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® ARQUITETURA - DECORAÇÃO - DESIGN - ARTE ... A N O X I I - N º 8 2 - D I S T R I B U I Ç Ã O DI R I G I DA

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SIMPLESMENTE OLINDA _p.52

Diretor Executivo Márcio Sena (marciodesena@gmail.com) Coordenação Gráfica e Editorial Patrícia Marinho (patriciamarinho@globo.com) Felipe Mendonça (felipe.bezerra@globo.com) REDAÇÃO / DESIGN Patrícia Calife (patriciacalife.sim@gmail.com)

Roberto Lúcio abre as portas do seu ateliê e revela um novo trabalho

RÁPIDAS_p.12 As novidades da seção Fique por Dentro

PLURALIDADE_p.66 Casa, ateli e pousada numa mistura de história e modernidade

CHARME_p.74

GELLADEIRA_p.26 Destaques de posters vindos da web

LIVROS_p.28 Recomendações de Peixinho para designers

Descubra o estilo colonial da Pousada do Amparo

JARDINS_p.30 Kozmhinsky e o cuidado com algumas plantas

RESTAURAÇÃO_p.84 Projeto em parceria com o Iphan recupera casa em Olinda

MERCADO_p.34 Edite Araújo e André Arruda em duas Feiras

Projeto_p.42

CAPA

Uma dupla e múltiplas soluções

Foto: Marco Pimentel Roberto Lúcio em seu ateliê em Olinda.

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ARTE_p.62 Um roteiro da arte em Olinda por Célia Labanca

DELÍCIAS_p.94 Maravilhas da food styling Paula Labaki

Beth Oliveira Edi Souza Erika Valença Renata Farias Diego Pires Micaele Freitas Greg Marco Pimentel Revisão Fabiana Barboza (fabiana_barboza@globo.com) Arquiteto Colaborador Alexandre Mesquita (mesquitaita@gmail.com) Operações Comerciais Márcio Sena (marciodesena@globo.com) Eliane Guerra (81) 9282.7979 (comercial@revistasim.com.br) Assessoria Jurídica Aldemar Santos - O.A.B. 15.430 SIM! é uma publicação bimestral da TOTALLE EDIÇÕES LTDA Redação R. Rio Real, 49 - Ipsep - Recife - PE CEP 51.190-420 redacao@revistasim.com.br Fone / Fax: (81) 3039.2220 Comercial R. Bruno Veloso, 603 - Sl 101 Boa Viagem - Recife - PE CEP 51.021-280 comercial@revistasim.com.br Fone / Fax: (81) 3327.3639 Os textos e artigos assinados não refletem necessariamente a opinião da revista.







EDITORIAL

As cores, as ladeiras e a arte de Olinda invadiram as páginas da SIM! O clima da Cidade invadiu a redação e nos permitiu produzir uma revista leve, mas recheada de referências históricas e referências culturais. A matéria de capa fala sobre o encantador trabalho do artista plástico Roberto Lúcio, que hoje tem seu nome associado à cidade patrimônio, em sua nova exposição. Dando sequência, a curadora do MAC, Célia Labanca, propõe um roteiro de ateliês Olindenses que são parada obrigatória para os apreciadores de arte. Nossa equipe também passeou pelas famosas ladeiras da Cidade Alta em busca de projetos que traduzissem o estilo do local. A Pousada do Amparo, com sua arquitetura colonial foi a primeira parada. O segundo trabalho encontrado foi um espaço multifuncional, que abriga uma casa, um ateliê e uma pousada, tudo muito colorido e repleto de elementos naturais. Para finalizar, uma casa cuja obra teve apoio do Iphan para que fosse possível resgatar toda a história ali contida. Também demos um giro pela feira de Milão, sob o olhar do designer André Arruda, e pela Feira de iluminação Ligth + Building, pela lightdesigner Edite Araújo, com todas as tendências das áreas. A pedido da SIM!, o arquiteto Alexandre Buffa propõe soluções inteligentes para os mais diversos ambientes. E mais as seções Jardins, Delícias, Gelladeira e Fique por dentro. Não perca tempo... Leia SIM!

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Marco Pimentel

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Fotos: Marco Pimentel

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1. A Revitech, distribuída exclusivamente pela Calil Revest, traz para o mercado sua nova coleção de pisos em PVC, intitulada Madeiras Brasileiras. Todos os sete modelos visam resgatar as belezas naturais sem comprometer o meio ambiente, utiliza 70% de PVC reciclado pós-consumo e possui certificado FloorScore. (81) 3326.5925

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2. Em 2012 as cores fortes ainda continuam da moda, inclusive na decoração. A Espaço Casa está com uma coleção belíssima de suede – tecido de poliéster com acabamento tipo flanelagem imitando a camurça. Algumas das cores disponíveis na loja são: tangerina, vermelho mirtilo, amarelo mostarda e rosa cereja. (81) 3241.8598

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Divulgação

3. A Maria Casa está cheia de novidades e dentre os produtos vale ressaltar o sofá Scott. Produzido com 1 m de profundidade, é bipartido, o que facilita na locomoção. Pode vir com largura de 2 m a 3 m. A cartela de estampas ultrapassa 1.200 possibilidades. (81) 3327.6499 www.facebook.com/pages/mariacasa

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4. A IF Soluções Planejadas traz novidades para deixar a cozinha mais espaçosa e segura. Prateleiras fixas na parede, cozinha integrada, fogão embutido e bancadas para pia com compartimentos para guardar utensílios são algumas das opções. (81) 3032.1129 www.ifplanejados.com.br





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Fotos: Divulgação

1. O pendente Glò, da marca italiana Leucose, assinado pelo designer Danilo de Rossi, é a aposta da EuroLight. A luminária é feita à mão e segue do topo até próximo ao chão. Ela é composta, ainda, por uma peça auxiliar que imita uma poça d’água. (27) 3026.1919 | www.eurolight.com.br 2. A Droid ingressa no segmento de decoração e lança o Wall Panel, um revestimento de paredes fabricado em MDF colorido de alta resistência. O produto é uma solução sustentável feito com madeira de reflorestamento. A linha é vendida em painéis de 2,44 x 1,22 m com 16 mm de espessura. www.merchandising.com.br

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3. Os revestimentos ecológicos Solarium, que foram premiados com selo iF Design Award 2012, agora estão disponíveis na Refinare. Na loja, podem ser encontradas as linhas Catavento e Praga, assinadas pela designer Renata Rubim. (81) 3241.6364 | 3031.6763 www.refinare.com.br 4. A Onda Decoração conta agora com a linha completa da marca americana Kitchen Aid. Produtos como cooktops, liquidificadores e fornos com gavetas aquecidas e resfriadas podem ser encontrados na loja. (81) 3325.1722

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Fotos: Divulgação

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1. A Ceraflame lançou sua linha de panelas em cerâmica assinada pelo chef e apresentador Edu Guedes. São dez peças e um conjunto de produtos desenvolvidos a partir de matéria-prima inorgânica, que garantem a ausência de contaminação por resíduos metálicos. www.certaceramica.com.br

