ARQUITETURA - DECORAÇÃO - DESIGN - ARTE - ESTILO ANO X - N º 7 2 - D I S T R I B U I Ç Ã O D I R I G I DA
MORAR MAIS
POR MENOS
R E C I F E / 2 0 1 0
ESPECIAL: MAIS POR MENOS_p.38
Diretor Executivo Márcio Sena (marciosena@revistasim.com.br) Coordenação Gráfica e Editorial Patrícia Marinho (pmarinho@revistasim.com.br) Felipe Mendonça (felipe@revistasim.com.br)
SIM! 72
REDAÇÃO Patrícia Calife (patriciacalife@revistasim.com.br)
Um giro pela Morar Mais por Menos, conferindo de perto os ambientes da Mostra
RÁPIDAS_p.10
CAPA
As novidades da seção Fique por Dentro.
JARDINS_p.18 Kozmhinsky fala sobre a sustentabilidade.
CLICKS_p.20 A festa de abertura da Morar Mais.
MOSTRA_p.24 Casarão abre as portas para a Morar Mais.
PING PONG_p.26 Grace Coutinho e o desafio da Mostra.
PRESERVAÇÃO_p.28 Foto de Felipe Mendonça Terraço de Entrada da Morar Mais por Menos
Tudo que foi aproveitado da casa.
MERCADO_p.32 Uma lista de produtos sustentáveis da Mostra.
ARTE_p.76 Cinco artistas em destaque na Morar Mais.
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André Clemente Elizabeth Oliveira Pedro Paz (redacao@miraimidia.com.br) Revisão Fabiana Barboza (fabiana@revistasim.com.br) Arquiteto Colaborador Alexandre Mesquita (mesquitaita@gmail.com) Operações Comerciais Márcio Sena (marciosena@revistasim.com.br) Eliane Guerra (81) 9282.7979 (comercial@revistasim.com.br) Assessoria Jurídica Aldemar Santos - O.A.B. 15.430 SIM! é uma publicação bimestral da TOTALLE EDIÇÕES LTDA Redação R. Rio Real, 49 - Ipsep - Recife - PE CEP 51.190-420 redacao@revistasim.com.br Fone / Fax: (81) 3471.3705 Comercial R. Bruno Veloso, 603 - Sl 101 Boa Viagem - Recife - PE CEP 51.021-280 comercial@revistasim.com.br Fone / Fax: (81) 3327.3639 Os textos e artigos assinados não refletem necessariamente a opinião da revista.
editorial
O número 72 da Revista SIM! traz uma grande novidade: é nossa primeira publicação inteiramente voltada para a Morar Mais por Menos Recife. Essa decisão foi embasada pelo crescimento do evento, que está em sua terceira edição, e pela relevância cada vez maior dos conceitos básicos que ele traz: Sustentabilidade, Inclusão Social, Brasilidade e Mais por Menos. No casarão da década 1.910, pudemos observar o notável esforço dos profissionais envolvidos na montagem de cada uma dos 35 ambientes. Todos trazem soluções sustentáveis, de baixo custo e para lá de criativas seja nos elementos principais ou, pelo menos, em detalhes. Nas páginas a seguir, temos uma entrevista exclusiva da Franqueada da Mostra que conta os bastidores e o processo na montagem do evento. A matéria ‘Achados da casa’ revela as melhores soluções sustentáveis para você aplicar no espaço que desejar, tudo com seu devido custo. Selecionamos também cinco entre tantos artistas plásticos que tiveram suas obras utilizadas na decoração de ambientes e que representam a arte pernambucana. Destaque ainda para o trabalho de garimpagem dos arquitetos que descobriram, preservaram e conferiram novo uso a objetos e elementos originais da casa. Numa brincadeira de esconde e acha, você vai conhecer quais são eles. Para finalizar, claro, os melhores ambientes para você, leitor, conferir.
Não perca tempo! Leia SIM! Patrícia Calife
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Biscoistos
fiquepordentro
O estilista brasileiro Ronaldo Fraga acaba de fechar uma parceria com a Tok&Stok e passa a assinar sete linhas de acessórios exclusivos. Com imagem fortemente associada ao fato de utilizar um design em constante diálogo com a cultura nacional, o artista reproduz, nos produtos, suas estampas mais famosas e já consagradas pelo público. A estampa Biscoitos, mais emblemática da linha infantil de Ronaldo Fraga para os Filhotes, é uma brincadeira com nomes brasileiros que “se transformaram” na guloseima. Ludivico e Graciliano, filhos do estilista, sempre aparecem nos biscoitos estampados.
Divulgação
Divulgação
Tok&Stok www.tokstok.com.br
Armário tridimensional A grife de móveis planejados Bontempo está trazendo para o mercado pernambucano uma novidade para lá de especial. São os projetos de armários tridimensionais. Pelo novo sistema, o cliente pode editar as medidas de seus armários tanto na altura quanto na profundidade e na largura. Esse novo serviço oferece mais liberdade de criação para os arquitetos, que antes só podiam editar os produtos de forma linear, apenas a altura e a largura. O serviço, que hoje é oferecido para armários de quartos, será ampliado para as cozinhas em dezembro. Bontempo
Av. Domingos Ferreira, 1240, Boa Viagem, Recife – PE. Fone: (81) 3327.8002
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Impressão no móvel A Marcato Recife aposta em uma nova linha de vidros decorativos Cinex Stampa. Os vidros aplicados nos móveis modulados para cozinhas, quartos e salas da grife ganham estampas com uma padronagem escolhida pelo próprio cliente, a exemplo de paisagens ou gravuras. A reprodução é possível graças a uma impressora italiana de grandes proporções que fixa as imagens diretamente no vidro. Entre as opções de estampas, obras assinadas pela artista Heloísa Crocco e criações feitas pelo estúdio Cinex Lab. Se preferir, o cliente pode enviar sua própria fotografia.
marcato
Av. Conselheiro Aguiar, 2052, Boa Viagem, Recife/PE. Fone: (81) 3326.1708
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Metrópole na Sierra
fiquepordentro
Um mergulho no universo das grandes cidades sem sair de casa. Essa é a proposta da Sierra Recife, que está disponibilizando a coleção Metrópole. A linha é composta por itens para jantar e estar inspirados nas tendências do décor mundial. Os acabamentos espelhados da cristaleira e do balcão Metrópole, por exemplo, conferem amplitude à sala de jantar. Já o sofá, é marcado por pespontos e pode ser decorado com almofadas chiques da marca. A peça é estampada com placas dos lugares mais conhecidos da Europa.
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Sierra Av. Conselheiro Aguiar, 1650, Boa Viagem, Recife/PE. Fone: (81) 3467.6864
S.C.A no Louvre
S.c.a. www.sca.com.br
A tecnologia a laser Grafismi S.C.A. marca presença no Art Shopping Caroussel du Louvre - Contemporain Art, endereço de arte mais famoso do mundo. Encantado pelas possibilidades dessa tecnologia, Kiko Sobrino, que foi convidado a estar presente entre os 250 artistas nesta exposição, encontrou no Grafismi S.C.A. uma forma de expressar o seu trabalho que alia design e artes plásticas através das obras Dead Fish, Boca de Lobo e Paisagem Urbana. As criações representam de forma conceitual temas atuais de preocupação com o ecossistema, mostrando a condição mundial da agressão do homem frente ao meio ambiente. Sobrino utilizou painéis amadeirados e laminados estruturais de alta resistência (TS) e optou por uma técnica de pintura utilizando tinta a óleo.
Transparência e leveza A Casapronta, loja de design de interiores, lança a coleção de móveis em vidro da designer Jacqueline Terpins, que trabalha a matéria prima há mais de vinte anos. As novas criações, divididas nas linhas ‘Entretanto’, ‘Plana’ e ‘Centopéia, são formadas em placas geométricas que preservam a interação com a luz. Tendo como foco a forma e funcionalidade, os móveis criam inesgotáveis nuances de cor, luz e ritmo. A ‘Entretanto’ é composta por móveis fabricados com placas de vidro plano de mesma espessura, combinadas de forma simétrica, sobrepostas e justapostas sem o uso de cola ou parafusos. Já na ‘Plana’ e na ‘Centopéia’, os móveis foram produzidos com várias placas paralelas, combinadas e associadas no sentido vertical.
