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EDITORIAL

Caro leitor,

DIRETORES Sônia Inakake Almir C. Almeida EDITORA Rosali Figueiredo

Esta edição de maio brinda o nosso público com a cobertura do 1º Direcional Educação, evento promovido pelas revistas Direcional Escolas e Direcional Educador no dia 13 de abril,

PÚBLICO LEITOR DIRIGIDO Diretores e Compradores

registrando a presença de um grande público que prestigiou as conferências de Mario Sergio Cortella e Christian Rocha Coelho. Traz também uma abordagem especial sobre a violência

PERIODICIDADE MENSAL exceto Junho / Julho Dezembro / Janeiro cuja periodicidade é bimestral

cometida dentro ou contra as escolas, repercutindo o triste acontecimento que atingiu, no dia 7 de abril, a Escola Municipal Tasso da Silveira em Realengo, na Zona Oeste do Rio de Janeiro. As escolas são organismos vivos, que lidam com mudanças o tempo todo e, como tal,

TIRAGEM 20.000 exemplares

precisam avaliar, repensar e inovar diariamente o seu fazer educacional. Elas devem rejeitar

JORNALISTA RESPONSÁVEL Rosali Figueiredo MTB 17722/SP jornalista@condominio.inf.br

o “professor velho” e abraçar o “educador idoso”, valorizar o que é tradicional na educação e

CIRCULAÇÃO Estado de São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná, Minas Gerais

pela palestra de Mario Sergio Cortella, segundo o qual ninguém está absolutamente pronto

DIREÇÃO DE ARTE Jonas Coronado

as informações circulam hoje, confirmando ou desautorizando o conhecimento transmitido

descartar o arcaico, separar modismos daquilo que representa uma real inovação, abrindo os olhos para a geração nascida no século XXI. Esse foi um dos principais ensinamentos deixados para atuar com educação, pois há sempre o que aprender, especialmente na velocidade em que pelo professor. Para isso, as instituições devem também profissionalizar sua gestão, investindo na formação

ASSISTENTE DE ARTE Fabian Ramos Rodrigo Carvalho

e motivação de suas equipes, conforme destacou, por sua vez, o consultor em marketing e coaching, Christian Rocha Coelho. Outra abordagem muito presente no evento foi a necessidade

ASSISTENTE DE VENDAS Emilly Tabuço

de maior aproximação entre as escolas e as famílias, de forma a que os pais exerçam o seu papel de formadores principais dos valores éticos e cidadãos.

CONTATOS PUBLICITÁRIOS Alexandre Mendes Paula De Pierro Silvana Tesser Sônia Candido

Segundo comentou Mario Sergio Cortella, é “auspicioso” que toda essa discussão esteja em pauta, sinalizando para o que seria “o começo do fim” da crise na educação brasileira. Mesmo porque, conforme tem noticiado a Direcional Escolas, há muitas iniciativas valorosas na área,

ATENDIMENTO AO CLIENTE João Marconi Juliana Jordão

como, por exemplo, a experiência do Colégio Guilherme Dumont Villares (retratada no Perfil da Escola desta edição), o trabalho desenvolvido pelo Colégio Sidarta em relação à sua linguagem estética (confira na reportagem de Gestão), além da premiação anual promovida pelo Instituto

IMPRESSÃO Prol Gráfica

Sidarta e a Unilever/Omo junto às escolas brasileiras que estimulam o brincar entre as crianças

Para anunciar, ligue: (11) 5573-8110 Filiada à

Tiragem auditada por

(informação trazida pela Dica de Playground). Acompanhe essas e outras informações na edição impressa e também em nosso site. Uma boa leitura a todos. Rosali Figueiredo Editora

CONFIRA NO SITE WWW.DIRECIONALESCOLAS.COM.BR O NOTICIÁRIO ATUALIZADO DA ÁREA DA EDUCAÇÃO, ALÉM DE INFORMAÇÕES EXCLUSIVAS PRODUZIDAS PELA DIRECIONAL ESCOLAS. ACOMPANHE-NOS NO

Tiragem de 20.000 exemplares auditada pela Fundação Vanzolini, cujo atestado de tiragem está à disposição dos interessados. Não é permitida a reprodução total ou parcial das matérias, sujeitando os infratores às penalidades legais. As matérias assinadas são de inteira responsabilidade de seus autores e não expressam, necessariamente, a opinião da revista Direcional Escolas. A revista Direcional Escolas não se responsabiliza por serviços, produtos e imagens publicados pelos anunciantes. Rua Vergueiro, 2.556 - 7ª andar cj. 73 CEP 04102-000 - São Paulo-SP Tel.: (11) 5573-8110 - Fax: (11) 5084-3807 faleconosco@direcionalescolas.com.br www.direcionalescolas.com.br

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Sumário 04. Dica: ................................................................................ Playground: Brinquedos e Pisos 06. Cobertura: ................................................................................... 1º Direcional Educação 10. Fique de Olho ............................................................................................. Laboratórios 12. Gestão: ............................................................... Planejamento e Estratégias de Negócios 14. Dica: .......................................................................... Limpeza: Equipamentos e Produtos 15. Dica: ................................................................................................ Educação Alimentar 16. Especial: ............................................................................ Violência na Escola & Bullying 18. Perfil da Escola: ........................................................ Colégio Guilherme Dumont Villares

Direcional Escolas, Maio 11

Conheça também a Direcional Condomínios e Direcional Educador www.direcionalcondominios.com.br www.direcionaleducador.com.br

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ESPAÇOS LÚDICOS, SEGUROS E ADEQUADOS AO ENSINO

Direcional Escolas, Maio 11

Brincar também faz parte da

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aprendizagem, ensinamento que parece disseminar cada vez mais entre as escolas brasileiras. No último dia 20 de abril, a marca Omo, da Unilever, e o Instituto Sidarta premiaram 31 instituições de Educação Infantil e Fundamental I pelas “melhores” ou pelas “boas práticas do brincar e do aprender pela experiência”. Foi a 3ª edição do Programa Pelo Direito de Ser Criança, que reuniu mais de quatro mil concorrentes de todo País. “A brincadeira serve como apoio pedagógico, quando a criança brinca no parque, ela está treinando funções que desenvolve na sala de aula, como a coordenação motora ampla e noções de lateralidade e espaço, importantes para o desenvolvimento da coordenação motora fina e indispensáveis para escrever”, observa a psicóloga e psicopedagoga Sirlândia Reis de Oliveira Teixeira, conselheira da Associação Brasileira de Brinquedotecas (ABBrin) e membro da International Toy Library Association (ITLA). As atividades no playground não podem ser encaradas como mero entretenimento, alerta a especialista. “O espaço propicia muitas aprendizagens e convida a criança a exercitar e a desenvolver habilidades cognitivas, afetivas e sociais, além de estimular a imaginação e o jogo do faz de conta.” Por isso, a concepção desses ambientes deve atender às especificidades de cada faixa etária. “Os tipos de brinquedos, as cores e os formatos muito são importantes”, observa, lembrando que quanto mais novas forem as crianças, maiores terão que ser os equipamentos. Outro detalhe importante é que sejam montados ao ar livre, garantindo uma relação mais próxima com a natureza e a sensação de liberdade. Para o arquiteto Fábio Namiki, coordenador do Comitê de Segurança de Playground da ABNT (Associa-

ção Brasileira de Normas Técnicas), os playgrounds são tão divertidos “quanto subir em árvores”. “Mas estas não foram pensadas para brincar, enquanto os playgrounds sim.” Portanto, é preciso cuidar bem da sua concepção, considerando-se o local, os tipos de equipamentos, de piso, as áreas de sombreamento, a proteção do acesso e, claro, a segurança. Há dois anos Fábio acompanha a revisão da norma 14.350 da ABNT, relativa à segurança dos playgrounds. Segundo ele, o órgão deverá lançar em breve um documento mais detalhado, relacionando, inclusive, as armadilhas potenciais que alguns brinquedos trazem às crianças. Uma mudança deverá ocorrer na área dos balanços, um dos itens que mais acidentes causa aos usuários, pois há sempre o risco que um acento bata no outro. Talvez a norma sugira uma área de proteção entre um balanço e outro, comenta Fábio. O arquiteto lembra que a norma não é obrigatória, mas traz orientações indispensáveis às escolas. Algumas são consagradas, como o uso de pisos que proporcionem amortecimento para eventuais quedas. Fábio afirma que o revestimento apropriado deve ter correlação com a altura do brinquedo, com uma camada mínima de 50 centímetros (30 deles obrigatórios e os outros 20 centímetros indicados como margem de segurança). Finalmente, o arquiteto orienta as instituições a adquirem somente equipamentos certificados pelo Inmetro e a contratarem arquitetos para terem a garantia de um planejamento adequado de seus playgrounds. (R.F.) SAIBA MAIS Fábio Namiki fabionamiki@nkfarquitetura. com.br Sirlândia Reis de Oliveira Teixeira sireoli@yahoo.com.br

Na próxima edição: Orientação Profissional (Reflexos da Copa 2014 e Olimpíadas 2016)

Ilustração: Rodrigo Carvalho

DICA: PLAYGROUND: BRINQUEDOS E PISOS



COBERTURA DO 1º DIRECIONAL EDUCAÇÃO/ EM TEMPOS DE MUDANÇAS, QUAL DIREÇÃO SEGUIR?