Fotos: Divulgação

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2. Aconteceu nas últimas semanas o Vivid Sydney. O festival trouxe instalações de iluminação artística em vários lugares de Sydney, apresentações de música na Opera House e vários eve ntos criativos. O Vivid Light incluiu esculturas de iluminação artística. www.vividsydney.com 3. A Elettromec, em parceria com a francesa De Dietrich, lançou o Cooktop Piano. Através de um sistema diferenciado de indução, ele esquenta apenas o local em que é colocada a panela, esfriando logo após a sua retirada. www.elettromec.com.br

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4. A Cinex, especializada em portas e divisórias de vidro e alumínio, traz ao mercado a obra “As Portas da Itália”. O livro compila um acervo visual desenvolvido em Veneza e Murano em que o leitor é apresentado às mais antigas técnicas de trabalhar vidro sob o calor do fogo. (54) 3455.2222 | www.cinex.com.br 5. A lista de produtos descolados da Coisas Geniais aumentou. São mais de 30 novas peças para casa, com opções para decorar vários ambientes. As almofadas e panos de prato, por exemplo, foram desenvolvidos pra quem gosta de arte e design exclusivo. www.coisasgeniais.com.br


Fotos: Greg e Marco Pimentel

O artista plástico Carlos Pragana apresenta sua nova fase em exposição no Centro Cultural Correios, que acontece entre os meses de junho e julho. A mostra “Desconstrução”, que conta com curadoria do crítico de arte Weydson Barros Leal, enfoca a experimentação do artista com o uso do acrílico sobre papel. “Proponho a desconstrução no processo de construção da obra para chegar ao limite mínimo do descobrimento do momento da criação”, reflete o artista. Segundo Weydson Leal, “as novas pinturas de Pragana refletem a sua vigorosa inquietude diante das possibilidades da arte”.

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mais no site | www.revistasim.com.br Confira a matéria sobre a exposição e os bastidores da montagem no nosso site


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Fotos: Marco Pimentel

A Estação Quatro Cantos, Olinda/PE, é desses lugares, em Olinda, onde é possível degustar um bom café e apreciar comidinhas muito saborosas. Além da gastronomia, a casa traz obras de vários artistas plásticos e peças de artesanato local. A proposta do espaço é tornar a arte mais acessível ao público em geral. (81) 3429.7575 | www.estacao4cantos.com.br

mais no site | www.gastroonline.com.br Conheça o menu e a proposta do espaço

Fotos: Marco Pimentel

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A Casa do Cachorro Preto é um dos novos espaços de Olinda que promete reunir arte, música e estimular a troca de ideias. Com essa proposta irreverente, o objetivo da casa é abrigar exposições de artistas que nunca tiveram oportunidade de expor suas obras, além de contar com uma loja para a venda dos mais variados trabalhos de arte. (81) 3493.2443 | facebook.com/acasadocachorropreto99

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mais no site | www.revistasim.com.br Saiba detalhes da Casa do Cachorro Preto na web


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Fotos: Greg

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Charm by Márcia Nejaim A Florense apresenta suas novas soluções em cozinha, a linha Bistrot e a Santa Fé, ambas da coleção Charm, que não só acompanham as novas tendências mundiais de decoração, optando por um design retrô sofisticado, quanto faz largo uso das cores no mobiliário. A missão de simular a aplicação das peças para o público ficou a cargo da arquiteta Márcia Nejaim. O resultado dessa casadinha pode ser conferido no showroom da marca. “Foram dois exemplos diferentes 100% planejados com a coleção. Estes móveis, aparentemente específicos para casas de campo, podem facilmente ser usados nos espaços gourmets dos apartamentos atuais, nas cozinhas integradas às áreas sociais também em casas de praia”, defende Márcia. Nas duas cozinhas, os tampos das bancadas de trabalho foram executados em Silestone Eco, material tão resistente

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quanto o granito, com a vantagem de ser antibacteriano e com uma seleção de padrões muito variados. Na bancada de apoio da Santa Fé, uma mesa em madeira laqueada, disponível em varias cores, dá um toque de modernidade e irreverência. Tanto a mesa quanto os armários têm pintura microtexturizada, que pode ser aplicada numa variação de 32 tons para se adequar a qualquer projeto. Destaque para a coifa com TV da Falmec, de design sóbrio e higt tech. As ambientações e as peças foram marcadas pela valorização dos detalhes. Os vidros e puxadores aplicados são exclusivos, as “sancas” que finalizam os módulos superiores dão ar de personalização aos móveis, os porta-pratos em madeira ou ferro são tão elegantes que são feitos para ficarem aparentes, assim como a adega em ferro. Todo o mobiliário é assinado pelo arquiteto Henrique Stayer e pode ter acabamento artesanal, com pintura anticato envelhecida.

Márcia Nejaim (81) 3326.6652 | 33264783 www.nejaimazevedo.com.br Florense (81) 3302.3800 www.florense.com.br


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Greg

Gelladeira

A cada edição da SIM! temos a missão de achar pessoas e objetos com a cara do Gelladeira. Dessa vez, a ideia é mostrar pôsters que fazem qualquer um imaginá-los em suas paredes. Voilà!

Catarina Monteiro e Rebeca Gouveia são designers www.gelladeira.wordpress.com catarina.designer@gmail.com gouveia_rebeca@hotmail.com

1. Urban Arts Inaugurada em maio de 2009 por André Diniz, a Urban Arts é uma galeria digital onde os artistas, designers e ilustradores podem comercializar seus trabalhos. Vários estilos a transformam no espaço mais pop do Brasil, toda semana com peças novas. Por lá, além de quadros, há reproduções das obras em qualquer superfície. Os pôsters dessa galeria são impressos em jato de tinta 8 cores, com alta qualidade, em papel fotográfico Matte 260 g e montados num substrato rígido ou enrolados. Todas as artes tem tiragem limitada de 150 prints e acompanham um certificado de garantia. www.urbanarts.com.br

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2. Estúdio Cereja O Estúdio Cereja é um ateliê de pintura e criação representado por Ana Medeiros, Anne Pires, Denis Okala e Leo. Suas criações únicas deixam qualquer ambiente especial e com a cara do cliente. Tem desenho pra todo gosto: romântico, divertido, lúdico, família... É tanta coisa linda que a gente não sabe o que escolher. Os preços variam entre R$ 30,00 e R$ 50,00. Ótima opção para se presentear ou presentear alguém querido. Fica a dica! http://estudiocereja.tanlup.com/

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Imagens: Divulgação

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3. Degree Degree é um site de Singapura que adora lançar ideias e pensamentos diferentes. Um exemplo é o pôster Things We Forget Poster, criado por artistas locais e que traz uma série de mensagens passadas pelos autores. Post its espalhados no meio das ruas eram preenchidos e, posteriormente, foram arrecadados para juntos formarem esse pôster genial! Os preços variam de 18,00 à 110 dólares e eles entregam no Brasil todo. http://www.degree.bigcartel.com/



LIVROS Livraria Cultura - Paço Alfândega www.livrariacultura.com.br

PEIXINHO Multidesign (81) 3429.2563 www.multidesign.net.br/

1. O valor do design – guia da ADG Brasil de prática profissional do designer gráfico Editora Senac “Esse livro é de total importância pois, além de apurar e expor conceitos muitas vezes esquecidos na profissão, orienta como se deve conduzir um projeto desde a sua concepção até os ganhos que venham a ser gerados.”

