EDITORIAL DIRETORES Sônia Inakake Almir C. Almeida
Caro leitor,
EDITORA Rosali Figueiredo
Pesquisa mercadológica realizada pela Rabbit Partnership com 648 escolas da rede privada de São Paulo
PÚBLICO LEITOR DIRIGIDO Diretores e Compradores
revela que 69% delas tiveram crescimento de até 20% no número de alunos em 2010, e que 52% registraram
PERIODICIDADE MENSAL exceto Junho / Julho Dezembro / Janeiro cuja periodicidade é bimestral
pelo consultor Christian Rocha Coelho foi o de identificar as rotinas das instituições e de que forma elas têm
um patamar de lucratividade entre 6% e 20% sobre o faturamento bruto. O objetivo da sondagem conduzida incorporado ferramentas modernas de gestão, com vistas a melhorar seu desempenho e entrar na rota do crescimento sustentável.
TIRAGEM 20.000 exemplares
Diante de uma dessas rotinas – as reuniões periódicas com as equipes de atendimento, comunicação,
JORNALISTA RESPONSÁVEL Rosali Figueiredo MTB 17722/SP jornalista@condominio.inf.br
marketing, professores e até mesmo pais, as próprias escolas responderam (68% delas) que ainda pecam
ESTAGIÁRIOS Lucas Fazzolari (WEB) Rafael Lima (Jornalismo)
(Seminário Internacional de Gestão em Educação). Segundo apontou uma equipe de gestores de Vitória,
CIRCULAÇÃO Estado de São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná, Minas Gerais
mercadológicos, operacionais e de administração de recursos humanos, adaptando-os à sua realidade.
pela falta de planejamento, gestão e organização. Pois mantenedores, gestores e coordenadores marcaram boa presença nas conferências sobre gestão na Educar 2011, durante o 7º Educador Management Espírito Santo, as escolas querem aprender a trabalhar com os mais novos instrumentos gerenciais, No caso das reuniões, apesar de a maioria considerá-las ótimas, menos da metade as promove com regularidade mensal entre professores ou os demais colaboradores. Em 65% delas, o coordenador pedagógico não
DIREÇÃO DE ARTE Jonas Coronado
costuma entrar em sala de aula para acompanhar, avaliar e orientar o trabalho do professor. E, conforme
ASSISTENTE DE ARTE Fabian Ramos Rodrigo Carvalho
destacou reiteradamente boa parte das conferências de management na Educar, é imprescindível envolver,
ASSISTENTE DE VENDAS Emilly Tabuço
tuição, além de cobrar, apoiar e reconhecer os avanços. Este é o ponto de partida em qualquer estratégia em
mobilizar, orientar, estimular e esclarecer cada colaborador em relação ao papel que desempenha na instiGestão, conforme destaca a reportagem da Direcional Escolas sobre o assunto nesta edição.
CONTATOS PUBLICITÁRIOS Alexandre Mendes Paula De Pierro Silvana Tesser Sônia Candido
Outro aspecto que marcou presença nas conferências da Educar, dentro do 18º Educador (Congresso Internacional de Educação Congresso), foi a necessidade de as escolas retomarem o foco e a prioridade sobre a aprendizagem, adaptando currículos, ações e metodologias ao contexto do aluno. E aí entra a necessidade
ATENDIMENTO AO CLIENTE João Marconi Juliana Jordão
de trabalhar o reconhecimento e comprometimento dos educadores, os quais, por outro lado, precisam ter
IMPRESSÃO Prol Gráfica
Especial de cobertura da Educar.
muita clareza sobre a missão e os propósitos das instituições. O assunto está abordado em nossa reportagem O tema também aparece no Perfil da Escola, por meio do relato de uma experiência bem-sucedida, premiada e reconhecida nacionalmente: o modelo de educação na primeira infância construído pelo Centro de Educação Infantil Vereador José Gomes de Moraes Netto, da Prefeitura de São Paulo. Neste caso, a missão é
Para anunciar, ligue: (11) 5573-8110 Filiada à
Tiragem auditada por
Tiragem de 20.000 exemplares auditada pela Fundação Vanzolini, cujo atestado de tiragem está à disposição dos interessados. Não é permitida a reprodução total ou parcial das matérias, sujeitando os infratores às penalidades legais. As matérias assinadas são de inteira responsabilidade de seus autores e não expressam, necessariamente, a opinião da revista Direcional Escolas. A revista Direcional Escolas não se responsabiliza por serviços, produtos e imagens publicados pelos anunciantes. Rua Vergueiro, 2.556 - 7ª andar cj. 73 CEP 04102-000 - São Paulo-SP Tel.: (11) 5573-8110 - Fax: (11) 5084-3807 faleconosco@direcionalescolas.com.br www.direcionalescolas.com.br
propiciar o desenvolvimento infantil através do brincar, propósito que tem mobilizado incansavelmente seus gestores e educadores pelo avanço e melhoria da proposta. Esta edição da Direcional Escolas, que circulará nos meses de junho e julho, traz ainda Dicas sobre orientação profissional aos estudantes, infraestrutura (quadras: pisos e acessórios) e serviços (limpeza: mão de obra e procedimentos), além do Fique de Olho sobre brinquedos pedagógicos. Por fim, destacamos que muitas dessas pautas têm sido desdobradas em notícias, entrevistas e artigos exclusivos e publicados no site www.direcionalescolas.com.br. Uma boa leitura a todos, Rosali Figueiredo Editora
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SUMÁRIO
ESPECIAL
GESTÃO
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EDUCAR 2011: A EDUCAÇÃO TRANSFORMA OU REPRODUZ A SOCIEDADE?
No 18º Educador, congresso realizado pela Educar 2011, em maio em São Paulo, conferencistas brasileiros e estrangeiros defenderam que as escolas voltem a se concentrar na aprendizagem e na “ressignificação” dos saberes, mesmo que sob novas linguagens e metodologias. Este é o caminho para a transformação social e formação de futuros cidadãos.
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Com grande afluência de público, o 7º Educador Management, também promovido sob o abrigo da Educar, deu prioridade à abordagem e discussões em torno da gestão dos recursos humanos. O diretor, o coordenador e o professor compõem o tripé de sustentação de um projeto pedagógico e devem ter clareza dos papéis que exercem no processo, conforme indicaram os palestrantes.
PERFIL DA ESCOLA
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CEI VEREADOR JOSÉ GOMES DE MORAES NETTO
EDUCAR 2011: REDESENHANDO FUNÇÕES E PAPÉIS
DICA
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ORIENTAÇÃO PROFISSIONAL
Antiga creche da Prefeitura de São Paulo e hoje escola de educação infantil, o Centro tem sido reconhecido no País pela proposta pedagógica construída pela própria equipe. Esta considera o brincar meio e linguagem essenciais ao desenvolvimento infantil.
Enquanto os cursos superiores registram elevado índice (40%) de evasão ao final do primeiro ano, as empresas brasileiras têm dificuldades para encontrar profissionais em algumas áreas, problema que deve aumentar com a Copa de 2014. As escolas de Educação Básica apostam em programas e ações especiais para orientar na escolha da carreira.
DICA
DICA
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QUADRA: PISOS E ACESSÓRIOS
A propriedade das superfícies (maleáveis ou duras, ásperas ou lisas) interfere sobre a segurança e os movimentos dos estudantes. É preciso ficar atento às modalidades praticadas com maior frequência e aos pisos mais adequados a elas, bem como adaptar os acessórios às idades dos alunos, entre outros cuidados.
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LIMPEZA: MÃO DE OBRA E PROCEDIMENTOS
Produtividade, qualidade, saúde e segurança são alguns dos benefícios que as instituições obtêm ao profissionalizar os serviços de limpeza, especialmente na qualificação da mão de obra, com a adoção de técnicas e posturas apropriadas, e no uso de EPI’s (Equipamentos de Proteção Individual).
