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EDItOrIAL DIRETORES Sônia Inakake Almir C. Almeida EDITORA Rosali Figueiredo

Caro leitor,

PÚBLICO LEITOR DIRIGIDO Diretores e Compradores

Grande parte das atenções dos educadores, gestores e autoridades está voltada neste

PERIODICIDADE MENSAL exceto Junho / Julho Dezembro / Janeiro cuja periodicidade é bimestral

momento para o Ensino Médio. Em Brasília, a Câmara de Educação Básica do Conselho Nacional de Educação finaliza as novas diretrizes curriculares para este ciclo escolar. A presidente Dilma Rousseff, por sua vez, deve lançar ainda em março o Programa Nacional de

TIRAGEM 20.000 exemplares

Acesso à Escola Técnica (Pronatec), com financiamento nos moldes do Prouni ou FIES. Nos

JORNALISTA RESPONSÁVEL Rosali Figueiredo MTB 17722/SP jornalista@condominio.inf.br

estados, os sindicatos das escolas privadas se movimentam para debater o Plano Nacional

CIRCULAÇÃO Estado de São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná, Minas Gerais

Na esfera pública, alguns governos estaduais expandem seus programas de integração entre

de Educação para os próximos dez anos, enquanto, paralelamente, discutem como financiar um Ensino Médio de horário integral e complementado por disciplinas profissionalizantes. o Ensino Médio e o Técnico. O pano de fundo de toda esta movimentação traz algumas indagações comuns: como

DIREÇÃO DE ARTE Jonas Coronado

evitar os elevados índices de evasão escolar no Ensino Médio? Como estimular o aluno que

ASSISTENTE DE ARTE Rodrigo Carvalho

frequenta o curso, de forma a que seu desempenho seja no mínimo próximo àquele observado

ASSISTENTE DE VENDAS Emilly Tabuço

e autonomia ao jovem ao término do período, suficiente para que ele alce voo próprio?

entre os estudantes do Fundamental? Como chegar a um modelo que propicie formação Relatório recém-divulgado pelo Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) mostra

CONTATOS PUBLICITÁRIOS Alexandre Mendes Silvana Tesser Sônia Candido

que os desafios se estendem aos demais países, especialmente àqueles em desenvolvimento ou menos desenvolvidos. O documento “Situação mundial da infância 2011 - Adolescência: uma fase de oportunidades” revela uma média mundial de um adolescente fora da escola

ATENDIMENTO AO CLIENTE João Marconi Juliana Jordão

para cada grupo de cinco, proporção que atinge um em sete no Brasil. Atenta a essas preocupações, a edição de março da Direcional Escolas publica três reportagens que perpassam essa renovação da Educação Básica no País, abordando

IMPRESSÃO Prol Gráfica

modelos, práticas e experiências que procuram atender ao novo perfil do aluno e da própria sociedade. São as pautas Especial (“Quando a Sala de Aula Funciona”), de Gestão (“Ensino

Conheça também a Direcional Condomínios e Direcional Educador www.direcionalcondominios.com.br www.direcionaleducador.com.br

Para anunciar, ligue: (11) 5573-8110 Filiada à

Tiragem auditada por

Fundamental e Médio: Formatos e Investimentos”) e do Perfil da Escola. Este apresenta um verdadeiro case sobre o tradicional Colégio Rio Branco de São Paulo, que nos últimos dez anos vem construindo um modelo de gestão de ensino voltado a garantir práticas de uma escola inovadora. Claro que toda gestão demanda também atenção cotidiana à infraestrutura de apoio e serviços, pois é necessário garantir a operacionalização desses propósitos, dessas diretrizes. Nesse sentido, as Dicas “Ensino de Artes”, “Documentação” e “Iluminação” trazem informações valiosas ao mantenedor, bem como o Fique de Olho sobre a “Terceirização de Serviços”. Esta edição de março antecipa, portanto, muitas das questões que estarão presentes em nosso 1º Direcional Educação, evento agendado para o dia 13 de abril, entre 8h e 13h40, no auditório do Colégio Maria Imaculada, localizado no bairro do Paraíso, em São Paulo. Sob o tema “Em tempos de mudanças, qual direção seguir?”, nosso encontro terá as conferências

Não é permitida a reprodução total ou parcial das matérias, sujeitando os infratores às penalidades legais.

do educador Mário Sérgio Cortella, ex-secretário de Educação da Capital paulista e professor

As matérias assinadas são de inteira responsabilidade de seus autores e não expressam, necessariamente, a opinião da revista Direcional Escolas.

páginas internas).

A revista Direcional Escolas não se responsabiliza por serviços, produtos e imagens publicados pelos anunciantes. Rua Vergueiro, 2.556 - 7ª andar cj. 73 CEP 04102-000 - São Paulo-SP Tel.: (11) 5573-8110 - Fax: (11) 5084-3807 faleconosco@direcionalescolas.com.br www.direcionalescolas.com.br

titular da PUC em São Paulo, e de Christian Rocha Coelho (mais informações em nossas Uma boa leitura a todos. Rosali Figueiredo Editora

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Tiragem de 20.000 exemplares auditada pela Fundação Vanzolini, cujo atestado de tiragem está à disposição dos interessados.

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SUMÁrIO

ESPECIAL

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Quando a Sala de aula Funciona

Um aluno antenado o tempo todo na web, nos games e celulares, exposto ao excesso de informação, integrado às redes sociais e inquieto diante das relações convencionais de ensino e trabalho, leva as escolas a implantarem programas de desenvolvimento profissional do educador e também de novas metodologias de aula.

FIQUE DE OLHO

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Os estabelecimentos de ensino têm a possibilidade de fazer parcerias estratégicas para a contratação de serviços de mão de obra além de recreação, esportes, treinamento e idiomas. Elas facilitam a gestão diária dos negócios e ampliam, sobremaneira, o portfólio de produtos educacionais.

gEStãO

PErFIL DA ESCOLA

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Colégio Rio branco

Tradicional instituição de ensino de São Paulo, o Rio Branco concebeu um modelo próprio de gestão do ensino-aprendizagem, de forma a construir, paulatinamente, uma escola inovadora, afinada aos princípios da LDB e dos Parâmetros Curriculares Nacionais.

Terceirização de Serviços

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mudanças no Ensino Fundamental e médio

Novas Diretrizes Nacionais para o Ensino Fundamental de 9 Anos e o Ensino Médio deverão consolidar a renovação da Educação Básica no Brasil. No Ensino Médio, por exemplo, instrumentos como a autonomia das instituições, ensino integral, profissionalização e empreendedorismo pretendem combater a desmotivação dos jovens.

DICA

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Ensino de artes

Subdividida em três grandes áreas de expressão – plásticas, cênicas e musicais – as artes contribuem, e muito, para a aprendizagem geral dos estudantes, mas seu ensino demanda planejamento e infraestrutura, com salas, ferramentas e materiais apropriados.

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Documentação

Um variado corpo de leis e normas federais e estaduais obriga as escolas a guardarem documentos relacionados aos alunos, docentes, rotinas etc. É possível profissionalizar a guarda de todo esse material, adotando-se procedimentos de gestão de arquivos.