Fotos: GREG

Ainda pequeno, Ricardo Peixe, mais conhecido como Peixinho, já brincava de ser designer no estúdio do seu pai João Roberto Peixe. Formado em 1996 pela UFPE, logo assumiu a frente dos negócios e hoje comanda o mais antigo escritório de design do Nordeste e figura entre os cinco mais tradicionais do Brasil. A convite da Revista SIM!, ele selecionou e indicou títulos de destaque dentro da sua área e em atividades afins. Confira!

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3. Visual design – 50 years Alexandre Wollner Editora: Casac e Naify “Conhecido por ter um estilo rigoroso e exigente, Alexandre Wollner é considerado um dos principais nomes na formação do design moderno no Brasil. O livro delineia sua trajetória profissional e também apresenta a profissão como ferramenta de peso na modificação da cultura e da economia.”

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2. Manual do freela Bruno Porto Edtora 2AB “O autor partiu de conhecimentos práticos para delinear esse título. Ele tem como objetivo não apenas orientar o freelancer a vender o seu trabalho, mas também de como se pode fazer uma apresentação diferenciada, já que as mídias digitais e multimídias passam a assumir um papel importante para o mercado.”

4. Pernambuco design 2008 Editora Grupo Paes “Esse livro é de grande importância para Pernambuco uma vez que é o registro da produção do design local em 15 anos. O título aborda também a evolução dos trabalhos indo desde sua versão gráfica até a web. É uma peça preciosa para quem quer conhecer o design local através dos seus nomes e produções.” 5. Cartazes musicais Kiko Farkas Editora: Cosac Naify “É um livro que apresenta o trabalho de um artista de linguagem muito solta e autoral. Na publicação, o autor comprova, com maestria e através da sua produção, a existência de um diálogo fiel entre o design e as artes plásticas.”



jardins

Marcelo Kozmhinsky é agrônomo e paisagista. www.raiplantas.com marckoz@hotmail.com Fone: (81) 9146.7721

Atenção!

Cuidado com as plantas

Escolher uma planta para casa, apartamento ou escritório geralmente é um momento prazeroso. A escolha por essa e não aquela geralmente está ligada à beleza, forma, tamanho, flores, aroma ou adequação ao ambiente. Outras vezes, a escolha é ditada pela superstição como tirar mal olhado, trazer felicidade, fortuna, sorte, etc. O único erro está em não se conhecer se a planta é adequada para ao ambiente pela sua toxidade ou por causar possíveis problemas para crianças em faixas etárias distintas. A presença de princípios ativos que causam toxidez é uma forma de defesa do vegetal contra seus predadores – animais que se alimentam dele. Assim, ao provar um pedaço de algumas dessas plantas e não passar bem dificilmente um animal, como um cachorro, fará isso de novo. De acordo com o Ministério da Saúde, acontecem aproximadamente 2.000 casos de intoxicação por plantas no Brasil e, destes, 70% é com crianças. Na idade de 0 a 5 anos, elas geralmente entram em contado com o conteúdo dos vasos de casa, como o Comigo-ninguém-pode, o Tinhorão e o Antúrio. Já na faixa de 6 a 12 anos, a maior recorrência é com Coroa-de-cristo, Pinhão roxo, Mamona e Chapéu-de-Napoleão. Entre os adultos, as intoxicações são por conta do uso inadequado de plantas medicinais, alucinógenas ou abortivas, a exemplo da Buchinha e da Saia-branca (Beladona). É imprescindível que a escolha da vegetação para casa ou para execução de um projeto paisagístico leve em conta sua finalidade e quem vai usufruir do espaço. Jardins frequentados por crianças e pequenos animais não devem trazer plantas tóxicas, sejam folhas, flores ou frutos. Lembrando que a manifestação da toxicidade das plantas pode se dar tanto por contato quanto por ingestão.

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Plantas tóxicas mais incidentes: • Família das Euphorbiaceae: Bico de papagaio, Coroa-de-cristo, Cróton, Mamona e Aveloz. • Família das Apocinaceae: Alamanda, Chapéu-de-Napoleão, Espirradeira e Jasmim-manga. • Família das Araceae (muito conhecida e utilizadas em jardins e residências): Comigo-niniguém-pode, Tinhorão, Antúrio, Taioba, Costela-de-adão e Copo-de-leite. • Outras plantas tóxicas (algumas comuns em jardins, praças e condomínios): Buxinho, Dama-da-noite, Hera de muro, Flamboyanzinho, Vinca, Trombeteira, Jatrofa, Mulungu, Lantana, etc.

Dicas importantes para prevenção ou em caso de intoxicação: • Mantenha as plantas venenosas fora do alcance das crianças • Conheça as plantas venenosas existentes em sua casa e arredores pelo nome e características • Ensine às crianças a não colocar plantas na boca e não utilizá-las como brinquedos (fazer comidinhas, tirar leite, etc.) • Não prepare remédios ou chás caseiros com plantas sem orientação médica • Não coma folhas, frutos e raízes desconhecidas. Lembre-se de que não há regras ou testes seguros para distinguir as plantas comestíveis das venenosas. Nem sempre o cozimento elimi-

na a toxicidade da planta • Cuidado ao podar plantas que liberam látex, elas provocam irritação na pele e principalmente nos olhos • Após a poda, evite deixar os galhos em qualquer local ao alcance de crianças • Ao manusear plantas venenosas, use luvas e lave bem as mãos ao terminar • Em caso de acidente, procure imediatamente orientação médica e guarde a planta para identificação • Em caso de dúvida, ligue para o Centro de Intoxicação de sua região

Então, quando for adquirir uma planta que tal saber mais informações sobre elas? E se for fazer um projeto paisagístico é bom sempre atentar para essa questão. Procure um paisagista. Ele deverá dar todas as informações necessárias.

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MERCADO

Tendências As luzes e os desenhos do décor mundial Recentemente o universo do design de interiores teve seus maiores eventos simultâneos, o tradicional Salão de Milão, onde é possível se ter uma prévia do que vem pela frente em termos de mobiliário e design aplicado ao produto, e a badalada Light + Building, que dita moda quando o assunto é iluminação e apresenta as possibilidades que a tecnologia proporciona à área. Como a SIM! não podia ficar de fora, recrutamos dois especialistas para guiar nossos leitores pelos eventos, contando tudo o que viram e, principalmente, os destaques das Feiras. Com vocês, as impressões do Designer André Arruda, que mostra a criatividade e a tecnologia aplicada a ambientes inteligentes, além de peças de desenhos únicos; e a light designer Edite Araújo, da Daluz Iluminação, que fala sobre os novos materiais e soluções e pontua o que deve permear os projetos até a próxima edição da Mostra. Apertem os cintos e boa leitura!