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FIQUE DE OLHO
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BRINQUEDOS PEDAGÓGICOS
A Azul e Rosa e a Uni Duni Brinquedos são os destaques da seção e apresentam um amplo portfólio de produtos e soluções capazes de entreter, estimular e desenvolver os alunos da Educação Infantil e do Ensino Fundamental I durante as atividades pedagógicas propostas pelas instituições. Afinal, o brinquedo atua como excelente ferramenta de suporte à aprendizagem.
ESPECIAL: EDUCAR 2011 - A EDUCAÇÃO TRANSFORMA OU REPRODUZ A SOCIEDADE?
COMO FAZER? Por Rosali Figueiredo Fotos João Elias
As conferências do evento Internacional realizado em São Paulo em maio passado priorizaram a discussão em torno da missão da escola no contexto das transformações sociais, culturais, econômicas e tecnológicas do século XXI. E defenderam o resgate do foco sobre a aprendizagem, agora sob novas linguagens e possibilidades de abordagem, favorecida que está pela tecnologia. A Educar 2011 reuniu o 18º Educador (Congresso Internacional de Educação), o 9º Avaliar (Congresso Internacional sobre Avaliação na Educação), o 7º Educador Management (Seminário Internacional de Gestão em Educação) e o 1º Educatec (Seminário Internacional sobre Tecnologias para Educação), além da Feira de Expositores. Acompanhe a cobertura nestas páginas e nas de Gestão.
O principal lema da educação do século XX foi “escola para to-
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dos”. No século XXI, cabe reelaborá-lo no sentido de defender que “a escola para todos assegure a aprendizagem de todos”. Essa foi a mensagem central deixada pela conferência do educador português António Nóvoa, reitor da Universidade de Lisboa e um dos principais nomes presentes ao 18º Educador, Congresso Internacional de Educação realizado entre os dias 18 e 21 de maio, durante a Educar 2011, no Centro de Exposições Imigrantes, em São Paulo. Conforme destacou Nóvoa, é preciso resgatar a missão da escola em torno do ensino, retomar a prioridade sobre o projeto educativo, adotá-lo como eixo das transformações - as quais devem ocorrer na prática diária, além de apostar na formação e no autoconhecimento do professor. Nóvoa lançou no evento a obra “O regresso do professor” (Editora Melo, 2011), uma forma de colocar o docente no centro do processo. Nóvoa chamou atenção ainda para “o excesso e o bombardeio de missões” aos quais as escolas se submetem hoje. Isso deixa a todos perdidos, incluindo pais e professores, emendou a pedagoga especializada em Psicopedagogia, Claudia Soares de Oliveira, presente à palestra.
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MANTÉM OU TRANSFORMA?
Também o sociólogo suíço Philippe Perrenaud, um dos principais pensadores em educação na atualidade e palestrante de duas conferências na Educar 2011, defendeu o resgate da missão da escola. Qual seja, a de “transmitir para as novas gerações a cultura acumulada pelas gerações anteriores”. Dentro do eixo temático proposto pela Educar 2011 – a educação transforma ou reproduz a sociedade? - Perrenaud observou que ela tem reproduzido a desigualdade social, pois o apren-
dizado do aluno está diretamente relacionado a condições anteriores à escola: ao seu ambiente familiar, suas interações sociais e ao desenvolvimento intelectual dos próprios pais. “Isso proporciona condições desiguais de desenvolvimento. As crianças de classe média e média alta recebem mais explicações e informações sobre os sentidos dos saberes, têm mais experiências que lhes permitem vivenciar esses saberes, o que as prepara para aprender por aprender.” Já nas classes populares, “as distâncias a serem percorridas são muito maiores e mais sofridas, com conflito de lealdade e perda de identidade”, disse. Segundo o pensador, “não basta escolarizar em condições semelhantes, pois basta tratar com igualdade os direitos e deveres para ratificar as desigualdades”. O desafio é “transmitir uma cultura escolar de base”, mas, paralelamente, “democratizar o acesso a cultura (por meio do combate à pobreza, à precariedade e às desigualdades), reformar e deixar o currículo mais próximo à vida das pessoas e desenvolver uma pedagogia diferenciada em larga escala”, indicou Perrenaud.
Não é tarefa simples recolocar a aprendizagem no centro do processo educativo quando a sociedade vive a inovação diária das tecnologias de informação e comunicação, as quais colocam, a qualquer tempo e em qualquer ambiente, o estudante em contato com o mundo, novas experiências e linguagens. Assim, a Educar 2011 organizou um fórum exclusivo para discutir o uso das tecnologias (o 1º Educatec) e, na área dos expositores, as novidades em softwares, lousas e carteiras digitais, entre outros, foram os itens que mais chamaram a atenção do público (Leia mais sobre o assunto nas páginas 8, 9 e 10). Para os especialistas em tecnologia educacional, Maria Elizabeth Bianconcini de Almeida e Nilbo Nogueira, o imenso desafio das instituições e dos profissionais reside em imprimir “significado aos saberes escolares” dentro desta nova realidade, em que as tecnologias devem atuar como suporte, apoio, e não como uma razão em si mesma. Beth Almeida e Nilbo comandaram uma das mesas de maior interesse da Educar, ao abordarem a incorporação do universo digital no desenvolvimento do currículo. Nilbo Nogueira, ex-PUC São Paulo, é gestor de tecnologia educacional em três instituições de nível superior. Já Beth Almeida é coordenadora do Programa de Pós-Graduação da Pontifícia Universidade de São Paulo (PUC/SP). Ambos defenderam a importância de se trabalhar “com essas diferentes linguagens”, entretanto, “é preciso dar significado ao currículo, à tecnologia, saber onde, como, quando e para quê incorporá-la”, con-
forme destacou Beth. “É preciso que professor desenvolva no aluno capacidade de articular essas informações, de entender o que é necessário para o seu desenvolvimento, até como formação de cidadãos e não somente para o conhecimento científico.” Na prática diária, “o currículo deve ser trabalhado com intencionalidade e a tecnologia estar perfeitamente integrada a ele”, defendeu a coordenadora, lembrando que um ótimo paradigma desse equilíbrio é dado hoje pelo Museu da Língua Portuguesa, em São Paulo. Segundo Beth Almeida e Nilbo Nogueira, todo esse aparato demanda investimento contínuo em formação e capacitação, tanto do professor quanto do gestor. Do ponto de vista do professor, a tecnologia educacional não significa transportar a tabuada para o Power-point, mas fazer uso de sua linguagem própria, criando-se, por exemplo, jogos que desafiem os estudantes e os obriguem a utilizar a tabuada. É um novo professor, “inovador e autor de processos diferenciados”, disse Beth Almeida. Ao gestor, por sua vez, compete se preparar inicialmente para utilizar os recursos tecnológicos em seu trabalho e, posteriormente, compreender isso no âmbito pedagógico, “para que possa prover condições ao educador”, enfatizou a coordenadora, que está lançando a obra “A integração das tecnologias com o currículo”, pela Editora Paulus.
