na) e de Potássio(K), existentes no cimento Portland, e cuja intensidade depende dos produtos formados pela reação”, define Márcio Aguiar.

Para a recuperação da obra, O engenheiros adotaram o processo de: 1. Mapeamento das trincas para instalação de purgadores para monolitização da peça; 2. Monolitização do bloco através da injeção de mcrocimento nas trincas e fissuras existentes, com o auxílio de compressor de ar e bomba pneumática de injeção; 3. Escarificação das faces do bloco, com o objetivo de retirar toda superfície de baixa resistência, e aumentar a aderência entre o concreto original e o de reforço; 4. Furação, ancoragem e montagem da armadura de reforço (de acordo com projeto de reforço estrutural); 5. Execução das formas de madeira; 6. Concretagem da peça estrutural, com as especificações do concreto fornecidas no projeto de reforço estrutural; 7. Aplicação de impermeabilizante semi-flexível no bloco de coroamento reforçado.

Armando Carneiro relembra que é importante um revisão periódica de qualquer tipo de edificação e compara os projetos arquitetônicos com o corpo humano. “Se sentir um problema, mesmo que pequeno, deve-se tratar logo. Quando o problema é de grandes proporções, a recuperação é mais dolorosa, mais longa e muito mais cara. Da mesma forma é a engenharia civil”, ratifica. Em maio, Maurício Pina, Engenheiro civil e 1º vice-presidente do Crea/PE, vai ministrar um curso relacionado ao tema. Segundo o engenheiro, há sempre a necessidade de atualização de informações sobre o assunto. “Novidades aparecem constantemente, tanto de tecnologia quanto de metodologia, e os envolvidos nesse trabalho precisam, no mínimo, saber que existem possibilidades diferentes da que utilizam”, analisa Maurício Pina.

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Serviço: Jatobeton Engenharia Ltda Recuperação e Reforço de Estruturas e Construção Civil Rua Visconde de Uruguai, 546, Madalena - Recife/PE Fone (Fax): (81) 3445-0500

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artigo

Panorama da Edificação sob a Ótica da Patologia Antonio Carmona Filho

A Patologia das Construções é uma ciência relativamente nova, que estuda os diversos problemas a que as construções estão sujeitas, sejam eles decorrentes de falhas de projeto, execução, mau uso ou o envelhecimento natural das edificações.

Tem-se realizado várias iniciativas no sentido de conhecer melhor os problemas de envelhecimento e deterioração com pesquisas importantes na Europa, América do Norte. Na América Latina um grande esforço ter sido feito pelas redes Durar e Rehabilitar.

O tema, apesar de parecer estranho, tem uma importância transcendental, pois os conhecimentos mais profundos desta ciência nos dão condições de ter uma visão ampla do processo edilício sob a ótica da segurança e durabilidade.

No Brasil existem muitos fatores que provocam a degradação das edificações, relacionados com aspectos ambientais, principalmente por ser um país tropical com temperaturas e umidades médias altas desencadeando fortes processos corrosivos que podem reduzir sensivelmente a segurança e durabilidade. Junto aos 8.000 km de costa o problema é agravado, pois a nevoa apresenta grande quantidade de sais agressivos que se depositam sobre a superfície das estruturas.

O conhecimento do comportamento patológico sob o aspecto de degradação e de previsão da vida útil permite incorporar no processo de construção o conceito de manutenção realizado corretamente, aumentando dessa forma o tempo de utilização da mesma em boas condições de segurança e desempenho.

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Os problemas Patológicos na Construção não atingem só o Brasil, América do Sul ou América Latina, representam também um investimento importante nos países desenvolvidos nas últimas décadas. Trata-se de manter o patrimônio construído. As últimas estatísticas demonstram que nos EUA mais de 1/3 do investimento na construção civil é destinado a obras de recuperação.

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Além disso, temos grandes pólos de desenvolvimento industrial, localizados nas principais cidades ou áreas especificas como, por exemplo: São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Espírito Santo, Paraná, Santa Catarina, Mato Grosso, Bahia etc. Todas essas indústrias geram ações corrosivas que diminuem de forma brutal a segurança e a durabilidade, tanto no seu entorno como nos ambientes internos de produção, com vários níveis de agressividade, tanto ao concreto como a todo tipo de materiais metálicos, que compõem as estruturas.