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mais no site | www.revistasim.com.br Confira mais sobre a Feira de Milão na ótica do arquiteto e designer Lourival Costa no nosso espaço virtual



MERCADO

Light + Building por EDITE ARAÚJO - Daluz Iluminação

edite@daluziluminacao.com.br fotos ARQUIVO PESSOAL Marco Pimentel

Realizada em Frankfurt, Alemanha, a edição 2012 da Light + Building derrubou preceitos e abriu, definitivamente, espaço para o novo. A premissa defendida pelos cerca de 60 expositores foi de aplicação da tecnologia em prol da beleza e da funcionalidade. O evento alcançou uma maneira didática de traduzir para o mercado as possibilidades de tendências e materiais e o que está por vir em termos de atualização, explorando a tríade decoração + design + mobiliário. A Feira foi seccionada em trends: Fluorescent Modern, com cores aplicadas ao moderno, que retrata uma mistura que antes não se pensava ser possível; Hot Elegance, um chic com tons metálicos e espelhos, que trouxe de volta o dourado nas peças; Soft Minimalist, com formas orgânicas e geométricas e muito branco em espaços arrojados; e Natural Community, com tons amadeirados, peças ligadas à terra com características touch e sustentabilidade, como as luminárias de Ingo Mauren, que brinca com os animais fotossensíveis atraídos para a luz.

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mais no facebook https://www.facebook.com/RevistaSIM.br No facebook da SIM! tem um álbum com mais fotos selecionadas da Feira, vai lá!

Na página ao lado: 1. Luminárias em formas geométricas podem ser agrupadas em novos desenhos, personalizando a peça 2. Os carpetes em tela serão a nova tendência para ambientes comerciais. Eles suportam peso considerável e tornam o ambiente interativo 3. Luminárias em vidro soprado, além de tendência, são exemplo de trabalho artesanal. Cada peça tem sua peculiaridade 4. As peças classificadas no trend Soft Minimalist inovam e brincam com as formas e foram trabalhadas em tons de branco 5. O trend Fluorescent Modern impressiona pelo uso dos mais diversos tons da paleta de cores 6. O uso de madeiras vergadas na composição das peças confere à luminária o aspecto da técnica de dobradura origami

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A diversidade é tanta que o maior ponto de convergência está no uso do LED e do OLED (LED orgânico com carbono em sua composição). Como essa é uma fonte de luz muito pequena, dá ao designer a possibilidade de não se prender a nenhuma forma. O segundo ponto mais explorado foi a personalização das luminárias, viabilizado pela tendência do uso da geometria. As peças quadradas, triangulares e etc. são replicadas e agrupadas (como colmeias) de acordo com cada projeto, individualizando o objeto. As infinitas possibilidades estendem-se também ao uso de cores. Peças discretas também estão bem em voga, com uso de luminárias de “traço”, ultrafinas, com pontos simples de luz. Destaque, ainda, para o amplo uso de cortinas de vidro ou acrílico com efeitos luminosos e peças em policarbonato; móveis iluminados em materiais transparentes, foscos ou translúcidos; spots embutidos ou sacados das paredes que são verdadeiras instalações, agregando uso de marcenaria e/ou gesso; as luminárias flutuantes que dispensam o fio de naylon para sustentação; e os novos materiais em bijoux de materiais flexíveis, como papel e sanfona. Dentre as empresas que mais chamaram a atenção, estão a Weplight e a Brandina. A primeira, trabalha a forma de origami com madeiras vergadas retiradas de áreas de reflorestamento. A segunda, aposta no vidro, nesse caso soprado, que é um material conveniente e muito adaptado para iluminação, permitindo o uso de cor, movimento e formas. Entre os stands, destaque para o da Foscarini, com seus carpetes ‘animados’ de projeções interativas e que suportam peso considerável, ideal para boates e eventos. Os efeitos outdoor, propostos no espaço, certamente se tornarão indoor em lojas e no comércio, onde o cenário se comunicará com o público através das telas. Uma bela previsão do que vem pela frente!


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MERCADO

Milão high tech por André Arruda

zaca.conteudo@gmail.com fotos ARQUIVO PESSOAL

Em sua 51a edição, o Salão Internacional de Móveis de Milão se reafirma como um dos maiores eventos internacionais de design de produtos. Neste ano o evento contou com o reforço do Salone Internazionale Dei Mobili di Cucina \ Eurocucina, dedicado à produção de artigos voltados para a cozinha, além do já consolidado Salone Satellite com jovens designers do mundo inteiro, que apresentou trabalhos mais recentes com o tema o “Design-Technology”. O evento faz perceber a grande influência de inovações tecnológicas em novos materiais e processos aliados ao design, que possibilitam o surgimento de produtos inovadores e até revolucionários. No mobiliário residencial, desenhos multifuncionais para otimização de ambientes. Empresas como a italiana Clei mostraram sofás e poltronas que podem ser facilmente transformados em cama, sem abrir mão de elegância e sofisticação. Camas embutidas agora facilmente transformam-se em mesas de estudo para crianças. Outro projeto interessante é o da Bread & Style, com luminárias de sistemas magnéticos que levitam e podem ser aplicadas a outros produtos. Portanto, não basta um projeto possuir ideias inovadoras, é preciso que materiais, ferramentas e processos acompanhem esta evolução.

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mais no site | www.revistasim.com.br Confira no site da SIM! a entrevista que André realizou com o designer Sérgio J. Matos, que expôs seus produtos na Feira de Milão.

Na página ao lado: 1. A poltrona circular foi executada em chapas de acrílico encaixadas, com espaços para livros ao redor 2. A tailandesa Crafactor aposta na diversidade de materiais 3. A poltrona Balaio é inspirada nas feiras do Nordeste. A estrutura é feita em aço e o acabamento em algodão colorido 4. Os puffs Carambola lembram a fruta e são de aço, com tramas artesanais de cordas de poliéster 5. Sofá Biesse, da italiana Clei, transforma-se em cama 6. A cadeira vermelha é feita em chapas de alumínio, com apenas um apoio para o braço. A preta é totalmente em alumínio

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Entre os diversos expositores internacionais, destacou-se a Infiniti, cuja coleção de cadeiras utiliza os desenhos e cores inconfundíveis do pernambucano Romero Britto. Seguindo essa tendência, a tailandesa Crafactor, trouxe produtos e mobiliários utilizando não só materiais locais, como bambu, mas também alumínio e cerâmica. Voltando para a Eurocucina, além de produtos com níveis tecnológicos avançados, marcaram presença também objetos simples, que facilitam o dia a dia da cozinha, com larga utilização de materiais e fontes renováveis, como o bambu e plásticos reutilizáveis. Já no Salone Satellite, marcaram presença os brasileiros Nicole Sareta, Pedro Franco, Tatiana Guimarães e Sérgio Matos, além de um stand da PUC do Rio de Janeiro e da Mostra Jovens Designers. Afora o Salão, durante toda a semana Milão se torna a capital do design, com centenas de exposições e mostras abertas ao público por toda a cidade. O Brasil teve destaque tanto com os famosos trabalhos dos Irmãos Campana, como também com a exposição Brasil S\A, com cerca de vinte peças premiadas no País, e a mostra Rio + Design, com mais de 30 produtos em seu acervo.