Dentro desta linha, o diretor de Mídias Digitais da Pearson Brasil, Tadeu Terra, ressaltou que a tecnologia, ao contrário do senso comum, “não tem vida própria”, mas está ligada à prática docente, “é um instrumento”. “O uso das diversas mídias permite acesso a notícias, animação, filmes, infográficos, entre outros recursos de linguagem que funcionam como elemento de reflexão”. Também conferencista da Educar 2011, Tadeu Terra, Físico graduado pela Universidade de São Paulo em São Carlos, ex-professor, coordenador e professor de escolas, também ressaltou que a implantação de qualquer projeto pedagógico passa antes pelo gestor, pois envolve, “de cara, três aspectos relevantes”. Em primeiro lugar, a formação do docente, “que não está acostumado à linguagem multimodal”, mas precisa conhecer “como funciona um fórum, um chat, um ambiente colaborativo”. Depois, entra a infraestrutura, com ênfase nas conexões em banda larga. E, finalmente, o custo do dispositivo móvel, que no caso da Pearson, empresa que responde pelas publicações dos sistemas COC, Dom Bosco, Pueri Domus e Name, sairia “equivalente à lista tradicional do material”. O dispositivo móvel, no caso, refere-se a netbooks com acesso à internet, que a escola disponibilizaria a cada estudante e que fazem parte de um projeto de educação interativa desenvolvido pela Pearson e lançado neste ano sob a bandeira COC (Mais informações na reportagem sobre os expositores da Educar 2011, na página 10). NO WWW.DIRECIONALESCOLAS.COM.BR, LEIA - Os aspectos da cultura escolar que são mais favoráveis à inovação e à aprendizagem, segundo Philippe Perrenaud; - o artigo “Como transformar a educação em sua prática diária?”, das pedagogas especializadas em Psicopedagogia, Claudia Soares de Oliveira e Eliane Aparecida Fogliati. Acesse os textos no link da versão online da reportagem Especial de cobertura da Educar 2011. SAIBA MAIS Claudia Soares de Oliveira clasoareso@gmail.com Maria Elizabeth Almeida ced@pucsp.br / bethalmeida@pusp.br Nilbo Nogueira www.nilbonogueira.com.br / nilbo@nilbonogueira.com.br Tadeu Terra tadeuterra@uol.com.br
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A TRANSFORMAÇÃO POR MEIO DA “RESSIGNIFICAÇÃO DOS SABERES”
ESPECIAL: EDUCAR 2011 - A EDUCAÇÃO TRANSFORMA OU REPRODUZ A SOCIEDADE?
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GESTÃO: EDUCAR 2011: O FOCO SOBRE OS COLABORADORES
GESTÃO: EDUCAR 2011: O FOCO SOBRE OS COLABORADORES
DIRETOR
Construir objetivos comuns, estabelecer metas e ações, cobrar resultados e dar clareza aos papéis que competem a cada colaborador conferem qualidade à gestão escolar e garantem o sucesso do projeto educativo das instituições. Esse foi o ponto marcante das palestras do 7º Educador Management (Seminário Internacional de Gestão em Educação), que registrou grande afluência de público na Educar 2011.
Por Rosali Figueiredo Fotos João Elias
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á cerca de dez anos um grupo de professores de Vitória, Espírito Santo, se uniu em torno de uma cooperativa e criou o “UP Centro Educacional”, escola de Ensino Médio e pré-vestibular. A instituição atende hoje a 2.700 alunos em três unidades, está prestes a inaugurar uma sede própria (a quarta unidade) e, por meio desta, pretende chegar aos cinco mil alunos em ambos as modalidades e ainda implantar o Fundamental II. Mas boa parte do grupo de professores se mantém agora apenas em sala de aula, já que a escola foi assumida no final de 2008 por um mantenedor proveniente da área médica, que lhe imprimiu outro perfil de administração e, sobretudo, pôs fim à sobreposição de funções que até então vinha comprometendo a administração e, em consequência, a saúde financeira da instituição. “Tínhamos muito cacique, como os professores eram donos, havia confusão de papéis”, relata Fábio Cardoso Portela, atual diretor-presidente do UP e também professor de Português na escola, ex-aluno e ex-sócio da cooperativa. Fábio esteve na Educar 2011 com parte dos atuais gestores do UP. Segundo ele, trabalhar a redefinição dos papéis “foi uma solução” para a instituição, que na época da mudança de comando tinha 800 alunos e era deficitária. “Já em 2009, saltamos a 1.800 estudantes”, lembra. O segredo foi delimitar essas funções, bem como adotar ferramentas de gestão empresarial comuns a outras empresas, como a composição de um Conselho de Administração “que é quem manda”, e o planejamento estratégico. Ele e o professor Alexandre Bittencourt Borges de Oliveira mantiveram a dupla função (Alexandre também é diretor), mas Fábio observa que se posicionam diante dos alunos como docentes e não permitem que sejam abordados como dirigentes em sala de aula.
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Parte dos gestores do UP Centro Educacional: Para Fábio Portela (no canto direito da foto), clarificar os papéis foi a grande solução encontrada pela escola. Na foto, ele está acompanhado, à esquerda, por Eric Serrano (diretor de controladoria), Dejair Cordeiro Xavier (diretor financeiro) e João Dantas Zon (diretor administrativo).
Ilustração: Jonas Coronado
DELIMITANDO AS FUNÇÕES
OBJETIVO COMUM, RACIONALIDADES DISTINTAS
A ênfase na necessidade de definição e clareza dos papéis dos colaboradores perpassou grande parte das palestras do 7º Educador Management (Seminário Internacional de Gestão em Educação), promovido no âmbito da Educar 2011. Em uma das palestras mais concorridas do evento, a consultora e pedagoga Célia Godoy defendeu a revisão das atribuições e responsabilidades de cada um no interior da escola como forma de revitalizá-la, de transformá-la. “Quando misturamos papéis, surgem conflitos, não se sabe para quem se pergunta”, disse. A redefinição deve começar nos gestores, em especial pelo coordenador pedagógico, hoje muito absorvido pelos problemas operacionais do dia a dia, sem tempo, portanto, para articular a implantação do projeto pedagógico. Por outro lado, é preciso também situar o professor no próprio processo, proporcionando-lhe condições para o exercício do trabalho. Em uma mesa de “conversas” comandada pelo educador Celso Antunes, em que gestores e consultores abordaram o assunto, Mario Uribe, diretor do Programa de Gestão e Direção Escolar da Fundação Chile e membro do Comitê de Formação de Gestores de Excelência do Ministério da Educação daquele país, disse que deve haver uma “combinação inteligente entre pressão por resultado e apoio”, dentro de um modelo que reforce “o papel, o status e a identidade do professor”. Na verdade, conforme ponderou seu colega de mesa, Júlio César Furtado dos Santos, reitor do Centro Universitário Uniabeu, do Rio de Janeiro, revitalizar uma escola ou fazê-la crescer, “sem olhar para o capital humano, é ato de loucura”. Júlio e Mario estavam acompanhados ainda por Tobias Ribeiro, coordenador do Programa de Gestão de Qualidade da Fundação L’Hermitage, e Casemiro Campos, consultor em formação de professores e gestão. “A escola é executora de um projeto para o qual todas as pessoas que nela atuam precisam estar cientes e de acordo”, afirmou Júlio Furtado. Ou ainda, retornando à palestra de Célia Godoy, a gestão acontece “junto e por meio de pessoas”, em direção a objetivos construídos pelo grupo, sob o uso de suas funções e do conhecimento. Mas cada cargo apresenta uma “racionalidade diferente”, conforme pontuou Casemiro Campos. “A do gestor é a racionalidade do não, que a gente tem que dizer o tempo todo, enquanto a do professor é a do ativista, dizendo o tempo todo para o aluno que ele pode.”
O reitor Júlio Furtado lembrou que as escolas bem posicionadas junto ao IDEB têm professores satisfeitos com os resultados de seu trabalho. “Compete, portanto, ao gestor fazer com que esse resultado apareça, o que atua como automotivação e, junto com os demais apoios, leva à mudança da escola.” Mas quem deve ser esse diretor? Para o consultor Tobias Ribeiro, que também ministrou uma palestra específica sobre o perfil do diretor, ele deve ser assertivo, o que facilita a adesão e o alinhamento da equipe. “Ele não pode ser nem fiscal nem demasiadamente agradável, nem passivo nem agressivo, portanto, deve saber cobrar e para isso o autoconhecimento é fundamental.” Tentativas de parecer sempre simpático e bonzinho à equipe revelam um dirigente com baixa autoestima, o que compromete o seu trabalho, disse Tobias.
COORDENADOR PEDAGÓGICO
Segundo Célia Godoy, poucos sabem qual a função do coordenador pedagógico. Nem os próprios diretores têm clareza acerca desta figura, pois “o vê como braço direito, um faz tudo, quando, na verdade, o seu papel é mediar a práxis docente e o projeto pedagógico, verificando se há consonância entre os dois”. Em outras palavras, o coordenador realiza a mediação entre a proposta (tomada como estímulo) e a prática (tomada como resposta), cobra dos professores sua participação na construção deste projeto. “O coordenador pedagógico não é para resolver problemas ou sanar dificuldades. É preciso mudar o foco: ele deve trabalhar para a realização de objetivos que estejam claros, combinados, explicitados e construídos coletivamente.”
