Dir escolas71

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EDITORIAL DIRETORES Sônia Inakake Almir C. Almeida

Caro leitor,

EDITORA Rosali Figueiredo

A classe média brasileira já compõe 52% da população, o que representa boa notícia para todos, pois sinaliza

PÚBLICO LEITOR DIRIGIDO Diretores e Compradores

que o Brasil vive um processo de aumento e distribuição de renda. Conforme pesquisa divulgada em agosto

PERIODICIDADE MENSAL exceto Junho / Julho Dezembro / Janeiro cuja periodicidade é bimestral

família que ganha entre R$ 1 mil e R$ 4 mil mensais. É um segmento que tem investido de forma crescente

pela Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE), ligada à Presidência da República, considera-se classe média a em educação, avalia o secretário de Assuntos Estratégicos da SAE, Ricardo Paes de Barros, ressalvando, porém, que o acesso à educação permanece como “a grande diferença entre as classes média e alta” (12% do total).

TIRAGEM 20.000 exemplares

Segundo ele, o abismo educacional que separa ambas as classes compromete as oportunidades de crescimen-

JORNALISTA RESPONSÁVEL Rosali Figueiredo MTB 17722/SP jornalista@condominio.inf.br

to e traz riscos de estagnação. O último levantamento da Pesquisa Nacional por Amostragem de Domicílios

ESTAGIÁRIO Rafael Lima (Jornalismo)

celo Neri, da Fundação Getúlio Vargas (FGV) do Rio de Janeiro, aponta que cada ano de escolaridade a mais

CIRCULAÇÃO Estado de São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná, Minas Gerais

A educação escolar convencional vai adquirindo, assim, novos contornos e responsabilidades. Não basta mais

(Pnad), de 2009, mostra, por exemplo, que somente 59% dos estudantes de classe média concluem o Ensino Médio, contra 87% dos jovens e adolescentes de renda alta. Outra pesquisa, realizada pelo economista Mar-

DIREÇÃO DE ARTE Jonas Coronado

no Brasil impacta em um aumento de 15% na renda do cidadão. assegurar domínio do conteúdo básico, é preciso formar um jovem capaz de correr atrás, viver com autonomia e fazer escolhas conforme suas habilidades, potencial e afinidades. É necessário fornecer bases para o seu crescimento pessoal e profissional. Por outro lado, a renda e qualidade de vida de um país dependem

ASSISTENTE DE ARTE Fabian Ramos Rodrigo Carvalho

diretamente da competitividade e esta, por sua vez, da educação. “E neste quesito, não estamos bem na fita”, segundo bem lembrou o presidente da Microsoft no Brasil, Michel Levy, durante evento de premiação aos

ASSISTENTE DE VENDAS Emilly Tabuço

Educadores Inovadores brasileiros, concedida pela empresa em princípios de agosto. O executivo destacou que o país ocupa apenas o 88º lugar, entre 128 países, no ranking de educação di-

CONTATOS PUBLICITÁRIOS Alexandre Mendes Paula De Pierro Silvana Tesser Sônia Candido

vulgado pela Unesco em 2010. Estamos com elevados índices de repetência e evasão escolar, temos quantidade, mas falta qualidade. Conforme avaliou, na ocasião, Mozart Neves Ramos, do movimento Todos Pela Educação, “o aluno chega ao ensino superior com deficiências tremendas”. Os reflexos sobre a economia, a

ATENDIMENTO AO CLIENTE João Marconi Juliana Jordão

competitividade e a própria renda familiar são imediatos e criam grandes desafios às autoridades e ao sistema educacional brasileiro. No caso específico do gestor escolar, o coloca no imperativo de manter um ciclo

IMPRESSÃO Prol Gráfica

contínuo de melhorias e investimentos. Esta edição da Direcional escolas traz um painel bastante diversificado de iniciativas que as mantenedoras vêm adotando em direção ao aprimoramento de seu trabalho pedagógico e administrativo. A reportagem de Gestão aborda o planejamento escolar, enquanto a pauta Especial relata como algumas instituições estão

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incluindo a orientação sexual em seu projeto pedagógico, conforme preveem os PCN. Trazemos ainda Dicas sobre professores tutores, atividades complementares de esportes e instalações elétricas, além de um Fique de Olho relativo à manutenção predial. São temas oportunos, muitos dos quais estarão presentes no XV Congresso e Feira de Educação Saber 2011, grande jornada de estudos e trocas de experiências que acontecerá entre os dias 8 e 10 de setembro, no Centro de Exposições Imigrantes, em São Paulo.

Tiragem auditada por

Uma boa leitura a todos e fiquem atentos a nossa nova pesquisa de relacionamento com o leitor, publicada na página 4.

Tiragem de 20.000 exemplares auditada pela Fundação Vanzolini, cujo atestado de tiragem está à disposição dos interessados.

Rosali Figueiredo Editora

As matérias assinadas são de inteira responsabilidade de seus autores e não expressam, necessariamente, a opinião da revista Direcional Escolas. A revista Direcional Escolas não se responsabiliza por serviços, produtos e imagens publicados pelos anunciantes. Rua Vergueiro, 2.556 - 7ª andar cj. 73 CEP 04102-000 - São Paulo-SP Tel.: (11) 5573-8110 - Fax: (11) 5084-3807 faleconosco@direcionalescolas.com.br www.direcionalescolas.com.br

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Direcional Escolas, Setembro 11

Não é permitida a reprodução total ou parcial das matérias, sujeitando os infratores às penalidades legais.

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SUMÁRIO

08 ESPECIAL

12 GESTÃO

ORIENTAÇÃO SEXUAL NA ESCOLA

PLANEJAMENTO ESCOLAR PARA 2012

Prevista pelos PCN, a orientação sexual ainda é tema recente para muitas escolas, que devem se preparar para oferecer um trabalho sistemático, baseado em um conceito amplo de sexualidade e voltado à promoção do bem-estar. A questão pede urgência, diante da facilidade de acesso das crianças e adolescentes ao conteúdo sexual na internet e na tevê, que mais estimula que orienta.

18 PERFIL DA ESCOLA COLÉGIO VIVER

Direcional Escolas, Setembro 11

A brincadeira, autonomia, relação lúdica com a escola e a aprendizagem, além da participação dos alunos e professores na escolha de algumas de suas regras e projetos, constituem pilares centrais do Colégio Viver, que teve seu trabalho reconhecido em anos recentes pelo Programa pelo Direito de Ser Criança. Da Educação Infantil ao Fundamental II, seus alunos se mostram envolvidos com o próprio crescimento.

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Nos próximos quatro meses, mantenedores e coordenadores viverão momentos de ebulição. Afinal, ao lado do fechamento das notas e organização das festas de final de ano, é preciso definir mensalidades, organizar novo orçamento, pensar nos investimentos, fazer o calendário, detalhar o plano escolar etc. Mas se o objetivo é crescer, a construção do planejamento pede critérios e etapas.

CONFIRA AINDA DICAS ENERGIA: INSTALAÇÕES ELÉTRICAS ............................ 16 PROFESSOR TUTOR ...............................................................17 ATIVIDADES DE LIVRE ESCOLHA (ESPORTES) ........... 21 FIQUE DE OLHO MANUTENÇÃO PREDIAL .................................................... 22



ESPECIAL: ORIENTAÇÃO SEXUAL NA ESCOLA

BASES PARA UMA RELAÇÃO DE BEM-ESTAR COM A SEXUALIDADE A facilidade de acesso às informações sobre sexo, principalmente na internet e tevê, não tem sido capaz de auxiliar nas dúvidas e angústias entre os adolescentes. Pelo contrário, elas mais estimulam que orientam. Falta conteúdo e reflexão, apontam especialistas, que defendem trabalho sistemático de orientação sexual nas escolas.