Outra questão é com relação ao cuidado com a qualidade de nossas construções que em muitos casos deixa muito a desejar. Um exemplo é a elevada quantidade de acidentes relacionados com estruturas leves, principalmente em postos de serviço, nos quais as estruturas são executadas sem o mínimo cuidado técnico, sem projeto e montadas por empresas desqualificadas. O mercado mundial de reparo e proteção de estruturas vem crescendo e com isso os custos econômicos e sociais da deterioração estão cada vez mais presentes nas economias dos países em desenvolvimento, sendo os custos econômicos diretos estimados entre 1,25% a 3,5% do Produto Nacional Bruto dos países desenvolvidos ou em desenvolvimento. Os custos sociais e os custos econômicos indiretos são mais complexos, às vezes impossíveis de serem contabilizados com precisão e em alguns casos irressarcíveis. Um exemplo de custos indiretos ou perdas econômicas para a população ocorreu por ocasião da ruptura de cabos em uma viga protendida da Ponte dos Remédios, em São Paulo. A marginal Tietê, no sentido Centro - Vila dos Re-


médios, ficou interditada por mais de uma semana. Na semana de interdição registrou-se um congestionamento de 159 km na cidade e 52 km nas rodovias. A marginal Tietê foi parcialmente liberada durante os serviços de recuperação da Ponte, que ficou interditada para os serviços por quase meio ano. Embora a deterioração seja em geral um processo lento, a ruína de estruturas tem ocorrido, por negligencia ou desconhecimento da gravidade do problema por parte dos proprietários. Do ponto de vista técnico, vários estudos têm sido desenvolvidos para explicar, diagnosticar e remediar a fenomenologia, que dentre as manifestações patológicas das estruturas em concreto armado no mundo, apresenta-se com uma incidência entre 14% e 58%. A corrosão de armadura tem sido uma das principais patologias, responsável pela redução da vida útil das estruturas de concreto armado. Seus mecanismos e causas já foram compreendidos. Varias soluções já estão disponíveis e a cada dia novos produtos surgem no mercado e outros tantos estão em estudo, seja para a prevenção ou para terapia.

O concreto seja armado ou protentido apresenta-se amplamente viável do ponto de vista técnico: pela facilidade de adaptação a qualquer tipo de forma e a facilidade de execução, permitindo total liberdade à concepção arquitetônica, estrutural e de método construtivo, liberdade essa que nenhum outro mater ial propicia. Muitos argumentos estão válidos quando se fala que o concreto armado é o sistema estrutural mais viável para construção, exceto quando se fala em manutenção e conservação praticamente nulas. Prova de que isso não é verdadeiro: diariamente encontram-se estruturas de concreto armado com menos de dez anos com corrosão de armaduras, e elevados custos de manutenção. O correto seria afirmar que o concreto poderá apresentar manutenção e conservação praticamente nulas, desde que o concreto seja de elevado desempenho e a estrutura tenha sido bem executada.

Esses aditivos já são fornecidos formulados por empresas fabricantes de produtos químicos, mas apesar dos sucessos obtidos em casos reais e de várias pesquisas o seu uso no mercado nacional tem sido insignificante, devido a uma visão pouco ampla, sem considerar a análise de custo de ciclo de vida. O mesmo acontece com a utilização de outros métodos, como por exemplo a proteção catódica. Outro fato que ocorre frequentemente no Brasil é a baixa durabilidade de soluções de reparo e proteção, fruto de uma abordagem inadequada, sem um estudo completo do caso antes de se partir para a execução. O mercado e da engenharia e o público em geral devem entender que qualquer trabalho de recuperação realizado sem a orientação de uma empresa ou profissional especializados será um jogo de tentativa e erro, com grandes probabilidades de insucesso e gastos desnecessários.

Para construções de concreto armado em áreas agressivas existe a opção de empregar inibidores de corrosão, sejam de base mineral, orgânicos ou mistos.

Antonio Carmona Filho é engenheiro civil, mestre e doutor em engenharia de materiais pela Escola de Engenharia da Universidade Mackenzie. É especialista em Patologia das Construções pelo Instituto Eduardo Torroja de Ciências de La Construcción e faz parte do quadro de palestrantes do CINPAR 2009, que acontece de 11 a 13 de junho em Curitiba (www.cinpar2009.com.br).


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Arábia em altíssimo estilo Para a estreia da seção Cozinha Gourmet, da Sim!, uma parceria perfeita entre duas mulheres. A arquiteta Luciana Pimentel e a sócia da Luthier, Leila Calil, iniciaram esta nova parte da revista em alto estilo. Luciana nos cedeu o projeto da cozinha de uma cliente e Leila nos emprestou o seu dom culinário, herdado da sua família sírio-libanesa.