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casapronta Av. Domingos Ferreira, 1274, Boa Viagem, Recife. Fone: (81) 3465.0010
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Termoplástico
open acabamentos Av. Antônio de Góes, 14, Pina, Recife/PE. Fone: (81) 3326.4384
Divulgação
fiquepordentro
A Open Acabamentos traz ao mercado o revestimento termoplástico MirroFlex™ Structures, da Sand Land Décor. O material reproduz fielmente o aspecto de metais, como cobre, ferro e alumínio e tem grande flexibilidade. Ele pode, ainda, ser aplicado facilmente em superfícies curvas. Disponível em painéis, o revestimento tem grande variedade de relevos e cores e pode ser utilizado em paredes, tetos, luminárias, colunas, pisos e móveis. Ele é resistente a chamas e a fortes impactos, com grande durabilidade e praticidade de instalação.
Design Automotivo Ecoglass A Refinare apresenta a pastilha Ecoglass, da Gyotoku, feita a partir de vidros quebrados recolhidos em canteiros de obra. Com 0% de absorção de água, resistência à pichação e isolamentos elétrico e térmico próximos a zero, a nova pastilha atende à proposta sustentável da loja em aproveitar e reciclar materiais que não seriam mais colocados em uso. A Refinare é especializada em revestimentos e louças e traz ao mercado uma grande variedade de pisos e revestimentos de apelo ecológico. refinare R. Artur Muniz, 223, Boa Viagem, Recife/ PE. Fone: (81) 3033.1875 www.refinare.com.br
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A Keko Acessórios lança a linha de protetores frontais batizada de K3. Fabricada totalmente em plástico ABS, material que pode ser reciclado, a linha é mais leve em comparação a outras matérias primas. O acessório se integra ao desenho do veículo e apresenta instalação simplificada, sem a necessidade de furação. A peça tem uma camada de pintura especial que protege contra a exposição dos raios UV. KEKO acessórios www.keko.com.br
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Nova Unidade Voltada para as classes B e C, a marca gaúcha New Móveis Modulados abre nova loja no Recife, comandada pelos sócios Renata Leitão, Denise Gouveia e Rodrigo Correia. A marca disponibiliza projetos personalizados para todos os ambientes da casa, como quartos e cozinha. Todos os móveis são confeccionados em MDF, preservando o meio ambiente. No quesito laminados, opções como o efeito de laca brilho (preto, branco e fendi) ou de alumínio conferem modernidade aos espaços.
NEW MÓveis R. Cons. Rosa e Silva, 1739, Aflitos, Recife/PE. Fone: (81) 3325.9049 www.newmoveis.com.br
Marcelo Kozmhinsky é agrônomo e paisagista. www.raiplantas.com marckoz@hotmail.com Fone: (81) 9634.9906
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Sustentabilidade
JARDINS
Participei recentemente, em São Paulo, do 13º Congresso Brasileiro de Paisagismo, cujo tema era O Projeto de Paisagismo em Escala Urbana: Parques, Praças e Condomínios Verticais e Horizontais. Muito se falou sobre paisagismo em condomínios e o uso cada vez mais
frequente de jardins sobre lajes. Essa é uma tendência urbana, já que o espaço é cada vez mais restrito para os jardins em solos naturais e esta é uma solução para jardins e solos permeáveis. Por lá, me chamou a atenção o trabalho da arquiteta Adriana Levinsky: Praça Victor Civita - museu aberto de sustentabilidade – experiência metodológica na aproximação dos interesses públicos e privados.
A Praça O terreno de 13,6 mil m² que abriga
para reflexão, inspiração e informação
inseridas no programa de educação
a Praça Victor Civita, na zona oeste
sobre as questões ambientais e urba-
ambiental.
de São Paulo, encontra-se contami-
nas, originado a partir da revitalização
nado por metais pesados e subs-
de uma área degradada.
tâncias tóxicas. São resquícios da
Na praça de acesso, assim como no bosque, foi colocada uma camada
queima de resíduos, no período de
O projeto arquitetônico da Praça Victor
de 50 cm de terra nova. Todos os
1949 a 1989, processados por duas
Civita é uma iniciativa pioneira na
jardins foram construídos sobre uma
câmaras de combustão com carga
América Latina, com a utilização de
estrutura completamente isolada
diária 200 de toneladas de lixo. Até
um grande deck de madeira legalizada
do solo original do terreno, os tec
o ano de 2006, uma cooperativa
e uma laje alveolar nas suas transver-
gardens. Eles são elevados sobre
de reciclagem fazia o trabalho de
sais e bordas, de forma a evitar que os
uma estrutura de mantas de borra-
triagem de material no prédio do
visitantes tenham contato direto com as
cha e placas de ardósia, recheadas
incinerador, sem máscaras, luvas ou
áreas de solo degradado ainda existen-
com fibra de coco. No piso térreo
qualquer proteção contra a contami-
tes no terreno. Outras medidas susten-
do prédio do antigo incinerador,
nação da área.
táveis são a iluminação com leds; mais
transformado em museu, existe uma
duráveis que lâmpadas comuns; sistema
exposição permanente sobre todo o
Em 2001, a Prefeitura Municipal de
de tec garden, com calhas para reapro-
histórico da construção e seu pro-
São Paulo ofereceu o terreno, que
veitamento da água da chuva; além de
cesso de recuperação.
fica em frente ao prédio da Edi-
projeto paisagístico composto por dife-
tora Abril, para que o Grupo Abril
rentes espécies com funções orgânicas,
Iniciativas como a da Praça Victor
implantasse uma praça pública.
fitoterápicas e utilizadas na produção de
Civita unem forças em prol do bem
Os primeiros estudos feitos na área
biocombustíveis, para efeito demons-
comum – o cidadão e o meio am-
apontaram a presença de furanos e
trativo.
biente que são os maiores benefici-
dioxinas acima dos níveis aceitáveis,
ários. Afinal, sustentabilidade é um
o que levou as duas partes a encon-
Três sistemas de reuso das águas plu-
conceito que precisa estar inserido
trarem uma solução economicamen-
viais estão presentes em diversos pon-
no dia a dia das pessoas, das em-
te viável e ecologicamente susten-
tos da praça Victor Civita: um para a
presas e dos órgãos públicos.
tável para reabilitar a área para uso
irrigação da área de bosque, um para a
público, sem oferecer quaisquer
rega das jardineiras verticais e o tercei-
Em nossa cidade, o rio Capibaribe,
riscos aos visitantes.
ro, para um tratamento das águas usa-
os mangues, os canais, as praças
das nos sanitários e limpeza do prédio
públicas, entre outros, estão preci-
Em novembro de 2008, a cidade de
do Museu. Além disso, a Praça conta
sando de ações como estas. O poder
São Paulo recebeu a Praça Victor Ci-
com uma pequena área para composta-
de transformação está na união das
vita – Espaço Aberto da Sustentabi-
gem e uma horta circular devidamente
forças. Só nos resta começar...
lidade. Esse espaço, hoje, é voltado
suspensa, para atividades com crianças
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A Morar Mais Recife abre suas portas numa noite prestigiada por grandes personalidades do mundo da arquitetura e da decoração do Estado de Pernambuco. CLIcKS fotos Divulgação/Ícaro Silva
O arquiteto Fábio Morim, sempre simpático, confere os espaços dos amigos e apresenta o seu Estar Íntimo ao lado de Grace Coutinho
A família Lôbo, dona da casa que recebe a Mostra, visitou e conferiu a transformação do espaço depois da entrada dos mais de 60 profissionais de arquitetura
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Elza Mendonça e Lorena Pontual, do Terraço de Entrada da Mostra, marcaram presença no coquetel
A arquiteta Guida Costa, presente na Mostra, visita Conceição Ledo em seu elegante Lavabo
Luciana e Paulo César, da Living Interiores, também prestigiaram a Mostra
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Veruska de Paula, em seu Quarto do Bebê
Leila Calil, da Calil Revest, marca presença na abertura da Morar Mais Recife
O desembargador Cândido Saraiva e Nara Monte Saraiva prestigiaram a noite de abertura do belo casarão na Boa Vista
Vitor Hugo Meneguetti, da Tramontina, parabeniza a franqueada da Mostra
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mostra
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A arte de
Morar Mais por Menos Divulgação/Ícaro Silva
RECIFE 2010 Morar Mais por Menos Recife 2010 . Período: De 19 de outubro a 28 de novembro . Horários da Mostra: Quarta a sábado das 16h às 22h / Domingo das 14h às 20h . Horários do Café: Quarta a domingo até às 19h . Horário do Restaurante: Quarta a domingo a partir das 19h . Entradas da Mostra: Quarta, quinta e domingo R$10 e R$5 / Sexta e sábado R$16 e R$8
Entre os meses de outubro e novembro, Recife assiste a uma aula de como morar melhor por um orçamento que cabe no bolso de, no mínimo, qualquer um que se propõe a visitar uma mostra de arquitetura. A Morar Mais por Menos 2010 apresenta ambientes palpáveis, muito menos conceituais e muito mais habitáveis que as edições anteriores. A escolha do casarão da década de 1910, de 1.100 m², contribui para esse resultado, já que os 35 ambientes montados apresentam medidas bem aproximadas das casas e apartamentos atuais. Afora isso, o conceito de sustentabilidade foi levado em consideração por quase 100% dos arquitetos. Muito verde e muita preservação nos ambientes comerciais e gastronômicos, com soluções práticas e funcionais. Nas áreas externas e de circulação, vários objetos artesanais e obras de arte para todos os gostos e dos mais diferentes materiais. Tudo para você ver, assimilar e repetir em casa e no escritório. Confira!