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PROJETO

MÚLTIPLAS

SOLUÇÕES! por BETH OLIVEIRA fotos GREG e MARCO PIMENTEL

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Alexandre Buffa e Ana Cláudia Campello apresentam opções simples e versáteis para facilitar o dia a dia


Em projetos de ambientação, às vezes, pequenas modificações ou até mesmo recursos simples podem proporcionar mais comodidade. Que tal transformar um espaço de circulação em um escritório ou aplicar no quarto um móvel com função dupla para abrigar equipamentos eletrônicos e separar ambientes? É sempre pensando em concretizar o desejo dos clientes, de modo prático e funcional, que os arquitetos Alexandre Buffa e Ana Cláudia Campello executam seus trabalhos, sem perder de vista princípios ergonômicos, estéticos e funcionais. A convite da Revista SIM!, a dupla selecionou alguns recursos aplicados por eles, mostrando que simples resoluções podem trazer mais versatilidade aos projetos. Em alguns casos, com o intuito de ganhar mais espaço ou de adequar os elementos às necessidades do cliente, os arquitetos planejaram soluções bem resolvidas, que ultrapassaram as limitações do ambiente e conferiram mais comodidade e praticidade à sua utilização. Alexandre Buffa e Ana Cláudia Campello Fone: (81) 3441.9569 | buffacampello@globo.com

O mobiliário bem selecionado se completa com móveis planejados, resultando em visual contemporâneo, afetuoso e confortável ALEXANDRE

Nessa sala de estar, a grande sacada foi a utilização de um painel de madeira, de desenho próprio, com o objetivo de esconder os fios dos equipamentos eletrônicos.

O papel de parede, que remete ao couro, confere charme ao lugar e diminui o valor dos recursos aplicados ao projeto.

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PROJETO

O que mais incomodava o casal, na antiga configuração do quarto, era o fato de o armário ficar dentro do ambiente de dormir. Eles também reivindicavam mais espaços para guardar as roupas ALEXANDRE

A dupla planejou um closet que, aparentemente, não caberia na área de 22 m² da suíte. O móvel, dupla face, separa sem individualizar totalmente os espaços e tem um painel voltado para a cama, que serve de suporte para os equipamentos eletrônicos. O outro lado do planejado, executado pela Florense, se configurou no closet, que apresenta desenho sofisticado e conta com nichos, prateleiras deslizantes e fixas, porta gravatas, porta cintos e gavetas de vários tamanhos e alturas.

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PROjETO

Fizemos as modificações em planta

para atender as necessidades do casal, que gostaria de ampliar a sala de estar ANA CLáuDIA

Toda a fiação do home theater foi embutida no teto. Para chegar até a TV, os fios descem pelo tubo de aço, que é a base do rack giratório, outra solução interessante no espaço. Ele permite que a televisão seja direcionada para a sala de jantar, a varanda, o estar ou o escritório, de acordo com a preferência do casal.

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O antigo quarto se transformou em um escritório, de 5 m², que pode ou não ser integrado à sala de estar, de 25 m², através da porta de correr espelhada. No espaço que, a princípio, estava “perdido”, os arquitetos planejaram uma adega. No escritório, destaque para o móvel planejado com desenho contemporâneo em harmonia com o mobiliário de herança.

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PROJETO

O desejo do casal era poder ter um ambiente sofisticado e despojado ao mesmo tempo, com espaço para dormir, closet e escritório. Tudo em um só local Ana Cláudia

Com 25 m² de área, o ambiente recebeu um guarda roupa que reforça a integração entre os espaços. O arquiteto conta que tirou partido da planta do apartamento e projetou o escritório em um canto do quarto, de difícil projeção. Os planejados são da Unaidea e foram desenhados pelos arquitetos.

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Um móvel “coringa” divide o quarto e o escritório e abriga a TV, com possibilidade de ser direcionada para qualquer lugar da suíte. Ainda conta com puxador que serve como cabide para roupas em uso no dia a dia.





CAPA

simplesmente Patrimônio Histórico e Cultural da Humanidade, Olinda é uma cidade cheia de encantos e mistérios. Foi por esse motivo, que a Revista SIM! resolveu conhecer mais de perto esse lugar que é sinônimo de arte, arquitetura e estética. Para começar a imersão no clima olindense, apresentamos a nova fase do artista Roberto Lúcio, que realiza exposição no Santander Cultural durante o mês de junho. O colorido das obras e o diálogo com a urbanidade são uma das ligações com o estilo da Cidade. Em seguida, propomos um giro pelas ladeiras que “escondem” impressionantes ateliês de renomados artistas plásticos. Quem indica os lugares certos a visitar, é a diretora do Museu de Arte Contemporânea, Célia Labanca, que preparou uma sequência bastante atraente. Na seção de projetos, descobrimos três espaços interessantes que mostram um pouco da múltipla arquitetura olindense, onde predominam valiosos casarões antigos. A casa do artista Léo Santana e da produtora Cibele Teixeira é um exemplo do estilo moderno tanto na decoração quanto no conceito, já que abriga, ainda, um ateliê e uma pousada.

Esculturas: Léo Santana | Fotos: Greg

A Pousada do Amparo traz nos detalhes de suas acomodações uma forte influência do estilo colonial e da arquitetura portuguesa, além da revitalização. Finalizando os projetos, um imóvel residencial que é modelo em preservação e restauração do Patrimônio Histórico. Com esta incursão, fechamos o passeio por entre os encantos dessa cidade multicultural e, paradoxalmente, de identidade tão singular.

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ARTE

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Um Roberto LĂşcio

REINVENTADO! por BETH OLIVEIRA fotos MARCO PIMEnTEL

que desaguam em nova Artista resgata trabalhos anteriores

fase

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ARTE

A inquietude urbana e o olhar apurado sobre o cotidiano foram dois elementos que conduziram o artista plástico Roberto Lúcio em sua descoberta criativa. A efervescência desse processo estético e, até mesmo, de experimentação ideológica resultou na exposição “Totem e Cetim”, que acontece durante todo o mês de junho, no Santander Cultural. Com curadoria do carioca Marcelo Campos, a mostra é uma grande síntese simbólica do trabalho desse artista paraibano de origem e olindense de coração. Além de ser, como afirma o próprio Roberto, uma espécie de “consequência de processos”. A principal fonte de inspiração e observação, que se configurou em seis pinturas, três painéis fotográficos e uma montagem, foi um símbolo do cotidiano urbano: os cartazes de rua, também conhecidos como lambe-lambe. Enquanto que os cinco objetos de madeira foram