PROFESSOR
Para Célia Godoy, o professor tem como atribuição legal, institucionalizada, “participar da construção do projeto pedagógico da escola”. No entanto, o reitor Júlio Furtado observou que esse envolvimento ou adesão acontece sob três condições básicas: “quando ele sente o apoio da direção, por meio de recursos, ideias e auxílio nas dificuldades; pelos resultados alcançados; e pelo perfil do aluno”.
NO WWW.DIRECIONALESCOLAS.COM.BR, LEIA - “Dez Propostas ao Coordenador Pedagógico para a Gestão dos Conflitos”, elaborado pela consultora e pedagoga Célia Godoy; - Competências mínimas ao diretor de escola, conforme sugestões dos participantes da mesa comandada por Celso Antunes. Acesse os textos no link da versão online da reportagem de Gestão da edição de junho/julho de 2011. SAIBA MAIS Casemiro Campos casemiroonline@casemiroonline.com.br Célia Godoy godoycelia@godoycelia.com.br Celso Antunes celso@celsoantunes.com.br Fábio Cardoso Portela www.upvix.com.br / profabio@gmail.com Júlio César Furtado dos Santos reitoria@uniabeu.edu.br / julio@juliofurtado.com.br Mario Uribe muribe@fundacionchile.cl
A consultora Célia Godoy: em defesa da clareza dos papéis do diretor, coordenador e professor.
Para o consultor Tobias Ribeiro, o exercício do cargo de direção exige um profissional assertivo.
Tobias Ribeiro Tobias@lhermitage.org.br
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PELA “COMBINAÇÃO INTELIGENTE” ENTRE PAPÉIS, APOIO E COBRANÇA
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GESTÃO: EDUCAR 2011: EXPOSITORES
NA FEIRA DE EXPOSITORES, A ESCOLA DO SÉCULO XXI A vitrine dos expositores da Educar 2011 encheu os olhos de professores, coordenadores, mantenedores e demais educadores. Na área da tecnologia educacional, ela trouxe recursos de última geração como softwares de aulas interativas que pressupõem o uso de dispositivos móveis pelos estudantes (tablets); lousas digitais a canetas ou no formato touch que permitem intervenção simultânea de professor e aluno; e salas de aprendizagem em 3D. Como suporte de planejamento pedagógico, apresentou novos processos de avaliação externa de resultados, sistemas de ensino repensados conforme a configuração atual do Enem, materiais didáticos específicos a algumas áreas, como educação financeira, além de dezenas de lançamentos de livros. Na parte de infraestrutura e equipamentos, mostrou várias opções em robótica, brinquedos e móveis. E na de serviços, expôs algumas possibilidades de parcerias com terceiros, como em esportes e teatro, por exemplo. Um prato cheio para quem busca suporte para uma escola moderna, antenada às expectativas do jovem do século XXI. O diretor comercial da Hetchtech, Renato Rappoli, observou que as empresas estão atentas às necessidades dos mantenedores e procuram desenvolver soluções adequadas ao seu perfil. A Hetchtech lançou uma nova versão de lousa digital com duas canetas eletromagnéticas para o uso de alunos e de professores, produto alternativo àqueles que preferem um custo menor em relação aos modelos touch (também fabricados pela empresa). Outra solução bastante interessante, lançada na Educar 2011, foi o laboratório móvel de informática, estrutura em aço desenvolvida pela Hetchtech que abriga 36 netbooks, com bateria e dispositivos de acesso a internet (para redes wireless ou a cabo). É um carrinho com rodízios, que pode ser mantido em sala de aula ou transportado de uma a outra, sem problemas de segurança, já que possui fechadura eletrônica, cujo acesso é feito por senha, uso de cartões ou ambos. Para o diretor de Mídias Digitais da Pearson Brasil, Tadeu Terra, a Educar 2011 serviu como importante palco para a demonstração dos novos projetos de educação interativa do grupo. Segundo Tadeu, 18 escolas da bandeira COC atuam com o sistema no País, junto ao 6º ano
do Fundamental II e 1º ano do Ensino Médio. No próximo ano, o projeto se estenderá às demais séries do Fundamental II e Ensino Médio e um formato similar será lançado para a rede pública vinculada ao Name (Projeto Florescer). “O conteúdo se torna envolvente porque o próprio tablet ‘fala’ exatamente a linguagem do jovem, é rico em ilustrações, recursos de áudio, HQ’s (histórias em quadrinhos), infográficos e em links que aumentam a profundidade do estudo”, disse. Em termos de suporte editorial, um dos destaques da Educar 2011 foi a coleção didática de educação financeira lançada pelo Instituto DSOP. “Vamos mudar o estilo de vida da escola”, observou Alexandre Damiani, gerente executivo do Instituto, destacando que mais do que os 15 volumes destinados aos alunos, e outros 15 aos professores, a metodologia traz embutida a capacitação de toda a equipe pedagógica e gestora em direção a uma nova postura de gestão dos recursos financeiros. Reinaldo Domingos, autor da metodologia, explicou que “ninguém pode ensinar o que não pratica”. Assim, o sistema pressupõe capacitação em torno de quatro pilares: diagnosticar, sonhar, orçar e poupar. “As pessoas não costumam planejar os ganhos em função dos sonhos e metas, apenas para pagar as contas e ficar no zero a zero. E o homem mais pobre é aquele que não realiza sonhos”, observou Reinaldo. Segundo ele, o DSOP pretende ensinar professores e alunos a planejarem a consecução de seus sonhos, processo a ser iniciado desde o ciclo infantil. Algumas áreas tradicionais também marcaram presença na Educar sob a bandeira da inovação. No caso dos brinquedos, a Ligamundos acrescentou o conceito “verde” ao portfólio das marcas que comercializa, de fabricantes sediados na Austrália, Estados Unidos e Suíça e que atuam com plástico reciclado, madeira de origem certificada e pigmentos naturais, entre outros. “Trabalhamos com brinquedos que expandem o horizonte criativo da criança, trazem qualidade de acabamento e design e, agora, respeito pela vida”, disse a empresária Nadine H. Wassmer, incorporando a defesa da sustentabilidade também nos produtos destinados aos estudantes.