O

XV Congresso e Feira de Educação Saber 2011, um dos maiores encontros anuais do segmento em São Paulo, programou para a edição de princípios de setembro uma oficina de “conversa sobre sexualidade na família e na escola”, organizado por Maria Helena Vilela e Luiz Amadeu Bragante, do Instituto Kaplan, um dos pioneiros do trabalho na área. Educadora sexual, fundadora e diretora do Kaplan, Maria Helena observa que a internet “abriu um campo fantástico de informações ao jovem”. Mas é preciso que “as referências venham pelos próprios pais e adultos com os quais os adolescentes convivem”, por isso o prenome da oficina traz a frase “do site para o chega-te”, procurando chamar atenção para a necessidade de aproximação e interlocução direta com os estudantes. Para a professora de Ciências do Fundamental II do Colégio Ítaca, Maria Aparecida Lico, há “muita informação visual, no entanto os estudantes permanecem quase que com as mesmas dúvidas de 20 anos atrás”. “Falta um conteúdo que o aluno ainda não encontra fora da escola, foi deixado para a instituição fazer isso. Os pais continuam com dificuldade de admitir que o filho cresceu e também não têm a medida de como abordar”, diz a professora da escola localizada no bairro do Butantã, zona Sudoeste de São Paulo. Já para o psicólogo educacional e clínico Antonio Carlos Egypto, a abundância de informações “muito mais estimula que esclarece”. “O adolescente tem acesso à informação geralmente via material pornográfico, que distorce valores e ele permanece com dúvidas básicas, até mesmo sobre como acontece a gravidez.” Entre as distorções, está o ensinamento do “desejo como algo incontrolável”, como se não pudesse existir “freio, controle”, “como se do desejo a pessoa tivesse que passar para a ação”. Outra distorção diz respeito à ideia de que “a mulher está sempre disponível”. Antonio Egypto ressalva, entretanto, que a imensa disponibilidade de informações chega a ensinar “algumas coisas, como posições, apesar de não ser o melhor material”. “Mas é o que está disponível, já que quase ninguém conversa com eles a sério.”

Direcional Escolas, Setembro 11

pApéiS DOS eDUCADOReS e FAMiliAReS

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Na verdade, a Lei de Diretrizes e Bases (de 1996) e os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN, 1997) inseriram a orientação sexual como um dos temas transversais ao currículo escolar, assim como a pluralidade cultural, o meio ambiente, a saúde, o trabalho e o consumo, lembra a pedagoga e especialista em sexualidade Marilza Arcanjo dos Santos Rodrigues. “A escola fica com o desafio de abrir ao debate, nas disciplinas já existentes e de forma transversal, não só a orientação sexual, mas todos os assuntos de responsabilidade individual, pessoal e

Ilustração: Fabian Ramos

Por Rosali Figueiredo

coletiva”, aponta Marilza, também diretora do Colégio John Kennedy, de Pirassununga, interior de São Paulo. A pedagoga destaca, porém, que a orientação na escola não substitui a educação familiar. À escola compete estudar o corpo, preencher lacunas, informar, erradicar preconceitos e aprofundar conhecimentos, diz. Mas cabe aos pais, segundo ela, oferecer a primeira orientação em cada etapa da construção da sexualidade. Um dos consultores do Ministério da Educação (MEC) durante o processo de elaboração dos PCN, Antonio Egypto observa que “a família deve deixar bem claros os valores que defende”, enquanto a escola precisa promover reflexão e debates sobre o conjunto dos valores, adotando-se um conceito amplo de sexualidade (Veja texto na página 9). Torna-se, assim, papel dos educadores “colocar a relativização dos valores, mostrar que mudam ao longo da vida, das épocas, de uma família para outra, em regiões e culturas distintas, e que não há o certo nem o errado”. “O principal objetivo do trabalho pedagógico é ajudar a pensar, a refletir e para isso prover o aluno de informações”, arremata. Autor e organizador, respectivamente, de “Sexo, Prazeres e Riscos” (Saraiva, 2005) e “Orientação Sexual na Escola, um projeto apaixonante” (Cortez Editora, 2003), Egypto coordenou o Projeto de Orientação Sexual nas Escolas da Rede Municipal de Ensino de São Paulo, entre os anos de 2003 e 2004. Um dos pioneiros e principais especialistas em orientação sexual no país, o psicólogo ajudou a fundar o GTPOS (Grupo de Trabalho e Pesquisa em Orientação Sexual) e atua junto a escolas privadas, assessorando educadores e realizando atividades com pais e eventualmente alunos.


ESPECIAL: ORIENTAÇÃO SEXUAL NA ESCOLA COMO ABORDAR

O psicólogo recomenda às escolas promover formação continuada com educadores, semanalmente para os que trabalham com adolescentes, “porque envolve a abordagem de temas mais complexos”, e a cada 15 dias para os que atuam com crianças. Também defende trabalhos periódicos com os pais. “Desde que as crianças chegam à escola, os educadores têm que saber lidar com a sexualidade infantil, se não puder capacitar todos, a instituição deve ter uma equipe que possa fazer isso, pois as crianças perguntam sobre sexualidade o tempo todo.” Já no Fundamental II, o ideal é oferecer horário específico de orientação, além de saber trabalhar transversalmente, já que o tema aparece em conteúdos de História, Literatura, Biologia, Geografia e até mesmo Química, quando podem ser observados testes para detecção do HIV. No Colégio I. L. Peretz, instituição tradicional da Vila Mariana, zona Sul de São Paulo, as abordagens acontecem das duas maneiras: durante o desenvolvimento do conteúdo curricular e também nas aulas semanais dos estudantes com o professor tutor, trabalho orientado pelo psicólogo Bruno Weinberg, que cumpre jornada inte-

gral na escola e coordena o Programa de Orientação Sexual, que faz parte, por sua vez, do Programa de Prevenção ao Comportamento de Risco. “A ideia é orientar para uma prática de bem-estar, prazerosa”, proporcionando reflexão e provendo “de informações básicas, como prevenção à gravidez indesejada e a doenças”. “Adotamos o conceito amplo da sexualidade como parte da personalidade de cada um, como uma de suas necessidades básicas”, comenta Bruno, destacando que o “importante é que se forme um ambiente acolhedor para que eles se sintam à vontade para falar das dúvidas mais comuns”. Nesse aspecto, os educadores Antonio Egypto e Maria Helena Vilela lembram que as situações têm que ser trabalhadas de forma a preservar a intimidade de cada um, alunos e professores. Outra boa dica, agora deixada pela professora Maria Aparecida Lico, que insere a sexualidade no conteúdo de Ciências do Fundamental II do Colégio Ítaca, é que essas abordagens sejam feitas com naturalidade pelo professor, “caso contrário, ele não conseguirá convencer ninguém que este é um aspecto natural da vida”.

CONCEITOS-CHAVES Tanto os PCN quanto a Declaração dos Direitos Sexuais, ratificada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em 1999, adotam um conceito amplo de sexualidade e fornecem um bom norte para os programas escolares. Segundo Antonio Carlos Egypto, é uma perspectiva que vai muito além do ato sexual em si. “A sexualidade tem a ver com o bem-estar físico, sexual, afetivo e social, o que inclui orientações sobre o combate a doenças, a prevenção à gravidez não planejada, mas também sobre o direito de ter ou não filhos, quantos e quando quiser, o reconhecimento aos direitos sexuais e reprodutivos”, diz. E deve estar diretamente vinculada ao prazer, este tomado como “algo mais profundo que o prazer imediato, o gozo”, pois “envolve o compromisso com o outro, que é o que leva a se construir uma vida mais plena, com mais solidez, sexual e afetiva.” Conforme a definição da OMS, “o total desenvolvimento da sexualidade é essencial para o bem-estar individual, interpessoal e social”, o que pressupõe reconhecimento dos direitos das pessoas à liberdade, autonomia, privacidade, integridade, segurança, prazer e expressão sexual.