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um resquício da forte ligação do artista com suas memórias afetivas do popular. “O curador pegou duas etapas interessantes do meu trabalho, principalmente a série A Casa Acesa, que é um resgate da casa de meus pais, e alguns objetos que eu desenvolvi pós essa fase. Então, essa seria uma consequência das exposições anteriores”, explica Roberto. Nesses trabalhos inéditos, o artista explora a plasticidade dos cartazes de rua, tanto conceitualmente quanto visualmente. Ele se permite explorar formas, texturas, cores e junções de efeitos diversos que desaguam em sua pintura, tudo graças à captação fotográfica desse material vindo das ruas. “Isso é o que me envolve no dia a dia. Esses lambe-lambes são uma coisa impressionante, é uma solução pobre do outdoor e que vai contra as leis municipais. Antes, só se usava isso para coisas bregas, mas hoje todo mundo usa esses cartazes. Então,

essa dinâmica transitória e esse processo me interessam, você passa à noite e vê e pela manhã já não estão mais lá”, reflete. Há três anos, o artista plástico tem se preparado para essa exposição que traz, ainda, a sua ligação com a geometria das formas irregulares. Os objetos em madeira indicam de modo consubstancial o significado da Mostra, que questiona os totens, elementos deificados pelo homem. É a partir daí, que o artista propõe um questionamento sobre aquilo a que se adora nessa urbanidade. “As madeiras e o cetim são um resgate, a partir das memórias afetivas, da arte e dos brinquedos populares. Aqui é a parte do brilho e da sedução do cetim que faz um contraste com a madeira natural como suporte”, comenta. A consequência desses processos revela um Roberto Lúcio maduro, que se consente experimentar sem limites, mantendo a criticidade e o questionamento como enfoque.


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ARTE

Olhar de fora para dentro Há pelo menos cinco anos sem realizar uma grande exposição individual no Recife, Roberto Lúcio recebeu um convite especial do curador e crítico de arte Marcelo Campos. “Ele me escolheu, entre outros artistas, para compor a agenda do Santander Cultural. Foi um olhar de fora para dentro”, explica Roberto. No texto de curadoria da exposição, Campos afirma que “Roberto Lúcio elabora uma compreensão original da herança popular brasileira, em objetos feitos com materialidades muito aproximadas às dos brinquedos, dos ornamentos de rua e, com o advento da cultura de massas, aos cartazes da publicidade. A rua é seu ponto de observação. E é justamente dali, por entre volutas barrocas e outdoors pops, que se elaboram reapropriações de imagens, formas, engrenagens, dando-se a tudo uma novo verniz”. É com este olhar que o crítico convida o artista a expressar seus questionamentos e a revelar essa nova fase do seu trabalho.

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A ligação com Olinda Roberto Lúcio tem uma ligação interessante com Olinda, onde instalou seu ateliê e moradia há pelo menos 30 anos. “Quando vim morar aqui, fui atraído pelos grandes espaços, tinham muitos casarões para se trabalhar. Na época, ninguém queria morar aqui, mas havia muita paz e tranquilidade para produzir. Então, fui ficando e me adaptando à Cidade. Mas, hoje, é um tumulto muito grande. Olinda se tornou barulhenta e tudo o que acontece faz a Cidade parar”, declara. A vista deslumbrante do seu ateliê, que mostra a bela paisagem do Recife ligado à Olinda, é um dos elementos de inspiração do artista em seus momentos criativos. O espaço imenso abriga todos os instrumentos de trabalho, que vão de tintas e pincéis à madeiras e ferramentas de marcenaria. Além disso, o ambiente comporta todas as obras preparadas para a exposição, com um detalhe, há lugar específico para expor os trabalhos, com direito à iluminação direcionada e toda pompa de galeria. É nesse cantinho mais que especial que Roberto Lúcio produz a sua arte para o mundo, com os pés bem fincados em território pernambucano.

Roberto Lúcio robertolucioarte@gmail.com | (81) 9978.5059 Exposição “Totem e Cetim” De 13 a 30 de junho | Santander Cultural Av. Rio Branco, 23, Bairro do Recife, Recife/PE • Página 56: Cartaz 40 | 41 | 43. Fotografia sobre Canvas, 2012 • Página 57: Escada para o Céu. Objeto em Madeira e Cetim 2006 • Página 58: Cartaz 34. Técnica mista s/tela, 2011 • Página 58: Painel cartazes lambe-lambe, 2012 • Página 59: Muro de Olinda 1. Técnica mista s/ tela, 2011

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ARTE

OLINDA para contemplar Caminhar pelas ladeiras de Olinda é desses passeios que leva o visitante a pensar e sentir a arte, seja em forma de pintura, aquarela, escultura, fotografia, gravura ou desenho. Foi nessa cidade de clima mágico, que nas décadas de 1970

Fotos Marco Pimentel/Celso Pupo - Shutterstock

e 1980, muitos artistas plásticos se estabeleceram e desenvolveram trabalhos, tanto em grupos como individualmente. Dos vários movimentos artísticos existentes nessa época, surgiram os ateliês dos grandes nomes pernambucanos. Por isso, a Revista SIM! convidou a diretora do Museu de Arte Contemporânea de Pernambuco, Célia Labanca, para indicar onde se escondem esses verdadeiros tesouros.

A diretora recomendou 11 opções que são referência em Pernambuco. “Escolhi nomes e lugares de peso, os melhores artistas do Estado, que têm trabalhos consolidados e já contribuíram muito para a arte”, argumenta. Ela complementa com status de especialista no assunto, “na hora que você olha uma obra de arte, sua alma entra em paz”. Célia finaliza dizendo que quem estiver na cidade não pode deixar de conhecer essas obras, tanto pela qualidade técnica quanto pela importância histórica de seus exponentes.

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ARTE

2

3

Guita Charifker

Luciano Pinheiro

Marcos Cordeiro

Rua Saldanha Marinho, 206, Amparo Fone: (81) 3429.1758

Rua Bispo Coutinho, 828, Carmo Fone: (81) 3429.0232

Rua do Bomfim, 147, Carmo Fone: (81) 3439.8814

1

4 Marisa Lacerda Rua de São Bento, 184, Varadouro Fone: (81) 3429.2721

5

6

Museu de Arte Contemporânea de Pernambuco (MAC)

Museu Regional de Olinda

Rua 13 de Maio, 157, Varadouro Fone: (81) 3184.3153

10

7 Roberto Lúcio Rua do Amparo, 293, Amparo Fone: (81) 3429.2141

Rua do Amparo, 128, Amparo Fone: (81) 3184.3159

8

9

Samico

Sérgio Vilanova

Rua de São Bento, 55, Varadouro Fone: (81) 3429.2841

Rua do Amparo, 224, Amparo Fone: (81) 3439.7629

11

Tânia Carneiro Leão

Tereza Costa Rêgo

Rua Bernardo Vieira de Melo, 281, Carmo Fone: (81) 3429.0833

Rua do Amparo, 242, Amparo Fone: (81) 3429.2008

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+ mais no site www.revistasim.com.br Ficou curioso? Então conheça o trabalho e a obra desses artistas no site da SIM!