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ping pong
SUSTENTABILIDADE E
Elegância A Morar Mais por Menos Recife 2010 abre suas portas e promove sustentabilidade. À frente do evento, a franqueada Grace Coutinho Vieira concede uma entrevista à Revista SIM! e destaca a alegria de promover a Mostra, o sucesso dos projetos e a alta qualidade dos arquitetos pernambucanos.
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Divulgação/Ícaro Silva
por André Clemente
a
sim! - Como você avalia a responsabilidade de trazer a Morar Mais para o Estado? GRACE - Acredito que a Morar Mais veio para somar e poder proporcionar um evento de decoração com conceitos. A Mostra é um evento de decoração bem dinâmico, com propostas inovadoras, nas quais sempre acreditei que a arquitetura atual é regida, são elas: sustentabilidade, inclusão social, customização, inovação e tecnologia, vendas e brasilidade. É sempre um grande desafio. Primeiramente, por conscientizar o profissional e o visitante do que é o morar mais por menos, o chique que cabe no bolso. sim! - Quando começou o processo de organização da Morar Mais 2010 e qual a sensação e o que passa na cabeça quando chega o dia da abertura e a casa está pronta? GRACE - Estamos trabalhando o ano todo para melhor atender às expectativas. Esse ano, a casa do evento, por exemplo, foi negociada entre janeiro e março. E nada parou desde lá. Quando inauguramos, vem o reconhecimento de todo esforço e dedicação. Uma sensação de orgulho e gratificação, pois os dois meses que antecedem é de trabalho intenso. Com a inauguração, fiquei muito orgulhosa dos profissionais participantes, pois eles conseguiram transmitir ao visitante uma arquitetura e decoração de interiores que se pode tirar do evento e adaptar à sua casa.
sim! - Como foi o apoio dos patrocinadores/parceiros? GRACE - As empresas participantes do Morar Mais tiveram grande importância para o sucesso do evento, pois todos que estão presentes levantaram a bandeira e acreditam na minha forma de trabalhar. A Mostra tem um diferencial que é o de união. Formamos um vínculo de amizade e solidariedade que adquirimos com essa união. sim! - Em relação aos arquitetos, você fez alguma exigência para eles? Houve integração da parte deles? GRACE - Os arquitetos participantes do Morar Mais precisam entender os conceitos do evento para que possam transmiti-lo na sua arquitetura. Pedimos, também, que eles compareçam sempre à Mostra, para se aproximar e tirar dúvidas dos visitantes. Isso é fundamental para o nosso sucesso. Um dos conceitos que mais prezei foi o da brasilidade. Pedi que eles colocassem artistas pernambucanos para valorizar o que é nosso. Esse ano, eles souberam trabalhar não só a sustentabilidade como todos os outros conceitos adotados pelo evento.
sim! - Como você avalia uma mostra desse porte para Pernambuco? GRACE - Estamos em um momento de crescimento para o nosso Estado, o setor de construção está a
todo vapor e, como pernambucana e arquiteta, tenho certeza dos benefícios que um evento desse porte pode gerar para nosso Estado, proporcionando aos visitantes ambientes com lançamentos de produtos, ideias criativas e econômicas, valorização de nossos artistas e empregos diretos e indiretos. sim! - O que você acha da participação de Zezito Goiana na Morar Mais, já que ele não costuma participar de mostras de decoração e interiores? GRACE - Zezito Goiana é um arquiteto de fazer grandes projetos, como shoppings, hóteis e casas. Ele está arrasando com a Sala de Jantar, com destaque para as telas de própria autoria. sim! - O que acha que o casarão vai causar para o mercado de decoração do Estado? GRACE - O evento veio para somar tanto para o arquiteto, que está mostrando suas ideias, como para fornecedores, que podem colocar seus produtos, e visitantes, que terão acesso e melhor conhecimento do setor de decoração. sim! - Em relação às obras de arte, como avalia a casa e a dobradinha arte x sustentabilidade? GRACE - É com grande orgulho que a Morar Mais respira a arte e a sustentabilidade evidentes em todos os espaços projetados.
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o chic é
preservar mostra
Nos 35 ambientes da Morar Mais por Menos 2010, se destacam os ares de inovação, elegância e, principalmente, de modernidade. Em contrapartida, os arquitetos preservaram, restauraram e reaproveitaram muitos elementos originais da casa de 1910. Portas, janelas, grades, piso, teto e alguns objetos que estavam no local ajudaram a compor vários dos espaços projetados, unindo características da arquitetura antiga a tendências do mercado atual.
Fotos: Felipe Mendonça
Sala de Estar Grace Coutinho fez, com um adorno de móvel, encontrado na casa, peça para a decoração das paredes.
Quar to do Bebê Terraço de Entrada Logo nos primeiros ambientes do casarão, é possível encontrar características originárias da época em que foi construído. No Terraço, as arquitetas Elza Mendonça, Giuliana Zirpoli e Lorena Pontual optaram por deixar aparentes os tijolos da parede próxima à janela com grades, ambos já existentes no lugar.
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O berço do ano de 1910 foi encontrado na casa pelas arquitetas Raquel Vieira e Veruska de Paula. Com intuito de preservá-lo, ele foi submetido a uma minuciosa restauração e, depois, pintado de branco e envelhecido no estilo provençal.
Quarto do Rapaz As arquitetas Andrea Reis e Nalderine Câmara reaproveitaram um fragmento da grade da janela e colocaram a peça em destaque, com efeito sombreado, no teto do quatro do rapaz.
Sala de Jantar Procurando interferir o mínimo possível no espaço, Zezito Goiana manteve o teto de madeira da casa, que foi pintado de azul esverdeado. Além do forro, foram mantidos originais o piso de régua de madeira, o pé-direito com 4,70 m e as esquadrias das janelas com 3,8 m.
Banheiro Masculino
Cafofo do Filho Na sala do Cafofo, o arquiteto Fábio Pestana fez questão de preservar o emblema em vermelho que destaca a data da última pintura feita no local por Raimundo Marques, em junho de 1939.
Com o intuito de preservar o ladrilho original da casa, o ambiente foi idealizado pelas arquitetas Karenine Paes e Juliana Mattos, tendo este elemento como marco zero no desenvolvimento do projeto.
Espaço Moda
Banheiro Feminino
Os elegantes espelhos deste ambiente foram confeccionados com janelas do próprio casario que teriam o lixo como destino final. A ideia de reutilizar as janelas foi dos arquitetos Fabiana Carvalho e Alexandre Litivak.
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O ambiente de 34 m² abrigava, originalmente, as dependências de serviço do casarão. Entre os elementos em destaque, preservados pelas arquitetas Paula Lôbo, Patrícia Rabelo e Susana Pérez, estão os tijolos aparentes, os arcos e porta antiga da casa, que foi reaproveitada para fechar o depósito das lojistas.
Que tal ter em casa uma confortável poltrona feita com o capô do velho Fuscão? Ou decorar a casa com obras de arte produzidas a partir de peças de ferro velho? Ou, ainda, colocar na sala uma elegantíssima mesa de centro feita com uma porta existente há mais de cem anos e que iria para o lixo? São alguns dos objetos expostos em ambientes da Morar Mais 2010 que trazem soluções sustentáveis na área de ambientação e decoração de interiores. Confira peças criativas e funcionais apresentadas na Mostra.