EXEMPLOS DE ABORDAGEM O Cinema como ponto de partida

Além de psicólogo educacional, Antonio Carlos Egypto é crítico de cinema, mantém um blog atualizado sobre o assunto e sugere a utilização de filmes nas atividades de orientação, conforme alguns exemplos abaixo: Potiche – Esposa Troféu. França, 2010. Direção e Roteiro: François Ozon. Permite trabalhar o papel da mulher: “É um filme que, por meio de seus bem elaborados personagens, trata da evolução das relações de gênero, focando a mudança e o avanço das mulheres.” Antes que o Mundo Acabe. Brasil, 2009. Direção: Ana Luiza Azevedo. Trata de relacionamento, afetividade e escolhas: “O filme tem todo esse enfoque, amplo e generoso, passa muita afetividade, tem uma veracidade notável (...). E faz tudo isso a partir de personagens e situações singelas, recheadas de humanismo. (...) um filme altamente recomendável para os adolescentes e para os educadores.” (Mais informações: www.cinemacomrecheio.blogspot.com)

O programa coordenado pelo psicólogo Bruno Weinberg atua em dois eixos: no apoio aos docentes e na abordagem direta com o aluno nos horários dos professores tutores, trabalho feito em parceria com estes. Na experiência com o professor de Português, por exemplo, Bruno relata que ajudou a mediar um debate em sala de aula acerca da relação dos pais com os namorados dos filhos, tema que aparecera no livro didático do 9º ano. Por outro lado, com o professor tutor, são promovidas reuniões semanais “para prepararmos as atividades e avaliar as anteriores”. “No 8º ano, temos trabalhado com alunos os temas de orientação sexual que eles selecionaram no início do ano.”

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Colégio I. L. Peretz

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ESPECIAL: ORIENTAÇÃO SEXUAL NA ESCOLA COlégiO ÍtACA

Na escola, a orientação sexual é tema curricular, não apenas transversal. Por exemplo, o conteúdo do sistema reprodutivo não se restringe à anatomia, mas envolve a sexualidade. Nas aulas em laboratório, com as turmas divididas, elas estudam a camisinha, fazem testes em tubos de ensaio e “nessa hora surgem as perguntas”, diz a professora de Ciências do Fundamental II, Maria Aparecida Lico. Bióloga, Maria Aparecida costuma projetar o filme A Guerra do Fogo (La Guerre du Feu, produção francesa e canadense dirigida em 1981 por Jean-Jacques Annaud) para os alunos do 6º ano, filme que lhe permite introduzir muitas questões relacionadas à linguagem corporal.

COlégiO JOHn KenneDY

A escola desenvolve o projeto Equilíbrio Sexualidade desde 2002. “As aulas acontecem uma vez por semana, de maneira planejada e sistemática e em projetos periódicos, de acordo com a idade, gênero, temas e necessidade dos grupos. Com os pequenos, um exemplo interessante é o trabalho relacionado com a gravidez. A partir desta respeitosa construção, a professora capacitada vai dar andamento, mostrando, através de desenhos, os tipos de partos, a escolha do nome, os primeiros cuidados e principalmente o respeito e o vínculo que a proximidade deste diálogo propicia com os pais”, explica a diretora Marilza Arcanjo dos Santos Rodrigues.

pROJetO VAle SOnHAR / inStitUtO KAplAn

Adotado pelas redes estaduais de Alagoas, Espírito Santo e São Paulo, o projeto do Instituto Kaplan busca prevenir a gravidez na adolescência, atuando com alunos do Ensino Médio. Segundo Maria Helena Vilela, o trabalho é feito por meio de oficinas que procuram despertar o estudante para o “sonho, autoconhecimento, identificação das práticas sexuais e riscos de gravidez, métodos contraceptivos e efeitos que geram sobre o corpo (fisiologia da prevenção)”. “Buscamos mostrar o impacto da gravidez no sonho profissional”, diz a educadora, destacando que as escolas precisam definir bem os objetivos e resultados que esperam de seus projetos, para que possam criar estratégias específicas para cada temática e faixa etária. Por exemplo, em um 6º ano, o objetivo maior deve ser a prevenção da gravidez indesejada e de doenças sexualmente transmissíveis (DST), como a Aids. “É um aluno em período de desenvolvimento cognitivo, sem muita capacidade para abstração e voltado mais às coisas concretas, aí trabalhamos a mudança no corpo e cuidados com a saúde e higiene.” (R.F.)

“Mesmo na atualidade, é comum os pais evitarem falar de sexualidade com os filhos, pois pensam que este tipo de diálogo pode antecipar o interesse e a prática do assunto. Já com o professor, o sentimento é de não se sentir capaz para informar, ocasionando resistência, superficialidade e até senso comum. Na maioria das vezes é o professor de ciências que ministra as aulas e pode acontecer, até por causa da própria formação, uma valorização do biológico e da higiene em detrimento de uma dimensão mais ampla e global que envolve a sexualidade, isto é, da emoção, do sentimento, da história e da cultura. Portanto, preparar pais e educadores é tarefa parecida e há de se investir na formação e capacitação para vencer tabus e preconceitos”, orienta a educadora e especialista em sexualidade Marilza Arcanjo dos Santos Rodrigues. A íntegra de sua entrevista está publicada no site da Direcional Escolas, no endereço eletrônico acima.

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SAIBA MAIS

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ANTONIO CARLOS EGYPTO www.gtpos.org.br egypto@uol.com.br

MARIA HELENA VILELA www.kaplan.org.br lena@kaplan.org.br

BRUNO WEINBERG bruno_pe@peretz.com.br

MARILZA ARCANJO DOS SANTOS RODRIGUES www.equilibriosexualidade.com direção@kennedy.com.br

MARIA APARECIDA LICO cida.lico@uol.com.br

Foto: Studio Zerbetto

EM WWW.DIRECIONALESCOLAS.COM.BR, LEIA ENTREVISTA COM A ESPECIALISTA MARILZA A. DOS SANTOS RODRIGUES



GESTÃO: PLANEJAMENTO ESCOLAR PARA 2012

QUATRO MESES EM EBULIÇÃO

Às voltas com a definição das mensalidades para 2012, buscando o equilíbrio entre receita, custos e projeção de matrículas e rematrículas, ajustando o orçamento às demandas curriculares, as escolas iniciam neste setembro um período chave para o sucesso do próximo ano. A ideia é organizar-se para crescer.

C

hegou a hora. Mesmo que o sobe desce dos indicadores econômicos possa deixar algumas dúvidas no ar, é preciso começar a fechar a planilha de custos e investimentos para 2012. É necessário programar o atendimento às diversas demandas, reservar verbas para a execução do planejamento pedagógico, cumprir com prazos e normas, fechar a carga horária de professores, o calendário, definir valores aos pais e, principalmente, prever recursos para avançar, pois, conforme diz antigo provérbio chinês, “se não mudar a direção, terminará exatamente onde partiu”. O Colégio Franciscano Nossa Senhora do Carmo, mais conhecido como Franscarmo e instalado há 70 anos na região da Vila Alpina, zona Leste de São Paulo, tem apostado na renovação para crescer de maneira sustentada, ano a ano. E está otimista em relação a 2012, “apesar do cenário econômico em aberto”, observa seu diretor pedagógico e administrativo, Flávio Eura. O diretor justifica: “fizemos uma reestruturação pedagógica que gerou impacto positivo na comunidade”. Em números, isso representou, por exemplo, a chegada de 12 novos alunos somente no mês passado, transferidos de outras instituições de ensino. Em relação a 2012, a expectativa da escola, que tem hoje 820 alunos da Educação Infantil ao Ensino Médio, é crescer pelo menos 10%. “Promovemos mudanças significativas no Ensino Médio em princípios deste ano, como a ampliação da carga curricular obrigatória e de atividades complementares, além de alterações no formato das aulas e no material didático. Instituímos plantão de dúvidas no horário invertido, colocamos monitores na parte da tarde, e investimos no site, com a reestruturação da linguagem e novo sistema de alimentação, a partir do qual estabelecemos uma comunicação mais efetiva e rápida com os pais de todos os alunos”, acrescenta Flávio. Mas não parou aí. Ampliou-se a biblioteca, e a Educação Infantil ganhou uma sala de leitura e brinquedoteca. Como resultado, o diretor vem registrando “boa receptividade e bom número de visitas”.