PELO EQUILÍBRIO ENTRE A TRADIÇÃO E A INOvAÇÃO Em evento realizado no dia 13 de abril pelas revistas Direcional Escolas e Direcional Educador, Mario Sergio Cortella e Christian Rocha Coelho deixaram ensinamentos e reflexões aos educadores e gestores, especialmente quando defenderam um novo olhar profissional e a parceria entre as escolas e as famílias. Enquanto Cortella falou ao educador de uma forma geral, destacando o descompasso ainda presente entre práticas do século XIX e o aluno do século XXI, Christian mostrou aos gestores e à sua equipe como tornar o trabalho pedagógico compreensível e visível aos pais.

Por Rosali Figueiredo Fotos João Elias

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Direcional Escolas, Maio 11

os 37 anos de experiência em sala de aula, 35 deles na PUC de São Paulo, o professor, filósofo e doutor em Educação, Mario Sergio Cortella, abriu o 1º Direcional Educação no dia 13 de abril, no auditório lotado do Colégio Maria Imaculada, em São Paulo, com uma dúvida provocadora: “Será que eu, Cortella, sei dar aulas?” O próprio palestrante respondeu, logo em seguida: “Sei dar aulas até certo ponto. Pois não estou pronto para certa prática, porque a educação lida com a vida e a vida lida com mudança.” Como exemplo, Cortella citou que há dez anos inexistia blog, o qual acabou por alterar “a forma de aprender e ensinar”. “Com as novas tecnologias de informação e comunicação, o professor é ‘afirmado’ ou ‘desafirmado’ de maneira online”, observou Cortella. Ou seja, “a nossa competência fica muito mais à prova porque temos outros paradigmas de circulação da informação”. “A educação e a emergência de múltiplos paradigmas, novos tempos, novas atitudes” foi o tema da conferência de Mario Sergio Cortella, que atraiu cerca de 420 pessoas ao primeiro evento da área da educação realizado pelo Grupo Direcional. Entre os presentes, havia gestores, coordenadores pedagógicos, professores e demais profissionais do meio, muitos deles provenientes de Taubaté, Poá, Ribeirão Pires, Santo André, Campo Limpo e Rio de Janeiro. O 1º Direcional Educação contou ainda com a palestra do consultor de marketing educacional, Christian Rocha Coelho, além da apresentação do contador de histórias Robson Santos. Patrocinado por seis empresas expositoras (Cineplast, Help Administração e Contabilidade, HetchTech, iFormação, Metadil e ZazTras), o encontro recepcionou o público com um café, ofereceu coffee-break e promoveu sorteio de prêmios.

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TRÊS vIRTUDES NO CAMINHO DOS NOvOS PARADIGMAS A palestra de Mario Sergio Cortella, realizada entre 9h00 e 10h30, “soou como música” os ouvidos dos participantes, conforme bem ex-

pressou o diretor do Colégio Discere Laboratum, do bairro do Tatuapé, Moacir Colangelo Pinto. Cortella discorreu sobre as mudanças de paradigmas mantendo um olhar apaixonado e apaixonante sobre o ato de ensinar e de aprender. E foi buscar em São Beda, monge anglo-saxão que viveu entre os anos de 672 e 735, três virtudes indispensáveis ao educador: ensinar o que se sabe, ato de verdadeira “generosidade mental”; praticar o que se ensina (“coerência ética”); e perguntar o que se ignora (“humildade intelectual”). “Elas nos colocam no caminho dos novos paradigmas, de uma educação que não envelhece a cabeça, a sociedade e o trabalho”, disse Cortella. Segundo ele, a geração de “aprendentes” nascida no século XXI possui “outra noção de tempo e historicidade” e exige “flexibilidade”. Entretanto, “não é a tecnologia que torna moderna uma mentalidade pedagógica, mas é uma mentalidade pedagógica moderna que não recusa a tecnologia quando ela é necessária”, avaliou o educador, ao diferenciar o velho e o idoso, o tradicional e o arcaico, a inovação e o modismo. De acordo com o educador, o velho está paralisado pelas certezas, enquanto o idoso, a despeito do caminhar dos anos, apresenta dúvidas, questiona-se o tempo todo e, nesse movimento, consegue inovar e estabelecer uma interlocução com o aluno. Já o tradicional apresenta valor permanente, como a autoridade docente, a conexão com a família e a afetividade. O arcaico, por sua vez, é típico da escola que envelheceu pela desagregação do trabalho interno, pelo autoritarismo e pelo uso das informações como mera ilustração. “A emergência de novos paradigmas demanda novas atitudes, separar o que é tradicional do arcaico, parar de reclamar que o aluno não é mais o mesmo. Há um claro descompasso entre a prática do século XIX e o aluno que nasceu no século XXI”, avaliou. Diante da primeira pergunta feita pelo público ao final de sua palestra, Cortella acabou entrando, porém, em outro tema que tem trazido imensa dificuldade às escolas: este aluno nascido no século XXI vem desafiando a autoridade docente porque está sendo criado


COBERTURA DO 1º DIRECIONAL EDUCAÇÃO/ EM TEMPOS DE MUDANÇAS, QUAL DIREÇÃO SEGUIR?

po, “chamando-as para dar conta do processo pedagógico” (ou seja, certificá-las das ações adotadas e resultados esperados, entre outros). Respondendo ainda a questões sobre a função docente, Cortella enfatizou que os professores exercem na atualidade o papel de “mentores e orientadores de processos”, de “líderes que devem formar novos líderes”. Aconselhou os novos educadores a se afastarem “do professor velho” e a se aproximarem “dos idosos”, e recomendou aos gestores que ensinem “os velhos a se portarem como idosos”. “Envolva-os em projetos, em ideias, de forma a que eles tenham que se renovar. Se não der certo, tentem de novo. Mas se permanecerem velhos, dispense-os, porque estes fazem mal para o processo pedagógico. E se você não tiver poder para dispensá-los, tente minimizar sua influência.” O educador finalizou lembrando que a despeito dos desafios atuais, a educação brasileira está “saindo da UTI”, está “no fim do começo”, já que o espaço público vem discutindo e/ou tomando medidas em direção a um piso salarial nacional para os professores, a uma lei de responsabilidade na área e à formação contínua, “coisas muito auspiciosas”.

ORGANOGRAMA DAS RESPONSABILIDADES PROFISSIONAIS O segundo conferencista do dia, o consultor em marketing e coaching educacional Christian Rocha Coelho, abordou o tema “Escola sustentável: como crescer na Educação?”, direcionando o enfoque para os gestores e coordenadores. Entretanto, deixou dicas valiosas sobre o papel do educador na prática escolar, sobre motivação e estratégias de comunicação. “O que faz uma escola crescer e a torna sustentável é o trabalho realizado

em sala de aula, a qualidade do corpo docente e as relações interpessoais com os alunos, seus familiares e a comunidade”, disse Christian. Mesmo na escola pública, torna-se indispensável “a valorização do trabalho da sala de aula e fazer o pai entendê-lo”, ponderou o consultor. Segundo ele, “a partir do momento em que o pai entender o que a escola faz, gera-se a comunicabilidade”. Com a vivência de quem atende a mais de 800 escolas privadas no País, Christian observou que é importante que o pai forme “um raciocínio lógico para entender o processo de ensino-aprendizagem”. Para tanto, é preciso que a escola “traduza o que está fazendo, expresse objetivos, divulgue o processo e alimente este raciocínio lógico, ao mostrar as crianças produzindo, trabalhando”. Algo que, segundo o consultor, depende pouco de verba, mas exige mudança de rotina, ciclo que, em geral, demanda três anos, transformando educadores resistentes e pragmáticos em professores protagonistas. Christian apresentou ao público um verdadeiro “organograma de responsabilidades” para gestores e educadores, delimitando as atribuições que competem a cada um. Mas o seu foco recaiu, principalmente, sobre a figura do coordenador, “um ponto nevrálgico” das escolas, já que eles realizam a gestão dos processos e devem liderar as equipes. O consultor ressalvou, por exemplo, que os coordenadores não podem perder seu tempo em atividades operacionais, mas investi-lo “no monitoramento, na lapidação e na mudança de atitudes comportamentais”. “Essa é a premissa básica do trabalho da coordenação, que deve monitorar e assistir aula, com periodicidade regular”, orientou. Outras atribuições são acompanhar a entrada de professores e alunos, promover reuniões mensais em grupo, orientar professores

com dificuldades, atender aos pais, analisar os diários de classe e responder aos emails. Ao professor, por sua vez, além de ministrar aulas, compete realizar um planejamento semanal, organizar, aplicar e corrigir as avaliações, desenvolver projetos e entregar os diários de classe. Esse é um docente protagonista, disse Christian, em uma palestra que se estendeu das 11h15 às 12h45, prosseguida por uma breve apresentação dos expositores e sorteio de prêmios.

