Editorial Diretores Sônia Inakake Almir C. Almeida
Caro leitor,
EDITORA Rosali Figueiredo
No começo deste mês jornalistas estiveram reunidos em São Paulo com autoridades
PÚBLICO LEITOR DIRIGIDO diretores e Compradores
e especialistas da área da educação, envolvidos na discussão e formulação de um novo
PERIODICIDADE MENSAL exceto Junho / Julho Dezembro / Janeiro cuja periodicidade é bimestral
no Brasil. Este será um dos temas predominantes da Conferência Nacional de Educação
TIRAGEM 20.000 exemplares
a participação de Clélia Brandão, presidente do Conselho Nacional de Educação (CNE),
Plano Nacional para a área, o qual balizará as políticas públicas nos próximos dez anos (CONAE), agendada para o período de 28 de março a 1º de abril próximo, no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, em Brasília. No encontro em São Paulo, os trabalhos tiveram além de demais representantes do órgão e de movimentos como Todos pela Educação e
Jornalista Responsável Rosali Figueiredo MTB 17722/SP jornalista@condominio.inf.br
Campanha Nacional pelo Direito à Educação. O próprio CNE já pontuou os dez principais desafios a serem superados na próxima
CIRCULAÇÃO Estado de São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná, Minas Gerais
década. Entre eles, “estabelecer padrões de qualidade para cada etapa e modalidade da educação” e “valorizar os profissionais da educação”. Seria retórico comentar aqui a proposta de erradicação do analfabetismo, da universalização do acesso ao ensino de
Direção de Arte Jonas Coronado
qualidade, da extensão do período escolar, entre muitas outras questões que vêm sendo
ASSISTENTE DE ARTE Nathália Tadiello
busca pela qualidade e valorização do educador, aspectos que a própria Direcional Escolas
defendidas de maneira unânime no País. O que pretendemos destacar é a afirmação da tem procurado abordar a cada número e reportagem que publica.
ASSISTENTE DE VENDAS Emilly Tabuço
Nesta edição de março, a revista implanta uma nova seção, o Perfil da Escola, e traz como destaque a experiência recente e inovadora de um grupo de professores, coordenadores e
Contatos Publicitários Denise Ferreira Silvana Tesser
gestores que pretendem levar qualidade a um ambiente inóspito à aprendizagem formal, que é a periferia paulistana. É a breve mas já densa história da EMEF Morro Grande, localizada
Atendimento ao Cliente João Marconi Juliana Jordão
na zona Norte da cidade e recheada de iniciativas que procuram criar oportunidades aos estudantes, independente dos recursos físicos, humanos e financeiros de que dispõe. Em outra ponta, a edição de março mostra como as escolas vêm se preparando para
Impressão Prol Gráfica
acompanhar a mudança dos tempos e entrar de vez na Era da Informação e Comunicação, incorporando ferramentas tecnológicas às suas experiências e projetos didáticos, no sentido de ampliar o conceito de aprendizagem. Segundo uma das principais pesquisadoras
Conheça também a Direcional Condomínios www.direcionalcondominios.com.br
Filiada à
Tiragem auditada por
brasileiras do desenvolvimento cognitivo e informática educativa, Léa da Cruz Fagundes, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, a tecnologia da informação chegou como uma verdadeira “tsunami” na área da educação, obrigando as escolas a repensarem suas práticas. Não adianta adaptar essas novas ferramentas a um programa previamente montado, mas rever a própria sistematização do ensino, conforme aponta Léa e demais especialistas ouvidos na reportagem. É um processo gradual, de assimilação e discussão, ao qual provavelmente o novo Plano Nacional da Educação muito terá a contribuir. Vivemos em um mundo com transformações aceleradas, ininterruptas, que acabam se refletindo em diferentes áreas e atividades das escolas, como nas salas de informática e nas
Não é permitida a reprodução total ou parcial das matérias, sujeitando os infratores às penalidades legais. As matérias assinadas são de inteira responsabilidade de seus autores e não expressam, necessariamente, a opinião da revista Direcional Escolas. A revista Direcional Escolas não se responsabiliza por serviços, produtos e imagens publicados pelos anunciantes. Rua Vergueiro, 2.556 - 7ª andar cj. 73 CEP 04102-000 - São Paulo-SP Tel.: (11) 5573-8110 - Fax: (11) 5084-3807 faleconosco@direcionalescolas.com.br www.direcionalescolas.com.br
bibliotecas (temas de duas Dicas), espaços que ampliam seu papel. Outras demandas surgem, como o aprendizado do empreendedorismo (tema de outra pauta de Gestão), as viagens e estudos do meio (Fique de Olho), areias coloridas nos espaços de recreação das escolas infantis (Dica), sem descuidar da infraestrutura oferecida aos alunos (Fique de Olho/Quadras & Acessórios). Uma boa leitura a todos. Rosali Figueiredo Editora
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Tiragem de 20.000 exemplares auditada pela Fundação Vanzolini, cujo atestado de tiragem está à disposição dos interessados.