Achados mercado
DO CASARÃO fotos FELIPE MENDONÇA
CADEIRA PERNAMBUCANA POLTRONA FUSCA Confortável e irreverente. A poltrona projetada pelo arquiteto Anderson Lula Aragão foi produzida a partir da tampa do motor de um Fusquinha, que estava em um ferro velho. A peça, exclusiva e que envolveu serviços especializados de serralharia, marcenaria e estofados, pode ser adquirida na Mostra ou através de encomendas com o arquiteto. O valor é R$ 2.500.
PUFF QUADRA NP A pintura da cadeira foi inspirada na obra do artista plástico Romero Britto. A peça, que está na Adega, é dos arquitetos Anderson Lula Aragão, Ina Aragão e Thay Bayer, que reciclaram um móvel antigo e deram novo visual ao objeto em desuso. A pintura, colorida ou em preto e branco, sai por R$ 300, se o cliente fornecer a cadeira. Anderson Lula Aragão (81) 3088.5080 / 9943.8275 Ina Aragão e Thaty Bayer (81) 4104.7888
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Anderson Lula Aragão (81) 3088.5080 / 9943.8275
O puff que está exposto na Sala Íntima da casa é produzido com fibras naturais de alga marinha e estrutura interna de madeira. O produto mede 50 cm X 50 cm X 50 cm, é exclusividade da Novo Projeto e sai por R$ 715.
Novo Projeto (81)3466.2859 / 3032.1859
BIOMBO FEIXE
ESTANTE DE CAIXOTE
Utilizada para expor sapatos, peças de roupas, manequins e acessórios de moda, a estante feita com oito caixotes de madeira usados em feiras públicas é uma ótima solução criada pelas arquitetas do Espaço Moda. As caixas foram pintadas de dourado para combinar com a proposta do ambiente. O produto teve custo de produção de R$ 60.
O produto se encontra na Sala de Arte da Colecionadora e é feito com bambu e fibras naturais. A atmosfera moderna que o biombo proporciona ao espaço onde é aplicado é um dos diferenciais da peça. Na Mostra, está exposto com três pedaços e pode ser adquirido na Art Garden por R$ 1990. Art Garden (81) 3465.4128
GANCHOS DE CD Latinhas de cerveja viraram flores na moldura do charmoso espelho encontrado no provador do Espaço Moda. A peça, criada pelas arquitetas do ambiente, teve um custo de produção de R$ 100.
Bastante colorida, a peça foi concebida pelas arquitetas Nalderine Câmara e Andrea Reis para o Quarto do Rapaz. O produto foi confeccionado com quatro ganchos vendidos em armazéns de construção e quatro CDs sobrepostos. O objeto pode ser encomendados por R$ 80 às arquitetas. Nalderine Câmara (81) 9635.0078 Andrea Reis (81) 9112.1572
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Paula Lôbo (81) 9162.4648 Patrícia Rabelo (81) 9971.5889 Susana Perez (81) 9108.2752
PORTA TEMPERO SUPORTE DE VINHO
Com custo reduzido quase a zero, o porta tempero da Sala de Almoço com mudas vivas foi confeccionado pela arquiteta Guida Costa. Na produção do acessório, foram usadas cinco caixas de papelão, que eram embalagens de isoladores de bateria, pintadas e amarradas entre si. Como a peça é única, os interessados em encomendar devem contatar a arquiteta. Guida Costa (81) 9976.3423
PRATELEIRA DE CORDA
Criado pelos arquitetos Anderson Lula Aragão, Ina Aragão e Thaty Bayer, o suporte para vinho, segue a ideia-conceito de que o próprio visitante da Mostra pode confeccionar alguns dos produtos expostos. Tendo custo de produção de R$ 70, a adega foi produzida com tubos de PVC, fixados na parede por cantoneiras formando um mosaico. Medidas: 60 cm largura por 1,40 m de altura. Anderson Lula Aragão (81) 3088.5080 / 9943.8275 Ina Aragão e Thaty Bayer (81) 4104.7888
ESTANTE DE ELÁSTICO
Funcionais e criativas, as dez prateleiras de cordas do Escritório foram criadas pelos arquitetos Silvio Andrade Lima e Helga Vieira. Suportes metálicos, vendidos em serralharias ou lojas de construção, cordas compradas na feira e parafusos, para dar sustentação, foram usados na confecção. O custo aproximado de produção de cada uma delas foi R$ 25 e as encomendas podem ser solicitadas diretamente aos arquitetos. Silvio Andrade Lima (81) 8826.3087 Helga Vieira (81) 9282.3124
PRATELEIRA PALLET
A peça, que traz jarros da Villa Garden, foi planejada pelo escritório Café Arquitetura + Design para deixar o Quintal do Café mais clean e atual. A prateleira de pallet, feita com restos de madeira, combina também com varandas e jardins. O valor de confecção da peça é R$ 50. Café Arquitetura + Design (81) 3432.5824 A estante da Oficina do Dono da Casa foi idealizada pelo arquiteto Anderson Lula Aragão. A peça é feita com tiras de elástico trançado em parafusos cravados na parede e, na Mostra, tem 1,40 m X 1,20 m x 15 cm , mas pode variar de acordo com o cliente. O custo da estante, que pode ser encomendada ao arquiteto, foi de R$ 80.
Anderson Lula Aragão (81) 3088.5080 / 9943.8275
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LUMINÁRIA GAMBIARRA
LAÇOS DE CRISTAL O lustre criado pela artista plástica Thiana Santos foi produzido com cerca de 100 garrafas PET, especialmente para o Cafofo do filho. A peça, que mede 60 cm de diâmetro e 30 cm de altura, tem uma textura cristal e se assemelha a laços. Por isso, recebeu o nome de Laços de Cristal. As encomendas do lustre, de R$ 330, podem ser feitas a artista.
Thiana Santos (81) 92326273
Aderindo a prática do “faça você mesmo”, a luminária foi ideia dos arquitetos Silvio Andrade Lima e Helga Vieira. Feita com bocais populares, encontrados em armazéns, lâmpadas comuns e cabeamento simples, a cascata, que contém seis peças, teve custo de produção total de R$ 120. Silvio Andrade Lima (81) 8826.3087 Helga Vieira (81) 9282.3124
PENDENTE DE PET
LEQUES
Leques de palha comprados no Mercado São José ganharam outra usabilidade no Terraço de Entrada da Morar Mais. As arquitetas Giuliana Zirpoli, Lorena Pontual e Elza Mendonça revestiram uma parede inteira do espaço com as peças. O custo da ideia saiu por R$160, usando cerca de 60 leques. Os interessados na proposta podem contar com a consultoria do trio.
Pontual, Mendonça e Zirpoli Arquitetura (81) 3327.4922
MESA de centro
Produzido com resíduos sólidos reutilizados, o lustre da Sala de Almoço é criação da marca pernambucana Lixiki. A peça é composta por pulseiras de garrafa pet e possui lâmpadas alógenas de 35 watts. O valor do lustre é R$ 1.350. Lixiki (81) 3266.9959/ 3269.2873
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Jerônimo Barreto (81) 9922.2677
Montado com objetos de madeira de demolição, como tetos antigos e uma porta existente há mais de cem anos, a mesa de centro está exposta na Sala de Arte da Colecionadora. A peça, usada no ambiente como móvel de TV, foi desenhada e produzida pelo marceneiro Jerônimo Barreto. Por meio de raspagem, o profissional chegou a cor original da porta de madeira de sucupira, que foi de um casarão antigo, e fez o acabamento com cera e verniz. A mesa mede 2,20 m X 70 cm X 40 cm e custa R$ 1.300.
mostra
um giro pela
Mostra fotos FELIPE MENDONÇA
A Revista SIM! convida o leitor a um passeio pelos melhores espaços da casa, mostrando os projetos dos arquitetos e suas soluções para os diferentes ambientes comerciais e residenciais. Destaque para a Sala de Estar, um espaço usual, elegante e que mescla equilibradamente o novo e o antigo; o Restaurante com Cozinha Experimental, que pontuou a integração entre elementos da natureza e elementos lúdicos; o Cafofo do Rapaz, pela competente planta criada com todos os cômodos de uma casa no espaço original de um sótão; e as áreas do Dono da Casa, pela criatividade na elaboração de móveis personalizados e diretamente conectados aos ambientes.