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em casa como um grande tirano, conforme apontou uma educadora da plateia. Cortella respondeu, então, que crianças e pais confundem hoje, de fato, “direitos e desejos”, mas “essa não é uma questão só das famílias, senão das escolas que também permitem essa tiranização”. O educador orientou as instituições a resgatarem a disciplina e, ao mesmo tempo, o seu papel de escolarização, mostrando às famílias que compete a estas a responsabilidade pela educação e, ao mesmo tem-

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REPERCUSSÃO

Paulo Roberto de Faria Xavier (Colégio Castro Alves)

Pedagogo, advogado e um dos mantenedores do Colégio Castro Alves, instituição com 1.100 alunos localizada no Parque São Lucas, zona Leste de São Paulo, Paulo Roberto (na foto ao lado) esteve no 1º Direcional Educação acompanhado pelo administrador da escola, Ricardo Miniussi. Entre os grandes desafios que recaem hoje sobre as instituições de ensino está “convencer os pais que somos parceiros”, disse. Ou seja, “conforme o professor Mario Sergio Cortella falou, convencêlos que estamos aqui para a formação complementar dos valores que devem vir do berço”. Paulo Roberto tem observado falta de apoio dos familiares sobre a disciplina e a organização com a qual as escolas devem atuar. “Quando a família procura a escola subentende-se que haja uma confiança tácita que precisa ser apoiada, olhando-se para as atitudes da escola como coerentes ao seu propósito”, comentou o mantenedor.

HOMENAGEM

Arlete Rosas Augusto Laranja (Colégio Augusto Laranja / In memoriam)

Toda a comunidade do Colégio Augusto Laranja, localizado em Moema, zona Sul de São Paulo, foi surpreendida pela triste notícia do falecimento de sua fundadora e mantenedora, Arlete Rosas Augusto Laranja (na foto ao lado), ocorrida no dia 26 de abril. Arlete completaria 45 anos à frente da instituição em agosto próximo. Ela prestigiou o 1º Direcional Educação, e se surpreendeu, no dia, com a afluência de público, comentando que o “educador busca hoje, tanto na parte da gestão quanto da didática, a formação prática, trocas, conhecer o que deu certo num lugar e identificar suas próprias dificuldades”. Arlete observou então que a gestão educacional mudou muito, se profissionalizou e deve perseguir o “equilíbrio administrativo”, ao mesmo tempo em que precisa manter-se ao lado do educador, “trabalhar junto e conhecer a realidade de cada sala de aula”. Nesse sentido, um de seus grandes desafios é investir em formação continuada, “já que a faculdade não dá essa prática”. “A educação é para quem tem essa paixão e consciência de que tem sempre que aprender”, finalizou Arlete Rosas, deixando como herança um grande trabalho na área da educação. (R.F.)

DESCONTRAÇÃO A performance do educador, escritor e contador de histórias Robson Santos surpreendeu o público presente ao 1º Direcional Educação pela bem humorada apresentação do personagem Pedro Malasartes, figura sertaneja folclórica e aparentemente ingênua que encanta pela esperteza com que sai de situações embaraçosas e materialmente precárias.

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PATROCINADORES: OPORTUNIDADE DE CONTATO DIRETO COM AS ESCOLAS

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O saldo do 1º Direcional Educação foi positivo na avaliação da diretora do Grupo Direcional, Sônia Inakake, pois atendeu às expectativas do grande público presente às conferências de Mario Sergio Cortella e de Christian Rocha Coelho e também dos seis patrocinadores. Eles montaram mesas com a exposição de materiais relativos aos seus produtos e serviços no saguão do auditório do Colégio Maria Imaculada, atendendo pessoalmente aos representantes das escolas. Ao final do evento, sortearam eletrodomésticos, entre outros. O evento contou ainda com o apoio da Rabbit Partnership, do Sieeesp (Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino do Estado de São Paulo) e da AESP (Associação das Escolas Particulares). Confira os expositores:


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CINEPLAST CENOTÉCNICA A empresária Dulcinéia Rinaldi, que comanda uma empresa com quase 50 anos de vida, especializada em cenotécnica e infraestrutura para teatro e auditórios, apresentou durante o 1º Direcional Educação um novo projeto, que consiste na concepção e execução de todas as etapas de implantação deste tipo de espaço nas escolas. “Realizamos desde a construção até a finalização do teatro, incluindo o fornecimento e a instalação dos equipamentos necessários”, disse. Eles vão desde a mecânica indispensável ao funcionamento do espaço cênico até a iluminação, o som, o sistema de automação, revestimentos acústicos e a vestimenta. Mais informações:11 3078-0888 | dulcineia@cineplast.com.br

HELP ADMINISTRAÇÃO E CONTABILIDADE Para a gerente administrativa Priscilla Boscarato Masselli, a Help esteve presente no evento com o objetivo de mostrar ao gestor a facilidade proporcionada por um serviço profissionalizado de contabilidade. Segundo Priscilla, aos 13 anos de vida e mais de 50 clientes, a Help oferece uma contabilidade especializada em escolas, cujo benefício é “dar uma resposta rápida e apresentar solução para todos os problemas”. Mais informações:11 3399-5546 / 4385 | helpescola@helpescola.com.br

HETCHTECH O diretor comercial da Hetchtech, Renato Rappoli, apresentou durante o 1º Direcional Educação o portfólio de produtos da empresa de lousas interativas e tecnologia 100% nacional. Com oito anos de mercado, a Hetchtech oferece diferentes versões do produto, com diferentes tipos de superfície e operação, da caneta ao sistema touch screen. “Não fechem negócio sem antes nos consultar”, recomendou Renato às escolas presentes. Mais informações: 11 3088-0876 | hetchtech@hetchtech.com.br

iFORMAÇÃO O diretor da iFormação, Adriano Gama Filho, era uma das pessoas mais entusiasmadas durante o 1º Direcional Educação. Sua empresa apresenta como carro-chefe justamente a inovação dos processos de aprendizagem por meio das plataformas da web, em diferentes tipos de soluções e atividades. “A iFormação auxilia gestores, coordenadores e professores a se comunicar com o aluno, em um ambiente que eles conhecem”, afirmou. Para Adriano, um evento como este ajuda os próprios expositores a compreender as necessidades de alunos, escolas e professores e a aprimorar seus produtos e serviços. Mais informações: 11 3717-2933 | agama@iformacao.com.br

METADIL Grande empresa do ramo de mobiliário escolar, a Metadil está há 37 anos no mercado e apresenta soluções para todas as faixas etárias, da Educação Infantil ao Ensino Superior. O diretor de marketing da empresa, Marcelo Rodrigo, está sempre presente em eventos que proporcionem o contato direto da empresa com o seu público-alvo. Mais informações: 11 2421-4199 | atendimento@metadil.com.br

ZAZTRAS Ganhar espaço, economizar em equipamentos, softwares e energia, além de otimizar o uso dos aplicativos são alguns dos benefícios proporcionados pelos serviços da ZazTras, empresa constituída há dois anos pelo empresário Raffael de Burgos. Seu objetivo é levar às escolas estações multiusuários para salas de informática, em que um único hardware pode ser compartilhado por até onze alunos, cada um em uma mini-estação acoplada à central. “Isso gera uma economia de até 70% sobre o custo total”, destacou Raffael ao público presente no 1º Direcional Educação. Mais informações: 11 2405-0614 | contato@zaztras.com

SAIBA MAIS Mario Sergio Cortella cortella@uol.com.br

Paulo Roberto de Faria Xavier paulo@castroalves.com.br

LEIA MAIS No site da revista Direcional Escolas (www.direcionalescolas.com.br), no link da versão online da reportagem de cobertura do 1º Direcional Educação, acompanhe o guia de “Coaching Pedagógico e Educacional” desenvolvido pelo consultor Christian Rocha Coelho, da Rabbit Partnership. Veja ainda a repercussão do evento junto a outros participantes.