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SUMário
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dica
Biblioteca
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dica
Gestão
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Tanque de Areia
Empreendedorismo nas Escolas
Perfil da Escola
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Dica
fique de olho
Softwares
Quadras & Acessórios
fique de olho 2 Viagens e Estudos do Meio
especial EAD
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índice
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Acessórios – 22, 23 Agenda – 26 Alambrados – 32 Alarmes – 33 Artigos Esportivos – 23 Assessoria Contábil – 23 Auditório - 24 Bebedouros – 24, 4ª capa Bolas – 23 Brindes – 24 Brinquedos Educativos – 9, 2ª capa Câmeras - 33 Circuito Fechado de TV – 33 Coberturas - 34 Coleta Seletiva de Lixo – 22, 23 Controle de Acesso – 33 Escola de Idiomas - 7 Estudo do Meio – 25 Eventos - 26 Filtro – 24, 4ª capa Gerador - 26 Gestão Escolar – 23, 32 Gráfica – 26 Grama Sintética – 30, 32 Impressos Escolares - 26
Jogos – 30, 31, 2ª capa Laboratório – 25, 26 Lavadoras de Alta Pressão – 22, 23 Lousa – 28 Material de Limpeza – 22, 23 Microscópios – 25, 26 Modelos Anatômicos – 25, 26 Móveis – 27, 28, 1ª capa Palestra - 24 Passeio – 26 Pinturas Especiais - 28 Pisos – 29, 30, 3ª capa Playgrounds – 30, 31, 32 Produtos e Equipamentos para Limpeza – 22, 23 Projetores – 28 Quadras – 16, 32, 3ª capa Quadros – 28 Radiocomunicação – 32 Recreação – 2ª capa Redes de Proteção – 28 Serralheria – 32 Sistema de Gestão – 32 Sistemas de Segurança – 33 Tapetes – 22, 23, 33 Terceirização - 33 Toldos – 34 Tratamento de Pisos – 33
DICA: BIBLIOTECA - ESTRUTURA
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Conselho Regional de Biblioteconomia do Estado de São Paulo (CRB-8) lançou recentemente o projeto “Biblioteca Vitrine: uma parceria para ser vista”. O propósito é identificar “bibliotecas escolares que se destaquem por suas condições físicas, recursos humanos e informacionais e práticas de incentivo à leitura e capacitação informacional”, anuncia Rosana Telles, coordenadora da Comissão de Educação do órgão. Bibliotecária, Rosana trabalhou durante 24 anos na Associação Escola Graduada de São Paulo e articula o projeto de biblioteca do Centro Comunitário da Favela Real Parque, na zona Sul da cidade. Segundo ela, é preciso repensar o papel das bibliotecas escolares, que nos últimos vinte anos estiveram vinculadas “quase exclusivamente ao desenvolvimento de programas de incentivo à leitura”. Na Era da Informação e do Conhecimento, ressalta, o espaço deve “atuar como centro de informações acessíveis e compartilhadas por todos”. As bibliotecas devem ser configuradas “de forma a oferecer flexibilidade e acomodar locais para estudo individual e em grupo, laboratórios de pesquisa on-line, salas de reuniões, salas equipadas com recursos audiovisuais, assim como espaços para leitura, eventos e exposições de trabalhos elaborados por alunos”, afirma. As atividades envolveriam novas linguagens e formatos (impressos, eletrônicos e digitais) e desencadeariam “um consumo consciente da informação”. Rosana lembra que o atual excesso de informação gera muito “lixo informacional”. A bibliotecária propõe que esses espaços conquistem seu lugar no currículo da Educação Infantil e Ensino Fundamental, organizando-se visitas semanais
de meia hora (EI) a 45 minutos (EF), em que o bibliotecário possa desenvolver um “programa de capacitação informacional”. A partir do 1º ano os estudantes aprenderiam a “utilizar o catálogo eletrônico para localizar informações” e receberiam “orientação sistemática sobre técnicas de pesquisa”. Já para as turmas da Educação Infantil seria programada a “hora do conto”, iniciando-as nos fundamentos desta capacitação. Para cada grupo seria disponibilizado “o tempo necessário para a seleção dos livros, revistas, CDs ou DVDs que quisessem emprestar da biblioteca”. A frequência semanal ao espaço representa “um fator motivador decisivo para incentivar o interesse não só pela leitura, mas pelo aprendizado”, destaca Rosana. Para a bibliotecária Magali Bertoli Chiaratti, graduada há 17 anos pela UFSCar (Universidade Federal de São Carlos), a biblioteca escolar deve atuar no apoio à educação básica e “estabelecer uma parceria com os professores, na qual as atribuições de ambos se completem”. Com os estudantes do 1º ao 5º ano do Ensino Fundamental de uma cooperativa de ensino (CEDESC - Instituto de Educação e Cultura de Descalvado, interior de São Paulo), Magali desenvolve o “Projeto Biblioteca”. As visitas dos alunos são quinzenais e envolvem, além da retirada do livro, um estudo conduzido pela bibliotecária, quando “eles fazem comentários, mudanças que gostariam de fazer se fossem o autor ou mesmo uma defesa da obra, incentivando os demais a lerem”. Já os estudantes do 5º ano são desafiados a construir e editar a sua própria história. Em 2009, eles apresentaram a obra coletiva “Se eu fosse um cientista” durante a Mostra Científica da escola. (R.F.)
Na próxima edição: Economia de Energia
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Espaço cresce e muda conceito na Era da Informação
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FIQUE DE OLHO: SISTEMAS DE SEGURANÇA
DICA: TANQUE DE AREIA
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Calhau 1 pag.
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s tanques ou caixas de areia figuram como componentes indispensáveis nas escolas, principalmente nas de Educação Infantil, por desempenharem um importante papel no desenvolvimento psicomotor e emocional das crianças. Na Escola Bola de Neve, criada há mais de 40 anos no Jardim Paulistano, em São Paulo, o tanque de areia serve como espaço de socialização para os menores que ingressam no ambiente escolar, e de recreação junto às crianças que atingem uma autonomia um pouco maior, entre 3 e 5 anos. “Ele oferece múltiplas possibilidades”, afirma a pedagoga e diretora Theodora Maria Mendes de Almeida, autora, entre outros, do recémlançado livro “Bebê e Babá, muito além de cuidar” (Grupo Editorial Scortecci). Segundo a educadora, o contato com a areia é “o momento mais encantador para a criança, pois dá prazer a elas”. Assim, o espaço acaba sendo utilizado no momento de adaptação na escola, pois facilita o contato com os educadores e os colegas. Já entre os maiores, serve como ambiente de relaxamento, de invenção de novas brincadeiras ou até de compenetração. Conforme observa Miguel Sinkunas, diretor de Químicos e Dosadores da Abralimp (Associação Brasileira do Mercado de Limpeza Profissional), ao desempenhar esses papéis, a areia se torna um item de difícil substituição, “visto a natural atratividade que exerce sobre as crianças”. Nesse sentido, cabe às escolas cuidar bem do espaço. Na Bola de Neve, realiza-se diariamente o peneiramento de folhas e objetos estranhos ao local, remexendo-se nos grãos de forma a evitar que acumulem umidade. Todas as noites a areia é coberta. A diretora recomenda a troca do material pelo menos a cada dois anos, além do uso da areia colorida, que atrai mais as crianças e afasta animais como os gatos. São pro-
cedimentos que coincidem, por exemplo, com as recomendações de higienização e manutenção feitas pela Abralimp. Segundo Miguel Sinkunas, eventuais perigos relacionados às caixas de areia têm origem na umidade, granulometria (grãos muito finos podem ser aspirados) e contaminação. “A caixa segura é aquela que contém areia seca, de tamanho selecionado e livre de materiais estranhos”, evitando a “proliferação de parasitas, bactérias e fungos”. Na verdade, os cuidados começam na construção do tanque. A diretora do Bola de Neve recomenda a escolha de uma área externa que tome bastante sol, afastando riscos com a umidade. Já Miguel Sinkunas destaca a necessidade de se utilizar materiais impermeáveis e se possível um sistema de drenagem, em local distante de terras, gramas e folhas. Sugere ainda lavar bem a caixa antes do seu preenchimento, “com aplicação final de bactericida à base de quaternário de amônia ou Clorexidina”, deixando “secar naturalmente e evitando luz solar”. O diretor da Abralimp propõe preenchê-la com uma areia “com granulometria mais grossa”, além de protegê-la quando não estiver sendo utilizada, com uma “cobertura impermeável resistente e de fácil colocação, que deverá lacrar perfeitamente a caixa”. Miguel deixa ainda algumas dicas de manutenção, como impedir o acesso ao tanque de crianças sem fraldas, comidas e bebidas, bem como o seu uso em dias chuvosos; limpá-la diariamente com um rastelo fino; revolvê-la periodicamente, passando a areia do fundo para cima, “preferencialmente sob luz solar – isto ajudará a mantêla seca e mais fofa, evitando machucaduras”; e, finalmente, programar uma troca periódica do material. A ocasião deverá ser aproveitada, acrescenta, para a lavagem da caixa, conforme os procedimentos descritos acima. (R.F.)