ÍNDICE

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iluminação

Novos ambientes de aprendizagem impõem um tratamento diferenciado de luminotécnica. Na sala de aula convencional, por exemplo, basta manter um fator mínimo de luminância, com distribuição equilibrada. Mas os espaços equipados com telas e monitores exigem que se redobrem os cuidados.

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ÍNDICE Acessórios – 20, 21 Alambrados - 30 Assessoria Contábil – 20, 2ª Capa Auditório - 20 Bebedouros – 20, 21 Brindes – 17, 22, 23 Brinquedos Educativos – 8, 22 Câmeras – 26 Coberturas - 34 Coleta Seletiva de Lixo – 20, 21 Contabilidade – 2ª Capa Estudo do Meio – 24 Eventos - 24 Excursões - 16 Filtro – 20, 21

Gestão Escolar – 25 Grama Sintética – 31, 32, 33, 1ª Capa Idiomas – 24 Informática - 25 Jogos – 22, 31, 32, 33, 1ª Capa Laboratório – 24 Lâmpadas – 21 Lavadoras de Alta Pressão – 20, 21 Lousa – 26 Material de Limpeza – 20, 21 Microscópios – 24 Modelos Anatômicos – 24 Móveis – 8, 27, 28, 29, 4ª Capa Parque – 16 Pisos – 29, 30, 3ª Capa

Pinturas Especiais - 25 Playgrounds – 31, 32, 33, 1ª Capa Produtos e Equipamentos para Limpeza – 20, 21 Projetores – 26 Quadras – 30 Quadros – 26 Radiocomunicação – 26 Refeições - 10 Revestimentos – 29, 30, 3ª Capa Segurança - 26 Sistema de Gestão – 25 Sistemas de Segurança - 26 Tapetes – 20, 21 Terceirização - 33 Toldos – 34 Viagens - 34

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ESPECIAL: QUANDO A SALA DE AULA FUNCIONA (CAPACItAçãO, INFrAEStrUtUrA E MEtODOLOgIAS)

“A DIDÁTICA DA ‘SALIVA’ TEM QUE SER SUPERADA” Para dar conta das mudanças no perfil do aluno, dos novos parâmetros do ensino, do déficit na formação dos professores, da forte presença das tecnologias da informação na vida moderna, as escolas devem investir no apoio ao educador, para que ele extrapole o ambiente da sala de aula, mas, ao mesmo tempo, traga o mundo para dentro dela. Por Rosali Figueiredo

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á uma grande diferença entre ser um “informante” e um professor, conforme pontua a educadora Neide de Aquino Noffs, diretora da Faculdade de Educação da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. O primeiro somente transmite um conhecimento científico previamente adquirido. O segundo recorre a metodologias mais ativas, utiliza novos instrumentos de trabalho, articula este conhecimento àquele trazido pela vivência do aluno e constrói um terceiro, a ser efetivamente ensinado. “Antes o pólo era o conteúdo, hoje é o aluno em seu contexto”, diz. Antes, prossegue Neide, “a prioridade era o ensino, hoje é como o aluno aprende”. Escola, alunos e sociedade não são mais os mesmos, aponta a psicopedagoga e doutora em Didática pela Universidade de São Paulo. O que obriga as instituições privadas e o setor público a complementarem a formação de seus profissionais, pois “a didática da ‘saliva’ tem que ser superada”. As mudanças vieram de inúmeras frentes e podem ser atribuídas, conforme enumera Neide, à universalização do ensino propiciada pela nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação (de 1996), o que ampliou a diversidade social e cultural dos alunos; à introdução das metodologias de ensino-aprendizagem mais ativas; à inadequação do modelo do Ensino Superior a essa nova realidade, falhando na formação dos quadros; e às novas Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs). Neide Noffs destaca que a maneira de ensinar deve ser contextualizada e compartilhada entre alunos e professores, a exemplo do modelo da Aprendizagem por Solução de Problemas ou da Aprendizagem por Projetos. É uma forma de atender à pluralidade dos estudantes e ao seu novo perfil. “Ele nasce em uma cultura já conectada, entra na Educação Infantil ligado ao mundo, o que exige que se tenha uma ação mais ativa e um conhecimento além do específico. O aluno solicita posicionamento, opinião”, diz. Assim, introduzem-se demandas antes desconhecidas. “A necessidade de aprimoramento sempre existiu, mas neste momento é mais acentuada, pois quando a escola estava sob a referência do conhecimento específico, não precisava tanto de atualização. Bastava a orientação em torno do projeto pedagógico. Hoje o professor precisa de visão global, novos valores, TICs e também de suprir a própria formação específica, que está incompleta”, analisa.

tecnologias, propiciando, por exemplo, o ensino a distância, que permite ao aluno realizar atividades em casa, on-line, e não mais somente com lápis e papel”. Elenice também chama atenção para as inovações nas metodologias de ensino, bem como sobre a própria disciplina. “O ambiente da escola está mais democrático, existe disciplina, mas sem a rigidez de antigamente”, observa a diretora, que atua há 20 anos na instituição, localizada na região do Morumbi, zona Sul de São Paulo. Para suprir as necessidades deste novo aluno – “que tem mais acesso à informação, mas sem reflexão e aprofundamento, deixando um desafio às escolas”, o Santo Américo implantou uma rotina de apoio e desenvolvimento profissional. A avaliação do trabalho do professor, por exemplo, é feita semestralmente em encontros individuais com o coordenador. Ao longo do ano, a instituição realiza cursos gratuitos – neste início de ano promoveu “Desenvolvimento de Habilidades de Leituras” (com carga total de seis horas). A cada mês, organiza três reuniões pedagógicas remuneradas, com carga horária variável conforme o ciclo

aLgUmaS EXPERiÊNCiaS Segundo a diretora pedagógica do Colégio Santo Américo, Elenice Lobo, as mudanças na sala de aula têm sido graduais ao longo do tempo. “Mas o que alterou bastante o seu formato foi a introdução das novas

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ESPECIAL: QUANDO A SALA DE AULA FUNCIONA (Capacitação, infraestrutura e metodologias) escolar. Também subsidia o profissional que queira participar dos cursos de seu Centro de Estudos (o Prosa), além de eventos ou congressos temáticos. Promove ainda visitas a outras instituições de ensino. Do ponto de vista da equipe pedagógica, disponibiliza supervisores por disciplina. Na Educação Infantil e Fundamental (até o 5º ano), dois professores por sala atuam conjuntamente (tutor e auxiliar). Existe ainda um coordenador pedagógico por ciclo, sendo que até o 5º ano ele tem o apoio de um assistente. Portanto, entre o Maternal e o 5º ano, atuam três duplas de coordenadores e assistentes e duplas de professores por sala. Finalmente, há um coordenador para o Fundamental II e outro para o Ensino Médio. Já a infraestrutura física e de tecnologia inclui salas de aula equipadas com computadores com acesso à internet, projetores e/ou lousas interativas. No Colégio Santa Maria, também estabelecido na zona Sul de São Paulo, as reuniões pedagógicas acontecem semanalmente, bem como palestras, trabalhos em grupo e encontros individuais com os orientadores e/ou coordenadores. No entanto, duas outras ações procuram gerar subsídios ao professor. São os encontros periódicos com os pais e familiares, organizados em torno de palestras, e uma abordagem que cobra mais participação do estudante, seja por meio de trabalhos em equipes ou de um programa de monitoria. Com 2.569 alunos, 154 professores no ciclo regular básico, o Santa Maria “investe tempo e dinheiro em estudos de linhas pedagógicas internacionais, observandose conteúdo, metodologias e critérios de avaliação”, afirma a diretora geral, irmã Diane Clay Cundiff. Segundo a gestora, as mudanças vêm acontecendo especialmente na Educação Infantil e anos iniciais do Fundamental, obrigando a que se busquem abordagens que “deem conta de alfabetizar de forma suave, mas desafiadora”. Também o Santa Maria possui um centro de estudos próprios - o Prisma, coordenado pela pedagoga Flávia Manzione. Com cursos subsidiados aos professores do colégio, o Prisma promove “um link entre o conteúdo e a prática”, comenta Flávia, lembrando que a procura maior por esse tipo de aprimoramento ocorre entre os docentes da Educação Infantil e do Fundamental I. A partir do Fundamental II, estes optam pela pós-graduação.