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ORgAnizAnDO O CReSCiMentO

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Em relação a 2012, o foco dos investimentos recairá sobre a Educação Infantil e o Fundamental I, revela Flávio, o que inclui estudos para introdução do horário integral e mudanças nas atividades pedagógicas. Segundo o diretor, o planejamento orçamentário costuma ser dividido em dois eixos básicos em relação aos novos empenhos. No primeiro, está a infraestrutura, com aquisições que renovem espaços e equipamentos. No segundo, a mudança dos projetos aplicados nesses espaços, o que pressupõe investimento em recursos humanos. “O pedagógico não para e o orçamento me dá todas as diretrizes. Poder contar com uma planilha mostra como será possível fazer isso”, destaca Flávio Eura, defendendo que para planejar e assegurar qualidade do ensino, é necessário organizar antes a previsão orçamentária.

“O projeto pedagógico gera despesas que têm que estar previstas, por isso o orçamento é o foco inicial, não o principal. Preciso saber quanto tenho de recurso financeiro, caso contrário, corro o risco, de um lado, de comprometer a qualidade do projeto e, de outro, a liquidez da instituição. Mas fazemos um trabalho conjunto, pois o administrativo precisa conhecer as necessidades do pedagógico e este saber dos limites orçamentários”, descreve. Segundo Flávio, as discussões em relação ao ano seguinte começam, em geral, no mês de setembro, a partir de “alguns pressupostos”: análise do cenário econômico, observando-se as tendências em relação a crédito, liquidez e inadimplência; o retorno dos pais, aferido pelo número de visitas e feedback da pesquisa de satisfação realizada ao longo do ano pelo site; avaliação do mercado, como concorrência e o poder aquisitivo “da população que atendemos”; e, finalmente, compromisso com o DNA da escola. “Não adianta ter tudo planilhado se não houver qualidade de ensino”, diz. De setembro a dezembro, a instituição trabalha com três tipos de projeções, conforme um cenário mais pessimista, realista ou otimista. Mas no final do ano “tem que estar tudo definido, para que em janeiro possamos começar a aplicar”, observa Flavio. O diretor revela que no orçamento de 2011 reservou 15% do faturamento para as inovações no Ensino Médio e nos próximos quatro meses estará às voltas com números e cálculos para definir o patamar de investimentos em 2012 na Educação Infantil e Fundamental I.

pRAzOS, CAlenDÁRiO e nOViDADe nO CURRÍCUlO O Sieeesp (Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino no Estado de São Paulo) propõe, ao final do ano, dois modelos de organização do calendário escolar para sua rede de associados. Segundo a educadora Marlene Schneider, do Departamento Pedagógico da instituição, “a diferença entre eles está nas férias de julho”. “Elas podem ser de 30 dias corridos ou 20 dias em julho e 10 em dezembro, a critério da escola”, explica. Ambos os modelos contemplam os 200 dias letivos e 800 horas mínimos determinados pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN). Apresentam sugestões de datas de início e término do ano letivo, férias docente e discente, recesso escolar, feriados, data de divulgação de resultados finais e reuniões administrativas, pedagógicas e de pais. Marlene chama atenção para a obrigatoriedade da oferta de ensino de Música no currículo de Artes a partir do próximo ano, conforme determina a Lei Federal 11.769/2008. O calendário deve ser enviado à Diretoria de Ensino para homologação, “se possível até novembro, juntamente com a matriz curricular”, recomenda Marlene. “O Plano Escolar deve ser avaliado no planejamento do ano seguinte e entregue até março, para homologação, nas Diretorias de Ensino jurisdicionadas”, finaliza. (R.F.)


GESTÃO: PLANEJAMENTO ESCOLAR PARA 2012 plAneJAMentO: pROCeSSO eM tRÊS teMpOS A consultora e pedagoga Célia Godoy descreve o período do planejamento escolar como um momento de “trabalho árduo” e, no caso específico do coordenador pedagógico, “o final do ano é ainda mais intenso”. Em meio ao fechamento de notas, ao agendamento dos ensaios das festas escolares, como a semana da criança, ao planejamento das reuniões, atendimento aos pais, entre muitos outros, é preciso “deixar a escola em ordem para iniciar o próximo”, pensando, planejando e construindo estratégias que deem conta de manter os alunos na instituição e “conseguir mais”. Mas não adianta, segundo Célia, fazer tudo no encerramento do ano. “A ‘semana de planejamento’ que acontece no final de cada ano (dependendo da escola), ou ainda no mês de janeiro, contribui pouco para a construção de novas metas e para a promoção das mudanças devidas, impostas, desejadas ou sonhadas”, diz. “Normalmente são realizados ajustes, palestras motivacionais, entrega de calendário, estudos segmentados, ideias para a recepção dos alunos no primeiro dia de aula etc.”, o que não permite “construir estratégias desafiadoras, envolventes e contagiantes, para que haja participação de todos os envolvidos neste processo”. “Embora receba vários nomes (avaliação institucional, global, plano pedagógico etc.), o planejamento é sempre um ato avaliativo que busca a localização das causas, mapeamento, escuta atenta, integração, interação e estratégias”, enumera Célia Godoy. Torna-se assim indispensável organizar o próprio planejamento, reservando-lhe tempo e dividindo-o em três momentos distintos, recomenda a consultora, que propõe inicialmente um pré-diagnóstico e escuta atenta, seguido da construção do diagnóstico situacional, e, finalmente, da definição conjunta das ações. Confira abaixo o cronograma proposto por Célia Godoy (o modelo completo está disponível no site www.direcionalescolas.com.br). (R.F.)

FOCO

AÇÃO

SETEMBRO | I ESCUTA ATENTA - Pré-diagnóstico para escuta atenta das impressões dos diversos segmentos - Aquisição de subsídios para a construção do diagnóstico, considerando-se as prioridades para o planejamento de 2012

1º Preenchimento de planilhas: pais, educadores, educandos, agentes operacionais etc., de acordo com as dimensões mais indicadas

OUTUBRO | II EXPRESSÃO & PARTICIPAÇÃO - Elaboração das diretrizes para a construção do Diagnóstico - Construção e aplicação do diagnóstico situacional para os diversos segmentos

2º Definição do público-alvo e objetivos da pesquisa 3º Definição da coleta dos dados 4º Definição do método de pesquisa (entrevista, questionário etc.) 5º Elaboração dos instrumentos de pesquisa (perguntas, quantidade/amostragem etc.) 6º Aplicação da pesquisa

NOVEMBRO | II TABULAÇÃO OS DADOS DO DIAGNÓSTICO - Levantamento de temas e possíveis encaminhamentos para os espaços de formação em 2012 - Revisão das metas e ações programadas para 2011 e ensaio sobre as que nortearão as ações em 2012 (deverão ser revistas após o início das aulas)

7º Tabulação dos dados 8º Elaboração do relatório final 9º Revisão dos avanços e dificuldades: ensaio sobre as prioridades

DEZEMBRO | III CONSTRUÇÃO COLETIVA 10º Tomada de decisão conjunta: Planejamento 2012 (de acordo com o exposto no item 9) 11º Cronograma de ação (previstos para os 12 meses de 2012); Mobilização de recursos e subsídios pertinentes

JANEIRO | III RETOMADA & NOVAS DECISÕES - Explicitação das prioridades e construção de metas e ações comuns

Fonte: Célia Godoy

12 º Operacionalização: . Pesquisa, análise e seleção de material . Eleição de técnicas, instrumentos etc. . Registro sistematizado das decisões . Definição de estratégias de viabilização . Organização dos encontros

13 º Recomeço: Escolha dos temas . Recepção dos alunos . Construção de diagnóstico para os educandos e pais . Retomada da proposta pedagógica (Visão de homem) . Construção de metas e ações de cada segmento

Direcional Escolas, Setembro 11

- Socialização dos trabalhos - Elaboração conjunta das diretrizes para a construção do Plano de Ação 2012

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GESTÃO: PLANEJAMENTO ESCOLAR PARA 2012