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Christian Rocha Coelho www.rabbitmkt.com.br christian@rabbitmkt.com.br

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A vIvÊNCIA DA TEORIA CONFERE SIGNIFICADO À APRENDIZAGEM

Ilustração: Rodrigo Carvalho

FIQUE DE OLHO: LABORATÓRIOS

Por Rosali Figueiredo

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esses tempos em que jovens e adolescentes passam grande parte de seu tempo navegando no ambiente virtual das redes sociais ou ainda nos próprios sites das instituições de ensino, que lhes servem de valioso apoio para as atividades escolares, os laboratórios de física, química, matemática, biologia, fisiologia, entre muitos outros, adquirem um grande significado na vida destes estudantes. São espaços que proporcionam o contato físico e visual com peças anatômicas e aparelhos e dão oportunidades para que realizem experiências e observem fenômenos físico-químicos, conferindo significado à aprendizagem. Ou seja, representam um momento precioso de vivência do conhecimento adquirido em sala de aula ou acessado via internet. Peças anatômicas de torsos e órgãos do corpo humano, esqueletos, microscópios, bicos de Bulsen, balanças, centrífugas, pipetas, vidrarias em geral aumentam assim a sua importância no processo de ensino-aprendizagem. “Os modelos anatômicos, por exemplo, trazem a realidade às aulas de aulas e tornam as aulas mais interessantes”, observa a empresária Amanda Gerda, que trabalha há pelo menos 13 anos no segmento. Contando com fabricantes de primeira linha e atentos às necessidades das escolas, os fornecedores de equipamentos e insumos para os laboratórios atualizam constantemente seu portfólio de produtos e hoje oferecem, por exemplo, microscópios acoplados à tecnologia da informação. “O microscópio com sistema de vídeo tem se tornado um item muito importante nas escolas, pois a imagem que o professor consegue capturar no aparelho é passada para todos os alunos através de um monitor de computador ou data-show”, descreve Amanda. A tecnologia transforma-se, portanto, em um atrativo extra para as atividades, “mas não se pode esquecer que o contato dos alunos com o microscópio é também muito importante”, ressalva a empresária. Confira, neste Fique de Olho, alguns dos destaques de duas empresas já bastante experientes no ramo, a Analista e a Roster.

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ANALISTA

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No ano em que completa um quarto de século de vida (25 anos), a Analista está preparando sua mudança para uma nova casa, no mesmo bairro Planalto, em São Bernardo do Campo. A ser inaugurada em princípios de julho, a futura sede oferece área três vezes maior que a anterior, o que possibilitará à empresa “um melhor gerenciamento dos estoques”, proporcionando “melhoria nos custos e no prazo de entrega”, afirma o empresário Vicente Catapano Junior. A empresa é certificada pela ISO 9001 : 2008 e tem investido,

desde a sua fundação, na qualidade dos serviços prestados às escolas, procurando oferecer-lhes um tratamento personalizado, que atenda às suas necessidades. Na época em que foi criada, “queríamos mudar o foco da venda, que este deixasse de ser o pedido e passasse a ser o cliente”, registra Vicente. Assim, a relação com o cliente é customizada e “mesmo que algum produto não esteja em nossa linha, procuramos atendê-lo”, diz. Sua linha de produtos é muito ampla e envolve reagentes diversos, vidrarias, modelos anatômicos e equipamentos variados, como estufas, agitadores, chapas aquecedoras, capelas, balanças, microscópios etc. A Analista atende a clientes de todo o País. Fale com a Analista: 11 4341 4155 www.analista.com.br analista@analista.com.br

ROSTER Na Roster, empresa estabelecida há 13 anos em São Caetano do Sul, uma das principais novidades para 2011 são os modelos anatômicos da marca Coleman, os quais serão apresentados pela empresa na Feira Hospitalar agendada para o período de 24 a 27 de maio, no Expo Center Norte, em São Paulo. Figuram ainda como novidade da empresa neste ano os modelos de microscópio com sistema de vídeo acoplado e a substituição da linha de vidraria por produtos fabricados em polipropileno, destaca a empresária Amanda Gerda. “O plástico polipropileno pode ser autoclavado e não corre o risco de quebrar nem de ferir o aluno durante o seu manuseio”, diz. A carteira de produtos da Roster também é bastante diversificada, incluindo equipamentos para todos os tipos de laboratórios, além dos modelos anatômicos. Amanda Gerda lembra que a empresa oferece peças de reposição de equipamentos antigos, “como microscópios de 20 anos atrás”. “Portanto, além da venda imediata, nos preocupamos com o atendimento posterior e com a assistência permanente”, destaca a empresária. Ou seja, além da atualidade, variedade e qualidade de seus produtos, a Roster tem como grande diferencial a sua política de atendimento a clientes do Brasil todo. Em breve, a empresa começará a atuar com e-commerce. Fale com a Roster: 11 4224 3824/4226 4957 www.roster.com.br roster@roster.com.br roster@uol.com.br



Ilustração: Extraído do Manual de Identidade Visual do Colégio Sidarta

GESTÃO: PLANEJAMENTO E ESTRATÉGIAS DE NEGÓCIOS

AGREGAR VALOR E ESTABELECER DIFERENCIAIS PELA GESTÃO DA IMAGEM “Fazer” e “traduzir” aquilo que se faz são pontos cruciais a qualquer empresa que vise o crescimento sustentável. Nas escolas, que representam um tipo de negócio peculiar porque atuam com um serviço diferenciado e cujos resultados demandam anos de investimento e construção diária, a “comunicabilidade” surge como estratégia central de gestão. Por Rosali Figueiredo

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á 14 anos nasceu na Granja Viana, bairro localizado na divisa entre os municípios de São Paulo e Cotia, uma proposta diferenciada de escola, vinculada ao Instituto Sidarta, organização não-governamental de pesquisa e desenvolvimento de projetos educacionais. É o Colégio Sidarta, que ocupa, com seus 300 alunos distribuídos entre a Educação Infantil e o Ensino Médio, 40 mil metros quadrados de área e chama atenção pelo cuidado com a apresentação estética do seu espaço físico e projetos pedagógicos. “O colégio encontrou na ousadia estética a forma de comunicar à comunidade a sua proposta educativa”, afirma Claudia Cristina de Siqueira, diretora do Instituto e da escola. Uma das principais estratégias de negócios pró-sustentabilidade da instituição reside, portanto, na atenção à sua identidade e de que forma isso se traduz, diariamente, para todo o seu público, desde professores e alunos aos familiares. Pela acuidade visual, a escola procura expressar “os valores da instituição, o fazer diário e evidenciar nossos princípios e rotina, a qual não é pensada somente social e intelectualmente, mas também esteticamente”. Isso significa, por exemplo, abolir o uso de imagens estereotipadas quando se lida com o universo infantil, fugindo dos personagens massificados dos programas de televisão. Representa ainda transformar paredes em murais, “com a autoria dos próprios alunos”, além de recorrer a materiais diferenciados (o algodão cru no lugar do papel crepom, por exemplo) para desenvolver toda uma proposta cênica e de instalação artística nos eventos que a escola realiza. “Para isso conto com bons mediadores, como cenógrafo, arquiteto e o próprio professor de Artes”, relata Claudia. “Posso ter o melhor conteúdo na melhor embalagem”, diz. Recentemente, o Colégio Sidarta investiu na reformulação da logomarca, construindo uma nova imagem capaz de expressar este “conteúdo, a inovação, a ousadia e o diálogo com a contemporaneidade”. Ao mesmo tempo, a marca manteve alguns traços da imagem anterior, para que os alunos mantivessem laços de afinidade já construídos. “Preocupamos-nos com a valorização estética de nosso espa-

ço, mas as famílias sabem que isso não é oco, que essa imagem casa com a prática, com a construção diária da escola”, observa Claudia. O desenvolvimento da logo foi precedido pela definição do próprio “DNA” da instituição, pois, conforme reitera Claudia, é preciso conciliar a proposta estética com as “ações cotidianas, com a coerência do projeto pedagógico”, caso contrário, a logomarca não terá credibilidade nem, tampouco, o próprio negócio encontrará sustentabilidade. No caso do Sidarta, o propósito dos gestores é elevar para 550 o número de alunos, formando duas turmas de cada série e mantendo a curva de crescimento que tem sido gradual desde a sua criação.