UMA BASE COMUM PARA ATUAR NA SALA DE AULA Por mais que as escolas invistam em recursos físicos e no desenvolvimento dos educadores, a sala de aula demanda um profissional que tenha uma base comum, independente do contexto sócio-econômico em que atua, conforme destaca Neide Noffs. Responsável pelo programa de formação de professores da PUC, Neide recomenda aos gestores contratarem professores que apresentem, no mínimo, as características abaixo. Humor - “O professor precisa ser bem-humorado e ter alegria, além de um perfil emocional e afetivo já trabalhado. Uma ótima dica é selecionar pessoas que conheçam suas limitações, mas, ao mesmo tempo, descubram suas potencialidades.” Conhecimento específico – “Ainda que os anos iniciais da educação básica demandem um professor polivalente, todos devem apresentar domínio consistente das áreas em que atuam.” Conhecimento geral e atualização – “É preciso ainda conhecimento e cultura geral. O profissional deve buscar sua atualização, estar afinado com o seu tempo, até para que o aluno obtenha respostas e se insira no mundo do presente e não do passado, compreensão que irá projetar a construção do seu futuro. Ele deve trazer os assuntos atuais para a sala de aula, trabalhar isso pelo menos durante 15 minutos antes de entrar no conhecimento específico.” Condições de trabalho – “Um bom professor briga pelas condições de trabalho e para fazer projetos inovadores na escola, não é conivente com um eventual ‘sofrimento’ causado pela ausência de recursos.”

LEIA MAIS

No Perfil da Escola desta edição, conheça o modelo de gestão do ensino desenvolvido pelo Colégio Rio Branco, o qual inclui desenvolvimento profissional e novas metodologias de aula.

Saiba mais DIANE CLAY CUNDIFF diane@colsantamaria.com.br ELENICE LOBO elenice@csasp.g12.br

FLÁVIA MANZIONE www.prismacentrodeestudos.com.br flaviamanzione@colsantamaria.com.br NEIDE DE AQUINO NOFFS nnoffs@pucsp.br faceducacao@pucsp.br

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No site www.direcionalescolas.com.br (na versão on-line da matéria Especial), acompanhe uma breve apresentação da pesquisa de mestrado da orientadora educacional Terezinha Santana, mestranda em Pedagogia pela PUC de São Paulo. Terezinha revela algumas das inquietações já identificadas junto aos professores da rede pública de Cajamar, objeto de seu estudo, fornecendo outro olhar sobre o trabalho com o aluno.

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DICA: ENSINO DE ARTES: ESTRUTURA E RECURSOS

PARA COLOCAR A “MÃO NA MASSA” E DAR VAZÃO À CRIATIVIDADE

A arte é componente obrigatório

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do currículo do Ensino Fundamental e Médio previsto pela LDB, de 1996, e não há como ensiná-la sem que se coloque “a mão na massa”, sem que se estimule, simultaneamente, “a criação e recriação”, o que demanda equipe preparada, infraestrutura e “prática pedagógica”. “Ao montar o seu planejamento, é imprescindível que a escola determine um espaço apropriado para que o professor possa trabalhar com cores, movimento e materiais como argila”, exemplifica Regina Travassos, supervisora de ensino em São Vicente, ex-professora da rede estadual. Graduada em Artes, Música e Pedagogia, Regina explica que a área se divide em três grandes formas de expressão: as artes plásticas (como escultura, pintura, gravura e colagem), as cênicas (apresentações teatrais, produção de filmes etc.) e a musical (clássica, popular e instrumental). Nas artes plásticas, um ambiente que dê liberdade ao professor para propor diferentes atividades deve contar com bancadas, pias com “duas a três torneiras”, “cantos da fantasia ou de sucata” (com a recriação de cenários que estimulam a imaginação das crianças), e locais de exposição das criações, sejam pinturas penduradas em varais ou esculturas apoiadas sobre o mobiliário. No segmento musical, como as aulas de canto coral, é preciso outro tipo de espaço, separado das salas de aula, permitindo o “barulho”, ou seja, o trabalho “em cima das vozes”. O mesmo é válido para as atividades cênicas. “A arte tem um movimento próprio e mesmo que se aborde, por exemplo,

a sua história, é importante introduzir atividades com argila, relacionando-a à pré-história, ou mosaicos, típicos da arte medieval. Esses materiais estabelecem uma conexão com os períodos”, observa Regina, lembrando que o aluno aprende se puder “ver, escutar, sentir e fazer”. “A arte propicia isso, desenvolve a criação e deveria ser o pilar central da aprendizagem.” Esta é característica do projeto pedagógico do Colégio Hugo Sarmento, instituição nascida há 45 anos na zona Oeste de São Paulo. Com 380 alunos da Educação Infantil ao Ensino Médio, a escola transformou seus 1.200 metros quadrados de área construída em “1.200 metros quadrados de exposição dos trabalhos dos estudantes”, afirma o mantenedor João Mendes de Almeida Junior. “Esse é o espírito da escola. Todos os projetos didáticos acabam encontrando, de alguma maneira, uma forma de expressão artística. São apresentados por meio de maquetes, exposições, apresentações teatrais e demais manifestações.” Segundo o mantenedor, a arte é transversal a todas as disciplinas ministradas no Colégio e suas produções acabam expostas em um evento anual. A escola possui um grande ateliê, equipado com bancadas, pias, varal, suportes para as produções, cavaletes para telas, furadeiras, ferramentas para trabalhar com argila, xilogravura e bloco sical (destinado à construção civil, o material se adapta bem às esculturas), azulejos, madeira em MDF, tintas, entre muitos outros. Para facilitar a gestão do processo, João Mendes revela que o Hugo Sarmento cobra uma taxa anual para a compra dos materiais. (R.F.)