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Cafofo do filho Um espaço pensado para um homem jovem, prático e dinâmico, que tem a comodidade de viver próximo à família, mas de forma independente. Essa foi a missão encarada pelo arquiteto Fábio Pestana ao projetar uma casa, numa área de 104 m², com suas dependências principais. Por estar na estrutura original de um porão, o local possuía iluminação deficiente, aspecto rústico e aberturas entre os cômodos com portas de, no máximo, 1,60 m de altura. Agora, o local está apto para que o morador habite, receba convidados e trabalhe informalmente. O Cafofo funde funcionalidade, simplicidade e conforto. “Tudo foi conquistado com a justaposição de materiais rústicos restaurados a outros novos, com características requintadas e modernas. Foram aplicados, ainda, elementos de artesanato feitos com reciclagem, mas com perfil suave e requintado”, explica Fábio. O mobiliário, exceto a bancada da cozinha, que é uma antiga porta revestida com pastilhas Vetromani da Refinare, é da Tok & Stok, a maioria são peças de selo verde, da Coleção Minas. A bem resolvida planta contempla uma área externa com mobiliário para receber e preparar churrascos, uma sala para três ambientes - sala de jantar, sala de estar/TV e um pequeno lounge - além de quarto, amplo banheiro e circulação. O local conta, ainda, com uma sala de trabalho/estudo e biblioteca.
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Para simplificar, o arquiteto dividiu em quatro as etapas de construção: revitalização de todo o madeiramento do assoalho, que serve de teto ao porão; modificações para criar detalhes de gesso no teto e divisórias, instalações elétricas, pisos e revestimentos; revitalização do piso original cimentado liso; e pintura texturizada, com tintas Ibratin, para tornar a obra rápida e de pronto acabamento. Para Fábio, o grande desafio foi o uso racional do forro. “Nas áreas acima da mesa e na circulação, foi realizado um trabalho em gesso que, além de demarcar o uso do espaço como sala de jantar e sinalizar uma área onde não foi possível elevar o pé-direito, serviu de local para instalar a iluminação”, revela. Neste rebaixamento, o arquiteto utilizou luz indireta, composta por lâmpadas econômicas e, nos demais locais, luminárias tipo ‘Spot’, compradas em lojas de material de construção. O belo lustre da sala é de garrafa PET reciclada, assinado por Thiana Santos, e o pendente da cozinha é da Empório da Luz. As cores escolhidas para o espaço objetivaram a identificação de um ambiente masculino e sóbrio, mas bastante leve e descontraído. Sendo assim, nas paredes, foram utilizados tons claros e neutros, como o bege Cambrige Mínimo da Ibratin; nos detalhes em gesso, o branco e o amarelo; e no mobiliário, a predominância de tons amadeirados.
Fábio Pestana Fone: (81) 9749.3991
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Para arrematar, na área externa do Cafofo, foi implementado um pequeno projeto paisagístico, com vegetação predominantemente vertical, aplicada em antigas manilhas de tubulação hidráulica, feitas em cerâmica da construção da casa (1910).
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Sala de Estar A concepção da Sala de Estar de Grace Coutinho foi baseada em dois elementos distintos. O primeiro é um buda de madeira, que pesa 60 kg e é importado, fruto de meses de pesquisa. Outro ponto é a combinação de lustres negros. “Tive como desafio associar esses dois elementos e procurei montar o meu ambiente com a preocupação de saber o valor de todas as peças. O espaço é uma sala de estar, mas integrei dois ambientes com características próprias, harmoniosamente”, destaca. Todo o projeto é apoiado no uso correto do mobiliário, como móveis de linha reta, simples, mas com efeitos. Um sofá básico, forrado com tecido de chanton, é um exemplo. Para completar o espaço, uma mesa convida as pessoas para um bate papo, aproximando-as. “Aparadores em aço inox são algumas das soluções criativas e econômicas. Usei souplat como peças de arte, além de fragmentos achados no porão da casa e que seriam jogados fora”, finaliza Grace.
Grace Coutinho Vieira Fone: (81) 9615.0002 / 8898.0002 / 3326.5592 coutinhovieira@terra.com.br / gracecv70@hotmail.com
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Estar Íntimo Ressaltar as cores da natureza sem perder de vista o aconchego e o romantismo foi a proposta dos arquitetos Arthur Freire e Fábio Morim para o Estar Íntimo. “O meio ambiente está presente no piso, que remete à areia, e no uso da madeira, em estante, persiana, poltrona e mesa. O algodão do sofá e a palha de bananeira dos puff’s, além de uma infinidade de elementos, compõem o espaço sustentável”, explica Fábio Morim. O belo trabalho em gesso que, aliás, acompanha as linhas utilizadas em vários espaços da casa, enfatiza a perspectiva e leva o olhar do visitante a compreender intuitivamente a força do espaço. O projeto luminotécnico, executado pela Daluz, traz três tipos de iluminação com diferentes consumos de energia: lâmpadas fluorescentes por traz da estante – de baixo custo de instalação e consumo-, lâmpadas AR’s 70 e mini dicróicas, para destacar as peças. Abajures com Leds de PAR 20 finalizam efeito de iluminação. Um painel metálico, situado acima do sofá, que lembra flores e folhagens, fornecido pela Doppio, é o ponto alto do espaço, segundo o arquiteto. As belas esculturas de pinhas e pássaros do artista plástico Tiago Amorim, homenageado do espaço, e as peças de vidro da Design Atual complementam a decoração.
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Artur Freire e Fábio Morim Fone: (81) 3463.8411 / 9994.8519
Restaurante O Restaurante com Cozinha Experimental, idealizado pelas arquitetas Ana Amélia Veloso, Gisele Carvalho e Roberta Pessoa de Melo, foi focado na valorização da natureza e tudo que a simboliza. “O ambiente é composto por um espaço ao ar livre, de 60 m², para o público em geral, e uma área interna, de 35 m², para demonstração e execução de pratos – um verdadeiro espaço gourmet”, enfatiza a arquiteta Gisele Carvalho. As mangueiras geram área de sombra para as mesas Art Nouveau em mármore do escultor Manuel Nunes, com poltroninhas em fibra da Art Garden. Uma sinuosa e sutil rampa encaminha o visitante para a área interna da cozinha experimental, apoiada, estruturalmente, por pilares em elipse revestidos com pastilhas da Refinare. Ainda na parte interna, móveis modulados da Manfroi, em linha confeccionada com madeira de demolição e vidros bronze espelhados, envolvem a ilha para o cooktop, de onde surge a enorme mesa em curvas na cor verde, em laminado pet da Totum Design. “O Piso cimentício da MSET e o painel de mulher de Manuel Nunes complementam, com suas curvas, a proposta”, destaca Gisele. A iluminação é toda em Led, da JV Representações, com pendentes da LB Iluminação.