OS “PONTOS DE CONTATO” NA COMUNICAÇÃO COM O CLIENTE Em sua participação durante o 1º Direcional Educação (confira nas páginas 6 a 9), o consultor em marketing e coaching educacional, Christian Rocha Coelho, destacou aos mantenedores presentes que o crescimento sustentável depende do compromisso que a escola mantém com “o bom ensino, o aluno, os familiares e a comunidade” de seu entorno, mas demanda, por outro lado, todo um investimento na “comunicabilidade” desse processo, “em que eu falo e você entende”. Investimento entendido, inclusive, mais como mudança de postura e de rotina em prol do desenvolvimento de uma identidade que propriamente injeção de elevadas somas financeiras. Para o arquiteto, designer e consultor em marcas, Guilherme Sebastiany, a gestão da imagem é componente importante da estratégia de negócios das empresas. “Agregar valor não é só oferecer novos e mais serviços, pois isso se tornou comum, portanto, já não é mais um diferencial.” Segundo ele, é preciso cuidar da imagem, principalmente as escolas, acostumadas a um padrão low profile de comunicação. “Elas não mostram como fazem o seu trabalho”, observa, acrescentando que a imagem de uma empresa ou instituição é formada a partir dos chamados “pontos de contato”, como o perfil arquitetônico, dos


GESTÃO: PLANEJAMENTO E ESTRATÉGIAS DE NEGÓCIOS profissionais, da publicidade, atendimento, mobiliário, comunicação com os pais, site e da abordagem em sala de aula. Professor de Gestão na Universidade Anhembi Morumbi e responsável pela nova logomarca do Colégio Sidarta, Sebastiany ressalva, porém, que “não se constrói valor em cima de um valor que não se tem”, ou seja, “não se constrói uma imagem sobre uma mentira”. Assim, na hora de definir as estratégias e construir os diferenciais para que a instituição se posicione e cresça diante do mercado, é indispensável “se ater às qualidades reais e efetivas”, “alinhar os pontos de contato da escola com o seu próprio DNA”. O espe-

cialista lembra também que a marca ou imagem expressa “o que o receptor sente e não o que o gestor diz o que é”. Daí a necessidade de cuidar da comunicabilidade com o público (professores, alunos, familiares e comunidade) em todos os seus momentos e pontos de contato. “As escolas devem agregar valor em todo o ciclo, na relação com todos esses públicos”, aconselha Sebastiany. É um investimento de longo prazo, pois “a construção da imagem precisa ter consistência e leva tempo”. “Quando se consegue materializar nos pontos de contato aquilo que a escola é, o público passa a perceber mais e melhor o seu trabalho”, finalizou Sebastiany.

O DNA DO COLÉGIO SIDARTA EXPRESSO PELA MARCA Valores presentes: Vínculo: Tudo está ligado por laços de afetividade, confiança, cuidado e responsabilidade; Diversidade: Diversas competências aglutinadas em prol de um objetivo; flexibilidade para entender as diferenças e conviver harmoniosamente com elas; Sistêmico: Visão do todo com atenção ao indivíduo, inserido em um contexto global; todos fazem parte de um grande organismo interativo e cooperativo; Criativo: Imaginar, inventar, buscar novos significados para o que se aprende e vivencia; Pró-ativo: Estudantes, professores, pais e comunidade em movimento, buscando soluções e realizando suas ideias.

NAS RECEITAS PARALELAS, UMA BOA ALTERNATIVA AOS GESTORES estudantes, com aulas de duas a três vezes por semana, este serviço apenas será entendido como benefício quando o pai associar que as atividades poderão proporcionar saúde mental e física para os seus filhos. “São sentimentos de que o filho está seguro, feliz e que vai entrar numa boa faculdade”, completa. Marino Júnior observa, entretanto, que existem dois tipos bem diferenciados de expectativas entre os clientes das escolas privadas. Na chamada classe “C”, são quatro as bases que agregam valor: baixo preço, baixo custo (com ganho em escala), alta tecnologia e distribuição (acesso). Já nas classes “A” e “B”, as bases residem em oferecer “produtos sofisticados, investimento em pesquisa e formação, alta tecnologia, gestão de pessoas com ênfase em competências, mensalidade elevada, personalização do cliente, conforto, segurança e boa localização”. (R.F.)

SAIBA MAIS Claudia Cristina de Siqueira www.sidarta.g12.br csiqueira@sidarta.org.br

Guilherme Sebastiany www.sebastiany.com.br guilherme@sebastiany.com.br

Marino Menossi Junior www.acerplan.com.br marino.menossi@acerplan.com.br

Direcional Escolas, Maio 11

O administrador de empresas e consultor educacional em gestão financeira, Marino Menossi Junior, tem observado, entre os seus clientes, que uma boa performance de rentabilidade e produtividade depende de que ao menos 25% das suas receitas sejam hoje provenientes de serviços adicionais como a venda de apostilas, uniformes, alimentação, espaços de patrocínios nos eventos culturais e sociais, além do transporte. De qualquer maneira, o consultor ressalva que isso demanda “toda uma inteligência de marketing”, área que deve receber pelo menos 4% mensais da receita total auferida pela instituição. “A escola somente consegue agregar valor sobre o seu produto principal quando o cliente percebe quais os valores e benefícios está adquirindo, percepção muito mais ligada ao sentimento que à necessidade”, analisa Marino Junior. Por exemplo, se a instituição oferece piscina aos

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A PROFISSIONALIZAÇÃO NA ORDEM DO DIA

Direcional Escolas, Maio 11

U

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m mercado que movimentou, em 2010, recursos da ordem de R$ 9,8 bilhões já não comporta mais a combinação “rodo e pano de chão” nos serviços de limpeza de empresas, indústrias e instituições como as escolas, aponta Ângelo Morena, diretor da Associação Brasileira do Mercado de Limpeza Profissional (Abralimp), entidade que representa, entre outros, fabricantes de equipamentos e produtos deste segmento. “Ainda persiste no Brasil a cultura de que limpeza é pano, rodo, água e sabão, mas está na hora de profissionalizar a área, especialmente entre as escolas”, aponta o dirigente. Segundo ele, a profissionalização demanda desde a adoção de novos procedimentos, cuidando-se do treinamento, das posturas (saúde laboral) e dos equipamentos de segurança e proteção dos trabalhadores (EPI’s), até o uso de acessórios e máquinas mais apropriadas. O Mop pó, por exemplo, ainda é pouco conhecido, mas já há algum tempo substitui de maneira eficiente a vassoura de pelo, observa Ângelo. “O Mop retém a poeira no próprio aparelho, além de proporcionar conforto ergonômico, pois o operador usa o equipamento em uma postura ereta”, diz. Segundo ele, a profissionalização traz grandes benefícios às mantenedoras: promove a saúde para o trabalhador e demais usuários (o Mop, por exemplo, evita deixar a poeira em suspensão no ambiente); proporciona eficiência, com economia de tempo e de insumos e ganho de qualidade; e gera práticas sustentáveis, de uso de produtos biodegradáveis e redução do consumo da água, entre outros. O diretor da Abralimp observa que o mercado brasileiro oferece centenas de itens capazes de atender bem às necessidades das institui-

ções, como lavadoras de alta pressão e máquinas pilotadas. Há uma grande variedade de produtos, incluindo as linhas de papéis sanitários (papel toalha, higiênico, multiuso, guardanapo etc.), aparelhos (toalheiros, saboneteiras, porta-rolos, odorizadores), máquinas (bombas e pulverizadores, aspiradores, varredouras mecânicas e automáticas), insumos (tapetes, sacos de lixo, descartáveis em geral), sistemas (como o Mop pó) e químicos (sabonetes líquidos, antissépticos e álcool em gel). A Abralimp congrega todo esse segmento, além de prestadores de serviços. Fundada há 24 anos, a entidade realiza anualmente a Higiexpo – Feira de Produtos e Serviços para Higiene, Limpeza e Conservação Ambiental e a Higicon – Congresso Internacional do Mercado de Limpeza Profissional. Os eventos estão programados para agosto próximo (entre os dias 3 a 5), no Pavilhão Amarelo do Expo Center Norte, em São Paulo, em sua 23º edição. Segundo a Abralimp, a perspectiva em 2011 é que o mercado movimente R$ 10,5 bilhões. Para a médica Glaura Pedroso, professora de Pediatria Geral e Comunitária da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), as escolas precisam dispensar um cuidado especial aos insumos utilizados durante a limpeza. Ela não recomenda o uso de álcool líquido, exceto o álcool a 70%, em pequenas quantidades, para higiene e curativos. Também orienta que se evitem produtos caseiros, pois sua composição é desconhecida, e, no caso dos industrializados, que se atenda “às instruções dos fabricantes”. (R.F.) SAIBA MAIS Ângelo Morena diretorfinanceiro@abralimp.org.br Glaura César Pedroso glaura@pediatria.epm.br