SAIBA MAIS João Mendes de Almeida Jr – joao@hugosarmento.com.br Regina Travassos – regitravassos@yahoo.com.br Na próxima edição: Sala de Leitura: estrutura e recursos

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DICA: DOCUMENtAçãO: OrgANIZAçãO

PROFiSSiONaLiZaNDO a gESTÃO DOS aRQUiVOS

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cada ano, as escolas encaminham à Diretoria de Ensino seu plano escolar, além dos resultados finais de avaliação dos alunos. Mas o quê fazer com tanta documentação que deve ficar retida na instituição, acumulada ao longo do tempo, relativa ao prontuário dos alunos, professores e funcionários, às atas, livros de frequência, regimentos, estrutura curricular, correspondências, entre muitos outros? Segundo Marlene Schneider, assessora pedagógica do Sieeesp, há um amplo escopo de leis e normas federais e estaduais que definem o quê, como e por quanto tempo guardar um documento. Além disso, existem procedimentos relacionados ao descarte desse material. Neste caso, “a escola deverá destinar um livro próprio para o registro dos termos de eliminação de documentos”, recomenda. E, para cada tipo de registro, há um tempo certo para a sua guarda pela mantenedora. As listas de presença nas reuniões de pais não precisam ficar arquivadas além de doze meses, os diários de classe e os planos de ensino poderão ser eliminados em cinco anos, e as correspondências, por sua vez, deverão ser retidas por quatro anos, incluindo-se ofícios, cartas, requerimentos etc. Mas existem também os documentos de guarda permanente, os quais incluem os prontuários, por exemplo (Veja a relação completa no site da Direcional Escolas, conforme endereço abaixo). Segundo Cássia Rodrigues Nogueira, que atua em uma empresa

especializada no gerenciamento eletrônico de informações e documentação, as escolas podem profissionalizar a gestão de todo esse registro. Um primeiro passo está em digitalizar os originais por meio de um scanner (de impressos a microfilmes), até como forma de “agilizar o processo de procura”. Sua empresa pode ainda gerenciar a guarda física dos originais, em galpões que administra especialmente para essa finalidade; desenvolver projetos de organização de arquivos (com tabelas de temporalidade documental, entre outros); promover a “guarda na web” (em que os dados, imagens digitalizadas e arquivos eletrônicos são armazenados na sua própria rede); além de manter um backup em mídias digitais, guardadas em segurança em uma ‘sala cofre’. No entanto, além do aspecto legal, a historiadora Yara Cristina Gabriel sugere que as escolas cuidem da documentação também pela história e identidade que esta projeta. Vinculada ao Centro de Referência Mário Covas e responsável técnica pelo arquivo da Escola Estadual Caetano de Campos, Yara participou ainda da organização do Museu Histórico do Colégio Marista Arquidiocesano de São Paulo. Para a historiadora, além dos registros de ordem administrativa e pedagógica, é importante reter e organizar materiais didáticos utilizados ao longo do tempo, como livros, cartilhas, jogos, produções dos alunos, imagens, ou seja, tudo o que possa contar um pouco da trajetória da instituição, incluindo o seu mobiliário. (R.F.)

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LEia maiS No site www.direcionalescolas.com.br (na versão on-line da Dica de Documentação), confira os dispositivos legais referentes à documentação, bem como os itens para arquivo permanente e/ou temporário, conforme orientação de marlene Schneider, do Sieeesp. Saiba maiS CÁSSia NOgUEiRa – cassia.nogueira@p3image.com.br maRLENE SCHNEiDER – marlene@sieeesp.com.br YaRa CRiSTiNa gabRiEL – yaracgabriel@gmail.com acervoecc@gmail.com Na próxima edição: inadimplência

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PERFIL DA ESCOLA: COLÉGIO RIO BRANCO

UM OLHAR DE GESTOR SOBRE O ENSINO-APRENDIZAGEM O Colégio Rio Branco desenvolveu um modelo próprio de gestão do ensino, que envolve planejamento estratégico, investimentos em infraestrutura de sala de aula e demais espaços de apoio, oficinas voltadas ao aprimoramento contínuo do professor, e, principalmente, procedimentos de trabalho com o aluno e de avaliação do docente. O propósito é construir uma prática escolar inovadora.

mantenedores, dos gestores e educadores, para que repensassem a escola e construíssem, paulatinamente, um modelo de gestão do ensino, o qual pressupõe responsabilidades compartilhadas. Do ponto de vista do gestor e mantenedor, por exemplo, elas envolvem todo o suporte físico, conceitual e de formação contínua que eles possam disponibilizar à equipe pedagógica. Do lado dos educadores, demanda o seu comprometimento com um modelo que envolve o acompanhamento das aulas, avaliações bianuais, participação de reuniões e de oficinas, autoavaliação constante de seu trabalho, entre outros. Finalmente, pelo lado dos alunos, sugere uma postura mais participativa, dentro de uma filosofia que trocou o bordão “aula dada, aula estudada” por “preparar-se para a aula”. É isso mesmo: antes da aula seguinte e/ou da introdução de um novo conteúdo, o professor lança ao estudante o desafio de uma “pergunta motivadora”, para que ele chegue posteriormente em sala com perguntas, dúvidas, curiosidade e, mais importante, interessado no conhecimento que vai ser trabalhado.

AÇÃO EDUCATIVA São princípios, diretrizes e procedimentos que dão forma à Ação Educativa da escola, lançada pelo Projeto Político Pedagógico da Fundação, em 2008. Segundo Esther, a Ação Educativa “concretiza as idéias, coloca estratégias de como fazer”. Está baseada em três grandes eixos. O primeiro diz respeito ao aprimoramento pedagógico. “Nossa equipe está em formação o tempo todo, dentro do conceito de desenvolvimento profissional, o qual demanda uma reciprocidade:

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diretora geral Esther Carvalho conhece o Colégio Rio Branco desde a adolescência, quando chegou à instituição para cursar a antiga 6ª série e lá permaneceu até a conclusão do Ensino Médio. Graduada em Pedagogia, retornou à escola para dar aulas e hoje comanda cerca de quatro mil alunos e 373 educadores em duas unidades de ensino – na Avenida Higienópolis e na Granja Viana, entre diretores, coordenadores, orientadores, supervisores e professores. Mas a experiência de Esther com o Rio Branco não se restringe a essa inversão de papéis tampouco a uma trajetória profissional bem-sucedida. Ela traduz mesmo a história de mudanças pelas quais vem passando a educação básica brasileira desde a implantação da atual Lei de Diretrizes e Bases, em 1996, e dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN’s), em 1997. No Rio Branco, escola que há mais de 60 anos está vinculada à Fundação de Rotarianos de São Paulo, esse movimento tomou forma em 2001. “Foi quando começamos a trabalhar com planejamento estratégico”, lembra Esther, contando que as mudanças se intensificaram a partir de 2005, “em termos de administração, de infraestrutura e na área pedagógica”. “No discurso, as instituições apresentam uma postura bastante inovadora, os próprios PCN’s sinalizam isso, entretanto, percebe-se que as práticas são ainda bastante tradicionais. Desde 2005 começamos a traduzir que ‘a escola da nossa cabeça’ acontecesse na sala de aula”, explica a diretora geral. “Quando se aproxima a vivência daquilo que está em nossas cabeças, aí se começa a construir a prática escolar”, completa. Trocando em miúdos, isso representou a mobilização dos