PROJETO

Uma casa multifacetada por RENATA FARIAS fotos GREG

Fernando Tourinho f.hipercentral@gmail.com (31) 8888.8832 Motta & Gruner mottagruner@gmail.com (31) 3342.4118 | (21) 3507.4782 Susana Leal Santana sulealsantana@hotmail.com (31) 3221.4549 | 9113.6464

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Quatro arquitetos unem forças para transformar edificação em espaço funcional e cheio de referências O projeto seria relativamente simples. A grande dificuldade é que ele teve que contemplar uma casa, uma pousada e um ateliê e, ainda assim, estar dentro dos padrões de preservação das características históricas segundo a Prefeitura de Olinda e o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Para fazer tudo isso acontecer num espaço de aproximadamente 170 m², trabalharam nada menos que quatro profissionais, todos de Minas Gerais. Os arquitetos Cristiano Sá Motta e Ricardo Gruner, da Motta & Gruner, foram os responsáveis por boa parte da execução do projeto. Já a especialista em conservação e restauração de monumentos e conjuntos urbanos históricos Susana Leal Santana foi fundamental para, além de auxiliar no desenvolvimento do trabalho, manter a formatação dentro dos padrões legais.


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Toda a responsabilidade foi triplicada quando os moradores Cibele Teixeira e Léo Santana, produtora e artista plástico, quiseram participar intensamente no projeto, desenvolvendo peças e modificando áreas que não existiam. A casa possui três pavimentos. Logo na entrada: um ambiente que faz às vezes de antessala e um banheiro social. Reaproveitamento é a palavra de ordem nesta casa. O pé da pia, por exemplo, foi comprado numa loja de antiguidades e adaptado à cuba de louça tradicional. A mesa utilizada como apoio para obras foi montada aproveitando as caixas que o artista utiliza para transportar suas peças.

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O salão central, com uma cozinha funcional conjugada, serve também como área de exposição. “Sugeri para os moradores que preservassem a madeira, o telhado e a cerâmica”, assume Susana. Isso pode ser visto no móvel que compõe a sala e no piso das suítes do andar superior, ambos trabalhados em pinus natural — uma madeira relativamente barata e resistente — criação dos arquitetos Cristiano e Ricardo.

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A parede de tijolo aparente ganha charme e sofisticação com um detalhe que remete a azulejos. “Isso, na realidade, é um pedaço da passarela do estilista Ronaldo Fraga. Ele pediu para que eu fizesse para um desfile e logo depois nós dividimos. Achei uma boa ideia usar na parede”, conta Léo.

No pavimento superior, apenas duas suítes com sala íntima, que lembram os bangalôs dos balneários com acomodações simples, informais e com vista para o mar de Olinda. Léo revela que esse espaço não existia anteriormente. Era um ambiente fechado e sem nenhuma utilidade. “A ideia de abrir a casa para receber pessoas nos obrigou a transformá-la”, diz.

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Já no pavimento inferior, um único salão serve de ateliê de arte e acomodação para artistas ou turistas. “De modo informal, nós separamos os ambientes por cortinados, biombos ou painéis deslizantes”, explica o arquiteto Ricardo. No chão, um mix de cerâmica e cimento queimado foi mantido pelos arquitetos e dá um ar rústico e ao mesmo tempo sofisticado. A iluminação ficou a cargo do arquiteto Fernando Tourinho. “O conceito do projeto foi manter a discrição para não competir com as obras de arte expostas e, ao mesmo tempo, valorizar todas as funções usuais do espaço, tornando-as ainda mais práticas”, explica. No projeto luminotécnico foram especificados equipamentos novos e antigos, da Interpan e do designer Ganso, amigo dos moradores, seguindo sempre a proposta flexível e misturada da casa.

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PROJETO

ia r tó is h m o c m e g a Hosped por EDI SOUZA fotos MARCO PIMENTEL

Pousada do Amparo preserva o estilo colonial, pernambucano e português Não é só por abrigar importantes ateliês e oferecer gastronomia versátil que a Rua do Amparo tornou-se endereço de charme para turistas e moradores da Cidade Alta de Olinda. As casas de número 199 e 191 integram a estrutura de cinco imóveis da Pousada do Amparo, que soma 15 anos de funcionamento. O estilo clássico e de influência portuguesa marca os detalhes de arquitetura de interiores observados da recepção aos quartos.

Ronaldo L’Amour Fone: (81) 3268.5818 graub@uol.com.br Pousada do Amparo Fone: (81) 3439.1749 www.pousadadoamparo.com.br

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O projeto foi pensado quando o morador da casa 199, Kléber Dantas, convidou o arquiteto Ronaldo L’Amour para a reforma do lugar. “No começo da década de 1990 ele já era especialista em construções do Patrimônio Histórico. Aproveitei sua expertise para a revitalização também do imóvel ao lado, que acabara de adquirir. Apenas térreo, acomodava, em amplos vãos, uma igreja”, lembra o proprietário, mostrando o que hoje é cozinha e área do café, divididas por cerâmica Brennand e piso de madeira. “O antigo púlpito agora reúne mesas e cadeiras. O tijolo aparente daquela época foi preservado. Já o trecho branco sinaliza a intervenção para a erguida do sobrado”, aponta Kléber.


Atualmente, hóspedes e visitantes também desfrutam do charmoso terraço do restaurante Flôr de Côco. A área resguarda o clima arejado e até bucólico do jardim, que antes não era tão bem aproveitado.

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A primeira fase do trabalho levou em conta a leitura do patrimônio existente e adequação à nova proposta de uso. “Descobrimos que em outra época havia um pavimento superior, constituído por balcão na fachada sustentado pelos cachorros de pedra, que são os pequenos blocos de concreto. O próprio reboco denunciava a existência de paredes altas”, explica L’Amour sobre os vestígios indispensáveis para aprovação do projeto no Iphan. “A partir daí definimos a volumetria. Mas como compor a fachada? O desenho original era expressivo, porém nos adequamos ao entorno sem perder o tom diferenciado. Quem observar bem notará o desenho reto e sóbrio, favorecido por cimalha e gradeado limpo, entre outros detalhes específicos. Na obra, exploramos os mesmos materiais utilizados por todo o sítio, a exemplo da alvenaria, da parede rebocada e do vasto uso da madeira”, completa o arquiteto.

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Já no interior das duas casas, agora interligadas, é que o estilo clássico pôde ser agregado às formas convencionais de Olinda. Por isso, as grandes portas de madeira foram mantidas na varanda que dá para a rua e integram a composição de escada, corredor e quarto. Na recepção, o destaque vai para o acervo de arte formado por importantes nomes locais, como a talha de Tarcísio Andrade, o quarteto pé de serra de Heleno da Luz e a índia pintada por João Holanda.

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No começo, eram oito acomodações já constituídas por itens reaproveitados de demolição, o que favoreceu ao aspecto rústico dos ambientes. Um dos quartos é chamado de Fortim, e tem cerca de 30 m2, com espaço de varanda para o jardim e banheira sobre elevado de mármore. O lugar ainda recebeu quadro do artista Geraldo Barbosa e tapete produzido no município de Lagoa do Carro/ PE. Onde, por muitos anos foi o quarto de casal do proprietário, tornou-se então um canto de “arrumação eclética e aconchegante, com materiais de diversas épocas”, opina L’Amour sobre a ambientação assinada pelo amigo Kléber Dantas. Na mesma casa, a acomodação Milagres ostenta a réplica da cama do Palácio Episcopal exposta no Museu Regional de Olinda. O móvel, de tamanho ampliado, transmite imponência ao lado dos objetos garimpados em antiquário.