Na próxima edição: Livros Infantis
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Cuidados que asseguram uma recreação saudável
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GESTÃO: EMPREENDEDORISMO NAS ESCOLAS
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m novo conceito toma corpo já há algum tempo no trabalho dos educadores entre os jovens e adolescentes, o “protagonismo”, inspirado no substantivo “protagonista” e em regra tomado como sinônimo de uma ação construtiva diante da vida. Pois o empreendedorismo figura hoje não apenas como postura obrigatória de gestão de negócio, mas também como proposta didática. “As características do empreendedorismo estão mais conectadas com as atitudes do que com o conhecimento, por isso é tão importante que pais e educadores apóiem nossas crianças e adolescentes a desenvolver estes comportamentos”, defende o consultor Marco Fabossi, administrador e autor do livro “Coração de Líder: A Essência do Líder -Coach” (Editora Press Abba). No Colégio Dom Bosco, localizado na zona Norte de São Paulo, o empreendedorismo faz parte da própria missão da escola e está presente no trabalho com os alunos desde 2006. Diferente de
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GESTÃO: EMPREENDEDORISMO NAS ESCOLAS
instituições que optaram pela criação de uma disciplina específica, o Dom Bosco desenvolve o tema por meio de um projeto anual, conduzido por um professor e com enfoque interdisciplinar, afirma a diretora Rosilene Teixeira Rodrigues. “Os alunos trabalham em sala, em grupo ou dupla, com um determinado projeto ao longo do ano letivo. A avaliação é bimestral, temos a nota Dom Empreendedor, composta pela participação mais apresentação”, observa Rosilene. A metodologia foi desenvolvida pelo sistema Dom Bosco, de Curitiba, no Paraná. Neste ano, os estudantes estão trabalhando sobre o tema da Copa do Mundo e terão que apresentar os resultados dos projetos na Feira do Empreendedorismo da escola, agendada para o final de maio. Todas as séries estão envolvidas, desde a Educação Infantil, que terá contato com a cultura africana e a linguagem visual das máscaras, ao Ensino Médio, que trabalhará plano de negócios e a geopolítica do continente. A escola pretende, no entanto, associar todo o evento à Copa de 2014 no Brasil, levando os estudantes a observarem de que forma o país está se preparando, especialmente o setor público na área de transportes e saúde. Outras questões estão colocadas: eles devem observar, dentro do contexto da competição, “quem são os líderes da Copa, os estilos de liderança que estão presentes, as formas de negociação e trabalho em equipe, o comércio, as vantagens e novas oportunidades criadas pelo evento”, pontua Rosilene. Na prática, alguns dos projetos do Fundamental II resultarão na montagem de lojas durante a realização da feira, que irão comercializar produtos relacionados à Copa. “As empresas que eles criam e montam no dia são cuidadosamente planejadas, com nome, fachada, propaganda e marketing”, enfatiza a diretora.
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Trabalhando habilidades, conceitos e valores
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Em 2009, lembra Rosilene, os estudantes criaram um café, atendendo a uma demanda apresentada pelos pais, que queriam um espaço para confraternização e happening no ambiente da feira. Desenvolveram ainda uma homepage para a venda de trufas, “observando como funciona toda a logística do comércio virtual”. Entretanto, a finalidade do projeto não recai sobre a criação de um produto ou negócio e sim “no desenvolvimento de habilidades e competências”, destaca a diretora. Assim, o tema é trabalhado desde muito cedo, iniciando-se no Fundamental I pela abordagem de valores como o trabalho em
equipe, a solidariedade, o compartilhamento, a negociação e a liderança. Outras questões entram em pauta no Fundamental II, como sustentabilidade e meio ambiente (consumo racional dos recursos naturais e fontes alternativas de energia) e responsabilidade social (revertendo a arrecadação da venda dos produtos a entidades assistenciais), entre outros. Segundo o consultor Marco Fabossi, as habilidades e competências relacionadas ao empreendedorismo e, por extensão, ao protagonismo, podem ou não ser inatas. De qualquer maneira, é possível desenvolvê-las paralelamente ao processo de aquisição do conhecimento. Nesse sentido, a primeira missão dos pais e educadores, defende o consultor, é ajudar os filhos e alunos “a compreender que o futuro não é o lugar para onde estamos indo, mas o lugar que estamos construindo e que eles fazem parte disso”. “Portanto, como pais e educadores, é preciso estar conscientes do nosso papel no desenvolvimento e formação de futuros empreendedores e líderes; homens e mulheres que estarão construindo o futuro”, focados na sustentabilidade, comprometidos com o ser humano, “que vivam uma vida com sentido, propósito e equilíbrio”. O consultor diz que oferece gratuitamente às escolas a palestra “Como ajudar seu filho a se tornar um Líder”. Outro conceito pertinente ao empreendedorismo diz respeito à “transpiração”. Ou seja, mais do que “inspiração”, a construção do futuro exige muito empenho, dedicação e trabalho, destaca Fabossi. “Os novos líderes são fruto da combinação de fato-
res como o ambiente em que foram criados, os estímulos recebidos durante a vida, experiências pessoais, necessidades supridas ou suprimidas, conhecimentos e habilidades adquiridos, formação, treinamento e, principalmente, do empenho e da motivação de cada um em tornar-se um verdadeiro líder, liderando primeiro a si mesmo para só então liderar a outros”, observa.