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SAIBA MAIS
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Alexandre Damiani Alexandre.damiani@dsop.com.br
Renato Rappoli hetchtech@hetchtech.com.br
Nadine H. Wassmer Nadine.wassmer@ligamundos.com.br
Tadeu Terra tadeuterra@uol.com.br
Reinaldo Domingos Reinaldo.domingos@dsop.com.br
DICA: QUADRA: PISOS E ACESSÓRIOS
DICA: QUADRA: PISOS E ACESSÓRIOS
Por Rosali Figueiredo
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Dante Aleghieri, localizado na região dos Jardins, em São Paulo, adotou o revestimento de borracha em uma pequena quadra de recreação externa dos alunos da Educação Infantil, solução que se mostrou um sucesso tanto para os usuários mirins quanto para o gerente de manutenção geral da escola, Márcio Usmari. “O piso não me deu mais problema e apresenta uma ótima relação custo benefício”, diz. Segundo o gerente, o material deverá ser aplicado em outra área de parquinho da Educação Infantil, substituindo o piso rústico e a areia. Para a arquiteta Mara Cabral, os revestimentos de borracha e areia são os mais indicados para as atividades com as crianças pequenas, já que apresentam bom padrão de absorção de impacto e de reflexão acústica (o som da própria criança costuma irritá-la), além de serem antiderrapantes. No caso do Dante, foi implantado um piso em mosaico, no sistema intertravado, em que as juntas de dilatação, presentes entre uma placa e outra, servem para o escoamento da água, que acaba escorrendo para o ralo instalado no contrapiso. É um revestimento ideal para a faixa etária até seis anos, que “está se descobrindo e cai muito”. Mas alguns cuidados são necessários na realização dos trabalhos, como o caimento da superfície (inclinação) a no máximo 1%, recomenda Mara. Já a manutenção requer procedimentos convencionais a qualquer outro tipo de piso externo, como limpeza e pintura periódica. Quando se fala, entretanto, de quadras poliesportivas para estudantes maiores, os critérios mudam. Ainda inexistem no Brasil normas técnicas específicas para quadras, comenta a arquiteta, que acaba recomendando o uso de parâmetros internacionais, como a norma alemã (DIN V 18032/2)
Ilustração: Fabian Ramos
Há cerca de dois anos o Colégio
ou a da União Européia (EN 14904/2006). “As normas estabelecem critérios quanto à capacidade de deslizamento lateral dos pés, o nível de deformação vertical do piso, de brilho e reflexo, o módulo de elasticidade, padrões de deflexão, energia de recuperação e reflexão da bola, e ainda citam algumas substâncias químicas proibidas”, aponta. Também normas de revestimentos baixados pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) podem ser adotadas, como a NBR 13753/96, que trata de pisos internos ou externos com placas cerâmicas fixadas com argamassa colante, e a NBR 14050/98, relativa a materiais à base de resinas epóxi, entre outros. O importante, observa a arquiteta, é que as escolas procurem itens em conformidade com as propriedades dos Revestimentos de Alto Desempenho (RAD) recomendados pelas normas estrangeiras, como aderência, flexão, compressão, resistência para a ação, abrasão, impacto e absorção. A escolha deve levar em conta ainda as modalidades praticadas com mais frequência, pois a superfície poderá favorecer ou o deslizamento dos pés, evitando que o atleta machuque o tornozelo, ou trazer certa deformação indispensável para os saltos, ressalva a arquiteta. Os pisos muito duros dificultam os impulsos, ou seja, movimentos relacionados à prática do atletismo. Já as superfícies mais maleáveis e apropriadas a essa modalidade não são boas para o futebol, pois atrapalham o deslizamento da bola e a corrida do jogador. Necessário a todas,
no entanto, é um padrão de piso que assegure o equilíbrio entre o brilho e a reflexão, permitindo ao atleta ter uma boa visão das linhas demarcatórias da quadra. Neste contexto, os revestimentos mais indicados para as quadras externas, por exemplo, são o concreto de alto desempenho pintado ou o concreto cimentado e pintado. Já nos ginásios cobertos, as opções tornam-se bem mais amplas e envolvem o piso vinílico, o PVC, o epóxi, a madeira, a borracha, os laminados e o próprio concreto de alto desempenho e pintado. Para o coordenador de Esportes da Escola Internacional de Alphaville, Paulo Riera de Faria, a melhor solução encontrada pela instituição para suas quadras externas foi o cimento, que apesar de um pouco duro, proporciona bom desempenho no deslizamento, além de ser antiderrapante. Já no ginásio coberto, a opção foi pelo vinílico, o qual permite trabalhar as linhas demarcatórias de cada modalidade conforme a variedade de cores do material, “dando bom efeito estético”, diz. Outro benefício é que o revestimento “não escorrega se tiver boa manutenção”, destaca Paulo, lembrando que as escolas costumam cometer dois grandes erros na escolha dos pisos das quadras: “ou são muito ásperos ou es-
corregadios”, observa o coordenador, que comanda uma equipe de catorze professores na instituição de Alphaville.
ACESSÓRIOS Pecados são cometidos também em relação aos acessórios, observa o coordenador, especialmente a ausência de climatização nos espaços cobertos. O ginásio da Escola Internacional de Alphaville dispõe de um sistema de climatização por nebulização de água, com oito equipamentos, afirma. A falta de iluminação costuma ser outra dificuldade enfrentada pelos educadores e não está dispensada sequer das quadras externas, que devem receber postes com refletores, sugere. Outra atenção deve ser dada à adaptação do tamanho dos equipamentos instalados nas quadras destinadas à Educação Infantil, como balizas do gol e tabelas das cestas de basquete. Finalmente, a arquiteta Mara Cabral deixa uma recomendação pouco atendida pelas mantenedoras: a construção de paredes ou muros auxiliares às quadras externas, “um acessório básico” que apresenta duas utilidades. Além de separar a quadra dos demais espaços e impedir que os estudantes se dispersem, elas servem para exercícios com bolas. “A falta desta parede auxiliar é a falha que mais observo hoje entre as escolas”, conclui Mara.
NO WWW.DIRECIONALESCOLAS.COM.BR, LEIA - Artigo da arquiteta Mara Cabral sobre critérios que devem ser adotados para a implantação de quadras esportivas internas e externas, bem como de quadras de recreação para crianças; - Entrevista com o coordenador de Esportes da Escola Internacional de Alphaville, Paulo Riera de Faria, abordando o perfil de quadras, bem como tipos de pisos e acessórios que os profissionais da área precisam para o bom desempenho dos alunos. SAIBA MAIS Mara Cabral maracabral@haiah.com.br Márcio Usmari marcio.usmari@cda.colegiodante.com.br Paulo Faria paulofaria@escolainternacional.com.br
Na Próxima Edição: Energia (Gerador, boiler etc.)
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SOLUÇÕES MUDAM CONFORME AMBIENTE, USOS E IDADES
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FIQUE DE OLHO: BRINQUEDOS PEDAGÓGICOS
O BRINCAR COMO PRÁTICA DO DESENVOLVIMENTO INFANTIL tes comemoraram o Dia Internacional do Brincar, data instituída pela ITLA (International Toy Library Association) com o propósito de incentivar a prática de jogos entre as crianças que, ao exercitarem a criatividade, crescem preparadas para lidar com diversas situações do cotidiano. A entidade sem fins lucrativos foi criada nos princípios dos anos 90 e está sediada na Bélgica. Segundo a especialista em jogos educativos e psicomotricidade Vania Cavallari, a brincadeira compõe “uma parte essencial do universo infantil, onde é possível ordenar o mundo que está a sua volta”. O brincar está presente na vida de toda criança, seja brasileira ou de outra nacionalidade, que quando explora o que lhe é oferecido na atividade, se torna mais autônoma. Estudos comprovam que, quando há espaço para manifestações lúdicas, os processos de aprendizagem estimulados são muito eficazes. Ou seja, Vania Cavallari sintetiza que brincando é possível aprender mais e melhor, pois as crianças “resolvem com mais facilidade desafios da vida, melhoram sua linguagem e têm maior poder de concentração, além de serem muito mais sociáveis”. O brinquedo, por sua vez, atua como excelente ferramenta de suporte que permite realizar representações da realidade por meio da criatividade. Nesse momento, é possível expressar sentimentos e necessidades. Confira, neste Fique de Olho, algumas empresas que oferecem produtos relevantes para a manifestação lúdica infantil.
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AZUL E ROSA BRINQUEDOS
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Localizada no bairro da Mooca, em São Paulo, a Azul e Rosa Brinquedos atua há cinco anos no mercado. Por meio do trabalho com profissionais capacitados, a empresa oferece produtos educativos, cientes de sua importância na formação infantil. “Nossos clientes demonstram um alto grau de fidelidade comercial - fruto da seriedade com que são tratados, das condições que lhes oferecemos, e da constante atualização com novidades”, afirma o proprietário, Vitor Tribuna. O empresário destaca, entre os produtos que compõem o seu portfólio, a MITRA, jogo capaz de trabalhar diferentes habilidades, como raciocínio, dinâmica, colaboração etc. É confeccionado em madeira e traz como atributos principais a interatividade, qualidade e o design bem preparados. A Azul e Rosa Brinquedos manterá em 2011 uma campanha de preços especiais para escolas até o dia 30 de novembro. Também neste ano o site da empresa será atualizado, com uma proposta visual mais moderna e com uma janela voltada para as instituições de ensino. “Encaramos os profissionais da educação não como simples clientes, mas como aqueles com quem podemos caminhar lado a lado, facilitando as tarefas escolares”, diz Tribuna.