A AnDRAgOgiA COMO eStRAtégiA De CReSCiMentO O termo andragogia já está na Wikipedia e diz respeito à “arte ou ciência de orientar adultos a aprender”. Ele faz contraposição com a pedagogia, a qual é tomada, por sua vez, como a arte de ensinar crianças. “A andragogia é utilizada há um bom tempo pelas grandes empresas e, nas escolas, ela se propõe a reduzir falhas e potencializar as qualidades do corpo docente e da equipe de atendimento na busca dos resultados”, explica o consultor em marketing educacional, Christian Rocha Coelho. O termo teve origem na obra de Malcolm Knowles – “The adult learner”, publicada nos anos 70 nos Estados Unidos em parceria com dois outros autores. Christian atribui à atuação do professor o principal chamariz das rematrículas ou, se não estiver indo bem, forte razão para a perda de alunos. “A satisfação do aluno e da família é construída no trabalho diário da sala de aula”, aponta Christian. O consultor observa que falta clareza aos colaboradores e aos próprios gestores quanto aos papéis e responsabilidades de cada um nesse processo. Portanto, qualquer estratégia de crescimento deve contemplar a reorganização funcional da instituição, diz. “Esse é o tendão de Aquiles das escolas, onde mais pecam, pois em geral todo mundo é responsável por tudo.” Segundo ele, a andragogia pressupõe, em um primeiro momento, desenvolver um organograma das funções e responsabilidades dos colaboradores, se possível disponibilizando isso visualmente em seus quadros e murais. “É importante criar uma imagem mental do ambiente de trabalho, para que todos vejam o trabalho de todos, instituindo-se uma gestão em rede”, explica Christian. Mas um tipo de colaborador chama atenção especial: o coordenador pedagógico. “Ele possui o papel andragógico de lapidar o corpo docente, além de garantir que a proposta pedagógica funcione no dia a dia.” Após a organização do quadro, torna-se necessário, em um segundo momento, iniciar o monitoramento e a lapidação das

pessoas. “Não se muda o comportamento dos adultos, que já se encontra bem fixado, mas o processo da andragogia consegue mudar atitudes”, observa. Consegue também motivar, movimentar e tirar o educador da chamada zona de conforto, pois “o monitoramento serve para passar a confiança que o corpo docente precisa para enfrentar as novidades”. Entretanto, para monitorar “é preciso saber o que mudar”, informação que se obtém a partir de avaliações diárias do professor. Elas envolvem observações quanto ao cumprimento do conteúdo programático, postura com aluno, didática, adequação da metodologia, organização da aula, disciplina e relações interpessoais. E devem servir, em consequência, para a instituição “valorizar e normatizar o que quer que se repita, os aspectos positivos”. Finalmente, em um terceiro momento, entra a fase da análise de desempenho e da “meritocracia”, “criando-se formas concretas de avaliação e premiando-se quem cumpre as metas”. É um processo para quatro anos, pondera Christian, lembrando que a motivação é a chave de tudo. Afinal, “o professor é o grande formador de opinião, para o bem ou para o mal”, arremata o consultor. A andragogia é o tema do 7º Crescer – Encontro de Mantenedores, Coordenadores e Gestores, que Christian Rocha Coelho promoverá no próximo dia 15 de setembro, no Expo Center Norte, em São Paulo. (R.F.)

SERVIÇO

7º Crescer – Encontro de Mantenedores, Coordenadores e Gestores Data: 15/09 Horário: Entre 8h30 e 13h Local: Expo Center Norte Rua José Bernardo Pinto, 333 Vila Guilherme – São Paulo – Capital Mais informações: contato@rabbitmkt.com.br (11) 3862-2905

NO WWW.DIRECIONALESCOLAS.COM.BR, LEIA - Proposta de organização do planejamento escolar, elaborada por Célia Godoy. - Modelo de atribuição de funções e processo andragógico, de autoria de Christian Rocha Coelho.

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SAIBA MAIS

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CELIA GODOY www.godoycelia.com.br godoycelia@godoycelia.com.br CHRISTIAN ROCHA COELHO christian@rabbitmkt.com.br

FLAVIO EURA direcaoadjunta@franscarmo.com.br MARLENE SCHNEIDER marlene@sieeesp.com.br



DICA: ENERGIA: INSTALAÇÕES ELÉTRICAS

tica das escolas tem promovido aumento na demanda de energia, o que, aliado ao desgaste de muitas redes antigas, vem exigindo reformas nas instalações elétricas. Mas é necessário estar atento a critérios que envolvem planejamento e deem segurança e qualidade a essas intervenções, aponta o engenheiro Edson Martinho, diretor executivo da Associação Brasileira de Conscientização para o Perigo da Eletricidade (Abracopel). O primeiro passo para uma reforma eficaz está na elaboração de um laudo detalhado da situação atual das instalações, o qual deve ser realizado por profissional habilitado (engenheiro ou técnico), capaz de identificar eventuais discrepâncias entre a capacidade instalada e a demanda. “De posse do laudo, é feito um projeto elétrico, que apontará as modificações e adequações necessárias a uma instalação segura. Ele irá recalcular sua capacidade para a realidade atual. Em alguns casos, poderá aumentar a seção dos fios, mas em outros, não. Ainda pode ser necessário aumento de circuitos e tomadas, além da instalação de dispositivos de proteção, mas isso será detectado apenas com uma avaliação”, afirma o engenheiro. Segundo Martinho, somente depois desta etapa entra a contratação do técnico que executará os trabalhos. E mesmo depois de tudo pronto, é necessário que outro profissional promova, periodicamente, testes em toda a reforma e verifique se as novas redes não apresentam riscos ao ambiente. A princípio, não existe um período mínimo para a revisão, no entanto, o mais recomendado é que aconteça a cada cinco anos, defende Martinho.

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SUSTENTABILIDADE

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O sonho de muitos diretores é tornar a escola sustentável no consumo de insumos como água e energia. Para o engenheiro Newton Figueiredo, que desenvolve projetos na área, uma das opções é apostar mais na iluminação natural. “É muito comum estarmos em casa ou no trabalho com persianas arriadas e luzes

Ilustração: Fabian Ramos

CRITÉRIOS PARA UMA REFORMA EFICAZ A expansão das tecnologias da informação na área administrativa e didá-

acesas, nos privando do bem-estar proporcionado pela luz natural e consumindo, na maioria das vezes e, desnecessariamente, energia elétrica”, diz. Desta forma, o engenheiro sugere aos mantenedores aproveitar o momento das reformas e observar onde é possível adotar um projeto mais sustentável. É comum haver lâmpadas em excesso, aponta Figueiredo, o que poderia ser racionalizado ao se aproveitar mais a luz solar. O engenheiro afirma ainda que é necessário treinar, trimestralmente, a equipe de operação e manutenção para garantir otimização no cuidado com os sistemas e, no caso de novas aquisições, dar preferência aos equipamentos de baixo consumo. “Isso pode gerar menos impacto nos custos e no planeta.” Também é recomendada a instalação de lâmpadas eficientes e sensores de presença em locais não permanentemente ocupados, como corredores, escadas de incêndio e garagens. Afinal, escolas sustentáveis propiciam resultados de ensino de alto desempenho, proporcionam conforto termoacústico e geram lucro para os mantenedores, finaliza Newton Figueiredo. (Com reportagem de Rafael Lima) SAIBA MAIS EDSON MARTINHO edson@lambdaconsultoria.com.br NEWTON FIGUEIREDO www.gruposustentax.com.br Na Próxima Edição: Segurança (Controle de acesso)