Primeiros passos O tema deve ser abordado desde o início do Ensino Fundamental, quando “as crianças podem ser convidadas a desenvolver atividades, jogos e reflexões sobre os comportamentos empreendedores e a conhecer aspectos do plano de negócios de forma integrada aos conteúdos pragmáticos de cada ano”, afirma Ana Paula Sefton, Gestora Estadual do Programa de Educação Empreendedora do SEBRAE em São Paulo. Desde 2002, o órgão desenvolve projetos de formação empreendedora junto aos estudantes do Fundamental, Ensino Médio e Técnico e Superior. No próprio Colégio Dom Bosco, foi a parceria com o SEBRAE que o ajudou a capacitar os professores e a organizar o processo, lembra a diretora Rosilene. Mas em 2009 a escola optou pela metodologia desenvolvida pela rede de ensino ao qual está associada. São três os projetos que o SEBRAE desenvolve, mas
um dos destaques é o “Jovens Empreendedores - Primeiros Passos” (relativo ao Ensino Fundamental), por meio do qual celebra parceria com as escolas públicas e privadas para a capacitação dos professores. “Somente através da capacitação eles compreenderão como e o porquê de se trabalhar com esta metodologia, uma vez que os próprios educadores vivenciarão dinâmicas de empreendedorismo e farão reflexões acerca dos conceitos trabalhados”, observa Ana Paula. Posteriormente, a metodologia pode ser introduzida como disciplina curricular ou atividade extracurricular. O “Jovens Empreendedores” passou por atualizações em 2009 e ganhou mais um tema, o “Empreendedorismo social”, no 8º ano. A este somam-se “O mundo das ervas aromáticas” (trabalhado no 1º ano), “Temperos naturais” (2º ano), “Oficina de brinquedos ecológicos” (3º ano), “Locadora de produtos” (4º ano), “Sabores e cores” (5º ano), “Ecopapelaria” (6º ano), “Artesanato Sustentável” (7º ano) e “Grandes ideias, novos negócios” (9º ano). Segundo a gestora do SEBRAE-SP, o órgão capacitou desde 2002 mais de 7 mil professores no “Jovens Empreendedores”, atingindo a pelo menos 206 mil alunos em 102 municípios do Estado. Ana Paula lembra que o curso não apresenta qualquer conotação de trabalho infantil, mas “busca a transformação de comportamentos de crianças e jovens”. “As atividades e dinâmicas são apresentadas de forma lúdica e, embora os alunos descubram como se cria uma loja, como se faz um produto e os cuidados que se deve ter ao vender este produto, as aprendizagens vão para além, pois são incentivados o conhecimento de si, a convivência com o outro, o trabalho em equipe, a organização, o planejamento, bem como uma postura crítica e reflexiva sobre sua forma de interagir com o mundo que os cercam.”
SAIBA MAIS Marco Fabossi www.marcofabossi.com.br www.coracaodelider.com.br www.blogdofabossi.com.br marco@marcofabossi.com.br
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GESTÃO: EMPREENDEDORISMO NAS ESCOLAS
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GESTÃO 2: PERFIL DA ESCOLA
GESTÃO 2: PERFIL DA ESCOLA
podem ser revistas e encaminhadas de outra forma. Por outro lado, o diretor ressalva que a gestão participativa e transparente não pode abrir mão da organização, disciplina e da cobrança de resultados. “O gestor deve ser humano, flexível, mas exigir ousadia e cobrar resultados”, defende. Não é tarefa fácil, mesmo porque a proposta pedagógica da EMEF Morro Grande aumentou em cerca de 60% as demandas de trabalho para a equipe. Sem autonomia administrativa para recompensar financeiramente os colaboradores ou oferecerlhes cursos de especialização ou aperfeiçoamento, a adesão veio por meio do convencimento. “Deveríamos remunerar os parceiros e ter autonomia para gastar nossa verba em cima de uma demanda diária, com uma flexibilização maior da legislação. Uma escola ‘zerada’ (recém-implantada) como a nossa recebe os mesmos valores que outra unidade estabelecida há muitos anos”, lembra o diretor. Também, em sua opinião, as escolas da periferia deveriam ter liberdade para desenvolver uma política de fomento e estímulo junto aos professores, para evitar a rotatividade. “Não queremos dar um ‘premiozinho’ no final do ano, mas investir diariamente em sua qualificação profissional”, diz.
Resultados
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ca, diálogo, autonomia, afeto e ternura”, observa o diretor Luiz Carlos de Oliveira. Mestre em Educação pela PUC de São Paulo, ex-professor de Filosofia e ex-coordenador na rede estadual e diretor na rede municipal desde 2005, Luiz Carlos não dispensa novas parcerias e recentemente recebeu uma microempresária interessada em trabalhar voluntariamente com a reciclagem de materiais entre alunos e a comunidade. “O valor forte dessas parcerias vem do efeito que podem surtir na formação integral dos alunos, de forma que eles possam se comprometer e se encantar com a aprendizagem”, diz. São parcerias coerentes aos princípios pedagógicos da escola, ressalva, apresentando e reforçando valores como o trabalho em equipe, o saber ouvir e falar e o aprender a lidar com a diferença. “Atuamos em um ambiente propício à explosão da violência, em que muitos alunos são vazios de um projeto de vida, portanto a escola precisa de alguma maneira atraí-los para que se comprometam com a própria aprendizagem.” O contexto da periferia produz, em geral, crianças e adolescentes avessos à escola, “que não oferece nada de seu interesse e não está adequada a eles”, conforme apontam invariavelmente os registros deixados pelos educadores nas reuniões de avaliação promovidas periodicamente pela EMEF. Para agravar o quadro, “os pais não conseguem levar nem obrigá-los a ir à escola”, ou, pior, segundo identifica Luiz Carlos, estão completamente ausentes em grande parte da vida deles.