Por Rosali Figueiredo Fotos João Elias

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PERFIL DA ESCOLA: COLÉGIO RIO BRANCO a responsabilidade de formação é nossa, já que as universidades não vêm cumprindo com este papel, mas os próprios profissionais têm que investir seu tempo nisso. É um investimento compartilhado. Para contratar hoje um professor, tenho que prepará-lo para entrar em sala”, observa a diretora geral. Nesse sentido, cabe ao docente participar de oficinas, reuniões e grupos de estudos, que acontecem também no ambiente virtual, atividades nem sempre remuneradas. “Se toda formação profissional entrar na remuneração, ela se torna inviável. Em 2010, por exemplo, ofereci 59 oficinas de tecnologia, montei uma estrutura para isso, se eu tivesse que remunerar cerca de 300 profissionais para participarem desses trabalhos, não os faria.” Outro eixo da Ação Educativa pressupõe, portanto, um perfil adequado do profissional, “que participe dessas oficinas, reuniões e aceite que seu trabalho seja observado em sala de aula”. Envolve, ainda, procedimentos de como conduzir o trabalho, que mudam conforme a etapa escolar. Já o terceiro eixo pontua os investimentos que competem à instituição. Segundo Esther, o gestor precisa ofertar infraestrutura, como salas de aulas e dos professores equipadas com internet, além da agenda de rotinas com os docentes. Mas precisa também “deixar claras as metas, ‘o quê’ e ‘como fazer’, mesmo que isso seja construído no próprio trabalho”. “Pois este não está pronto”, ressalta a diretora geral.

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ESTRATÉGIAS PRINCIPAIS A observação da sala de aula representa uma das principais estratégias da gestão de ensino do Rio Branco. Realizada pelo orientador, supervisor e coordenador, ela monitora a atuação do professor conforme um conjunto de indicadores desenvolvido pela própria escola, constituindo uma “multiplicidade de olhares, pois as percepções não são as mesmas”, explica Esther. O instrumento auxilia o professor a “repensar sempre seu trabalho”, dentro de um paradigma de aula que lhe exige apresentar objetivos claros; passar a orientação prévia dos estudos, por meio da “pergunta motivadora”; iniciar a aula envolvendo efetivamente a participação do aluno; e manter uma avaliação processual e o controle. Juntamente com duas avaliações anuais, essa abordagem procura oferecer um feedback ao educador, estabelecendo as metas a serem alcançadas em uma próxima rodada. Este também faz sua autoavaliação. O processo está em curso desde 2006 e observa ainda seu desempenho em termos de pontualidade, características sócio-afetivas, de comunicação e expressão, de administração de crise e de conflito interpessoal, de disciplina, e de organização da documentação escolar. Paralelamente, entretanto, o Colégio Rio Branco promove outras rotinas com o intuito de fornecer referenciais de “como” se trabalhar em sala. As atividades de planejamento, por exemplo, acontecem entre os meses de outubro e janeiro. Há ainda um calendário anual de reuniões noturnas semanais (obrigatórias e remuneradas). Por outro lado, dezenas de oficinas, ofertadas

tanto no horário de trabalho do professor quanto aos sábados (atividade não remunerada), dão a ele subsídios para operar o Moodle (plataforma da web muito utilizada no ensino), com lousas digitais, bem como com as metodologias de ensino que o colégio desenvolveu para cada ciclo escolar. “Aí começa o investimento do professor”, comenta Esther, reiterando que nem todas as oficinas podem ser remuneradas, tampouco as horas investidas nos grupos de estudos virtuais. Finalmente, o Rio Branco patrocina visitas técnicas de sua equipe pedagógica a países no Exterior que apresentam bons resultados no PISA (Programa Internacional de Avaliação de Alunos) ou a congressos científicos. Tudo isso, claro, lastreado pelo suporte tecnológico e por uma bem aparelhada infraestrutura de laboratórios e demais espaços de aprendizagem.

METODOLOGIAS DE ENSINO Concomitante ao modelo de gestão do trabalho dos educadores, o Rio Branco construiu, nesta última década, metodologias diferenciadas para a sala de aula. Do Maternal ao 2º ano do Ensino Fundamental, por exemplo, um dos pontos altos é o ensino do Inglês, idioma em que acontecem parte das atividades e também a convivência entre os alunos. Para tanto, o Rio Branco disponibiliza um professor titular e um auxiliar bilíngue por turma. Já do 3º ao 5º ano, o processo do ensino-aprendizagem tem como base o projeto Leitura, Escrita e Oralidade, atrelado a todas as disciplinas. “O foco é ler para aprender, qualquer que seja a área do conhecimento. Leio para aprender Matemática, por exemplo”, explica a diretora geral. No 6º, 7º e 8º ano, a relação ensino-aprendizagem acontece principalmente por meio do trabalho em equipe, de acordo com parâmetros de aplicação e de avaliação desenvolvidos por um grupo de estudos de ambas as unidades. “Esse grupo definiu que entre 11 e 12 anos é um bom momento para começar a atuar com essa metodologia”, diz Esther. Do 9º ano ao 3º do Ensino Médio, o Rio Branco introduziu o método do Ensino Estruturado, que também resultou das discussões da equipe pedagógica. “O objetivo é desenvolver o compromisso do aluno com a própria aprendizagem, preparando-se previamente para a aula, uma forma que se encontrou de acabar com a passividade”, explica. Um grande apoio ao Ensino Estruturado é dado pela plataforma Moodle, por meio da qual os professores apresentam as metodologias das aulas e dos trabalhos, lançam a “pergunta motivadora”, publicam vídeos e imagens relacionados aos temas trabalhados em aula, promovem fóruns de discussão e oferecem orientação de leituras prévias. Por fim, o Rio Branco montou um Núcleo de Apoio ao Aluno, “composto por jovens professores pós-graduados, que são preparados, com esse trabalho, a atuarem futuramente em sala de aula” e oferece, em cada unidade, um especialista em distúrbios de aprendizagem. Pois a escola, segundo Esther, “assume a responsabilidade pela aprendizagem e, se acredita na diversidade, precisa dar condições para os educadores lidarem com ela”.

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PERFIL DA ESCOLA: COLÉGIO RIO BRANCO

Pedagoga especializada em Tecnologias Interativas Aplicadas à Educação pela PUC de São Paulo, Esther Carvalho atua desde 1993 no Colégio Rio Branco. Ex-aluna da escola (da antiga 6ª série ao Ensino Médio), foi diretora da Unidade da Granja e chegou à direção geral em 2007. Frequenta, desde 2008, cursos relacionados ao desenvolvimento profissional em educação na Universidade de Harvard (Estados Unidos) e realizou visitas aos sistemas de ensino de países bem colocados no PISA (Finlândia, Irlanda, Itália, Escócia e Inglaterra).

SAIBA MAIS – Esther Carvalho – assessoriaimprensa@frsp.org

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O Colégio Rio Branco disponibiliza em suas duas unidades: biblioteca (com amplo acervo); auditório com capacidade para aproximadamente 500 lugares; laboratórios de Biologia, Ciências, Física, Química, Informática, Línguas Estrangeiras; salas de Robótica, de Artes Visuais e Musicais; área de recreação exclusiva para a Educação Infantil; quadras poliesportivas; ambulatório com serviço médico individualizado; segurança externa e interna; restaurante; lanchonete; papelaria; e loja de uniformes. Nas fotos, imagens da unidade da Avenida Higienópolis. Na unidade da Granja Viana, são oferecidos também ginásio de esportes, cozinha experimental, bosque, piscina semiolímpica, pista de atletismo, campo de futebol e estacionamento. A Fundação de Rotarianos de São Paulo mantém ainda uma Escola Para Crianças Surdas e um Centro Profissionalizante, que serão abordados em nossas próximas edições.