DICA: PROFESSOR TUTOR

NOVA TENDÊNCIA DE MEDIAÇÃO COM O ALUNO A necessidade é comum à rede pú- siana, explicando que o suporte é necessá-

blica e privada hoje: suprir a ausência dos pais no acompanhamento escolar do filho, formar valores, orientar sobre posturas e atitudes, estimular maior compromisso do aluno com a aprendizagem e aproximá-lo dos professores. Já a forma de se trabalhar tamanha demanda muda em cada escola. Ela pode estar sob a responsabilidade do professor tutor, função esta inserida na carga curricular obrigatória; pode vir ainda pelo suporte do orientador educacional; ou acontecer também por meio do grupo dos professores, que acabam abraçando o papel e incorporando-o ao dia a dia das aulas. A professora de História Cassiana Buso Ferreira, por exemplo, é também professora tutora do 6º ano do Colégio I. L. Peretz há cerca de oito anos. Nesta tarefa, Cassiana trabalha com alunos duas horas/aulas semanalmente, além de destinar outras quatro para o atendimento extraclasse. O Colégio I. L. Peretz implantou a tutoria no Fundamental II e Ensino Médio como forma de auxiliar o estudante a se organizar em sua vida escolar, mediando questões disciplinares e pedagógicas, diz Cassiana. É uma nova oportunidade dada aos educadores para desenvolver valores entre os adolescentes, além de posturas como “respeito, perseverança, saber ouvir e criticar”, enumera. No 6º ano, seu trabalho está especialmente ligado à transição dos alunos para o Fundamental II. “O objetivo, principalmente no 1º semestre, é acolher, orientar e ajudar o adolescente na organização de seu material, de sua agenda”, observa Cas-

rio pela mudança do currículo. A partir do 7º ano, os encontros em sala caem a uma hora/aula semanal e, segundo a professora, mudam de perfil conforme os alunos crescem e introduzem novas demandas. Também no Colégio Viver existe um projeto organizado de tutoria, no caso, junto ao 6º e 7º ano, o qual se desenvolve de duas formas: pela matéria de Orientação Educacional, que tem uma hora/aula semanal na carga curricular, e pelos docentes que se disponibilizam a serem tutores dos alunos a partir do 6º ano. “Cada criança escolhe, se quiser, um professor para acompanhá-la em seu dia a dia, nas suas inseguranças, nas dificuldades e em questões mais sociais e emocionais”, explica a professora tutora Paula Maria Oliveira Gam, também titular do 2º ano e auxiliar de coordenação. Já no Colégio Franciscano Nossa Senhora Aparecida (Consa), Ody Furtado Gonçalves, docente de História do Fundamental II e Ensino Médio, conta que a tutoria acontece em cada aula, visto que o professor atua na escola como gestor do que acontece em classe, em sua disciplina. A orientação educacional surge, assim, como tarefa subjacente ao processo, diz Ody, lembrando que casos de necessidades diferenciadas são encaminhados à orientadora educacional do colégio. Segundo a educadora Neide Noffs, diretora da Faculdade de Educação da PUC SP, a necessidade do tutor ou orientador vem aumentando pelo acréscimo de demanda no trabalho com o aluno. O desafio agora, observa, é discutir melhor qual deve ser sua função e perfil.

NO WWW.DIRECIONALESCOLAS.COM.BR, LEIA Entrevista com a educadora Bianca dos Santos Torres sobre experiência com professor tutor desenvolvida em uma escola da rede estadual em Embu (SP).

CASSIANA BUSO FERREIRA cquarenta@uol.com.br

ODY FURTADO GONÇALVES odyfg@uol.com.br

NEIDE NOFFS nnoffs@terra.com.br

PAULA MARIA OLIVEIRA GAM colegioviver@uol.com.br

Na Próxima Edição: Biblioteca (Obrigatoriedade)

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SAIBA MAIS

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PERFIL DA ESCOLA: COLÉGIO VIVER

Foto: Equipe Página Aberta

AQUI SE APRENDE A ENSINAR, “PELAS BRECHAS DO OLHAR” A referência a Reggio Emilia, notável experiência italiana de Educação Infantil, cabe bem ao Colégio Viver, pequena grande escola situada entre os condomínios de casas de Cotia, na Grande São Paulo. As artes e a “pedagogia da escuta” têm primazia em seu trabalho, do Infantil ao Fundamental II. Os alunos, bastante ativos, aprendem a aprender em uma escola “prét-a-Porter”, que a partir de uma estrutura básica “muda a todo o momento”, conforme o interesse e curiosidade deles.

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A Unidade do Ensino Fundamental, com 5 mil metros quadrados, propicia um contato intenso dos alunos com a natureza.

Foto: Rafael Lima

ma pelo Direito de Ser Criança, nas categorias “Aqui se brinca” e “Aqui se aprende pela experiência”, conferidos respectivamente às escolas de Educação Infantil e Fundamental I de todo país pela marca Omo, em parceria com o Instituto Sidarta. Foi um dos quatro finalistas, entre milhares de inscritos. Outro atributo que diferencia o Colégio Viver é o da defesa da autonomia intelectual do aluno. Desde a definição das normas para uso da quadra e computadores ao elenco de disciplinas optativas oferecidas trimestralmente ao Fundamental II, passando pelos temas dos projetos, eles têm sempre voz ativa. O que significa, por exemplo, promover assembleias entre as turmas para estabelecer regras, solicitar aulas de RPG como eletiva e montar a redação do jornal da escola, o Página Aberta (Leia mais na matéria da página 20). “Não dá para viver sem normas, mas temos um acordo que se uma regra não estiver legal, chamamos uma assembleia e tomamos uma

Foto: Equipe Página Aberta

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ma casa ampla e avarandada, com imenso quintal, muita terra, grama, brinquedos e árvores, lembra mais a uma chácara da avó que deixa os netos viver soltos na natureza, que propriamente a uma escola de Educação Infantil. Mas é uma escola e, em meio à grande liberdade com que as crianças circulam pelos seus espaços, apresenta uma proposta bem construída de desenvolvimento cognitivo, físico, motor, social, afetivo e intelectual para a idade. Com proximidades ao modelo de Reggio Emília, cidade italiana que veio constituindo, paulatinamente, desde o final da 2ª Guerra Mundial, uma referência de pedagogia com os pequenos, baseada na escuta, em sua curiosidade e na expressão artística, o Colégio Viver iniciou as atividades em 1977, por iniciativa de Anna Maria Ferreira. Pedagoga, Anna queria resgatar um pouco da aprendizagem pela experiência que as crianças tinham antigamente, junto aos núcleos familiares expandidos, “uma casa em que se aprende uma porção de coisas pela vivência”. Assim ficou até 1998, quando iniciou o Ensino Fundamental, também com uma proposta diferenciada, fundada no socioconstrutivismo. Para essa expansão, Anna contou com a parceria de Maria Amélia Cupertino, que se tornou sócia majoritária. Dividido em duas unidades, uma em frente à outra, na Rua Antonio Pereira de Castro, na Granja Caiapiá, na altura do Km 28 da Rodovia Raposo Tavares, em Cotia, o Colégio Viver pode ser definido como uma “escola prêt-à-Porter”. “Temos uma modelagem básica, mas os ajustes são feitos a todo momento conforme o perfil de cada aluno, de cada turma”, diz Maria Amélia. É uma escola viva, em movimento, de forte integração com a natureza. Na sede do Fundamental, salas de aula, corredores abertos, biblioteca, pátio, laboratórios, quadra e playground estão distribuídos em cinco mil metros quadrados de área, com muitas árvores e um bosque. Entre seus trunfos mais recentes, o Viver recebeu dois selos do Progra-


Portanto, no Colégio Viver, todos – direção, educadores, colaboradores, alunos e familiares – estão sempre aprendendo. O modelo exige envolvimento e desprendimento, conforme pode ser visto na Educação Infantil. Suas turmas, com crianças a partir de um ano e meio, não são delimitadas por faixa etária ou ciclos. Os professores e a coordenação definem a programação a partir dos desdobramentos das demandas dos pequenos, que são agrupados segundo afinidades e curiosidades. “Pegamos um gancho deles para desenvolver um projeto”, explica Maria Amélia, sendo este um ponto de partida para que se desenvolvam, paralelamente, habilidades como a expressão oral, orientação espacial, Matemática etc. A diretora conta que o planejamento é bem flexível nesse momento, somente se torna um pouco mais dirigido na pré-alfabetização, junto da turma dos “grandes”, na faixa etária dos cinco anos. “Mas se houver um pequeno que manifeste interesse de acompanhar a atividade, ele pode ficar, pois os grupos nunca são fechados.” A proposta exige um profissional bem treinado, que “saiba aproveitar as brechas e colocar conceitualmente o conhecimento, trabalho mais difícil do que se aplicássemos um planejamento convencional”. Segundo Maria Amélia, a equipe do Viver é escolhida dentro de um perfil de educador que aceite o desafio, de formação ampla e interesse multidisciplinar. Ao longo do processo, os professores organizam o portfólio dos alunos, até com registros de imagem acerca de seu desenvolvimento motor, material apresentado aos pais em reuniões bimestrais. Já no Fundamental I, um grande eixo de aprendizagem é dado pelo chamado “projetão”, atividade que engloba todas as séries e conteúdos