Perfil da gestão Aproximar escola, comunidade e educadores foi a maneira, portanto, que a EMEF encontrou para desempenhar seu papel, recorrendo-se a um perfil de gestão que Luiz Carlos define como “articula-
SAIBA MAIS Luiz Carlos de Oliveira ericoverluiz@yahoo.com.br
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A
Escola Municipal de Ensino Fundamental Morro Grande, localizada na periferia Norte de São Paulo, região da Freguesia do Ó, mal completou um ano de atividade e já conta com 672 alunos, 33 professores, nove funcionários próprios e treze terceirizados, além de uma equipe pedagógica composta por cinco pessoas: um diretor, duas assistentes e duas coordenadoras. São 21 turmas do 1º ao 9º ano, divididas em dois períodos de aulas. Números elevados para o pouco tempo de vida, mas que ainda assim não a colocam entre as maiores da Prefeitura. No entanto, comparando-se com as antigas ou outras novas unidades da rede municipal, a EMEF Morro Grande se destaca por outros indicadores: em um único ano letivo, em 2009, estabeleceu parcerias com mais de vinte agentes educacionais e culturais, proporcionando aos alunos atividades extracurriculares como roda de leitura, street dance, cinema, teatro, grafite, recreação esportiva livre, escolinha de percussão e de futsal masculino, entre outros. Montou ainda novos espaços de aprendizagem, como o Centro Cultural do Morro Grande, a brinquedoteca e as salas de artes, vídeo, Educação Física, música e contação de histórias. Isso tudo sem gastar recursos próprios, dos quais não dispõe, já que as escolas públicas quase não têm autonomia para buscar e gerir verbas. As atividades vêm sendo implantadas à base de um modelo de gestão que envolve articulação entre educadores, pais e comunidade; mobilização; comprometimento da equipe; e delegação de papéis em torno de um projeto que trabalha a escola “como um espaço de construção cultural, propiciando aos alunos um conjunto de valores e possibilidades de se colocar coletivamente”. Antes de tudo, portanto, busca-se o consenso de toda a equipe em torno de uma filosofia baseada na “cultura da paz, na sustentabilidade, respeito, éti-
dor”. Nem mesmo o Conselho Tutelar ficou de fora dos projetos e dos muitos encontros de discussão, que chegaram a reunir, em um único sábado, cerca de 350 pessoas (a maioria pais e familiares). Talvez não houvesse outra saída, pois ao iniciar os trabalhos na EMEF, em 14 de janeiro de 2009 (a escola ainda não foi inaugurada oficialmente), a equipe se deparou com um quadro de extrema carência dos recursos mínimos, como equipamentos, livros e materiais pedagógicos. Não havia nem mesmo as duas modalidades de verba que a Prefeitura destina periodicamente às escolas, para custeio, pequenos reparos e manutenção (a destinação da verba está atrelada ao número de alunos matriculados no sistema. Como a escola era nova, ela inexistia no banco de dados da Prefeitura). Somente em fevereiro deste ano as salas de aula receberam cortinas. A internet ainda não está disponibilizada para a sala de informática, porque é preciso esperar que a construtora do prédio e prestadores de serviço contratados pelo município executem uma pequena extensão da rede a partir da secretaria escolar. Além disso, é necessário administrar, diariamente, o transporte de 289 alunos que vêm de outros bairros em vans a serviço da Prefeitura. O jeito foi reunir a comunidade, expor as dificuldades, ouvir sugestões e demandas, criar e apresentar oportunidades, por isso a busca das parcerias. “Aposto muito na distribuição das tarefas, acredito na descentralização, mas ainda trago uma cultura de querer estar informado de tudo”, autoavalia Luiz Carlos. Isso é importante, pondera, para que se possa tomar decisões. “Sou incansável do diálogo, na linha do educador Paulo Freire, que defendia que este supera qualquer outro instrumento coercitivo.” Outra grande vantagem do diálogo está na possibilidade de se rever demandas. Ou seja, às vezes os colaboradores apresentam algumas necessidades que, a partir de uma boa conversa,
Muitas são as desistências registradas pela escola, não apenas entre educadores, mas junto aos próprios estudantes. O projeto de grafite, por exemplo, que teve grande adesão no início, acabou esvaziado porque os adolescentes recusaram um mínimo de ordenação e disciplina da atividade proposta. Também as aulas de percussão já tiveram mais interessados. “Temos sempre que recomeçar”, aponta Luiz Carlos. Uma de suas mais importantes parcerias vem justamente da Associação Pianoro e de um grupo de pesquisadoras da Faculdade de Psicologia da PUC em São Paulo, os quais desenvolvem o Projeto Travessia. Seu propósito é promover a transição das crianças da Educação Infantil para o Ensino Fundamental, articular atividades de educação complementar e aproximar as famílias. “Procuramos oferecer aos professores uma reflexão de suas práticas, de maneira crítica e investigativa, buscando novos caminhos”, afirma Luiz Carlos. Com o Travessia, por exemplo, os educadores recebem orientação sobre a prática das brincadeiras e sua importância na aprendizagem. “Alfabetizar as crianças de seis anos exige rever valores e linguagens e no ano passado tivemos um desafio muito grande, pois tínhamos doze salas com 30 alunos cada. Os professores se comprometeram e, do ponto de vista quantitativo, atingimos as metas.” Do ponto de vista qualitativo, por sua vez, Luiz destaca a preservação do patrimônio (a EMEF não tem pichações, por exemplo) e a participação da comunidade, item que pretende ampliar ainda mais em 2010.
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DICA: SALA DE INFORMÁTICA – SOFTWARES
Produtos devem garantir autoria e aprendizagem cognitiva
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Diversidade de pisos e equipamentos marca segmento de quadras Por Rosali Figueiredo
ma grande variedade de softwares educacionais amplia hoje as opções que as escolas têm para colocar em funcionamento a sala de informática e promover atividades didáticas em consonância com o seu projeto pedagógico. Quais devem ser então os critérios para a escolha do produto mais apropriado? Segundo especialistas e professores da área de informática educativa, recomendam-se aos educadores programas que possibilitem aos estudantes desempenhar um papel de autoria. Ou seja, “exercer a criatividade e ser o próprio pesquisador e criador de seu trabalho”, defende Edson Alves de Souza, coordenador de um portal na web sobre informática educativa, professor da área na rede municipal de São Paulo há oito anos e docente em sistemas de informação em cursos superiores. A concepção pressupõe também uma mudança de postura dos educadores, que precisam sair da “era do mimeógrafo e aprender a usar as ferramentas para estimular um aprendizado cognitivo entre os alunos”. Em outras palavras, independente do recurso a ser empregado – vídeo maker, editores de texto e imagem, construção de páginas na internet, etc. -, é preciso proporcionar um tipo de uso do software em que o estudante articule esses recursos em uma criação própria, totalmente autoral. “Nesse sentido, o professor passa a ser o mediador da aprendizagem”, observa Edson. Feita a ressalva, as salas de informática podem ser dotadas por recursos desde os básicos (editor de texto, imagem, acesso a internet, entre outros) aos softwares pedagógicos de autoria, entre eles o Clic, bastante utilizado na rede municipal em São Paulo. “O mé-
todo de ensino é que tem que ser diferente. É necessária a presença maciça do professor na interação com o aluno neste ambiente”, diz. Já a professora Léa da Cruz Fagundes, do Programa de PósGraduação de Informática na Educação da Universidade Federal do Grande do Sul (UFRGS) e coordenadora de pesquisa no Laboratório de Estudos Cognitivos (LEC/UFRGS), defende que os softwares trabalhem a imaginação, “quebrando o atual modelo cartesiano de organização do ensino”. Nesta perspectiva estaria vetado, por exemplo, conforme ressalva o professor Edson, simplesmente transportar um livro para a tela do computador. Pois as tecnologias de informação e comunicação inovaram justamente pelas possibilidades abertas de “interdependência, interatividade e interoperatividade” das diferentes linguagens e áreas do conhecimento, observa, por sua vez, Léa Fagundes. Segundo a pesquisadora, provém desse caráter de se operar em rede e com hipertexto a oportunidade de o aluno construir a própria a aprendizagem. Uma infinidade de ferramentas oferece esta possibilidade, especialmente os chamados softwares livres (open sources), comenta Léa Fagundes. Para a jornalista Bianca Maria Santana, co-autora de um estudo realizado no ano passado para a Rede Nacional de Ensino e Pesquisa sobre a apropriação das tecnologias digitais em centros de inclusão no Brasil, os softwares livres favorecem o processo de autoria. “Há liberdade de se executar o programa para qualquer propósito, de estudar como funciona, adaptar às necessidades de cada um, redistribuir cópias de modo que se possa ajudar os outros, além de aperfeiçoá-lo e liberar esse aperfeiçoamento.” (R.F.)