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Ana Amélia Velloso | Fone: (81) 9615.9620 Gisele Carvalho | Fone: (81) 9139.3291 Roberta Pessoa de Melo | Fone: (81) 9922.1181
Foto do Quintal: Divulgação/Ícaro Silva
Quintal do Café Um espaço aconchegante para sentar, degustar as delícias do chef Leandro Ricardo e admirar toda a casa. Assim é o Quintal do Café, projetado pela dupla Juliana Neves e Rodrigo Gonçalves. O ambiente, de 40 m², dividido em área externa, atendimento e depósito, tem como ponto forte o aproveitamento de objetos, como os pallets que viraram piso, a bancada de apoio feita com uma porta, além de jarros de cerâmica e gaiolas que viraram luminárias. Como a área está inserida em um jardim, o cuidado com o verde foi priorizado através de uma parceria com o paisagista Wilson Luiz. “Nele, foi criada uma faixa de transição, onde estão plantadas mudas de Isis, com floração amarela, e pedriscos brancos, acompanhando o desenho do piso. Ainda nesse espaço, foi colocada uma proteção de esteira de palha, comprada no Mercado São José, o que reforçou ainda mais a sensação de aconchego”, explica Juliana. A iluminação, feita pelo próprio escritório, utilizou peças artesanais, produzidas com materiais do Mercado São José. Na parte do atendimento, a luz é difusa, para facilitar o trabalho do chef. “As luminárias gaiolas foram inseridas como forma lúdica de coisas encontradas num quintal de uma casa. As luminárias vasos são pontuais, marcando a bancada de apoio do chef e o portal que dá passagem ao Espaço Moda”, justifica. Juliana Neves | Fone: (81) 9803.9404 Rodrigo Gonçalves | Fone: (81) 9212.4989 Café Arquitetura + Design | Fone: (81) 3432.5824
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COZINHA A cozinha é composta de espaço gourmet e espaço de degustação, muito bem integrados e com amplitudes bastante confortáveis. Para otimizar o seu uso, as arquitetas utilizaram de uma bancada de granito em formato ‘U’. “A bancada é parte de um conjunto planejado. Está acoplada à bancada de vidro e participa da ‘conversa’ entre as cadeiras em acrílico amarelo da linha Panton da Living Interiores e as pastilhas de vidro amarelas da Calil Revest. Com a faixa de rebaixamento do teto na mesma cor, o projeto conquistou leveza e sofisticação”, destacam as arquitetas. Cuba, cooktop, coifa e forno são da Tramontina e conferem modernidade aos móveis modulados da New. O laminado preto e de madeira é o contraponto ao aspecto rústico do revestimento de piso e parede Solarium. “Como coringa, temos o painel com revestimentos com motivos florais, exclusivos da Calil Revest”, explicam. Para destacar a cultura local, as arquitetas prestigiaram os artistas pernambucanos: a fruteira de Alexandre Almeida, as peças em mosaico de Wilson Luiz e esculturas de Marilu Melo ilustram o espaço. Escritório de arquitetura Leda Paiva e Cynthia Lira Fone: (81) 3328.4818 / 9139.0290 / 9298.7614
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Foto da Sala de Almoço: Divulgação/Ícaro Silva
SAL A DE ALMOÇO Dentro da proposta minimalista, a arquiteta usa tons neutros: preto, branco e cinza. Como contraponto, o amarelo aparece na mesa de refeições, nos porta-temperos, desenvolvidos com sobras da indústria automotiva. “Cilindros de papelão foram arrecadados, aparafusados entre si e pintados na mesma cor da mesa. Depois, foram chumbados no painel de pastilha, criando cinco nichos para guardar temperos frescos”, destaca Guida. A Cuba em inox, a tábua em madeira, o cooktop Square e a coifa Tube Isla foram fornecidos pela Tramontina para a Sala de Almoço com Cozinha Experimental. Da Docol, veio a torneira monocomando Mangiare. Todo o mobiliário é da Living interiores e os pratos e taças da Bianco Quiaro. A luminária pendente foi executada pela Lixiki. Os revestimentos que combrem o gesso são da Refinare (pastilhas pretas de vidro Vetromani). O piso emborrachado preto é Itafloor. As texturas brancas com verniz prata, da Ibratin, decoram as paredes. Guida Costa | Fone: (81) 3033.3238 / 8694.3423 / 9976.3423
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Foto maior da Sala de Jantar: Divulgação/Ícaro Silva
SAL A DE JANTAR O arquiteto José Goiana preferiu interferir o mínimo possível na Sala de Jantar. O pé direito, de 4,7 m, foi mantido com o forro em madeira original, que recebeu uma pintura na cor azul esverdeado. O piso em réguas de madeira também é original, assim como as esquadrias, com 3,8 m de altura, gerando ventilação cruzada. O requinte está nas luminárias e no mobiliário com design arrojado. Para contrastar com a sobriedade dos móveis em laca preta, o arquiteto fez uso de suas telas, conhecidas pelo colorido vibrante. “Propus uma sala de jantar generosa e, ao mesmo tempo, um local e convidativo para um drink ou uma conversa com amigos”, explica. Da La Lampe, o lustre de vidro e um toucheiro compõem a iluminação. As paredes receberam textura Ibratim Cristalini Médio. Os móveis são da Living e o tapete é da Adroaldo. Os objetos são de Grace Coutinho e do antiquário Moreira Antiguidades. Goiana Arquitetos | Fone: (81) 3327.8610
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Sala da colecionadora No seu espaço, a arquiteta Lenira de Melo projetou um ambiente que é mais que uma galeria de arte. É um espaço de estar para se ter dentro de casa. A iluminação aconchegante da Daluz merece destaque. “Usamos o amarelo para não destoar a tonalidade das obras nem dos objetos aplicados. Como o pé-direito é baixo (2 m), não pude usar forro de gesso e nem aplicar iluminação no teto, pois teria que rasgar a laje e o custo seria muito alto. A saída foi a aplicação de 36 pontos de dicróica ligados na corrente. Todos nas paredes. O resultado ficou muito bom”, atesta. Um ponto que merece atenção é o piso queimado, na cor areia. “Parece areia da praia. Algumas pessoas achavam que não poderia pisar”, brinca. A Ibratin forneceu as tintas, todos os móveis são da Art Garden e, para arrematar a proposta sustentável, a Green Building é responsável pela porta em PVC. J. Maciel, entre artistas como Wilson Luiz, exibe suas fantásticas obras com uso de material reciclável. Lenira de Melo | (81) 9292.7545
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Foto: Divulgação/Ícaro Silva
ESCRITóRIO Os arquitetos procuraram resolver a situação das pessoas que sempre buscaram ter peças de design de alta qualidade, mas não queriam gastar muito no total do projeto. “A utilização de materiais recicláveis ou de baixo custo gerou economia na execução. Dessa forma, é possível transferir os recursos poupados em obra para a aquisição de peças de design e de alto luxo”, destaca Sílvio Andrade. Os jornais velhos viraram papel de parede. De fácil aplicação e preço irrisório, essa alternativa, além de ecologicamente correta, conferiu um aspecto interessante ao ambiente. O custo total da aplicação, feita pessoalmente pelos arquitetos, não ultrapassou os R$ 40. “Outros elementos diferenciados do projeto são as prateleiras feitas com cordas. Os suportes em ferro podem ser feitos em qualquer serralharia com um valor baixíssimo e as cordas adquiridas na feira de Caruaru envolvem esses suportes. O valor aproximado de cada prateleira é de R$25, levando-se em conta que o mais caro nessa execução são os parafusos”, garante Sílvio.
Silvio Andrade Lima | (81) 8826.3087 Helga Vieira | (81) 9282.3184
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Foto: Divulgação/Ícaro Silva
TerraçO de Entrada Para o Terraço de Entrada, as arquitetas buscaram, antes de tudo, valorizar a estrutura original da casa. As paredes do espaço de quase 40 m² foram descascadas até encontrar a camada de tijolos. Vigas, portais das janelas e portas, receberam destaque com a pintura branca. “Todo o ambiente recebe o tom cru e a última parede do espaço recebeu o revestimento de leques do Mercado São José. O teto também segue a linha sustentável. Por isso, foi forrado com algodão cru. O tecido é de fácil acesso e tem o perfil tailandês”, explica Lorena. A ambientação fica por conta da Art Garden, com os sofás. A mesa de centro e o aparador são da Ecovic. A artista plástiva Naiáde Lins exibe suas esculturas em madeira e, para finalizar, a iluminação é de dois tipos: a técnica foi da B&M e a decorativa ficou por conta de Kilder Menezes. Giuliana Zirpoli | (81) 9235.3554 Lorena Pontual | (81) 9101.7065 Elza Mendonça | (81) 9292.1260
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OFICINA Um espaço masculino por excelência, concebido para um colecionador do ícone Fusca, a Oficina do Dono da casa é um ambiente sóbrio. Criado pelo arquiteto Anderson Lula Aragão, todos os elementos do espaço funcionam bem em conjunto ou em separado, como as prateleiras feitas com parafusos longos e elástico de costura entrelaçados numa inusitada e versátil estante. “Ela oferece a possibilidade de mudar seu desenho a qualquer momento”, explica Lula. Os bancos, de madeira reaproveitada, servem para receber os amigos e as originais poltronas, feitas com a tampa do motor de Fusca, para dar ênfase ao gosto do cliente. As luminárias são feitas de cone de trânsito, farol de Fusca e, ainda, uma miniatura do carro em alumínio. Atrês Escritório de Arquitetura | (81) 4104.7888 Anderson Lula Aragão Arquitetura | (81) 3088.5080 / 9943.8275
ADEGA Na Adega, os arquitetos Anderson Lula Aragão, Ina Aragão e Thaty Bayer utilizaram tons sóbrios como o preto, o branco e madeiras naturais. Na decoração, cordas, barris e os sempre presentes pallets se contrapõem a móveis e objetos transfigurados. A iluminação intimista traz lâmpadas com foco e um charmoso pendente em acrílico. “Os bancos em forma de barril dão um toque especial ao ambiente, homenageando Baco, o deus do vinho. A mesa quadrada é apoiada pela Cadeira Pernambucana, de madeira e vime com design tradicional e desenho inspirado em Romero Britto”, revela. A adega dos vinhos é outro destaque. Feita com tubos de PVC reciclados em vários diâmetros, é original e de fácil montagem. Atrês Escritório de Arquitetura | (81) 4104.7888 Anderson Lula Aragão Arquitetura | (81) 3088.5080 / 9943.8275
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Foto: Divulgação/Ícaro Silva
CIRCUL AÇÃO A arquiteta Fernanda Durães quebrou a monotonia de uma circulação comum. Ela pintou o pé-direito de preto para deixar os septos de gesso soltos. Esses últimos foram aplicados alternadamente à direita e à esquerda, dando movimento ao local. “Do lado esquerdo, foram aplicadas as luminárias pendentes de papel de parede, todas de Kilder Menezes Iluminação. Para o lado esquerdo, ficaram as obras de arte de Graça Castro e seu trabalho com metal e peças com banho de ouro, destaca Fernanda. As paredes receberam papel de parede com grafismos de Marcelo Rosebaum.