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FIQUE DE OLHO: TERCEIRIZAÇÃO DE SERVIÇOS

PARCERIAS ESTRATÉGICAS EM MÃO DE OBRA, RECREÇÃO, IDIOMAS E TREINAMENTO

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A terceirização se encontra na fase da maturidade no

Brasil e desde os anos 70, quando somente existiam algumas poucas dezenas de prestadoras no País, cresceu não apenas em termos de mão de obra empregada (são hoje 2,5 milhões de trabalhadores vinculados a quase 33 mil empresas), quanto em áreas de abrangência. As mais tradicionais e visadas pelas escolas dizem respeito aos serviços de apoio em portaria, acesso, recepção, limpeza e conservação. Entretanto, o conceito da terceirização se expandiu e envolve atualmente parcerias em áreas estratégicas, como esportes, idiomas e recreação. Na primeira situação, as escolas apostam na expertise das prestadoras para administrar funcionários que irão atuar em funções muito específicas, fora do chamado core business da instituição. Na segunda, pelo contrário, as parcerias visam justamente a ampliar a opções educativas oferecidas aos seus alunos. É o caso da Cia Bela Plateia, que no próximo mês de abril completará um ano de vida. Segundo Kelly Schoemberger, psicóloga e proprietária da empresa, seu propósito é oferecer um serviço altamente profissionalizado em recreação infantil, por meio da apresentação de espetáculos teatrais e também da realização de oficinas. “Nosso carro-chefe é a peça ‘O Quarto Encantado do Zequinha em O Conto do Meio Ambiente’, que oferece ao público infantil informações sobre atitudes positivas frente ao meio ambiente, complementando as atividades desenvolvidas em sala de aula”, observa Kelly. Profissional com experiência no Terceiro Setor, Kelly afirma que concebeu a Cia Bela Plateia em 2008, após dois anos de residência na Itália. Em 2010 conseguiu colocá-la em prática, pois queria continuar contribuindo com a sociedade, mas dentro do universo infantil. Por outro lado, escolheu o teatro porque “é uma arte que proporciona prazer, estimulando reflexão, descoberta, criatividade e o desenvolvimento do raciocínio”. A psicóloga acompanha cada etapa do projeto, como a “criação, contratação, ensaios, vendas, atendimento

ao cliente e produção”. Neste ano, a Cia Bela Plateia está oferecendo um segundo espetáculo, voltado às comemorações da Páscoa, além do projeto Fábrica de Brinquedo, atemporal. “É um teatro-oficina, que se utiliza das técnicas do palhaço, em que a criança, além de dar muita risada e dançar, monta o seu próprio brinquedo a partir de material reciclável”, explica. Outra área com parceria bastante consolidada é a de idiomas. No caso da Learning Fun, esta vem com um grande diferencial: a empresa desenvolveu uma metodologia própria para o ensino de Inglês para crianças até 7 anos de idade, por meio de material didático exclusivo, observa a empresária Teresa Catta Preta. Foi a própria Teresa quem criou o método, em 1994, baseando-se na Teoria das Inteligências Múltiplas. A empresária destaca que a metodologia da Learning Fun é flexível e pode ser integrada ao projeto pedagógico da escola de forma intra ou extracurricular, de acordo com as necessidades da instituição, oferecendo desde um programa bilíngue completo à consultoria e venda de material didático. A Learning Fun está presente em treze Estados brasileiros, trazendo ao mercado, neste ano, duas novas opções, as modalidades Baby Time e Fun Time. O Baby Time está voltado às crianças de oito meses, um processo informal que expõe os bebês a “muita música, atividades com fantoches, brinquedos e outros materiais adequados à idade. Com isso, criamos uma atmosfera favorável para o início do aprendizado de uma segunda língua”, descreve. No Fun Time, com bebês a partir de um ano, a estimulação é um pouco mais orientada, mas sempre lúdica.

A PROFISSIONALIZAÇÃO DOS SERVIÇOS DE APOIO Além dos produtos educacionais, as instituições devem cuidar de setores indispensáveis ao pleno funcionamento das suas atividades, com mão de obra treinada e qualificada. Eles vão da portaria e recepção à limpeza e conservação, segmentos em que a equipe gestora da Good Clean atua há 25 anos.

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FIQUE DE OLHO: TERCEIRIZAÇÃO DE SERVIÇOS Para a MaClean, empresa que há 16 anos oferece mão de obra qualificada em limpeza e conservação, portaria, recepção e serviços gerais, a imagem de confiança e credibilidade representa um dos principais patrimônios que construiu no período. “Temos muitos clientes com mais de dez anos em nossa carteira”, afirma o empresário David Michie. Segundo ele, o objetivo maior da empresa é proporcionar tranquilidade ao tomador do serviço, mantendo os funcionários registrados, com salários, benefícios e impostos em dia. David Michie destaca que a terceirização facilita o planejamento financeiro das escolas, elimina uma série de compromissos típicos da administração própria de pessoal, e promove a substituição imediata do terceirizado em caso de ausência. Sua empresa atua com valores mensais fixos, sem custos adicionais de 13º, férias, horas extras e demissões, em contrato por prazo indeterminado, “que pode ser cancelado a qualquer tempo, somente com aviso prévio de 30 dias”.

SERVIÇO CIA BELA PLATEIA 11 – 6968 2080 www.ciabelaplateia.com.br ciabelaplateia@yahoo.com.br ciabelaplateia@ciabelaplateia.com.br GOOD CLEAN 11 - 2227 0805/ 4102 0933 www.goodclean.com.br comercial@goodclean.com.br LEARNING FUN 21 - 2490 3934 www.learningfun.com.br teresa@learningfun.com.br MACLEAN 11- 3518 9197 www.maclean.com.br maclean@maclean.com.br NR SERVICE 11 - 5844 2167/ 5844 2167 www.nrservice.com.br comercial@nrservice.com.br PAN-CLEAN 11 - 3876 3622/ 3876 3623 www.panclean.com.br comercial@panclean.com.br