Fotos: Felipe Mendonça

Em 16 m2, Luciana Pimentel projetou uma cozinha em um apartamento no bairro de Casa Forte, Zona Norte do Recife. A arquiteta, em todos os seus projetos de cozinha gourmet, separa todo o espaço, previamente, em três grandes partes, que são as áreas de cozimento, de lavagem e de armazenamento. A questão base do projeto é localizar bem estas áreas, para evitar transtornos.

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“As cores do espaço são: Preto, branco e aço. O preto está no granito, presente nos balcões que percorrem toda a cozinha. A escolha é devido à baixa absorção de gorduras e por manchar com menos facilidade” destaca Luciana.

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O Branco está nos armários. São dois tipos, ambos Todeschini, e que são um detalhe extra do projeto. Os móveis da Linha Área estão localizados na parte superior da área de lavagem, onde são usados para louças. Os armários superiores têm um sistema de abertura de baixo para cima. Esse detalhe favorece muito porque permite que a pessoa que trabalha no espaço se aproxime bem do móvel e alcance as partes mais internas do armário, já que a altura é favorável. Outro ponto positivo é a segurança da livre mobilidade lateral. O vidro temperado é color Glass. Os armários da área inferior, que vai da zona de cozimento, passa pela área de lavagem e termina na de armazenamento são da linha Mix. Branco em fórmica

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e no vidro temperado, a grande peça tem um elegante detalhe: uma moldura em alumínio. Combinando com o tom do alumínio, o aço aparece bem nas pastilhas da parede sobre os setores. “É uma miscelânea de três estruturas do aço inox. Uma mais brilhante, outra mais intermediária e a terceira fosca. O conceito é de uma cozinha viva, porém neutra, ou seja, é bastante forte, mas não é necessária a troca de revestimento para ter outro visual”, afirma a arquiteta. “Basta trocar os acessórios decorativos e conquistase uma nova cozinha”, garante. Outra área secundária, mas muito importante no projeto, é a área de copa, onde fica o forno de microondas, que

não está na zona de cozimento porque, na necessidade da casa, só é utilizado para aquecimento de alguns alimentos, então, fica próximo à mesa. “Outra preocupação interessante é deixar o gelágua, também, na copa, longe das áreas de trabalho. A casa tem crianças e elas podem entrar na cozinha, pegar sua água e sair sem correr o menor risco de se machucar”, finaliza Luciana. SERVIÇO Arquiteta Luciana Pimentel (81) 9111.1741 Todeschini Av Eng Domingos Ferreira, 3638 - Boa Viagem, Recife - PE (81) 3325.3905 Luthier Av. Santos Dumont, 391 - Aflitos, Recife – PE Fone: 81 3241-6364 Av. Conselheiro Aguiar, 1472, Boa Viagem, Recife – PE (81) 3091.1068



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Fotos: Felipe Mendonça

Neta de Síria e pai libanês residente no Brasil há 50 anos. Essa é a herança cultural de Leila Calil, sócia da Luthier revestimentos e nossa primeira personagem da nova sessão da Sim! Cozinha Gourmet.

Sua família mora em Ribeirão Preto, interior de São Paulo, mas o seu dom de chef vem destes dois países árabes. Como sempre, começa como uma brincadeira e vira paixão, mas Leila garante que é boa em todos os tipos de comida. “Adoro cozinhar e faço de tudo. Sempre me pedem pra cozinhar comida árabe, acho que é pelo fato de não fazer parte do cotidiano da mesa dos brasileiros, mas é a comida do cotidiano dos meus pais”, comenta Leila. “Minha família sempre escolheu a cozinha como o lugar das reuniões. Era uma felicidade ter todos reunidos em volta da mesa. Me envolvi nesta harmonia e, hoje, exploro essa arte culinária”, revela. Os pratos têm uma excelente apresentação. Foram três: A Tabbuleh, a mais famosa salada da culinária árabe, feita com trigo-sarraceno, tomate, salsa e cebolinha, muito bem picados, além da hortelã. É temperada com azeite, bastante salsa e limão. A forma mais servida da Tabbuleh é acompanhada de folhas de alface que, depois de embrulhada, como um rolinho, é levada à boca com as mãos. Revista SIM!® - Edição 63

O segundo prato feito por Leila foi uma montagem de Pão Sírio, Chancliche (queijo feito de leite de cabra, típico da culinária árabe) e Kafta (Espetinho de carne moída, cebola e especiarias, grelhado). Para finalizar a mesa, arroz com lentilhas, prato conhecido como Mjadara.

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Suporte Completo Com 80 anos de existência, a M.Cassab inova no Recife. Em 16 de maio, inaugurou uma loja com perfil diferenciado não só para o Nordeste e garante oferecer total infra-estrutura de apoio ao setor gourmet.