Na próxima edição: Prevenção de Doenças
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om o ano letivo em pleno andamento e perspectivas de que as chuvas, enfim, venham a dar um pouco de trégua no País, as escolas podem começar a planejar a manutenção e reparos em suas quadras poliesportivas para o período de julho, observa o empresário e diretor técnico Aílton Ferreira, do grupo Cercativa/Construsport. Com quase vinte anos de atuação no mercado, a empresa realiza a construção e reforma de diferentes tipos de quadras esportivas, além de playground, rampa de skate e sala de fitness, entre outros. Aílton pondera, no entanto, que as empresas estão hoje preparadas a trabalhar em qualquer situação climática. “Desde junho de 2009 o clima vem mudando, com muita chuva, assim temos que nos adaptar”, diz. A Cercativa/Construport conta com mão de obra especializada, pronta para executar qualquer tipo de serviço, ressalta a colaboradora Eunice dos Santos Setrini, da área de marketing. A empresa se destaca pela “qualidade dos materiais empregados, atendimento personalizado, preço, condições de pagamentos, pontualidade e, acima de tudo, plena garantia dos nossos produtos e serviços”, acrescenta Eunice. Entre os itens com os quais trabalha, estão relacionados “todos os tipos de pisos, desde concreto polido a revestimento asfáltico, passando pela grama sintética, saibro, etc.”. Contando com uma rede de representantes regionais, a Cercativa/Construsport atua em todos os estados brasileiros.
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Fique de Olho: Viagens e estudos do meio
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Também a J & V Esportes atua com uma grande variedade de pisos para ambientes internos e externos, a qual representa um dos diferenciais dos serviços realizados pela empresa. São eles o revestimento asfáltico, o concreto polido, o emborrachado com manta, com acabamento autonivelante, e a pintura em poliuretano, afirma o empresário Vilmar Barbosa de Oliveira. Para a prática de futebol society e áreas de playground, a empresa trabalha com grama sintética. Outro destaque da J & V Esportes é a fabricação própria de muitos materiais que utiliza, especialmente acessórios, como alambrado, traves, tabela de basquete, poste para vôlei e tênis, redes esportivas e de proteção, além da iluminação. Com dez anos de vida, a empresa possui uma equipe de profissionais próprios, registrados, afirma Vilmar. Segundo ele, isto assegura qualidade e comprometimento de seus colaboradores durante a execução das obras. Um serviço de pós-venda confere a satisfação dos clientes, também outro importante diferencial que a empresa apresenta junto ao mercado, conforme destaca Vilmar. A J & V Esportes vende os acessórios para todo o País. Na Power Sports os serviços abrangem construção, reformas e acessórios. “Trabalhamos com toda linha de acessórios para quadras poliesportivas, como traves de futebol, postes para vôlei e tênis, estruturas e tabelas de basquete. Atuamos ainda na área de prestação de serviços, com construção e reformas, nos mais diversos tipos de pisos”, afirma o empresário Márcio Roberto de Melo, um dos sócios da empresa. Fundada em 1995, a Power Sports fabrica os acessórios, “o que nos possibilita adaptar suas instalações”. Diante dos futuros eventos esportivos previstos para o Brasil (a Copa Mundial de Futebol, em 2014, e as Olimpíadas, em 2016), a empresa está desenvolvendo acessórios “a serem aprovados pelas federações e confederações de algumas modalidades, ampliando assim nossa atuação no mercado”, afirma Márcio Melo, que já atende à FIFA. A ideia é ampliar seu mercado de atuação, que hoje abrange todos os estados brasileiros, além de países como Nova Zelândia, Suécia e África do Sul. Para tanto, Márcio Roberto aposta não somente na qualidade e certificação dos itens fabricados, como nos procedimentos adotados
pela empresa na relação com os clientes. “Ela está baseada na transparência e segurança”, diz, critérios que procura seguir à risca. “O que nos destaca é o compromisso que assumimos com a pessoa que está contratando nossos serviços, no sentido de passar o máximo de informação, como os materiais usados, as razões de sua escolha e as soluções mais viáveis para cada situação.” Finalmente, a Sousa Redes, do empresário Paulo Sousa, encontrou um nicho de mercado bastante específico. A empresa oferece uma linha de redes bastante diversificada, e apresentada em diferentes cores, envolvendo produtos para gol (quadra e campo), vôlei, tênis, proteção lateral e cobertura, cama elástica e piscina de bolinha. A proteção para quadra está entre seus serviços principais, diz Paulo. Há 15 anos no mercado, a Sousa Redes destaca-se pelo “pronto atendimento, orçamento imediato e pontualidade na execução dos trabalhos”. Segundo o empresário, a comercialização do produto atinge todo País, mas a instalação abrange somente clientes localizados na cidade de São Paulo.
Uma forma lúdica e divertida de aprender Por Rosali Figueiredo
No portfólio de serviços que as escolas costumam oferecer aos
pais e alunos, os estudos do meio representam hoje item obrigatório e vão além da ação de marketing. Eles constituem uma estratégia importante da política pedagógica das instituições, pois oferecem aos estudantes a oportunidade de verificarem in loco, nas visitas a cavernas, fazendas históricas, museus, plantações de cana-de-açúcar, nascentes de rios, entre muitas outras opções, os conhecimentos apresentados nas salas de aula. Outra grande vantagem é que os alunos aprendem de maneira lúdica e descontraída, engajando-se na observação de fenômenos e objetos variados, trocando experiências e estimulando os colegas a ampliarem o foco de entendimento do assunto. Também as viagens das turmas, especialmente nas formaturas dos ciclos escolares, representam uma agenda inevitável, a tal ponto que o mercado cresce e se sofistica para atender a demanda da área da educação. A CVC Central do Estudante, por exemplo, surgiu há cinco anos como uma unidade de negócios própria do Grupo CVC, um dos maiores do mercado de turismo e viagens no Brasil. Esta divisão foi criada especialmente para realizar “viagens de formaturas e aculturamento, estudos do meio e intercâmbios”, afirma o professor e diretor comercial Rodermil Pizzo. Mais do que garantir toda a infraestrutura e operacionalização do serviço, a CVC Central do Estudante organiza eventos durante as viagens, como colação de grau a bordo de um navio ou em um resort, além de bailes e jantares, “mas sempre associados a uma viagem”. Segundo Robermil, a unidade de negócios é composta em sua diretoria por professores, “o que nos possibilita entender a dinâmica e a necessidade de cada grupo”. “Também ressaltamos que nossa expertise permite colocar aos alunos, professores e pais produtos turísticos nacionais e internacionais com a credibilidade de quem faz isso há 37 anos”, afirma. O fato de ser operadora, com grande volume de vendas, além de possuir frota e rede própria (avião, hotéis, pousadas, ônibus, etc.), possibilita à CVC Central do Estudante “praticar preços menores no mercado e honrar com qualidade todos os seus compromissos”. Robermil destaca que os locais mais procurados para os estudos do meio são “o Vale da Mantiqueira, Ubatuba, Curitiba, o Circuito das Águas e hotéis instalados em fazendas no Interior de São Paulo”.