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No teto, o painel de madeira retirado de entulhos do município de Nazaré da Mata/PE, apresenta texto em latim legível graças ao processo cuidadoso de restauração. O ambiente ainda é composto por obras dos artistas Calazans e Walter Freitas.

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Desde 2001, quando três casas na mesma rua foram incorporadas à estrutura, o número de acomodações subiu para 18. “O perfil desse outro lado é mais colonial, ainda que pensado na medida certa. Ambientei a partir das minhas preferências, pois gosto de dosar o clássico com o contemporâneo”, revela Kléber. As opções de lá são as maiores da pousada, a exemplo do chamado Frevo. Ele possui móveis fabricados pelo artesão Bill de Olinda e outros de inspiração francesa. No chão, as marcações originais de onde existiam paredes – numa tentativa de delimitar os dois períodos de construção. O banheiro é um charme à parte. Possui a tradicional banheira vitoriana de ferro fundido e piso em mármore carrara. “É um lugar mais limpo e claro. Gostei muito de conhecer este, como todo o conjunto atual do empreendimento que conquistou seu público”, comenta o arquiteto ao finalizar o percurso junto à SIM!, após anos de entrega do projeto.

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PROJETO

a i r ó t s i h A Lucemberg Matoso (81) 8643.1215 bergmatoso@hotmail.com

s o i r á n e c e d s é v a r at por ERIKA VALENÇA fotos GREG

Projeto orientado pelo Iphan redescobre a arquitetura de edificação transformada pelo tempo

Quem anda pelas ruas da cidade alta de Olinda já deve ter sentido alguma curiosidade de saber o que existe por trás das portas seculares dos casarões antigos. Pensando assim, convidamos o leitor a conhecer as dependências de um imóvel residencial, que é modelo em preservação e respeito ao Patrimônio da Humanidade. Encontrada em ruínas, a casa, localizada à Rua Prudente de Morais, passou por um processo intenso de restauração e agora apresenta sua arquitetura em estado original. “Encontrei essa casa em um estado deplorável, mas, minha paixão pela história, principalmente pela cidade de Olinda, me incentivou a revitalizá-la. Para mim, esse trabalho agregará um importante valor à sociedade uma vez que dará oportunidade às gerações futuras de conhecer um casario do Sítio Histórico, agora da forma como ele foi planejado e não com a função que o homem do presente tenha a ele atribuído”, conta o advogado Paulo Perazzo, proprietário da casa. Para realizar qualquer projeto arquitetônico em áreas históricas é preciso seguir todas as exigências do Iphan, entidade que orientou a realização do processo sem a descaracterização do patrimônio. Para o arquiteto Adolpho Lomachinsky, que delineou a primeira proposta de intervenção da casa, “o projeto teve como objetivo a restauração completa sem mudança de seu uso habitacional, seguindo todas as leis que cabem a esse tipo de obra. O planejamento visou minimizar os efeitos de intervenções equivocadas, que descaracterizaram elementos significativos”, afirma.

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Durante dois anos, a casa, que contou com um exército de profissionais indicados pelo Ceci (Centro de Estudos Avançados de Conservação Integrada), passou por um intenso processo de restauração. O trabalho resultou na descoberta de preciosidades como detalhes em folha de ouro, pinturas das mais diversas épocas — Século XIX e XX ­— além de um afresco com mais de 200 anos de existência, este localizado no hall de entrada, salas e corredores.

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Segundo o restaurador Lucemberg Matoso, o espaço abriga uma riqueza patrimonial e histórica incomensuráveis, “encontramos verdadeiros tesouros nas paredes. Para chegar a esse resultado, tivemos que realizar um profundo estudo estratigráfico. Com ele, chegamos a identificar mais de 18 camadas de tintas em cima do afresco principal. Esse material sobreposto ajudou a conservar o estado de perfeição que, hoje, se encontra essa obra. Os painéis são feitos de uma técnica bastante utilizada ainda na época da Roma Antiga e que os portugueses trouxeram para cá. Aqui, esse tipo de trabalho foi chamado de ‘escaiola brilhante’”, revela.

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Nos quatro pavimentos da casa é possível se deparar com novas descobertas e mais resgate histórico. A exemplo disso, o santuário localizado na parede de um dos quartos, os degraus em pedra do mar, os detalhes da escadaria principal, os elementos decorativos do forro e o estuque, bem como pisos, todos em ladrilho, e portas de madeira maciça. “Foi uma tarefa trabalhosa. Para encontrar os ladrilhos, por exemplo, precisei buscar fornecedores por todo o Brasil e, assim, compor todo o piso com pedras idênticas. O melhor de tudo é ver, com todo esse esforço dispensado, a historia ressurgir ali, na minha frente. Isso é o que importa”, finaliza Perazzo.

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delícias

Arquite tura do sabor por beth oliveira fotos GREG

A Chef Paula Labaki aposta na construção estética de suas criações

É com muito esmero e precisão que a paulista Paula Labaki elabora um verdadeiro trabalho de arquitetura gastronômica. Em todas as suas criações é possível observar o domínio de cores, formas, volumes, texturas e linhas. A chef aplica o conceito do food styling, que é a arte de produzir visualmente a apresentação dos alimentos. “Meus pratos representam a paixão que eu tenho pelo que faço. Assim como o artista cria sua obra, eu crio as minhas receitas. Para mim, eles imprimem aquilo que sou, são a minha poesia”, revela. Essa inspiração culinária traz uma forte ligação com o seu início na gastronomia. “Morei até os 15 anos numa fazenda no interior de São Paulo. Por isso, a minha cozinha tem influências do ingrediente fresco, dos aromas e do cheiro de terra molhada”, explica. A Revista SIM! conferiu de perto o trabalho da chef, que preparou sugestões surpreendentes. Dentre elas está um ceviche de tilápia com azeite de beterraba, sunomono de pepino e batata em rolha dourada no azeite, com apresentação vertical e base espelhada, explorando a geometria e os tons. “Sempre penso em várias coisas numa montagem. Ela tem que ter textura, colorido e movimento. Então, o primeiro momento é o olhar e depois vem o resto, o aroma, o paladar e os sabores”, argumenta.

PAULA LABAKI www.lenalabaki.com.br Fone: (11) 4329.7779| 8112.7030

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É assim que ela vai modelando suas criações, que apresentam um conceito muito elaborado. “Quando começo a idealizar um prato, desenho na minha cabeça como ele vai ser. Então, quando faço um trabalho food stylist é como se fosse um projeto de arquitetura mesmo, como uma construção. Inicio pelas bases até chegar ao final”, declara.



delícias

Paula também apresenta o lagostim com farofa de pão e castanha, acompanhado por salsa de ervas frescas, que ganhou duas versões. Na primeira, a base de madeira faz alusão às pedras de encosta do mar, enquanto que a farofa representa a areia, brincando com texturas, tons terrosos e contra luz. Na segunda, cascas de madeira são usadas como base para abrigar a composição, onde os ingredientes estão servidos em panelinhas. Destaque para a proporção, o jogo com o volume e a variação cromática.

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