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A empresa oferece ainda telefonistas, bombeiros, manobristas, copeiras e auxiliares de manutenção, afirma o diretor comercial José Eduardo de Sousa. Um dos seus diferenciais é o produto “Confirmação de Presença Todo Dia”, destaca. “No horário previsto para o início de cada turno de trabalho, contatamos todos os clientes para confirmar a presença dos nossos funcionários”, diz. Outro serviço adicional da empresa é o monitoramento do ambiente de trabalho do terceirizado, via circuito fechado de TV. São recursos que a empresa utiliza para conferir o pleno atendimento diário das necessidades dos clientes, o que envolve ainda treinamento operacional e comportamental, mais o uso de equipamentos “tecnologicamente atualizados e de alta produtividade”. Entre eles, rádios para comunicação entre tomador, supervisor e base, máquinas para o setor de limpeza, além de um verdadeiro kit de recursos que acompanha o programa de portaria 24 horas. Fornecido gratuitamente por sistema de comodato, o kit apresenta três versões para a escolha do cliente. Na NR Service, a empresária Rosângela Santos Nogueira destaca o serviço de controle de acesso, o qual agregará, em breve, uma nova estratégia de prevenção de segurança, através do monitoramento gratuito de imagens. “Não tratamos esses benefícios como uma promoção, mas sim como uma arma para dar eficiência à prevenção de delitos, vandalismos, entre outros”, diz. Para as escolas, a empresa excuta o serviço de controle da entrada e saída por meio do monitoramento de câmeras e de alarme e do trabalho de profissionais qualificados e constantemente reciclados, afirma. Há oito anos no mercado, a NR Service atua também com limpeza e conservação, serviços gerais, manutenção e tratamento de piso, enumera Rosângela. Segundo ela, a empresa desenvolve “um rigoroso processo seletivo” de sua equipe e realiza supervisão 24 horas por dia. Também o diretor da Pan-Clean, Reginaldo Colombari, aposta na qualificação da equipe e na “assertividade dos serviços prestados” para garantir a satisfação dos clientes. Com doze anos de mercado, a empresa trabalha com o conceito de “soluções planejadas”, a partir de um tripé que envolve mão de obra treinada, uso de equipamentos modernos e atenção às demandas dos clientes. O diretor comenta que as prestadoras sérias devem, obrigatoriamente, promover um cuidadoso processo seletivo, mantendo treinamento e reciclagem constante justamente por terem o foco de seu negócio centrado no fornecimento da mão de obra. A Pan-Clean atua com as áreas de limpeza e conservação, recepção e portaria. Segundo Reginaldo Colombari, a terceirização da mão de obra tornase uma grande vantagem para as escolas quando contratada junto a empresas que apresentam lisura no recolhimento de tributos, impostos e obrigações trabalhistas.

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DICA: ILUMINAÇÃO

ESPAÇOS EXIGEM TRATAMENTO DIFERENCIADO

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alas de aulas, bibliotecas, espaços multimídia, laboratórios, pátios e quadras demandam um tratamento apropriado de iluminação, que considere fatores como desempenho, saúde, economia e segurança, observa o arquiteto Guinter Parschalk, especialista em luminotécnica e titular de um dos principais escritórios da área no Brasil. Por desempenho, entenda-se o equilíbrio entre a incidência de luz, o conforto e a produtividade dos estudantes, observa Guinter. A sala de aula, por exemplo, deve apresentar um fator mínimo de 500 lux de luminância, mas é preciso cuidar ainda da sua distribuição, de forma a garantir uma boa incidência na área da lousa e, ao mesmo tempo, evitar o ofuscamento sobre os alunos. Por outro lado, a presença cada vez maior de telas e computadores nas salas exige tratamento diferenciado, ressalva o arquiteto. É necessário reduzir a “iluminação na área de projeção, sem, contudo, afetar o espaço dos estudantes”. Além disso, “salas providas com monitores devem ter os mesmos cuidados que escritórios, ou seja, atender aos níveis exigidos por lei e, adicionalmente, utilizar luminárias com proteção parabólica ou duplo-parabólica, para evitar ofuscamentos e reflexos nas telas do computador”, orienta. A luminária parabólica (tipo comum no mercado), em geral afixada no teto, apresenta um ângulo de incidência que reduz o brilho.

Outro aspecto relacionado ao conforto é a chamada “temperatura de cor” das lâmpadas fluorescentes. A dica é do engenheiro eletricista Marco Poli, diretor da Abilux (Associação Brasileira da Indústria de Iluminação). A “temperatura de cor” diz respeito à sua tonalidade e o padrão ideal para as salas de aula fica entre 4000 K (Kelvin) a 5000 K, afirma Poli, lembrando que este é um patamar neutro. “Uma temperatura de cor de 3000 K (quente) é indicada para ambientes mais aconchegantes, o que daria ao aluno um estado de relaxamento. Já os de 6500 K (frios) os deixariam ‘alertas’ demais e, consequentemente, agitados.” Em relação à economia, Marco Poli observa que inúmeros equipamentos disponíveis no mercado (como reatores eletrônicos de partida controlada, minuterias e sensores de presença) contribuem para racionalizar o uso da iluminação. Quanto às lâmpadas, o arquiteto Guinter Parschalk diz que as fluorescentes, tubulares ou compactas, permanecem as mais indicadas. “Apesar dos LEDs estarem em franco crescimento, acabou de ser publicada pela agência sanitária francesa (Afssaps), no final do ano passado, uma pesquisa que aponta inúmeros problemas causados por eles sobre a saúde e a qualidade de vidas das pessoas”, ressalva Guinter. “Como este é um assunto relativamente novo e polêmico, muita coisa pode acontecer, pois o mundo não poderá viver apenas de parâmetros de eficiência energética”, conclui o arquiteto. (R.F.)

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LEIA MAIS No site www.direcionalescolas.com.br (na versão on-line da Dica de Iluminação), confira as demais orientações do arquiteto Guinter Parschalk e do engenheiro Marco Poli, da Abilux. SAIBA MAIS GUINTER PARSCHALK – guinter@studioix.com.br MARCO POLI – abilux@abilux.com.br Na próxima edição: Divisórias, Pisos Elevados, Forros & Outros

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gEStãO: ENSINO FUNDAMENtAL E MÉDIO: FOrMAtOS E INVEStIMENtOS

DIRETRIZES CONSOLIDAM RENOVAÇÃO DA EDUCAÇÃO BÁSICA NO PAÍS As Novas Diretrizes Nacionais do Ensino Fundamental, publicadas em dezembro passado, e as do Ensino Médio, em processo de finalização junto ao Conselho Nacional de Educação, fecham um ciclo de transformações pelas quais vêm passando as escolas brasileiras desde a promulgação da LDB há 15 anos. Há, no entanto, grandes desafios a serem enfrentados, como a formação do educador (abordada em nossa pauta Especial) e a necessidade de investimentos na ampliação da rede, principalmente na do Ensino Médio. Por Rosali Figueiredo

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stá agendada para o próximo dia 5 de abril, em Brasília, a reunião do Conselho Nacional de Educação que irá decidir pela aprovação ou não das Novas Diretrizes Curriculares para o Ensino Médio. A tendência é que o documento consolide a reorganização curricular que já vem ocorrendo no ciclo, não apenas pela introdução de novas disciplinas nos últimos anos, mas também pela necessidade de estruturação dos projetos pedagógicos em torno das quatro grandes áreas do conhecimento adotadas nas avaliações do ENEM: Linguagens e Códigos, Matemática, Ciências da Natureza e Ciências Humanas, todas com suas respectivas tecnologias. Entretanto, outros formatos serão definidos e dizem respeito às abordagens transversais e interdisciplinares dessas temáticas, à autonomia das escolas para montarem seus programas, expandindo-se, por exemplo, a experiência do horário integral, bem como à complementação deste conteúdo denso por disciplinas profissionalizantes. Entra ainda nesta discussão a defesa de um modelo que