em estudos relacionados ao país. Há desdobramentos que dão origem a novos projetos, como já aconteceu com uma turma de 4º ano, que a partir de um trabalho sobre o Rio São Francisco, se interessou pelo estudo do cangaço e chegou a montar uma peça teatral sobre o tema. “Até a parte da Matemática se envolve com o ‘projetão’”, diz Maria Amélia, relatando que as atividades são concomitantes à apresentação do conteúdo curricular. Também o Projeto Brincar, aplicado do 1º ao 3º ano, merece destaque. A cada semana uma turma prepara uma brincadeira que ensinará a outra. Faz parte da tarefa produzir uma instrução escrita e oral do jogo, por meio do qual se trabalha convívio, leitura, compreensão, comunicação oral e expressão corporal. Para o Fundamental II, são propostos projetos interdisciplinares do 6º ao 9º ano, com 2 horas/aulas semanais de atividades, orientadas por três professores. Os estudantes colaboram com a escolha dos temas e às vezes propõem conceitos e blocos de informações a serem trabalhados. Tudo é articulado ao conhecimento obrigatório de áreas como Português, Matemática, Ciências Naturais, Humanas e Biológicas, afirma Maria Amélia. Eles cursam ainda disciplinas eletivas, duas tardes por semana, em horário invertido. Mas há momentos em que todos interrompem um pouco as atividades seriadas e transformam a escola em espaço único de produção e troca do conhecimento. São as semanas temáticas, que envolvem todos os segmentos em um grande trabalho coletivo. O resultado final é o de um aluno que “aprende a se virar sozinho, aprende a aprender, a selecionar, a julgar a informação, a transferir conhecimento”, e que conclui o 9º ano com facilidade de ingressar em escolas de alto nível, como a Escola Técnica Federal de São Paulo, destaca Maria Amélia.

Ao fundo, Marco Tonanni orienta optativa de RPG

Alunos se mobilizam durante a semana temática de Humanidades

pilAReS DO ApRenDeR

Fotos: Equipe Página Aberta

As diretoras Anna Maria (à esq.) e Maria Amélia (à dir.)

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nova posição. Claro que há questões inegociáveis, ligadas à segurança deles e às aulas obrigatórias”, ressalva a diretora Maria Amélia. O importante é que eles possam participar do regramento daquilo que lhes diz respeito, tomando consciência das razões do mesmo e assumindo responsabilidades pelo que decidem, avalia. Para a outra diretora, Anna Maria, o Colégio propicia, desta forma, “um treino para a vida futura”. “Nossos alunos são muito questionadores em relação às decisões da própria escola”, completa. Anna Maria trouxe para o Viver um pouco da perspectiva de comunidade que presenciou em uma época em que viveu nos Estados Unidos. Ela admite que muitos pais estão desacostumados a esse nível de participação, mas com o tempo mudam sua visão de educação. Alguns acabam se mobilizando para resolver junto com a escola problemas pontuais, às vezes relacionados à disciplina ou lição de casa, já que encontram abertura para introduzir suas preocupações ou dificuldades.

Fotos: Rafael Lima

PERFIL DA ESCOLA: COLÉGIO VIVER

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PERFIL DA ESCOLA: COLÉGIO VIVER Com o trabalho pedagógico reconhecido, a escola quer agora expandir sua clientela, crescer para torná-la economicamente sustentável, já que a renda proveniente de seus 200 alunos nem sempre cobre as despesas do mês. O caminho escolhido foi, mais uma vez, o de olhar para frente, apostando na inovação. “Estamos em momento de investimento, pois se não fizermos isso, não conseguiremos atingir outro patamar de público”, explica. “Tenho apostado na contratação de pessoal especializado para trabalhar com inclusão”, acrescenta Maria Amélia, que conta hoje com uma psicóloga para fazer acompanhamento mais próximo com alunos com necessidades diferenciadas. A equipe do Viver é composta, no conjunto, pelas duas diretoras, que também exercem a função de coordenadoras, com três auxiliares de coordenação, 26 professores, seis auxiliares de classe, três de limpeza e duas de secretaria. A meta é aumentar em 50% o número de matrículas, atendendo às famílias da Granja Viana e até de bairros próximos de São Paulo. “A gente não tem intenção de ser grande, esse é um projeto educativo para escola pequena, mas precisa crescer um pouco para ser autossuficiente”, finaliza a diretora.

A professora Danielle Noronha coordena reunião da equipe do jornal da escola

O VIVER ARTÍSTICO E PARTICIPATIVO

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A proposta pedagógica participativa faz toda a diferença nos relacionamentos estabelecidos no Colégio Viver. “Aqui é uma segunda casa pra mim”, define Gustavo Siqueira, 14, estudante do 9° ano. Aliás, é muito comum ouvir a afirmação entre os estudantes, quando comentam a relação que mantém com a escola. Por criar um ambiente familiar, o Colégio também conseguiu a participação dos alunos no cuidado dos materiais. A política de manter tudo o mais organizado possível ajuda os jovens a desenvolver um senso de comunidade que, muitas vezes, não é explorado fora da escola. A consciência de que a escola é um organismo vivo e participativo é gerada nas atitudes e hábitos dos adolescentes do Viver. Para o terceiro trimestre de 2011, por exemplo, nove matérias optativas estão disponíveis aos alunos do Fundamental II, sugeridas por eles. Às segundas-feiras, a imaginação é amplamente alimentada nas aulas de Role Playing Game (RPG), jogo em que os participantes assumem papéis de personagens e as histórias são construídas de maneira colaborativa. “A disciplina mostra uma forma diferente de se divertir, sem usar necessariamente as novas tecnologias. Além disso, também promove um trabalho muito forte em grupo”, diz o orientador do projeto Marco Tonanni. Dessa forma, a relação entre aluno e professor não fica limitada a formalidades, mas, com respeito, é criado um ambiente leve e divertido.

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“A proximidade entre os professores e os alunos é uma característica muito forte aqui. Ao mesmo tempo em que existe respeito, há uma informalidade muito gostosa entre nós”, avalia Danielle Noronha, responsável pela disciplina optativa do jornal Página Aberta. A professora coordena os participantes a usar a criatividade para tomar inúmeras decisões envolvidas com a elaboração de um jornal. Para a próxima edição, a turma está criando um visual baseado na literatura de cordel, com ilustrações em xilogravura. “No Viver eu tenho a oportunidade de trabalhar muito mais com arte e soltar a imaginação”, conta Marcella Benevides, 12 anos. Vinda de outra escola, ela diz que sentiu uma diferença muito grande ao se deparar com as propostas do Colégio, que consegue integrar diferentes disciplinas em projetos que não se tornam cansativos. Assim, as ferramentas artísticas e colaborativas facilitam o aprendizado dos alunos. Em uma das semanas temáticas, que trabalhou Humanidades, a adolescente Helena Talerman, 14 anos, fez ilustrações em xilogravura para representar a ditadura, momento marcante na História da Nação. “Minha matéria preferida é arte”, diz a jovem, no Viver desde a Educação Infantil. A aluna conta que mantém relação de proximidade com muitos professores, e que a convivência gerou a oportunidade de manifestar suas opiniões a respeito de diversos assuntos e buscar orientações sobre dúvidas relativas à adolescência.