O processo era o seguinte: o vendedor fazia a visita ao cliente em potencial para apresentação dos produtos ou uma visita de rotina para realizar um pedido. Em seguida, esse pedido era enviado a São Paulo e os produtos chegavam aqui. “Agora, pela primeira vez no Brasil, com exceção de São Paulo, o grupo oferece uma loja com produtos na área de UP em pronta-entrega, mais o diferencial de atendimento no varejo”, reforça Márcio Sena.

A M.Cassab, grupo atacadista que atua no mercado com um leque bastante diversificado no mundo dos negócios, dá mais um passo inovador na capital Pernambucana e abre uma loja no Recife. As áreas de abrangência das marcas representadas pelo grupo vão de Brinquedos e Eletrodomésticos a Produtos de Químicas Industrial e Fina, passando, também, e entre outras, por áreas de Laboratório e Tecnologia Animal. “A nossa atuação é no segmento de Utensílios Profissionais (UP). O foco da empresa é atender clientes de atacado no segmento de acessórios e suporte de cozinha, como bares, restaurantes, hotéis, hospitais, cozinha coletiva (refeitórios de grandes empresas) e similares”, destaca Márcio Sena, representante regional.

Sobre o futuro do empreendimento, Bruno Azevedo, representante regional da marca no Recife, é notoriamente otimista: “o tamanho do sucesso de um grupo empresarial é medido pelo seu tempo de história e, principalmente, por suas obras realizadas. E realizar é ousar, é utilizar a tradição e conhecimento para ampliar a visão trabalho sem ter medo de explorar essas novas chances”, finaliza.

Hugo Rodrigues

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Localizada no Bairro de Boa Viagem, Zona Sul do Recife, a nova loja é a reunião do conhecimento internacional no setor e destaca um eficiente sistema de reposição de peças e estoque, sempre com produtos reconhecidos mundialmente por sua beleza e durabilidade, o que proporciona aos seus clientes um serviço mais fácil e dinâmico, diminuindo os investimentos e racionalizando os custos.

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Serviço: M.Cassab - Loja Utensílios Profissionais Av. Domingos Ferreira, 3704, Boa Viagem, Recife. (81) 3423-1071 www.mcassab.com.br



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Sobreposições

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Histórias do Recife Antigo são retratadas nas paredes e nas fachadas da cidade. em cada foto uma demonstração do que o tempo é capaz

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Focada nas épocas que o homem constrói ao longo do tempo, a exposição Sobreposições, do fotógrafo e professor Eduardo Queiroga, que está no mercado desde 1990, são histórias de vários momentos, vistos nas paredes e nas fachadas de casarões do Recife Antigo. Em cada detalhe, uma modificação feita pelo homem. Panfletos, pichações, entre outros poluentes visuais, estão agrupados neste cenário histórico. Segundo Eduardo, o Recife Antigo possibilita um trabalho que retrate a evolução dos tempos. “O Recife Antigo entra como uma simbologia. É uma referência ao início da nossa cidade. As construções retratadas não são as primeiras, nós sabemos disso. Mas elas remontam, simbolicamente, a esse princípio do que chamamos Recife”, comenta Queiroga. As sombras são um destaque de cada imagem. É uma exclusividade do momento. “As sombras são intencionais e bem presentes neste trabalho. Ela é uma outra camada. Desta vez, uma

camada bem fugaz, que está ali só em um instante, que sabemos ter mudado assim que a luz do sol mudou de posição. É bem importante para o sentido que quero trazer para o Sobreposições”, completa. No cenário geral, Eduardo Queiroga buscou ser fiel à realidade do lugar. Nenhuma estrutura física foi adicionada ou removida, para traduzir a coerência do conceito que o fotografo visualiza. “Houve uma preocupação com a escolha dos locais, dos horários e dos dias, para não sentir necessidade de alterações posteriores” destaca Eduardo. “A fotografia já é uma grande manipulação, uma grande arrumação, no sentido que escolhemos mostrar mais ou menos coisas, escolhemos se vai ser com mais ou menos luz, com mais ou menos cores, etc. Então, isso já é uma grande interferência”, ratifica. A exposição acontece até o dia 28 de junho na Arteplural Galeria, a entrada é franca. Serviço: Arteplural Galeria Rua da Moeda, 140 Recife Antigo - PE Tel.: (81) 3424 - 4431 Terça a sexta das 13h às 19h/ Sábado e domingo das 16h às 20h


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Foto: Eduardo Queiroga

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