Na próxima edição: Limpeza: Mão de Obra e Procedimentos

Ilustração: Rodrigo Carvalho

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ESPECIAL: VIOLÊNCIA NA ESCOLA & BULLYING

Direcional Escolas, Maio 11

O papel da escola começa a ser repensado de forma muito mais

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contundente depois da tragédia do Rio de Janeiro. Mas o noticiário posterior ao dia 7 de abril, quando Wellington Menezes de Oliveira entrou fortemente armado na escola municipal do Realengo sem ser barrado, continuou a ser alimentado com acontecimentos trágicos relacionados a atos de violência nas escolas, contra as instituições e/ou os próprios alunos, vindos de regiões distantes geográfica e socialmente, como o interior do Piauí ou o interior de São Paulo. Em geral atribuídos ao fenômeno do bullying, esses fatos têm feito a sociedade, e notadamente os educadores, a questionarem por que as escolas parecem não representar mais para um grande número de jovens e adolescentes um lugar de prazer, convivência, alegria e até mesmo de fonte principal de aquisição do conhecimento. “A escola parece não ser vista como lugar de prazer, de convivência. Não é mais vista nem como o lugar do conhecimento, pois as informações que temos sobre o mundo não são advindas da escola e sim dos meios de comunicação social, que a cada dia evoluem mais, tanto em competência como em velocidade da informação (haja vista que até o verbo twittar foi incorporado recentemente ao nosso dicionário). O que a violência ensina hoje para cada um de nós é que é preciso que a escola olhe tanto para o conhecimento científico, como para o humano que está a sua frente. Do ponto de vista do conhecimento, que a escola possa ter como objetivo não mais a transmissão das informações, mas a possibilidade de que os alunos possam coordenar perspectivas, comparar informações, antecipar fontes, discutir sobre diferentes conhecimentos. Do ponto de vista do trabalho com as relações pessoais, tão ausentes neste cenário da escola, é preciso que esse menino e menina tenham em seus professores uma figura em quem possam confiar, que encontrem espaços para dizer o que sentem num conflito entre pares, tomar decisões para os problemas que têm na convivência. É preciso, além da matemática e das ciências, se sensibilizar com o outro, podendo ouvir suas dores, podendo sentir suas mágoas”, reflete a psicóloga Luciene Regina Paulino Tognetta, juntamente com sua colaboradora, Thais Leite Bozza. Luciene é doutora pelo Instituto de Psicologia da Universidade de

São Paulo e coordenadora da linha de pesquisa “Afetividade e Virtudes” do Grupo de Estudos e Pesquisas em Educação Moral, vinculado às universidades estaduais Unicamp e Unesp. Pós-doutoranda na Universidade do Minho, em Portugal, com estudos sobre bullying e autorregulação, Luciene é autora de livros sobre educação e formação ética na escola e recentemente ministrou uma palestra aos familiares dos alunos do Colégio Albert Sabin, localizado na zona Oeste de São Paulo. Já Thais Bozza é pós-graduanda no curso de Especialização em relações interpessoais e construção da autonomia moral pela Unifran (Universidade de Franca). Também participa do Grupo de Estudos da Unicamp e Unesp. Luciene e Thais analisam que as crianças precisam de “uma escola que acolha, que brinque mais do que trabalhe e seja ouvida nas suas muitas perguntas que têm a fazer. Que seja ouvida no seu silêncio, nas suas dores.” O ponto chave é o desenvolvimento do convívio com os colegas, aprendendo a resolver entre eles seus próprios problemas e encontrando, nas escolas e nas famílias, orientação e apoio. Analisando especificamente a questão do bullying, Luciene e Thais aconselham aos pais que trabalhem abertamente a questão, “encorajando o filho a se indignar com as agressões do outro”. Por outro lado, eles devem buscar a parceria das escolas, que são “responsáveis pela formação ética de seus alunos”. “Infelizmente, a escola ainda não reconheceu o valor de uma assembleia ou de uma avaliação ao final do dia em que os alunos sejam convidados a falar dos problemas de convivência que têm e buscar soluções conjuntas.” No caso do bullying, o fenômeno se caracteriza quando há “intencionalidade do agressor em causar um sofrimento à vítima”. “As agressões se repetem com o mesmo alvo, acontecem por um longo período de tempo e há um desequilíbrio de poder, tornando possível a intimidação da vítima”, observam as especialistas. Também o contexto entra aí como uma característica importante, pois o agressor do bullying demanda um público que o assista e testemunhe a sua força, segundo aponta, por sua vez, a coordenadora do Ensino Fundamental II do Colégio Albert Sabin, Suely Nercessian Corradini. A partir de episódios como o do Rio de Janeiro, Suely teme, porém,


ESPECIAL: VIOLÊNCIA NA ESCOLA & BULLYING que o tema do bullying seja banalizado. Segundo ela, é preciso saber identificar bem a sua patologia, desenvolver um trabalho preventivo de conscientização e “procurar abordar as questões de convivência e de comportamento nos grupos heterogêneos, para que o aluno aprenda a lidar com o conflito”, diz. De outra forma, torna-se importante também observar como anda a educação e a formação ética das crianças, jovens e adolescentes na sociedade. Para a coordenadora, o bullying acontece ainda em outros ambientes, sob outras denominações (como o assédio moral nas empresas) e pode, sim, estar aumentando em função de dois fenômenos interligados: pela perda gradual dos espaços de relações e aprendizagem de convívio entre as pessoas, cada vez mais restritos ao horário escolar, e à expansão, por outro lado, das redes sociais da internet, as quais facilitam a disseminação de uma série de agressões.

PREVENÇÃO, AÇÃO SOCIAL E INTERVENÇÕES LOCALIZADAS Um trabalho interessante com a questão vem sendo realizado pelo Colégio Magister, instituição que atua há 40 anos na zona Sul de São Paulo. São dois pilares fundamentais. De um lado, uma ação mais ampla, social, abrindo-se espaços para que os estudantes atuem com projetos voluntários junto de crianças carentes da região de Pa-

relheiros, extremo Sul de São Paulo. E neste ano ainda, agora em maio, seus estudantes do 3º ano do Ensino Médio farão um estudo do meio em Picos, interior do Piauí. “Queremos que eles tenham contato com a diversidade, ampliem a visão e agreguem o respeito pelo outro”, afirma Carlos Enrique Garcia, professor de Teatro e coordenador das ações sociais na instituição. Por outro lado, o Magister vem ampliando a participação das famílias em seus eventos. Desde 2010, substituiu o Dia das Mães e dos Pais pelo da Família. “Observamos cada vez mais a importância educacional das escolas, na medida em que as famílias têm menos tempo para cuidar e olhar as crianças. A sua formação deveria estar mais centrada na figura da família, mas, infelizmente, a escola acaba tendo que abraçar dois papéis, o de educar e o da escolarização”, analisa Carlos Enrique. Na outra ponta, existem ações pontuais relacionadas aos casos de bullying, um trabalho que o Magister sistematizou no final de 2009 e foi incorporado ao seu projeto pedagógico. Ele prevê etapas de abordagem do problema, afirma a coordenadora Ângela Borges, do Fundamental II. Em geral, inicia-se por uma conversa com a criança e a família, o que é suficiente para solucionar eventuais situações, pois “uma ação organizada, clara e contínua do adulto orienta, ajusta e forma uma mudança do comportamento da criança, torna-se suficiente para coibir o bullying”, observa Ângela.