Fernanda Durães | (81) 3423.3182 / 9963.7666
Foto: Divulgação/Ícaro Silva
Espaço beleza O local original do Espaço da Beleza foi completamente transformado pela designer de interiores Maria Sandra Cruz. “Antes, só havia o peitoril e janelões. Fechei as janelas e criei arcos de 2,5 m² com gesso”, explica. No espaço, lustre central e luminária de piso, do Grupo Luna, comandam a iluminação. Dentre os objetos, espelhos escamados receberam focos de luz. Os móveis são da Casapronta e os adornos, tapetes e cortinas do Espaço Casa. Dentre as cores utilizadas, estão o laranja (paredes), o prata (cortinas de Vânia Teti e persianas) e variados tons de marrom (móveis). Um ofurô de 1 m² e uma cadeira de praia, tornam o ambiente ainda mais propício a momentos de relaxamento.
Maria Sandra Cruz – Decoração & Ambientação | (81) 3088.7323 / 9749.6900
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WC FEMININO Os 3 m² do espaço são revestidos de um vermelho vivo que, para os arquitetos Fabiana Carvalho e Alexandre Litivak, foi a melhor forma de associá-lo à feminilidade. “Resolvemos preservar a madeira do assoalho que foi lixado. A iluminação foca bem a escultura, o painel cerâmico e a área de lavagem das mãos”, conta Fabiana. No piso, foram usadas tábuas de madeira de reflorestamento. “Usamos madeira tingida e trabalhada apenas por marcenaria nas divisórias das cabines sanitárias e na bancada da pia”, comenta Alexandre Litivak. Para quebrar o clima rústico, foram escolhidos a tinta semibrilho da Ibratin para a parede, louças para a bacia da Celite, cubas, lixeiras, porta-sabonetes e porta-toalhas da Bianco Quiaro. Alexandre Litivak | (81) 9147.0813 | Fabiana Carvalho | (81) 9480.0713
L AVABO O lavabo é um ambiente neutro e que destaca muito bem uma parede com revestimento de mosaico com libélulas, exclusividade da Calil Revest. O efeito é muito positivo. Para completar, os mandacarus e a iluminação tornam a parede uma amostra das raízes pernambucanas. A arte de André Nóbrega também entra muito harmoniosamente na proposta da arquiteta. “Os traços da nossa terra estão na cor, a cara do nosso pôr-do-sol”, destaca Conceição. “A bancada do lavabo é a parte fashion. As pastilhas coloridas (Color Mix) são para mostrar que dá pra unir o clássico com a modernidade”, completa. Todos os revestimentos foram da Calil Revest, os acessórios são de Adroaldo Tapetes e Carpetes do Mundo e da Rivage. As tintas são da Ibratin. Conceição Ledo Arquitetura e Interiores | (81) 9972.3831 / 8641.9972
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Quarto DO CASAL O Quarto do casal é focado na acessibilidade. Ele foi reformado para se adequar às medidas de uma cadeira de rodas. A porta foi deslocada e aumentada para o usuário sentir-se bem, sem precisar de ajuda, e não ter ‘cara de hospital’. Foi colocada uma cama especial, que muda de posição automaticamente. “Ser aconchegante era fundamental no projeto que precisou de móveis dimensionados, para serem compatíveis com os usuários. Preservamos o piso original, que foi revitalizado”, destaca Renata. Para finalizar, as colchas, lençóis, cortinas e peças decorativas da Bianco Quiaro e a iluminação de Kilder Menezes. Renata Eskinazi | (81) 9973.2701 | Lucília Andrade | (81) 8639.1396
Quarto de vestir O quarto de vestir é uma extensão do Quarto de Casal, onde o usuário é cadeirante. “Como ele é um ex-atleta, há um espaço para exibição dos seus troféus. O espaço total é de 9 m², então, colocamos espelhos na parede e no teto para ampliá-lo, mesmo baixando o teto com forro de gesso”, destaca Amanda. “Não contratamos lojas de móveis planejados e fizemos em marcenaria (JC móveis) para baratear. O piso é laminado (Arte e Lar), favorável para a circulação da cadeira. No ambiente, foi colocada uma bancada, com computador, pra ele poder escrever e ficar sossegado”, explica. Todos os vidros aplicados são de Eduardo Nóbrega e as luminárias são de Kilder Menezes. Amanda de Moraes Rego | (81) 9203.8410 | Gabriela Santa Cruz | (81) 9913.2292
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Quarto do bebê São 9 m2 de decoração clássica. Assim resume-se o espaço das arquitetas Veruska de Paula e Raquel Vieira. Elas propuseram um ambiente provençal, com tons de branco e bege. Dois pontos merecem destaque: uma fantástica poltrona, aplicada para o ato de amamentar, e o berço. “Todos os móveis têm características rústicas. O berço era da casa (1910) e nós restauramos. A poltrona, foi projetada por nós e fabricada em marceneiro”, explica. Para este ambiente, a Patalu foi o apoio maior. Forneceram quase 100% do mobiliário (lustre, arandela, kit com cama). O piso é todo coberto por tapete de Adroaldo. A Ibratin finaliza a decoração com as tintas bege e branca. Veruska de Paula | (81) 9635.7559 | Raquel Vieira | (81) 9984.1161
Quarto do rapaz Nos 10 m2, as arquitetas projetaram um espaço para o jovem que gosta de artes e viagens. A pintura de uma das paredes do casarão foi preservada por possuir uma textura trabalhada muito elegante. Portais das janelas e portas também foram mantidos. Interagir esse passado com detalhes atuais foi a grande sacada das arquitetas. Para dialogar com os pontos de séculos passados, foi aplicado o grafite em uma parede. “Os tons de cinza e verde musgo foram a saída para que os portais das janelas e as portas altas causassem a sensação de aconchego”, garante Nalderine. As arquitetas usaram a bandeira, que ficava sobre a porta, e produziram uma luminária no teto. Andre Reis | (81) 9212.1572 | Raquel Vieira | (81) 9945.4584
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Foto: Divulgação/Ícaro Silva
CASARÃO Desenvolvido pelas arquitetas Cláudia Paiva e Ana Cláudia Melo, o espaço foi criado por acaso. Elas resolveram trabalhar em cima da eventualidade, explorando o conceito do novo, moderno e sofisticado. Nos 80 m² de área do ambiente, predomina o uso de vermelho e preto, adicionadas ao cinza e ao branco. Os móveis de fibra sintética e os estofados foram desenvolvidos pela Arte e Fibra. No muro, foi utilizado um revestimento de pedra natural da Refinare, que destaca as peças das artistas plásticas Eduarda e Delly Figueiredo. “Como a área toda é externa, o piso foi valorizado com o tapete vermelho, da Adroaldo, resistente às intempéries. No passeio, optamos pelos blocos de concreto intertravados da T&A”, enfatiza. Na Fachada, a iluminação ficou por conta da Daluz.