Por Rafael Lima
Ilustração: Fabian Ramos
No último dia 28 de maio vários países dos cinco continen-
A empresa deseja contribuir para que cada criança possa aprender se divertindo e, mais tarde, se destacar no mercado profissional. “Os brinquedos educativos, quando autorizados a participar dessa formação, desempenham um papel primordial e inesquecível”, avalia o empresário. A Azul e Rosa Brinquedos atende a todo país, mediante solicitações de orçamento via e-mail ou fax. Fale com a Azul e Rosa Brinquedos: 11 2605-2033 www.azulerosabrinquedos.com.br azulerosabrinquedos@yahoo.com.br
UNI DUNI BRINQUEDOS
Presente no mercado há seis anos, a Uni Duni Brinquedos está localizada no bairro Vila Clementino, zona Sul de São Paulo. A loja oferece produtos que dão espaço para que a criança desenvolva aspectos importantes em sua formação, de maneira criativa e planejada. Alguns dos principais brinquedos oferecidos estão as caixas táteis, blocos de encaixe e calendários de madeira e tecidos, conforme destaca a empresária Marlene Justino Mantovani. O site do grupo apresenta detalhes dos produtos por meio de fotos e descrições que facilitam a escolha do material, além de oferecer indicações direcionadas às diferentes faixas etárias. A linha de materiais é muito variada, e destaca-se pelo dinamismo, design e acabamento, conseguindo oferecer produtos de qualidade e relevância ao contexto infantil. Marlene Mantovani observa que, visando oferecer atendimento adequado ao segmento da educação, a Uni Duni Brinquedos está trabalhando com preços especiais para as escolas, que variam entre 15% e 30%, de acordo com o valor da compra. A Uni Duni Brinquedos Educativos atende a todo país, através do site, e a entrega pode ser feita pelo correio e empresas transportadoras. Fale com a Uni Duni Brinquedos Educativos: 11 5083-3443 www.unidunibrinquedos.com.br unidunibrinquedos@hotmail.com
DICA: LIMPEZA: MÃO DE OBRA E PROCEDIMENTOS
TÉCNICAS ADEQUADAS GARANTEM A EFICIÊNCIA E SEGURANÇA DO TRABALHADOR
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dotar mão de obra e procedimentos técnicos em limpeza nas escolas pode trazer muitos benefícios. No entanto, é necessário ressaltar que o serviço deve ser feito por profissionais preparados para a execução e o manuseio dos produtos utilizados. Segundo Silvio Guerreiro, coordenador geral de cursos técnicos do Sindicato das Empresas de Asseio e Conservação no Estado de São Paulo (SEAC), os processos adequados a cada tipo de tarefa são muito importantes. “Quando corretamente feitos propiciam mais qualidade, menor demanda de tempo, desgaste físico do colaborador e consumo de produtos, e também menos desgaste dos equipamentos, tornando a ação de limpeza ecologicamente correta”, afirma. O Colégio Nossa Senhora dos Remédios, localizado em Osasco, utiliza procedimentos técnicos em seus ambientes há mais de 20 anos. A instituição contratou a Abralimp (Associação Brasileira do Mercado de Limpeza Profissional) para capacitar seus funcionários para o serviço. O gerente de Recursos Humanos, Arlindo Ferreira, destaca que entre as principais mudanças ocorridas desde o início da prática estão as diferenças na qualidade e no fator tempo. “É imprescindível manter uma limpeza de qualidade, considerando que a escola deve oferecer um ambiente agradável e saudável aos seus alunos”, diz. Segundo ele, os alunos e seus pais são exigentes nessa questão, daí a importância em oferecer qualificação aos colaboradores, para que seja realizado um trabalho de qualidade e em tempo hábil. Além disso, é possível ainda prevenir acidentes e preservar a segurança do funcionário. Para isso, é essencial a utilização de meios de proteção contra possíveis riscos - são eles os Equipamentos de Proteção Individual (EPI’s) e os Equipamentos de Proteção Coletiva (EPC’s). “A maior preocupação é garantir que todos estejam totalmente prote-
gidos contra qualquer tipo de acidente. Um ambiente seguro é aquele que é livre ou que se tenta evitar essas ocorrências”, constata Guerreiro. Outro ponto que deve ser colocado em questão é a relação custo e benefício. “Um profissional devidamente capacitado dificilmente irá quebrar um equipamento, uma vez que sabe manuseá-lo da forma correta. Ele sabe operá-lo e evita gastos com possíveis manutenções, além do desperdício de produtos químicos”, afirma o responsável pela Unidade de Formação Profissional da Abralimp, Luis Llancafil. Por outro lado, Silvio Guerreiro observa que a limpeza profissional está cada vez mais eficiente. Ele afirma que a produtividade aumentou consideravelmente nas últimas décadas. Enquanto nos anos 60, por exemplo, um profissional conseguia em média limpar 150 metros quadrados por hora, hoje, pelo treinamento, pelo uso de procedimentos e técnicas adequadas e também de equipamentos profissionalizados, a capacidade atinge entre 500 e 600 metros quadrados por hora. “Continuando assim, as barreiras serão constantemente ultrapassadas”, conta. Segundo Llancafil, o mercado de limpeza profissional permanece como o maior empregador da base da pirâmide social, atrás somente da construção civil, e a demanda por um serviço de qualidade na área está em crescimento. “Se os procedimentos forem feitos de maneira correta, haverá uma enorme melhora na produtividade e bem-estar do funcionário”, conclui. SAIBA MAIS ARLINDO FERREIRA arlindo@aspromatina.org.br LUIS LLANCAFIL luis@abralimp.org.br SILVIO GUERREIRO silvioguerreiro@hotmail.com.br
Na Próxima Edição: Atividades de Livre Escolha (Teatro, Música, Circo, Pintura etc.)
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Por Rafael Evandro Lima
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DICA: ORIENTAÇÃO PROFISSIONAL
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EM BUSCA DA SINTONIA ENTRE OS ALUNOS E O NOVO MERCADO
desistência dos estudantes no 1º ano do Ensino Superior atinge hoje a 40% das matrículas, patamar que tem levado as escolas de Educação Básica a ampliarem programas relacionados à orientação vocacional entre jovens e adolescentes. “De forma geral, as escolas vinham se preocupando muito em preparar o aluno para o vestibular, mas esqueciam que ele precisa ter claros seus objetivos e saber qual a carreira pretende seguir”, observa Fátima Miranda, psicóloga, pedagoga e orientadora no Colégio Pio XII, que recentemente organizou uma Feira de Profissões com três instituições (além do Pio XII, os colégios Franciscano São Miguel Arcanjo e Franciscano Nossa Senhora do Carmo). “Existe um gap muito nítido entre a realidade do mercado e os currículos”, afirma Paulo Sergio Sgobbi, diretor de Educação e Recursos Humanos da Brasscom (Associação Brasileira das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação). Apenas no segmento de Tecnologia da Informação, faltam 92 mil profissionais qualificados, como analistas, projetistas, desenvolvedores, programadores, implementadores, coordenadores, gerentes, diretores, consultores e estagiários, revela Paulo Sergio. “O aluno não vai ficar hoje num banco escolar se dominar mais o assunto que o próprio professor, ele já está aparelhado com smartphones,
por exemplo, e não pode ser tratado dentro dos parâmetros curriculares atuais.” O problema é amplo. O Governo Federal estima que a realização da Copa do Mundo de 2014 no Brasil irá gerar 330 mil empregos permanentes nos próximos três anos, além de 380 mil temporários, especialmente na construção civil, indústria da alimentação e bebidas, além de serviços de apoio às empresas, de utilidade pública (eletricidade, gás, água etc.) e de informação. No entanto, há carência de profissionais especializados na construção e no setor de bens de consumo, além de serviços, transportes e siderurgia e metalurgia, conforme divulgou em setembro do ano passado a Fundação Dom Cabral. Dentre os profissionais de nível superior, o problema atinge a indústria petrolífera, química, de telecomunicações e de agronegócios. “A orientação profissional deve dar conta de pensar na escolha do curso superior a partir de uma discussão com os alunos sobre o mundo do trabalho na atualidade. Compreender a dinâmica das relações, como se constroem as carreiras e como os projetos pessoais estão relacionados com os profissionais”, observa André Meller, coordenador de Comunicação e Projetos do Colégio Oswald de Andrade, que desenvolve atividades regulares de orientação vocacional, assim como inúmeras escolas da rede privada de ensino de São Paulo. (R.F.)