Já as viagens de formatura e confraternização têm como destinos principais Porto Seguro e Fortaleza, mas cresce atualmente a procura pelos cruzeiros marítimos. O diretor observa que toda a programação é acompanhada por professores. No caso dos estudos do meio, “o acompanhante domina a região ou o local visitado” e conta também com guias especializados. Já as demais viagens contemplam a presença de um pai a cada grupo de vinte alunos. Na Joca Eventos & Turismo o crescimento dos negócios também faz parte de sua trajetória. Iniciada em 1997 por Jorge Aparecido de Jesus, que havia atuado com produção de eventos junto a estudantes para programas de televisão, a Joca Eventos ganhou o reforço do sócio Gilmar Inocêncio de Paula, com experiência em turismo e hotelaria. “Nessa junção entramos no mercado de hotelaria e passagens aéreas”, afirma Jorge Aparecido. Atualmente, a empresa oferece viagens de formaturas, excursões diversas, incluindo estudos do meio, além de acampamentos e palestras para estudantes (motivacionais e de educação financeira), afirma Jorge. Segundo ele, os estudos do meio e viagens às fazendas históricas estão entre os serviços mais procurados. Entretanto, a empresa não trabalha com destinos fechados, mas “desenvolve projetos conforme as necessidades de cada escola” e disponibiliza profissionais da área “para atender os estudantes com várias oficinas”, ressalta. Os roteiros ou programas variam conforme a idade dos estudantes. Trabalhar com pacotes diferenciados representa um dos seus principais diferenciais, destaca Jorge Aparecido. “Dispomos ainda de uma equipe de monitores e coordenadores altamente treinados, que acompanham o grupo durante toda a viagem, com seguro, atendimento médico e toda a assistência necessária para que os alunos sintam-se em casa”. Outros diferenciais da empresa, complementa Jorge Aparecido, são as palestras e “um atendimento voltado à preocupação constante com a satisfação de nossos clientes”.
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ESPECIAL: ENSINO A DISTÂNCIA (EAD)
temas que estão sendo estudados, observa a professora de História. “Não é o fetiche da tecnologia, mas um estímulo a mais para as atividades que eles estão realizando; facilita o desenvolvimento e a expressão”, complementa. A utilização do ambiente virtual transformase também em valioso recurso para que o professor conheça mais seus alunos, “desde aqueles que são mais assíduos e interessados, aos que têm maior dificuldade, mas apresentam um movimento de busca”. “Aprende-se muito sobre eles, desenvolve-se outro olhar sobre como os alunos estão se relacionando com suas buscas e aprendizagem”, finaliza.
Como tudo começou
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s estudantes do 2º ano do Ensino Médio da Escola Vera Cruz, na zona Oeste de São Paulo, desenvolveram no ano passado uma série de jogos dentro da temática do imperialismo para a disciplina de História, comandada pela professora Lilian Starobinas. Foram confeccionados, por exemplo, uma espécie de Super Trunfo com o tema do neoimperalismo, além de um caça territórios, utilizandose de uma plataforma de web implantado em 2009 pela Escola. É o moodle, um ambiente virtual de aprendizagem que vem chegando gradativamente à rede da educação básica, largamente empregado no Brasil pelos cursos superiores de ensino a distância (EAD), além de especialização, extensão e pós-graduação lato sensu. Também o Colégio Santo Américo, localizado na zona Sul da cidade, está aplicando o recurso para ampliar as possibilidades de aprendizagem dos estudantes. César Pazinatto, professor de Ciências e coordenador pedagógico do Ensino Fundamental II, diz que o moodle permite montar blogs e fóruns de discussão em torno do conteúdo trabalhado pelas disciplinas, além de exercícios como completar lacunas ou cruzadinhas, analisar imagens de mapas e produzir vídeos que complementem o estudo do aluno. Tudo sempre acompanhado ou monitorado pelos professores. Em 2010, o 9º ano do EF montará blogs para as disciplinas de Física e Química, mas as ferramentas do moodle são aplicadas desde o 3ª ano do Fundamental I, respeitando-se o grau de desenvolvimento escolar e o programa didático. “Na escola, desde o 1º ano há incentivo para trabalho com internet”, observa o coordenador, lembrando que os próprios estudantes cobram essa postura. Segundo a diretora pedagógica Elenice Lobo, no 2º ano são oferecidos exercícios de preenchimento de lacunas, múltipla escolha, apresentações em PowerPoint e palavras cruzadas, entre outros. “A receptividade das famílias e alunos tem sido muito boa e crescente no Santo Américo, pois a própria escola criou essa cultura e eles esperam isso da gente também. É um recurso muito dinâmico e que dá autonomia na busca da informação”, destaca César Pazinatto.
As novas ferramentas representam uma verdadeira “tsnunami” que está obrigando as escolas a repensarem sua prática, observa a pesquisadora Léa da Cruz Fagundes, uma das principais referências brasileiras no estudo do desenvolvimento cognitivo e da informática educativa. Léa atua junto ao grupo do Ministério da Educação que irá implantar 150 mil laptops em 300 escolas brasileiras. Doutora em Psicologia pela Universidade de São Paulo, é docente no Programa de Pós-Graduação de Informática na Educação da Universidade Federal do Grande do Sul (UFRGS) e coordenadora de pesquisa no Laboratório de Estudos Cognitivos (LEC/UFRGS).