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SAIBA MAIS Ângela Borges Ângela_borges@magister.com.br

Carlos Enrique Garcia enrique@magister.com.br

Luciene Regina Paulino Tognetta lrpaulino@uol.com.br

Suely Nercessian Corradini suely@albertsabin.com.br

Direcional Escolas, Maio 11

No site da revista Direcional Escolas (www.direcionalescolas.com.br), no link da versão online da reportagem Especial/Violência na Escola & Bullying, confira: - a íntegra das entrevista da psicóloga Luciene Regina Paulino Tognetta e Thais Bozza; - uma entrevista com o educador Artur Costa Neto, professor universitário, vice-presidente nacional da União Nacional dos Conselhos Municipais de Educação (Uncme) e diretor do Sinpro (Sindicato dos Professores); - o organograma completo dos procedimentos adotados pelo Colegio Magister diante de casos de bullying; - reportagem de cobertura de palestra feita pela psicanalista Maria Rita Kehl no Colégio Oswald de Andrade na noite do dia 7 de abril, cujo enfoque foram as novas configurações da família e seus reflexos sobre a formação das crianças.

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PERFIL DA ESCOLA: COLÉGIO GUILHERME DUMONT VILLARES

NA “ESCOLA FORMADORA”, UMA GESTÃO EMPREENDEDORA Fundado há quase 30 anos sob as diretrizes de um plano diretor de gestão e educação, o Colégio Guilherme Dumont Villares sempre teve no planejamento um de seus pontos fortes. A escola cresceu conforme um plano de negócios previamente traçado pela sua mantenedora, algo raro nas instituições de educação básica, ao mesmo tempo em que desenvolveu toda uma expertise de formação de professores e alunos, constituindo-se em uma verdadeira “escola formadora”. Por Rosali Figueiredo Fotos João Elias

Direcional Escolas, Maio 11

A partir da definição de dez diretrizes para a execução do tra-

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balho docente e contando com o apoio de um Laboratório de Ideias e Processos Inovadores, o Colégio Guilherme Dumont Villares vem aplicando neste ano um novo projeto, a Ação de Nova Mediação. O propósito é oferecer novas ferramentas ao professor, “para que estimule o desenvolvimento das potencialidades latentes dos alunos e faça com que cheguem a estabelecer operações de pensamento adequadas e a conhecer e a explorar o próprio potencial”, explica a diretora e mantenedora Eliana Baptista Pereira Aun. Segundo define Eliana, o Guilherme Dumont Villares se caracteriza como uma “escola formadora, de professores e de alunos”, pois na base de todo o seu projeto pedagógico se encontram dois objetivos bem demarcados: a transmissão e a consolidação de valores e a inserção dos estudantes nos grandes debates mundiais. “Temos uma plataforma que contempla o desenvolvimento do ser dentro dos princípios fundamentais de Piaget, que dedicou sua vida a desvendar como se dá a aprendizagem e percebeu que esta acontece por sucessivas construções ao longo da fase de maturação. As capacidades estão latentes para serem estimuladas nos estudantes”, destaca a mantenedora. Desta forma, desde o princípio o Colégio Guilherme Dumont Villares investe na renovação dos métodos do ensino-aprendizagem, enquanto, por outro lado, está sempre lançando projetos capazes de estimular as potencialidades das crianças, jovens e adolescentes, bem como um comportamento pró-ativo, mais cidadão. Junto aos docentes, por exemplo, tem como filosofia permanente orientar e compartilhar a criação de estratégias e técnicas de abordagem inter e transdisciplinar. Junto dos alunos, busca constantemente proporcionar um significado para a aprendizagem, com base em “valores bem posicionados” e no seu envolvimento afetivo e intelectual com o que acontece no mundo. As dez diretrizes da Ação de Nova Mediação pretendem, assim, orientar a atuação do professor para que consiga chegar aos estudantes, além de atingir “resultados compatíveis com o que o mundo pede”. “É um processo de formação de ambos, alunos e professores, que dá significado à aprendizagem.” Mas essa aproximação com o

trabalho docente ganhou corpo ainda nos anos 90, quando o colégio lançou o Projeto Considere, ainda hoje o carro-chefe de suas ações. “Considerar (do Latim considerare) significa respeitar, estimular, reconhecer, dar importância, ter deferência, acatar, pensar em, ponderar, apreciar, observar, conceber, crer, ter em alta conta, refletir, meditar, examinar, deter a vista em, contemplar, raciocinar etc.”, segundo destaca um documento institucional do colégio. Ou seja, “o Considere resume todas as melhores expectativas que se possa ter num contato pessoa a pessoa”. Concretamente, o Considere visa a superar antigas práticas pedagógicas, manter em movimento a descoberta de novas abordagens de ensino e introduzir programas educacionais capazes de dar suporte ao desenvolvimento das potencialidades e valores dos estudantes. No seu bojo, surgiram, nos últimos anos, iniciativas especiais, como o Núcleo de Educação para os Direitos Humanos, a parceria com o Sebrae (empreendedorismo) e o Projeto Vida, o qual apresenta aos estudantes, paulatinamente, informações e vivências relativas ao ambiente profissional. Mais recentemente, veio a implantação do Laboratório de Ideias e agora da Ação da Nova Mediação (veja as diretrizes na página 20), cuja efetivação se dá junto aos professores por meio de quatro horas aulas remuneradas de atividades semanais, de jornadas de atualização pedagógica, e de apoio financeiro para que frequentem cursos de formação. “Nunca foi tão necessário o investimento no profissional, porque estamos lidando com uma geração que tem reações e é movida por estímulos absolutamente diferentes das anteriores. Fala-se agora em geração Z, posterior à Y (que já era dos chamados nativos digitais). A composição das redes neurais dos filhos dos nativos digitais é completamente atípica, eles apresentam inputs diferenciados e esperam ações diferenciadas”, analisa Eliana. Além disso, é uma geração acostumada a realizar suas atividades de maneira muito mais individualizada, obrigando a que as escolas tenham “um foco muito grande no aprendizado do convívio social”, complementa a diretora. Também é preciso trabalhar valores e disciplina, caso contrário “não consigo a sua inserção no processo de ensino-aprendizagem”.


PERFIL DA ESCOLA: COLÉGIO GUILHERME DUMONT VILLARES

UMA OPORTUNIDADE PARA SE DESCOBRIR AS APTIDÕES Os espaços de aprendizagem do Colégio Guilherme Dumont Villares estão sempre tomados pelos alunos, mesmo nos horários das chamadas disciplinas eletivas, que complementam a carga curricular obrigatória da escola. Há dias em que 900 de seus quase 1.500 alunos retornam à instituição no horário invertido, para atividades de artes, música, xadrez, robótica, diferentes expressões corporais e modalidades esportivas, empreendedorismo, voluntariado, entre muitas outras. O colégio oferece 64 cursos eletivos, nas áreas de artes plásticas, musicais e cênicas, de ciências e tecnologia, de raciocínio lógico, de biotecnologia etc. “Eles proporcionam sondagens de aptidões e autoconhecimento, já que no acesso a essas oportuni-

dades os estudantes desenvolvem sinapses cerebrais diferenciadas, estabelecem relações entre o fazer e a teoria”, explica a diretora Eliana. “As disciplinas eletivas são tão importantes quanto as obrigatórias porque dão significado ao conhecimento”, destaca. De acordo com a mantenedora, os cursos não geram ônus para os familiares. Outro ponto de destaque da escola está na parceria com esses familiares, especialmente pelo trabalho da Associação de Pais e Mestres (APM), que cuida da gestão da cantina e das festas juninas e utiliza sua verba na melhoria da infraestrutura e dos equipamentos da própria escola, bem como na concessão de doze bolsas de estudos anuais por mérito aos estudantes. (R.F.)

Graduada em Biologia e Pedagogia, com mestrado em Gestão Escolar, a mantenedora Eliana Baptista Pereira Aun já acumulava pelo menos 19 anos de experiência no desenvolvimento de projetos especiais em educação quando iniciou as atividades do Colégio Guilherme Dumont Villares. Foi em 1983, ano em que adquiriu uma escola de Educação Infantil da região do Portal do Morumbi e montou um plano diretor de implantação do colégio para um prazo de oito anos, em terreno parcialmente adquirido junto da família do empresário e filantropo Guilherme Dumont Villares. Eliana, na época, já apresentava um perfil diferenciado de gestora em educação, pois entre os anos de 1975 e 1983, fizera parte da equipe de uma grande construtora brasileira que implantou grandes núcleos habitacionais junto a hidrelétricas como Itaipu, Eletronorte e Tucuruí, entre outras. Em Tucuruí, por exemplo, às margens do rio Tocantins, no Pará, Eliana coordenou a implantação de 18 unidades escolares, de educação básica e ensino profissionalizante, cuidando desde a edificação da estrutura física à formação e contratação de professores e ao desenvolvimento do projeto pedagógico. Em Tucuruí, diz Eliana, chegou a se formar um centro de treinamento de mão de obra para toda a região Norte. Em sua gestão, a rede escolar local atendeu a 28 mil estudantes. A educadora era chefe da Divisão de Educação e Cultura da construtora, coordenava uma equipe de 80 pessoas, atuava como uma verdadeira secretária de educação do núcleo habitacional vinculado à hidrelétrica e vivenciou, no ambiente empresarial, um importante processo de formação em gestão. Eliana aponta que a experiência a ajudou a desenvolver “um olhar atípico de executiva do ensino”, pois na época “isso era algo extremamente utópico no contexto educacional”, sequer havia “cursos de graduação ou pós com essa perspectiva”.