NO WWW.DIRECIONALESCOLAS.COM.BR, LEIA - Relato do coordenador de Comunicação e Projeto do Colégio Oswald de Andrade, André Meller, sobre o trabalho de orientação profissional desenvolvido pela instituição (proposta registrada em um capítulo do livro “Experiências de Orientação Vocacional”/ Editora Vetor, 2004); - Mais informações sobre: • A Feira de Profissões realizada em conjunto pelos colégios Pio XII, Franciscano São Miguel Arcanjo e Franciscano Nossa Senhora do Carmo; • O Fórum de Profissões promovido pelo Colégio Albert Sabin; • O 17ª Encontro de Profissões do Colégio Guilherme Dumont Villares.
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Mara Cabral maracabral@haiah.com.br
Paulo Faria paulofaria@escolainternacional.com.br
Márcio Usmari marcio.usmari@cda.colegiodante.com.br
Na Próxima Edição: Softwares (Mapas, globos, jogos etc.)
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SAIBA MAIS
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PERFIL DA ESCOLA: CEI VEREADOR JOSÉ GOMES DE MORAES NETTO
PERFIL DA ESCOLA: CEI VEREADOR JOSÉ GOMES DE MORAES NETTO CEI, Ana Maria Ricardo Hernandes, formatou um “modelo que me encantou”. Ana Maria chegou à escola há cerca de três anos e reconhece que vinha de outras instituições que permaneciam focadas no cuidar. “No começo, fiquei um pouco com medo de ver as crianças daqui soltas no ambiente externo, mas fui percebendo que a criança, quando mais livre, aprende a circular com segurança, a desenvolver a parte motor e o equilíbrio”, lembra. Segundo Ana Maria, foi ela quem teve que se adaptar à escola, mas a parceria deu certo. A gestora abraçou a proposta e procura hoje organizar o trabalho da equipe (as faltas, por exemplo, são programadas para que as crianças nunca fiquem sem professora), além da administração financeira e contábil, de forma a que o trabalho tenha
UM MODELO DE EDUCAÇÃO NA PRIMEIRA INFÂNCIA Reconhecido por três anos consecutivos como uma das cinco melhores escolas do País pelas melhores práticas do brincar e do aprender pela experiência, o Centro de Educação Infantil da zona Sudeste de São Paulo tornou-se referência em educação nesta faixa etária. O modelo, construído na prática diária pela sua equipe, parte do pressuposto que o brincar é “linguagem essencial da infância e, apesar de natural e espontâneo, pode ser qualificado pelos educadores”.
DOS BOSQUES DA ESCOLA ÀS BRINCADEIRAS EM FAMÍLIA
Por Rosali Figueiredo Fotos João Elias
Com cerca de dois mil metros quadrados de área, dois terços livres, o Centro de Educação Infantil Vereador José Gomes de Moraes Netto possui dois playgrounds estruturados, mas os espaços abertos que mais atraem as crianças são o bosque, as cabanas feitas em tecidos dispostos entre uma árvore e outra, as mesas externas onde podem folhear os livros, os morros, os balanços, além do parque da areia e dos cantos do fogão à lenha, do abacateiro e das amoreiras. Parte da rotina de suas oito turmas está organizada de maneira a que os pequenos tenham contato com o ambiente externo por pelo menos uma hora a uma hora e meia pela manhã e pela tarde. Estão sempre acompanhados e orientados pelas professoras, mas circulam livremente, interagindo com os maiores e/ou menores, ensinando e também aprendendo com os colegas. “Esses espaços são mais favoráveis para o brincar, por isso estão priorizados para as vivências das crianças na maior parte do tempo, é como se fossem o quintal que perderam”, observa a coordenadora Shirley. “O brincar livre e o brincar na natureza trazem ensinamentos fundamentais, elas começam a se sentir parte deste meio ambiente, aprendem a ter cuidado com os bichos de jardim e com as plantas”, complementa. Neste espaço livre, as crianças transformam tábuas em skates ou guitarras, tecidos em cabanas ou redes, movimentos que estimulam a criatividade e expandem a imaginação para um jogo de faz de conta que se desdobra em novos personagens e enredos. “Isso amplia seu repertório e favorece o jogo simbólico”, observa Shirley. Há momentos em que muitas preferem o recolhimento, mantendo-se em um canto ou com um brinquedo com o qual interagem sozinhas, sem a interferência da educadora. “O que não significa abandono nem que a instituição esteja abrindo mão de
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Ilustração: Fabian Ramos
tantes de cuidados com as crianças, mas também de não submetê-las a situações de escolarização precoce, não comprometer a vivência da infância”, afirma a coordenadora. Era preciso, portanto, “aprofundar a compreensão sobre as crianças”, identificar “as competências necessárias para trabalharmos as linguagens essenciais para um currículo para a infância”. Atualmente, se existe algum conteúdo escolar, de pré-alfabetização, esse aparece natural (e não intencionalmente) na “aproximação com a linguagem escrita”, quando as professoras trabalham com parlendas, advinhas, poesias, versos e trava-línguas, sempre dentro “da perspectiva da cultura infantil”. A proposta foi desenvolvida paulatinamente e envolveu, em um primeiro momento, “a busca da compreensão da infância por três vias”: pelos estudos teóricos em Psicologia Social, Antropologia, Sociologia, entre outros; pelo resgate das memórias da infância das professoras, através da realização de rodas de conversa e sensibilização para identificar e valorizar sensações advindas da liberdade de movimento, do contato com a natureza, das interações com crianças de outras faixas etárias, dos cheiros etc.; e pela “escuta atenta e sensível” às próprias crianças, observando-se não apenas suas falas, mas gestos, brincadeiras e reações. “Depois, no horário de trabalho coletivo dos professores, falávamos dessas características, e a partir daí fomos percebendo que as crianças são espontâneas, criativas, corporais e sensíveis. A partir daí fomos também pensando qual currículo precisávamos desenvolver para favorecer ou potencializar as oportunidades para que as crianças pudessem ser crianças”, arremata Shirley. Foi uma intervenção diária, cotidiana, que, na perspectiva da diretora do
seu papel, ficamos sempre atentas, mas brincar é também a possibilidade de a criança viver a solidão necessária, a sua subjetividade dentro de um coletivo, um reencontro consigo mesma, escapando da tutela do adulto e vivenciando a sua condição, a dimensão humana.” Todos respeitam esse intervalo contemplativo, que é favorecido por espelhos distribuídos e pendurados em algumas das estruturas dos playgrounds. Por detrás, no entanto, de tamanha liberdade, existe muita organização. Os horários de alimentação, higienização, atividades internas e descanso são respeitados com disciplina por todos, crianças e educadoras. E mesmo internamente prevalece a troca lúdica, seja nas salas de cada turma ou no salão do brincar, um espaço multiuso, flexível, que pode virar pista de dança, área de encenações, de contação de histórias ou de brincadeiras com fantasias, conforme a atividade proposta pela professora. Segundo o modelo desenvolvido nos últimos anos pelo CEI, as ações educativas orientadas priorizam a narração de histórias (em que o professor desenvolve uma maneira própria de contar e desenvolver o enredo), cantigas, leituras (aproximando a criança da literatura e da linguagem escrita), além de oficinas de construção, modelagem e pintura, momento em que se dá oportunidade mais estruturada à criação e expressão. O brincar, entretanto, atravessa os muros da escola e adentra o ambiente familiar. As crianças costumam levar os livros para casa nos finais de semana e, agora, a escola irá começar a mandar sacolinhas contendo um kit de brinquedos, como pião, peteca, amarelinha, giz, entre outros, acompanhados por um caderno onde os familiares poderão registrar as experiências compartilhadas com os filhos. . (R.F.)