Aprendizagem em rede Segundo Léa, o foco não é mais o ensino, “mas a aprendizagem”, grande contribuição que as tecnologias trazem hoje, pois despertam entre os estudantes o desejo de aprender, estimulam a curiosidade e a criatividade, quebrando “o modelo cartesiano e linear utilizado pelas escolas na organização do ensino”. Na era das tecnologias de informação e comunicação (TICs), “o paradigma a ser utilizado é a rede, em que tudo se comunica com tudo. Este ambiente de aprendizagem virtual permite abrir uma infinidade de espaços e tempos.” Na Escola Vera Cruz, o ambiente virtual do moodle “gerencia as atividades dos estudantes no cotidiano para além do que é trabalhado em sala de aula”, afirma a professora Lilian Starobinas. Ele permite ainda a integração entre turmas e a extensão do tempo do trabalho. Segundo Lilian, cada disciplina ministrada no Ensino Médio abriu uma “sala” no moodle. Como resultado, “facilita o atendimento de demandas específicas de alunos que querem ir além das atividades propostas em classe, ajuda ainda a reforçar temas que eventualmente alguém não tenha conseguido acompanhar e permite atendê-los de forma diferenciada”, comenta Lilian. As TICs constituem uma linguagem que aproxima muito o trabalho organizado e sistematizado da escola das expectativas dos alunos, com ferramentas que permitem uma produção criativa em cima dos
A utilização do ambiente virtual no ensino a distância no Brasil remonta à década de 90 e de lá para cá experimentou grande expansão. Segundo a Associação Brasileira de Educação a Distância (Abed), a modalidade foi utilizada por 2,6 milhões de brasileiros em 2008, sendo que nos cursos de graduação o número de estudantes saltou de 5.287 em 2002 para 760 mil em 2008. Regulamentados pelos decretos federais no 5.622/2005 e 6.303/2007, os cursos superiores a distância devem cumprir com uma série de exigências, como disponibilizar pólos de atendimento presencial ao aluno, dotados de biblioteca e computadores e onde são realizadas as avaliações. “A expansão do ensino a distância faz parte das transformações que vêm ocorrendo na era tecnológica; sua pretensão é a de usufruir da rapidez e da quantidade das informações disponíveis atualmente”, afirma Claudia Buongermino Fiorillo, mestre em Educação pela PUC de São Paulo, professora de Informática Educativa na rede municipal de ensino e tutora em EAD na Faculdade Sumaré. A ideia é que o EAD sirva à inclusão e universalização do ensino, aproveitando-se as possibilidades que oferece na diversificação dos conteúdos, das metodologias e do tratamento das informações, comenta Claudia. Entretanto, ele demanda interesse e “fluência tecnológica”, tanto dos aprendizes quanto tutores. “No EAD os próprios alunos têm autonomia em sua aprendizagem, independentemente dos prazos estipulados”, observa Claudia, destacando ser esta uma grande vantagem do sistema. “Outra vantagem valiosa está relacionada à autoestima. Meus alunos relatam confidencialmente que quando erram qualquer tipo de procedimento ou têm que refazer alguma tarefa, ficam aliviados porque ninguém viu que fizeram ‘besteira’. Eles podem errartentar-errar-acertar o quanto quiserem, não há ninguém por perto para criticá-los.” Quanto ao moodle, a professora explica que sua filosofia de aprendizagem está baseada no construcionismo. “As pessoas constroem novos conhecimentos ativamente na medida em que interagem com seu ambiente e com as demais.” Por isso é um ambiente de “cooperação e colaboração”, em que os conhecimentos adquiridos são testados e confrontados com novas informações, ampliando a aprendizagem. Nas salas virtuais é possível “enviar ou disponibilizar
notícias e materiais comuns a um determinado grupo de professores”. Enfim, o ambiente possui “ferramentas para a disponibilização de conteúdos, realização de atividades on-line e off-line”. Ele permite ainda a criação de glossários de termos e documentos em formato wiki (colaborativo), destaca Claudia.
Processo gradual Ou seja, o sistema demanda novas posturas. “Neste processo de ensino e aprendizagem é importante que o professor tenha o domínio da tecnologia educacional, em sua teoria e prática.” Se antes ele “só se preocupava com o aluno em sala de aula”, agora é preciso “aprender a gerenciar também atividades a distância, visitas técnicas, orientação de projetos e tudo isso fazendo parte da carga horária da sua disciplina, previsto na grade curricular, flexibilizando o tempo de estada em aula e incrementando outros espaços e tempos de aprendizagem”, pontua Claudia. Para o coordenador do Santo Américo, César Pazinatto, “a escola deve dar condição para os educadores começarem aos poucos, oferecendo, por exemplo, uma equipe técnica de TI atuante, que se encarregue muitas vezes de transformar o exercício em linguagem eletrônica”. Segundo ele, “o primeiro passo é ter essa equipe de apoio e paralelamente incentivar o uso e investir em formação”. “Tem que ter alguém para trabalhar junto com o professor”, defende. Na verdade, o processo de implantação das TCIs na educação básica costuma ser gradual. Na Escola Vera Cruz houve, inicialmente, um trabalho de se pensar o uso da internet, diz Lilian Starobinas, discutindo-se as possibilidades oferecidas pela web na ampliação das atividades de pesquisa, atrelando-as a uma análise crítica de seu conteúdo, qualidade e conceitos consumidos. Os estudantes utilizaram uma ferramenta on-line de gerenciamento de links, organizando-os conforme temas e conteúdos. Houve ainda produção de hipertextos, publicados no portal da escola. Já no Colégio Santa Maria, localizado na zona Sul de São Paulo, a web foi utilizada em 2009 por ocasião do adiamento do retorno das aulas no segundo semestre, em função da gripe suína. Segundo Denise Col, orientadora do 7º ano, a escola disponibilizou atividades em seu portal, “para que todos pudessem manter o contato com o conhecimento, exercitando os diferentes conteúdos abordados”. Os exercícios contemplaram leitura, produção escrita, perguntas, operações, análise de filme a partir de roteiro pré-estabelecido, além de pesquisas (coletas de informações). Os estudantes que precisaram de esclarecimentos foram atendidos por telefone ou e-mail, comenta. Uma das ferramentas mais utilizadas pelo colégio foi o WebQuest, metodologia de pesquisa baseada em um roteiro de questões, conceitos, fatos e personagens a serem pesquisados em torno de um tema, com produção final de texto. No caso do Santa Maria, optou-se pela apresentação na forma de slides.
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ESPECIAL: ENSINO A DISTÂNCIA (EAD)
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ACESSÓRIOS, ARTIGOS ESPORTIVOS, ASSESSORIA CONTÁBIL
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AUDITร RIO, BEBEDOUROS, BRINDES, PALESTRA
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EVENTOS, GERADOR, GRÁFICA, IMPRESSOS ESCOLARES, LABORATÓRIO
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LOUSAS, Mテ天EIS, PINTURAS ESPECIAIS
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PISOS, PLAYGROUNDS PLAYGROUNDS
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SISTEMAS DE SEGURANÇA, TAPETES, TERCEIRIZAÇÃO, TRATAMENTO PISO
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PLAYGROUNDS, QUADRAS, RADIOCOMUNICAÇÃO, SERRALHERIA, SISTEMA DE GESTÃO
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