Ana Cláudia Melo | (81) 9904.1699 | Cláudia Paiva | (81) 9987.8374 / 9147.3623
Foto: Divulgação/Ícaro Silva
Artes Ao chegar à parte externa da casa, o visitante se depara com o painel “O Retratista” de 32 m², esculturas e quadros harmonizados com a paisagem repleta de plantas e uma belíssima mangueira. O ambiente, destinado a Oficina de Artes Manoel Nunes, traz variadas obras do artista plástico pernambucano. O homenageado escolheu peças produzidas em diversas fases de sua vida, feitas em cerâmica esmaltada e queimadas em alta temperatura. “As obras são desenvolvidas em um trabalho de pesquisa associado com meus sentimentos. Este ano, tive fases bem ecléticas, nas quais eu trabalhei peças grandiosas retratando o masculino, o feminino e o colorido dos palhaços bem coloridos com toda sua felicidade’, explica Manoel. Manoel Nunes | (81) 9971.3133 | Marcelo Lira | (81) 3271.3755
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arte
arquitetura e
Arte fotos FELIPE MENDONÇA
Ao longo dos 35 ambientes que integram a Morar Mais por Menos Recife, uma verdadeira exposição se descortina aos olhos mais atentos. Destacamos cinco, entre tantos artistas, para oferecer aos leitores um preview do que é possível encontrar no casarão. Procuramos, ainda, resgatar um pouco sobre essas personalidades que contribuíram, e muito, para o sucesso da Mostra.
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Ar te de Renovar É possível criar obras com sucata e destacar as nossas raízes? J. Maciel é o exemplo claro de que mente em ebulição gera arte de alta qualidade
J.Maciel Fones: (81) 3077.9021 / 9959.9021
Latinhas de refrigerante, panelas velhas, peças de carro... todos esses materiais de alumínio são terreno de trabalho de J. Maciel. “Comecei a desenvolver minha arte nos anos 80 e já passei por setores como desenho, pintura figurativa, óleo em tela e, hoje, me especializo em esculturas de bronze e metal”, explica o escultor. J. Maciel tem sua própria casa de fundição, onde derrete as sucatas que recebe de ONGs e produz sua ferramenta de trabalho. Reciclagem, não agredir a natureza e reutilização de energia são seus motes de trabalho. Pífano – Essa obra de arte surgiu de um convite que o artista recebeu em Maceió. Ele precisava representar a cultura do povo nordestino em sua obra e revestir todo o prédio da Assembleia Legislativa de Alagoas. A obra usou 2.210 peças para o quarteirão inteiro do órgão. Foram 30 toneladas de alumínio, exibindo carnaval, maracatu, praia, frutas, entre outros elementos da nossa terra. Segmento – Desenhar algo sem suspender o lápis do papel é o conceito dessa obra. “Um traço leva a outro, dando segmento a um novo traço, até a obra terminar”, explica J.Maciel. Trata-se da necessidade de criação. Essa peça é super preparada para integrar ambientação e pode ser usada na vertical e na horizontal. Medidas: 1,86 m de comprimento, 50 cm de largura e 5 mm de profundidade.
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A leveza do ferro O artista plástico Luiz Milha brinca de desconstrução no processo criativo de suas peças decorativas “Eu vejo no ferro um tipo de leveza”. Foi devido à paixão por essa matéria-prima que, há 18 anos, o artista plástico Luiz Milha, 54 anos, começou a produzir esculturas, painéis e instalações. Além do ferro, materiais reciclados como madeira, resina, plástico, areia, alumínio e vidro são utilizados pelo artista na produção de suas obras. Segundo Milha, todo o ‘lixo’ que ele adquire é garimpado antes, pois ao pegar os elementos base, ele já sabe qual peça irá produzir. Os trabalhos do artista são inspirados em assuntos do dia a dia e em sua atração por animais e esferas. Lagartixa - A obra de 2,15 m e 6 kg, afixada na parede do quarto do Cafofo do Filho, foi confeccionada usando materiais como ferro soldado, resina e areia para não enferrujar e dar mais durabilidade a peça. A escultura foi inspirada em animais que são vistos comumente na residência do artista, como a lagartixa. Maracatu - A escultura, que é constituída por materiais como ferro, bola de bilhar, areia, resina, alumínio, vidro e plástico e mede 70 cm de altura x 30 cm de diâmetro, faz parte da decoração da Sala de Arte da Colecionadora. A obra representa uma mulher dançando com uma saia rodada e movendo o corpo para frente e para trás, como nos passos de maracatu. Luiz Milha Fones: (81) 9646.3849 / 8618.0128 / 3451.8590
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Eixo criativo gera diversidade Naiáde Lins é pura personalidade. Peças de características fortes são a marca da artista conhecida internacionalmente As peças de Naiáde Lins destacam o novo, o inusitado, o contemporâneo. “É a chance de pegar algum material e transformar uma matéria prima em uma grande surpresa”, destaca Naiáde, que já atravessou as fronteiras nacionais e, hoje, tem peças exibidas em países como Portugal, França, Itália, Espanha e Estados Unidos. Escultura Pau Rainha - Medindo 12 m, a peça foi criada pela artista especialmente para o espaço do Escritório. O conceito desta obra brinca com as formas e as possibilidades que a madeira natural pode proporcionar. Fauna Nossa – Devido à paixão por animais, Naiáde produziu uma coleção especial com bichos como tamanduá, onça, cachorro vira-lata, cobra, preguiça e gambá. Nessa linha, a artista lança mão de seu talento para transformar, em obras de arte, sobras escanteadas de madeiras de demolição. Naiáde Lins Fone: (81) 9971.9696
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Teoria e inspiração Criações do artista plástico Tiago Amorim são, inevitavelmente, cercadas e história e filosofia, tudo com a influência de grandes nomes da arte
O artista plástico Tiago Amorim é um exemplo daquelas pessoas que nasceram para a arte. Ele começou a desenvolver suas habilidades ainda criança, brincando de recortes com cacos de porcelana. “Desde que me entendo por gente, sempre gostei de Gaudí, Picasso e outros artistas que ‘descobria’ através de seus trabalhos”, fala em tom modesto. Para o artista, as obras são a materialização do espírito de seu criador. Por isso, é preciso trabalhar com prazer. Nas peças de Tiago, é possível perceber a predominância de cores fortes. “O verde, o vermelho e o azul cobalto são minhas cores prediletas. Elas são explosivas e viscerais. Assim também é o meu trabalho”, defende. Pinha - A pinha tem origem ibérica e é uma tradição dos mouros. Ela é a síntese da pirâmide e atrai a energia de cima para baixo. Sua aplicação é versátil, podendo ser utilizada em qualquer estrutura, seja de grande ou pequeno porte, e decorar de forma harmoniosa qualquer ambiente. Assim, pode ser confeccionada em diversos tamanhos, a depender de sua funcionalidade. Pássaros - Os pássaros são um símbolo de vida que vêm do ar para a terra. Para o artista, a forma é tão importante que seus pássaros são facilmente identifcados. Alados ou não, pelicanos ou garças, todos com suas características. Tiago Amorim Fone: (81) 3429.1230
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Sustentabilidade refinada Wilson Luiz, artista e paisagista, exibe claramente o que está na suas veias. Obras sustentáveis e com mosaicos bem trabalhados Wilson Luiz é um artista nato. Autodidata em mosaico, há 13 anos trabalha com essa técnica, unindo gosto e curiosidade. A busca por novas formas de trabalho, de aplicação, novos materiais, fizeram o artista ser requisitado em projetos de grandes nomes da arquitetura pernambucana. Wilson representa o bom uso de materiais, valorização da cultura e preservação ambiental. “Trabalhando para hotéis e grandes projetos residenciais, produzia jarros e vasos para ambientação. Sempre questionado sobre a planta ideal para usar, vi no paisagismo uma oportunidade nova de mercado”, explica o artista. Foi se capacitar. Hoje, integra as duas artes em suas obras. Jarros – Para as peças, Wilson, antes de finalizar, é capaz de visualizá-la pronta. No caso dos objetos da Sala de Estar, ele estudou um design de fora e fez uma releitura do vaso. O material usado é todo em pastilhas de porcelana pretas, que garantem o perfil rústico e moderno. Pinhas – A Sala de Arte da Colecionadora recebeu peças de Wilson. Entre elas, três pinhas. Segundo o artista, elas representam a cara da nossa terra e remetem a séculos atrás. O barro é um material que ele gosta muito de trabalhar e é o que forma a estrutura das peças. As três pinhas recebem, ainda, pastilhas branco cristal e de fibra de coco. Para finalizar, uma cortiça importada. “Uso bastante material nobre, mas que ia ser jogado fora”, finaliza o artista. Wilson Luiz Fone: (81) 3032.5451 / 8800.5909
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