SAIBA MAIS DANIELLE NORONHA comunicacao@colegioviver.com.br MARCO TONANNI marco.tonanni@gmail.com

Por Rafael Lima

MARIA AMÉLIA CUPERTINO www.colegioviver.com.br coordenacao@colegioviver.com.br Twitter: @colegioviver

Foto: Equipe Página Aberta

SUStentABiliDADe DO negÓgiO


APRIMORANDO FUNDAMENTOS E DESEMPENHO

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m dos destaques da versão 2011 do Prêmio Microsoft Educadores Inovadores, concedido em princípios de agosto a escolas de várias regiões brasileiras, foi o Programa de Saúde na Escola, desenvolvido pelo professor Marcelo Luiz de Souza durante as aulas de Educação Física, em que usou recursos das TIC (Tecnologias de Informação e Comunicação). Implantado pela Escola de Educação Básica e Profissional da Fundação Bradesco, do Rio de Janeiro, sob a coordenação do professor, o programa ficou entre as 21 melhores experiências de uso das TIC na educação básica no Brasil, em meio a 1.402 projetos inscritos. Neste caso, o projeto da disciplina conseguiu cumprir bem com um dos atributos da Educação Física escolar, que é o de promover a saúde, juntamente com valores como respeito e cidadania, segundo conceito trabalhado por Marcelo, que também é fisioterapeuta. “Paralelamente ao movimento, à técnica e à ética, a saúde representa um dos valores intrínsecos à disciplina, que promove o desenvolvimento da capacidade física e motora, da resistência aeróbica e muscular, de habilidades como equilíbrio, força e lateralidade”, explica. Esta cultura corporal ampla foi estudada, sistematizada e apresentada pelos seus alunos do 8º e 9º anos por meio da produção de folders e através da criação de um blog. Segundo Marcelo, é uma perspectiva que deve estar presente em todo o conjunto de atividades esportivas das escolas. Segundo ele, existem três tipos de abordagens nos esportes: a curricular, a extracurricular e a de rendimento. No pri-

Ilustração: Fabian Ramos

DICA: ATIVIDADES DE LIVRE ESCOLHA (ESPORTES)

meiro caso, o enfoque é mais pedagógico e procura desenvolver potencialidades. Já as atividades complementares são semelhantes ao trabalho feito pelas escolinhas de esportes e desenvolvem a técnica dos movimentos, fundamentos e táticas específicas a cada modalidade. Finalmente, no esporte de rendimento, o objetivo é tornar o estudante apto a competir. Na Escola Internacional de Alphaville, localizada em Barueri, na Grande São Paulo, são oferecidos os três segmentos, por meio de uma equipe de 20 professores de Educação Física, seis para o currículo obrigatório e 14 para as atividades complementares, nas quais a instituição “amplia os aspectos pedagógicos e comportamentais trabalhados em sala de aula”, diz o coordenador de esportes, Paulo Rieira de Faria. No extracurricular, designado como atividade de extensão, a abordagem recai sobre a técnica, em modalidades como capoeira, balé, judô, futsal, natação, natação para bebês e patinação artística. Nos treinos, o objetivo é buscar maior desempenho do aluno atleta, “capacitando-o a entrar em uma competição com chance de ganhar”. Neste mês de setembro, esses atletas estarão representando a escola em seu 5º Campeonato de Esportes, competição que envolve instituições bilíngues, em jogos de futsal, handebol, basquete e vôlei, na categoria feminina e masculina. Segundo Paulo de Faria, cerca de um terço dos alunos da Escola Internacional frequentam as atividades complementares de esportes. (R.F.)

MARCELO LUIZ DE SOUZA marcelosouza@pedagogiapostural.com.br PAULO FARIA paulofaria@escolainternacional.com.br Na Próxima Edição: Primeiros Socorros para Crianças

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SAIBA MAIS

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FIQUE DE OLHO: MANUTENÇÃO PREDIAL

PROGRAME-SE E ASSEGURE A VIDA ÚTIL DAS EDIFICAÇÕES Por Rafael Lima Edição Rosali Figueiredo

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ANFAB

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A Anfab oferece manutenção e reforma em geral para edificações, instalações elétricas e hidráulicas, além de pintura. A empresa, que atua no mercado desde 1977, dispõe de atendimento imediato, materiais e mão de obra de primeira linha, conforme destaca o diretor Anderson Perossi. “O diferencial da Anfab é sua capacidade de realizar desde mínimas intervenções a grandes obras com responsabilidade, com profissionais extremamente qualificados e garantia dos nossos serviços”, destaca o empresário. Para diagnosticar os itens que necessitam de manutenção nas escolas, a Anfab, promove, inicialmente, uma vistoria da aparência do prédio, sendo observados quesitos como rachadura em paredes e vestígios de infiltração. Também é verificada a data da última manutenção, a qual deveria ser sempre preventiva, recomenda Perossi. “O ideal é fazer manutenção mensalmente. Com isso, há menores custos e riscos de acidentes”, avalia. Ele diz também que uns dos problemas mais comuns em escolas é o vandalismo, como pichações, estragos em vidros e peças sanitárias, sendo indispensável a presença de uma equipe especializada para realizar as reformas. A Anfab atua na manutenção tanto de escolas antigas quanto mais novas. Nos prédios mais velhos, os problemas mais comuns se localizam geralmente na área hidráulica e elétrica. “O que destaco é a estrutura do prédio que, novo ou velho, deve ser boa. Isso evita problemas maiores.” Por isso, a empresa realiza manutenção a preços acessíveis e com qualidade, destaca Perossi. A Anfab atende em São Paulo e na Grande São Paulo. Fale com a Anfab: 11 2203 – 3494 /2261-3170 anfab@anfab.com.br

Ilustração: Fabian Ramos

eparos periódicos na pintura de fachadas e paredes, nas coberturas, pisos e revestimentos, instalações elétricas e hidráulicas, em vedações de lajes, vigas e pilares, entre outros, são indispensáveis para manter a vida útil de qualquer edificação, necessidade da qual as escolas não escapam. Pelo contrário, a manutenção predial é um setor que deve ser muito bem planejado pelas instituições de ensino, já que, em boa parte do ano, são crianças e adolescentes os usuários que mais circulam pelos seus espaços físicos. Neste Fique de Olho, confira o perfil de duas empresas de engenharia que oferecem serviço especializado e de qualidade, com custos acessíveis e bons resultados.

LUVI ENGENHARIA

Desde 1991, a Luvi Engenharia presta serviços na área de construção civil e, entre outras, está principalmente voltada a reformas e manutenção preventiva e corretiva, com destaque para impermeabilizações, instalações elétricas e hidráulicas, pinturas e demais serviços. De acordo com o engenheiro e diretor Ricardo Romano, os problemas mais comuns em escolas estão ligados à precariedade nas instalações elétricas e hidráulicas, impermeabilizações vencidas ou mal executadas, além de pinturas deterioradas. Segundo ele, as necessidades de manutenção são identificadas por meio de visita técnica que a Luvi Engenharia costuma fazer ao local. Mas o engenheiro recomenda aos mantenedores realizar manutenção preventiva, como forma de manter as instalações em boas condições, com um trabalho detalhado e a custos menores. Nas edificações antigas, a falta de manutenção preventiva acaba gerando, por exemplo, a deterioração das estruturas de concreto. E mesmo as novas não estão isentas de registrarem fissuras, infiltrações, trincas, entre outros, decorrentes do “desrespeito aos projetos, de má execução e vícios de construção”, alerta. Ricardo Romano destaca que a Luvi Engenharia apresenta novidades em produtos de melhor rendimento e qualidade. “Estamos habilitados a atender, com profissionais capacitados, às necessidades das edificações escolares em relação ao uso e otimização do equipamento existente”, conclui o diretor. Fale com a Luvi Engenharia: 11 3771 - 3001/3002 www.luviengenharia.com.br luvi@luviengenharia.com.br luviengenharia@terra.com.br


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ACESSIBILIDADE, ACESSÓRIOS, AUDITÓRIO, BRINQUEDOS EDUCATIVOS

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Direcional Escolas, Setembro 11

ACESSÓRIOS, ASSESSORIA CONTÁBIL, AUDITORIA, BRINDES

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COPIADORA, GRテ:ICA

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Direcional Escolas, Setembro 11

GRÁFICA, LABORATÓRIOS, MÁQUINAS MULTIFUNCIONAIS

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Direcional Escolas, Setembro 11

limpeza e conservação, LOUSAS

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Direcional Escolas, Setembro 11

MANUTENÇÃO PREDIAL, MÓVEIS

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Mテ天EIS, PISOS

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PISOS, PLAYGROUNDS

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PLAYGROUNDS

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PLAYGROUNDS, RADIOCOMUNICAÇÃO, SOFTWARES

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Direcional Escolas, Setembro 11

SISTEMAS DE SEGURANÇA, TOLDOS

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