se desvincule dos propósitos do Ensino Superior, em que o Ensino Médio deixe de ser um preparo ou uma transição para a graduação, propiciando de fato uma formação suficiente para que o jovem comece a exercer a sua autonomia, independentemente do que venha a estudar posteriormente. Segundo o presidente executivo do movimento Todos Pela Educação, Mozart Neves Ramos, também membro do Conselho Nacional de Educação, o novo Ensino Médio deverá manter a prioridade na formação geral do aluno, incluindo, porém, a perspectiva da profissionalização e priorizando a gestão, a formação dos professores e a ampliação de sua estrutura. Ex-secretário de Educação em Pernambuco e ex-reitor da Universidade Federal no Estado, Mozart explica que a proposta incorpora sugestões colhidas ao longo do ano passado entre “vários segmentos responsáveis pela oferta do Ensino Médio”. “Houve todo um processo de ‘escuta’, pois temos grandes desafios. O jovem quer uma escola que caiba na sua vida, o que ele não encontra no atual modelo”, diz. Uma das maiores preocupações dos setores educacionais reside, por exemplo, no elevado índice de evasão escolar registrado na faixa etária entre 15 e 17 anos. Conforme dados divulgados pelo Todos Pela Educação, 45% desta população se encontram fora da escola. “E 40% desta evasão decorrem da falta de motivação”, aponta Mozart. Portanto, a ideia é construir uma “escola antenada com a juventude”, mas para isso se torna indispensável investir na formação dos professores, “em número e qualidade”, acrescenta. “Existe um déficit significativo em Química, Física, Matemática e Espanhol. Além disso, a maioria não ensina nas áreas em que foi graduada.” O currículo também deve acompanhar as mudanças. Mozart defende o modelo implantado em Pernambuco a partir de 2003, quando incorporou “os valores do empreendedorismo, do associativismo juvenil, um currículo básico estimulante, a perspectiva de uma boa gestão, o acréscimo na estrutura e o ensino integral”. O conselheiro propõe ainda que a profissionalização ocorra de maneira “concomitante” à formação básica.

a PREOCUPaÇÃO COm O FiNaNCiamENTO Não será tarefa simples, conforme avalia o presidente da Federação Nacional das Escolas Particulares (Fenep), José Augusto de Mattos Lourenço, vice-presidente do Sieeesp

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GESTÃO: ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO: FORMATOS E INVESTIMENTOS

LEIA MAIS No site www.direcionalescolas.com.br (na versão on-line da matéria de Gestão), acesse a matéria completa com a análise da educadora Helena M. de Paula Albuquerque. Conheça também, no mesmo endereço eletrônico, a experiência do Colégio Albert Sabin, de São Paulo, com todas essas inovações, a partir do relato das coordenadoras Florinda Manuchaguian (Ensino Médio) e Suely Nercessian Corradini (Fundamental II).

SAIBA MAIS Helena M. de Paula Albuquerque helenaalb@uol.com.br

AS TRANSFORMAÇÕES NO FUNDAMENTAL As novas Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental de nove anos, determinadas em dezembro passado pela Resolução 7 da Câmara de Educação Básica, vinculada ao Conselho Nacional de Educação, estipula um conteúdo curricular mínimo a todo o País, insere a Música no escopo do ensino de Artes, torna o Ensino Religioso facultativo ao aluno e, sobretudo, prevê novas abordagens de ensino. Entre elas, destacam-se a transversalidade entre as disciplinas, um planejamento ordenado “em torno de grandes eixos articuladores”, projetos interdisciplinares que tenham como base “temas geradores formulados a partir das questões da comunidade e articulados aos componentes curriculares e às áreas de conhecimento”, etc. Sem falar na educação inclusiva, entre outros. Segundo a educadora Helena Machado de Paula Albuquerque, exdiretora estadual de ensino, doutora em Educação pela PUC de São Paulo e docente na instituição, toda esta perspectiva recebeu influência do teórico francês Edgar Morin, o qual apontou que “a transmissão do conteúdo por meio de disciplinas isoladas vai contra a realidade complexa do estudante”. Desta forma, tomou corpo a abordagem transversal, em que a pesquisa do aluno dá o gancho para a aquisição do conhecimento, o que supera, inclusive, o método interdisciplinar. “Neste, existe uma troca maior entre as disciplinas, com objetivos comuns, mas são formas distintas de se trabalhar o currículo”, diz. De qualquer maneira, Helena Machado volta ao mesmo nó apontado pelos demais especialistas, de maneira unânime: a falta de preparo do educador. Para concretizar essas novas diretrizes, “é preciso um professor muito bem formado e que não tenha interesse restrito em sua disciplina”. Mais do que isso, entretanto, é necessário investir na atualização e habilitação do próprio gestor. “As escolas e os professores ainda estão em processo de assimilação e compreensão disso tudo. Essas abordagens exigem um trabalho coletivo e uma gestão democrática, o que gera uma mudança muito radical”, avalia. A principal delas deveria contemplar, especialmente no Ensino Médio, atividades e rotinas que viessem a atribuir mais responsabilidades aos estudantes, estimulando sua participação, melhorando a autoestima e constituindo o sentido da autonomia, defende Helena Machado. A educadora faz parte do comitê científico do 25º Simpósio Brasileiro e 2º Congresso Ibero-Americano de Política e Administração da Educação, evento que acontecerá em São Paulo entre os dias 26 e 30 de abril, sob a promoção da Associação Nacional de Política e Administração da Educação (Anpae).

José Augusto de Mattos Lourenço sieeesp@sieeesp.com.br

Mozart Neves Ramos mozart@todospelaeducacao.org.br

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(Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino no Estado de São Paulo) e mantenedor do Colégio São João Gualberto, localizado na zona Noroeste da Capital paulista. Segundo ele, as transformações geram reflexos não somente sobre o aspecto curricular, didático, metodológico, mas também financeiro. Afinal, questiona, como garantir o acesso ao Ensino Médio dos 31 milhões de estudantes matriculados hoje no Fundamental? Não existe, segundo ele, estrutura pública e privada que absorva tamanha demanda. Tampouco, recursos que possam melhorar as condições físicas da rede pública de forma a atender a expansão para o horário integral e a complementação profissionalizante. Ou ainda, incluir aqueles que estão fora do Ensino Médio. José Augusto observa que as mudanças terão que solucionar o nó do financiamento do Ensino Médio, defendendo que o governo implante modelos como o Prouni e o FIES para todo o ciclo e não somente o Ensino Técnico, conforme já anunciado pela presidente Dilma Rousseff, por meio do Pronatec. Para o conselheiro Mozart Neves Ramos, esta questão deverá ser equacionada no âmbito do Executivo, lembrando que a responsabilidade pela oferta de vagas é dos Estados, que devem “se articular com o Ministério da Educação e planejar isso dentro da perspectiva da escola integral”.

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ACESSÓRIOS, ASSESSORIA CONTÁBIL, AUDITÓRIO

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ACESSร RIOS, BEBEDOUROS

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BRINDES, BRINQUEDOS EDUCATIVOS

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EVENTOS, IDIOMAS, LABORATร RIOS

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INFOrMテ》ICA, PINtUrAS ESPECIAIS

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LOUSAS, RADIOCOMUNICAÇÃO, SISTEMAS DE SEGURANÇA

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PLAYgrOUNDS, tErCEIrIZAçãO

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