Eliana aplicou todo esse know-how no empreendimento do Colégio Guilherme Dumont Villares, “o que deu o nosso diferencial”, observa a mantenedora. Em uma área de 12 mil metros quadrados, localizada na própria Avenida Guilherme Dumont Villares, a diretora seguiu passo a passo seu plano diretor de construção das duas unidades da escola (uma de Educação Infantil, outra de Ensino Fundamental e Médio) e implantação, gradual, de cada um dos ciclos escolares. “Estávamos nos instalando em um bairro onde havia escolas tradicionais e consagradas pelo tempo, então optamos por uma linha comedida, em que pudéssemos instalar gradativamente o nosso trabalho, porque a educação se constrói ano a ano, os cuidados têm que ser sempre os mesmos e os resultados são de médio e não curto prazo”, diz, acrescentando que estes devem ser, simultaneamente, “atitudinais e formativos”. Quando comprou a escola de Educação infantil, herdou somente 80 alunos, número que no ano seguinte saltou a 300, com a introdução da 1ª e 2ª série. “Crescemos cinco vezes em doze meses e, em 1989, um ano antes do estipulado pelo nosso plano diretor, chegamos ao Ensino Médio.” Atualmente com quase 1.500 estudantes, Eliana avalia que o colégio se consolidou pelo empenho persistente e diário de sua equipe ao longo de todo o período. (R.F.)

Direcional Escolas, Maio 11

O COMEÇO INOVADOR PELAS MÃOS DE UMA “EXECUTIVA DO ENSINO”

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PERFIL DA ESCOLA: COLÉGIO GUILHERME DUMONT VILLARES

DIRETRIZES PARA A MEDIAÇÃO DOCENTE

Direcional Escolas, Maio 11

1. Apoiar o processo educacional; 2. Trabalhar interdisciplinarmente e transdiciplinarmente; 3. Preparar e ministrar aulas visando à integração de procedimentos e de áreas do conhecimento e proporcionando aos alunos a vivência de situações-problemas; 4. Estimular o desenvolvimento da criatividade e inventividade do educando; 5. Ampliar, consolidar e dar continuidade às disciplinas eletivas; 6. Mapear eventuais dificuldades dos alunos de forma a identificar aqueles que somente reproduzem a aprendizagem e aqueles que conseguem aplicá-la e transferi-la; 7. Identificadas as dificuldades, estabelecer estratégias e técnicas diferenciadas que mobilizem a aula e auxiliem os estudantes a superar o estágio em que se encontram; 8. Nas avaliações, priorizar os descritores, os objetos do conhecimento, as habilidades ou as operações de pensamento; 9. Ter presente que o professor, mais do que ninguém, é aquele que detém a capacidade e a eficácia de ensinar e orientar os alunos; 10. Ensinar por competência significa desenvolver uma ação educativa que pressuponha a prontidão do alunado para desenvolver: conhecimento, habilidade e uso/aplicação. (Colégio Guilherme Dumont Villares)

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SAIBA MAIS

Eliana Baptista Pereira Aun eliana@gdv.com.br


DICA: EDUCAÇÃO ALIMENTAR

AÇÃO DEVE ARTICULAR CANTINAS, COZINHAS E ÁREA PEDAGÓGICA

SAIBA MAIS 7º Fórum de Alimentação Escolar (Fenerc - Federação Nacional das Empresas de Refeições Coletivas) www.fenerc.com.br - Dias 19 e 20 de maio / SP.

O Centro Educacional Pioneiro tem procurado, na verdade, seguir as diretrizes da Portaria Interministerial 1.010/2006, relativas à promoção da alimentação saudável nas escolas do País. Segundo o documento, a política de nutrição saudável escolar deve estar presente na ação pedagógica (como o cultivo de hortas), atender às boas práticas do preparo dos alimentos (baixadas pela Resolução 216/2004, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária/ Anvisa), e vetar o comércio de alimentos com altos teores de gordura saturada, gordura trans, açúcar livre e sal, incentivando o consumo de frutas, legumes e verduras. No Pioneiro, a nutricionista cuida de todas essas frentes. Junto da cozinha própria da instituição, coordena sete funcionários, responsáveis pelo preparo de refeições servidas aos alunos. Junto dos professores, orienta as atividades da Educação Infantil, de práticas culinárias simples, como o preparo de saladas de frutas e bolo de cenoura. Eventualmente as crianças cultivam hortaliças em vasos. Já nos anos iniciais da alfabetização (pré e Fundamental I), os nomes dos alimentos servem como pretexto para o desenvolvimento da leitura e da escrita. No 5º. ano, é realizado o Projeto Alimentação Saudável, integrado ao conteúdo da disciplina de Ciências. (R.F.) Cartilha sobre Boas Práticas para Serviços de Alimentação (Anvisa) www.anvisa.gov.br/divulga/public/alimentos/cartilha_gicra_final.pdf Cristiane Mayumi Sumida cristiane@pioneiro.com.br

LEIA MAIS No site www.direcionalescolas.com.br, no link da versão online da Dica de Educação Alimentar, acesse: - as 11 Ações Assertivas de Nutrição nas Escolas, elaboradas pela professora Cláudia Cezar, Doutora em Nutrição Humana Aplicada pela USP, Mestre em Nutrição e Metabolismo pela UNIFESP e Especialista em Fisiologia do Exercício (UNIFESP); - o artigo “Alimentação na Escola Pública e Privada”, da nutricionista Joana D’Arc P. Mura, membro do Comitê Científico da Fenerc; - a Portaria Interministerial nº 1.010/2006, que instituiu as diretrizes para a Promoção da Alimentação Saudável nas Escolas de Educação Infantil, Fundamental e Médio no Brasil.

Na próxima edição: Quadras: Pisos e Acessórios

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Centro Educacional Pioneiro, localizado na Vila Clementino, zona Sul de São Paulo, vetou, no início deste ano, o comércio de refrigerantes e salgados industrializados na cantina da escola, terceirizada. A restrição, no entanto, não deve ter surpreendido aos estudantes, pois há cerca de dois anos a instituição começou um processo gradual de mudança dos itens comercializados no local, substituindo frituras por salgados assados, guloseimas por bolo de cenoura, barrinhas de cereais e cookies. Introduziu ainda sucos em polpa e frutas. “No início percebemos certa relutância dos dois lados (estudantes e cantina), mas eles entenderam o porquê das mudanças, a própria cantina expôs isso em cartazes”, afirma a nutricionista da escola, Cristiane Mayumi Sumida. A restrição aos refrigerantes e salgados industrializados compõe o Projeto Cantina Saudável da escola, o qual, por sua vez, integra toda uma proposta de educação alimentar desenvolvida pela mantenedora e que atinge ainda a outras duas frentes: a cozinha própria, bem como as atividades pedagógicas desenvolvidas na Educação Infantil e no Ensino Fundamental I. O propósito é combater o aumento da incidência precoce de doenças como obesidade, triglicérides, colesterol, diabetes e hipertensão, diz Cristiane.

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ACESSĂ“RIOS

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AUDITÓRIO, BRINDEs

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BEBEDOUROS, BRINQUEDOS PEDAGÓGICOS, MÁQUINAS MULTIFUNCIONAIS, MOLAS P/ PORTAS

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INFORMÁTICA, LABORATÓRIOS

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LABORATÓRIOS, LOUSAS, MÓVEIs

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LOUSAS, Mテ天EIS

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Imagem ilustrativa

MÓVEIS, PISOS

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Mテ天EIS, PLAYGROUNDS

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PLAYGROUNDS, SISTEMAS DE SEGURANÇA

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PISOS, QUADRAS, RADIOCOMUNICAÇÃO, TERCEIRIZAÇÃO

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SINALIZAÇÃO, TOLDOS, VIAGENS

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