A professora Cleide Aparecida Pelegrin em brincadeira de roda com a turma do Mini Grupo I (à esq.). Na foto ao lado, a coordenadora Shirley Maria de Oliveira (à esq.) e a diretora Ana Maria Hernandes (dir.).
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té o final de maio passado, a lista de espera no Centro de Educação Infantil Vereador José Gomes de Moraes Netto, da Prefeitura Municipal de São Paulo, tinha 180 nomes, para uma perspectiva de abertura de apenas 58 vagas para 2012. Construída há 23 anos, a escola tem capacidade máxima para 112 crianças de 1 a 4 anos, em período integral (das 8hs às 18hs). Localizada na Vila Brasilina, região do Cursino, zona Sudeste da Capital paulista, comemora ter sido novamente inclusa entre as melhores escolas brasileiras que adotam o brincar como metodologia de seu fazer pedagógico. O concurso foi realizado pelo 3º ano seguido pelo Programa Pelo Direito de Ser Criança, uma parceria entre a marca Omo, da Unilever, e o Instituto Sidarta, e envolveu, neste ano, a análise de quatro mil instituições de Educação Infantil e Ensino Fundamental I de todo Brasil. As paredes do CEI exibem três placas do “Selo Aqui se Brinca”, versões 2009, 2010 e 2011. “Nem cuidador, nem alfabetizador”, o perfil do trabalho realizado pelo CEI José Gomes de Moraes Netto traz a brincadeira como eixo central da organização de sua rotina, das ações e do currículo. “O brincar é linguagem essencial da infância e, apesar de natural e espontâneo, pode ser qualificado pelos educadores”, observa a coordenadora pedagógica Shirley Maria de Oliveira. O processo de qualificação ocupou os três primeiros anos de atuação da coordenadora junto ao CEI, aonde chegou em 2005. Através de reuniões periódicas com a equipe, estudos, conversas diárias, capacitações agendadas pela própria escola com contadores de histórias e uma cantora de músicas infantis, buscou-se “uma compreensão maior sobre as crianças”, sobre “qual deve ser o perfil do educador da primeira infância”, relata Shirley. Segundo a coordenadora, “os professores estavam perdidos entre o cuidar e o alfabetizar”. Até 2002, os centros de educação infantil da Prefeitura de São Paulo eram vinculados à Secretaria Municipal de Assistência Social e em lugar de professores e educadores, auxiliares de desenvolvimento infantil (pajens) é que trabalhavam junto às crianças. Na época, elas quase não saíam dos espaços internos da creche e pouco havia de recreação. Na transição dos CEI’s para a Secretaria Municipal da Educação, os pajens deram lugar aos professores e introduziu-se a figura do coordenador pedagógico, mas todos pareciam inseguros quanto ao trabalho a ser feito a partir dali. “Quando cheguei ao CEI Vereador José Gomes, observei ainda uma ênfase sobre os cuidados, ao mesmo tempo em que os educadores estavam tentando se legitimar como professores e realizar uma proposta pedagógica, o que os levava, no entanto, a uma ação escolarizante. Percebi que tínhamos o desafio de não abandonar as práticas impor-
prosseguimento. “O mais importante é que o diretor e o coordenador pedagógico estejam integrados”, diz. Com 20 professoras efetivas que cumprem uma jornada diária de 6 horas, uma delas dedicada à própria formação, além de três auxiliares técnicos, um agente de vigilância e dois de apoio, o CEI apresenta uma equipe bem motivada e comprometida. “Procuramos resolver coletivamente os assuntos que dizem respeito a todos, ao mesmo tempo em que cobro de cada um a sua parte, elogio o que está excelente e corrijo, de maneira respeitosa, o que não está legal. O respeito, o incentivo, a qualificação e a motivação favorecem o trabalho porque as pessoas passam a se sentir parte dele”, ensina, por fim, a gestora Ana Maria.
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PERFIL DA ESCOLA: CEI VEREADOR JOSÉ GOMES DE MORAES NETTO
Na escola da Vila Brasilino, o brincar tem lugar prioritário, “em todos os sentidos, tempos e espaços”.
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O EDUCADOR E A RELAÇÃO CONSTRUTIVA COM O BRINCAR
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No retorno das férias escolares, uma turma do 1º ano do Ensino Fundamental de uma escola privada em São Paulo observou ovos de um inseto em alguns cantos da porta de sua sala de aula. Curiosas, as crianças foram estimuladas pela professora a pesquisar a espécie de origem do bicho, descoberta que as levou a investigar um pouco mais a vida do animal e a desenhar seu corpo, seu habitat, sua relação com os homens. Mas não parou aí. A experiência ganhou o formato de um livro – “O livro da Maria-fedida”, obra lançada no ano passado pelo Colégio São Domingos, da zona Oeste da cidade. É um bom exemplo do que o educador pode fazer junto das crianças em seu processo de desenvolvimento, de aprendizagem. “Ele deve observar e trazer informações, dar diretrizes, tomar o inseto como uma demanda da criança, momento em que ele pode organizá-la, dando diretrizes sobre como investigar, olhando se o animal está vivo ou morto, quantas patas tem, para onde está indo, se escuta ou não. Ou seja, o educador vai explorando, questionando, desafiando e estimulando, numa relação construtiva do brincar”, analisa Renata Meirelles, autora do livro “Giramundo e outros brinquedos e brincadeiras dos meninos do Brasil” (Editora Terceiro Nome), premiado pelo Jabuti de 2008. Graduada em Educação Físi-
ca e Mestre em Educação pela Universidade de São Paulo, Renata é pesquisadora das brincadeiras típicas do País e membro da comissão de avaliação do Programa Pelo Direito de Ser Criança. Segundo ela, em lugar de direcionar uma brincadeira, compete ao professor uma postura de acompanhamento, observação e respeito ao espaço necessário para o exercício da autonomia da criança. “O brincar é algo estruturante que potencializa o aprendizado e que não precisamos preencher com conteúdos pedagógicos”, diz. Tampouco existem modelos prontos, pois cada instituição deve encontrar um formato próprio, desde que coloque o “brincar como prioritário em todos os sentidos, tempos e espaços”. O Programa Pelo Direito de Ser Criança, que neste ano premiou as cinco melhores escolas do Brasil de Educação Infantil e cinco de Ensino Fundamental I “pelas práticas do brincar”, além de outras 26 “pelas boas práticas”, adota cinco pilares básicos para avaliação dessas experiências: se a instituição respeita o direito de aprender através de brinquedos não estruturados; o de viver o mundo através da experiência; o de estar em contato com a natureza; o de experimentar o cuidado com o planeta e com a sociedade; e o de vivenciar a cultura local. (R.F.)
SAIBA MAIS Ana Maria Ricardo Hernandes ahernandes2@yahoo.com.br
Shirley Maria de Oliveira shirley.oliveiras@ig.com.br
Renata Meirelles www.projetobira.com / bira@projetobira.com
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ACESSÓRIOS, ASSESSORIA CONTÁBIL, BRINDES
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AUDITÓRIO, BEBEDOUROS, BRINDES, BRINQUEDOS EDUCATIVOS
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INFORMÁTICA, LABORATÓRIOS
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LOUSAS, MÁQUINAS MULTIFUNCIONAIS, MOLAS P/ PORTAS
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GRÁFICA, LOUSAS, QUADROS VIVOS (AQUÁRIO)
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MÓVEIS, PISOS, RADIOCOMUNICAÇÃO
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PLAYGROUNDS PLAYGROUNDS
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SISTEMAS DE SEGURANÇA, TERCEIRIZAÇÃO, TOLDOS
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PINTURAS ESPECIAIS, PLAYGROUNDS, SISTEMAS DE SEGURANÇA
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TOLDOS
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